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saude publica Perspectivas Históricas da Saúde Pública Brasileira


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Podcast 
Disciplina: Saúde Coletiva: história e conceitos 
Título do tema: Eixos da Saúde Coletiva 
Autoria: Mariana da Silva Castro Vianna 
Leitura crítica: Nathalia Assis Augusto 
 
Abertura: 
Oiê! No podcast de hoje vamos conversar um pouco sobre as diferenças entre 
a Saúde Coletiva e a Saúde Pública. Talvez você já tenha ouvido profissionais 
falarem sobre essas duas áreas como se fossem a mesma coisa. Embora às 
vezes sejam usados como sinônimos, cada um desses campos tem as suas 
particularidades, as tornando diferentes. 
A Saúde Coletiva, como você já está aprendendo nessa disciplina, é um campo 
do saber científico que analisa as necessidades de saúde de uma comunidade 
ou população, compreendendo essas necessidades para além da relação 
saúde-doença – incluindo as relações sociais existentes e as necessidades 
sociais que surgem daí, e enxergando o processo saúde-doença como um 
processo social. Para isso, utiliza conhecimentos de outras áreas, como as 
ciências sociais, a epidemiologia social e o planejamento estratégico e 
democrático. No Brasil, o termo “Saúde Coletiva” tem profunda ligação com o 
movimento da Reforma Sanitária Brasileira na década de 1970, que culminou 
com a criação do Sistema Único de Saúde – o SUS. Aliás, muitas das diretrizes 
do SUS e suas políticas de saúde se orientam nos princípios da Saúde Coletiva 
para serem elaborados e implantados. 
Já para a Saúde Pública existem várias definições. De maneira geral, pode ser 
descrita como um campo do saber que busca prevenir doenças, prolongar a 
vida e promover a saúde. Se apoia em ações de controle de doenças 
transmissíveis, controle do ambiente e no desenvolvimento de políticas 
governamentais voltadas para a sociedade como um todo, como grandes 
ações para o combate de doenças, como a prevenção da dengue e campanhas 
de vacinação. Utiliza como instrumento, principalmente, a epidemiologia 
tradicional. No Brasil, sob influência de fundações dos Estados Unidos, esse 
modelo de Saúde Pública ganhou força no começo do século 20, influenciando 
as políticas de saúde durante boa parte do século (e ainda exercendo uma 
grande influência nos dias de hoje). Foi esse conceito de Saúde Pública que 
embasou o movimento campanhista no Brasil, com um forte enfoque no 
controle das doenças transmissíveis e combate aos seus vetores. 
Em grande parte, foi a crítica à Saúde Pública tradicional que fez surgir a 
Saúde Coletiva brasileira. Muitos cientistas e pesquisadores começaram a 
questionar o olhar da Saúde Pública, fortemente caracterizado por um 
pensamento positivista, quantitativo e reducionista das pessoas e do processo 
saúde-doença. A Saúde Pública se ocupa mais em estudar as relações de 
causalidade das doenças: fatores etiológicos, vetores e formas de transmissão, 
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por exemplo. A proposta da Saúde Coletiva brasileira, desde a sua criação, foi 
a de superar esse olhar, olhando o indivíduo e as comunidades a partir do seu 
contexto histórico, social e singular. 
Não se trata de comparar as duas áreas e decidir qual é a melhor, ou qual é 
mais adequada do que a outra. Tanto a Saúde Coletiva quanto a Saúde 
Pública são áreas da ciência que têm suas definições e formas de atuação 
muito mais complexas do que foi falado até aqui. As duas áreas têm sua 
construção histórica e social que lhe conferem as suas características e suas 
diferenças. Para nós, profissionais da saúde, é importante sabermos que as 
duas áreas não são iguais, embora se complementem. 
A partir desse podcast, eu espero que você saiba diferenciar as duas áreas de 
conhecimento e não se refira a elas como sinônimos! 
Fechamento: 
Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!

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