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DIREITO CIVIL V 
DIREITOS REAIS – DIREITO DAS COISAS 
É o complexo de normas reguladoras das relações jurídicas referente ás coisas suscetíveis de apropriação pelo homem, exercendo o poder de domínio. 
O direito real - representa um complexo de normas regulamentadoras das relações jurídicas correspondentes a coisas que o homem possa possuir, como um apartamento, por exemplo. Vale ressaltar que essas coisas são, de forma ordinária, tangíveis, para que se possa exercer domínio sobre as mesmas. Pode-se dizer que, de forma resumida, que o direito real é aquele que cai sobre as posses.
O direito pessoal - responde ao Direito das Obrigações numa forma que trata das relações dos sujeitos passivos e ativos. De forma mais simplificada, o direito pessoal atua necessariamente sobre uma pessoa (caso contrário inexistiria uma relação obrigacional), o devedor (ao contrário do direito real, que atua sobre as posses), que faz a prestação monetariamente.
Diferença: o direito real se refere à relação do homem com o objeto, e o direito pessoal se refere à relação pessoal. É da característica do direito real que seja limitado, ou seja, não permite a criação de novas figuras contratuais que não correspondam à legislação, e é regulado de forma expressa pela norma jurídica; muito ao contrário do direito pessoal, que não possui limites e permite novas criações das já citadas figuras contratuais não correspondentes à legislação.
DA POSSE 
Artigo 1.196, CC – Considera-se possuídos todo aquele que tem de fato o exercício pleno ou não, de algum dos poderes inerentes a propriedade. 
‘’Todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes a propriedade’’ 
FATO OU DIREITO – 1º corrente: Direito, pois é interesse legalmente protegido. 2º corrente: Fato, pois o artigo contém a palavra. 3º corrente majoritária: Fato e Direito, o Fato é protegido pelo Direito.
POSSUIDOR (Posse) – É aquele que usa a coisa como se fosse sua. Ele tem a intenção de tirar das coisas as vantagens. 
POSSE DIRETA – É aquela que o possuidor direto tem o contato físico com a coisa. (Característica de ser transitória) 
POSSE INDIRETA – Quem não tem o contato físico da coisa. (Exemplo: O locador que ficou com a posse indireta pois ele não tem mais contato físico com a coisa. 
POSSE JUSTA – Quando não for: 
Violenta – é aquela que foi obtida por meio agressivo, essa violência pode ser física ou através de ameaça.
Precária (Frágil) – De princípio não gera usucapião (caso em que A dá em comodato a B sua casa). Neste caso se após um tempo B entrar com a ação de usucapião B não terá esse direito, pois se não, A estaria sendo apunhalado por ser solidário. 
JUSTO TITULO – Na relação jurídica, no direito das coisas de acordo com a doutrina mais clássica fala que existe uma situação jurídica. 
PROPRIETÁRIO – É aquele que detém os poderes inerentes a propriedade. (USAR, GOZAR, DISPOR E REIVINDICAR).
DETENTOR – Este está preso a uma situação de subordinação e de dependência. Exemplo: Caseiro – Artigo 1.198, CC – Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções.
Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens e instruções – Artigo 1.198, CC. 
Princípio da Elasticidade – A propriedade se contrai e se dilata, separa. (Usar/Gozar) para que terceiro seja usufrutuário. Exemplo: Tenho uma fazenda e cedo em usufruto para A, eu perco as faculdades de uso e de fruição, antes era propriedade plena, agora vai diminuir para apenas disposição de posse indireta, mas ao término do usufruto, minha propriedade se dilata e torna-se plena novamente. 
Propriedade Plena – é quando tem os 4 poderes concentrados na mão de um proprietário ou titular - usar, gozar, dispor e reivindicar.
	Usar – é um direito real de uso, obrigatoriamente a pessoa tem que morar no imóvel. Exceção: No direito de usufrutuário é um direito real sobre coisa alheia. 
	Gozar – é desfrutar da coisa. 
	Dispor – pode ser gratuito. Exemplo: Doação. Ou pode ser oneroso. Exemplo: compra e venda, permuta, dação em pagamento (invés de pagar com valor, paga com um bem). 
	Reivindicar –vem de domínio sinônimo da coisa.
Ação Reivindicatória – ação sobre coisa, propriedade. 
Ação Reintegratória – ação sobre posse, ação possessória. 
Composse: Quando duas ou mais pessoas são donas ao mesmo tempo. Artigo 1.199, CC – Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contando que não excluam os dos outros com possuidores. Logo, havendo duas ou mais pessoas na posse ao mesmo tempo há composse. Exemplo: condomínio, é a propriedade exercida por duas ou mais pessoas.
TEORIAS SOBRE A POSSE
Subjetiva (Savigne) – deve-se observar a corpus (coisa) + animus (intenção). Para a doutrina, o agente tem que ter os dois elementos indispensáveis. (Recepcionada em se tratando em usucapião pelo Código Civil de 2002)
Objetiva (Hiering) – a doutrina entende que o corpus e animus estão no mesmo departamento. Sendo o possuidor todo aquele que ocupa a coisa, seja ou não dono da coisa. (Recepcionada pelo Código Civil de 2002)
Posse de boa-fé – quando o possuidor tem a convicção de que na posse não prejudica ninguém – Artigo 1.219, CC. Posse de má-fé – quando o possuidor sabe quem tem vicio – Artigo 1.220, CC.
AÇÃO DE INTERDICTO PORIBITÓRIA – É uma ação possessória para defesa do possuidor em caso de iminência de ameaça. (É uma ação preventiva usada pelo possuidor diante de uma séria ameaça a sua posse – exemplo: os jornais divulgam que o MST vai invadir a fazenda X nos próximos dias.) 
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DA POSSE – É uma ação que vai ter lugar em caso de esbulho, ou seja, quando o possuidor efetivamente perdeu a posse da coisa pela violência de terceiros. O possuidor pede ao juiz que devolva o que lhe foi tomado – exemplo: inquilino não devolve a coisa ao término do contrato.
POSSE AD USO CAPIÔNICO – Posse mansa, pacífica, ininterrupta e sem oposição.
POSSE PRO DIVISO – Exercida simultaneamente (composse) estabelecendo-se, porém, uma divisão de fato entre os com possuidores. 
Diferença entre Proprietário (Possuidor direto), Possuidor (Posse direta), e detentor (Posse indireta): Possuidor direto é aquele que tem o contato físico com a coisa, a Posse direta tem uma característica transitória (será enquanto perdurar o contrato, findo o término do contrato e o gente não restituir, ele torna-se esbulhador.) Posse Indireta é a do possuidor que entrega a coisa a outrem, em virtude de uma relação jurídica existente entre eles. 
Observação: O comodatário quando não devolve o bem ou a coisa, ele é considerado um esbulhador.
PERDA DA POSSE – quando a impossibilidade física ou jurídica de possuir um bem leva a impossibilidade de exercer sobre eles os poderes inerentes ao domínio – artigo 1.196 c/c 1.223, CC.
Perde a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem – Artigo 1.223, CC (Perda dos Poderes inerentes a posse) 
Só considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo noticia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido – Artigo 1.224, CC. (Cuidado com respeito a posse nova – aquela com menos de 1 ano e 1 dia, e posse velha – mais de 1 ano e 1 dia.) 
A posse nova será em RITO ESPECIAL (Audiência de Justificação da posse). A posse velha será o RITO ORDINÁRIO (Comum).
DA AQUISIÇÃO DA POSSE - transmissão da posse nas mesmas condições dos sucessores – Artigo 1.205 e 1.206, CC. 
Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentesa propriedade – Artigo 1.204, CC. 
EFEITOS DA POSSE – está relacionado com a percepção dos frutos.
O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado – Artigo 1.210, CC.
Frutos – coisas frutíferas são oferecidas periodicamente: Frutos Natural – é o oferecido pela natureza (criar animais, frutas da árvore). Fruto Artificial ou Industrial – é aquele oferecido pelo labor. (Produção de uma fábrica de carros). Frutos Civil – são rendimentos. (Aluguéis). Fruto Instante – é igual a fruta armazenável. Frutos Percipiendos – são os frutos que poderia ser colhido e não colheu. 
Pode defender fisicamente – Autotutela (legitima defesa; desforço imediato) - Art. 1210, §1º, CC – quem não defende seus bens móveis ou imóveis, não é digno de possui-los. Os limites desta autodefesa são os mesmos da legitima defesa do direito penal. Ação de Reintegração de Posse – em caso de esbulho (total). Ação de Manutenção de Posse – em caso de turbação (parcial – molestado, incomodado). 
Diferença entre esbulho e turbação: Esbulho é a perda total da posse, o possuidor perde o acesso pleno da coisa. Turbação é a perda parcial da posse, o possuidor ainda tem acesso (mesmo que parcial) da coisa. 
DIREITO AOS FRUTOS E AOS PRODUTOS – o possuidor de boa-fé tem direito aos frutos e aos produtos da coisa possuída. Os frutos diferem dos produtos, pois estes são esgotáveis, enquanto os frutos se renovam. 
AÇÃO DE MANUNTENÇÃO DA POSSE – Esta ação é cabível quando houve turbação (parcial), aqui já houve a violência a posse – exemplo: cerca derrubada, o possuidor não perdeu sua posse, mas está com dificuldade para exercê-la livremente. O possuidor pede ao Juiz para ser mantido na posse, para que cesse a violência e para ser indenizado dos prejuízos sofridos. 
DIREITO AOS INTERDITOS – Interdito é uma ordem do juiz. (São 3 ações possessórias que se pode pedir ao Juiz quando o possuidor não tem sucesso através do desforço imediato/autodefesa – que são ação de interdito proibitório, ação de manutenção de posse, ação de reintegração de posse, e direito aos frutos e aos produtos – todas elas são fungíveis, ou seja, o advogado erra a ação e não terá problema, pois uma ação pode substituir a outra [Principio da Fungibilidade]).
DIREITO A INDENIZAÇÃO E RENTENÇAÕ POR BENFEITORIAS – Se o possuidor realiza benfeitorias (melhoramento, obras, despesas, plantações) na coisa, deve ser indenizado pelo proprietário da coisa. Se o proprietário não indenizar, o possuidor poderá exercer o direito de retenção, ou seja, terá o direito de reter (conservar, manter) a coisa em seu poder em garantia dessa indenização contra o proprietário. 
Observação: Benfeitorias podem ser – Voluptuárias – estatua ou uma fonte no jardim. Úteis – piscina, garagem, fruteiras. Necessárias – consertar parede rachada, reparar um telhado com goteira. 
DIREITO DE USUCAPIR – Para alguns autores, este é o principal efeito da posse, o direito de adquirir a propriedade pela posse durante certo tempo. A posse é o principal requisito da usucapião, mas não é o único.
DIREITO A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA – A aparência é a de que o possuidor é o dono, assim cabe a terceiro reivindicante provar sua melhor posse ou sua condição de verdadeiro dono, segundo o artigo 1.211, do Código Civil. Na dúvida, se mantém a coisa com que já estiver. 
Características dos Direitos Reais: Absoluto/Efeito erga omnes (contra todos). Vinculo ou aderência, Sequela, Preferência - E um poder conferido a alguém face a outrem, por conta de vínculo de preço ou condição. Publicidade - Efeito contra terceiros. Bens moveis - Tradição. Bens imóveis -> Registro imobiliário - Registro por si só não transfere propriedade. Perpetuidade, Taxatividade – artigo 1.225, CC. Ambulatoriedade – se agrega ao proprietário até a extinção de sua titularidade - Artigos 1226 e 1227 do Código Civil. 
Ha 3 tipos de tradição: 
REAL – é quando entrega o bem. 
SIMBÓLICA – é a entrega da chave do carro.
FICTA – é aquela em que não há qualquer entrega da coisa, porque essa pessoa já possuía a coisa, e posteriormente, torna-se proprietário. Exemplo: seria um depositário fiel, que é um possuidor direto da coisa, torna-se proprietário da mesma. Se ele já tem a posse direta é porque já está em contato físico com a coisa, e nesse caso não haverá como ter a entrega real. 
Traditio brevi manus (ocorre quando a pessoa que possui em nome alheio passa a possuir em nome próprio. Exemplo: locatário que possui a casa em nome alheio compra a casa passando a possuir em nome próprio, neste caso utiliza esta cláusula). 
Princípios brasileiros do Código Civil (São os princípios que norteiam o CC):
I - Socialidade.
II - Operabilidade - Da eficácia a aplicabilidade
III - Eticidade - Ética
Observação: Toda a sistemática do Código Civil tem que ser interpretada com base nesses 3 princípios acima.
EFEITOS DA POSSA PARA CLOVIS BEVILAQUA
Direito ao uso dos interditos, a percepção dos frutos, o direito de retenção por benfeitorias, a responsabilidade pelas deteriorações, a posse conduz á usucapião, se o direito do possuidor é contestado, o ônus da prova compete ao adversário, pois a posse se estabelece pelo fato, e defesa da posse. 
Dentre os efeitos da posse é que iremos encontrar os chamados remédios possessórios – O mais importante efeito da posse é o direito dado ao possuidor de propor os remédios possessórios quanto a legitimação para propositura dos remédios, não há distinção quando ao possuidor direito e indireto, ambos podem ser autores da ação possessória, além disso, a proteção conferida por eles abrange tanto bens móveis como imóveis. 
AÇÕES NÃO TÍPICAS – embargos de terceiro, ação de enunciação de obra novam ação de dano infecto e ação de omissão de posse. 
Artigo 1.213, do Código Civil – A serventia não é servidão, é um favor. A serventia tem que ter donos distintos diferente de dominante e serviente. 
CARACTERISTICAS DO DIREITO REAL – Incide sobre a coisa, efeito erga omnes, taxatividade – artigo 1.225, CC, não admite inovação pois os números são fechados, sequela, preferência (poder conferido a alguém em razão de um direito ou interesse, face a um terceiro [preço e condição]), ambulatoriedade (posso modificar – exemplo: prédio – servidão – troca do lado da servidão). Publicidade (ato que só tem validade ao ser levado ao cartório – caso de escritura), aderência/vinculo (quem adquire uma propriedade passa ter vínculo com o bem adquirido), perpetuidade (o direito real não se extingue pelo mal-uso (...) o não uso por si só não se estingue o direito), Jus possessonis (autônoma independente (não tem vinculo), Jus possedendi (posse titulada).
RES NULLIUS – coisa que já teve dono e RES DERELICTA – coisa abandonada. (RES – COISA)
PRINCIPIO DA SAISINE – Com morte do titular do bem, posse e propriedade se transfere automaticamente para os seus sucessores – Artigo 1.784, CC. 
I - Herdeiro – sucessor a título universal – universalidade. 
II - Legatário – sucessor a título singular. 
Artigo 1.207 - acesso possessions – opção que o legatário tem de somar ou não a sua parte a do antecessor. 
CARACTERISTICAS DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS – Publicidade, fungibilidade, economia processual. 
POSSE NOVA – É a de menos de um ano e dia, não se confunde com a ação de força nova que leva em conta não a duração temporal da posse, mas o tempo ocorrido desde a ocorrência da turbação ou esbulho.
POSSE VELHA – É de um ano e dia ou mais. Não se confunde com ação de força velha, intentada depois de um ano e dia da turbação ou esbulho. 
Propriedade – (conceitos) I – propriedade é o poder pleno sobre a coisa, II – É a submissão de uma coisa a uma pessoa, III- É o direito real sobre a coisa própria, IV – Adotemos o conceito do código – artigo 1.228, CC.
Características – complexidade, Uso, Fruição, disposição, direito absoluto, perpetuidade, exclusividade, elasticidade.