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sistema de informação gerencial aula 6

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Sistema de Informação Gerencial 
 
 
 
 
Aula 06 
 
 
 
Prof. Luciano Frontino de Medeiros 
 	 
Conversa Inicial 
Implantar um ERP numa empresa não é um processo simples e precisa levar em conta uma série de fatores. Numa empresa sem a cultura de um sistema integrado de gestão, os gerentes estão acostumados a controlar seus setores de forma muito pessoal, de acordo com suas percepções e experiências. Apesar da diferença su bstancial entre as funções empresariais em qualquer organização, não se deve pensar que as coisas acontecem de forma isolada. Toda operação em nível de processo organizacional demanda alguma transação de informações. Assim, é importante considerar não apenas a necessidade técnica de um sistema integrado, mas também a cultura organizacional estar alinhada com a gestão integrada. Esta aula trata dos Sistemas de Informação (SIs) aplicados às funções empresarias, e também dos sistemas integrados de gestão, os ERPs. 
 
TEMA 01 - SIG para a administração financeira 
Os SIs para a administração financeira – também chamados de sistemas financeiros ou softwares de gestão financeira – são provavelmente os mais desenvolvidos de uma organização. Isso se explica pela importância vital que estas operações desempenham no negócio de uma empresa. O objetivo fundamental de um sistema financeiro é apoiar o gestor no cumprimento das obrigações da empresa e no gerenciamento de seu plano financeiro (ELEUTÉRIO, 2016). 
Tais sistemas concentram as transações financeiras e contábeis, como os registros de receitas, despesas, compromissos de pagamento, recolhimentos de tributos, quitação de títulos, pagamentos de pessoal, caixa, emissão de notas fiscais, conciliação bancária, entre outros. Além disso, exercem a função primária de um SIG, que é o apoio à gestão, através da geração da vasta gama de relatórios gerenciais e documentos de auditoria, como veremos adiante. 
O sistema financeiro também desempenha um papel essencial no planejamento e no controle orçamentário da empresa. Quando o plano financeiro de uma organização – ou orçamento geral – é elaborado e aprovado, os gerentes de cada área assumem a responsabilidade de manter suas receitas, custos e investimentos dentro dos limites aprovados. Caberá ao sistema financeiro ajudar o gestor a cumprir o plano estabelecido e maximizar o resultado das outras áreas por meio de relatórios gerenciais. Para ajudá-lo nessa tarefa, os sistemas financeiros geram diversas informações gerenciais, como: relatórios de contabilidade, orçamentos operacionais e de capital, relatórios de capital de giro, previsões de fluxo de caixa, demonstrativos de resultado, entre outros. 
Além da rotina gerencial periódica – que é a função básica de um SIG –, os sistemas financeiros geralmente desempenham algum tipo de função analítica, incorporando ferramentas básicas para apoiar os gestores em suas tomadas de decisão, como, por exemplo, análises quantitativas dos indicadores financeiros, observações de tendências, avaliações de risco e análises do tipo “se-então”. No entanto, dependendo do grau de precisão que se deseja obter dessas análises, o sistema financeiro pode ser acoplado a ferramentas específicas e mais sofisticadas, como os Sistemas de Apoio à Decisão (SADs). Os SADs – como vimos no capítulo anterior – são desenvolvidos exatamente para essa finalidade, processando os dados de maneira mais aprofundada e abrangente por meio de métodos numéricos complexos e algoritmos inteligentes. 
 
Funções de um sistema financeiro 
De forma geral, podemos elencar as seguintes funções de um sistema financeiro: 
Coletar informações financeiras provenientes de diversas fontes, de forma precisa, completa, consistente e no tempo correto; 
Fornecer relatórios gerenciais para o acompanhamento cotidiano das transações financeiras da empresa; 
Apoiar as decisões relativas às políticas fiscais e governamentais; 
Ajudar no planejamento e execução orçamentária; 
Facilitar a preparação de documentos financeiros, como balanços, relatórios de receitas, fluxo de caixa, etc.; 
Fornecer informações financeiras aos órgãos fiscais em todas as esferas governamentais; 
Possibilitar a análise financeira por meio de ferramentas de fácil utilização, incluindo análises comparativas da atividade atual com históricos financeiros; e 
Gerar informações detalhadas para fins de auditoria interna e/ou externa. 
Os sistemas financeiros são geralmente constituídos dos módulos descritos a seguir. 
Controle contábil. Mantém as informações contábeis, administra as contas a pagar/receber, a emissão de faturas e ordens de pagamento, os fechamentos contábeis, os demonstrativos de resultado, entre outros. 
Administração de caixa. Registra os recebimentos e desembolsos da empresa, possibilitando a administração de caixa, incluindo também as movimentações entre contas, gestão de excessos de caixa, antecipação de situações de déficit, possibilidade de investimentos, etc. 
Planejamento orçamentário. Realiza o registro e o controle das receitas e despesas futuras, incluindo as análises de risco e variações de fluxo de caixa, além da avaliação das opções de capitalização da organização. 
Administração de investimentos. Administra portfólio de investimentos da empresa e apoia o gestor nas decisões de compra e venda de títulos, de forma a minimizar os riscos e maximizar os resultados dos investimentos. 
 
 
 
Figura 19 - Diagrama de um sistema financeiro. 
 
TEMA 02 - SIG para o relacionamento com os clientes: os CRMs 
O relacionamento com os clientes é um dos pilares que sustentam o negócio de uma empresa e, por isso, tornou-se uma das maiores preocupações das organizações na atualidade. No atual ambiente competitivo da era digital, em que a internet coloca as empresas a um clique de distância dos consumidores, é fundamental estabelecer e manter um relacionamento de excelência com os clientes. Mas em que consiste isso? 
O relacionamento com o cliente pode ser definido como o conjunto de práticas e estratégias usadas por uma empresa para interagir com os clientes, de forma a aumentar as vendas. Portanto, o relacionamento com o cliente é a base que sustenta a atividade comercial. Segundo Laudon (2010), ele se constitui de três atividades fundamentais: Marketing, Vendas e Atendimento ao Cliente. 
A área de Marketing promove e divulga os produtos e serviços de uma empresa, a de Vendas trata do fechamento das transações comerciais, e o Atendimento ao Cliente se ocupa do contato com o consumidor. Mas para que essas atividades tenham êxito, é necessário, antes de tudo, conhecer os clientes. 
Em pequenas empresas, que atuam em regiões bem definidas, não é muito difícil conhecer o perfil dos clientes. Mas nas grandes empresas, com milhares (ou milhões) de clientes dispersos geograficamente, com diferentes perfis e hábitos de consumo, essa tarefa pode ser um grande desafio. É para isso que existem os Sistemas de Gestão do Relacionamento com os Clientes, mais conhecidos pela sigla em inglês CRM (Customer Relationship Management). 
Os CRMs são sistemas de informação usados para gerenciar as atividades de relacionamento com o cliente, com forte viés comercial. Eles podem ser fornecidos como soluções específicas para uma determinada atividade comercial, mas em geral formam pacotes de software compostos por módulos – ou subsistemas – que abrangem as três atividades vistas acima. Um sistema de CRM completo é constituído dos seguintes módulos: Automação da força de vendas, Atendimento ao cliente e Marketing, como mostra a figura abaixo. 
 
 
Figura 20 - Módulos do CRM. 
 
Automação da força de vendas. Cada vez mais as equipes de vendas utilizam modernos recursos digitais – como smartphones, tablets e notebooks – para coletar informações de clientes e prospects em suas visitas de campo. E para isso precisam cada vez mais de sistemas de informação que agilizem o seu trabalho e aumentem a sua produtividade. Ajudando nessa tarefa, estão as ferramentas de automação da força de vendas, que servem de apoioà operação comercial, facilitando o cadastro online de contatos e o registro das informações de prospecção, além de auxiliar na segmentação de clientes e automatização das ações de campo. 
O módulo de automação da força de vendas também é útil para centralizar os diversos documentos e recursos usados pela equipe comercial em seu cotidiano, como: catálogos de produtos, demonstrações técnicas, modelos de propostas, contratos de prestação de serviço, tabelas de preços, vídeos institucionais, treinamentos online, entre outros, mantendo esses recursos sempre atualizados e disponíveis para a equipe de vendas em qualquer lugar e a qualquer momento. 
Mas esse módulo não serve apenas para agilizar o trabalho de vendas. 
Ele é de grande utilidade como ferramenta de gestão comercial, em particular para as empresas que precisam gerenciar grandes equipes de vendas espalhadas em diversas filiais e diferentes regiões geográficas. Por meio das informações coletadas em campo, o gestor comercial acompanha a atividade de sua área, avalia a produtividade de sua equipe comercial, monitora o histórico de venda de seus produtos e obtém relatórios gerenciais importantes para o constante realinhamento de sua estratégia comercial. 
Atendimento ao cliente. Módulo destinado a registrar e gerenciar o contato e a interação com os clientes e prospects,consiste de ferramentas de apoio às equipes de atendimento, incluindo call center, atendimento eletrônico e suporte técnico (help desk). As ferramentas geralmente permitem o registro detalhado dos contatos, incluindo a geração de protocolos que permitirão o futuro rastreamento dos atendimentos realizados. 
O módulo de atendimento ao cliente é um bom exemplo de Sistema de Processamento de Transações (SPT) que, como vimos anteriormente, é parte integrante de um SIG. Sua função é coletar e armazenar os dados de contatos que serão interligados aos outros módulos do sistema e usados para fins gerenciais. Antes de uma visita comercial, por exemplo, o vendedor pode acessar o histórico de contato daquele cliente com a empresa e verificar possíveis reclamações e solicitações de suporte que podem ser de grande utilidade em sua ação comercial. 
Marketing. Em razão da grande concentração de informações de clientes e prospects, muitos fornecedores incluem módulos de Marketing em seus pacotes de CRM. A ideia é utilizar essas valiosas informações, coletadas em campo pela equipe de vendas, para ajudar as equipes de marketing a criar uma grande variedade de campanhas, incluindo marketing direto, geração de leads, e-mail marketing, programas de fidelização e ações promocionais. São também importantes ferramentas para a criação de modelos – ou templates – que agilizam a elaboração de hotsites, e-flyers, banners e newsletters enviados em larga escala aos clientes através domailing gerado pelo CRM. 
Além de ajudar a equipe de marketing a criar e divulgar produtos e serviços, as informações contidas no CRM podem ser usadas estrategicamente para avaliar o desempenho de venda dos produtos, identificar nichos de mercado, observar tendências de consumo por meio de pesquisas, além de conhecer melhor o perfil dos clientes. Essa capacidade do sistema de ajudar a compreender o consumidor é de grande importância para otimizar os investimentos de marketing e refinar a estratégia comercial da organização. 
 
A integração do CRM 
Algumas empresas utilizam o sistema de CRM de forma isolada, independente dos demais sistemas empresariais. O software Salesforce®, por exemplo, que se popularizou mundialmente pela utilização em nuvem e pela conveniência de contratação na modalidade software como serviço (SaaS – software as a service), é um exemplo de CRM online que pode ser usado de maneira independente. 
No entanto, a utilização de um CRM se torna mais eficiente quando ele é fornecido como parte de um Sistema Integrado de Gestão – ou ERP. Atualmente, a maioria dos ERPs disponíveis no mercado possui módulos de CRM, o que facilita a integração das informações oriundas das transações comerciais feitas através dos módulos financeiros e RH. Por meio dessa integração, é possível, por exemplo, incluir comissões de venda diretamente na folha de pagamento quando uma venda é efetivada, assim como lançar os valores das vendas diretamente no sistema financeiro, gerando faturas e registros contábeis. Esse é um bom exemplo da eficiência proporcionada pelo uso de ERPs, como veremos adiante. 
TEMA 03 - SIG de manufatura 
Em uma organização produtiva, há sistemas de informação que desempenham um papel essencial no planejamento e controle dos processos de produção – são os chamados Sistemas de Informação de Manufatura. Eles são usados para planejar, monitorar e controlar as compras, os estoques e o fluxo de materiais e produtos. Segundo O’Brien (2004), os SIGs de manufatura gerenciam os cinco componentes de um processo produtivo: matéria-prima, equipamentos, pessoal, instruções/especificações e instalações de produção. Em razão da abrangência das informações manipuladas pelos sistemas de manufatura, eles geralmente fazem parte de um Sistema Integrado de Gestão (ERP). 
 
Subsistemas de um SIG para Manufatura 
Projeto e Engenharia. Esse módulo possibilita aos projetistas realizar a prototipagem virtual, ou seja, a construção de modelos em computador que simulam a forma e o comportamento físico dos produtos. A prototipagem virtual é feita por meio de duas ferramentas: 
 
CAD (Computer-aided Design), ou Projeto Assistido por Computador. 
CAE (Computer-aided Engineering), ou Engenharia Assistida por Computador. 
As ferramentas de CAD ajudam os projetistas e designers industriais a criar, modificar, analisar e otimizar o design de um produto. Com elas, o designer cria o modelo geométrico – bidimensional (2D) ou tridimensional (3D) – do produto e especifica suas características técnicas, como os materiais utilizados, a produção, as dimensões e tolerâncias. Nas indústrias de manufatura, os softwares de CAD são usados, por exemplo, para projetar peças, equipamentos e motores, produzindo animações tridimensionais para analisar e demonstrar os produtos, além de criar bases de dados para o processo de manufatura. 
As ferramentas de CAE, por outro lado, são softwares numéricos que ajudam os engenheiros a simular as condições de uso dos produtos e observar o seu comportamento em diferentes situações. Esses softwares utilizam modelos analíticos, como a técnica de elementos finitos, a cinemática e a análise de fluidos, para testar os produtos antes de serem manufaturados. As indústrias automotiva e espacial utilizam ferramentas de CAE para simular situações de colisão e observar o comportamento térmico e aerodinâmico dos produtos em situações extremas de uso, sem a necessidade de usar protótipos físicos. 
Planejamento e escalonamento da produção. Módulo do sistema que trata de destinar, controlar e otimizar o trabalho e as cargas de trabalho em um processo produtivo. Na prática, as empresas usam os sistemas de planejamento da produção para alocar materiais e máquinas industriais, planejar a mão-de-obra, projetar os processos de produção e a aquisição de materiais. Trata-se, portanto, de uma ferramenta de grande valia para apoiar os gestores da produção em suas tomadas de decisão. 
Uma das funções centrais desse tipo de sistema é o planejamento das necessidades de materiais – ou MRP (Material Requirements Planning) –, que ajuda a garantir a disponibilidade dos materiais necessários nos tempos corretos. Por meio do MRP, é possível determinar as quantidades e tempos em que os itens devem ser adquiridos ou produzidos, a fim de atender ao planejamento da produção, gerando as respectivas ordens de compra. 
Segundo Herrmann (2006), o grande benefício de adotar um sistema de planejamento e escalonamento da produção – e também seu grande desafio – é mudar a cultura produtiva de uma organização, evitando que o planejamento da produção seja tratado como uma coleção de planos independentes e fragmentados, e frequentemente ignoradospelas pessoas, gerando momentos de crise e tratamentos de exceção, sem uma visão integral da empresa. 
Os sistemas de MRP, segundo descrito por Herrmann, foram as primeiras ferramentas computacionais usadas para o planejamento da produção e que, ao longo de sua evolução, se integraram aos demais sistemas de informação, até se transformarem nos atuais sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning), como veremos mais detalhadamente no próximo capítulo. 
Os módulos de planejamento e escalonamento da produção hoje utilizados são ferramentas avançadas, que oferecem sofisticados algoritmos de escalonamento e uma ampla gama de opções e parâmetros para se adaptar aos requisitos dos diferentes processos produtivos. 
Controle de processos. Os sistemas de controle de processos – também chamados de sistemas de controle industrial ou PCS (Process Control System) –, automatizam um processo produtivo por meio da aquisição de dados e do controle dos equipamentos da linha de produção durante o processo de manufatura. Operam no nível do chão-de-fábrica, interferindo diretamente nos equipamentos de produção e gerando informações do status do processo aos operadores e supervisores de produção. 
Um PCS pode ser um sistema relativamente simples, composto por sensores que recebem como entrada os dados do processo (p. ex., temperatura, nível, pressão e posição) e um controlador que processa as entradas e gera as saídas de controle que atuam diretamente nos equipamentos (p. ex., válvulas, interruptores e acionadores). Sistemas mais complexos incluem dispositivos robóticos que realizam múltiplas tarefas de forma autônoma. Em geral, um PCS se interliga com o sistema ERP por meio de uma camada intermediária de software chamada de MES (Manufacturing Execution System), ou Sistema de Execução de Manufatura. 
Gestão da Qualidade. Assegurar a qualidade dos produtos finais é essencial em qualquer organização produtiva. Em razão do alto nível de automação e complexidade dos modernos processos produtivos, torna-se cada vez mais importante o apoio da tecnologia nessa tarefa. Os SIGs de manufatura geralmente incorporam módulos de software para ajudar a gerenciar aspectos qualitativos, tais como: o controle de qualidade, a otimização de processos, a rastreabilidade, o monitoramento de lotes, a análise de falhas e a conformidade aos padrões (compliance). São os chamados QIS (Quality Information Systems), ou Sistemas de Informação para a Qualidade. 
Por meio da captura e análise em tempo real dos dados da produção, o QIS ajuda as equipes de qualidade e os operadores a identificar rapidamente problemas na linha de produção para minimizar desperdícios, evitar variâncias indesejadas, retrabalhos e tempos de parada. A interface com o usuário se dá por meio de telas de monitoramento, gráficos, análises de tendências, documentos da qualidade e relatórios gerenciais com indicadores de qualidade do processo de forma sumarizada. 
 
TEMA 04 - SIG para a gestão de pessoas 
Nas últimas décadas, a gestão dos recursos humanos tornou-se uma atividade estratégica das organizações, e um dos principais ingredientes para o sucesso de seu negócio. Na sociedade pós-industrial, o trabalho deixou de ser considerado um “custo necessário” para se tornar o maior ativo das empresas. Nas modernas organizações, o capital intelectual assume papel central como fator de vantagem competitiva. Com isso, o maior desafio dos gestores de RH passa a ser a captação e retenção de talentos. 
Assim como nas outras áreas funcionais, os Sistemas de Informação (SIs) são valiosas ferramentas para os gestores de recursos humanos no apoio às atividades de planejamento, administração, controle e tomada de decisão. Entre as principais aplicações de um sistema de RH, estão o recrutamento e seleção de colaboradores, a administração da folha de pagamento e benefícios, a gestão de convênios, o planejamento de capacitação e treinamento, o desenvolvimento de carreiras, o gerenciamento de planos de saúde e da segurança no trabalho e a avaliação de desempenho dos colaboradores. 
Os sistemas de RH são constituídos de três módulos principais. 
Administração de pessoal. Manutenção dos registros pessoais, recrutamento, análise de custos de mão de obra, análise da rotatividade de pessoal (turnover) e planejamento da necessidade de pessoal. 
Treinamento e desenvolvimento. Avaliações de desempenho, levantamento das necessidades de capacitação, elaboração e execução de treinamentos e programas de desenvolvimento profissional. 
Gestão salarial. Controle da folha de pagamento, administração de benefícios, planejamento de salários e incentivos. 
Os sistemas de RH se beneficiam da internet e da intranet corporativa para agilizar o atendimento aos colaboradores, além derecrutar e selecionar novos funcionários. Muitas empresas utilizam seus próprios sites corporativos para divulgar vagas e cadastrar currículos de candidatos, por vezes de forma integrada aos sites de oferta de empregos, como Catho, Manager, empregos.com.br, vagas.com.br, entre outros. Além disso, as empresas implantam portais de RH em suas intranets como canais de comunicação, interação e relacionamento com os colaboradores. Nos portais de RH, os funcionários acessam seus holerites online, obtêm informações do banco de horas, calendários de férias, benefícios, agendas de cursos e treinamentos, entre outras. Com a oferta de serviços e informações online nos portais, as empresas criam canais de autoatendimento aos funcionários, transferindo a eles muitas tarefas que antes eram realizadas pelo setor de RH. 
 
TEMA 05 - SIG para a gestão de projetos 
Muitas empresas, quando decidem criar ou implantar alguma inovação em seu negócio, como lançar um novo produto, incorporar alguma tecnologia ou mudar algum processo operacional, fazem isso de maneira informal. Normalmente, discutem o que será feito em algumas reuniões de trabalho, nomeiam um responsável e delegam atividades às pessoas. Depois disso, o responsável tentará garantir o resultado do empreendimento à sua maneira, gerenciando as atividades e as pessoas por meio de planilhas e controles individuais, da forma que considera mais adequado. O problema é que muitas iniciativas fracassam exatamente por esse motivo – pela falta de um método que garanta a eficácia em sua implantação. 
Para evitar que isso ocorra, algumas empresas adotam a “abordagem de projeto” ao criar algo novo. Essa solução faz com que cada novo empreendimento seja tratado como um projeto – portanto, baseado em uma metodologia, chamada de gestão de projetos – ou PM (Project Management). 
Entendemos um projeto como um conjunto de atividades com prazo de conclusão definido, com vistas a criar algo novo e para atender a uma necessidade específica, por exemplo, um projeto arquitetônico ou de automação industrial. 
A metodologia utilizada estabelece detalhadamente como um projeto deve ser criado e gerenciado, assegurando sua execução dentro dos requisitos de prazo, custo e qualidade especificados em seu planejamento. Para isso, o responsável – chamado de gerente de projetos – segue métodos específicos e bem definidos para planejar, organizar e controlar os recursos necessários para sua execução. 
Muitos projetos, em particular os desenvolvidos em grandes empresas, tendem a ser complexos, envolver diversas áreas funcionais e gerar grande impacto financeiro na organização, seja positivo ou negativo, dependendo do seu sucesso ou fracasso. Imagine uma empresa que decide implantar uma nova unidade industrial a um custo de milhões de reais e que levará alguns anos para ser finalizada. Como é possível garantir o sucesso desse empreendimento? Como estimar as atividades e recursos necessários para sua execução? Como assegurar que ele cumpra os prazos e custos estimados? É exatamente essa a função da gestão de projetos. 
Com a crescente complexidade e custo dos empreendimentos organizacionais, o gerente de projetos tornou-se elemento-chave para evitar as frequentes perdas financeiras que ocorrem em razão do cancelamentoe redefinição dos projetos. 
Sem o apoio da tecnologia, a gestão de um projeto pode ser uma tarefa consideravelmente difícil e arriscada. São muitos os fatores que podem prejudicar o êxito de um projeto, como atrasos em atividades críticas, custos inesperados e mudanças de escopo. O papel da tecnologia é ajudar a garantir o seu sucesso, identificando antecipadamente as intercorrências e alertando o gerente de projetos a tomar ações corretivas. Para isso, existem os sistemas de gestão de projetos, como veremos a seguir. 
 
Os sistemas de gestão de projetos 
Visam a apoiar o gerente de projetos em suas atividades por meio de interfaces, ferramentas e relatórios gerenciais que facilitam o seu trabalho e de toda a equipe envolvida. Esses sistemas dão suporte às três principais atividades realizadas por um gerente de projetos: o gerenciamento de tarefas, o gerenciamento orçamentário e o gerenciamento da colaboração. Cada tipo de atividade é gerenciado por um módulo do sistema. 
Gerenciamento de tarefas. Módulo que cuida do cronograma de execução do projeto, também chamado de workflow. Permite criar as atividades e tarefas que serão realizadas, definir os responsáveis, as datas de início, os recursos necessários, os prazos de execução e as interdependências entre as tarefas. Por meio desse módulo, o gerente do projeto acompanha o status de cada atividade, controla os caminhos críticos do projeto e toma ações corretivas a tempo de evitar que o custo e o tempo sejam comprometidos. 
Gerenciamento orçamentário. Módulo que possibilita ao gerente de projeto acompanhar as receitas e custos do projeto em relação ao seu planejamento orçamentário. Com ele, é possível gerenciar os custos de pessoal, de insumos e de serviços do projeto. Na maioria dos sistemas, este módulo permite organizar e controlar os valores por tipo de atividade ou período de tempo. Além disso, ele normalmente envia notificações de alerta quando ocorrem desvios de custo em relação aos limites preestabelecidos. 
Gerenciamento da colaboração. Módulo que permite a comunicação, a colaboração e o compartilhamento de recursos entre os membros da equipe, essencial quando as pessoas trabalham em locais diferentes e dividem seu tempo entre diversos projetos. Possui ferramentas de compartilhamento de arquivos, organização dos documentos de projeto, controles de versão de documentos e recursos de comunicação síncrona e assíncrona, como fóruns de discussão, chats online e envio de mensagens e notificações. 
Existe uma grande variedade de sistemas comerciais para a gestão de projetos. Eles podem ser adquiridos como aplicativos locais – por exemplo, o software Microsoft Project® – ou como sistemas online contratados na modalidade SaaS (software-as-a-service). Alguns sistemas de ERP oferecem módulos de gestão de projetos – como o SAP–, o que facilita a integração dos dados do projeto com as informações dos diversos departamentos da empresa, principalmente do setor financeiro e RH. 
 
Os Sistemas Integrados de Gestão – ERPs 
Os Sistemas Integrados de Gestão – ou sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning) – representam a evolução dos sistemas de informação nas empresas. Eles diferem dos demais sistemas – ditos departamentais – porque integram todas as atividades e processos de negócio de uma organização em uma única solução, com o objetivo de prover informações de forma simplificada e em tempo real para todas as áreas funcionais. 
É fácil compreender o papel do sistema de ERP nas empresas quando observamos a forte interligação que existe entre as suas diferentes áreas funcionais. Quando, por exemplo, um representante comercial fecha uma venda, são disparadas diversas informações entre as áreas, iniciando com a emissão da fatura, passando pelo registro contábil, pela baixa no estoque, pelo envio de notificação ao cliente, e terminando com o lançamento da comissão ao vendedor. Esses fluxos de informação envolvendo diferentes áreas funcionais serão mais ágeis e confiáveis se forem realizados pelo mesmo sistema e em um único banco de dados, onde todas as informações estarão armazenadas. Essa é a lógica de um sistema ERP. 
Sob o ponto de vista de produto, um sistema ERP é um pacote de software integrado e formado por módulos, como: gestão da produção, gestão de clientes e fornecedores, compras, contabilidade, gestão de materiais, logística e recursos humanos, os quais podem ser instalados de maneira gradual, conforme a necessidade. 
A integração e a centralização de dados proporcionada pelo sistema 
ERP é importante porque aumenta a consistência das informações entre as áreas, elimina os problemas de interoperação entre sistemas e agiliza o fornecimento de informações para toda a empresa. Por isso, há uma forte tendência de que o sistema ERP substitua os SIGs departamentais, tornandose “o sistema de informação” da empresa. 
Outro importante benefício dos sistemas ERP é a padronização de processos. À medida que o próprio sistema estabelece e controla os fluxos de informação e as ações dos usuários, os processos organizacionais são padronizados e gerenciados com mais eficiência. Isso é muito evidente em grandes empresas, em que os processos internos são detalhadamente descritos e os usuários possuem permissões distintas de acordo com seu nível funcional. A padronização de processos e o controle das ações dos usuários são dificilmente alcançados sem a utilização de um sistema integrado. 
 
O surgimento e a evolução dos sistemas de ERP 
O ERP é a evolução dos sistemas MRP (Material Requirement Planning), criados na década de 1970 para otimizar o uso de insumos nos processos produtivos. Enquanto os sistemas MRP se limitavam à área de manufatura, os ERPs estenderam o conceito de planejamento de recursos por toda a empresa, abrangendo o conjunto das áreas funcionais e dando sentido ao termo “planejamento de recursos empresariais”. 
O primeiro sistema ERP comercial foi lançado em meados da década de 1980, quando a empresa alemã SAP AG apresentou ao mercado corporativo o seu R/2 – um sistema ERP em tempo real baseado em mainframes. Mas foi no início dos anos 90, com o lançamento da versão R/3 – com arquitetura clienteservidor –, que a SAP colocou os ERPs nos desktops das empresas e assumiu a liderança mundial desse segmento. 
Mas, durante muitos anos, em razão do alto custo de implantação, os sistemas ERP se restringiram às empresas de grande porte. De fato, a implantação de um ERP não é uma tarefa simples. Ela exige um planejamento cuidadoso e pode consumir milhões de dólares, dependendo do porte da empresa e da complexidade de seus processos organizacionais. Ao implantar um ERP, a empresa geralmente precisa adaptar seus processos internos e realizar diversas customizações no sistema, além de amplos programas de treinamento interno. 
Em sua primeira geração – durante os anos 90 –, os sistemas ERP focavam na otimização dos processos internos, especialmente nas áreas de manufatura e distribuição. Suas informações eram restritas ao ambiente interno e consumidas apenas entre as “quatro paredes” da organização. Tais sistemas eram fechados e monolíticos, instalados nos datacenters das empresas e, normalmente, sem possibilitar a conexão com outros sistemas externos. 
 
A segunda geração de ERP: o ERP2 
Nos últimos anos, o conceito tradicional de ERP tem-se mostrado inadequado face ao novo ambiente de negócios. Atualmente, não basta garantir a eficiência dos processos internos; é preciso colaborar intensamente com parceiros externos e clientes para se manter competitivo. Em razão disso, os sistemas ERP romperam as barreiras internas da empresa, criando uma espécie de segunda geração, denominada de ERP2. 
Sua principal característica é a integração com o ambiente externo, por meio da incorporação de módulos de gestão do relacionamento com o cliente (CRM – Customer Relationship Management), gestão da cadeia de suprimentos (SCM – Supply Chain Management) e comércio eletrônico (ecommerce). Com isso, os ERPs deixam de focar apenas nos processos internospara envolver também os demais elementos do ambiente de negócios da organização. Aquilo que há pouco tempo era claramente identificado como ERP, CRM, SCM ou E-Commerce, neste momento faz parte de um único sistema, denominado de ERP2. 
Outra tendência importante dessa solução é adotar uma arquitetura aberta, modular, flexível, baseada na web e interoperável com outros sistemas. 
Seguindo essa linha, muitos ERPs são fornecidos como sistemas em “nuvem” (cloud-based systems), que dispensam o uso de uma infraestrutura interna para sua implantação. A maioria dos ERPs tem estrutura altamente modular, o que possibilita aos clientes escolher os módulos que desejam implantar. 
 
A linha do tempo dos ERPs 
A figura abaixo ilustra a evolução dos sistemas de informação, desde o surgimento dos primeiros deles na década de 1960, com ênfase na automatização das operações financeiras, passando pelos sistemas de manufatura (MRP) até os atuais sistemas de ERP e ERP2. 
 
Figura 21 - Linha do tempo do ERP. 
 
ERPs para pequenas e médias empresas 
Em busca de uma solução de gestão integrada, muitas empresas de pequeno e médio porte (PMEs) estão aderindo aos sistemas ERP. Atualmente, o desafio dos fornecedores é atingir esse mercado com produtos mais baratos e simplificados. Em busca desse crescente segmento, fornecedores de grande porte, como SAP, Oracle e Microsoft, dividem espaço com dezenas de outras empresas menores que oferecem variações mais acessíveis, modulares e online de seus produtos. Nesse cenário, estão surgindo empresas especializadas apenas no segmento PME, cobrindo uma grande parte das necessidades dos clientes sem nenhum tipo de customização sofisticada, e a custos muito reduzidos. 
 
 
 
 
1 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

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