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2 grancursosonline.com.br COLETÂNEA – VADE DICA – OAB Apresentação Caros leitores e estudantes, esta obra digital do Projeto Exame de Ordem (PEO), o Vade PEO, oferecido pelo Gran Cursos Online, faz parte de uma coleção do curso que reúne teoria, resolução de questões objetivas e subjetivas, peças, entre muitas dicas. Tudo realizado pela lavra da seleta equipe de professores do Projeto, com cuidadoso esmero e atualização de informações. Trata-se de um grupo esquematizado de dicas de todas as disci- plinas do Exame de Ordem, com sugestões de temas para estudo, entre outros tantos detalhes que não podem passar ao largo de quem estuda para a OAB. Eis, então, parte do compêndio da coleção VADE PEO. Material ímpar e vitrine sem igual da competência e capacidade técnica de nossos professores. Boa leitura! Forte abraço Prof. Marcelo Borsio Coordenador Científico Projeto Exame de Ordem grancursosonline.com.br 3 COLETÂNEA – VADE DICA – OAB Sumário 1ª FASE – PROJETO EXAME DE ORDEM: Direito Tributário: Professor Marcelo Borsío ..................................................................... 8 Direito Civil: Professora Raquel Bueno .......................................................................12 Direito Penal: Professor Flávio Daher ..........................................................................19 Ética/Estatuto da OAB: Professora Daniela Menezes ................................................21 Direito Civil: Professor Eduardo Galante ...................................................................24 Direito Administrativo: Professor Gustavo Scatolino .............................................34 Direito Ambiental: Professor Felipe Leal ...................................................................39 Direito Civil: Professora Roberta Queiroz ..................................................................42 Direito Internacional: Professor Luciano Favaro ......................................................50 Direito Penal: Professor José Carlos ............................................................................ 57 Direitos Humanos: Professor Luciano Favaro ...........................................................63 Direito Penal – Professor José Carlos ......................................................................... 70 Direito Constitucional: Professor Luciano Dutra ........................................................ 75 Direito Tributário: Professor Mauro Moreira ........................................................................... 79 Direito Administrativo: Professor Gustavo Scatolino ................................................. 83 Direito Empresarial: Professor André Ramos ............................................................93 Direito Ambiental: Professor Felipe Leal .............................................................................96 Direito Tributário: Professor Marcelo Borsio ............................................................98 Direito Administrativo: Professor Emerson Caetano ...................................................100 Direito Administrativo: Professor Gustavo Scatolino .................................................. 110 Direito do Trabalho: Professor José Gervásio .................................................................115 Direito do Consumidor: Professora Patrícia Dreyer ..................................................... 119 Direito do Trabalho: Professor José Gervásio ..............................................................................122 Direito do Consumidor: Professora Patrícia Dreyer .....................................................127 Direito Penal: Professor Flávio Milhomem ...........................................................................130 Direito Civil: Professora Roberta Queiroz .............................................................................135 Direito Civil: Professor Rodrigo Costa ...................................................................... 140 Ética Profissional: Professora Daniela Menezes ..................................................... 152 Direito Ambiental: Professor Felipe Leal ................................................................. 156 Direitos Humanos: Professor Luciano Favaro ......................................................... 158 Direito Constitucional: Professor Luciano Dutra ...................................................... 163 4 grancursosonline.com.br COLETÂNEA – VADE DICA – OAB Direito Penal: Professor Flávio Milhomem ..............................................................................169 Direito Tributário: Professor Mauro Moreira .............................................................................173 Direito Empresarial: Professor André Ramos .......................................................... 179 Direito Administrativo: Professor Gustavo Scatolino ................................................ 181 Direito Civil: Professor Rodrigo Costa ........................................................................ 186 Direito do Trabalho: Professor Stevão Gandh ........................................................ 193 Direito Civil: Professora Anelise Muniz ......................................................................... 196 Direito Processual Civil : Professor Erick Vidigal .................................................... 201 Direito Penal : Professor Marcelo Ferreira ........................................................................... 203 Direito Civil : Professor Rodrigo Costa .....................................................................206 Direito Constitucional : Professor André Alencar .................................................. 213 Direito Penal: Professor Anderson Costa ..............................................................................219 grancursosonline.com.br 5 COLETÂNEA – VADE DICA – OAB 2ª FASE – DIREITO CIVIL: Direito Civil: Professora Patrícia Dreyer .......................................................................... 222 Direito Civil: Professora Anelise Muniz ........................................................................... 228 Direito Civil: Professora Roberta Queiroz ...................................................................... 232 Direito Civil: Professora Anelise Muniz ........................................................................... 238 Direito Civil: Professor Eduardo Galante ........................................................................246 Direito Civil: Professora Raquel Bueno ........................................................................... 256 Direito Civil: Professor Rodrigo Costa ............................................................................. 262 Direito Civil: Professor Eduardo Galante ........................................................................ 267 Direito Civil: Professora Patrícia Dreyer .......................................................................... 277 Professora Roberta Queiroz ............................................................................................... 283 Professor Eduardo Galante ................................................................................................. 289 Professora Raquel Bueno .................................................................................................... 297 Professor Rodrigo Costa ...................................................................................................... 305 Professora Roberta Queiroz ................................................................................................312 Professor Rodrigo Costa .......................................................................................................317 Professora Patrícia Dreyer ....................................................................................................321Professora Roberta Queiroz ............................................................................................... 326 Professora Anelise Muniz .....................................................................................................331 Professora Raquel Bueno .................................................................................................... 335 Professora Roberta Queiroz ...............................................................................................344 Professora Patrícia Dreyer ...................................................................................................348 Professora Anelise Muniz .....................................................................................................351 DIREITO PENAL: Direito Penal: Professor Flávio Daher ............................................................................355 Direito Penal: Professor Flávio Milhomem .................................................................... 357 Direito Penal: Professor José Carlos ..............................................................................363 Direito Penal: Professor Marcelo Ferreira ....................................................................367 Direito Penal: Professor Felipe Leal ...............................................................................370 Direito Penal: Professor Flávio Milhomem ..................................................................373 Direito Penal: Professor Bruno de Mello ......................................................................377 Direito Penal: Professor Marcelo Ferreira ....................................................................379 6 grancursosonline.com.br COLETÂNEA – VADE DICA – OAB Direito Penal: Professor Felipe Leal ...............................................................................382 Direito Penal: Professor Flávio Milhomem ..........................................................................384 Direito Penal: Professor Felipe Leal .....................................................................................387 Direito Penal: Professor Flávio Daher .................................................................................389 Direito Penal: Professor Marcelo Ferreira ..........................................................................393 Direito Penal: Professor José Carlos ....................................................................................396 Direito Penal: Professor Felipe Leal ..................................................................................... 401 Direito Penal: Professor Anderson Costa ......................................................................... 403 Direito Penal: Professor Flávio Daher ................................................................................ 405 Direito Penal: Professor José Carlos ................................................................................... 408 Direito Penal: Professor Flávio Daher ................................................................................. 412 Direito Penal: Professor Flávio Milhomem ........................................................................ 415 Direito Penal: Professor Bruno de Mello ........................................................................... 418 Direito Penal: Professor Marcelo Ferreira .......................................................................... 419 DIREITO DO TRABALHO: Direito do Trabalho: Professor Stevão Gandh ................................................................. 423 Direito do Trabalho: Professor Hugo Sousa ..........................................................................426 Direito do Trabalho: Professor José Gervásio ........................................................................430 Direito do Trabalho: Professor Hugo Sousa ..........................................................................433 Direito Penal: Professor Felipe Leal .................................................................................... 435 Direito do Trabalho: Professor Leandro Alencar ...............................................438 Direito do Trabalho: Professor José Gervásio ..........................................................................440 Direito do Trabalho: Professor Stevão Gandh ................................................................. 444 Direito do Trabalho: Professor José Gervásio ................................................................. 448 Direito do Trabalho: Professor Leandro Alencar ........................................................ 451 Direito do Trabalho: Professor José Gervásio ................................................................. 453 Direito do Trabalho: Professor Hugo Sousa ..........................................................................458 Direito do Trabalho: Professor José Gervásio ..........................................................................462 Direito do Trabalho: Professor Stevão Gandh ....................................................... 466 Direito do Trabalho: Professor José Gervásio .............................................................................469 Direito do Trabalho: Professor Leandro Alencar ........................................................474 Direito do Trabalho: Professor José Gervásio ..........................................................................477 Direito do Trabalho: Professor Hugo Sousa ...........................................................................481 grancursosonline.com.br 7 COLETÂNEA – VADE DICA – OAB Direito do Trabalho: Professor José Gervásio .............................................................................483 Direito do Trabalho: Professor Stevão Gandh ........................................................488 Direito do Trabalho: Professor José Gervásio .............................................................................490 Direito do Trabalho: Professor Leandro Alencar ................................................... 493 Direito do Trabalho: Professor José Gervásio .............................................................................497 Direito do Trabalho: Professor Hugo Sousa .............................................................................500 Direito do Trabalho: Professor Stevão Gandh ........................................................504 Direito do Trabalho: Professor Leandro Alencar ....................................................507 Direito do Trabalho: Professor Hugo Sousa .............................................................................509 Direito do Trabalho: Professor Stevão Gandh .........................................................511 Direito do Trabalho: Professor Leandro Alencar .................................................... 514 Direito do Trabalho: Professor Hugo Sousa ...........................................................................516 Direito do Trabalho: Professor Leandro Alencar ....................................................520 8 grancursosonline.com.br COLETÂNEA – VADE DICA – OAB 1ª FASE – PROJETO EXAME DE ORDEM DIREITO TRIBUTÁRIO: PROFESSOR MARCELO BORSIO Prezados alunos, vamos passar algumas dicas que vêm caindo na prova da 1ª Fase da OAB em tributário. A cada parágrafo uma dica diferente. 1. A regra da lei tributária é a lei ordinária (ler todo o artigo 97 do CTN – hipó- teses), mas há hipóteses constitucionais (ler todo o artigo 146 da CF) que são ma- térias de lei complementar. Há tributos federais que são veiculados por lei com- plementar: Imposto sobre Grandes Fortunas, Empréstimo Compulsório, Impostos Residuais, Contribuições Sociais Residuais. Decore o mnemônico: AS FORTUNAS COMPULSÓRIAS SÃO RESIDUAIS. As matérias cabentes à lei complementar não poderãoser objeto de medida provisória. Decore mais isso: as leis de regras ge- rais do ICMS e do ISS são complementares. A do ITCMD (até hoje não editada) nas hipóteses em que haja algum elemento de conexão de que possa decorrer tributação em país estrangeiro. Isso poderá ocorrer, por exemplo, quando o doador possuir domicílio ou re- sidência no exterior, os bens inventariados estiverem localizados no exterior ou o próprio inventário for realizado fora do Brasil. É também da lei complementar a lei que confere (até hoje não editada) remissão e anistia das contribuições sociais para a seguridade social. 2. Decore esse quadro para memorizar alíquotas máximas e mínimas e quem define: RESOLUÇÃO DO SENADO ALÍQUOTAS MÁXIMAS ALÍQUOTAS MÍNIMAS ITCMD – ICMS ICMS – IPVA grancursosonline.com.br 9 COLETÂNEA – VADE DICA – OAB LEI COMPLEMENTAR 116/03 ADCT DA CF ALÍQUOTA MÁXIMA ALÍQUOTA MÍNIMA ISS-QN ISS-QN 3. O princípio da anterioridade tributária guarda pertinência com o postulado da não surpresa tributária. As normas da legalidade e da anterioridade tributárias constituem cláusulas pétreas que não podem ser retiradas do ordenamento jurídi- co nem mesmo por emenda constitucional. O princípio da anterioridade tributária, consagrado na CF, não se confunde com a própria ideia de anualidade tributária. Para verificar a não surpresa no princípio da anterioridade pode ser feita assim: Anterioridade Tributária → 1º PASSO – leve para 01 de janeiro; 2º PASSO – veja quantos dias tem; 1. se tiver 91 dias – PERMANECE 01 DE JANEIRO; 2. se tiver menos de 91 dias – SOMAM-SE OS 90 DIAS e o dia seguinte é o da exigência (03 de outubro é o grande dia!!!) Tanto o aumento de alíquota quanto a redução de benefício fiscal implicam o aumento de tributo. Submetendo-se à observância do princípio da anterioridade. Ag Reg RE 564.225, setembro de 2014. O afastamento de aplicação de norma que diminuiu a base de cálculo do ICMS é aumento indireto de tributo, avocan- do-se a anterioridade. Eis as exceções ao princípio da anterioridade: A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I (E Compulsório CALA e GUE), 153, I (Imp. Importação), II (Imp. Exportação), IV (IPI) e V (IOF); e 154, II (IEG); e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I (E Compulsório CALA e GUE), 153, I (Imp. Importação), II (Imp. Exportação), IV (IPI) e V (IOF); e 154, II (IEG), nem à fixação da base de cál- culo dos impostos previstos nos arts. 155, III (IPVA), e 156, I (IPVA). 10 grancursosonline.com.br COLETÂNEA – VADE DICA – OAB PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGISIMAL PARA AS CONTRI- BUIÇÕES SOCIAIS DA SEG SOCIAL E PREVIDENCIÁRIAS → PIS, COFINS, CSLL, PIS E COFINS IMPORTAÇÃO, além das contribuições previdenciárias sobre a folha de salários e demais remunerações (INSS) → 90 DIAS (3 meses não), após a publicação da lei que instituiu ou modificou. E as demais contribuições? As CIDEs, as para as Categorias Profissionais (CRM, CRC etc) → aplica-se a elas a Anterioridade Comum (Exercício, Anual) + Noventena (surpresa) = Regra Geral. 4. Guarde isso que José Afonso da Silva ensina sobre o princípio da isonomia tributária: Não basta, pois, a regra de isonomia estabelecida no caput do art.5º. O constituinte teve consciência de sua insuficiência, tanto que estabeleceu que é vedado instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão da ocupação profis- sional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurí- dica dos rendimentos, títulos ou direitos (art. 150, II). Mas também consagrou a regra pela qual, sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte (art.145, §1º). (…) Aparentemente, as duas regras se chocam. Uma veda tratamento desigual; outra autoriza. Mas em verdade ambas se conjugam na tentativa de concretizar a jus- tiça tributária”. 5. Como corolário da isonomia tributária, tem-se o non olet, devendo haver abstração da licitude ou ilicitude da atividade exercida. O tributo deve incidir so- bre atividades lícitas e sobre as ilícitas e imorais. Non Olet – traficante paga IR, por que tem renda. Casa de prostituição paga IPTU. Outros exemplos de non olet: a) IPTU incide em imóvel considerado urbano em APA, com ocupação ilegal . b) ITBI incide para o adquirente de imóvel, mesmo que o negócio tenha sido celebrado por pessoa absolutamente incapaz. c) ICMS incide no valor da NF, independente de ter havido o pagamento do preço. grancursosonline.com.br 11 COLETÂNEA – VADE DICA – OAB d) ISS incide sobre empresa em face de terraplanagem realizada, mesmo que não qualificada para tal. e) ISS sobre casa de bingos (atividade considerada ilícita atualmente). Por enquanto é isso. Voltamos mais adiante na Regressiva 100 dias OAB 1ª Fase! Forte abraço! Marcelo Borsio Marcelo Borsio – Delegado da Polícia Federal. Possui graduação em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, é mestre e doutor em Direito Previdenciá- rio pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Pós-Doutor em Direito da Seguridade Social pela Uni- versidade Complutense de Madrid. Especialista em Di- reito Tributário pela PUC-SP. Autor de algumas obras no tema, inclusive com o Prof° Luiz Flávio Gomes, pa- lestrante pelo país, professor e coordenador de Pós- Graduação de Direito Previdenciário e da Prática Previdenciária. Coordenador Pedagógico do Projeto Exame de Ordem. 12 grancursosonline.com.br COLETÂNEA – VADE DICA – OAB DIREITO CIVIL: PROFESSORA RAQUEL BUENO 1ª DICA – o parentesco pode ser natural ou civil, conforme derive da con- sangüinidade ou de outra origem (adoção, socioafetividade ou afinidade). Ao tratar de ascendentes e descendentes, fala-se em parentesco em reta, que não tem limitação de graus e se refere ao vínculo por meio do qual uns descendem dos outros. Já na linha denominada colateral ou transversal, busca-se um tronco comum e o parentesco inicia-se no segundo grau (irmãos). Os irmãos podem ser bilaterais, também chamados de germanos, ou unilaterais. Quando unilaterais, podem ser somente por parte de pai (consangüíneos), ou somente por parte de mãe (uterinos). Noutro giro, os parentes colaterais podem ainda ser de terceiro grau (tios/ sobrinhos), ou de quarto grau (primos). Já o parentesco por afinidade se refere à relação havida entre o cônjuge/companheiro, com os parentes do outro cônjuge ou companheiro, limitando-se aos ascendentes, descendentes e irmãos do outro. Segundo o Código Civil vigente, na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou união estável (artigo 1595, §2º), justificando o ditado popular que diz que sogro e sogra são para a vida toda! 2ª DICA – Estabelece a lei do bem de família legal (Lei n. 8.009/90), em seu artigo 5º, parágrafo único, que havendo a existência de dois bens imóveis, utili- zados como residência, a impenhorabilidade do bem de família legal recairá so- bre aquele de menor valor, uma vez que a referida legislação visa a proteção do direito de moradia, e não a proteção da família, em si mesma considerada. Neste sentido, pode invocar tal benefício a pessoa solteira, separada/divorciada, viúva, nos termos da Súmula 364 do STJ. Ademais, em recente decisão, o Colendo STJ, no julgamento do Recurso Es- pecial n.: 1608415/SP, deu a melhor interpretação à norma supramencionada (in- terpretação sistemática e teleológica), conforme se depreende da ementa abaixo reproduzida: “RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. PENHORA. BEM DE FAMÍLIA. PROPRIETÁRIA DE OUTROS BENS. LEI N. 8.009/1990. IMÓVEL DE grancursosonline.com.br 13 COLETÂNEA – VADE DICA – OAB RESIDÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE CONSTRIÇÃO. 1. Na origem,os embargos à execução foram julgados improcedentes e o Tribunal estadual manteve a pe- nhora sobre o bem de família da recorrente, reconhecendo a existência de outro bem de sua propriedade de menor valor. 2. A jurisprudência deste Tribunal é firme no sentido de que a Lei n. 8.009/1990 não retira o benefício do bem de família daqueles que possuem mais de um imóvel. 3. O parágrafo único do artigo 5º da Lei n. 8.009/1990 dispõe expressamente que a impenhorabilidade recairá sobre o bem de menor valor na hipótese em que a parte possuir vários imóveis utilizados como residência, o que não ficou demonstrado nos autos. 4. Recurso especial provido. (REsp 1608415/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEI- RA TURMA, julgado em 02/08/2016, DJe 09/08/2016)” 3ª DICA – No estudo do regime de bens, deve-se destacar o polêmico re- gime da separação obrigatória de bens. As hipóteses que obrigam a incidência deste regime constam do artigo 1.641 do CC/02. Quem se casa neste regime também se submete à necessidade de outorga/vênia conjugal, nos termos do artigo 1.647 do CC/02, sendo tal outorga somente dispensada no caso do regime de separação absoluta (convencional) de bens, e no regime de participação final nos aquestos, quando houver tal liberação expressa na escritura pública de pacto antenupcial. Pois bem, no regime da separação obrigatória de bens não haverá a neces- sidade de pacto antenupcial. Além disso, tal regime pode ser afastado, mediante autorização judicial, antes ou depois de celebrado o casamento, com exceção do inciso II, que trata de pessoas maiores de setenta anos, havendo intensa polêmica nesta temática. Neste contexto, parte da doutrina (Maria Berenice Dias e Paulo Lôbo, por exemplo) entende que a obrigatoriedade do regime de separação de bens para pessoas maiores de setenta anos é inconstitucional, sendo imposição violadora da dignidade humana, além da autonomia da vontade (autonomia pri- vada), sem falar do Princípio da Intervenção Mínima nas relações familiares. Acerca desta temática, oportuna a contribuição do ex-Ministro do Excelso STF Antônio Cezar Peluso, quando ainda Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, no voto proferido acerca do tema, na Apelação Cível n. 007. 512-4/2-00 – 2ª CDPriv – de 18 de agosto de 1998: “ (…) Lei que, com o 14 grancursosonline.com.br COLETÂNEA – VADE DICA – OAB propósito racional de guardar o patrimônio dalgumas pessoas contra as fraque- zas da submissão amorosa, priva-as a todas de exercitarem a liberdade jurídica de dispor sobre seus bens e de pautarem suas ações por razões íntimas, res- sente-se de nexo de proporção entre o objetivo legítimo, que está na tutela dos casos particulares de debilidade senil, e o resultado prático exorbitante, que é, no fundo, a incapacitação da ampla classe das pessoas válidas na mesma faixa etária. Ou seja, inabilita e deprecia quase todos, por salvar uns poucos, que, aliás, têm outros meios jurídicos para se redimir dos enganos das paixões crepuscula- res. […] O alcance irracional e injusto da mesma norma vulnera ainda princípios constitucionais, até com gravidade maior, sob outro ponto de vista, que é o da mutilação da “dignidade” da pessoa humana em situação jurídica de casamento, porque, desconsiderando-lhe, de modo absoluto e sem nenhum apoio na obser- vação da realidade humana, o poder de autodeterminação, sacrifica, em nome de interesses sociais limitados e subalternos o direito fundamental do cônjuge de decidir quanto à sorte de seu patrimônio disponível, que, não ofendendo direito subjetivo alheio nem a função social da propriedade, é tema pertinente ao redu- to inviolável de sua consciência. É muito curta a razão normativa para a invasão tamanha. A lei, aqui, é modo exemplar de intrusão estatal lesiva do direito à inti- midade (right of privacy, ou , como se usa dizer, direito à privacidade), enquanto dimensão substancial da pessoa humana e objeto de tutela constitucional explí- cita (art. 5º, X, da Constituição Federal) e implícita (art. 5º, LIV).” Por fim, destaque-se que em eventual separação/divórcio, na definição da partilha, aplica-se a Súmula 377 do STF, segundo a qual: “no regime de separa- ção legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento.” Recomenda-se também a leitura dos Enunciados 125, 261 e 262 das Jornadas de Direito Civil, acerca deste assunto. 4ª DICA – É possível a responsabilidade civil decorrente de condutas lícitas? Por incrível que pareça sim, mas nas hipóteses expressamente previstas em lei. Ouso falar do nosso artigo 188 e do artigo 930 do CC/02, que estabelece ser pos- sível a responsabilidade civil decorrente de condutas lícitas, mais precisamente nas hipóteses de legítima defesa real e estado de necessidade agressivo. Quando o dano atinge o próprio causador da situação extrema de legítima defesa/estado grancursosonline.com.br 15 COLETÂNEA – VADE DICA – OAB de necessidade, restará afastado o dever de indenizar. Mas quando o exercício da legítima defesa/estado de necessidade atinge terceiros, há responsabilidade civil e o dever de indenizar, mesmo a conduta sendo lícita, resguardado o direito de regresso contra o verdadeiro causador da situação. Aqui não há espaço para a legítima defesa e estado de necessidade putativos, uma vez que, nesses casos, não resta afastado o dever de indenizar, posto que a conduta continua sendo ilícita, tratando-se de uma falsa percepção da realidade por parte do ofensor. 5ª DICA – Dentro das formas de aquisição originária da propriedade imóvel, destaca-se a acessão natural. Entre suas espécies, destaque para a aluvião (artigo 1.250 do CC/02) e avulsão (artigo 1.251 do CC/02). Tratando-se de propriedades ribeirinhas, cortadas por rios não navegáveis, a aluvião é o acréscimo paulatino de terras a uma determinada propriedade ribeirinha (aluvião própria), ou ainda o ressecamento parcial do álveo (leito do rio), aumentando uma propriedade ribeirinha (aluvião imprópria). Já a avulsão é o desprendimento notório de por- ção considerável de terra, de uma propriedade ribeirinha, em direção a outra, em virtude de eventos naturais. Neste caso, o dono da propriedade defasada pode requerer a restituição de sua porção de terra, ou a indenização equivalente, tratando-se de um caso de responsabilidade civil objetiva. De qualquer forma, o prazo decadencial para o exercício de uma das condutas acima (remoção/inde- nização) é de um ano. 6ª DICA – A guarda no Brasil divide-se essencialmente em duas possibilida- des: guarda unilateral (guarda exclusiva do pai/mãe, resguardado ao não guar- dião o direito de visitas) e guarda compartilhada, sendo esta preferencial, uma vez que atende ao maior e melhor interesse da criança/adolescente, estabelecen- do um período maior de convivência da prole com o núcleo familiar materno e paterno. Neste contexto, a guarda compartilhada pode ser requerida por ambos os pais, em ação própria, ou de forma incidental em ação de separação/divórcio ou reconhecimento de união estável. Pode também a guarda compartilhada ser concedida de ofício pelo juiz, mes- mo quando conflituosa a relação dos genitores. Todavia, importante destacar o último posicionamento do Colendo STJ, acerca desta matéria, conforme julga- do ora reproduzido: “CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. FAMÍ- 16 grancursosonline.com.br COLETÂNEA – VADE DICA – OAB LIA. GUARDA COMPARTILHADA. DISSENSO ENTRE OS PAIS. POSSIBILIDADE. 1. A guarda compartilhada deve ser buscada no exercício do poder familiar entre pais separados, mesmo que demande deles reestruturações, concessões e ade- quações diversas para que os filhos possam usufruir, durante a formação, do ideal psicológico de duplo referencial (precedente). 2. Em atenção ao melhor interesse do menor, mesmo na ausência de consenso dos pais, a guarda compartilhada deveser aplicada, cabendo ao Judiciário a imposição das atribuições de cada um. Contudo, essa regra cede quando os desentendimentos dos pais ultrapassarem o mero dissenso, podendo resvalar, em razão da imaturidade de ambos e da aten- ção aos próprios interesses antes dos do menor, em prejuízo de sua formação e saudável desenvolvimento (art. 1.586 do CC/2002). 3. Tratando o direito de família de aspectos que envolvem sentimentos profundos e muitas vezes desarmonio- sos, deve-se cuidar da aplicação das teses ao caso concreto, pois não pode haver solução estanque já que as questões demandam flexibilidade e adequação à hi- pótese concreta apresentada para solução judicial. 4. Recurso especial conhecido e desprovido. (REsp 1417868/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 10/05/2016, DJe 10/06/2016)” 7ª DICA – o que fazer quando um imóvel está encravado, sem acesso à via pública? Para responder esta questão, entra em cena o direito de vizinhança one- roso denominado passagem forçada. Por meio dela o sujeito encravado (situação de encravamento natural e absoluto), pode compelir qualquer de seus vizinhos a lhe ceder passagem, mediante indenização, tratando-se de verdadeira desapro- priação parcial de interesse particular. Tal instituto é contemplado no Código Civil, no artigo 1.285. (ver também Enunciado 88 da I Jornada de Direito Civil). Mas atenção! Não confundir o direito de passagem forçada com o direito real de servidão de passagem, posto que este é direito real sobre coisa alheia, inci- dente apenas sobre bens imóveis de titulares diferentes, denominados de imóvel serviente e dominante, sendo que o titular do primeiro sofre restrições em bene- fício do segundo, de forma voluntária, a título gratuito ou oneroso. Sobre a po- lêmica da distinção, segue julgado do Colendo STJ: “RECURSO ESPECIAL. AÇÃO POSSESSÓRIA. INTERDITO PROIBITÓRIO. PASSAGEM FORÇADA. SERVIDÃO DE PASSAGEM. DISTINÇÕES E SEMELHANÇAS. NÃO CARACTERIZAÇÃO NO CASO. grancursosonline.com.br 17 COLETÂNEA – VADE DICA – OAB SERVIDÃO NÃO SE PRESUME E DEVE SER INTERPRETADA RESTRITIVAMENTE. 1. Apesar de apresentarem naturezas jurídicas distintas, tanto a passagem forçada, regulada pelos direitos de vizinhança, quanto a servidão de passagem, direito real, originam-se em razão da necessidade/utilidade de trânsito, de acesso. 2. Não identificada, no caso dos autos, hipótese de passagem forçada ou servidão de passagem, inviável a proteção possessória pleiteada com base no alegado direito. 3. A servidão, por constituir forma de limitação do direito de propriedade, não se presume, devendo ser interpretada restritivamente. 4. Recurso especial provido. (REsp 316.045/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEI- RA TURMA, julgado em 23/10/2012, DJe 29/10/2012)”. 8ª DICA – O usufruto é um direito real sobre coisa alheia de uso e fruição, que cria a coexistência de, no mínimo, dois sujeitos: o nu proprietário (titular de uma propriedade transitoriamente limitada, e possuidor indireto da coisa) e o usu- frutuário (no qual se concentra as prerrogativas de domínio de uso e fruição da coisa, além da posse direta). Regra geral, o usufruto recai sobre bens infungíveis, mas pode também recair sobre bens fungíveis, quando é chamado de usufruto impróprio ou quase usufruto. Tal direito pode decorrer da lei ou da vontade das partes, podendo também ser instituído a título gratuito ou oneroso. Outro ponto relevante é que o direito real de usufruto não pode ser cedido/transferido, nem a título gratuito, nem oneroso, nem por ato inter vivos/causa mortis, devido ao seu caráter personalíssimo. Mas seu exercício pode ser cedido (artigo 1.393 do CC/02). Além disso, o Brasil não admite o usufruto sucessivo, mas admite o usufruto simultâneo (que contempla duas ou mais pessoas as mesmo tempo). No caso de usufruto simultâneo, caso uma das pessoas venha a falecer, sua quota parte retorna ao nu proprietário, só podendo se falar em direito de acrescer do usu- frutuário remanescente caso haja previsão expressa neste sentido (artigo 1.411 do CC/02). 9ª DICA – Dentre as excludentes da responsabilidade civil, destacam-se o caso fortuito e a força maior, contempladas no Código Civil, em seu artigo 393 (ver também Enunciado 443 da V Jornada de Direito Civil). Conceitua-se o caso fortuito e a força maior dentro de uma perspectiva de situação inevitável e/ou 18 grancursosonline.com.br COLETÂNEA – VADE DICA – OAB imprevisível. Todavia, no estudo do caso fortuito, a doutrina diferencia o fortuito interno do fortuito externo, sendo que, somente este último tem o condão de quebrar o nexo causal, excluindo a responsabilidade civil (ver Súmula 479 do Co- lendo STJ). Sobre o tema, oportuna a contribuição de Nelson Rosenvald, Cristiano Chaves de Farias e Felipe Peixoto Braga Netto, ao afirmarem: “(…) Essa distinção entre for- tuito interno e externo foi introduzida no direito brasileiro por Agostinho Alvim, sendo o fortuito interno aquele que se relaciona com a pessoa do devedor ou da empresa e com a organização que eles imprimam ao negócio. Em contraparti- da, o fortuito externo, também conhecido como força maior, é um fato que não guarda conexão com estas pessoas, tratando-se de um acontecimento externo a elas.” (in Curso de Direito Civil: Responsabilidade Civil, volume 03, 2ª edição, São Paulo: Atlas, 2015, p. 383). 10ª DICA – O Brasil admite testamento na modalidade oral? Excepcional- mente sim! Fala-se em modalidade de testamento especial militar NUNCUPATIVO (artigo 1.896 do CC/02), que se refere aos sujeitos do artigo 1.893 do CC/02, em- penhados em combate ou feridos, que poderão, em virtude da excepcionalidade desta situação, manifestar sua última vontade perante duas testemunhas. Não confundir com o casamento nuncupativo, que exige a presença de seis testemu- nhas (artigo 1.540 e 1.541 do CC/02). Raquel Bueno – Formada em Direito pela Universida- de Católica de Brasília, Especialista em Direito Civil e Processo Civil pela Universidade Cândido Mendes-RJ, Mestranda em Direito na Universidade Católica de Bra- sília, professora de Direito Civil da graduação da Uni- versidade Católica de Brasília e IESB, da pós graduação em Direito Civil da UniEvangélica de Anápolis-GO e professora de Direito Civil e Processo Civil do Gran Cursos Online. Advogada. grancursosonline.com.br 19 COLETÂNEA – VADE DICA – OAB DIREITO PENAL: PROFESSOR FLÁVIO DAHER Prezados(as) examinandos(as), na dica de hoje vamos abordar as diferenças entre omissão própria e omissão imprópria, além das caractéristicas de crimes omissivo e comissivo. Vejamos: Diferenças entre Omissão Própria e Omissão Imprópria Os crimes podem ser praticados por ação ou omissão: AÇÃO (CRIME COMISSIVO): Está descrito em tipos proibitivos, isto é, tipos através dos quais o direito penal protege bens jurídicos proibindo algumas con- dutas. O agente pratica o crime desobedecendo a proibição. OMISSÃO (CRIME OMISSIVO): o crime omissivo está previsto em tipos man- damentais, através dos quais o direito penal protege bens jurídicos determinando a realização de condutas. O agente deixa de agir como determinado pela norma. • A norma mandamental pode decorrer: a- DO PRÓPRIO TIPO PENAL: são tipos penais que tem a expressão “deixar de” – CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS. Ex: artigos 135 e 269 do CP. b- DE UMA CLÁUSULA GERAL: (art.13, § 2º, CP). CRIMES OMISSIVOS IMPRÓ- PRIOS OU COMISSIVOS POR OMISSÃO. 2º – A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: 1. a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 2. b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 3. c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resul- tado. 20 grancursosonline.com.br COLETÂNEA –VADE DICA – OAB CRIME OMISSIVO PRÓPRIO CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO 1-Dever genérico de agir; (recai sobre todos). 1- Dever específico de evitar o resultado (dever específico – recai sobre pessoa especial: o garantidor) 2- Existe subsunção DIRETA – FATO / NORMA. O dever de agir deriva da própria norma fundamental. A omissão está descrita no tipo penal incrimi- nador. 2- Existe subsunção INDIRETA. O dever de agir deriva de cláusula geral. O art.13, §2º, CP. A sua omissão não está escrita no tipo. Como tinha dever de evitar, vai responder como se tivesse praticado por tipo COMISSIVO. 3- Não admite tentativa. 3- Admite tentativa. No crime omissivo impróprio vai responder como se tivesse provocado o resultado. 4- Natureza Jurídica: Ausência de ação esperada. 4- Natureza Jurídica: uma realidade onde falta a causalidade. O agente responde penalmente porque não evita resultado que estava obrigado evitar. (NEXO NOR- MATIVO – NEXO DE EVITAÇÃO) Flávio Daher – Delegado de Polícia Federal no DF. Mestre em Direito Constitucional pela UNIFRAN-SP. Doutorando em Direito Penal pela UNICEUB. Professor de Cursos Preparatórios. Autor de Obras com o Profes- sor Luiz Flávio Gomes. grancursosonline.com.br 21 COLETÂNEA – VADE DICA – OAB ÉTICA/ESTATUTO DA OAB: PROFESSORA DANIELA MENEZES 5 em 1: Ética Profissional Analisando os assuntos mais cobrados na disciplina de Ética Profissional, iden- tificamos temas fundamentais para o seu estudo com a leitura do Estatuto da Advocacia e da OAB, do Regulamento Geral e do Código de Ética. Lembrando à vocês que o Novo Código de Ética será cobrado no XXI Exame de Ordem, por isso, temos que começar a estudar as novas alterações, ok? A título de curiosidade, o novo Código de Ética estabeleceu novas regras so- bre publicidade na internet e telefonia, questões sobre os honorários, o exercício da advocacia pública, o tratamento com os clientes, o sigilo profissional e os pro- cedimentos para o julgamento das infrações disciplinares. Os princípios basilares da publicidade são: o caráter informativo, a discrição e sobriedade, não configurando a captação de clientela ou mercantilização da pro- fissão, sendo vedado a publicidade em rádio, cinema, televisão, veículos e redes sociais. São admissíveis: a circulação de boletins, por meio físico ou eletrônico, sobre matéria cultural, envio de mensagens, por meios eletrônicos, desde que a desti- natários certos, sem o oferecimento de serviços ou captação de clientela. O novo Código de Ética teve a preocupação com os advogados públicos na execução das atividades profissionais, visando à busca pela solução ou redução de litígios. A advocacia pro bono é a prestação gratuita, eventual e voluntária da presta- ção de serviços jurídicos à instituições sociais sem fins econômicos, sempre que os beneficiários não dispuserem de recursos para a contratação de profissional. Com relação a instauração do processo disciplinar, o Novo Código de Ética manteve os padrões do antigo código, com a ressalva de que a denúncia anôni- ma não é considerada fonte inidônea. Assim, o processo disciplinar continua ocorrendo em função do conhecimen- to do fato, quando obtido por meio de fonte idônea ou em virtude de comuni- 22 grancursosonline.com.br COLETÂNEA – VADE DICA – OAB cação da autoridade competente. A representação será formulada ao Presidente do Conselho Seccional ou ao Presidente da Subseção, por escrito ou verbalmente e, neste caso, será reduzida a termo. • Os temais mais cobrados pela FGV são: • Sociedade de advogados • Inscrição • Direito dos advogados • Honorários Advocatícios • Infrações e Sanções Disciplinares • Conselho Seccional • Conselho Federal • Impedimentos e Incompatibilidades • Processo disciplinar • Estágio Profissional • Instrumento de mandato • Publicidade • Sigilo Profissional • Relações com o cliente Dentre os assuntos mais cobrados, vamos revisar sobre os poderes dos advo- gados – substabelecimento? O substabelecimento é o compartilhamento de poderes entre advogados ou a transferência de poderes de um advogado para outro. A diferença entre com- partilhar ou transferir está no tipo de substabelecimento, podendo ser com reser- vas ou sem reservas de poderes. O substabelecimento, sem reservas, precisa do consentimento do cliente, devido a retirada do advogado do processo. Melhor dizendo, o substabelecimento sem reservas, é a transferência total de poderes do advogado para outro, retirando-se totalmente da atuação no processo. Já o substabelecimento com reservas ocorre quando o advogado compartilha os poderes com outro advogado, sendo dispensado o consentimento do cliente, pois trata-se de ato privativo do advogado, podendo inclusive, substabelecer a grancursosonline.com.br 23 COLETÂNEA – VADE DICA – OAB estagiários. Lembre-se que o instrumento de procuração e o substabelecimento são do- cumentos escritos e essenciais para o exercício do advogado na via judicial e extrajudicial. Procuração Substabelecimento Cliente à Advogado Advogado à Advogado Tipo: com reservas ou sem reservas sem reservas: é obrigatório o consentimento do cliente / outorgante. Aguardo vocês no próximo encontro! Bons estudos, Professora Daniela Menezes. Daniela Menezes – Advogada. Mestranda em Políti- cas Públicas pelo Uniceub, Professora Substituta do Uniceub, Advogada, Formação e Capacitação de Juíza Arbitral do Brasil, Europa e Mercosul. 24 grancursosonline.com.br COLETÂNEA – VADE DICA – OAB DIREITO CIVIL: PROFESSOR EDUARDO GALANTE Olá pessoal. Tudo bem? Fortalecidos para a caminhada da aprovação no Exa- me de Ordem? Bem… Sou o Professor Eduardo Galante e estou aqui para trazer algumas dicas para a 1ª fase do Exame de Ordem sobre a disciplina Direito Pro- cessual Civil. Mas antes mesmo de iniciarmos, gostaria de deixar uma mensagem cujo con- teúdo representa o que deve ser a nossa caminhada para aprovação: “Espalhem, transmitam o positivismo, sonhem, acreditem no otimismo, procurem, busquem a conquista, examinem-se, achem o real valor da vida! Reflitam sobre suas ações. Amem intensamente, respeitem opiniões, neutralizem o negativismo, sejam alma, mente e coração, mas com os pés cravados ao chão, auto avaliem-se… e vivam!”. É com essa concepção que temos que nos preparar para o Exame. A dedica- ção de vocês, as muitas horas de estudo, a confiança nesse projeto de vida, tudo isso em breve terá como resultado a aprovação de todos. Podem ter certeza: os nomes de vocês estarão na lista de aprovados da primeira fase do Exame de Ordem. Da parte do nosso projeto não faltará dedicação e nem instrumentos didático-pedagógicos para que você estabeleça metas e estratégias máximas. Uma boa maneira de iniciarmos essa preparação é utilizarmos a técnica de estudo que preconiza a aprendizagem por meio de sínteses (resumos ou dicas). Com o intuito de contribuir decisivamente com o seu sucesso o GRANCUR- SOS oferece excelentes cursos que os ajudarão em todas as fases do Exame. Como forma de demonstrar o meu comprometimento com vocês, em espe- cial com os seus estudos, apresento hoje uma série de dicas de Direito Processual Civil elaborada com base em pontos recorrentes e importantes da disciplina. Va- mos lá. 1ª) Pode-se conceituar a jurisdição como: Função do Estado, pela qual ele, no intuito de solucionar os conflitos de interesse em caráter coativo, aplica a lei geral e abstrata aos casos concretos que lhe são submetidos. grancursosonline.com.br 25 COLETÂNEA – VADE DICA – OAB 2ª) A competência é, conforme definição clássica, a medida da jurisdição. Ela quantificará a parcela de exercício de jurisdição atribuída a determinado órgão, em relação às pessoas, à matéria ou ao território. 3ª) As sentenças estrangeiras são, portanto, emanações de um poder sobe-rano externo. O mecanismo pelo qual a autoridade brasileira outorga eficácia à sentença estrangeira, fazendo com que ela possa ser executada no Brasil, deno- mina-se HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA, que hoje é da compe- tência do Superior Tribunal de Justiça. 4ª) A Constituição Federal, ao formular a estrutura do Judiciário, estabelece a distinção entre a justiça comum e as especiais: a trabalhista, tratada no art. 111; a eleitoral, nos arts. 118 e ss.; e a militar, no art. 122. A Justiça do Trabalho é compos- ta pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), pelos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e pelos juízes do trabalho. A eleitoral, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os Tribunais Regionais Eleitorais, os Juízes Eleitorais e as Juntas Eleitorais. A militar é dividida em Justiça Militar da União e dos Estados: a da União é composta pelo Superior Tribunal Militar e os Conselhos de Justiça, Especial e Permanente, nas sedes das Auditorias Militares; a dos Estados, Distrito Federal e Territórios, pelo Tribunal de Justiça ou Tribunal de Justiça Militar, nos Estados em que o efetivo for igual ou superior a 20.000 integrantes, e pelos juízes auditores e pelos Conselhos de Justiça, com sede nas Auditorias Militares. A competência das justiças especiais é apurada de acordo com a matéria discutida (ratione materiae). A das justiças comuns é supletiva: abrange todas as causas que não forem de competência das especiais. 5ª) A justiça comum pode ser federal ou estadual. A competência da primeira é dada ratione personae, pela participação, no processo, como parte ou inter- veniente, das pessoas jurídicas de direito público federais e empresas públicas federais (art. 109, I, da CF) ou ratione materiae, já que o art. 109 enumera temas pertinentes às justiças federais. É composta por juízes e Tribunais Regionais Fede- rais. O que não for de competência das justiças especiais, nem da Justiça Federal, será atribuído, supletivamente, à Justiça Estadual. Cabe-lhe o julgamento de to- das as causas que não pertencerem a uma e outras. 26 grancursosonline.com.br COLETÂNEA – VADE DICA – OAB 6ª) Cabe aos Estados organizar sua respectiva justiça, respeitados os dispositi- vos da CF: em cada qual haverá os juízos e tribunais estaduais, cuja competência é dada em conformidade com as Constituições Estaduais e leis de organização judiciária. Tanto a Justiça Federal quanto a estadual terão ainda os seus respecti- vos juizados especiais e colégios recursais. 7ª) Em posição de destaque acima dos órgãos de primeiro e segundo graus de jurisdição, tanto estaduais como federais, há o Superior Tribunal de Justiça, criado pela CF de 1988 (arts. 104 e ss.), cuja função precípua é resguardar a lei federal infraconstitucional. E, sobre todos, o Supremo Tribunal Federal, guardião máximo da Constituição Federal, cuja competência é estabelecida no seu art. 102. 8ª) REGRAS GERAIS PARA A APURAÇÃO DE COMPETÊNCIA: Neste item, for- mularemos algumas regras que devem ser observadas por aquele que deseja apurar onde determinada demanda deve ser proposta. São seis os passos, su- geridos por Nelson Nery Junior: I) Se a ação pode ou não ser proposta perante a justiça brasileira, o que exige consulta aos arts. 21 a 23 do CPC; II) Sendo da justiça brasileira, se não se trata de competência originária do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, o que exige consulta aos arts. 102, I, e l05, I, da Constituição Federal; III) Se a competência não é de alguma das justiças especiais, conforme arts. 114, 121 e 124 da Constituição Federal; IV) Não sendo de competência das justiças especiais, verificar se a competência é da justiça comum federal ou estadual, lembrando que será da primeira nas hipóteses do art. 109 da CF; V) Qual o foro competente, o que exige consulta ao CPC ou a lei federal especial; VI) Qual o juízo competente, nos termos das normas estaduais de orga- nização judiciária. 9ª) TIPO DE TUTELA COGNITIVA: CONDENATÓRIA, CONSTITUTIVA E DECLA- RATÓRIA: Dentre as ações de conhecimento, é possível identificar três tipos fun- damentais: a condenatória, a constitutiva e a declaratória, conforme o tipo de tutela postulada. Nas três, pede-se sempre uma sentença: as declaratórias são mais simples que as demais, porque nelas o juiz se limita a declarar a existência ou inexistência de uma relação jurídica. O que se pretende obter é uma certeza jurídica sobre algo que, até então, era fonte de dúvidas, incertezas ou insegu- grancursosonline.com.br 27 COLETÂNEA – VADE DICA – OAB rança. A sentença declaratória não impõe obrigações’ aos litigantes, por isso não constitui título executivo, mas torna certa uma situação jurídica que, embora já existisse, não era reconhecida. Por exemplo: quando houver dúvida a respeito da paternidade de alguém que queira saná-la, bastará que ajuíze ação declaratória, na qual o juiz decidirá se, afinal, o autor é ou não filho do réu. Já a tutela consti- tutiva é aquela cuja finalidade é modificar, constituindo ou desconstituindo, uma relação jurídica. Um exemplo é o das ações de separação judicial ou divórcio, que objetivam desconstituir a sociedade conjugal ou o casamento, respectiva- mente. Tal como as ações declaratórias, as constitutivas não visam a formação de um título executivo. Por seu intermédio, o que se busca é a modificação de uma situação jurídica indesejada. As ações constitutivas podem ser positivas ou negativas. As primeiras são as que criam relações jurídicas até então inexistentes; as segundas as que as desconstituem. O que caracteriza a sentença constitutiva é a criação de um estado jurídico distinto do anterior. Por fim, a ação condenató- ria é aquela que visa a formação de um título executivo judicial, que atribuirá ao autor a possibilidade de valer-se da via executiva, tornando realidade aquilo que lhe foi reconhecido. Sua finalidade é compelir alguém ao cumprimento de uma obrigação inadimplida. A ação condenatória tem por objetivo não a satisfação imediata e plena do direito postulado, mas a formação de título que permita apli- car a sanção executiva. 10ª) PROCESSO E PROCEDIMENTO: Enquanto o processo engloba todo o conjunto de atos que se alonga no tempo, estabelecendo uma relação dura- doura entre os personagens da relação processual, o procedimento consiste na forma pela qual a lei determina que tais atos sejam encadeados. 11ª) NULIDADES: No processo civil, também são admitidas as nulidades abso- lutas e relativas, mas o tratamento dado é diferente do que se dá no direito civil, pois ambas se sanam, se tomadas as providências necessárias para isso. Todas as nulidades processuais, em princípio, podem ser sanadas, porque o processo não é um fim em si, mas meio para se alcançar a proteção aos direitos materiais. As nulidades absolutas são as que decorrem de vícios relacionados com a estrutura do processo e da relação processual. As que não dizem respeito a esses aspectos são relativas. 28 grancursosonline.com.br COLETÂNEA – VADE DICA – OAB 12ª) CAPACIDADE DE SER PARTE: É a aptidão de ser parte em um processo, de figurar na condição de autor ou réu. Como o processo é um instrumento que visa tornar efetivos os direitos, todos os titulares de direitos na ordem civil terão ca- pacidade de ser parte (portanto, todas as pessoas, físicas e jurídicas). Mas o CPC vai além, estendendo a capacidade de ser parte a alguns entes despersonaliza- dos, que não são pessoas, porque há certas circunstâncias em que eles podem ter necessidade de comparecer em juízo, como a massa falida, o condomínio, a herança jacente ou vacante, o espólio e o nascituro. Mas só excepcionalmente, quando houver previsão legal, os entes despersonalizados terão capacidade de ser parte. O processo não poderá ter desenvolvimento válido e regular se nele figurar alguém que não a tenha. 13ª) PRESSUPOSTOS PROCESSUAISNEGATIVOS: Para que o processo pos- sa ser válido, é indispensável que determinadas circunstâncias estejam ausentes. Entre elas, a coisa julgada, a litispendência, a perempção e o compromisso de arbitragem. A presença de qualquer delas implicará a extinção do processo sem resolução de mérito. Vale lembrar que a perempção é a perda do direito de ação como consequência de, por três vezes anteriores, o autor ter dada causa à extin- ção do processo, sem resolução de mérito, por abandono. 14ª) CAPACIDADE DE SER PARTE: Todas as pessoas, sem exceção, têm capa- cidade de ser parte, porque são titulares de direitos e obrigações na ordem civil. A regra abrange as pessoas naturais ou físicas e as jurídicas, de direito público ou privado. O art. 75 do CPC trata da representação das pessoas jurídicas e dos entes despersonalizados, que têm capacidade de ser parte. A lei processual es- tende a capacidade de ser parte a alguns entes despersonalizados, por entender conveniente para a postulação ou defesa de determinados interesses em juízo. Conquanto eles não tenham personalidade civil, têm, ao menos, personalidade processual. Entre outros exemplos, podem ser citados: a) Massa falida; b) Espólio; 1. c) Herança jacente e vacante; d) Condomínio; e) Sociedade sem persona- lidade jurídica; f ) Nascituro: é aquele que, conquanto já concebido, ainda não nasceu. grancursosonline.com.br 29 COLETÂNEA – VADE DICA – OAB 15ª) DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES: A sucessão das partes ou de seus procuradores, que pode ocorrer por ato Inter vivos ou mortis causa, vem regulada nos arts. 108 a 112 do CPC. Os arts. 109 e 110 tratam da su- cessão de partes, o primeiro por ato inter vivos e o segundo em caso de morte. Os arts. 111 e 112 tratam da alteração de procurador, seja por vontade da parte, seja por vontade do próprio advogado. A sucessão por ato inter vivos ocorrerá nas hipóteses de alienação de coisa litigiosa, que, por sua importância, será estu- dada em item próprio. 16ª) LITISCONSÓRCIO: O litisconsórcio é a pluralidade de partes no polo ati- vo, no passivo, ou em ambos, do mesmo processo. Daí falar-se, respectivamente, em litisconsórcio ativo, passivo e misto (ou bilateral). Haverá um único processo com mais de um autor ou de um réu. Trata-se de fenômeno bastante comum no processo civil, que ocorre talvez na maior parte dos processos. Litisconsórcio ne- cessário É aquele cuja formação é obrigatória. O processo não pode prosseguir e o juiz não pode julgar validamente, se não estiverem presentes todos os litiscon- sortes necessários. São duas as razões para que exista. A primeira é a existência de lei impondo a sua formação. 17ª) LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO, UNITÁRIO, SIMPLES: Litisconsórcio facul- tativo é aquele cuja formação é opcional: no momento da propositura da deman- da, o autor tinha a opção entre formá-lo ou não. Litisconsórcio unitário é aquele em que a sentença forçosamente há de ser a mesma para todos os litisconsortes, sendo juridicamente impossível que venha a ser diferente. Só existe quando, no processo, discute-se uma relação jurídica una e incindível, como o contrato e o casamento, que não pode desconstituir-se para um dos participantes, e não para outro. Litisconsórcio simples é aquele em que existe a possibilidade de a sentença ser diferente para os litisconsortes. Quando o litisconsórcio é facultativo, a sua formação depende da vontade do autor ou autores. Quando o litisconsórcio é necessário, não há opção do autor entre formá-lo ou não: o autor deverá incluir todos no polo ativo ou passivo. É possível que os litisconsortes, ativos ou passi- vos, constituam o mesmo procurador, ou procuradores diferentes. No segundo caso, terão todos os prazos processuais para se-manifestar nos autos em dobro, por força do art. 229 do CPC, desde que não integrantes do mesmo escritório e que o processo não seja eletrônico, pois nesses casos o prazo será simples. 30 grancursosonline.com.br COLETÂNEA – VADE DICA – OAB 18ª) INTERVENÇÃO DE TERCEIROS: O Código de Processo Civil trata de nume- rosas hipóteses de terceiros que podem ingressar no processo em andamento. A intervenção implicará que aquele que não figurava até então no processo passe a figurar. Só há intervenção de terceiros se o terceiro ingressa em processo em andamento. A denunciação da lide e o chamamento ao processo só cabem em processo de conhecimento, porque a sua finalidade é constituir, no mesmo proces- so, título executivo contra o terceiro, seja ele alguém em relação à qual uma das partes tenha direito de regresso, como na denunciação, seja o afiançado ou os de- vedores solidários, no chamamento. As demais espécies de intervenção cabem em qualquer tipo de processo, inclusive no de execução. DAS DIVERSAS FORMAS DE INTERVENÇÃO: Assistência: A assistência é forma típica de intervenção de terceiros, porque pressupõe o ingresso no processo de alguém que até então não figurava. Denunciação da lide: É forma de intervenção de terceiros, que pode ser provocada tanto pelo autor quanto pelo réu, diversamente do chamamento ao processo, que só pode ser requerido pelo réu. Tem natureza jurídica de ação, mas não implica a formação de um processo autônomo. Chamamento ao processo: É forma de inter- venção de terceiros por meio da qual o réu fiador ou devedor solidário, originaria- mente demandado, trará para compor o polo passivo, em litisconsórcio com ele, o afiançado ou os demais devedores solidários. Do incidente de desconsideração da personalidade jurídica: autoriza o juiz a estender, em determinadas situações, a responsabilidade patrimonial pelos débitos da empresa aos sócios, sem que haja a dissolução ou desconstituição da personalidade jurídica. O amicus curiae é o tercei- ro que, conquanto não tenha interesse jurídico próprio, que possa ser atingido pelo desfecho da demanda em andamento, como tem o assistente simples, representa um interesse institucional, que convém seja manifestado no processo para que, eventualmente, possa ser considerado quando do julgamento. 19ª) MP E PROCESSO CIVIL: a intervenção do Ministério Público no processo civil, regulamentada pelos arts. 177 a 181 do CPC. Os arts. 177 e 178 mostram que ele pode atuar em um processo em duas qualidades: como parte ou fiscal da ordem jurídica. Cada uma delas será examinada nos itens seguintes. COMO PARTE: O membro do Ministério Público tem capacidade postulatória e pode propor ações no âmbito de grancursosonline.com.br 31 COLETÂNEA – VADE DICA – OAB suas atribuições. O art. 129, III, da CF autoriza o Parquet a “promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos”. COMO FISCAL: A outra qualidade em que o Ministério Público pode intervir no Processo Civil é a de fiscal da ordem jurídica. O art. 178 do CPC enumera em três incisos um rol apenas exemplificativo, quais são as hipóteses: Quando houver interesse público ou social; Quando houver interesse de in- capazes; Nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural e urbana. 20ª) O CPC dá excepcional importância à SOLUÇÃO CONSENSUAL DOS CONFLITOS. Dentre outras, há duas providências determinadas pelo legislador, que visam diretamente facilitar e favorecer a autocomposição. A primeira delas é a instituição de uma audiência de tentativa de conciliação já no início do pro- cedimento comum, antes que o réu tenha oportunidade de oferecer resposta. A segunda é a inclusão de mediadores e conciliadores como auxiliares da justiça. Determina o art. 165, caput, do CPC que os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, a quem competirão duas tarefas essenciais: a de realizar as sessões e audiências de conciliação e mediação; e a de desenvolver programas destinados a auxiliar, orientar e estimulara autocomposição. O art. 165, §§ 2º e 3º, esclarece a atuação do conciliador e do mediador. O primeiro atua preferencialmente em casos em que não houver vínculo anterior entre as partes; e o segundo, quando houver esse vínculo. É ele que determinará a atuação de mediador ou de conciliador. 21ª) PRINCÍPIOS DA CONCILIAÇÃO, CONCILIADOR E MEDIADOR: são princí- pios fundamentais que regem a atuação de conciliadores e mediadores judiciais: confidencialidade, decisão informada, competência, imparcialidade, independên- cia e autonomia, respeito à ordem pública e às leis vigentes, empoderamento e validação. I – Confidencialidade- dever de manter sigilo sobre todas as informações ob- tidas na sessão, salvo autorização expressa das partes, violação à ordem pública ou às leis vigentes, não podendo ser testemunha do caso, nem atuar como ad- vogado dos envolvidos, em qualquer hipótese; II – Decisão informada – dever de manter o jurisdicionado plenamente infor- mado quanto aos seus direitos e ao contexto fático no qual está inserido; 32 grancursosonline.com.br COLETÂNEA – VADE DICA – OAB III – Competência – dever de possuir qualificação que o habilite à atuação judicial, com capacitação na forma desta Resolução, observada a reciclagem pe- riódica obrigatória para formação continuada; IV – Imparcialidade – dever de agir com ausência de favoritismo, preferência ou preconceito, assegurando que valores e conceitos pessoais não interfiram no resultado do trabalho, compreendendo a realidade dos envolvidos no conflito e jamais aceitando qualquer espécie de favor ou presente; V – Independência e autonomia- dever de atuar com liberdade, sem sofrer qualquer pressão interna ou externa, sendo permitido recusar, suspender ou in- terromper a sessão se ausentes as condições necessárias para seu bom desenvol- vimento, tampouco havendo dever de redigir acordo ilegal ou inexequível; VI – Respeito à ordem pública e às leis vigentes – dever de velar para que eventual acordo entre os envolvidos não viole a ordem pública, nem contrarie as leis vigentes; VII – Empoderamento – dever de estimular os interessados a aprenderem a melhor resolverem seus conflitos futuros em função da experiência de justiça vi- venciada na autocomposição; VIII – Validação- dever de estimular os interessados perceberem-se recipro- camente como serem humanos merecedores de atenção e respeito”. O art. 167 do CPC cuida de recrutamento de conciliadores e mediadores. Não se exige que sejam advogados, nem que tenham bacharelado em direito. Caso o conciliador ou mediador seja advogado, ele e a sociedade de advogados a que pertence (Enunciado 60 da ENFAM) ficarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem as suas funções. O art. 168 faculta às partes, de comum acordo, escolher o conciliador ou o mediador. O art. 169 estabelece que o conci- liador e o mediador fazem jus à remuneração, conforme tabela fixada pelos tribu- nais, observados os parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça. O art. 174 prevê que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criem câmaras de mediação e conciliação para a solução consensual de conflitos no âmbito administrativo. Bem pessoal… Acredito que com essas dicas vocês terão condições de fomen- tar os seus estudos para enfrentar a 1ª fase do Exame de Ordem. ESTUDAR E TRANSFORMAR! grancursosonline.com.br 33 COLETÂNEA – VADE DICA – OAB OBRAS CONSULTADAS PARA ELABORAÇÃO DO PRESENTE RESUMO: • Novo Código de Processo Civil Comentado, José Miguel Garcia Medina, 2015. • Novo Código de Processo Civil Anotado, ESA/OAB-RS, 2015. • Novo Código de Processo Civil Anotado, Cassio Scarpinella Bueno, 2015. • Novo Código de Processo Civil Comparado, Elpídio Donizete, 2015. • Novo Código de Processo Civil anotado e Comparado para Concursos, Si- mone D. Figueiredo, 2015. Eduardo Galante – Mestre em Direito pela Universi- dade São Carlos, mestrando em Educação pela Univer- sidade da Cidade de São Paulo – UNICID, especialista em Direito Civil, Direito Processual Civil, Direito Consti- tucional, Direito Administrativo e em Direito Penal pela Faculdade Processus. Graduado em Direito e em Se- cretariado. Professor de cursos de pós-graduação e de graduação em faculdades de Brasília, tendo ministrado disciplinas, como: Direito Civil, Direito Processual Civil, entre outras. Ministra cursos preparatórios para concursos públicos e para o Exa- me da Ordem. É professor em cursos de extensão e de atualização na área jurí- dica. Palestrante, instrutor e consultor para certames públicos. Servidor Público há 25 anos. 34 grancursosonline.com.br COLETÂNEA – VADE DICA – OAB DIREITO ADMINISTRATIVO: PROFESSOR GUSTAVO SCATOLINO Caros examinandos e examinandas, Daremos continuidade a Regressiva “100 dias para a OAB” com dicas impor- tantes para o estudo do Direito Administrativo: SEGURANÇA JURÍCIA, CONTRADITÓRIO, AMPLA DEFESA E REGISTRO DE APOSENTADORIA PERANTE O TRIBUNAL E CONTAS O princípio visa a dar maior estabilidade às relações jurídicas, mesmo àquelas que a princípio apresentam ilegalidade. Como a sociedade prefere a segurança das relações jurídicas, ao invés da sua instabilidade, houve a fixação do prazo decadencial de 5 anos, salvo comprovada má-fé, para a Administração anular seus atos, conforme prevê o art. 54, da Lei n. 9.784/99. Dessa forma, após 5 anos da edição de um ato administrativo, mesmo havendo ilegalidade nesse ato, não há mais, salvo comprovada má-fé, possibili- dade de a Administração corrigir esse ato através da anulação. Segundo Almiro Couto e Silva, à medida que o tempo vai passando, eventuais dú- vidas sobre a legalidade do ato administrativo vão, gradativamente, perdendo relevo diante da crescente e sempre mais robustecida confiança na sua legalidade.1 Questão que merece análise detalhada se refere ao prazo para registro de aposentadoria perante o TCU. Conforme a súmula vinculante n. 3, do STF, “nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão”. 1 SILVA, Almiro e Couto. O princípio da segurança jurídica (proteção à confiança) no Direito Público Brasileiro e do direito da Administração Pública de anular seus próprios atos administrativos: o prazo decadencial do art. 54 da Lei do Processo Administrativo da União (Lei n. 9.784/99). In: Revista Brasileiro de Direito Público – RBDP, Belo Horizonte, ano 2, n. 6, p. 48-49, jul./set., 2004. grancursosonline.com.br 35 COLETÂNEA – VADE DICA – OAB De acordo com essa súmula, na análise pelo TCU de processos que ele deva fazer o registro se for resultar em determinação de anulação ou revogação, pri- meiro deve se conferir ao interessado a oportunidade para o exercício do con- traditório e ampla defesa, antes da referida anulação ou revogação. Entretanto, a súmula faz exceção ao registro inicial de aposentadoria, reforma e pensão. Nes- ta hipótese não haverá direito ao contraditório e da ampla defesa perante o TCU O STF entende que o registro de aposentadoria é ato complexo. Sendo assim, só está realmente formado o ato com a conjugação da vontade dos dois órgãos (órgão do servidor e TCU). Enquanto o servidor tem a concessão de aposentadoria apenas perante seu órgão de origem, esse ato ainda não está formado, pois apenas com o registro perante o TCU é que estará finalizado.2 Na verdade, o TCU não aprova um ato já pratica, mas sim participa da própria for- mação do ato, que só estará finalizado com a aquiescência da Corte de Contas. Assim, o TCU não está submetido ao prazo de 5 anos para fazer o registro da aposentadoria. Esse é o entendimento que prevaleceno STF, mas veremos que o Supremo Tribunal Federal possui alguns acórdãos (MS n. 24.448 e 25.116) no sentido de que o TCU tem que fazer o registro dentro de um prazo razoável, posição que, em alguns casos, já vem sendo perfilhada pelo STJ. Entretanto, deve-se ter atenção. O TCU não está submetido ao prazo de 5 anos para o registro de aposentadoria, que se trata de ato complexo, mas para outros atos que não têm essa natureza está esse Tribunal sujeito ao prazo de- cadencial, a exemplo de atos que concedem incorporação de gratificação ou adicional. No Mandado de Segurança n. 26.117/DF, Relator Min. Eros Grau, o STF enten- deu que se operou a decadência para anulação do ato pelo TCU. Tratava-se de ascensão funcional interna de servidor no órgão de lotação em que o órgão de controle somente julgou as contas depois de mais de 10 anos. Entendeu-se que não consubstancia ato complexo a ascensão funcional. 2 Apesar do STF entender que o registro de aposentadoria é ato complexo, entendemos que seria caso de ato composto, pois o ato do TCU apenas aprova, confirma outro ato. Entretanto, para fins de concurso deve ser adotada a posição do STF no sentido de que é ato complexo. 36 grancursosonline.com.br COLETÂNEA – VADE DICA – OAB Em outro julgado proferido pelo STF, entendeu-se que o ato de revisão de aposentadoria também está sujeito ao prazo decadencial de 5 anos. Após o aper- feiçoamento da aposentadoria, que ocorre com o registro perante o TCU, esse Tribunal tem o prazo de 5 anos para fazer a revisão do ato de concessão inicial. E, ainda, deve conceder contraditória e ampla defesa previamente. Dissemos, anteriormente, que o STF tem posição no sentido de que o TCU não deve garantir o contraditório e a ampla defesa, se resolver negar registro de aposentadoria, conforme entendimento da súmula vinculante número 3. Entretanto, um novo paradigma vem sendo traçado no Supremo, exigindo a ob- servância desses princípios quando o TCU não analisa o registro inicial em tempo razoável3. Tem-se adotado como período razoável para análise do ato o prazo de 5 anos, entre a concessão do ato e o registro pela Corte de Contas, em razão do art. 54, da Lei n. 9.784/99. É o que se depreende da seguinte decisão: A inércia da Corte de Contas, por sete anos, consolidou, de forma positiva, a expectativa da viúva, no tocante ao recebimento de verba de caráter alimentar. Este aspecto temporal condiz, intimamente, com o princípio da segurança jurídica, projeção objetiva do princípio da dignidade da pessoa humana e elemento concei- tual do Estado de Direito. O prazo de cinco anos é de ser aplicado aos processos de contas que tenham por objeto o exame de legalidade dos atos concessivos de aposentadorias, reformas e pensões. Transcorrido in albis o interregno quinquenal, é de se convocar os particulares para participar do processo de seu interesse, a fim de desfrutar das garantias do contraditório e da ampla defesa (inciso LV, do art. 5º) (MS 24.448/DF, DJ 14/11/2007, Informativo 488). (ver também MS 25116)4 Em outro julgado, proferido pelo PLENO do STF, decidido por maioria (infor- mativo 599), foi concedido o mandado de segurança para anular acórdão do TCU, para o fim de ser assegurada a oportunidade do uso das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Na situação dos autos, a Corte de Contas ne- gara registro a ato de aposentadoria especial de professor, por considerar indevido 3 O termo a quo do prazo de 5 anos para que o Tribunal de Contas da União – TCU examine a legalidade dos atos concessivos de aposentadorias, reformas e pensões, conta-se a partir da data de chegada do processo administrativo na própria Corte de Contas. MS 24781/DF, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 2.3. 2011. (MS-24781) – Infor- mativo n. 618 STF. 4 REsp 1098490/SC, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, julgado em 05/03/2009, DJe 27/04/2009 grancursosonline.com.br 37 COLETÂNEA – VADE DICA – OAB o cômputo de serviço prestado sem contrato formal e sem o recolhimento das contribuições previdenciárias. Não obstante admitindo o fato de que a relação jurí- dica estabelecida no caso se dá entre o TCU e a Administração Pública, o que, em princípio, não reclamaria a audição da parte diretamente interessada, entendeu-se, tendo em conta o longo decurso de tempo da percepção da aposentadoria até a negativa do registro (cinco anos e oito meses), haver direito líquido e certo do im- petrante de exercitar as garantias do contraditório e da ampla defesa. Salientou-se a necessidade de se fixar um tempo médio razoável a ser aplicado aos processos de contas cujo objeto seja o exame da legalidade dos atos concessivos de aposen- tadorias, reformas e pensões, e afirmou-se poder se extrair, dos prazos existentes no ordenamento jurídico brasileiro, o referencial de cinco anos. Essa é a nova orientação que vem se firmando no STF, no sentido de se con- ceder direito ao contraditório e da ampla defesa, quando a anulação do ato de aposentadoria ocorre depois de tempo razoável de sua concessão: em média, 5 anos. Sob esse fundamento, o Supremo aplicou orientação firmada no MS 25.116/DF (v. Informativo 599) para anular acórdão do TCU, a fim de ser assegurada a opor- tunidade do uso das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Tratava-se, na espécie, de mandado de segurança impetrado contra atos do TCU e do Coordenador-Geral de Recursos Humanos do Ministério dos Transportes, que implicaram no cancelamento da pensão especial percebida pela impetrante. Tendo em conta que ela vinha recebendo a pensão há quase 10 anos, de forma ininterrupta, entendeu-se que o seu benefício não poderia ter sido cessado, sem que lhe fosse oportunizada manifestação. Vencidos os Ministros Celso de Mello e Cezar Peluso, Presidente, que concediam a ordem totalmente, pronunciando a decadência, e os Ministros Ellen Gracie e Marco Aurélio que a denegavam. MS 25403/DF, rel. Min. Ayres Britto, 15.9.2010. (MS-25403-Informativo 600). Assim, percebe-se que, paulatinamente, o STF vem desenhando um novo mo- delo sobre a garantia do direito ao contraditório e da ampla defesa nos atos de anulação de aposentadoria, reforma ou pensão. Em razão dessa nova orientação, que vem se consolidando no STF, inevitavelmente a súmula vinculante n. 3 deverá ter sua redação alterada, ou, até mesmo, será objeto de cancelamento. 38 grancursosonline.com.br COLETÂNEA – VADE DICA – OAB Por fim, não podemos deixar de fazer a crítica referente à edição de súmulas vinculantes, sem debate aprofundado sobre o tema; assim como aconteceu com a súmula vinculante n. 13, que dispõe sobre o nepotismo, entre outras. Novamen- te sem examinar diversos precedentes antes de consolidar o entendimento, o STF edita súmula que já não é mais aplicada conforme está disposta. Na sua prova, então, atenção Regra 1 Direito ao contraditório e ampla defesa no TCU Regra 2 TCU deve observar prazo de 5 anos na análise dos atos adminis-trativos Obs 1! Concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão TCU não precisa conceder contraditório e ampla defesa previamente, SALVO se entre a data da concessão pelo órgão e registro pelo TCU decorreu prazo maior do que 5 anos. Obs 2! Na revisão da concessão inicial tem que observar prazo de 5 anos e contraditório e ampla defesa previamente. Obs 3! Havendo má-fé não há que se falar em prazo de 5 anos (art. 54, Lei n. Lei n. 9.784/99) Gustavo Scatolino – Atualmente é Procurador da Fa- zenda Nacional. Bacharel em Direito e Pós-graduado em Direito Administrativo e Processo Administrativo. Ex-Assessor de Ministro do STJ. Aprovado em vários concursos públicos, dentre eles, Analista Judiciário do STJ, exercendo essa função durante 5 anos, e Procura- dor do Estado do Espírito Santo. grancursosonline.com.br 39
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