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D O E N Ç A S T I R E O I D I A N A S Equipe: • Romário Macedo; • Rebeca Rocha; • Sally Mariah; • Sâmia Israele Braz; • Sávio Silveira; • Sheezara Teles Lira; • Talles de Araújo; • Virgínia Maria; • Virgínia Feitosa; • Yane Lucena HISTOLOGIA Fonte: Google ANATOMIA Fonte: Google SÍNTESE DE T3 E T4 Fonte: Google Fonte: Google AÇÕES CELULARES E FISIOLÓGICAS REGULAÇÃO DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS Fonte: Google HIPOTIREOIDISMO EPIDEMIOLOGIA • HIPOTIREOIDISMO: – Uma das doenças hormonais mais frequentes na infância; – 1874, Gull, descreve pela primeira vez; – Incidência de 1 para 2600 a 4000 nascimentos (Primário) e entre 50000 e 100000 (Secundário); – Disgenesia da tireoide é mais comum – 80 a 85% dos casos; – Maioria dos pacientes permanece sem diagnóstico definido; FONTE: SETIAN, N. Hypothyroidism children: diagnosis and treatment. Jornal de Pediatria. São Paulo: 2007, n. 83, 5 Suppl., p. 209 – 216; SOUZA, M. A. R.; BEZERRA, I. C. R.; GUIMARÃES, M. M. Hipotireoidismo na infância. Pediatria Moderna. Rio de Janeiro: v. 49, n. 11, p. 416-426. FATORES DE RISCO NO HIPOTIREOIDISMO: 1. Deficiência em iodo (cretinismo endêmico): considerada a causa mais freqüente, quando se analisam as diferentes populações e que pode ser erradicada com a suplementação de iodo; 2. Disgenesia tireoidiana (agenesia, ectopia, hipoplasia). Causa mais prevalente, em áreas suficientes em iodo, representando 85% dos casos; 3. Dishormonogênese. São defeitos herdados por herança autossômica recessiva e representam 10% a 15% dos casos. • Vários são os defeitos de síntese: defeitos na bomba de iodeto (proteína NIS), na organificação do iodeto por deficiência de peroxidase ou na geração de H2 O2, defeitos qualitativos ou quantitativos da tireoglobulina, deficiência da deiodinase; FATORES DE RISCO NO HIPOTIREOIDISMO: 4. Distúrbios hipotálamo-hipofisários: resistência ao hormônio estimulante de TSH (TRH), deficiência isolada de hormônio estimulante da tireóide (TSH), ou hipopituitarismo e representando, em conjunto, menos que 4% dos casos; 5. Resistência ao TSH: causa rara resultante de mutações inativadoras do gene que expressa o receptor de TSH; 6. Resistência ao hormônio tireoidiano: distúrbio raro com espectro clínico variável decorrente de diminuição da responsividade aos hormônios tireoidianos. ETIOLOGIA ETIOLOGIA E PATOGENIA ETIOLOGIA PATOGENIA • Pode ser transitório: 5% a 10% dos casos • Decorre de: 1. Uso de medicamentos antireoideanos; 2. Exposição materna ou neonatal a agentes iodados: ETIOLOGIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Neonatal: Assintomático; Sintomático: Icterícia prolongada, obstipação, pele fria e seca, sonolência, cianose, macroglossia, choro rouco, fontanelas amplas, hérnia umbilical, bócio. HIPOTIREOIDISMO NEONATAL HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO • Lactente: Atraso do DNPM; Diminuição na velocidade de crescimento; Diminuição da idade óssea; Palidez; Anemia; Bradicardia; Mixedema; Hipofonese de bulhas; Derrame pericárdico; Persistência da fontanela posterior. HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO Pré-escolar e Escolar Retardo mental instalado irreversível; Paciente com face característica; Baixa estatura. HIPOTIREOIDISMO ADQUIRIDO Metabolismo basal diminuído. Diminuição dos batimentos cardíacos. Diminuição da velocidade de crescimento. Lentidão nos reflexos. Diminuição do aprendizado. Constipação intestinal. Pele seca e cabelos quebradiços. Surdez. Dores musculares e articulares. Macroglossia (aumento da língua). Intolerância ao frio. Cãibras frequentes. Depressão. Retardo na erupção dentária. Retardo no desenvolvimento sexual. Dores musculares e articulares. Macroglossia (aumento da língua). Intolerância ao frio. Cãibras frequentes. Depressão. Retardo na erupção dentária. Retardo no desenvolvimento sexual. DIAGNÓSTICO – HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO • TRIAGEM NEONATAL: – Obrigatória no Brasil para todos os RN; – Deve ser realizada entre o 3º e 5º dia de vida; – As crianças com níveis de TSH em sangue total superiores a 20 mU/mL na triagem são imediatamente encaminhadas para avaliação clínica e exames confirmatórios no soro; – Se alterado: necessita avaliação imediata (anamnese, exame físico e exames laboratoriais). Crianças com valores séricos de T4< 6,5 mg/dL e/ou TSH > 9 mcU/mL, no período neonatal, são provavelmente portadoras de HC. FONTE: Tratado de Pediatria – 2ª edição TESTE DO PEZINHO • Realizado após as primeiras 48 horas do bebê e até o 5º dia de vida; • Teste do Pezinho Básico é obrigatório e gratuito em todo o país; diagnósticos: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, anemia falciforme e demais hemoglobinopatias; • Teste do Pezinho Mais detecta mais seis doenças, além das mencionadas no Básico: deficiência de G-6-PD, galactosemia, leucinose, deficiência de biotinidase, hiperplasia adrenal congênita e toxoplasmose congênita; • Teste do Pezinho Super é o único a diagnosticar 48 patologias e um dos mais completos Testes de Triagem Neonatal existentes no mundo. Ele inclui em seu painel, além das dez doenças identificadas nos Testes do Pezinho Básico e Mais, outros 36 diagnósticos. • Os resultados da triagem podem demorar até 30 dias para ficar prontos. Em caso de alguma alteração no exame, os pais são chamados para realizar uma nova coleta de sangue da criança e confirmar um possível diagnóstico. A maioria das doenças detectáveis no exame é assintomática quando o bebê é recém-nascido. Já sabendo o diagnóstico será mais fácil adotar o melhor tratamento e prevenir sequelas e sintomas. DIAGNÓSTICO – HIPOTIREOIDISMO ADQUIRIDO • DOSAGEM DE TSH E T4 OU T4 LIVRE; • DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO: – Cintilografia e captação de tireoide com iodo 123 ou tecnécio-99, ultrassonografia da tireoide, dosagem de anticorpo bloqueador do receptor do TSH e de tireoglobulina e, em alguns casos, teste do perclorato. – ↑ TSH: Hipotireoidismo primário; – ↑ Dosagem sérica de anticorpos antitireoglobulina e antitireoperoxidase: Tireoidite de Hashimoto – ↓ T4 ou de T4 livre, com TSH normal: sugere hipotireoidismo central. – T4 ↓ com T4 livre normal e TSH normal: sugestivo de deficiência da proteína TBG (confirmação com dosagem sérica de TBG) – Para diferenciação de hipotireoidismo secundário (hipofisário) ou terciário (hipotalâmico), faz-se necessário o teste de estímulo com TRH, no qual se verifica ausência ou discreta elevação do TSH no secundário e aumento significativo do TSH no terciário. FONTE: Tratado de Pediatria – 2ª edição EXAMES COMPLEMENTARES • Idade óssea (diagnóstico e acompanhamento do HC); – O raio X de tórax ou o ecocardiograma (indicados nos casos de hipotireoidismo severo para verificar aumento da área cardíaca por causa de mixedema e presença de derrame pericárdico) • USG da tireoide (volume, aspecto do tecido tireoidiano, além da presença de nódulos); • Ressonância magnética da sela túrcica ( útil nos casos de hipotireoidismo central, avalia a anatomia da hipófise). FONTE: Tratado de Pediatria – 2ª edição TRATAMENTO - HIPOTIREOIDISMO • Iniciação de tratamento nas primeiras 3 a 4 semanas de vida; • A reposição com HT é a mais simples das terapias hormonais; • A droga de escolha é a Levotiroxina (sal sódico da L-T4). IDADE DOSE (ug/kg/dia) 0 a 3 meses 10 a 15 3 a 12 meses 6 a 10 1 a 3 anos 4 a 63 a 10 anos 3 a 5 10 a 16 anos 2 a 4 HIPERTIREOIDISMO EPIDEMIOLOGIA • HIPERTIREOIDISMO: – Menos frequente do que o hipotireoidismo; – 95% dos casos – Doença de Graves; – 5% dos casos – Bócio multinodular tóxico, Adenoma tóxico, Tireoidite de Hashimoto, Tireotoxicose neonatal, Tireotoxicose factícia, Síndrome de McCune-Albright; FONTE: BRANDÃO, C. D. G.; PAULA, P.S.; CARMO, F. Doença de Graves na infância. Pediatria Moderna. Vitória: 2007, julho, v. 48, n. 46, p. 246-250 FATORES DE RISCO NO HIPERTIREOIDISMO: • A DOENÇA DE GRAVES (DG) é uma doença autoimune, na qual o HIPERTIREOIDISMO é causado pela produção de anticorpos estimuladores dirigidos contra o receptor do TSH, conhecidos como TRAb (TRAb, Thyrotropin Receptor Antibody), que mimetizam os efeitos do TSH nas células foliculares da tireóide, estimulando a hiperprodução de T4 e T3, bem como a hiperplasia da glândula, na infância. • Obs.: A DG é pouco freqüente antes dos 5 anos, aumenta na puberdade e tem um pico máximo entre 11 e 15 anos, sendo sua incidência na infância menor que nos adultos. As meninas são aproximadamente 5 vezes mais afetadas do que os meninos. ETIOLOGIA • Tireoidite de Hashimoto; • Carcinoma ou adenoma tóxico da tireoide; • Adenoma hipofisário produtor de TSH; • Resistência hipofisária aos hormônios tireoidianos; • Mutações ativadoras do receptor do TSH ou da proteína G na síndrome de McCune-Albright; • Fictícia (menos frequente); • Ingestão excessiva de iodo ( menos frequente). PATOGENIA • Doença de Graves Neonatal: • Decorre da passagem transplacentária de anticorpo estimulador do receptor de TSH e é uma condição transitória que geralmente se resolve em torno de três meses de idade. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: • Irritabilidade • Insônia • Mudanças de comportamento • Diarréia • Emagrecimento • Intolerância ao calor • Tremores • Palpitações MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: • Pele e cabelos: subcutâneo, cabelos frágeis, queda de cabelos • Olhos: exoftalmo • Sistema cardiovascular: taquicardia, Pressão Sistólica, Pressão Diastólica, aumento do diferencial entre PS E PD • Sistema nervoso simpático: tremores, hiperreflexia, sudorese quente • Sistema respiratório: taquipnéia • Sistema gastrointestinal: aumento do apetite, alteração do hábito intestinal • Músculos: redução da massa muscular • Sistema esquelético: aumento da reabsorção óssea (aumento da atividade osteoclástica) • Metabolismo energético: lipólise aumentada, termogênese aumentada, hipertermia, perda de peso DOENÇA DE GRAVES • Tríade: Bócio Exoftalmia Tireotoxicose DOENÇA DE GRAVES • Doença autoimune: – Anticorpos: Antirreceptor de TSH (TRAb); Antiperoxidase; Antitereoglobulina; – Antígenos de Histocompatibilidade: HLA-B8; HLA-DW3. • Associação com outras doenças autoimunes: – Diabetes Mellitus 1 – Adrenalite autoimune – Tireoidites – LES – Anemia perniciosa – Miastenia Gravis – Artrite reumatóide – Púrpura trombocitopênica idiopática HIPERTIREOIDISMO NO PERÍODO NEONATAL • Mãe com hipertireoidismo; • RN com bócio; • QC: icterícia, taquicardia, alteração de perfusão, instabilidade cardio-vascular, choro intenso, perda de peso, diarreia, bócio, exoftalmia, hiperglicemia, desidratação; • Passagem de anticorpos anti-receptor de TSH (TRAb) via transplacentária; • Hipertireoidismo transitório (2 meses); • TRATAMENTO: – PTU: 5 – 10 mg/kg/dia, 8/8hs – Lugol: 1 gota, 3x/dia – Propanolol: 1 – 3 mg/kg/dia, 8/8hs ou 12/12 hs – Glicocorticoide TRATAMENTO HIPERTIREOIDISMO • CLÍNICO: • Drogas antitireoidianas • Propiltiouracil • Metimazol: • Mais utilizado por provocar poucos efeitos colaterais e dispor de melhor comodidade posológica; • Atenção para quem toma e tem quadro de febre com muita dor de garganta; • Taquicardia: Propranolol ( 1 – 3 mg/Kg/ dia) Principal efeito colateral: agranulocitose TRATAMENTO DE HIPERTIREOIDISMO • IODO RADIOATIVO: • Refratariedade ao tratamento com drogas antitireoidianas; • Não recomendado para pré-escolares • Administração: • Tratamento simples, seguro e fácil • Existe riscos mínimos de CA de tireoide, por isso, deve-se levar em consideração os benefícios advindos com o tratamento e os riscos oferecidos por este. Primeira dose em ambiente hospitalar e repetir em 6 meses ( se não reagir bem); TRATAMENTO DE HIPERTIREOIDISMO Cirúrgico: 1. Falha ao tratamento clínico e ao iodo, e 2. Escolha padrão-ouro em tireoide > 60 g COMPLICAÇÕES: 1. Lesão de nervo laríngeo – recorrente, e 2. Lesão das paratireoides ( alterações na síntese de PTH e as repercussões clínicas desta situação) CUIDADOS GESTACIONAIS: • HIPOTIREOIDISMO: - O ideal é que a mulher hipotireoidiana tenha a gravidez planejada e engravidem com concentrações normais de T4 no sangue. Entretanto, assim que souberem da gravidez devem procurar o seu endocrinologista, o qual, possivelmente, terá que ajustar a dose da medicação. O hipotireoidismo bem controlado não trará qualquer prejuízo ao feto. Durante a gravidez, as mulheres portadoras de hipotireoidismo devem ter a sua dose diária de T4 aumentada. Não é bom para o desenvolvimento do bebê se o T4 estiver baixo. Além disto, as mulheres com hipotireoidismo podem ter dificuldade de engravidar e tem maior risco de abortamento. CUIDADOS GESTACIONAIS: • Hipertireoidismo: – O hipertireoidismo não tratado pode impedir a ovulação, causar alterações no feto ou mesmo o abortamento. As pacientes hipertireoideas grávidas devem ter o acompanhamento de um endocrinologista. O ideal seria que o hipertireoidismo estivesse resolvido antes que a gravidez fosse desejada. Entretanto, se isto não for possível, ou se a gravidez acontecer, a gestante deverá usar o mínimo de drogas antitireodianas possível, devido à passagem placentária das mesmas. A gestante deverá ter um acompanhamento frequente com o endocrinologista. OUTROS CUIDADOS: • Toda grávida deve fazer o teste de TSH no sangue para ver se está com a função tireoidiana normal. Cerca de 2% das gestantes têm anormalidade e por isso devem ser logo tratadas; • Tomar vitaminas que contenham iodo também é fundamental. Uma boa alimentação, balanceada, sem excessos, contendo peixes (comer peixe 2 a 3 vezes por semana é interessante durante a gestação), muitas verduras verde-escuras e frutas é fundamental para a saúde de ambos, mãe e bebê. Claro que não se deve fumar nem ingerir álcool durante a gestação. OBRIGADO!!
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