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REFLEXAO O MARINHEIRO PERDIDO

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Nome: André Costa Carvalho	RA: B5229I-1
Disciplina: Processos Psicológicos Básicos	Profª Francine Dela Torre
Reflexão sobre "O Marinheiro Perdido", de Oliver Sacks.
	O caso começa com uma citação de Luis Buñuel, em que ele comenta sobre a memória e como somos vazios sem ela. A "memória é nossa coerência, nossa razão, nosso sentimento, até mesmo nossa ação. Sem ela, somos nada [...]". Tal citação carrega o peso do que leríamos à seguir, a triste história de Jimmie, que passou seus dias restantes em uma casa de idosos, "incapaz, demente, confuso e desorientado."
	Jimmie era um homem alegre, bem humorado e generoso. Teve uma vida muito interessante, cheia de coisas para contar. Era um homem bastante esforçado e inteligente quando se tratava de ciências e matemática. Serviu também na marinha, aonde sua "mente de engenheiro" foi bastante requisitada em submarinos e várias missões.
	À medida que vamos seguindo o caso, percebemos que Jimmie aparentemente não vive em seu presente atual. Lembrava e falava claramente sobre suas conquistas passadas, citava os nomes de seus colegas de bordo, sua época na faculdade e sua cidade natal, mas além disso, aparentava ainda viver essa realidade.
	Jimmie tinha cabelos grisalhos, acreditava ter 19 anos quando na verdade já tinha 49. O caso de Jimmie é sobre a perda de memória recente, não além disso. Toda a sua juventude parecia estar intacta. Todas as suas aprendizagens e habilidades adquiridas na época ainda eram lembradas de forma clara. Todas as suas experiências até a guerra continuavam lá, em sua mente, mas uma grande parte de sua vida havia se perdido completamente no limbo do esquecimento. Não conseguia se lembrar de conversas, lugares ou pessoas que acabara de conhecer, em um tempo de um minuto. Era perspicaz e audacioso, não mostrava nenhum problema em testes logicos e de inteligência. Não teve problemas para vencer Sacks em um jogo da velha e em damas, mas teve dificuldades no xadrez - por ser demasiado lento.
	Sacks chegou à conclusão que Jimmie estava perdido no tempo, em uma só época, para ser mais específico. Toda a sua existência posterior à isso era como se não existisse. Não tinha passado nem futuro, pois estava preso em um momento de sua vida. Dr. Sacks cita que era preciso fazer uma conexão com o agora e o passado, um "abrir de olhos" para a realidade atual e oque já foi, e isso o levou à fazer uma pesquisa mais profunda sobre a vida de Jimmie, assim então entrando em contato com a marinha, o hospital o qual fora internado e o irmão de Jimmie.
	Aparentemente, pelas respostas que obteve, Jimmie se sentiu perdido após ter saído da marinha (aonde recebia uma estrutura de vida), e acabou se afastando de seu irmão por causa de, como citado, era muito "cabeça-de-vento" e beberrão (havia sido internado por cirrose).
	Jimmie era um caso incorrigível e que já se considerava perdido, não haviam prescrições. Sua amnesia o afetou até o ano de 1945, mas não se sabe porquê não antes disso. Sua vida não tinha ligação com o passado nem com o futuro, era somente um homem vivendo o seu presente, e no momento seguinte, o esquecendo.
	Esse caso muito excêntrico me faz refletir no quesito da memória, e em como muitas pessoas são afetadas pelo alzheimer ou problemas de amnesia, e como isso vai as debilitando com o tempo. Aos poucos, pessoas que sofrem desse mal perdem a sua identidade, perdem a sua essência. Em casos mais graves, se esquecem de familiares, dos seus filhos, e até mesmo de si mesmos quando se olham no espelho.
	Como Buñuel diz em sua citação, a memória é oque constitui a nossa vida, quem somos. É através da memória que trazemos à tona oque aprendemos, os nossos valores e princípios morais. É através da memória que aprimoramos aquilo que já sabemos, e é na memória em que guardamos sentimentos afetivos em relação à praticamente tudo em nossa vida. Se aos poucos perdermos nossa memória, perderemos também nossa essência, nossas habilidades e conquistas, nossos sentimentos de apreciação e valor às coisas amadas. Se nos esquecermos das grandes e pequenas coisas essenciais de nossa vida, perdemos o sentido, assim como todo o resto, tudo vai perdendo seu valor, até apenas "existirmos".

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