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toxicologia e o dopping

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INTRODUÇÃO TEÓRICA
 Os registros do uso das substâncias que melhoram o desempenho físico começaram na antiguidade, com o intuito de comemorar rituais religiosos, celebrar as vitórias das guerras, prepararem os atletas para as competições.
 Na década de 70, as anfetaminas eram as mais usadas. Na década de 80, eram os esteróides anabólicos. Nesta virada do século, eles ainda são muito usados, agora com a companhia do hormônio de crescimento que tem efeitos anabolizantes e efeitos secundários muito indesejáveis. (Campos, 2004).
O que é doping?
 É chamado de Doping, o uso de qualquer droga ou medicamento que possa aumentar os desempenhos físicos ou mentais dos atletas durante uma competição. Fatores que contribuem para a utilização da dopagem são: frequência, duração e intensidade. 
 O uso de medicamentos por alguns atletas, além de trazerem riscos a saúde, é antiético, pois nesse caso, não há igualdade de condições entre os atletas. O uso indevido pode levar a intoxicações, desenvolvimento de tolerância e a dependência. (NETTO, 2001). 
 Atualmente, existe uma lista de medicamentos proibidos. Essas drogas são agrupadas nas seguintes classes:
Estimulantes: Agem direto sobre o sistema nervoso central, fazendo o mesmo efeito da adrenalina. As substâncias são: pseudoefedrina, efedrina, anfetamina, cocaína e cafeína.
Esportes – Basquete, vôlei e futebol
Quem foi pego – O craque argentino Maradona
Analgésicos Narcóticos: Atuam no sistema nervoso central, diminuindo a sensação de dor. As substâncias são: morfina, codeína, propoxifeno, petidina.
Agentes anabólicos: Agem aumentando o tamanho dos músculos.
Drogas – Esteroides e nandrolona.
Esportes – Halterofilismo, atletismo e natação.
Quem foi pego – O velocista canadense Ben Johnson.
Diuréticos: Atua aumentando a produção e a excreção, causando a perda de peso. São usados também para o mascaramento de doping. As substâncias são: triantereno, hidroclorotiazínicos, furosemida.
Esportes – Judô, halterofilismo e boxe.
Quem foi pego – O judoca brasileiro João Derly.
Betabloqueadores: Agem diminuindo a pressão arterial e ajudam a manter estáveis as mãos do atleta. É usado em competições como o tiro. As substâncias são: propranolol e atenol.
Hormônios peptídeos e análogos: aumentam o volume e a potência dos músculos. As substâncias são: Hormônio do crescimento, eritropoetina, corticotropina.
Esportes – Ciclismo e atletismo.
Quem foi pego - O ciclista português Nuno Ribeiro.
 
 Alguns cientistas apontam que, atualmente, existe a possibilidade de doping genético. Através da alteração genética, se pode, por exemplo, aumentar a produção de hormônios.
 A pioneira nas punições por uso de doping foi a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF). Em 1928 a Associação baniu os primeiros atletas por doping. Desde 1968 foram utilizados pela primeira vez os testes antidoping nos Jogos Olímpicos. Em 1999 foi fundada a World Anti-Doping Agency (WADA), para o combate da prática do doping pelos atletas. Essa Agência Mundial criou um código mundial antidoping (CMAD), que é utilizado pela maioria das Federações Internacionais e pelo Comitê Olímpico Internacional. (Santos, 2000).
TIPOS DE CONTROLE ANTIDOPING
 - Controle em competição.
 - Controle fora de competição.
 
As substancias controladas nos dois tipos não são as mesmas.
 - Em competição, inclui todo o universo de classes e métodos proibidos.
 - Fora de competição, é mais especifico, incluindo apenas os agentes anabolizantes, além de todos os métodos proibidos.
ALGUMAS SUBSTANCIAS E SUAS INTOXICAÇÕES
Estimulantes (Anfetaminas): As anfetaminas provocam dependência física e psíquica, podendo acarretar, com seu uso freqüente, tolerância à droga, assim como a sua interrupção brusca, síndrome de abstinência.
 Consumidas por via oral ou injetadas, são consideradas psicotrópicos estimulantes, por induzir a um estado de grande excitação e sensação de poder, facilitando a exteriorização de impulsos agressivos e incapacidade de julgar adequadamente a realidade.
 
Esteróides anabolizantes: O anabolizante oral geralmente é vendido na forma de comprimido, que é ingerido, absorvido no intestino e processado no fígado. Já os injetáveis são aplicados diretamente na corrente sanguínea. O primeiro tipo geralmente relaciona-se com grande sobrecarga do fígado, enquanto o segundo provoca maior toxicidade para os rins. 
 Os esteróides anabolizantes, apesar de parecerem ótimos para o corpo, estão relacionados com graves problemas. Dentre eles, podemos destacar diversos problemas cardíacos, tais como insuficiência cardíaca, tromboses e infartos; eles também podem afetar o fígado, causando-lhe tumores, modificações na função hepática e cirrose, e os rins, gerando tumores e aumento da retenção de água no corpo. Aumento de acne e do LDL e redução do HDL também se relacionam com o uso dessas substâncias.
 Além disso, os esteróides anabolizantes estão relacionados, em homens, com casos de atrofia dos testículos, esterilidade e impotência. Também é responsável pelo crescimento da mama, uma condição conhecida como ginecomastia. Nas mulheres, o uso de anabolizante causa masculinização, com crescimento de pelos no rosto, mudança da voz, hipertrofia do clitóris e modificações no ciclo menstrual. Pode ocorrer também o desenvolvimento de um padrão de calvície típico de homens.
 Os esteróides anabolizantes também provocam problemas comportamentais, gerando maior irritabilidade, hostilidade e variações de humor. Na literatura, é possível encontrar casos de suicídio relacionados com o uso excessivo dessas substâncias.
 Percebe-se, portanto, que o uso de anabolizantes pode sim melhorar a aparência, porém os efeitos no corpo podem ser devastadores.
Diuréticos (Furosemida): O principal efeito colateral da furosemida relaciona-se com o grande aumento da diurese que causam, que pode ter como resultado um desequilíbrio eletrolítico (hipocaliemia, hiponatremia, hipocalcemia...), pelo que é importante prestar atenção às suas manifestações. Por essa razão, sua administração é necessariamente acompanhada de um período de observação médica. Pode ser necessária a utilização de suplementos de potássio ou outros sais minerais. Adicionalmente, encontra-se associado a quadros de ototoxicidade (toxicidade para o ouvido) que podem causar lesões transitórias ou permanentes. A furosemida pode aumentar a ototoxicidade de outros fármacos, nomeadamente os antibióticos aminoglicosídeos, cefalosporinas e o ácido etacrínico.
 Também é digno de nota que a furosemida provoca a redução na excreção renal do lítio, fato que pode potenciar a toxicidade específica deste elemento, natural ou em fármacos específicos que o contenham.
Analgésicos Narcóticos (Morfina): A intoxicação por morfina causa o estreitamento das pupilas, sonolência, coma, pele seca e fria, perturbações respiratórias, aumento do ritmo cardíaco, da pressão sanguínea e temperatura corporal. Pode originar a morte como resultado de insuficiência respiratória e cardiovascular.  A tolerância à morfina desenvolve-se rapidamente, é uma droga com enorme potencial de dependência física e psíquica.
Betabloqueadores (Propranolol): Reduz o ritmo cardíaco e podem provocar hipertensões severas com colapsos e lipotimias.
Hormônios peptídeos e análogos (Eritropoietina): É um hormônio fabricado pelos rins (90 a 95%), uma glicoproteína, que estimula a produção de glóbulos vermelhos. Pode provocar aumento do hematócrito, alterações cardiovasculares, náuseas, vômitos, diarréia, hipertensão.
EFEITOS TOXICOS
 Intoxicação aguda
 É a utilização de medicamentos contendo cafeína ou de bebidas energéticas.
 Doses letais são em torno de 50 mg/mL de peso, com níveis plasmáticos de 50 µg/mL.
 Em intoxicações graves ocorrem náuseas, vômitos, taquicardia, hiperventilação, morte por parada respiratóriaentre outras causas.
Intoxicação crônica
 É a ingestão excessiva de alimentos.
 Tornam-se comuns quando o consumo diário atinge 0,6 a 1,0 g de cafeína.
 Estado de estimulação permanente com sinais e sintomas de irritabilidade, insônia, tremores, taquicardia e anorexia.
	
RESULTADOS
OS SUSPEITOS
 Em geral, em campeonatos mundiais e Jogos Olímpicos, os três primeiros colocados são obrigados a passar pelo controle, bem como alguns competidores escolhidos aleatoriamente. Os “suspeitos” têm a urina ou o sangue coletado em frascos para o exame
MOMENTO DELICADO 
 Para a coleta da urina, não tem jeito: o atleta deve fazer xixi na frente de algum representante da comissão esportiva. Mas, desde os Jogos de Pequim, em 2008, o exame de sangue, mais eficaz, passou a ser mais usado. O material é colhido em dois frascos (prova e contraprova)
PENTE-FINO
 No laboratório, busca-se identificar as várias drogas que possam estar presentes no organismo do atleta. A relação de substâncias proibidas é atualizada anualmente pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês). Veja abaixo as cinco principais
DUAS VEZES CULPADO 
 Se a análise detectar o uso de doping, pede-se o exame da contraprova. Caso o teste dê positivo de novo, o atleta é punido. A pena varia conforme a gravidade do caso, podendo ir da suspensão temporária ao banimento do esporte, como rolou com a nadadora brasileira Rebeca Gusmão.
	
Exemplos de exames laboratoriais e seus resultados.
Exame laboratorial: Detecção Cafeína.
 A urina é submetida a um procedimento de extração 
 - Solventes orgânicos de baixa polaridade
 - Centrifugação 
 - Evaporação de extrato orgânico até o resíduo.
 A presença de teores maiores que 12 µg/mL de cafeína inalterada por mililitro de urina é considerada anormal e indica a pratica da dopagem.
Exame laboratorial: Detecção Testosterona.
Proporção entre testosterona e outro hormônio, chamado epitestosterona, a chamada razão T/E. 
- O resultado normal é 1 para 1. 
- Se o sujeito injetar testosterona sintética, o valor será alterado, e T ficará maior que E.
- Os testes antidoping consideram uma proporção acima de 4 para 1 indicio de possível fraude.
 
 Os resultados são enviados a organização do evento, uma cópia a WADA e outra a federação internacional.
 Em caso de resultados adversos, a equipe pode solicitar reanálise da amostra B, sendo que se for confirmado o resultado, o custo desta análise é repassado a equipe/atleta
 O Superior Tribunal de Justiça Desportiva é o responsável pelo julgamento.
CONCLUSÃO
 Concluiu-se que o doping é um problema preocupante na atualidade, e que muitos atletas quebram o fundamento da prática de desporto, utilizando drogas para melhorar seus desempenhos
REFERENCIAS 
AQUINO NETO, F. R. O papel do atleta na sociedade e o controle de dopagem no esporte. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 7, n. 4, 2001.
Rev. Bras. Ciênc. Esporte, Florianópolis, v. 33, n. 4, p.1055-1069, out./dez. 2011
Fundamentos de toxicologia – Seizi Oga , 2ª ed. São Paulo – Editora Atheneu , 2003.
http://biologianet.uol.com.br/saude-bem-estar/esteroides-anabolizantes.htm
http://www.doping-prevention.com/pt/substancias-e-metodos/narcoticos/efeitos-secundarios/pele.html
https://www.infoescola.com/esportes/doping/
https://www.infopedia.pt/dicionarios/termos-medicos/ototoxicidade
http://www.portalsaofrancisco.com.br/saude/anfetaminas
http://biologianet.uol.com.br/saude-bem-estar/esteroides-anabolizantes.htm
http://www.doping-prevention.com/pt/substancias-e-metodos/narcoticos/efeitos-secundarios/pele.html
http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/9986

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