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Unidade 2 Análise de falhas sob carregamento estático Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria de falha estática Tipo de carregamento Carregamentos estáticos são aplicados lentamente, permanecendo constantes com o tempo. Carregamentos dinâmicos são aplicados repentinamente (caso de impacto) e/ou variando repetidamente com o tempo (caso de cargas por fadiga). Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria de falha estática Falha de acordo com o tipo de material Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Corpo de prova Ensaio de Tração Teoria de falha estática Falha de acordo com o tipo de material Material dúctil Qualquer material que possa ser submetido a grandes deformações antes da ruptura São capazes de absorver choque ou energia e, quando sobrecarregados, exibem, em geral, grande escoamento antes de falhar. Exemplo: Aço Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Falha de um material dúctil Teoria de falha estática Falha de acordo com o tipo de material Material frágil Sofrem fratura, praticamente sem mudanças significativas de sua forma externa São materiais que apresentam pouco (ou nenhum) escoamento antes de falhar. Exemplo: Ferro Fundido Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Falha de um material frágil Teoria de falha estática As teorias de falha são fundamentais para a determinação de critérios para a previsão da falha de um determinado material frente a um estado bi ou tridimensional de tensões, sendo as mais clássicas: Materiais Frágeis Teoria da Máxima Tensão Normal (Rankine) Critério de Falha de Mohr Materiais Dúcteis Teoria da Máxima Tensão Cisalhante (Tresca) Teoria da Máxima Energia de Distorção (Von Mises) Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Máxima Tensão Normal (Rankine) Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Materiais Frágeis Definição (Shigley) “a falha ocorre sempre que uma das três tensões principais iguala-se ou excede à resistência” Em outras palavras: “a falha ocorre quando a tensão principal máxima no material atinge (ou excede) a tensão normal máxima que o material pode suportar em um teste de tração uniaxial” Teoria da Máxima Tensão Normal (Rankine) Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Para o caso de tensão tridimensional: 𝜎1 ≥ 𝜎2 ≥ 𝜎3 Essa teoria prediz ocorrência de falha sempre que: 𝜎1 ≥ 𝑆𝑢𝑡 𝑜𝑢 𝜎3 ≤ −𝑆𝑢𝑐 Onde: 𝑆𝑢𝑡 = resistência de tração última (do teste de tração) 𝑆𝑢𝑐 = resistência de compressão última 𝜎𝑖 = tensão normal máxima do material Teoria da Máxima Tensão Normal (Rankine) Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Para o caso de tensão bidimensional (plana): 𝜎2 = 0 𝑒 𝜎1 ≥ 𝜎3 𝜎𝐶 = 0 𝑒 𝜎𝐴 ≥ 𝜎𝐵 Essa teoria prediz ocorrência de falha sempre que: 𝜎1 ≥ 𝑆𝑢𝑡 𝑜𝑢 𝜎3 ≤ −𝑆𝑢𝑐 𝜎𝐴 ≥ 𝑆𝑢𝑡 𝑜𝑢 𝜎𝐵 ≤ −𝑆𝑢𝑐 Estado seguro das tensões 𝜎1 𝜎2 𝑆𝑢𝑡 𝑆𝑢𝑡 −𝑆𝑢𝑐 −𝑆𝑢𝑐 Teoria da Máxima Tensão Normal (Rankine) Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Estas equações podem ser plotadas no plano 𝜎1 − 𝜎2 conforme apresentado na figura abaixo: Diagrama de falha para a teoria da tensão normal máxima (tensão plana) Teoria da Máxima Tensão Normal (Rankine) Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Fator de Segurança “relação entre a tensão do material e a tensão aplicada” Para o caso de tensão bidimensional (plana) 𝐹𝑆 ≥ 𝑆𝑢𝑡 𝜎𝐴 𝑜𝑢 𝐹𝑆 ≤ − 𝑆𝑢𝑐 𝜎𝐵 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Materiais regulares e irregulares Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Materiais regulares são aqueles que tendem a apresentar uma resistência a compressão igual a resistência a tração. Ex: Ferro Fundido 𝑆𝑢𝑐 = 𝑆𝑢𝑡 Círculo de Mohr 𝜏𝑚𝑎𝑥 = 𝜎1 2 Materiais regulares e irregulares Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Materiais irregulares são aqueles que tendem a apresentar uma resistência a compressão muito superior a resistência a tração. Ex: Ferro Fundido Cinza 𝑆𝑢𝑐 ≫ 𝑆𝑢𝑡 Círculo de Mohr 𝜏𝑖 = 𝑓𝑢𝑛çã𝑜 𝑆𝑢𝑡, 𝑆𝑢𝑐 Teoria de Rankine não é aplicável Materiais regulares e irregulares Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Linhas de falha: Região segura do projeto Círculo de Mohr para cisalhamento puro 𝜏𝑚𝑎𝑥 = 𝜎1 = 𝜎2 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Materiais Frágeis Como visto anteriormente, a teoria da Máxima Tensão Normal (Rankine) é aplicável apenas para materiais frágeis regulares. Assim, para prever falhas em materiais frágeis irregulares o critério de falha de Mohr ou a teoria de falha de Coulomb-Mohr é a mais indicada. Essa teoria é uma adaptação da teoria da máxima tensão normal Critério de falha de Mohr Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso A figura abaixo ilustra o critério de Coulomb-Mohr para materiais frágeis, considerando a máxima resistência à tração 𝑆𝑢𝑡 Critério de falha de Mohr Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Para materiais frágeis regulares temos: 𝑺𝒖𝒄 = 𝑺𝒖𝒕 quadrado simétrico Para materiais frágeis irregulares temos: 𝑺𝒖𝒄 ≫ 𝑺𝒖𝒕 quadrado assimétrico. Em que: 𝑆𝑢𝑡 = resistência de tração última (do teste de tração) 𝑆𝑢𝑐 = resistência de compressão última Critério de falha de Mohr Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Porém, a envoltória de falha para materiais irregulares é válida somente nos 1º e 3º quadrantes, por não considerar a relação de variação existente entre as tensões normal e de cisalhamento. Critério de falha de Mohr Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Relação de dependência a relação de dependência entre tensão normal (𝝈) e tensão de cisalhamneto (𝝉) é contemplada através da união dos vértices destes dois quadrantes Critério de falha de Mohr Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso 𝜏𝑖 = 𝑓𝑢𝑛çã𝑜 𝑆𝑢𝑡, 𝑆𝑢𝑐 materiais irregulares 𝑆𝑢𝑡, 𝑆𝑢𝑡 𝑆𝑢𝑡, 0 0, 𝑆𝑢𝑡 −𝑆𝑢𝑐 , 0 −𝑆𝑢𝑐, −𝑆𝑢𝑐 Teoria de Mohr Critério de falha de Mohr Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Estado seguro das tensões 0,−𝑆𝑢𝑐 𝑆𝑢𝑡, 𝑆𝑢𝑡 𝑆𝑢𝑡, −𝑆𝑢𝑡 0,−𝑆𝑢𝑐 −𝑆𝑢𝑡, 𝑆𝑢𝑡 −𝑆𝑢𝑐 , 0 −𝑆𝑢𝑐, −𝑆𝑢𝑐 Teoria de Mohr modificada experimentalmente Critério de falha de Mohr Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Estado seguro das tensões Fator de Segurança Analisando os 1º e 2º quadrantes da figura referente ao critério de Mohr modificado, definem-se claramente três planos de condições de tensão: I. plano A, onde 𝝈𝟏 e 𝝈𝟑 são sempre positivos; II. plano B, onde 𝝈𝟏 e 𝝈𝟑 tem sinais opostos e o limite de resistência em 𝑺𝒖𝒕; III. plano C, onde 𝝈𝟏 e 𝝈𝟑 tem sinais opostos e os limites de resistência em 𝑺𝒖𝒕 e 𝑺𝒖𝒄. Elementosde Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Critério de falha de Mohr 𝑆𝑢𝑡, 𝑆𝑢𝑡 𝑆𝑢𝑡, −𝑆𝑢𝑡 0,−𝑆𝑢𝑐 −𝑆𝑢𝑡, 𝑆𝑢𝑡 −𝑆𝑢𝑐 , 0 −𝑆𝑢𝑐, −𝑆𝑢𝑐 Estado seguro das tensões 𝑆𝑢𝑡, −𝑆𝑢𝑐 Fator de Segurança Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Critério de falha de Mohr Fator de Segurança Para os planos A e B, temos: 𝐹𝑆 ≥ 𝑆𝑢𝑡 𝜎1 𝑜𝑢 𝐹𝑆 ≤ − 𝑆𝑢𝑐 𝜎3 Pois a falha ocorre quando as linhas de carga ultrapassam os pontos A’ e B’, respectivamente, para os planos A e B. Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Critério de falha de Mohr Fator de Segurança Para o plano C, temos: 𝐹𝑆 ≥ 𝑆𝑢𝑡 𝜎 Sendo (𝜎 ) a tensão efetiva para materiais frágeis e, determinada por: 𝜎 = 𝑀𝐴𝑋 𝐶1, 𝐶2, 𝐶3, 𝜎1, 𝜎2, 𝜎3 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Critério de falha de Mohr Se 𝜎 = 𝑀𝐴𝑋 𝐶1, 𝐶2, 𝐶3, 𝜎1, 𝜎2, 𝜎3 ≤ 0 ⇒ 𝜎 = 0 expressão de Dowling: 𝐶1 = 1 2 𝜎1 − 𝜎2 + 𝑆𝑢𝑐 + 2𝑆𝑢𝑡 𝑆𝑢𝑐 𝜎1 + 𝜎2 𝐶2 = 1 2 𝜎2 − 𝜎3 + 𝑆𝑢𝑐 + 2𝑆𝑢𝑡 𝑆𝑢𝑐 𝜎2 + 𝜎3 𝐶3 = 1 2 𝜎3 − 𝜎1 + 𝑆𝑢𝑐 + 2𝑆𝑢𝑡 𝑆𝑢𝑐 𝜎3 + 𝜎1 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Critério de falha de Mohr Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso 𝝈𝟏 −𝝈𝟐 𝝉𝒎𝒂𝒙 −𝝉𝒎𝒂𝒙 𝑻 = 𝟒𝟎𝟎𝟎 𝑵 ∙ 𝒎 𝑻 = 𝟒𝟎𝟎𝟎 𝑵 ∙ 𝒎 𝒓 O eixo maciço de ferro fundido mostrado na figura abaixo está sujeito a um torque 𝑻 = 𝟒𝟎𝟎𝟎 𝑵 ∙ 𝒎 e cisalhamento puro Determine seu menor raio de forma que ele não falhe segundo a teoria da máxima tensão normal. Um corpo de prova de ferro fundido, testado a tração, apresenta uma tensão última 𝑺𝒖𝒕 = 𝟏𝟓𝟎 𝒌𝑷𝒂. Exercícios - 1 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Depois que falhas ocorreram em diversas caixas de rolamento de ferro fundido, tomou-se a decisão de usar rosetas de extensômetros (stran-gages) para determinar as tensões de operação e então realizar uma análise de falha usando o critério de falha de Mohr. Durante um longo período de operação, a combinação mais crítica de tensões foi estabelecida como sendo ( 𝝈𝒙 = 𝟎 , 𝝈𝒚 = 𝟏𝟏𝟓 𝑴𝑷𝒂, 𝝉𝒙𝒚 = 𝟕𝟓 𝑴𝑷𝒂); e os limites de resistência em tração e compressão do ferro fundido foram determinados como sendo 𝑺𝒖𝒕 = 𝟏𝟔𝟎 𝑴𝑷𝒂 e 𝑺𝒖𝒄 = 𝟔𝟓𝟓 𝑴𝑷𝒂, respectivamente. Determine: (a) tensões principais 𝝈𝟏 e 𝝈𝟐 correspondentes ao estado de tensão dado. (b) Construa um diagrama de falha de Mohr, para o ferro fundido. (c) Usando os resultados obtidos nos itens (a) e (b), você poderia explicar porque as falhas estão ocorrendo nas caixas de rolamentos? Mostre seus cálculos. Exercícios - 2 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Considere a chave de roda da figura a seguir, como feita de ferro fundido, usinada para as dimensões fornecidas. A força 𝑭 requerida para a fratura dessa peça pode ser considerada a resistência da componente da peça. Se o material utilizado é o ferro fundido 𝑨𝑺𝑻𝑴 𝒈𝒓𝒂𝒖 𝟑𝟎 , encontre a força 𝑭 com o modelo de falha de Mohr modificado. Dados: 𝑆𝑢𝑡 = 215 𝑀𝑃𝑎 𝑆𝑢𝑐 = 750 𝑀𝑃𝑎 Exercícios - 3 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso ∅ 𝟓 𝒄𝒎 𝟓 𝒄𝒎 𝟑𝟎 𝒄𝒎 𝟒𝟎 𝒄𝒎 Exercícios - 3 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Máxima Tensão de Cisalhamento (Teoria de Tresca) Materiais Dúcteis Definição (Shigley) “prevê que o escoamento começa sempre que a tensão máxima de cisalhamento em qualquer elemento iguala-se ou excede à tensão máxima de cisalhamento em um espécime de ensaio de tração do mesmo material quando aquele espécime começa a escoar” Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Máxima Tensão de Cisalhamento (Teoria de Tresca) Materiais Dúcteis Em outras palavras: “a falha ocorre quando a tensão de cisalhamento máxima em uma região supera a tensão de cisalhamento resultante de um teste de falha por tração” 𝜏𝑚𝑎𝑥_𝑒𝑠𝑝é𝑐𝑖𝑚𝑒 ≥ 𝜏𝑚𝑎𝑥_𝑡𝑒𝑠𝑡𝑒_𝑡𝑟𝑎çã𝑜 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Máxima Tensão de Cisalhamento (Teoria de Tresca) Neste caso, para materiais dúcteis, a resistência ao cisalhamento é a metade da resistência ao escoamento por tração. 𝑆𝑠𝑦 = 0,50 ∙ 𝑆𝑦 ou 𝑆𝑠𝑦 = 𝑆𝑦 2 Onde: 𝑆𝑦 = 𝜎𝑒 → resistência ao escoamento por tração 𝑆𝑠𝑦 = 𝜏𝑚𝑎𝑥 → resistência ao escoamento em cisalhamento Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Máxima Tensão de Cisalhamento (Teoria de Tresca) Círculo de Mohr para Solicitação por Tração Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso 𝜏𝑚𝑎𝑥 = 𝜎1 − 𝜎3 2 Teoria da Máxima Tensão de Cisalhamento (Teoria de Tresca) De acordo com a figura temos: 𝜏𝑚𝑎𝑥 = 𝜎1 − 𝜎3 2 Pela definição de Tresca: 𝑆𝑠𝑦 = 𝑆𝑦 2 Reescrevendo, temos: 𝜏𝑚𝑎𝑥 = 𝑆𝑠𝑦 ⇒ 𝜎1 − 𝜎3 2 = 𝑆𝑦 2 ⇒ 𝜎1 − 𝜎3 = 𝑆𝑦 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Máxima Tensão de Cisalhamento (Teoria de Tresca) Logo, para um estado de tensão geral, a teoria da máxima tensão de cisalhamento prevê escoamento quando: 𝜎1 − 𝜎3 ≥ 𝑆𝑦 E, considerando 𝑆𝑦 = 𝜎𝑒 temos: 𝜎1 − 𝜎3 = 𝜎𝑒 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Máxima Tensão de Cisalhamento (Teoria de Tresca) Porém, para realizar a correta análise segundo a teoria de Tresca, há três casos a considerar quando utilizarmos a equação definida anteriormente, sendo eles: 𝜎1 − 𝜎3 ≥ 𝜎𝑒 Caso 1 𝜎1 = 𝜎𝐴 e 𝜎3 = 0 → 𝜎𝐴 ≥ 𝜎𝐵 ≥ 0 → ambos positivos 𝝈𝑨 ≥ 𝝈𝒆 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Máxima Tensão de Cisalhamento (Teoria de Tresca) Porém, para realizar a correta análise segundo a teoria de Tresca, há três casos a considerar quando utilizarmos a equação definida anteriormente, sendo eles: 𝜎1 − 𝜎3 ≥ 𝜎𝑒 Caso 2 𝜎1 = 𝜎𝐴 e 𝜎3 = 𝜎𝐵 → 𝜎𝐴 ≥ 0 ≥ 𝜎𝐵 → sinais opostos 𝝈𝑨 − 𝝈𝑩 ≥ 𝝈𝒆 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Máxima Tensão de Cisalhamento (Teoria de Tresca) Porém, para realizar a correta análise segundo a teoria de Tresca, há três casos a considerar quando utilizarmos a equação definida anteriormente, sendo eles: 𝜎1 − 𝜎3 ≥ 𝜎𝑒 Caso 3 𝜎1 = 0 e 𝜎3 = 𝜎𝐵 → 0 ≥ 𝜎𝐴 ≥ 𝜎𝐵 → ambos negativos 𝝈𝑩 ≤ −𝝈𝒆 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Máxima Tensão de Cisalhamento (Teoria de Tresca) São consideradas dentro dos limites de segurança, as tensões combinadas que se localizarem na área interna ao hexágono, estando o elemento sujeito à falha quando estas se posicionarem sobre o contorno que delimita o hexágono: Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Máxima Tensão de Cisalhamento (Teoria de Tresca) Fator de Segurança Para propósitos de projeto, aequação de Tresca pode ser modificada para incorporar um fator de segurança (𝑭𝑺). Assim: 𝜎1 − 𝜎3 = 𝜎𝑒 𝐹𝑆 Isolando (𝐹𝑆) temos: 𝐹𝑆 = 𝜎𝑒 𝜎1 − 𝜎3 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso O eixo maciço mostrado na figura abaixo tem raio de 𝟎, 𝟓 𝒄𝒎 e é feito de aço com tensão de escoamento de 𝝈𝒆 = 𝟑𝟔𝟎 𝑴𝑷𝒂. Exercícios - 1 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Determine se as cargas provocam a falha do eixo de acordo como a teoria de Tresca. 𝜎𝑥 𝜏𝑥𝑦 Um componente de máquina construído em aço, está submetido ao estado de tensões indicado. O aço utilizado tem tensão de escoamento 𝝈𝒆 = 𝟑𝟑𝟏 𝑴𝑷𝒂. Determine se vai ocorrer escoamento de acordo com o critério de Tresca. (a) considerar 𝝈𝒐 = 𝟐𝟏𝟎 𝑴𝑷𝒂 (b) considerar 𝝈𝒐 = 𝟐𝟗𝟒 𝑴𝑷𝒂 Exercícios - 2 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso 10 𝑘𝑃𝑎 8 𝑘𝑃𝑎 4 𝑘𝑃𝑎 O estado de tensões atuantes no ponto crítico de um elemento de máquina é mostrado na figura abaixo. Determine a menor tensão de escoamento para um aço a ser selecionado para a fabricação do componente, baseado na teoria da máxima tensão cisalhante. Exercícios - 3 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Materiais Dúcteis Definição (Shigley) “prevê que ocorre escoamento quando a energia de deformação por distorção em uma unidade de volume alcança ou excede à energia de deformação por distorção por unidade de volume correspondente ao escoamento sob tração ou compressão do mesmo material” 𝑈𝑑𝑖𝑠𝑡𝑜çã𝑜_𝑒𝑠𝑝é𝑐𝑖𝑚𝑒 ≥ 𝑈𝑑𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟çã𝑜_𝑡𝑒𝑠𝑡𝑒_𝑡𝑟𝑎çã𝑜 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Materiais Dúcteis Em outras palavras: O escoamento ocorre devido ao deslizamento relativo das partículas de material dentro dos limites de sua estrutura. Tal deslizamento é provocado por tensões de cisalhamento, sendo acompanhado por uma distorção na forma do elemento em questão. A energia armazenada neste elemento devido à distorção é um indicador das tensões de cisalhamento presentes no material Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Energia de Deformação Alteração de volume Alteração de forma Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Energia Total de Deformação Define-se por energia de deformação 𝑼 a área sob a curva tensão-deformação, contida até o ponto correspondente à tensão aplicada 𝝈𝒊 , para um estado de tensão unidirecional. Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso 𝑈 = 1 2 ∙ 𝑏𝑎𝑠𝑒 ∙ 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑈 = 1 2 ∙ 𝜎 ∙ 𝜀 Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Energia Total de Deformação Considerando um estado tridimensional de tensões, temos: 𝑈 = 1 2 ∙ 𝜎𝑖 ∙ 𝜀𝑖 𝑈 = 1 2 𝜎1𝜀1 + 𝜎2𝜀2 + 𝜎3𝜀3 Onde: 𝜎1, 𝜎2, 𝜎3 → tensões principais presentes no material 𝜀1, 𝜀2, 𝜀3 → deformações principais no material Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Energia Total de Deformação Da Lei de Hooke (generalizada), temos: 𝜀1 = 1 𝐸 𝜎1 − 𝜈 𝜎2 + 𝜎3 𝜀2 = 1 𝐸 𝜎2 − 𝜈 𝜎1 + 𝜎3 𝜀3 = 1 𝐸 𝜎3 − 𝜈 𝜎1 + 𝜎2 Onde: 𝜈 → coeficiente de Poisson Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Energia Total de Deformação Combinando a equação da Energia (𝑼) com a Lei de Hooke generalizada 𝜺𝒊 , temos: 𝑈 = 1 2𝐸 𝜎1 2 + 𝜎2 2 + 𝜎3 2 − 2𝜈 𝜎1𝜎2 + 𝜎2𝜎3 + 𝜎1𝜎3 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Componentes da Energia de Deformação A energia total de deformação, em um elemento sujeito a carregamento estático, é composta por duas componentes: carregamento hidrostático → altera o volume do elemento distorção → altera a forma do elemento Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Componentes da Energia de Deformação Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso (a) estado triaxial de tensões (b) variação de volume (carregamento hidrostático) (c) Variação de forma (distorção) Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Componentes da Energia de Deformação Assim, separando as duas componentes da energia de deformação e isolando a componente da energia de distorção, esta será um indicador da tensão de cisalhamento presente no elemento. Se 𝑼𝒅 é a energia de deformação por distorção e 𝑼𝒉 representa a energia de deformação hidrostática, então: 𝑈 = 𝑈𝑑 + 𝑈ℎ ⇒ 𝑈𝑑 = 𝑈 − 𝑈ℎ Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Componentes da Energia de Deformação As tensões principais, por sua vez, também podem ser expressas em termos de componente hidrostático (ou volumétrico), que é a mesma para todas as faces do material; e da componente de distorção, que varia de acordo com a face considerada. 𝜎1 = 𝜎1𝑑 + 𝜎ℎ 𝜎2 = 𝜎2𝑑 + 𝜎ℎ 𝜎3 = 𝜎3𝑑 + 𝜎ℎ Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Componentes da Energia de Deformação Somando as tensões principais, temos: 𝜎1 + 𝜎2 + 𝜎3 = 𝜎1𝑑 + 𝜎ℎ + 𝜎2𝑑 + 𝜎ℎ + 𝜎3𝑑 + 𝜎ℎ 𝜎1 + 𝜎2 + 𝜎3 = 𝜎1𝑑 + 𝜎2𝑑 + 𝜎3𝑑 + 3𝜎ℎ Portanto: 3𝜎ℎ = 𝜎1 + 𝜎2 + 𝜎3 − 𝜎1𝑑 + 𝜎2𝑑 + 𝜎3𝑑 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Componentes da Energia de Deformação Para uma redução volumétrica, sem distorção, a tensão hidrostática se reduz a uma média aritmética das tensões principais: 3𝜎ℎ = 𝜎1 + 𝜎2 + 𝜎3 − 𝜎1𝑑 + 𝜎2𝑑 + 𝜎3𝑑 3𝜎ℎ = 𝜎1 + 𝜎2 + 𝜎3 𝜎ℎ = 𝜎1 + 𝜎2 + 𝜎3 3 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Componentes da Energia de Deformação Substituindo as tensões principais 𝝈𝟏, 𝝈𝟐, 𝝈𝟑 pela tensão hidrostática 𝝈𝒉 na equação da Energia 𝑼 , obtemos a energia de deformação hidrostática 𝑼𝒉 : 𝑈 = 1 2𝐸 𝜎1 2 + 𝜎2 2 + 𝜎3 2 − 2𝜈 𝜎1𝜎2 + 𝜎2𝜎3 + 𝜎1𝜎3 𝑈ℎ = 1 2𝐸 𝜎ℎ 2 + 𝜎ℎ 2 + 𝜎ℎ 2 − 2𝜈 𝜎ℎ𝜎ℎ + 𝜎ℎ𝜎ℎ + 𝜎ℎ𝜎ℎ 𝑈ℎ = 1 2𝐸 𝜎ℎ 2 + 𝜎ℎ 2 + 𝜎ℎ 2 − 2𝜈 𝜎ℎ 2 + 𝜎ℎ 2 + 𝜎ℎ 2 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Componentes da Energia de Deformação 𝑈ℎ = 1 2𝐸 𝜎ℎ 2 + 𝜎ℎ 2 + 𝜎ℎ 2 − 2𝜈 𝜎ℎ 2 + 𝜎ℎ 2 + 𝜎ℎ 2 𝑈ℎ = 1 2𝐸 3𝜎ℎ 2 − 2𝜈 3𝜎ℎ 2 𝑈ℎ = 1 2𝐸 3𝜎ℎ 2 1 − 2𝜈 𝑈ℎ = 3 1 − 2𝜈 2𝐸 𝜎ℎ 2 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Componentes da Energia de Deformação Substituindo a tensão hidrostática 𝝈𝒉 pelas tensões principais 𝝈𝟏, 𝝈𝟐, 𝝈𝟑 em 𝑼𝒉 , temos: 𝑈ℎ = 3 1 − 2𝜈 2𝐸 𝜎ℎ 2 𝑈ℎ = 3 1 − 2𝜈 2𝐸 𝜎1 + 𝜎2 + 𝜎3 3 2 𝑈ℎ = 1 − 2𝜈 6𝐸 𝜎1 2 + 𝜎2 2 + 𝜎3 2 − 2 𝜎1𝜎2 + 𝜎2𝜎3 + 𝜎1𝜎3 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Componentes da Energia de Deformação A energia de distorção 𝑼𝒅 é, então, obtida, subtraindo a energia de deformação hidrostática 𝑼𝒉 da energia de deformação 𝑼 , ou seja: 𝑈 = 𝑈𝑑 + 𝑈ℎ 𝑈𝑑 = 𝑈 − 𝑈ℎ Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Componentes da Energia de Deformação 𝑈𝑑 = 𝑈 − 𝑈ℎ 𝑈𝑑 = 1 2𝐸 𝜎1 2 + 𝜎2 2 + 𝜎3 2 − 2𝜈 𝜎1𝜎2 + 𝜎2𝜎3 + 𝜎1𝜎3 − − 1 − 2𝜈 6𝐸 𝜎1 2 + 𝜎2 2 + 𝜎3 2 − 2 𝜎1𝜎2 + 𝜎2𝜎3 + 𝜎1𝜎3 𝑈𝑑 = 1 + 𝜈 3𝐸 𝜎1 2 + 𝜎2 2 + 𝜎3 2 − 𝜎1𝜎2 − 𝜎2𝜎3 − 𝜎1𝜎3 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Critério de Falha Para se obter um critério de falha, comparamos a energia de distorção, por volume unitário, dada pela expressão de 𝑼𝒅 , com a energia de distorção, por volume unitário, presente num teste de falha por tração 𝑼𝒅 𝒕, por ser esta a principal fonte de dados de resistência dos materiais. Trata-se, portanto, da resistência ao escoamento 𝝈𝒆 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Critério de Falha O teste de tração é um estado de tensão uniaxial onde, no escoamento, tem-se: 𝜎1 = 𝜎𝑒 e 𝜎2 = 𝜎3 = 0 Portanto, da expressão de 𝑼𝒅 , obtém-se a energia de distorção para o teste de tração 𝑼𝒅 𝒕: 𝑈𝑑 𝑡 = 1 + 𝜈 3𝐸 𝜎𝑒 2 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Critério de Falha 𝑈𝑑 𝑡 = 1 + 𝜈 3𝐸 𝜎𝑒 2 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Círculo de Mohr para Tensão de Tração Unidirecional Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Critério de Falha Portanto, para um estado tridimensional, o critério de falha por energia de distorção, fica: 𝑈𝑑 𝑡 = 𝑈𝑑 1 + 𝜈 3𝐸 𝜎𝑒 2 = 1 + 𝜈 3𝐸 𝜎1 2 + 𝜎2 2 + 𝜎3 2 − 𝜎1𝜎2 − 𝜎2𝜎3 − 𝜎1𝜎3 𝜎𝑒 2 = 𝜎1 2 + 𝜎2 2 + 𝜎3 2 − 𝜎1𝜎2 − 𝜎2𝜎3 − 𝜎1𝜎3 𝜎𝑒 = 𝜎12 + 𝜎22 + 𝜎32 − 𝜎1𝜎2 − 𝜎2𝜎3 − 𝜎1𝜎3 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Critério de Falha e, para um estado bidimensional, o critério de falha por energia de distorção, fica: 𝜎2 = 0 𝜎𝑒 = 𝜎12 + 𝜎22 + 𝜎32 − 𝜎1𝜎2 − 𝜎2𝜎3 − 𝜎1𝜎3 𝜎𝑒 = 𝜎12 + 𝜎32 − 𝜎1𝜎3 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Critério de Falha A equação do critério de falha para um estado bidimensional descreve uma elipse nos respectivos eixos 𝝈𝟏 e 𝝈𝟑. O interior da elipse define a região das tensões biaxiais combinadas, dentro dos limites de segurança quanto ao escoamento, sob carga estática. A equação do critério de falha para um estado tridimensional descreve um cilindro de seção circular, inclinado em relação aos eixos 𝝈𝟏, 𝝈𝟐 e 𝝈𝟑, de modo que sua interseção com qualquer dos três planos principais, seja uma elipse como a da figura a seguir. Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Para torção pura 𝜎𝑒 𝜎12 − 𝜎1𝜎3 + 𝜎32 = 1 Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Critério de Falha Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Elipse da Energia de Distorção em 2-D para Resistência ao Escoamento Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Tensão Efetiva de von Mises Define-se como tensão efetiva de Von Mises (𝝈′) uma tensão de tração uniaxial, capaz de gerar a mesma energia de distorção, como aquela resultante da combinação das tensões reais aplicadas. 𝜎′ = 𝜎12 + 𝜎22 + 𝜎32 − 𝜎1𝜎2 − 𝜎2𝜎3 − 𝜎1𝜎3 Homenagem ao Dr. Von Mises – colaborador da Teoria Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Tensão Efetiva de von Mises Portanto, para um estado tridimensional, a teoria de von Mises, fica: 𝜎′ = 𝜎12 + 𝜎22 + 𝜎32 − 𝜎1𝜎2 − 𝜎2𝜎3 − 𝜎1𝜎3 em termos das tensões aplicadas, temos: 𝜎′ = 𝜎𝑥 − 𝜎𝑦 2 + 𝜎𝑦 − 𝜎𝑧 2 + 𝜎𝑧 − 𝜎𝑥 2 + 6 𝜏𝑥𝑦2 + 𝜏𝑦𝑧2 + 𝜏𝑧𝑥2 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Tensão Efetiva de von Mises e, para um estado bidimensional, 𝜎2 = 0 , a teoria de von Mises, fica: 𝜎′ = 𝜎12 + 𝜎32 − 𝜎1𝜎3 em termos das tensões aplicadas, 𝜎𝑧 = 0 , 𝜏𝑦𝑧 = 0 , 𝜏𝑧𝑥 = 0 , temos: 𝜎′ = 𝜎𝑥2 + 𝜎𝑦2 − 𝜎𝑥𝜎𝑦 + 3𝜏𝑥𝑦 2 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Critério de Falha de von Mises Logo, para materiais dúcteis, o escoamento ocorrerá quando: 𝜎′ ≥ 𝜎𝑒 onde: 𝜎𝑒 → resistência (tensão) ao escoamento por tração 𝜎′ → tensão efetiva de von Mises Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Para torção pura 𝜎𝑒 𝜎12 − 𝜎1𝜎3 + 𝜎32 = 1 Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Critério de Falha de von Mises Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Estado seguro das tensões Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Fator de Segurança Para propósitos de projeto, a equação de von Mises pode ser modificada para incorporar um fator de segurança (𝑭𝑺). Assim: 𝜎′ = 𝜎𝑒 𝐹𝑆 Isolando (𝐹𝑆) temos: 𝐹𝑆 = 𝜎𝑒 𝜎′ Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Resistência ao cisalhamento sob cisalhamento 𝑺𝒔𝒚 Considere um caso de cisalhamento puro 𝜏𝑥𝑦 em que para tensão plana, 𝜎𝑥 = 𝜎𝑦 = 0, temos: 𝜎′ = 𝜎𝑥2 + 𝜎𝑦2 − 𝜎𝑥𝜎𝑦 + 3𝜏𝑥𝑦 2 𝜎′ = 3𝜏𝑥𝑦 2 𝜎′ = 3 ∙ 𝜏𝑥𝑦 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Resistência ao cisalhamento sob cisalhamento 𝑺𝒔𝒚 De acordo com a teoria de Von Mises, temos: 𝜎′ = 𝜎𝑒 = 𝑆𝑦 (no limite) Portanto: 𝑆𝑦 = 3 ∙ 𝜏𝑥𝑦 𝜏𝑥𝑦 = 𝑆𝑦 3 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Teoria da Energia de Distorção (Teoria de von Mises) Resistência ao cisalhamento sob cisalhamento 𝑺𝒔𝒚 Sabemos que: 𝜏𝑥𝑦 = 𝑆𝑠𝑦 Portanto: 𝜏𝑥𝑦 = 𝑆𝑦 3 𝑆𝑠𝑦 = 0,577 ∙ 𝑆𝑦 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Comparação Tresca x von Mises Tresca 𝑺𝒔𝒚 𝑆𝑠𝑦 = 0,50 ∙ 𝑆𝑦 von Mises 𝑺𝒔𝒚 𝑆𝑠𝑦 = 0,577 ∙ 𝑆𝑦 Valores obtidos por von Mises são cerca de 15% maiores do que Tresca (mais conservativo) Elementos de Máquinas Prof. Me. AndréL. Bosso Comparação Tresca x von Mises Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso 𝝈𝒆 𝝈𝟐 𝝈𝟏 𝝈𝒆 −𝝈𝒆 −𝝈𝒆 −𝝈𝒆, −𝝈𝒆 𝝈𝒆, 𝝈𝒆 Tresca (hexágono) von Mises (elipse) Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso 𝟏𝟐 𝒌𝑷𝒂 𝟏𝟖 𝒌𝑷𝒂 𝟐𝟎 𝒌𝑷𝒂 O estado plano de tensões no ponto crítico da braçadeira de aço de uma máquina é mostrado na figura abaixo. Se a tensão de escoamento do aço é 𝝈𝒆 = 𝟑𝟔 𝒌𝑷𝒂 , determine se ocorre escoamento do material utilizando a teoria da máxima energia de distorção (von Mises). Exercícios - 1 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Um aço laminado a quente tem resistência ao escoamento de 𝝈𝒆 = 𝟏𝟎𝟎 𝒌𝑷𝒂 Estime o fator de segurança para os seguintes estados de tensão principal, de acordo com o critério de falha de von Mises: a) 𝟕𝟎, 𝟕𝟎, 𝟎 𝒌𝑷𝒂 (estado bidimensional) b) 𝟑𝟎, 𝟕𝟎, 𝟓𝟎 𝒌𝑷𝒂 (estado tridimensional) Exercícios - 2 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso O eixo maciço mostrado na figura abaixo tem raio de 𝟎, 𝟓 𝒄𝒎 e é feito de aço com tensão de escoamento de 𝝈𝒆 = 𝟑𝟔𝟎 𝑴𝑷𝒂. Exercícios - 3 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso Determine se as cargas provocam a falha do eixo de acordo como a teoria de von Mises. 𝜎𝑥 𝜏𝑥𝑦 A figura mostra um eixo montado em mancais em A e D e tendo polias em B e C. As forças que atuam nas superfícies das polias representam as trações de correia. Exercícios - 4 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso O eixo será feito de aço AISI 1035 CD 𝜎𝑒 = 460 𝑀𝑃𝑎 Determine o diâmetro mínimo do eixo para evitar o escoamento. Utilize a teoria de von Mises e um 𝐹𝑆 = 2 Elementos de Máquinas Prof. Me. André L. Bosso
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