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Apostila de Qualidade do Ar Interno ITAJAi

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Prévia do material em texto

Engenharia de Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
 
QUALIDADE DO AR INTERNO 
 
 
 
 
 
 
 
 JOSÉ EDSON BASTO 
Eng. de Segurança do Trabalho 
Eng. Mecânico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITAJAÍ - 2007 
 
 
 
 
 
 
QUALIDADE DO AR INTERNO 
SUMÁRIO 
TABELAS........................................................................................................................................................... 6 
1. A IMPORTÂNCIA DO AR............................................................................................................................. 8 
2. QUALIDADE DO AR INTERNO ................................................................................................................. 10 
2.2 Requisitos para a Garantia da Qualidade do Ar Interno....................................................................... 14 
3. CONFORTO TÉRMICO ............................................................................................................................. 14 
3.1 Avaliação do Conforto Térmico............................................................................................................. 16 
4. SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO................................................................................................................. 19 
4.1 Componentes do Sistema de Climatização .......................................................................................... 20 
5. FILTROS DE AR.......................................................................................................................................... 25 
6. PADRÕES DE PARTÍCULAS ..................................................................................................................... 27 
7. CONTAMINANTES...................................................................................................................................... 31 
7.1 Contaminantes Químicos Interiores...................................................................................................... 31 
7.1.a Compostos Orgânicos Voláteis .................................................................................................... 31 
7.1.b Materiais particulados .................................................................................................................. 32 
7.1.c Contaminantes Biológicos.............................................................................................................. 33 
7.1.d Componentes Químicos ................................................................................................................ 33 
7.1.e Contaminantes gerados por Ocupantes ........................................................................................ 34 
7.2 Contaminantes Químicos Exteriores..................................................................................................... 34 
7.3 Agentes Desconhecidos................................................................................................................. 35 
8. DOENÇAS ASSOCIADOS À QUALIDADE DO AR INTERNO.................................................................. 35 
8.1 Doenças Ocupacionais Das Vias Aéreas Inferiores ............................................................................. 36 
8.1.1 Doença do Legionário ou Legionelose ......................................................................................... 36 
8.1.2 Asma Ocupacional........................................................................................................................ 36 
8.1.3 Pneumonia..................................................................................................................................... 37 
8.1.4 Pneumonite de Hipersensibilidade ............................................................................................... 38 
8.1.5 Fibrose Pulmonar Idiopática ......................................................................................................... 38 
8.2 Doenças Ocupacionais das Vias Aéreas Superiores ........................................................................... 39 
8.2.1 Rinites Alérgicas e Irritativas ......................................................................................................... 39 
9. LEGISLAÇÃO SOBRE QUALIDADE DO AR INTERNO............................................................................. 41 
10. PADRÕES DE QUALIDADE DO AR........................................................................................................ 44 
Parâmetros Físicos............................................................................................................................. 44 
Parâmetros Químicos ......................................................................................................................... 44 
Parâmetros Biológicos........................................................................................................................ 44 
11. METODOLOGIA PARA ANÁLISE DA QUALIDADE DO AR ................................................................... 46 
11.1 Determinação de Parâmetros físicos .................................................................................................. 47 
11.2 Controle microbiológico....................................................................................................................... 48 
11.3 Determinação de aerodispersóides .................................................................................................. 49 
11.4 Determinação de CO (Dióxido de Carbono).................................................................................... 50 2
11.5 Contador de Partículas ..................................................................................................................... 51 
12. MEDIDAS PARA CORREÇÃO DOS PROBLEMAS DE QUALIDADE DO AR........................... 52 
12.1 Sistemas de Supervisão e Controle Predial ..................................................................................... 53 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 2
QUALIDADE DO AR INTERNO 
12.2 Ionização Negativa............................................................................................................................. 54 
12.3 Lâmpadas Ultravioletas...................................................................................................................... 55 
13. LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO ..................................................................................................................... 55 
BIBLIOGRAFIA................................................................................................................................................ 58 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................................ 59 
ANEXOS.......................................................................................................................................................... 62 
A.1 PORTARIA Nº 3.523, DE 28 DE AGOSTO DE 1998 .................................................................. 62 
A.2 RESOLUÇÃO - RE Nº 9, DE 16 DE JANEIRO DE 2003............................................................. 70 
A.3 Fluxograma de um Plano de Gerenciamento de Qualidade do Ar .............................................. 79 
A.4 GUIA DE CONTRATAÇÃO DE EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS EM CONTROLE 
DE QUALIDADE DE AR DE INTERIORES. Volume I - Guia nº 01 2003 ....................................................... 80 
A.5 RECOMENDAÇÃO NORMATIVA ABRAVA PARA EXECUÇÃO DE SERVIÇOS DE LIMPEZA E 
HIGIENIZAÇÃO DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE AR......................................................................... 86Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 3
QUALIDADE DO AR INTERNO 
 
 
 
 
 
 
Quando você não 
respira, nada mais 
importa!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 4
QUALIDADE DO AR INTERNO 
RESUMO 
 
 O presente trabalho pretende apresentar os requisitos para manter a qualidade do ar em ambientes 
climatizados, mostrando os principais aspectos que interferem na obtenção de um ambiente salubre e 
adequado para a realização das diversas atividades laborais. A insalubridade apresentada em ambientes 
climatizados pode ser associada à baixa qualidade do ar insuflado nestes locais, assim como a formação, 
movimentação e dispersão de contaminantes. Devido à complexidade de variáveis impostas, assim como a 
integração quase constante entre trabalhadores e enfermidades, o Ambiente Hospitalar foi escolhido para 
servir como estudo de caso, possibilitando-se avaliar os parâmetros e os requisitos determinantes para o 
enfoque do presente trabalho. 
Os ambientes chamados “doentes” apresentam uma série de características de insalubridade 
provocando diversos sintomas nos ocupantes e por conseqüência, diminuição da produtividade e aumento 
do absenteísmo nestas situações. Um dos aspectos principais para minimizar o problema é a necessidade 
de se ampliar a discussão acerca das medidas de prevenção e inibição dos fatores nocivos à saúde, assim 
como a purificação do ar, a salubridade e o conforto. 
Neste sentido é fundamental manter sob análise freqüente os textos da Legislação vigente e as 
implicações na garantia da Qualidade do Ar Interno (QAI), visto que as referidas normalizações foram 
introduzidas recentemente no âmbito da saúde e segurança do trabalho, estando estas ainda em fase 
praticamente experimental. 
Um dos objetivos é apresentar um levantamento bibliográfico que permita descrever a importância 
da qualidade do ar e os processos envolvidos em um sistema de climatização, além da importância destes 
para as atividades desenvolvidas nos ambientes climatizados. Procura-se ainda apresentar os problemas 
inerentes, assim como os constituintes nocivos do ar, os quais contribuem para uma série de sintomas 
apresentados pelos ocupantes. Apresentados tais fatores é possível determinar e avaliar os requisitos 
básicos para a qualidade do ar no interior dos ambientes sujeitos a processos de climatização. 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras Chave: Segurança do Trabalho, Qualidade do Ar Interno, Síndrome dos Edifícios Doentes, 
Doenças Relacionadas aos Edifícios, Climatização, Ventilação, Ambientes Hospitalares. 
 
 
 
 
 
 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 5
QUALIDADE DO AR INTERNO 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 6
 
TABELAS 
 
TABELA DE CONVERSÃO DE VÁRIAS UNIDADES 
Comprimento 1m=3,281pés=39,37pol 
Área 1m²=10,76pés²=1.550pol² 
Volume 1m³=35,3pés³=1.000litros 
Volume 1galão(USA)=3,8litros 1galão(GB)=4,5 litros 
Massa 1kg=2,2 lb 1lb=0,45kg 1 onça=28,35g 
Pressão 1atm=1,033kgf/cm²=14,7lbf/pol²(PSI) 
Pressão 1bar=100kPa=1,02atm=29,5polHg 
Energia 1kWh=860kcal 1kcal=3,97Btu 
Energia 1kgm=9,8J 1Btu=0,252kcal 
Potência 1kW=102kgm/s=1,36HP=1,34BHP=3.413Btu/h 
Potência 1TR=3.024kcal/h=200Btu/min=12.000Btu/h 
Temperatura ºF=32+1,8.ºC K=273+ºC R=460+ºF 
 
COMPRIMENTO 
 cm m km in ft mi 
1 centímetro (cm) 1 0,01 0,00001 0,3937 0,0328 0,000006214 
1 metro (m) 100 1 0,001 39,3 3,281 0,0006214 
1 quilômetro (km) 100000 1000 1 39370 3281 0,6214 
1 polegada (in) 2,54 0,0254 0,0000254 1 0,08333 0,00001578 
1 pé (ft) 30,48 0,3048 3,048 12 1 0,0001894 
1 milha terrestre 
(mi) 160900 1609 1,609 63360 5280 1 
 
 
PRESSÃO 
 atm PSI(lbf/in²) Kgf/cm² Bar mmHg(Torricelli) mH2O in. Hg Pascal(Pa)
atm 1 14,6959 1,033 1,01325 760 10,33 29,92 101325 
PSI(lbf/in²) 0,0680 1 0,07031 0,06895 51,71 0,70307 2,04 6894,8 
Kgf/cm² 0,96778 14,2234 1 0,98 735,514 10 28,9572 98066,5 
Bar 0,9869 14,5 1,02 1 750,061 10,195 29,53 10000 
mmHg 0.001315789 0.01933677 0.00135951 0.001333224 1 0,01360 0,03937 133,3224 
mH2O 0,09678 1,42234 0,10 0,0980872 73,5514 1 2,89572 9803,1176 
in. Hg 0,03342 0,49119 0,03453 33900 25,4 0,34534 1 3386,5 
Pascal(Pa) 0,000009869 0,0001450377 0,00001019716 0,00001 0,007500617 0,000102 0,0002952 1 
 
 
 
 
QUALIDADE DO AR INTERNO 
Prefixos das unidades SI 
Nome Símbolo Fator de multiplicação da unidade 
yotta Y 1024 = 1 000 000 000 000 000 000 000 000 
zetta Z 1021 = 1 000 000 000 000 000 000 000 
exa E 1018 = 1 000 000 000 000 000 000 
peta P 1015 = 1 000 000 000 000 000 
tera T 1012 = 1 000 000 000 000 
giga G 109 = 1 000 000 000 
mega M 106 = 1 000 000 
quilo k 10³ = 1 000 
hecto h 10² = 100 
deca da 10 
deci d 10-1 = 0,1 
centi c 10-2 = 0,01 
mili m 10-3 = 0,001 
micro µ 10-6 = 0,000 001 
nano n 10-9 = 0,000 000 001 
pico p 10-12 = 0,000 000 000 001 
femto f 10-15 = 0,000 000 000 000 001 
atto a 10-18 = 0,000 000 000 000 000 001 
zepto z 10-21 = 0,000 000 000 000 000 000 001 
yocto y 10-24 = 0,000 000 000 000 000 000 000 001 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 7
QUALIDADE DO AR INTERNO 
1. A IMPORTÂNCIA DO AR 
É sabido que o ar é uma mistura gasosa determinante para a vida humana devido principalmente ao 
processo que se dá no interior das células de seu corpo onde os alimentos são transformados em energia, 
pela reação com o oxigênio presente no ar inspirado. Este processo é conhecido como respiração e permite 
a produção da energia que será utilizada na manutenção da vida e no desenvolvimento dos movimentos 
diversos de uma pessoa. 
Durante o processo de respiração o ar ao ser inalado passa através das vias respiratórias onde 
sofre algumas modificações quanto às proporções de seus elementos básicos, devido a um processo de 
umidificação pela mistura deste ar com uma parcela de dióxido de carbono. O oxigênio presente no ar é 
absorvido na corrente sanguínea e o dióxido de carbono é exalado para a atmosfera. A figura 1 mostra o 
intercâmbio destes gases quando o ar chega aos alvéolos os quais compõem a parte mais funcional do 
pulmão. 
A qualidade do ar é muito importante principalmente para os órgãos vitais do homem como, por 
exemplo, o cérebro, uma vez que este necessita de oxigenação constante para que possa cumprir todas as 
suas funções. Quando o cérebro percebe a necessidade de uma quantidade maior de oxigênio, envia 
estímulos aos músculos do peito e diafragma, fazendo-os funcionar com maior aceleração e vigor. 
É sabido que homem pode sobreviver vários dias sem a ingestão de alimentos e alguns dias sem 
ingestão de água. Em média, o consumo de alimentos e de água diários de um homem é da ordem de 1 
quilo e 2 litros respectivamente. Quanto ao ar a autonomia restringe-se à sobrevivência por alguns minutos 
sem inalação deste. Segundo VERANI (2003) e PEREIRA FILHO (2003), normalmente o homem inspira em 
média cerca de 10 a 15 mil litros de ar por dia. A variação deste valor se dá em função das diversas 
atividades físicas desenvolvidas. 
 
 
 
 
Figura 1 – Transferência de O2 e CO no sangue Fonte SILVA Jr. et al (2003) 2 
 
Na tabela 1, tem-se a composição química aproximada do ar seco, tomando-se como base, cerca 
de 10.000 moléculas de ar. É necessário esclarecer que o ar como encontrado na atmosfera, é composto de 
uma parcela seca (mistura de vários gases) em contato com outra parcela formada por vapor de água. 
 
 
 
 
 
 
 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 8
QUALIDADE DO AR INTERNO 
Tabela1 - Composição do Ar Seco 
Concentração por volume 
Componente % ppm 
Nitrogênio 78.084 
Oxigênio 20.946 
Dióxido de Carbono (CO2) 0.0033 
Neônio 11.18 
Hélio 5.24 
Criptônio 1.14 
Xenônio 0.087 
Hidrogênio 0.5 
Metano 2 
Óxido Nitroso 0.5 
 Fonte ASHRAE (1999) 
 
Para uma utilização favorável do ar é necessário que este contenha no mínimo 19.5 % em volume 
de oxigênio (O2), mantendo isenção de produtos químicos prejudiciais à saúde. É desejável também que o 
ar se apresente em temperaturas e pressões tais que não ocorram queimaduras ou congelamentos dos 
órgãos do aparelho respiratório como, por exemplo, os cílios nasais, que são responsáveis pela retenção de 
partículas e impurezas provenientes deste ar. Juntamente com os gases e vapor d, podem ser encontrados 
em suspensão na atmosfera outros elementos tais como poeiras, polens, cinzas, compostos orgânicos e 
microorganismos. 
A tabela 2 mostra os efeitos no homem devido à variação da concentração de oxigênio no ar em 
pressão atmosférica. 
 
Tabela 2 – Efeitos da concentração de O2 
% vol. O Efeitos Fisiológicos 2
20.9 Concentração Normal. 
19.5 Concentração mínima legal. 
19 - 16 Início de sonolência. 
 Perda de visão periférica, respiração intermitente, dificuldade de 
coordenação, aumento do volume da respiração, aumento da freqüência 
cardíaca, redução da capacidade de pensar e agir. 
16 - 12 
 
 Falta de raciocínio, pobre coordenação muscular sendo que o esforço 
muscular leva à fadiga, que pode causar danos permanentes ao coração. 12 - 10 
 Náusea, vômito, incapacidade para movimentos vigorosos inconsciência 
seguida por morte. 10 - 6 
 Respiração espasmática, movimentos convulsivos e morte em minutos. 
< 6 
 Fonte VERANI (2003) 
 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 9
QUALIDADE DO AR INTERNO 
 
 Deve-se salientar que a Norma Regulamentadora 15 em seu anexo 11 diz ainda que a 
concentração mínima de Oxigênio em ambientes que com presença de substâncias do tipo asfixiantes 
simples, deve ser de 18 (dezoito) por cento em volume. 
 
2. QUALIDADE DO AR INTERNO 
Durante muito tempo, a maioria dos profissionais, ao projetar uma edificação, preocupava-se quase 
que exclusivamente com a estética e funcionalidade desta, sem, no entanto dar muita importância aos 
aspectos ambientais e energéticos envolvidos em tal empreendimento. Como grande parte das atividades 
ainda são realizadas em ambientes fechados surgiu então a necessidade de realizar-se o condicionamento 
do ar possibilitando a plena ambientação de homens e máquinas nestes ambientes. Os trabalhadores 
passam de 80 a 90% de seu tempo em ambientes fechados. A figura 2 ilustra esta condição de vida da 
maioria das pessoas. 
 
 
 
Figura 2 – Operações Cotidianas desenvolvidas por trabalhadores - Fonte ENCICLOPEDIA DE SALUD Y 
SEGURIDAD EN EL TRABAJO 
 
O processo de projetar um edifício pautava-se em considerar que um sistema de climatização ou de 
condicionamento de ar interno teria condições de garantir os requisitos necessários para a salubridade do 
ambiente, independente do consumo de energia para tal atividade. Este quadro manteve-se até a primeira 
grande crise energética mundial, ocorrida no início da década de 70, onde a produção de petróleo entrou 
em crise e a população dos paises em geral, passou a considerar com maior preocupação, os fatores 
energéticos nos projetos de uma forma generalizada. 
Neste instante, o consumo de energia de sistemas de climatização passa a receber uma atenção 
muito especial, uma vez que o custo para realizar operações de tratamento de ar como refrigeração, 
umidificação, desumidificação, filtragem etc, é extremamente elevado. Os sistemas passam a ter reduzido 
os seus períodos de operação. 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 10
QUALIDADE DO AR INTERNO 
Outro ponto importante é o fato de que os edifícios passaram a serem construídos observando-se 
uma preocupação com a impermeabilização e a climatização de seus ambientes internos. Inicia-se o 
desenvolvimento de técnicas de utilização de energias alternativas no projeto de edificações, destacando-se 
o emprego de conhecimentos de solarimetria e aplicações bioclimáticas. Estas ações embora eficientes, 
não representam uma redução significativa no consumo de energia nas edificações em geral. Uma nova 
ação se fez necessária e o principal foco desta passa a ser a redução das taxas de renovação de ar nos 
ambiente climatizados. 
É sabido que os equipamentos de ventilação e condicionamento de ar consomem uma quantidade 
demasiada de energia, em relação aos outros equipamentos que permitem a realização das diversas 
atividades de uma organização. Em função dos processos de impermeabilização e climatização de seus 
ambientes internos tem-se uma redução das taxas de infiltração de ar externo assim como as taxas de 
renovação e a vazão de insuflamento calculada em função do número de ocupantes, de modo que estes 
passassem a diminuir o consumo de energia elétrica. 
 A taxa de ar indicada para ser insuflada em um ambiente de modo a manter a salubridade deste, 
era estimada em 27 m3/h para cada ocupante. A contenção de gastos indicou uma severa redução nesta 
taxa, passando a serem adotados, meros 8 m3/h. A função principal das taxas de insuflamento é baixar a 
concentração de CO2 presente no ambiente, assim como os odores, através da diluição destes. 
 A diluição e remoção dos contaminantes tornam-se deficiente. Com a diminuição dos períodos de 
operação os sistemas passam a trabalhar com capacidade inferior àquela para qual foram projetados, 
produzindo assim distribuição não homogênea de ar no ambiente. 
O resultado disto é danoso. Percebe-se o aparecimento de bolsões de ar estagnado, que são locais 
extremamente favoráveis para o desencadeamento de sintomas diversos, prejudiciais aos ocupantes. Dutos 
e canalizações de ambientes climatizados, além dos aparelhos condicionadores de ar, passam a 
apresentar-se como um excelente habitat para diversas colônias de fungos e bactérias. Em meio a esta 
situação passou-se a perceber o surgimento de sintomas indesejados nos ocupantes dos edifícios em 
questão, tornando-os susceptíveis ao desenvolvimento de diversas doenças, as quais em alguns casos 
tornam-se crônicas, ocorrendo por fim, uma queda acentuada nos níveis de produção. 
Segundo NTT (2003) é corriqueiro mensurar em até 100% o nível de contaminação do ar de um 
ambiente climatizado em relação ao nível de contaminação do ar externo. Isto se deve ao acúmulo de 
umidade e poeira que ocorre em ambientes climatizados e, portanto a proliferação de micróbios e bactérias 
é muito maior do que em ambientes abertos. Outro aspecto responsável pela contaminação de um ambiente 
é a concentração de pessoas, sendo que estas são responsáveis pela liberação CO2, odores e aumento da 
carga térmica devido ao seu metabolismo. 
Segundo NIOSH (1987), dentre os principais sintomas de pessoas ocupantes dos ditos ambientes 
destacam-se as infecções, as reações alérgicas e irritantes, dores de cabeça e articulares, irritação nos 
olhos, nariz e garganta, tosse seca, dermatites, fadiga, sonolência, dificuldade de concentração, 
sensibilidade a odores, congestão, sinusite, falta de ar, rinite alérgica, asma brônquica, doença do 
Legionário, perda de produtividade e por fim, a ausência freqüente ao trabalho conhecida como 
absenteísmo. 
Um termo bastante difundido em função dos sintomas relacionados anteriormente e apresentado 
por MCQUISTON e PARKER (1994) é "Síndrome dos Edifícios Doentes" (SED), que denomina a situação 
dos edifícios que possuem um número superior a 20% de ocupantes portando os sintomas descritos por 
Eng.José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 11
QUALIDADE DO AR INTERNO 
NIOSH (1987) por pelo menos duas semanas e que esses sintomas desaparecem ao deixar de freqüentar o 
edifício. 
Uma divisão nesta denominação se faz necessária para caracterizar os edifícios novos ou que 
sofreram alguma reforma arquitetônica ou manutenção do sistema de climatização, e, por conseguinte os 
sintomas apresentados anteriormente pelos ocupantes, diminuíram ou desapareceram ao longo do tempo. 
Os edifícios enquadrados nesta situação passam a serem chamados de “Edifícios Temporariamente 
Doentes” e aqueles onde os sintomas permanecem mesmo após as medidas corretivas, são chamados de 
“Edifícios Permanentemente Doentes”. 
Alguns autores preferem o termo ”Doenças Relacionadas Aos Edifícios” (DRE) uma vez que 
entendem que o primeiro termo não tem embasamento científico para ser aplicado. Segundo dados de 
NIOSH (1987) apresentados na tabela 3, nota-se que 52% dos problemas relacionados à Qualidade do Ar 
Interior, têm sua causa associada aos Sistemas de Climatização. 
 
Tabela 3 – Distribuição dos agentes relacionados à Qualidade do Ar Interior 
 Agente % de ocorrência 
Sistemas de Climatização 52 
Contaminantes químicos interiores 20 
Contaminantes químicos exteriores 10 
Contaminantes Biológicos 5 
Agentes desconhecidos 13 
 Fonte NIOSH (1987) 
 
Como visto, o sistema de climatização tem uma parcela muito maior de influência na qualidade do 
ar do que os outros componentes. Os fatores que determinam uma situação de Climatização Inadequada 
são bastante conhecidos e podem ser separados em sete grandes grupos, os quais são apresentados a 
seguir. 
a) Valores baixos de taxa de ar externo 
As normas técnicas indicam uma taxa de ar externo da ordem de 27 m3/h por pessoa no interior do 
ambiente. O insuflamento de ar em taxas inferiores influencia na má diluição de contaminantes e 
odores. 
 
b) Perfil defeituoso de distribuição do ar no ambiente interno 
Ocorre em função da colocação de divisórias ou tapumes e outros apetrechos em ambientes onde 
estas situações não foram previstas. Outra possibilidade é a ocorrência de curtos circuitos no 
processo de insuflamento e a captação do ar de retorno. 
 
c) Falhas no projeto do sistema de climatização 
Projeto inadequado para a situação proposta como, por exemplo, carga térmica mal especificada, 
número de trocas de ar insuficiente, equipamentos especificados com capacidade inferior à 
necessária, baixa qualidade dos equipamentos, assim como tomadas de ar externo, alocadas em 
locais de muita concentração de contaminantes. 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 12
QUALIDADE DO AR INTERNO 
 
d) Controle deficiente das condições ambientais 
Ocorre devido à colocação dos equipamentos de controle em locais inadequados, ou mesmo 
quando os referidos equipamentos apresentam qualidade duvidosa ou deficiência de 
funcionamento. 
 
e) Procedimentos inadequados ou defeituosos de manutenção dos sistemas de climatização. 
Os procedimentos de manutenção devem ser elaborados de forma que a manutenção seja sempre 
realizada de maneira preventiva e poucas vezes corretiva. Devem também ser especificados 
visando sempre uma maior eficiência. A manutenção periódica dos sistemas de climatização é um 
dos pontos fundamentais para a qualidade do ar interior, uma vez que diversos contaminantes, 
assim como fungos e bactérias tendem a desenvolver-se em elementos dos referidos sistemas. O 
sistema de filtragem é responsável por reter partículas externas, eliminar partículas internas 
geradas no próprio ambiente e por parte da diluição de odores liberados pelo homem, ou por 
máquinas e materiais usados nas atividades. 
 
f) Alterações no perfil da Construção Civil do Edifício 
Um projeto de climatização é definido para uma determinada geometria do ambiente. Muitas vezes, 
estas geometrias sofrem alterações em função da necessidade de adequação do ambiente a outras 
atividades diferentes daquelas inicialmente previstas, porém o sistema de climatização não sofre 
alterações na mesma proporção. 
 
g) Usuários não habilitados ou mal informados 
Os usuários e operadores dos sistemas de climatização devem ter compreensão acerca do 
funcionamento dos equipamentos e assim espera-se evitar que os mesmos apliquem comandos 
incorretos, diminuindo a performance dos referidos equipamentos. 
 
Outros fatores que influem na QAI estão associados aos contaminantes internos infiltrados ou 
gerados no sistema de climatização e dutos como vapores, gases, poeiras, fungos, bactérias. Tem-se ainda 
os contaminantes gerados no próprio ambiente como CO2 exalado da respiração de pessoas, fibras de lã de 
vidro desprendidas de isolamento térmico ou acústico, escamas de pele, fios de cabelo, perfumes, odores, 
fuligem, poeira e contaminantes presentes na roupa dos trabalhadores, compostos orgânicos voláteis (COV) 
e Ozônio (O3). 
Em função do exposto, surge a necessidade da intervenção dos profissionais capacitados, 
principalmente os de Engenharia de Segurança do Trabalho, no intuito de se garantir a salubridade e a 
qualidade do ar interno nos ambientes climatizados. Uma análise da eficácia da legislação passa a ser 
ponto primordial nestas questões. 
Fica claro, portanto que os edifícios necessitam ter sua concepção baseada no conforto ambiental e 
no consumo econômico de energia, função que pode ser determinada pela automação de processos e 
projeto arquitetônico fundamentado nas cargas térmicas e trocas de ar. Os fatos mostram a necessidade de 
se estimar a eficiência nos processos de climatização e de se tomar extremo cuidado com os produtos 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 13
QUALIDADE DO AR INTERNO 
envolvidos desde a construção até a utilização das edificações, possibilitando a garantia da qualidade do ar 
nestes ambientes. 
 
2.2 Requisitos para a Garantia da Qualidade do Ar Interno 
Para uma plena qualidade do ar foram identificados quatro requisitos fundamentais, os quais são 
descritos a seguir. 
A) - Excelência de Qualidade de Filtros e Sistemas de Filtragem 
Em ambientes naturais ou hospitalares a qualidade do sistema de filtragem é cercada de exigências 
conforme as áreas de riscos e as atividades desenvolvidas. A pureza do ar em ambientes de tratamento de 
saúde auxilia o tratamento de enfermos e impede que trabalhadores e visitantes adquiram problemas de 
saúde. 
 
B) - Captação de Ar externo de boa qualidade para renovação 
 Os pontos de captação de ar externo têm influência direta na qualidade do ar interno, uma vez que 
cerca de 10 % do ar insuflado no ambiente é tomado deste local. Em centros cirúrgicos o ar insuflado é 
obtido totalmente do ar externo, uma vez que não se pode recircular contaminado pelos procedimentos 
cirúrgicos. Assim sendo é de extrema importância que o externo seja captado longe de fontes de 
contaminantes e que também possua boa qualidade. 
 
C) - Processos Eficientes de Limpeza e Higienização dos sistemas de climatização e dos Ambientes 
A contaminação gerada no interior deve ser removida através de limpeza e higienização. Este 
procedimento permite que o ar de recirculação apresente menores índices de contaminação, diminuindo 
assim a proliferação de fungos, bactérias e outros contaminantes. Todos os procedimentos de limpeza 
devem ser planejados e executados dentro de normas e padrões de qualidade. 
No caso de hospitais e estabelecimentos de saúde, estes procedimentos têm um componente 
fundamental que é o fato da necessidade de utilização de produtos químicos específicos para cada área de 
risco. Após o serviço de higienização, deve-se manter um plano para manutenção e monitoramentoda 
qualidade do ar, mantendo um padrão de qualidade rígido ao longo do tempo reduzindo-se assim, a 
necessidade de novas intervenções. 
 
D) - Controle preciso de Temperatura e Umidade privilegiando o Conforto Térmico 
 Este ponto influencia diretamente a produtividade dos trabalhadores. Trabalhadores de 
Estabelecimentos de Saúde, por exemplo, estão sempre em estado de tensão e o conforto térmico permite 
que estes possam executar de forma satisfatória, suas atividades. 
 
 
3. CONFORTO TÉRMICO 
A Qualidade do Ar Interno de um ambiente esta intimamente ligada à sensação de conforto térmico 
experimentado pelos ocupantes e é função específica dos sistemas de climatização uma vez que os 
parâmetros monitorados por estes são a temperatura, a umidade e a velocidade do ar. O conforto térmico é 
um fator subjetivo que indica o estado de espírito de uma pessoa em função de sua satisfação com as 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 14
QUALIDADE DO AR INTERNO 
características térmicas que um ambiente oferece. Em termos energéticos significa que um homem sentirá 
conforto térmico se o balanço de todas as trocas de calor entre este e o ambiente forem nulos. 
O conforto térmico de um indivíduo esta associado além das condições ambientais e de sua 
vestimenta, ao seu processo de metabolismo, sendo que da energia contida nos processos térmicos 
realizados pelo organismo, 20 % é utilizada e 80 % é eliminada na forma de calor, afim de que o seu 
equilíbrio térmico seja mantido. 
Em condições adversas, o organismo necessita que o seu sistema termo-regulador seja acionado 
de forma extrema, o que provoca fadiga térmica, câimbras, esgotamento e por conseqüência, a queda de 
rendimento no desenvolvimento de atividades. O metabolismo de pessoas é afetado por diversos fatores 
sendo possível citar a idade, a digestão, o ambiente, o nível de atividade, o estado patológico. A medição do 
metabolismo se dá observando-se um indivíduo saudável, em jejum de 12 horas em posição deitada. 
Um sistema de climatização operando ineficientemente pode permitir uma combinação de 
temperatura elevada com umidade também elevada. Essa combinação segundo VERGARA (2001), 
aplicada ao ambiente climatizado, reduz a capacidade do corpo humano de manter a sua temperatura 
interna correta. 
O excesso de calor diminui sobremaneira a produtividade. Segundo HOUSSAY (1984) quando a 
temperatura do ambiente ultrapassa 30 oC a produtividade cai aproximadamente 20% sendo que o número 
de ocorrência de erros ou falhas aumenta 70%. Um ambiente que fornece conforto térmico aos ocupantes 
apresenta como vantagens, um maior rendimento e produtividade dos trabalhadores, além de menor índice 
de acidentes e menor incidência de doenças. 
 
Tabela 4 – Taxas de Metabolismo por Tipo de Atividade 
Tipo de Atividade Kcal/h 
100 Sentado em Repouso 
 Trabalho Leve 
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco 125 
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas 150 
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços 150 
 Trabalho Moderado 
Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas 180 
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação 175 
De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma movimentação 220 
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar 300 
 Trabalho Pesado 
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos 440 
Trabalho fatigante 550 
Fonte: Manuais de Legislação Atlas (2003). 
 
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QUALIDADE DO AR INTERNO 
 
3.1 Avaliação do Conforto Térmico 
O método de avaliação de conforto térmico mais conhecido e aceito internacionalmente é o 
Predicted Mean Vote (PMV) ou Voto Médio Predito (Estimado), o qual foi desenvolvido pelo professor 
dinamarquês Ole Fanger. Este método foi desenvolvido através de experiências de laboratório com 
aproximadamente 1300 pessoas. 
O PMV consiste em atribuir valores para a sensibilidade humana às variações de temperatura, 
sendo que o mesmo é assumido como zero para o conforto térmico, negativo para a sensação de frio e 
positivo para a sensação de calor. A figura 3 apresenta os valores atribuídos para as sensações térmicas. 
As experiências realizadas por Fanger tinham como objetivo final, obter dados para formular uma 
equação que permitisse estimar a sensação térmica média de um grupo de pessoas conhecendo-se as 
condições ambientais e o metabolismo destas. O resultado das análises apontou como equacionamento 
geral a seguinte função: 
PMV = f ( ICT, M ) 
onde: 
f = função de…. 
ICT = Índice de carga térmica 
M = Energia do metabolismo 
 
O índice de carga térmica indica um valor de temperatura aparente a qual é determinada pela 
relação entre umidade relativa e temperatura do ar. 
A equação geral obtida é a seguinte: 
ICTePMV DUA
M
•+•= ⎟
⎟
⎠
⎞
⎜⎜⎝
⎛•−
)032.0352.0(
042.0
 
 
onde: 
ADu = Área superficial do corpo (DuBois), (m
2
) 
DuBois é uma equação que determina a área da superfície de uma pessoa (m2) através da relação entre o 
seu peso (P) dado em kg e sua altura (h) dada em cm. Esta equação é apresentada na seguinte forma: 
ADu=( P0,425 x h0,725) x 0.007184 
 
 
Figura 3 – Atribuição de valores para a sensação térmica - Fonte Autor 
 
O PMV é bastante influenciado por variáveis como tipo de roupa, velocidade do ar, atividade física e 
temperatura do ar. Fanger em seu trabalho desenvolveu uma tabela que indica o PMV em função da 
combinação das referidas variáveis, sendo que parte dela esta mostrada no quadro 1. 
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QUALIDADE DO AR INTERNO 
Devido à impossibilidade de ter-se ambientes onde todos os ocupantes estejam plenamente 
satisfeitos com as condições térmicas, é necessário obter o PPD que representa a porcentagem de 
pessoas insatisfeitas com o conforto térmico do ambiente e juntamente com o PMV, realizar uma 
comparação com os valores recomendados pela Norma ISO 7730 de 1994. Esta comparação pode ser 
verificada através da figura 4. 
 
 
 
Figura 4 - Porcentagem de insatisfeitos em função do PMV - Fonte RUAS (2001) 
 
 
Uma análise na figura possibilita observar-se que se 5% dos ocupantes estiveram insatisfeitos com 
as condições ambientais ter-se-á uma condição de neutralidade térmica como mostrado na figura 3. 
Tomando-se como exemplo o ponto PMV=(1.0) tem-se que a porcentagem de insatisfeitos com a situação 
de Levemente Quente é de aproximadamente 26%. Para um PMV=(-2.0) aproximadamente 75% dos 
ocupantes estarão insatisfeitos com a condição FRIO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUALIDADE DO AR INTERNO 
Quadro 1 – Relação entre PMV, tipo de roupa, velocidade do ar, temperatura e atividade física 
 
 
 Fonte RUAS (2001) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUALIDADE DO AR INTERNO 
4. SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO 
O conceito de climatização surge da necessidade de utilizar-se recursos eletro-mecânicos com a 
finalidade de promover condições de conforto para os ocupantes de recintos ou ambientes ditos confinados. 
Segundo a Portaria 3523 do Ministério da Saúde, o conceito Climatização é definido como: 
“Conjunto de processos empregados para se obter por meio de 
equipamentos em recintos fechados, condições específicas de conforto e 
boa qualidade do ar adequadas ao bem estar dos ocupantes.” 
 
 Esta definição leva em conta apenas o aspecto humanista, porém deve-se lembrar ainda que neste 
contexto de necessidade de climatização, devem ser incluídosequipamentos, computadores e diversas 
outras máquinas, uma vez que tais elementos podem ter sua atuação comprometida ao serem submetidos a 
condições ambientais diferentes daquela para qual foram projetados. No entanto este trabalho, por estar 
focado em aspectos de segurança do trabalho, ater-se-á a questão de climatização de ambientes do ponto 
de vista apenas da saúde dos indivíduos. 
É possível verificar uma enorme gama de situações onde a necessidade de climatizar o ambiente se 
torna premente. Exemplos destas aplicações são encontrados em aviões, hospitais, trens, automóveis, 
submarinos, escritórios, cozinhas comerciais, salas de aula, ambientes de manipulação de remédios e 
alimentos, salas de informática, câmaras frigoríficas, auditórios, salas de exposição, museus, cinemas, 
saunas, shopping center, bancos, edifícios públicos, restaurantes etc. 
As condições específicas de conforto e boa qualidade do ar mencionadas na definição referem-se 
principalmente às variáveis de temperatura, umidade, pressão, velocidade, pureza e distribuição entre 
outras, e a necessidade de estas apresentarem-se em condições adequadas ao bem estar dos ocupantes 
do recinto. Além das variáveis mencionadas deve-se ter ainda em mente a necessidade de eliminação dos 
gases, odores e outros contaminantes, deixando o ar “limpo”. Para tal é necessário associar a Ventilação ao 
processo de climatização de um ambiente. 
Tecnicamente falando, define-se ventilação como sendo a movimentação do ar no interior das 
edificações com o intuito de renovar o ar “viciado” e promover a entrada de ar de melhor qualidade. 
Segundo PEREIRA FILHO (2003) a Ventilação é o processo de retirar ou fornecer ar por meios naturais ou 
mecânicos de um ambiente. A definição apresenta ainda a indicação de que tal processo de ventilação seja 
dividido em dois grupos para atividades laborais, sendo que o primeiro contempla a Ventilação para 
Ambientes Comerciais como forma de eliminar fumos, odores e calor. O segundo grupo apresenta a 
Ventilação para Ambientes Industriais como forma de controlar principalmente a concentração de vários 
contaminantes e a redução do calor. 
 Uma outra divisão é feita quando da Ventilação em função da quantidade de contaminantes no 
interior do ambiente climatizado. Pode-se ter a Ventilação Local Exaustora (VLE) a qual é utilizada quando a 
fonte de contaminantes é bem conhecida e localizada. Porém, a mais comumente utilizada, embora de 
custo mais elevado, é a Ventilação Geral Diluidora (VGD) a qual é utilizada quando existem diversas fontes 
de contaminantes no ambiente, e a concentração destes é bastante variada. O processo consiste de 
tratamento e insuflamento de ar em vazões suficientes para promover a diluição dos contaminantes no 
interior do ambiente. 
Os processos de climatização têm como característica, efetuar a mistura de uma parcela de ar do 
exterior com outra exaurida do ambiente a ser climatizado. Quando uma das partes ou mesmo as duas 
estiverem em condições inadequadas, fatalmente a qualidade do ar estará comprometida. Como exemplo, 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 19
QUALIDADE DO AR INTERNO 
tome-se uma quantidade elevada de CO2 concentrada em uma área de um ambiente onde o insuflamento 
de ar seja insuficiente para efetuar a diluição do mesmo. Certamente os ocupantes da referida área do 
ambiente passarão a sentir sintomas indesejáveis, uma vez que a diluição do CO2 naquela situação 
apresenta-se de forma insuficiente. 
Algumas aplicações podem requerer um grau maior de sofisticação, porém o principio de 
funcionamento de um sistema de climatização é aquele conforme mostrado na figura 5. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 - Esquema de um Processo de Climatização Típico - Fonte BRASIL (2002) 
 
 
4.1 Componentes do Sistema de Climatização 
Um Sistema de Climatização é constituído de diversos equipamentos que executam diversos 
processos que permitem adequar o ambiente às condições requeridas de conforto. O ar é aspirado da 
atmosfera através de um ventilador, a seguir passa por um sistema de condicionamento composto de filtros, 
serpentinas de resfriamento e desumidificação, umidificadores, resistências de aquecimento, sendo 
finalmente levados ao ambiente através de dutos e a vazão de insuflamento é controlada por difusores e 
grelhas. 
O ar interno é então levado para o exterior através de um exaustor ou ventilador, sendo que parte 
deste é misturado ao ar externo para ser, após sofrer novo tratamento, insuflada novamente no ambiente. 
Este processo de mistura de parte do ar de retorno com o ar externo é uma maneira de diminuição dos 
custos de purificação do ar. Somente em atividades bastante específicas, onde a pureza do ar é 
fundamental, todo o ar de insuflamento será proveniente do ar exterior. 
Na prática, os procedimentos de escolha dos equipamentos de climatização são baseados em 
função da capacidade de refrigeração destes, necessária para remover a carga térmica e prover vazão de 
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QUALIDADE DO AR INTERNO 
insuflamento para a situação que se apresenta. Os sistemas de climatização e condicionamento de ar 
possuem algumas características em função de sua utilização e do público a que atendem. 
Os sistemas de climatização podem ser do tipo Expansão Direta ou Expansão Indireta sendo que a 
condensação pode ser realizada por Ar ou Água. Nos Sistemas de Expansão Direta o refrigerante ao 
evaporar resfria diretamente o ar a ser insuflado no ambiente. Já nos Sistemas de Expansão Indireta o 
refrigerante resfria um líquido intermediário chamado de refrigerante secundário, que normalmente é água 
gelada. Os sistemas de climatização por Expansão Direta normalmente encontrados no mercado são 
apresentados a seguir. 
 
a) Condicionadores de ar de janela 
São aparelhos compactos, dito autônomos, de baixo custo e de baixa capacidade de 
refrigeração (até 2.5 TR). São utilizados principalmente em residências e locais onde existe 
pequena concentração de pessoas. São instalados em paredes ou janelas e são de fácil 
manutenção e limpeza. Possuem o sistema de aquecimento por reversão de ciclo (bomba de calor), 
porém podem não possuir a função de renovação do ar, ou mesmo os usuários podem não se 
atentar a essa função no painel de controle do equipamento. 
 Apresentam como desvantagem o fato de ter pequena capacidade de refrigeração, custo 
energético elevado (KW/TR) nível de ruído elevado, distribuição do ar realizada a partir de um único 
ponto e alterações nas fachadas dos edifícios. 
 
 
 
Figura 6 – Aparelhos de Condicionamento de Ar do Tipo Janela - Fonte Catálogo Hitachi (1995) 
 
 
b) Sistemas Tipo Split 
São aparelhos bastante versáteis e semelhantes aos condicionadores de janela, porém 
estes são divididos em duas partes interligadas por conexões onde a primeira (evaporadora) 
condiciona o ar e é instalada no interior do ambiente e a segunda (condensadora) é colocada no 
exterior do edifício. Estes apresentam maior capacidade de refrigeração (até 5 TR), controle maior 
sobre processos de filtração e renovação de ar. Não deve entretanto ser utilizado em locais 
impermeáveis, devido ao fato de que a renovação do ar é influenciada pela infiltração deste por 
frestas. 
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QUALIDADE DO AR INTERNO 
Apresentam a vantagem de não interferirem na arquitetura do edificio, porém apresentam 
dificultades quando da necessidade de se aplicar recarga de refrigerante devido a grande perda de 
carga a ser evacuada. 
 
 
 
 
Figura 7 – Unidades de Condicionadores de Ar Tipo Split - Fonte Catálogo Carrier 
 
 
c) Sistemas tipo self-contained 
São condicionadores queapresentam como principal característica o fato de abrigarem em 
seu gabinete todos os equipamentos inerentes ao processo de climatização como filtragem, 
umidificação, desumidificação, aquecimento, refrigeração, ventilação e insuflamento e insuflam o ar 
através de rede de dutos. Operam com condensação à água ou a ar. Podem ser utilizados em 
ambientes que acomodem grande quantidade de ocupantes ou em locais onde necessita-se de alta 
qualidade do ar insuflado. Quando atuam como equipamentos de condensação de água, 
necessitam de torre de arrefecimento sendo que não operam como bombas de calor. Operam 
normalmente na faixa de 5 a 30 TR. Permite atualizar variações nas demandas de ar insuflado 
apresentando ainda baixa custo de manutenção e reposição de peças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUALIDADE DO AR INTERNO 
 
 
 
Figura 8 – Equipamento Self Container e diagrama de Instalação de uma unidade de condenção por água - 
Fonte CREDER (1996) 
Os sistemas de Expansão Indireta são bastante conhecidos por possuirem uma unidade de 
resfriamento de água chamada CHILLER. A água ao ser resfriada é conduzida para as Unidades 
Condicionadoras para água gelada (Fan Coils) que compreendem um conjunto de serpentinas acopladas a 
um ventilador e um sistema de filtragem por onde passa o ar a ser condicionado. A capacidade destes 
equipamentos varia entre 20 a 220 TR para compressores alternativos e de 250 a 1000 TR para 
compressores centrífugos. Em alguns casos podem ser projetados para que a condensação seja realizada 
também por ar. 
As vantagens deste sistema residem no fato de que apresentam maior economia no custo de 
operação, controle bastante preciso das condições ambientais, alta eficiência em cargas parciais, facilidade 
de manutenção e menor área ocupada devido à centralização do equipamento em um único local. No 
entanto, estes equipamentos apresentam uma maior complexidade construtiva, além de necessitarem de 
resistências ou caldeiras para promoverem aquecimento no ambiente. 
 
 
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QUALIDADE DO AR INTERNO 
 
 
Figura 9 – Instalação Tipo Fan-Coil/Chiller - Fonte CREDER (1996) 
 
Como visto, as instalações que utilizam equipamentos tipo CHILLERS ou SELF-CONTAINEDS 
necessitam de torres de resfriamento para promover a condensação. As torres são equipamentos que 
utilizam vaporização flash para reduzir a temperatura do ar. Este processo consiste de evaporar-se micro-
gotas de spray de água produzido pela passagem desta por bicos atomizadores. 
Ao evaporar nestas condições a água retira calor do ar, promovendo assim a dimuição da 
temperatura de uma grande área ao redor do conjunto ventilador aspersor. É necessario monitorar os 
parâmetros físicos para que não haja saturação nas condições de umidade relativa do ar. A figura abaixo 
mostra o esquema de uma Torre de Refrigeração onde o ar é admitido pela parte inferior e é forçado a 
passar através de um fluxo de água, saindo porteriormente pela parte superior. 
 
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QUALIDADE DO AR INTERNO 
 
Figura 10 – Esquema de Torre de Refrigeração - Fonte CREDER (1996) 
 
 
5. FILTROS DE AR 
Quando da climatização artificial de ambientes é necessário prover sistemas que protejam os 
ocupantes e as máquinas de impurezas contidas no ar, provenientes do ar exterior ou produzidas no próprio 
local. Para tal função são utilizados filtros tanto na tomada de ar na parte externa dos edifícios quanto no 
interior de dutos de circulação. Estes são responsáveis também pela pureza do ar a ser insuflado no 
ambiente climatizado. Sistemas projetados com bom programa de manutenção, boa estanqueidade, boas 
taxas de renovação de ar e ainda associados a sistemas de filtragens com eficiência elevada apresentam 
na maioria dos casos, elevada qualidade do ar. 
A eficiência de filtragem deve ser determinada em função da alta capacidade de retenção de 
partículas e da vazão de ar externo de modo a assegurar-se duas condições de contorno bem definidas. A 
primeira implica em conseguir-se uma boa diluição dos contaminantes de modo que estes atinjam um nível 
aceitável de contaminação interna em função do número de ocupantes e da atividade desenvolvida. A 
segunda condição implica em determinar-se a quantidade de ar externo que pode ser reduzida do fluxo 
inicial, ao se utilizar filtros na recirculação sem prejudicar a qualidade do ar interno. Para estas duas 
condições é necessário assumir-se que o ar externo esteja em conformidade com as regulamentações 
ambientais. Outro fator que influencia diretamente na capacidade de filtragem é a estanqueidade do sistema 
e a limpeza periódica de dutos e filtros. 
 Para as diversas atividades desenvolvidas em ambientes climatizados existem regulamentações 
quanto ao tipo e qualidade de filtragem. Em caso de partículas em suspensão são disponibilizados filtros 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 25
QUALIDADE DO AR INTERNO 
grossos, finos e absolutos, sendo que cada tipo tem uma eficiência média para um determinado tamanho 
das referidas. A ABNT regulamenta os diversos tipos de filtros e suas eficiências para utilização em diversos 
tipos de ambientes. A tabela 5 apresenta a classificação dos filtros utilizados no Brasil. 
 O Ministério da Saúde exige que sejam utilizados em edificações e escritórios, no mínimo filtros do 
tipo G1. Em estabelecimentos de saúde como clínicas e hospitais que possuem áreas que necessitam de 
ventilação, a exigência segundo BROWN (1993) é de que sejam utilizados filtros absolutos capazes de reter 
microorganismos. O custo do sistema de filtragem esta intimamente ligado a sua capacidade de manter o 
ar limpo. Sistemas que necessitem de ar ultralimpo tem um custo elevado de energia e de implantação. 
 Quando da necessidade de sistemas de filtragem com alto índice de eficiência pode-se adotar os 
filtros HEPA (high efficiency particulate air), que apresentam 99,97% de eficiência com relação a partículas 
de 0.3 µm e podem reter 99% ou mais dos agentes micro biológicos. Uma das desvantagens desse 
sistema é a elevada perda de carga que este impõe aos sistemas de climatização, interferindo 
enormemente no fluxo de ar. 
 
Tabela 5 - Classificação de Filtros 
Classe de Filtro Eficiência % 
G0 30-59 Grossos 
G1 60-74 
G2 75-84 
G3 85 e acima 
F1 40-69 Finos 
F2 70-89 
F3 Acima de 90 
A1 85-94,9 Absolutos 
A2 95 – 99,96 
A3 99,97 e acima 
Métodos de ensaios
Classe G: teste gravimétrico, conforme ASHRAE 52-76. 
Classe F: teste colorimétrico, conforme ASHRAE 52-76 
Classe A: teste DOP, conforme U.S Militar Standard 282. 
 Fonte ABNT NBR 6401 (1980) 
 
Para o caso de odores, microorganismos, COV etc, devem ser utilizados os filtros de carvão ativado 
que efetuam a limpeza através de adsorção, associados ou não com filtros biocidas que contém agentes 
bactericidas, fungicidas e algicidas, associados ou não entre si. 
 No processo de seleção de filtros deve-se prever um estágio de filtro grosso para tomada de ar 
externo, pelo menos de classe G1. Este limitará a entrada de agentes e sujeira no prédio protegendo 
primeiramente os equipamentos do sistema de climatização. Se a qualidade do ar externo não atende aos 
requisitos mínimos em termos de gases e odores, deve ser instalado um filtro de carvão ativado juntamente 
com o primeiro. 
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QUALIDADE DO AR INTERNO 
 A figura 11 apresenta exemplos de filtros antibactericidas e antimicrobianos utilizados 
principalmente no combate a mofos, fungos e bactérias existentes no ar.de carvão ativido. Na figura 11.a 
tem-se um exemplo típico de um filtro HEPA utililizado em ambientes super-críticos. 
 
 
Figura 11 – Filtros Antibactericidas e antimicrobianos – Fonte www.troxbrasil.com.br 
 
 
 
Figura 11.a – Filtros HEPA – Fonte www.troxbrasil.com.br 
 
6. PADRÕES DE PARTÍCULAS 
O material particulado suspenso no ar é constituído de aerodispersóides ou aerosóis, isto é, 
dispersão de partículas sólidas ou líquidas, de tamanho bastante reduzido. Os aerosóis são classificado de 
acordo com sua formação como mostrado a seguir. 
 
- POEIRAS – são partículas sólidas resultantes da desintegração mecânica de substâncias orgânicas ou 
inorgânicas (rochas, minérios, metais, carvão, madeira, grãos, pólens, etc), seja pelo manuseio, operações 
de esmagamento, de moagem, trituração, detonação e outros. 
 
- FUMOS – são pequeníssimas partículas sólidas resultantes da condensação, ressublimação ou reação 
química de vapores, geralmente, provenientes da volatização de metais em fusão ( fumos de óxidos de 
zinco, de chumbo, etc.). 
 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 27
QUALIDADE DO AR INTERNO 
- FUMAÇA – são partículas resultantes da combustão incompleta de materiais orgânicos (fumaças 
industriais). 
 
- NÉVOAS – são aerosóis constituído por partículas líquidas (gotículas) resultantes da condensação de 
vapores, ou dispersão mecânica de líquidos ( névoa de ácido crômico, de ácido sulfúrico, tinta pulverizada e 
agrotóxicos). 
 
Além das partículas não biológicas, provenientes principalmente da combustão do cigarro e de 
combustíveis, que estão associadas a agravos na saúde, destacam-se os bioaerossóis, que correspondem 
ao material biológico transmitido pelo ar. Os contaminantes biológicos incluem microrganismos (bactérias, 
fungos, vírus), ácaros, pólen, traças, pêlo e fezes de animais. 
As bactérias e fungos são os mais freqüentemente associados com biocontaminantes e com 
queixas quanto à qualidade de ar de interiores. A figura 12 apresenta as características principais de 
partículas e aerodispersóides como tamanhos, métodos de avaliação de tamanhos, equipamentos de 
coleta, velocidade terminal de queda etc. 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 28
QUALIDADE DO AR INTERNO 
 
 
Figura 12 – Características de partículas e aerodispersóides - Fonte MESQUITA et al (1977) 
 
 
 
 
 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 29
QUALIDADE DO AR INTERNO 
Partícula Tamanho da Partícula 
(microns) 
Lã de vidro 1000 
Areia da praia 100 - 10000 
Névoa 70 - 350 
Fertilizante 10 - 1000 
Fibras Têxteis 10 - 1000 
Isolação de fibra de vidro 1 - 1000 
Grão de poeira 5 - 1000 
Ácaros da poeira 100 - 300 
Pó de serra 30 - 600 
Pó de chá 8 - 300 
Café 5 - 400 
Pó de osso 3 - 300 
Cabelo 5 - 200 
Pó de cimento 3 - 100 
Poeira Têxtil 6 - 20 
Esporos 3 - 40 
Pó de carvão 1 - 100 
Pó de ferro 4 - 20 
Pó de face (maquiagem) 0.1 - 30 
Poeira de Talco 0.5 - 50 
Asbesto 0.7 - 90 
Pigmentos de Pintura 0.1 - 5 
Poeira metalúrgica 0.1 - 1000 
Argila 0.1 - 50 
Tonalizador da copiadora 0.5 - 15 
Gotas líquidas 0.5 - 5 
Anthrax 1 - 5 
Poeira atmosférica 0.001 - 40 
Sal do mar 0.035 - 0.5 
Bactérias 0.3 - 60 
Bromo 0.1 - 0.7 
Fumo do óleo 0.03 - 1 
Fumo do tabaco 0.01 - 4 
Vírus 0.005 - 0.3 
Poeira atmosférica típica 0.001 to 30 
Açúcares 0.0008 - 0.005 
Pesticidas e Herbicidas 0.001 
Dióxido de carbono 0.00065 
Oxigênio 0.0005 
 
1 micron é a milionésima parte do metro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUALIDADE DO AR INTERNO 
7. CONTAMINANTES 
É evidente a necessidade de que ambientes climatizados devem ser “controlados” por 
equipamentos sofisticados que monitoram diversas variáveis de conforto térmico e salubridade e minimizem 
o consumo de energia elétrica. Mesmo com tal sofisticação, o ar de um ambiente climatizado pode 
apresentar uma distribuição de contaminantes que são provenientes de diversos locais e equipamentos. 
Grande parte das fontes de contaminantes ocorre principalmente nos sistemas de climatização. A estrutura 
da edificação, o mobiliário, o carpete, odor e carga térmica dos ocupantes e contaminantes do ar externo 
também contribuem para a distribuição destes no ar interno. 
Como visto no item 2.2, dentre os agentes causadores de doenças pulmonares, 52% são 
associados aos Sistemas de Climatização e o restante tem sua origem ligada a diversos tipos de 
Contaminantes e Agentes desconhecidos. Torna-se necessário proceder-se à identificação dos mesmos, 
mostrando-se suas origens, formas de proliferação, seus efeitos, as maneiras de identificá-los e os 
procedimentos de controle dos mesmos. 
 
7.1 Contaminantes Químicos Interiores 
Muito dos poluentes encontrados no ar de ambientes internos provém do próprio meio, ou seja, 
estão contidos em tintas de paredes ou móveis, tapetes, produtos de limpeza, computadores, copiadoras e 
o próprio ocupante, o qual produz dióxido de carbono através da respiração. São encontrados também 
aerossóis biológicos provenientes de suor e perfumes. Nos locais onde é permitido fumar, a condição de 
contaminação de um ambiente piora extremamente, devido aos cerca de 4000 compostos químicos 
presente no cigarro. Alguns equipamentos como aquecedores, fogões e quaisquer outros aparelhos em que 
haja combustão são fontes internas de dióxido de carbono. Os principais grupos de contaminantes químicos 
interiores serão apresentados a seguir. 
 
7.1.a Compostos Orgânicos Voláteis 
 Dentre os tipos de contaminantes químicos internos descritos, pode-se identificar os Compostos 
Orgânicos Voláteis, que são aqueles que possuem em sua constituição, carbono e hidrogênio e, volatilizam-
se à temperatura ambiente. Materiais de construção da edificação, acabamento, decoração e de mobiliário 
permanecem eliminando COV em ambientes fechados por tempos indeterminados. Outras fontes são os 
processos de combustão, emissões metabólicas de microorganismos e fotocopiadoras. No quadro a seguir 
são apresentados os principais compostos e suas fontes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 2 - Principais compostos orgânicos encontrados no ambiente interno 
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QUALIDADE DO AR INTERNO 
Composto Fontes de Emissão 
Acetona Cosméticos 
Álcoois Álcool de Limpeza, agentes de limpeza 
Aromáticos Tintas, Adesivos, gasolina, combustão 
Tintas, Adesivos, gasolina, combustão Alifáticos 
Benzeno Fumaça de Cigarros, Escapamento de Veículos 
Tetracloreto de Carbono Fungicidas, Inseticidas 
Clorofórmio Produtos utilizados em lava-louças e lava roupas, produtos de limpeza
Diclorobenzeno Desodorantes de ambientes, naftalina 
Formaldeído Madeira Prensada 
Cloreto de Metileno Solventes de Tintas e Tintas 
Estireno Fumaça de Cigarro 
Tetracloretileno Roupas lavadas a seco 
Tricloroetano Roupas lavadas a seco e aerossóis 
Tricloroetileno Cosméticos, partes eletrônicas, bebidas, desodorizantes 
Terpenos Perfumados, tecidos, fumaça de cigarros, alimentos, betume 
Fonte REEVE (1994) 
 
Produtos à base de aerossóis e umidificadores melhoram o transporte dos compostos orgânicos 
para a fase vapor o que facilita a absorção destes pelo sistema respiratório. Devido à quantidade elevada 
de fontes de COV é muito difícil determinar-se a detecção da uma fonte específica e a concentração isolada 
do contaminantes, Portanto, é possível ter-se situações onde uma fonte relativamente pequena pode 
solicitar baixas taxas de ar para diluição, embora sua toxidade seja elevada. O custo e o tempo para 
identificação e medida são elevados e o total medido é desprezado, uma vez que os valores de 
concentraçãosão bastante pequenos. Segunto MACINTYRE (1990) normalmente escritórios apresentam 
níveis de contaminação da ordem de poucos µg/m3 (microgramas por metro cúbico) até alguns mg/m3 
(miligramas por metro cúbico). 
Os principais sintomas relacionados à exposição a esses compostos são cansaço, dores de cabeça, 
tonturas, fraqueza, sonolência, irritação dos olhos e pele. Um composto pode interagir com outro e por 
conseqüência os sintomas podem se agravar, ou seja, os elementos juntos apresentam potencialização 
maior em relação a efeitos do que a soma dos efeitos de vários compostos. Um agravante deste quadro é a 
combinação com condições desfavoráveis de temperatura e umidade do ar. Uma indicação dos órgãos de 
saúde é que se minimize o tempo de permanência em ambientes com elevada quantidade de fontes de 
COV. 
7.1.b Materiais particulados 
 São contaminantes produzidos através da mistura física e química de diversas substâncias 
presentes em suspensão no ar como sólidos ou sob a forma líquida (gotículas, aerossol). Os mecanismos 
de formação podem ser através de atrito entre partes moveis ou pela ação de umidificadores. Algumas 
atividades como varrer, tirar pó ou aspirar facilitam o movimento das partículas, colocando-as em 
suspensão e em contato com o ar. 
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QUALIDADE DO AR INTERNO 
Estes contaminantes representam a forma mais visível de poluição e não exigem instrumentação 
sofisticada para sua detecção, podem ser notados a olho nu. O tamanho das partículas pode variar de 
0,005 a 100 µm, sendo que o problemático para a saúde são as partículas pequenas o bastante para passar 
pelas vias aéreas superiores e alcançar os pulmões, embora em avaliações de qualidade do ar a faixa de 
estudo esteja entre 0,1 a 10 µm. No caso de partícula maiores que 15 µm, estas são grandes demais para 
serem inaladas. 
 A composição química dos materiais particulados é bastante variável, podendo constituir-se de 
amianto, fibras minerais, fibras sintéticas, esporos fúngicos, restos de insetos e resíduos alimentares, pólen, 
aerossóis de produtos de consumo e alérgenos. 
 
7.1.c Contaminantes Biológicos 
De acordo como HOUSSAY (1994) os contaminantes biológicos são constituídos por bactérias, 
fungos, leveduras, grão de pólem, ácaros, esporos etc. Contaminantes biológicos são bastante conhecidos 
por causarem doenças infecciosas, tuberculose além de hipersensibilidade. Podem apresentar alto grau de 
toxidade causando diversos efeitos desagradáveis. 
A hipersensibilidade à pneumonia desenvolvida por diversas pessoas, esta associada à inalação de 
esporos de fungos, sendo que em edifícios chamados doentes as queixas são freqüentes. O nível de 
hipersensibilidade é determinado pela susceptividade das pessoas a tal exposição. 
Os fatores que determinam a proliferação de contaminantes biológicos são umidade elevada do 
ambiente, ventilação reduzida, poucas aberturas nos edifícios, sistemas de aquecimento com temperaturas 
elevadas. Pessoas e animais domésticos liberam fungos e bactérias. A umidade elevada é responsável pelo 
aumento das populações de ácaros e o crescimento de fungos sobre superfícies úmidas. 
Um dos principais contaminantes biológicos relacionado a sistemas de climatização é a 
LEGIONELLA PNEUMOPHILA, a qual é responsável por um tipo de pneumonia conhecida como “Doença 
dos Legionários”. Esta se desenvolve em meios aquáticos como águas estagnadas, umidificadores, 
bandejas de condensação e torres de refrigeração e são insufladas no ar através dos dutos, sendo 
posteriormente inaladas na forma de aerossóis. 
 
7.1.d Componentes Químicos 
 De acordo com MACINTYRE (1990), em edifícios climatizados é bastante comum encontrar a 
proliferação de componentes químicos. Dentre os componentes gerados pode-se destacar os seguintes: 
- Monóxido de carbono (CO) produzido a partir da combustão de matérias que contém Carbono em sua 
constituição em locais com nível insuficiente de Oxigênio. Ocorrem geralmente em aquecedores de água, 
fogões e aparelhos que se destinem a aquecimento. Ocorre também da fumaça de cigarros e emissões de 
veículos quando a captação do ar para sistemas de climatização esta localizada próxima à rua. O CO 
possui alta afinidade com a hemoglobina reduzindo a capacidade dos glóbulos vermelhos de transportar 
oxigênio para os tecidos, provocando a morte de células por inanição. 
 
– Dióxido de carbono (CO2) produzido através de combustão de combustíveis fósseis e processos 
metabólicos. Este é responsável pelo controle da frequência de respiração de uma pessoa. O aumento do 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 33
QUALIDADE DO AR INTERNO 
nível de CO2 provoca a sensação de falta de ar e por conseqüência a frequência respiratória é aumentada 
para compensação deste efeito. Sua concentração em ambientes climatizados depende principalmente do 
número de ocupantes, uma vez que estes emitem-no através do processo de respiração. 
 
- Óxido de nitrogênio (NO) é resultado de combustões a alta temperatura, como queima de combustíveis de 
veículos. Entra em ambientes através dos sistemas de captação quando estes estão colocados no nível da 
rua. Pode interferir no transporte de oxigênio para os tecidos produzindo efeitos parecidos como os do CO e 
ainda edema pulmonar quando em grandes concentrações. 
 
- Dióxido de nitrogênio (NO2) produzido em ambientes internos a partir da queima de combustíveis 
orgânicos em aparelhos como fogões a gás e aquecedores de ambiente, além de fumaça de cigarro. O NO2 
age como um agente irritante, afetando os olhos, pele e a mucosa do nariz, sendo que em altas 
concentrações pode afetar também a garganta e o trato respiratório. Devido ao fato de ser pouco solúvel em 
água provoca mínima irritação no trato respiratório superior, agindo ativamente no trato inferior. A exposição 
a pequenas concentrações pode aumentar a possibilidade de infecções respiratórias. 
 
- Dióxido de enxofre é subproduto de combustão de combustíveis fósseis e compostos a base de enxofre, 
apresentando cheiro característico em altas concentrações. Apresenta alta solubilidade em água sendo 
absorvido pelas membranas do sistema respiratório, formando ácido sulfúrico e sulfuroso. Causa danos não 
só aos ocupante como também aos equipamentos e móveis, uma vez que em contato com umidade produz 
produtos corrosivos. 
 
- Amônia (NH3) utilizado principalmente como refrigerante em sistemas de refrigeração de grande porte e 
também em produtos de limpeza. Apresenta alta solubilidade em água e é bastante tóxico apresentando 
cheiro característico. Afeta diretamente o trato respiratória superior uma vez que estes são bastante úmidos. 
 
7.1.e Contaminantes gerados por Ocupantes 
As atividades desenvolvidas pelos ocupantes e por conseqüência o metabolismo associado a estas, 
alteram a qualidade do ar por diminuição da concentração de oxigênio e aumento da concentração de 
dióxido de carbono. Respiração, transpiração e a preparação de alimentos adicionam vapor d’água, bem 
como outras substâncias que geram odores à atmosfera interna. 
 
7.2 Contaminantes Químicos Exteriores 
Os contaminantes químicos exteriores mais conhecidos são aqueles provenientes de descargas de 
automóveis e de gases de chaminés de fabricas. Dentre os gases pode-se destacar os monóxidos e 
dióxidos de carbono, o dióxido de nitrogênio, o dióxido de enxofre, o ozônio, vapores de chumbo e metais 
pesados. A contaminação dos ambientes pelos elementos citados se dá principalmente em função de 
entradas de ar, localizadas no nível do terreno ou próximas ao tráfego. Na figura 13 é possível visualizar a 
contaminação do sistema de climatização, devido à proximidade da captação do ar externocom fontes 
emissoras de contaminante. 
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QUALIDADE DO AR INTERNO 
 
 
 
Figura 13 – Contaminação na captação de ar externo - Fonte NTT (2003) 
 
Outra variável que permite a contaminação é o fato de os equipamentos não se encontrarem em 
boas condições de manutenção permitindo assim, a dispersão dos contaminantes pelo sistema de 
ventilação e climatização. 
 
7.3 Agentes Desconhecidos 
A chamada deste item apenas ressalta a necessidade de investigações acerca da ocorrência de 
diversas sintomalotogias indicadas por ocupantes, sem que os agente causadores pudessem ser 
identificados. Como visto anteriormente, estes são responsáveis por um elevado nível de problemas 
pulmonares. 
 
 
8. DOENÇAS ASSOCIADOS À QUALIDADE DO AR INTERNO 
Em função dos problemas na qualidade do ar em ambientes climatizados, várias doenças que 
afetam o sistema respiratório podem ser difundidas nestes locais. Estas doenças podem ser diagnosticadas 
e definidas clinicamente em função dos sintomas apresentados pelos ocupantes os quais podem ser 
atribuídos aos contaminantes existente no ar. 
As doenças respiratórias adquiridas em ambientes de trabalho são conhecidas como Doenças 
Pulmonares Ocupacionais. Estas são causadas pela inalação de partículas, névoas, vapores ou gases 
nocivos no ambiente de trabalho. Estas substâncias podem se depositar nas vias aéreas ou nos pulmões, 
dependendo de tamanho e do tipo de partículas que as compõem. Partículas maiores tendem a ficar retidas 
nas narinas ou nas vias aéreas, sendo que as menores tendem a atingir os alvéolos pulmonares. 
Existem alguns fatores que permitem identificar doenças relativas à qualidade do ar de edifícios. 
Freqüentemente deve-se monitorar fatores como tosse, rouquidão, catarro, dores no peito, náuseas, 
tonturas, febres, arrepios e dores musculares. Segundo NIOSH (1987), algumas das principais doenças 
relacionadas aos problemas citados, assim como os sintomas, são relacionadas a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 35
QUALIDADE DO AR INTERNO 
8.1 Doenças Ocupacionais Das Vias Aéreas Inferiores 
8.1.1 Doença do Legionário ou Legionelose 
A doença do legionário é causada pela bactéria Legionella pneumophila e por outras espécies de 
Legionella. A doença do legionário tende a ocorrer em épocas como o final do verão e início do outono. A 
bactéria Legionella vive em meios aquáticos e tendem a se propagar pelos de sistemas de climatização de 
edifícios. A doença do legionário pode produzir sintomas diversos desde simples tonturas, podendo 
entretanto, ser letal. 
Os principais sintomas são fadiga, febre, cefaléia e dores musculares, tosse seca, dificuldade 
respiratória, diarréia, confusão mental e outros distúrbios mentais. 
 
8.1.2 Asma Ocupacional 
É definida como sendo um espasmo reversível das vias respiratórias, tornando a respiração difícil. 
Estes espasmos estão associados à inalação de partículas ou de vapores, e são bastante freqüentes em 
ocupante sensíveis a produtos irritantes. A figura 14 apresenta o sistema respiratório acometido de asma. 
Pode-se perceber a inflamação indicada pelos tons avermelhados nos pulmões. 
Os sintomas são dificuldade respiratória, sensação de opressão no peito, sibilos (chio de peito), 
tosse, espirros, coriza e lacrimejamento. Estes ocorrem predominantemente horas depois que o trabalhador 
termina sua jornada de trabalho. Em alguns casos podem desaparecer por um período de tempo, surgindo 
a seguir. Esta característica por vezes dificulta o estabelecimento da relação entre os sintomas e a 
qualidade do ar. 
 
 
 
 
 Figura 14 – Quadro típico de Asma - Fonte www.medlineplus.gov 
 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 36
QUALIDADE DO AR INTERNO 
8.1.3 Pneumonia 
A pneumonia é uma infecção dos pulmões que, envolve os alvéolos e os tecidos circunjacentes. 
Freqüentemente, a pneumonia é a doença terminal de indivíduos portadores de outras doenças crônicas 
graves. A pneumonia é um conjunto de diversas doenças diferentes. Na figura 15 tem-se em destaque o 
efeito de entupimento causado pela pneumonia. 
São associadas a diversas bactérias como Streptococcus pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae, 
Staphylococcus aureus, Legionella, Haemophilus influenzae e também vírus como a gripe e a varicela. 
Alguns fungos também causam pneumonia. 
Os sintomas comuns da pneumonia são a tosse, dor toráxica, calafrios, febre e dificuldade 
respiratória. 
 
 
 
Figura 15 – Quadro típico de Pneumonia - Fonte www.medlineplus.gov 
 
8.1.3.a Pneumonia Pneumocócica 
O Streptococcus pneumoniae (pneumococo) é a causa bacteriana mais comum de pneumonia. O 
indivíduo infectado com um dos oitenta tipos conhecidos de pneumococos adquire uma imunidade parcial 
contra a reinfecção desse tipo, mas não se torna imune aos demais tipos. Geralmente, a pneumonia 
pneumocócica inicia após uma infecção viral do trato respiratório superior (resfriado, faringite ou gripe) ter 
lesado suficientemente os pulmões, a ponto de permitir que pneumococos infectem a área. 
O paciente apresenta tremores e calafrios, acompanhados por febre, tosse, dificuldade respiratória 
e dor torácica (no lado do pulmão afetado). Também são comuns a náusea, vômito, fadiga e dores 
musculares. Freqüentemente, o escarro apresenta uma cor de ferrugem devido à presença de sangue. 
Existe uma vacina que protege até 70% dos indivíduos contra infecções pneumocócicas graves. 
 
Eng. José Edson Basto – CREA SC 01 058125-4 37
QUALIDADE DO AR INTERNO 
8.1.3.b - Pneumonia Viral 
É um tipo de pneumonia causada por alguns tipos de vírus como por exemplo o vírus sincicial 
respiratório, o adenovírus, o vírus da parainfluenza, vírus da influenza, vírus do sarampo e o vírus da 
varicela. 
 
8.1.3.c - Pneumonia por Fungos 
É um tipo de pneumonia causada por fungos, destacando-se três tipos em especial: o Histoplasma 
capsulatum, que causa a histoplasmose, o Coccidioides immitis, que causa a coccidioidomicose, e o 
Blastomyces dermatitidis, que causa a blastomicose. Após serem inalados os fungos podem causar uma 
pneumonia aguda ou crônica. 
Os principais sintomas são tosse, febre, dores musculares e dor torácica sendo que estes podem 
persistir por meses. 
 
8.1.4 Pneumonite de Hipersensibilidade 
A pneumonite por hipersensibilidade é uma manifestação clínica de um grupo de doenças 
pulmonares, resultantes da sensibilização por exposições recorrentes a inalações de partículas antigênicas e 
material orgânico. É uma inflamação que atinge os alvéolos pulmonares sendo causada por reação alérgica 
a poeiras orgânicas inaladas e substâncias químicas. As poeiras orgânicas são aquelas que contêm 
microrganismos ou proteínas. A exposição às poeiras produz sensibilização dos linfócitos e formação de 
anticorpos, acarretando a inflamação dos pulmões e um acúmulo de leucócitos nas paredes dos alvéolos. 
Pode ser chamada de alveolite alérgica extrínsica . É uma resposta imune à partículas que são 
menores que 5 μ e que chegam nos bronquíolos terminais, respiratórios e alvéolos. A resposta dependerá da 
partícula inalada. Clinicamente é uma dispnéia, sibilância, febre, tosse seca, mal estar geral e fadiga, após 
exposições periódicas. 
Os principais sintomas são febre, tosse, calafrios e dificuldade respiratória, perda de apetite, náusea 
e vômito sendo que a freqüência dos sintomas é de quatro a oito horas após a exposição aos 
contaminantes. A evolução é progressiva, com perda de peso. Não há sintomas agudos da exposição. Pode 
evoluir cronicamente para cor pulmonale. Com a evolução da doença aparecem opacidades regulares e 
irregulares,

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