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Projeto de Máquinas CCE1055 Prof. MSc. Antônio Barroso 03/03/2020 Conteúdo • Critérios de Resistência Conceito de Tensão A direção da tensão depende do tipo de solicitação, ou seja da direção das cargas atuantes. Tensão é o resultado da ação de cargas externas sobre uma unidade de área da seção analisada na peça, componente mecânico ou estrutural submetido à solicitações mecânicas. Conceito de Tensão Através de um ensaio de tração, é possível entender as propriedades dos materiais. São medidos os alongamentos δ, correspondentes aos acréscimos de carga axial P, que se aplicarem à barra, até a ruptura do corpo-de-prova. - Tensão Admissível - O engenheiro responsável pelo projeto de elementos estruturais ou mecânicos deve restringir a tensão do material a um nível seguro, portanto, deve usar uma tensão segura ou admissível. Este carregamento é chamado de admissível, de trabalho ou de projeto. Relação entre Tensão Limite (Ruptura ou Escoamento) e o Fator de Segurança. 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝜎𝑅 𝐹𝑆 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝜎𝐸 𝐹𝑆 Materiais Frágeis Materiais Dúcteis - Tensão Admissível - - Tensão Admissível - - Tensão Admissível - • Elemento sujeito a aplicação de cisalhamento por carga axial 𝐴 = 𝑃 𝜏𝑎𝑑𝑚 𝐴 = 𝑃 2𝜋𝑟 ∗ 𝑙 𝑙 = 𝑃 𝜋 ∗ 𝑑 ∗ 𝜏𝑎𝑑𝑚 𝑑 = 𝑃 𝜋 ∗ 𝑙 ∗ 𝜏𝑎𝑑𝑚 • Comprimento mínimo para P e d fixos • Diâmetro mínimo para P e l fixos Considerações Sobre Segurança • A qualidade de um projeto pode ser medida por muitos critérios. Um deles é a segurança; • O engenheiro é o responsável pelo desenvolvimento de produtos e projetos com alto grau de segurança. • Para isso, deverá ter engenhosidade, capacidade imaginativa o suficiente para antecipar situações potenciais de alto risco para o produto. • É sempre necessário calcular, dependendo do projeto, um ou mais fatores de segurança para estimar a possibilidade de falha. Considerações Sobre Segurança Exemplo: Antecipar situações de risco - Cargas em excesso Coeficiente/ Fator de Segurança • Um coeficiente de segurança (fator de segurança) pode ser expresso de muitas formas. • Ele é tipicamente a razão entre duas quantidades que possuem as mesmas unidades, como: 1. (Resistência)/(Tensão atuante); 2. (Esforço crítico)/(Esforço aplicado); 3. (Esforço que quebra a peça)/ (Esforço esperado em serviço); 4. (Máximo número de ciclos)/ (Número de ciclos solicitados); 5. (Velocidade que quebra)/ (Velocidade em operação). 𝐹𝑆 = 𝜎𝑅 𝜎𝑎𝑑𝑚 • Sempre adimensional • Sempre maior que 1 Considerações Sobre Segurança Em um único projeto, podem aparecer mais de 10 fatores de segurança. Isso vai depender de quantas relações você precisa considerar. Coeficiente/ Fator de Segurança • O menor valor de FS para qualquer peça é o mais importante, já que ele prevê a forma mais provável de falha. • Quando FS é reduzido a 1, a tensão sobre a peça é igual à resistência do material e a falha ocorre. Portanto, desejamos que N seja sempre superior a 1. 𝐹𝑆 = 𝜎𝑅 𝜎𝑎𝑑𝑚 Coeficiente/ Fator de Segurança • O fator de segurança(FS) é utilizado no dimensionamento dos elementos de construção visando assegurar o equilíbrio entre a qualidade de construção e seu custo. Coeficiente/ Fator de Segurança • Na indústria aeronáutica, fatores de segurança para aeronaves comerciais estão na faixa de 1,2 a 1,5. • Aeronaves militares podem ter o fator de segurança menor do que 1,1 , só que a tripulação toda possui paraquedas, além do que os pilotos de teste possuem altíssimos salários. Coeficiente/ Fator de Segurança • Os mísseis possuem fator de segurança igual a 1, mas não tem tripulação e não se espera que precisem retornar a origem. Coeficiente/ Fator de Segurança • Estes pequenos fatores de segurança em aeronaves são necessários para manter os pesos baixos e são justificados pela análise analítica sofisticada, com testes dos materiais usados, extenso testes de protótipos dos projetos, e rigoroso serviço de inspeção para pequenas falhas de equipamentos. Coeficiente/ Fator de Segurança Quão maior do que 1 deve ser o fator de segurança depende de muitos fatores, inclusive: • do nosso nível de confiança no modelo no qual os cálculos são baseados; • do nosso conhecimento da variação das possíveis condições de carga em serviço; • da nossa confiança nas informações de resistência do material disponíveis. 𝐹𝑆 = 𝜎𝑅 𝜎𝑎𝑑𝑚 Coeficiente/ Fator de Segurança O engenheiro pode escolher o FS com base na sua experiência, de acordo com alguns critérios. É uma análise que precisa ser muito cuidadosa pois deve levar em consideração diversos fatores, tais como: O mais importante é ter bom senso nesta escolha. • Material a ser aplicado; • Frequência de carregamento (fadiga); • Ambiente de atuação; • Tipo de carregamento para o qual se projeta ou futuro; • Modo de ruptura que pode ocorrer; • Deterioração que poderá ocorrer no futuro devido à falta de manutenção ou causas naturais; • A importância de um certo membro para a integridade do todo; • Influência na função a ser desempenhada pela máquina; • Riscos de vida ou de propriedade; Coeficiente/ Fator de Segurança • Algumas orientações para a escolha de um coeficiente de segurança para projetos de máquinas podem ser definidas com base em três critérios: 1. Na qualidade e disponibilidade de dados adequados sobre as propriedades dos materiais; 2. Nas condições ambientais esperadas em comparação com aquelas nas quais os dados de teste do material foram obtidas; 3. Na precisão dos modelos de solicitação e de tensão desenvolvidos para análises. Coeficiente/ Fator de Segurança • A Tabela 1-3 (Norton) mostra um conjunto de fatores para materiais dúcteis Coeficiente/ Fator de Segurança 𝐹𝑆𝑑ú𝑐𝑡𝑖𝑙 ≅ 𝑀𝐴𝑋(𝐹1, 𝐹2, 𝐹3) 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝜎𝑒 𝐹𝑆Materiais Dúcteis Coeficiente/ Fator de Segurança 𝐹𝑆𝑓𝑟á𝑔𝑖𝑙 ≅ 2 × 𝑀𝐴𝑋𝑑𝑢𝑐𝑡𝑖𝑙(𝐹1, 𝐹2, 𝐹3) 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝜎𝑟 𝐹𝑆Materiais Frágeis Coeficiente/ Fator de Segurança Exemplo: Cabos de aço. • Carga de trabalho (CT) é a massa máxima que o cabo de aço está autorizado a sustentar. • O fator de segurança (FS) é a relação entre a carga de ruptura mínima (CRM) do cabo e a (CT). • Um fator de segurança adequado garantirá Segurança na operação de movimentação de carga, Desempenho e Durabilidade do cabo de aço e, consequentemente, economia. Exercícios 1. A haste suspensa está apoiada por um disco circular fixo na sua extremidade superior (Figura). A haste passa por um orifício de 40 mm de diâmetro e a carga a ser suportada é de 20 kN. Determine o diâmetro mínimo da haste e a espessura mínima do disco. As tensões admissíveis para tração e cisalhamento são 60 MPa e 35 MPa, respectivamente. Exercícios 2. A barra rígida AB é suportada por uma haste de aço AC com diâmetro de 20 mm e um bloco de alumínio com área da seção transversal de 1800 mm². Os pinos de 18 mm de diâmetro em A e C estão submetidos a cisalhamento simples. Se a tensão de ruptura do aço e do alumínio forem (𝜎𝑎ç𝑜)𝑟𝑢𝑝 = 680 𝑀𝑃𝑎 e (𝜎𝑎𝑙)𝑟𝑢𝑝 = 70 𝑀𝑃𝑎 , respectivamente, e a tensão de cisalhamento de ruptura de cada pino for 𝜏𝑟𝑢𝑝 = 900 𝑀𝑃𝑎 , determine a maior carga P possível, considerando um C.S./F.S. de 2. Exercício 1 a) Haste b) Disco 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝑃 𝐴 𝐴 = 𝑃 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 20.000 60∗106 = 0,0033 𝑚² 𝐴 = 𝜋𝐷² 4 𝐷 = 4𝐴 𝜋 = 0,0206𝑚 = 20,6 𝑚𝑚 𝐴 = 𝑃 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 20.000 35∗106 = 0,000571 𝑚²𝜏𝑎𝑑𝑚 = 𝑃 𝐴 𝐴 = 2𝜋𝑅 ∗ 𝑡 = 𝜋𝑑 ∗ 𝑡 𝑡 = 𝐴 𝜋𝑑 = 0,00455𝑚 = 4,55 𝑚𝑚 Exercício 2 Exercício 2 • Cálculo de Tensões Admissíveis para Haste de Aço, Bloco de Alumínio e Pinos de cisalhamento. Exercício 2 • Cálculo da Força Máxima P na Haste AC Exercício 2 • Cálculo da Força Máxima P no bloco de Alumínio Exercício 2 • Cálculo da Força Máxima P nos pinos de cisalhamento Exercícios • Devemos considerar o menor dos valores encontrados para P, garantindo assim a segurança em todos os tipos de solicitações presentes no projeto, sem exceder as tensões admissíveis.• 𝑷𝒎𝒂𝒙 = 𝟏𝟔𝟖 𝒌𝑵 (limite do bloco de Alumínio) Normas de Projetos e de Segurança • Muitas associações de engenharia e agências governamentais desenvolveram normas para áreas específicas de projetos de engenharia. • A maior parte delas são apenas recomendações, mas algumas têm força de lei. • Responsabilidade pela solidez e segurança do projeto, pelos materiais utilizados e quaisquer danos causados a terceiros. Normas de Projetos e de Segurança American Gear Manufacturers Association (AGMA) – Associação Americana de Fabricantes de Engrenagem http://www.agma.org/ American Institute of Steel Construction (AISC) – Instituto Americano da Construção em Aço http://www.aisc.org American Iron and Steel Institute (AISI) – Instituto Americano do Ferro e Aço http://www.steel.org / American National Standards Institute (ANSI) – Instituto Americano de Normas http://www.ansi.org/ American Society for Metals (ASM International) – Sociedade Americana de Metais http://www.asmintl.org/ American Society of Mechanical Engineers (ASME) – Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos http://www.asme.org/ American Society of Testing and Materials (ASTM) – Sociedade Americana de Testes e Materiais http://www.astm.org/ American Welding Society (AWS) – Sociedade Americana de Solda http://www.aws.org/ Anti-Friction Bearing Manufacturers Association (AFBMA) – Associação dos Fabricantes de Mancais de Rolamento International Standards Organization (ISO) – Organização Internacional de Normas http://www.iso.ch/iso/en http://www.agma.org/ http://www.aisc.org/ http://www.ansi.org/ http://www.asmintl.org/ http://www.asme.org/ http://www.astm.org/ http://www.aws.org/ http://www.iso.ch/iso/en Conteúdo • Critérios de Resistência Critérios de Resistência • Sabemos que quando se determina um material para um projeto, dependendo das condições de solicitação, o material pode se encontrar sob diferentes estados mecânicos. Critérios de Resistência • Para um projeto, é necessário saber quando um determinado material pode vir a falhar. Quando se trata de tensão uniaxial (tração ou compressão), é fácil determinar o limite de falha de um determinado material. 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝜎𝑅 𝐹𝑆 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝜎𝐸 𝐹𝑆 Materiais Frágeis Materiais Dúcteis Critérios de Resistência • Por quê as peças falham? • Deformação; • Escoamento; • Indentação; • Ruptura frágil; • Ruptura dúctil; • Fadiga; • Corrosão; • Desgaste; • Impacto; • Fretagem; • Fluência; • Relaxação térmica; • Choque térmico; • Desgaste por Contato; • Dano por radiação; • Flambagem; • Corrosão sob tensão • Corrosão e desgaste • Corrosão associada à fadiga; • Fadiga e fluência combinadas. Critérios de Resistência • Por quê as peças falham? Critérios de Resistência • No geral, materiais dúcteis falham por excesso na tensão de cisalhamento e materiais frágeis por excesso na tensão normal (tração/compressão); • A literatura estabelece de forma clara divisão de Teorias para Critérios de Resistência (Falha) de materiais: • Materiais Frágeis (falha ao atingir ruptura): – Critério da Máxima Tensão Normal (Teoria de Rankine ou Teoria de Coulomb); – Teoria de Coulomb-Mohr; – Teoria de Coulomb-Mohr modificada. • Materiais Dúcteis (falha ao atingir escoamento): – Teoria da Máxima Energia de Distorção (vonMises-Hencky); – Teoria da Máxima Tensão de Cisalhamento (Tresca). Critérios de Resistência • LEMBRE-SE: Estamos tratando de cargas estáticas! • Quando o carregamento é dinâmico (cargas variáveis), a distinção entre o comportamento frágil e dúctil desaparece ! • Materiais dúcteis passam a falhar como os frágeis! Critérios de Resistência • Para o caso de um elemento estrutural sujeito a um estado uniaxial de tensões, a condição para que ele não falhe, é simples: • Mas, e para um caso de solicitação mais geral e/ou complexa? Critérios de Resistência • No caso de um estado triplo de tensões, é impossível de se realizar um ensaio mecânico, devido a infinidade de combinações e as dificuldades técnicas que surgiriam durante os testes. Devido a estas dificuldades, surgiu a necessidade de se desenvolverem métodos gerais para se determinar o grau de perigo de um estado tensional quando se dispõe de um número limitado de ensaios mecânicos do material. Estes diversos métodos são chamados critérios de resistência. Critérios de Resistência Estado Triaxial. Estado Plano de Tensões (𝜎2 = 0). Critérios de Resistência • Círculo de Mohr para tração unidirecional: • Circulo de Mohr para torção pura: Critérios de Resistência - Frágeis • Materiais Frágeis: – Um material é considerado frágil quando rompe, à tração (ou compressão), ainda na fase elástica (sem “aviso prévio”). – Em outras palavras, a falha se dá por ruptura, sem que haja escoamento. – Exemplos: concreto, fibra de carbono, ferro fundido, vidro, porcelana, cerâmicas, etc. Tensão x Deformação Sem patamar de escoamento (“aviso de falha”). Critério da Tensão Normal Máxima • Ocorre quando a tensão principal máxima no material atinge a tensão normal máxima que o material pode suportar em um teste de tração uniaxial; • Esta teoria também admite que falhas em compressão e cisalhamento ocorram na mesma tensão máxima que as falhas em tração. Critério de Falha de Mohr • A principal limitação do critério anterior (TNM) é considerar que as resistências à tração e à compressão de um material são iguais; • Previsão da falha de materiais frágeis com tensões limites diferentes para tração e compressão; • Para sua utilização, devem ser conhecidas as tensões limites do material quando este é submetido a: – um estado de tração uniaxial, (𝝈𝒓)𝒕 – um estado de compressão uniaxial, (𝝈𝒓)𝒄 – um estado de cisalhamento puro, 𝝉𝒓 • Os valores podem ser obtidos por meio de ensaios (tração e compressão separadamente) e traçando os círculos de Mohr para cada uma das condições de carregamento; Critério de Falha de Mohr 𝜎𝑟𝑡 = Limite de ruptura por tração 𝜎𝑟𝑐 = Limite de ruptura por compressão 𝜏𝑟 = Limite de ruptura por cisalhamento 𝜏𝑟 = 𝜎𝑟 2 Critério de Falha de Mohr • Pode-se, ainda, considerar um terceiro ensaio: o de torção; • Neste caso, um terceiro círculo é construído e uma envoltória de estados de tensão admissível é traçada; • Se o estado de tensão atuante no corpo em análise gerar um círculo de Mohr completamente contido no interior da envoltória, o estado de tensão é admissível e, portanto, o corpo encontra-se em segurança. Caso contrário, tem-se a falha. Critério de Falha de Mohr • Aplica-se ainda um coeficiente (fator) de segurança (C.S / F.S.): 𝜎1 𝜎𝑟𝑡 − 𝜎3 𝜎𝑟𝑐 = 1 𝐶. 𝑆. 𝜎1 ≤ 𝜎𝑟𝑡 𝐶. 𝑆. 𝜎3 ≤ 𝜎𝑟𝑐 𝐶. 𝑆. 𝜎1 ≥ 𝜎3 ≥ 0 0 ≥ 𝜎1 ≥ 𝜎3 𝜎1 𝑜𝑢 𝜎3 ≥ 0 ≥ 𝜎1 𝑜𝑢 𝜎3 1º quadrante 3º quadrante 2º e 4º quadrantes Teoria de Coulomb-Mohr Modificada • Observando-se os quadrantes na teoria de Mohr, temos que os 1º e 3º quadrantes estão em segurança, porém para os 2º e 4º quadrantes existe uma incompatibilidade das falhas com esta teoria, o que levou a uma modificação na teoria de Coulomb-Mohr para que se ajustasse melhor aos dados observados. 1º quadrante 3º quadrante 2º e 4º quadrantes (𝜎𝑟𝑐 − 𝜎𝑟𝑡)𝜎1 𝜎𝑟𝑐 ∗ 𝜎𝑟𝑡 − 𝜎3 𝜎𝑟𝑐 = 1 𝐶. 𝑆. 𝜎1 ≤ 𝜎𝑟𝑡 𝐶. 𝑆. 𝜎3 ≤ 𝜎𝑟𝑐 𝐶. 𝑆. 𝜎1 ≥ 𝜎3 ≥ 0 0 ≥ 𝜎1 ≥ 𝜎3 𝜎𝑥 𝑜𝑢 𝑦≥ 0 ≥ 𝜎𝑦 𝑜𝑢 𝑥 Teoria de Coulomb-Mohr Modificada • Essa inconsistência foi descoberta de forma experimental; • A figura ao lado, mostra dados experimentais, superpostos à envoltória de falhas, do Ferro Fundido Cinzento. Teoria de Coulomb-Mohr Modificada • Para evitar a necessidade de desenhar o diagrama em cada caso, Dowling desenvolveu as seguintes equações: 𝐶1 = 1 2 𝜎1 − 𝜎2 + 2𝜎𝑟𝑡 − 𝜎𝑟𝑐 − 𝜎𝑟𝑐 (𝜎1 + 𝜎2) 𝐶2 = 1 2 𝜎2 − 𝜎3 + 2𝜎𝑟𝑡 − 𝜎𝑟𝑐 − 𝜎𝑟𝑐 (𝜎2 + 𝜎3) 𝐶3 = 1 2 𝜎3 − 𝜎1 + 2𝜎𝑟𝑡 − 𝜎𝑟𝑐 − 𝜎𝑟𝑐 (𝜎3 + 𝜎1) 𝜎 = 𝑀𝐴𝑋 𝐶1, 𝐶2, 𝐶3, 𝜎1, 𝜎2, 𝜎3 , 𝑠𝑒 𝑀𝐴𝑋<0 , 𝜎= 0 𝐶. 𝑆. = 𝜎𝑟𝑡 𝜎 Exemplo – Material Frágil – Norton 4 ed Exemplo – Material Frágil – Norton 4 ed 1. Análise das tensões: a) Tensões presentes: Flexão (viga) e Torção; b) Tensão máxima de tração no Ponto A (Flexão); c) Tensão máxima de cisalhamento ao redor da haste (Torção); d) Posso escolher o ponto A Exemplo – Material Frágil – Norton 4 ed 2. Tensão máxima de cisalhamento e as tensões principais provenientes da combinação das tensões : Exemplo – Material Frágil – Norton 4 ed 3. Equações de Dowling: Exemplo – Material Frágil – Norton 4 ed 4. Coeficiente de Segurança: 5. Checar o ponto B – Cisalhamento puro: por torção e por força cortante (flexão) 𝐶. 𝑆. = 𝜎𝑟𝑡 𝜎 = 52500 24144 = 2,2 𝜏𝑓𝑙𝑒𝑥𝑎𝑜 = 4𝑉 3𝐴 = 4𝐹 3𝜋 𝑑² 4 = 4(1000) 5,298 = 755 𝑝𝑠𝑖 𝜏𝑚𝑎𝑥 = 𝜏𝑡𝑜𝑟çã𝑜 + 𝜏𝑓𝑙𝑒𝑥𝑎𝑜 = 𝜏𝑥𝑧 + 𝜏𝑓𝑙𝑒𝑥𝑎𝑜 𝜏𝑚𝑎𝑥 = 12072 + 755 = 12827 𝑝𝑠𝑖 Exemplo – Material Frágil – Norton 4 ed 6. Tensões principais provenientes da combinação das tensões : 7. Equações de Dowling: Exemplo – Material Frágil – Norton 4 ed 8. Coeficiente de Segurança: 𝐶. 𝑆. = 𝜎𝑟𝑡 𝜎 = 52500 12827 = 4,1 Logo, o C.S. mais crítico é no ponto A, sendo este o ponto mais susceptível a falha! Critérios de Resistência - Dúcteis • Materiais Dúcteis: – Um material é considerado dúctil quando suporta grandes deformações antes de romper; – Em outras palavras, a falha se dá por escoamento, após a ocorrência de deformações plásticas (irreversíveis). – Exemplos: aço, alumínio, cobre, ouro, etc. Tensão x Deformação Com patamar de escoamento (“aviso de falha”). Critério da Máxima Tensão de Cisalhamento (Tresca) • "A maior tensão de cisalhamento não deve ultrapassar a metade da tensão limite de tração, determinada no ensaio de tração simples". • Este critério se baseia no fato de que o escoamento dos materiais dúcteis é causado por deslizamento do material ao longo de superfícies oblíquas, deslizamento devido, principalmente às tensões cisalhantes. Qualquer círculo de Mohr com raio < 𝝉𝒎𝒂𝒙caracterizará a segurança do estado tensional. 𝜏𝑚𝑎𝑥 ≤ 𝜎𝑒 2 Critério da Máxima Tensão de Cisalhamento (Tresca) • A máxima tensão tangencial em um ponto para o estado plano de tensões (𝜎2 = 0) pode ser calculada como: • Assim, o critério de Tresca pode ser descrito como: 𝜎1 > 0 𝜎3 > 0 𝜎1 < 0 𝜎3 < 0 𝜎1 > 0 𝜎3 < 0 𝜎1 < 0 𝜎3 > 0 Critério da Máxima Tensão de Cisalhamento (Tresca) • Reescrevendo em função do estado de tensões: Critério da Máxima Tensão de Cisalhamento (Tresca) • Inclusão do Coeficiente de Segurança (C.S.): 𝐶. 𝑆. = 0,5𝜎𝑒 𝜏𝑚𝑎𝑥𝜏𝑚𝑎𝑥 ≤ 𝜎𝑒 2 𝜏𝑚𝑎𝑥 ≤ 0,5𝜎𝑒 𝐶. 𝑆. 𝐶. 𝑆. = 𝜎𝑒 (𝜎1 − 𝜎3) Critério da Máxima Energia de Distorção (Von Mises) • Mais utilizado que o critério de Tresca devido a sua melhor correlação com dados experimentais; • Consideram-se os conceitos de energia de distorção de um elemento, ou seja, a energia associada a sua mudança de forma, e não do seu volume; • Segundo a teoria, o material resiste até que a energia de distorção alcance um valor limite, constante para cada material (ensaio de tração uniaxial); Critério da Máxima Energia de Distorção (Von Mises) • Densidade de energia de distorção para Triaxial de tensões em um elemento: • Densidade de energia de distorção no ensaio uniaxial: • Pelo enunciado do critério, temos que 𝑢𝑑 ≤ 𝑢𝑡𝑟𝑎çã𝑜 Assim, Critério da Máxima Energia de Distorção (Von Mises) • Para o Estado Plano de Tensões (𝜎2 = 0) Critério da Máxima Energia de Distorção (Von Mises) • Reescrevendo em função do estado de tensões: • Para os casos em que 𝜎𝑦𝑦 = 0, a equação se simplifica para: Critério da Máxima Energia de Distorção (Von Mises) • Para inclusão do Coeficiente de Segurança (C.S.), passamos a tratar com a Tensão Equivalente de Von Mises (𝝈′): 𝐶. 𝑆. = 𝑆𝑦 𝜎′ = 𝜎𝑒 𝜎′ 𝜎′ = 𝑆𝑦 𝐶. 𝑆. = 𝜎𝑒 𝐶. 𝑆. • Estado Tridimensional: • Estado Plano de Tensões: Critério da Máxima Energia de Distorção (Von Mises) • Para o caso de cisalhamento puro encontrado em carregamentos de torção pura (linha a -45° da origem), temos: Critério da Máxima Energia de Distorção (Von Mises) Tresca x Von Mises • Tresca • Von Mises Critérios de Resistência - Dúcteis • Antigamente, a Teoria da Tensão Normal Máxima (TNM) dos materiais frágeis já foi utilizada para os materiais dúcteis, porém identificou-se posteriormente que ela não é segura; • Apesar de poder ser utilizada para materiais frágeis, com o surgimento das teorias de Coulomb-Mohr, também entrou em desuso; • Comparando a envoltória quadrada da TNM com a elipse da energia de distorção (Von Mises) e com o hexágono inscrito da teoria do cisalhamento máximo (Tresca), é possível perceber que materiais dúcteis falham em carregamentos estáticos no segundo e no quarto quadrantes. O projetista sábio evitará usar a teoria da tensão normal com materiais dúcteis! Critérios de Resistência - Dúcteis FALHA!! Exemplo – Material Dúctil – Norton 4 ed Exemplo – Material Dúctil – Norton 4 ed 1. Análise das tensões no Ponto A: 2. Tensão máxima de cisalhamento e as tensões principais provenientes da combinação das tensões : 3. Tensão equivalente de von Mises a partir das tensões principais: 4. O coeficiente de segurança para Von Mises: 5. O coeficiente de segurança para Tresca: Exemplo – Material Dúctil – Norton 4 ed 𝐶. 𝑆. = 𝑆𝑦 𝜎′ = 47000 27661 = 1,7 𝐶. 𝑆. = 0,50𝜎𝑒 𝜏𝑚𝑎𝑥 = 0,50(47000) 15090 = 1,6 6. Checar o ponto B – Cisalhamento puro: por torção e por força cortante (flexão): 𝜏𝑓𝑙𝑒𝑥𝑎𝑜 = 4𝑉 3𝐴 = 4𝐹 3𝜋 𝑑² 4 = 4(1000) 5,298 = 755 𝑝𝑠𝑖 𝜏𝑚𝑎𝑥 = 𝜏𝑡𝑜𝑟çã𝑜 + 𝜏𝑓𝑙𝑒𝑥𝑎𝑜 = 𝜏𝑥𝑧 + 𝜏𝑓𝑙𝑒𝑥𝑎𝑜 𝜏𝑚𝑎𝑥 = 12072 + 755 = 12827 𝑝𝑠𝑖 Exemplo – Material Dúctil – Norton 4 ed 𝐶. 𝑆.𝑉𝑀 = 0,577𝑆𝑦 𝜏𝑚𝑎𝑥 = 0,577(47000) 12827 = 2,1 𝐶. 𝑆.𝑇𝑅 = 0,50𝜎𝑒 𝜏𝑚𝑎𝑥 = 0,50(47000) 12827 = 1,8 Logo, o C.S. mais crítico é no ponto A, sendo este o ponto mais susceptível a falha! • Apesar do Ponto A ter sido crítico para os 2 casos (frágil / dúctil), a mudança de material de frágil (Ferro Fundido) para dúctil (alumínio) reduziu o C.S. (2,2 para 1,7/1,6); • A redução no Ponto B foi maior ainda (4,1 para 2,1/1,8); • Nesse caso, podemos analisar que o uso do alumínio mantém a segurança do projeto e provavelmente reduz os custos; • A mudança de método para material dúctil também alterou os valores, porém nesse caso trata-se de uma alteração relativa menor, e geralmente escolhemos aquele mais seguro (conservador) – Von Mises; • Vale lembrar que, conforme visto anteriormente, qualquer outra influência externa não considerada nos cálculos poderão acarretar na escolha do Ferro Fundido (mais conservador). Comparação entre exemplos Recomendações - Revisar • Estado de Tensões – Uniaxial – Plano – Tridimensional • Tensões Principais (equivalentes) • Círculos de Mohr • Materiais e Falhas – Frágil x Dúctil Assuntos de: • Resistência dos Materiais 1 e 2 • Elementos de Máquinas Livro: Projeto de Máquinas – Uma abordagem Integrada – 4ª edição ou superior – Robert L. Norton Capítulos 2,3 e 4
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