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LGBT 1

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FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS DE IPATINGA UNIPAC
GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
POLÍTICAS DE SAÚDE DE LGBT
IPATINGA
2014
POLÍTICAS DE SAÚDE DE LGBT
Trabalho 
apresentad
o como exigência parcial para conclusão do 2° período do 
Curso de Enfermagem da Faculdade Presidente Antônio 
Carlos – UNIPAC.
Orientadora:
 
Fabiana Figueiredo Biserra
.
IPATINGA
2014
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	4
2	MOVIMENTO LGBT	5
3	HISTORIA DA EPIDEMIA DO HIV/AIDS	6
4	POLÍTICA DE SAUDE LGBT E O SUS	8
4.1	Diretrizes Gerais	9
5	LGBT E DIREITOS HUMANOS	11
6	UM PAÍS SEM HOMOFOBIA	13
7	ORIENTAÇÃO SEXUAL	15
8	CONSIDERAÇÕES FINAIS	16
REFERÊNCIAS	17
INTRODUÇÃO
A política LGBT é composta por um conjunto de diretrizes que requerem planos contendo estratégias e metas sanitárias na hora de seu desenvolvimento, desafios e compromissos são impostos nas instancias de governo, envolvendo secretarias estaduais e municipais (BRASIL, 2010).								São desenvolvidas algumas considerações sobre direitos reprodutivos e sexuais, com isso deve colocar um posicionamento na perspectiva transformadora das relações sociais, da luta contra o preconceito, da garantia do bem estar e sim da relação entre a sexualidade. Com isso é feito algumas reflexões sobre desafios para uma política de saúde, onde deve enfatizar questões de garantia de recurso, qualidade, quantidade nos serviços de saúde, respondendo as demandas da população e mudanças culturais, produzindo assim uma nova visão entre os profissionais e LGBT (AVILA, 2003).		Temos como objetivo de promover saúde integral para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, diminuindo a discriminação e o preconceito, contribuindo para as desigualdades e para o bem estar de todos.						Para realização desta pesquisa foi feita uma seleção do material utilizado cujas referências são de artigos científicos disponíveis em bancos de dados na internet, no site científico Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e na biblioteca Professor Bonifácio de Andrada da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Ipatinga (UNIPAC).
2 MOVIMENTO LGBT
O nascimento do movimento homossexual no Brasil foi marcado pelo um projeto de politização da questão da homossexualidade em contraste com algumas associações existentes no período antes do seu surgimento. Essas associações, apesar de reunir homossexuais, possuíam uma atuação qualificada pelos militantes como não politizada, por estar exclusivamente voltada para a sociabilidade. Com isso teve iniciativas como pequenos jornais distribuídos em bares, fã clubes de artistas e bailes de carnaval onde os homossexuais se encontravam (CRP, 2014).					A luta pelos direitos humanos vai surgindo. Ao iniciar a década de 80, o país passa por uma reforma democrática, com a ditadura perdendo a sua força. Aos poucos os movimentos democráticos vão aparecendo, surgindo nesse período vários grupos do denominado movimento Gay. Ainda em final da década de 70, são criadas interessantes movimentações como o Jornal Lampião da Esquina, em 1978 que circulava na época falando de “coisas de bicha”, desafiando a censura e questionando a hétero normatividade compulsória. As ONGs LGBT que agora surgem deixam de ter o caráter de movimento social e passam a trabalhar em conjunto com o governo. No Brasil, aconteceu a 1ª Conferência Nacional GLBT, realizada em Brasília, no período de 5 e 8 de junho de 2008 (CANABARRO, 2013). 								Com isso o movimento social LGBT indica a aspiração e a reivindicar direitos universais e civis plenos, por meio de ações. O movimento é lutar em conjunto com outros movimentos e associações de defesa de direitos dos trabalhadores, negros e mulheres, e de outro aqueles que dizem que a luta deveria ficar somente em garantir direitos para sexos diversos (FACCHINI, 2005 et. al., CANABARRO, 2013)[2: FACCHINI, Regina. Sopa de letrinhas: movimento homossexual e produção de identidades coletivas nos anos 1990. Rio de Janeiro: Garamond, 2005.]
3 HISTÓRIA DA EPIDEMIA DA HIV/AIDS
	Desde a década de 80, o Ministério da Saúde adotou estratégias para o enfrentamento da epidemia do HIV/AIDS e contou para isso com a parceria dos movimentos sociais vinculados a defesa dos direitos da população de LGBT. Esta estratégia fortaleceu a participação destes grupos na luta pela saúde (BRASIL, 2010). 	A AIDS sobre homossexuais chegou a dimensões impactantes nos países ocidentais, por outro lado, os homossexuais, sejam através de lideranças ou organizações gays, estão entre aqueles que, se mobilizaram para enfrentar os desafios impostos pela epidemia. Esta mobilização foi geradora de idéias e respostas, realizando então a criação de diversas organizações não-governamentais de serviços em AIDS (ONGs/AIDS), produção dos primeiros manuais sobre as formas de transmissão e sobre sexo mais seguro, a promoção dos direitos humanos e da solidariedade como princípios básicos do trabalho de prevenção (JUNIOR, 2002).						A epidemia de Aids também explicitou que estas múltiplas parcerias podiam se dar com corpos masculinos ou femininos, independente de o homem se identificar como “homem” e heterossexual, o que ressalta a complexa relação que existe entre as idéias de “homens”, “masculinidades” e as práticas sexuais. Isto serve para alertar o profissional de saúde que a investigação sobre a forma de obter prazer sexual deve constar das anamneses clínicas, independente do modo como a pessoa se identifica ou do que a seu desempenho corporal sugere. Na cultura brasileira a masculinidade e feminilidade, do ponto de vista sexual, têm mais a ver com a posição assumida no ato ativo/passivo, penetrante/penetrado, do que com os corpos em atuação, o que faria com que homens se sentissem mais “homens” quanto mais corpos conseguisse penetrar, sejam corpos de homens ou de mulheres. Ao mesmo tempo, é sabido, especialmente pelo relato de profissionais do sexo, sejam mulheres ou travestis, que muitos homens gostam de serem penetrados sem que isso os faça sentirem-se gays, desde que a penetração seja feita por alguém identificado como “mulher” (VILLELA, 2005).			A crescente visibilidade de gays, lésbicas, transexuais e travestis tem trazido demandas específicas de saúde aos sistemas e serviços de saúde. São reivindicados espaços para atendimento de gays que contém com profissionais versados em questões de saúde sexual de homens e também em saúde mental, para ajudá-los a lidar melhor com o preconceito, e principalmente a violência, bem como a ampliação do acesso à cirurgia de readequação sexual, incluindo o tratamento prévio com hormônios e silicone. Estas demandas não apenas ajudam a aprofundar as diretrizes do SUS de universalidade e eqüidade, reforça a proposição de que gênero e sexualidade se constituem em esferas distintas da experiência humana, e que sua conexão se dá de modo diverso, quer se trate de homens ou de mulheres, em função do papel que cada um exerce na reprodução (VILLELA, 2005).							Com isso a epidemia de HIV/AIDS trouxe à tona a discussão sobre a sexualidade de forma mais ampla, possibilitando a visão da sexualidade e abrindo um campo de pesquisas crucial para o desenvolvimento de políticas públicas para estas populações no campo da saúde (SANTOS et. al., 2010).				
4 POLÍTICA DE SAÚDE LGBT E O SUS
A criação do SUS foi um passo importante para a universalização do acesso a ações de saúde concebidas em uma perspectiva fundada na integralidade, que procuram romper com um histórico de serviços públicos ineficazes e ineficientes. Quanto ao princípio da equidade, o que cabe é o fato de que grupos sociais distintos, como negras, índias, mulheres, crianças, idosas e LGBT, podem ter necessidades de saúde diferenciadas, implicando demandas por ações governamentais também diferenciadas (MELLO et. al., 2011).										O acesso da população LGBT nos serviços de saúde fundados nos princípios de universalidade, integralidadee equidade, nota que orientação sexual e identidade de gênero não devem ser cogitadas. Isto significa que o sujeito não pode ser pensado apenas como "gay", "lésbica", "bissexual", "travesti" ou "transexual", já que seu corpo também pode ser negro, rico e jovem, entre tantos outros atributos, e cabe destacar a importância de um olhar que contemple a interação (MELLO et. al., 2011).			A Política LGBT compõe se de um conjunto de diretrizes cuja operacionalização requer planos contendo estratégias e metas sanitárias. Na condução desse processo deverá ser realizadas ações para eliminar a discriminação contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Este deve ser um compromisso ético político para todas as instâncias do SUS, de seus gestores, conselheiros, de técnicos e de trabalhadores de saúde (BRASIL, 2010). 						Portanto a Política tem caráter transversal e por isso, envolve todas as áreas do Ministério da Saúde tais como as relacionadas à produção de conhecimento, que deve ter participação social, promoção, atenção e cuidado, tendo uma participação de diversas lideranças, técnicos e pesquisadores sendo submetida à consulta pública antes de ser apresentada e aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS). Diante disso essa política requer desafios e compromissos das instâncias de Governo, especialmente das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, dos Conselhos de Saúde e de todas as áreas do Ministério da Saúde. Da mesma forma, é imprescindível a ação da sociedade civil nas suas mais variadas modalidades de organização que tencionam os governos para a garantia do direito à saúde (BRASIL, 2010). 
4.1 Diretrizes gerais
Respeito aos direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais enfrentando o estigma e a discriminação;
Inclusão de variáveis que caracterizam a diversidade populacional nos processos de formulação, executar políticas e programas no SUS envolvendo: orientação sexual, identidade de gênero, ciclos de vida e raça/etnia; 
Eliminação das homofobias e demais formas de discriminação e violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no âmbito do SUS, contribuindo para as mudanças na sociedade em geral;
Difusão de informações pertinentes ao acesso, à qualidade da atenção e às ações para o enfrentamento da discriminação, em todos os níveis de gestão do SUS;
Promoção da cidadania e inclusão de LGBT por meio da articulação com os diversos setores de desenvolvimento social como: educação, trabalho, segurança e outros; 
Ampliar acesso LGBT aos serviços de saúde do SUS, garantindo o respeito as pessoas e acolhimento com qualidade e resolução de suas demandas e necessidades;
Inclusão da temática da orientação sexual e identidade de gênero de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais nos processos de educação permanente desenvolvidos pelo SUS incluindo os trabalhadores da saúde, conselheiros e lideranças sociais; 
Fortalecimento da representação do movimento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais nos conselhos de saúde, conferências e demais instâncias de participação social;
Produção de conhecimentos científicos e tecnológicos para melhorar a saúde de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais;
Instituir a Política de Saúde LGBT como estratégia de promoção de mais equidade no SUS;
 Qualificar a rede de serviços do SUS para a atenção e o cuidado integral á saude de LGBT;
Incluir ações educativas nas rotinas dos serviços de saúde voltados a promoção de auto estima entre LGBT e eliminação do preconceito para a sociedade geral 
Processamento e à análise dos dados específicos sobre a saúde de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais;
Monitorar, avaliar e difundir os indicadores de saúde e de serviços para as lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais;
Qualificar a rede do SUS para a redução de danos à saúde da população LGBT, no que diz respeito ao uso excessivo de medicamentos, drogas, fármacos e substâncias industriais, especialmente para travestis e transexuais;
Oferecer atenção pronta e oportuna aos problemas decorrentes do uso prolongado de hormônios femininos e masculinos para travestis e transexuais;
Definir e programar estratégias setoriais e inter setoriais que visem reduzir a morbidade e a mortalidade de travestis pelo uso de silicone industrial;
Oferecer atenção integral na rede de serviços do SUS para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais nas DSTs, HIV, AIDS, hepatites virais, etc;
Prevenir novos casos e ampliar o acesso ao tratamento qualificado de cânceres ginecológicos (cérvico uterino e de mamas) entre as lésbicas e mulheres bissexuais;
Prevenir novos casos e ampliar acesso ao tratamento de câncer de próstata entre gays, homens bissexuais, travestis e transexuais;
Garantir os direitos sexuais e direitos reprodutivos para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no âmbito do SUS;
Garantir os direitos sociais de LGBT na saúde suplementar, incluindo os direitos da conjugal idade entre casais homo afetivos;
Fortalecer a participação de representações LGBT nos conselhos e conferências de saúde;
Estimular e realizar campanhas e outras atividades contra o preconceito e a discriminação de LGBT nos serviços de saúde;
Garantir o uso do nome social de travestis e transexuais de acordo com a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde;
Reduzir os problemas relacionados à saúde mental, droga, alcoolismo, depressão e suicídio entre LGBT, atuando na prevenção, promoção e recuperação da saúde (BRASIL, 2010).
5 LGBT E DIREITOS HUMANOS
Tomando como parâmetro a perspectiva ampliada da saúde, tal como preconizada como direito de cidadania pela Constituição de 1988, a atenção à saúde da população GLBT não deve ser considerada apenas do ponto de vista da epidemiologia. Sobretudo, diante da escassez dos dados de pesquisas em saúde dessa população, devem ser consideradas as condições e representações sociais associadas à população GLBT, compreendendo que os agravos à saúde desses segmentos populacionais estão, em grande parte, determinados socialmente (LIONÇO, 2008).						O tema dos direitos LGBT vem sendo pautado pelo SUS e, na 13ª Conferência Nacional de Saúde, foi discutido a orientação sexual e a identidade de gênero são incluídas na análise da determinação social da saúde. As seguintes recomendações emanam desta conferência: 
O desenvolvimento de ações intersetoriais de educação em direitos humanos e respeito à diversidade, efetivando campanhas e currículos escolares que abordem os direitos sociais; 
A sensibilização dos profissionais a respeito dos direitos de LGBT, com inclusão do tema da livre expressão sexual na política de educação permanente no SUS; 
A inclusão dos quesitos de identidade de gênero e de orientação sexual nos formulários, prontuários e sistemas de informação em saúde;
A ampliação da participação dos movimentos sociais LGBT nos conselhos de saúde;
O incentivo à produção de pesquisas científicas, inovações tecnológicas e compartilhamento dos avanços terapêuticos; 
A garantia dos direitos sexuais e reprodutivos e o respeito ao direito à intimidade e à individualidade; 
O estabelecimento de normas e protocolos de atendimento específicos para as lésbicas e travestis; 
A manutenção e fortalecimento ações da prevenção das DST/AIDS, com especial foco nas populações LGBT; 
O aprimoramento do Processo Transex. 
A melhoria do protocolo de atenção contra a violência considerando a identidade de gênero e a orientação sexual. (BRASIL, 2010).
Nessa conferência teve debates de temas com relevância, relacionados a dezoito Ministérios. O Ministério da Saúde submeteu ao debate os princípios desta Política, na intenção de legitimá-los como expressão das necessidades dos grupos LGBT em relação à saúde. A consulta pública, a qual esta Política foi submetida posteriormente, permitiu ampliar a legitimidade da participação social na sua formulação. Finalmente, ao ser aprovada pelo CNS em novembro de 2009, esta Política se legitimacomo fruto de um amplo processo democrático e participativo (BRASIL, 2010).
6 UM PAÍS SEM HOMOFOBIA 
Na década de 60, o termo homofobia já era empregado como atitudes e comportamentos ofensivos e preconceituoso a gays e lésbicas. Que suscitou várias críticas, pois tal atitude seria de medo irracional sentido por parte da maioria dos heterossexuais, que poderia ser compreendido a partir de um modelo de enfermidade e, portanto, passível de ser superado por via de tratamento, como ocorre com outras fobias. Mais entendendo que não se trata de uma patologia (SANTOS et. al., 2010).			O Conselho Nacional de Combate à Discriminação é um programa do Governo Federal situa no âmago das políticas públicas para a população em questão o combate ao preconceito e às intolerâncias, que têm como conseqüência e falta de garantia de direitos fundamentais a Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Ainda ao que concerne ao setor saúde, instituiu-se em 2004 o Comitê Técnico Saúde da População LGTB no âmbito do Ministério da Saúde, através da Portaria 2.227/GM - D.O.U. 14/11/2004. O principal objetivo desse comitê é justamente sistematizar proposta de política nacional da saúde da população LGBT, com vista a garantir a eqüidade na atenção à saúde (LIONÇO, 2008).							A criação do Brasil sem Homofobia um Programa de Combate à Violência e à Discriminação contra LGBT e de Promoção da Cidadania Homossexual, foi elaborado a partir das contribuições de lideranças do movimento LGBT, representando assim uma conquista da sociedade brasileira decorrente de mais de duas décadas de mobilização social. O programa apresenta como proposta abrangendo ações nos setores Saúde, Educação, Cultura, Trabalho e Segurança Pública. Que se estrutura em torno do eixo da violência, enfatizando o combate à discriminação e a homofobia como estratégias fundamentais para a promoção da cidadania (LIONÇO, 2008).				Além das conseqüências diretas da homofobia, a teoria psicológica dos LGBT pode passar por um processo de reações defensivas que resulta das experiências anteriores de preconceito, que pode trazer conseqüências para o modo como a população LGBT lida com pessoas heterossexuais, mesmo que estes não apresentem um preconceito. Com isso o medo e o silêncio podem dificultar as relações interpessoais, inclusive a relação profissional/paciente, o que diminui o nível de confiança e, por conseqüência, falta de oportunidade para orientações e esclarecimentos específicos (SANTOS et. al., 2010). 									A culpa e a vergonha podem fundamentar nas representações que dizem que todo homossexual é potencialmente um doente de AIDS, o silêncio estar mesmo escondidas nas mensagens de prevenção, quando recomendam o sexo mais seguro como um mandamento a ser cumprido à risca, sem chances de falhas, quando acontecem, são vistas como irresponsabilidade, negligência ou fracasso do indivíduo em negociar e praticar o sexo seguro. As iniciativas de prevenção devem levar em conta que o sexo mais seguro está sujeita a uma série de fatores e circunstâncias que variam ao longo da história do indivíduo e ver que o preconceito pode alimentar sentimentos de culpa e vergonha, cada vez que alguma prática de risco ocorrer (JUNIOR, 2002).
7 ORIENTAÇÃO SEXUAL
Compreender a determinação social no dinâmico processo saúde/doença das pessoas e coletividades requer admitir que a exclusão social decorrente do desemprego, da falta de acesso à moradia e à alimentação digna, bem como da dificuldade de acesso à educação, saúde, lazer, cultura interferem, diretamente, na qualidade de vida e de saúde. Requer também o reconhecimento de que todas as formas de discriminação como no caso das homofobias que compreende lesbofobia, gayfobia, bifobia, travestifobia e transfobia, devem ser consideradas na determinação social de sofrimento e de doença. É preciso compreender, por outro lado, que estas formas de preconceito não ocorrem de maneira isolada das outras formas de discriminação social (BRASIL, 2010).			A categoria orientação sexual geralmente não é considerada risco para diferentes doenças que podem afetar os homens. Dessa maneira, os problemas e necessidades de saúde de populações com diferentes orientações sexuais terminam não sendo conhecidas pelos profissionais de saúde, que tem sido uma dos grandes obstáculos para o tratamento de homens com práticas homossexuais (JUNIOR, 2002).			A transformação cultural é uma dimensão estratégica para produção de um a nova forma de relação entre o homem e mulher com base nos direitos reprodutivos. Direitos sexuais ao serem consideradas no plano da cidadania, elas, portanto serão garantidas nas necessidades que produzem por meio de direitos, que colocam a heterossexualidade e a homossexualidade como práticas sexuais igualmente livres. É necessário romper com uma concepção de prática sexual como elemento identitário do ponto de vista da inserção social das pessoas. O fato que isso pode estar presente como elemento de definição das pessoas ainda revela uma visão de “exceção” em relação à homossexualidade, uma vez que é em relação à prática homossexual que a expressão sexual de alguém se torna uma identificação social (ÁVILA, 2003). 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que desafios são impostos todos os dias, e a grande importância vêm da solidariedade prestada, das ações de prevenção e assistência para enfrentamento, das questões de saúde dos LGBT, devendo ser integrada de maneira que garante uma atenção completa que vise o bem estar do paciente.						Essas relações da homossexualidade e saúde têm originada uma preocupação para saúde pública que tem sido um obstáculo para construção de identidades e projetos de vida que levem a existência menos dolorosa. 						Enfim acredita se que existem novas perspectivas e maiores possibilidades para construção de conhecimentos e práticas inovadoras, ampliando as oportunidades para saúde, que são estratégias inovadoras e visa conferir a valorização e o respeito às diferenças étnicas, regionais, sócio culturais, orientação sexual e identidade de gênero tornando fundamental para as ações de saúde sendo condizentes com a realidade destes grupos.
REFERÊNCIAS
ÁVILA, Maria Betânia. Direitos sexuais e reprodutivos: desafios para as políticas de saúde Sexual and reproductive rights: challenges for health policies. Cad. saúde pública, v. 19, n. Sup 2, p. S465-S469, 2003.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Sáude Integral de Lesicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Brasília – DF, 2010.
CANABARRO, Ronaldo. História E Direito Sexuais No Brasil: O Movimento LGBT e a Discussão Sobre a Cidadania. Anais Eletrônicos do II Congresso Internacional de Historia Regional, 2013 – ISSN 2318-6208.
CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA. Histórico da luta de LGBT no Brasil. Disponível em < http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/cadernos_tematicos/11/frames/fr_historico.aspx> Acesso em: 25 de outubro de 2014.
LIONÇO, Tatiana. Que direito à saúde para a população GLBT? Considerando direitos humanos, sexuais e reprodutivos em busca da integralidade e da equidade. Saúde e Sociedade, v. 17, n. 2, p. 11-21, 2008.
MELLO, L.; PERILO, M.; BRAZ, C. A.; PEDROSA, C. Políticas de saúde para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no Brasil: em busca de universalidade, integralidade e equidade. Sex., Salud Soc. (Rio J.) [Online]. 2011, n.9, pp. 7-28. 
SANTOS, E. C.; CALVETTI, P. U.; ROCHA, K. B.; MOURA, A.; BARBOSA, L. H.; HERMEL, J. Percepção de Usuários Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros, Transexuais e Travestis do Sistema Único de Saúde. Revista Interamericana de Psicologia, v. 44, n. 2, p. 235, 2010.
TERTO JR., Veriano. Homossexualidade e saúde: desafios para a terceira década de epidemia de HIV/AIDS. Horiz. antropol. [online]. 2002, vol.8, n.17, pp. 147-158. ISSN 0104-7183.  http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832002000100008. 
VILLELA, Wilza. Gênero, saúde dos homens e masculinidades. Cien Saude Colet, v. 10, n.1, p. 18-34, 2005.

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