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Mulheres negras são as que ainda mais sofrem

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Mulheres negras são as que ainda mais sofrem
Se a condição de trabalho das empregadas domésticas é ruim, a das trabalhadoras domésticas negras é ainda pior. Elas são maioria, têm escolaridade menor e ganham menos. Em 2014, 10% das mulheres brancas eram domésticas, índice que chegava a 17% entre as negras.
Entre as trabalhadoras com carteira assinada também existe diferença. O percentual é de 33,5% entre as mulheres brancas e 28,6% entre as negras. Isso reflete diretamente no salário que elas recebem: R$ 766,6 das brancas contra R$ 639 das negras, valor inferior ao salário-mínimo.
“As mulheres negras vão mais cedo para o mercado de trabalho, não conseguem estudar e também são mães mais jovens. Toda essa conjuntura faz com que elas se sujeitem a condições mais precárias”, analisa a presidenta da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), Creuza Maria Oliveira.
E esse não é o único desafio simbólico que precisa ser enfrentado. Para Creuza, a sociedade precisa se questionar por quê esse ainda é um ofício para mulheres e, principalmente, para mulheres negras. Sobre isso, a baiana Marinalva de Deus Barbosa analisa que “trabalho doméstico é feminino porque é muito desvalorizado. Se fosse mais valorizado, haveria mais homens, como aconteceu com a profissão de chefe de cozinha. Antes as pessoas tinham vergonha. Agora é moda, está cheio de homens lá. É triste que ainda haja isso em nossa sociedade.”