Buscar

Método McKenzie na dor lombar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

303
ABSTRACT
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Low back pain is a disor-
der affecting people of all ages, being among major diseases leading 
individuals to look for health professionals’ help. Clinicians agree 
that back pain is a heterogeneous condition, however there is no 
uniformity in the choice of most effective methods to manage pain. 
This study aimed at evaluating the contribution of the McKenzie 
method to manage low back pain, in addition to checking whether 
there is comparison of McKenzie with other treatment modalities.
CONTENTS: Health Virtual Library and Pubmed portals were 
queried from November 2013 to March 2014. All studies were 
analyzed according to quality criteria established by the PEDro 
scale, in addition to inclusion and exclusion criteria established 
by the authors. Of 353 studies found, just six were considered 
eligible. McKenzie method compared to other therapeutic ap-
proaches was effective in functional performance and dysfunc-
tion indices, however there has been discrepancy of results due 
to heterogeneous samples of different clinical trials. 
CONCLUSION: Although having contributed to manage low 
back pain patients, McKenzie method requires further studies to 
validate the technique in specific patient groups.
Keywords: Low back pain, McKenzie method, Physiotherapeu-
tic modalities. 
RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A dor lombar é um transtor-
no que afeta pessoas de todas as idades, estando entre as principais 
doenças que levam o indivíduo a buscar ajuda de profissionais da 
área da saúde. Clínicos concordam que a dor lombar é uma con-
dição heterogênea, porém não há uniformidade na escolha dos 
métodos mais eficazes para o tratamento da dor. O objetivo deste 
McKenzie method for low back pain
Método McKenzie na dor lombar
Isadora Orlando de Oliveira1, Luísa Lang Silva Pinto2, Mauro Augusto de Oliveira3, Milton Cêra3
1. Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Departamento de 
Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor, Ribeirão Preto, SP, Brasil.
2. Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Ciências da Vida, Curso de 
Fisioterapia, Campinas, SP, Brasil.
3. Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Ciências da Vida, Cursos de 
Medicina, Fisioterapia e Fonoaudiologia, Campinas, SP, Brasil.
Apresentado em 31 de maio de 2016.
Aceito para publicação em 16 de novembro de 2016.
Conflito de interesses: não há – Fontes de fomento: não há.
Endereço para correspondência:
Rua Coelho Neto, 85 apto 22 
13023-020 Campinas, SP, Brasil.
E-mail: isadoraooliveira@gmail.com 
© Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor
estudo foi avaliar a contribuição do método McKenzie para o 
tratamento da dor lombar, além de verificar se há comparação do 
McKenzie com outras abordagens de tratamento. 
CONTEÚDO: Foram realizadas buscas nos portais da Biblioteca 
Virtual em Saúde e Pubmed no período de novembro de 2013 a 
março de 2014. Todos os estudos foram analisados de acordo com 
os critérios de qualidade estabelecidos pela escala de PEDro, além 
de critérios de inclusão e exclusão estabelecidos pelos autores. Fo-
ram encontrados 353 estudos, sendo que apenas 6 foram conside-
rados elegíveis. O método McKenzie ao ser comparado com outras 
abordagens terapêuticas mostrou-se eficaz em índices desempenho 
funcional e disfunção, porém houve discrepância de resultados por 
conta de amostra heterogênea nos diversos ensaios clínicos.
CONCLUSÃO: Embora o método McKenzie tenha contribuí-
do para o tratamento de pacientes com dor lombar, é necessário 
a realização de novos estudos que validem a técnica em grupos 
específicos de pacientes.
Descritores: Dor lombar, Modalidades de fisioterapia, Método 
McKenzie.
INTRODUÇÃO
A dor lombar, em especial, atinge níveis epidêmicos na população 
mundial1. É considerada uma condição clínica heterogênea e que 
ocorre em determinada região da coluna e relacionada, principalmen-
te, à utilização incorreta da biomecânica humana1. A dor lombar tam-
bém é responsável por parte significativa da demanda pelos serviços 
de saúde e constitui-se em fenômeno multidimensional que envolve 
processos psicossociais, comportamentais e fisiopatológicos2-4. Desse 
modo, acarreta um problema global e socioeconômico importante, 
uma vez que é uma condição incapacitante com um alto custo tanto 
para os indivíduos como para a sociedade5,6. A maior ocorrência é no 
gênero feminino com idades entre 40 e 80 anos7. No Brasil, cerca 
de 10 milhões de pessoas apresentam incapacidade associada à dor 
lombar8 acometendo principalmente os indivíduos da faixa etária de 
50 a 59 anos9. A fisiopatologia é complexa no seu manuseio10. Além 
disso, ainda não existe um “padrão ouro” para a abordagem da dor 
lombar, visto que os sistemas de diagnóstico e tratamento disponíveis 
na literatura ainda estão em processos de validação e confiabilidade.
O método McKenzie (MDT) é um sistema de tratamento desenvol-
vido pelo fisioterapeuta neozelandês Robin McKenzie cuja aborda-
gem consiste em etapas de avaliação, tratamento e profilaxia com as 
seguintes bases: 1) classificação de distúrbios relacionados à coluna 
e extremidades; 2) o fenômeno de centralização e seu inverso (dista-
lização); 3) enquadramento do paciente em um das três síndromes 
mecânicas ou não mecânicas de desarranjo, disfunção ou postural; 
4) a ênfase na educação e no envolvimento ativo do paciente. O 
Rev Dor. São Paulo, 2016 out-dez;17(4):303-6 ARTIGO DE REVISÃO
DOI 10.5935/1806-0013.20160094
304
Oliveira IO, Pinto LL, Oliveira MA e Cêra MRev Dor. São Paulo, 2016 out-dez;17(4):303-6
MDT tem como enfoque a coluna e suas articulações periféricas e se 
baseia em princípios sólidos que têm como objetivo a realização de 
uma avaliação precisa a fim de se obter um diagnóstico mecânico de-
terminante para elaboração de um tratamento especifico e adequado 
para cada paciente11.
O objetivo deste estudo foi avaliar a contribuição do método 
McKenzie para o tratamento da dor lombar, além de verificar se há 
comparação do McKenzie com outras abordagens de tratamento.
CONTEÚDO
Este estudo foi desenvolvido na Pontifícia Universidade Católica de 
Campinas, Campinas/SP e foi feito o levantamento de dados pu-
blicados no período de 2004 a 2013 na Medline via Pubmed e na 
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) incluindo citações do LILACS, 
Scielo, IBECS e Biblioteca Cochrane.
Os descritores utilizados foram: low back pain, sciaticae lumbar spine 
associados à McKenzie, centralization, directional preference, dearan-
gement syndrome, extension exercises e McKenzie method, assim como 
seus respectivos sinônimos em português: dor lombar, ciática e coluna 
lombar associados à McKenzie, Método McKenzie, exercícios de ex-
tensão, centralização, preferência direcional e síndrome do desarranjo.
Uma busca manual de listas de referências de revisões sistemáticas 
previamente publicadas e ensaios clínicos foi conduzida pelos auto-
res deste estudo e, após isso, foi realizada a análise descritiva dos da-
dos disponibilizados. A lista de referências bibliográficas do McKen-
zie International Institute também foi levada em conta.
Foram selecionados apenas estudos controlados, randomizados, pu-
blicados na língua inglesa, que atendessem aos seguintes critérios: 
na escala de PEDro12 tenham sido atribuídas notas maiores que 5, 
ensaios clínicos randomizados (ECR) que definissem dor lombar 
como dor que se estende da última costela às pregas glúteas com ou 
sem irradiação, cujo termo MDT ou sinônimos na língua corres-
pondente fossem utilizados para dar nome a uma das intervenções 
realizadas; ECR nos quais o termo MDT não foi mencionado, po-
rém as intervenções refletiam um ou mais princípios do método, 
como por exemplo, movimentos passivos da coluna realizados re-
petidamente ou posições sustentadas realizadas em direções especí-ficas e ECR nos quais foram realizadas outras técnicas em conjunto 
com o MDT, visto que essa abordagem reflete a prática clínica da 
fisioterapia atual. Foram excluídos dessa revisão ECR em duplicata, 
aqueles obtidos independentemente das palavras chave, os realizados 
com populações restritas, os ECR que focam em doenças específicas 
(espondilolistese, infecção ou processos inflamatórios) e ECR cujo 
grupo experimental realizava exercícios dinâmicos de fortalecimen-
to, pois essa intervenção não representa o MDT propriamente dito 
nem a classificação por ele proposta.
Nas bases de dados da BVS e do Pubmed foram encontrados 146 
e 208 estudos, respectivamente, totalizando 353 estudos. A maioria 
dos estudos foi excluída por duplicata (148), outros estudos foram 
excluídos obedecendo aos critérios de exclusão (197): estudos reali-
zados com populações restritas, ensaios clínicos que focam em do-
enças específicas, estudos que tinham notas menores do que 5 na 
escala PEDro e ensaios clínicos não randomizados. Para a realização 
deste estudo, por fim, foram selecionados seis ECR que obedecem 
aos critérios de inclusão e exclusão (Tabela 1).
Dentre os seis ECR analisados, um abordou a dor lombar em sua 
fase aguda16, nenhum em fase subaguda, dois abordaram a dor lom-
bar em sua fase crônica14,18 e três não especificaram a duração dos 
sintomas da dor lombar no decorrer de seus artigos13,15,17.
Tabela 1. Resumo dos artigos selecionados
Estudo 
[Nota PEDro/10]
Participantes Intervenções Resultados
Browder et al.13 
[6/10]
48 pacientes (15 mulheres), 
faixa etária 18-60 anos; sin-
tomas distais ao glúteo que 
centralizavam com movi-
mentos de extensão.
(G1)Oito sessões de fisioterapia voltadas para 
extensão da coluna lombar (exercícios + mobili-
zações) associadas a programa de exercícios do-
miciliares (n=26).
(G2) Oito sessões de fisioterapia com tratamento 
voltado para fortalecimento (contrações isoladas 
dos músculos do abdômen e estabilizadores da 
coluna) associado a programa de exercícios do-
miciliares (n=22).
G1 comparado com G2: G1 apresen-
tou maior evolução significativa na 
medida de disfunção (ODQ) após uma 
semana e seis meses de acompanha-
mento e também apresentou melhora 
na dor (NPRS), apenas após o acom-
panhamento de uma semana.
Garcia et 
al.14[8/10]
148 pacientes (109 mulhe-
res), faixa etária 18-80 anos; 
sintomas de dor lombar não 
específica, com no mínimo 
de três meses de duração.
(G1) Quatro sessões de atendimento individual, 
com duração de 45 minutos a uma hora, 1x/se-
mana com o MDT, baseado na preferência dire-
cional do movimentos (n=74).
(G2) Quatro sessões de atendimento, sendo a pri-
meira sessão individual e as restantes em grupo, 
com duração de 45 minutos a uma hora, 1x/se-
mana compostas por orientações teóricas e práti-
cas de acordo com o método Back School (n=74).
G1 comparado com G2: apresentou 
melhora no índice de desempenho 
funcional (RMDQ) após um mês de tra-
tamento, porém não houve diferenças 
em relação á medida de dor.
Long, Donelson 
e Fung15[8/10]
312 pacientes (146 mu-
lheres), faixa etária 18-65 
anos; sintomas de lombalgia 
de lombociatalgia. Os que 
apresentaram uma preferên-
cia direcional (n=230) foram 
incluídos e 201 participantes 
concluíram o estudo.
(G1) Exercícios compatíveis com a preferência 
direcional apresentada na avaliação por duas se-
manas (n=80).
(G2) Exercícios compatíveis com a preferência 
direcional oposta a apresentada na avaliação por 
duas semanas (n=70).
(G3) Exercícios sem enfoque direcional por duas 
semanas (n=80).
1/3 de ambos G2 e G3 se retiraram do 
tratamento após duas semanas devido 
a piora ou falta de melhora do quadro; 
nenhum membro do G1 desistiu.
Melhoras significativas ocorreram em 
G1 quando comparado com G2 e G3 
em todas as medidas (RMDQ, EAV, BDI) 
e diminuição no uso de fármaco.
Continua...
305
Método McKenzie na dor lombar Rev Dor. São Paulo, 2016 out-dez;17(4):303-6
A irradiação dos sintomas, por sua vez, era critério de inclusão ape-
nas em um estudo13, sendo também fator de exclusão em dois ECR 
revisados14,16 e nos demais15,17,18 os pacientes podiam ou não apresen-
tar esse sintoma associado à dor lombar.
Os ECR incluídos também apresentavam diferenças nas caracterís-
ticas das sessões, sendo que o número de sessões variava entre oito13, 
sete17, quatro14 e duas15. Os ECR cujos pacientes recebiam orien-
tações também apresentavam diferenças entre si, sendo realizados 
em 4 sessões uma vez por semana cada com um tempo de 45 a 60 
minutos de duração14, ou sessão única de 60 minutos17. Dois autores 
não especificaram em seus estudos nem o número e nem a duração 
de cada uma das sessões16,18.
Outro aspecto com relação às características dos estudos foi o modo 
como os atendimentos foram realizados. Para alguns estudos, os pa-
cientes foram divididos em grupos (G1, G2 e até G3), mas os aten-
dimentos foram realizados individualmente17 ou em grupos18. Vale 
ressaltar que em alguns casos essa informação não foi disponibilizada 
no estudo13,15,16 e em um ECR, o MDT foi realizado individual-
mente e o Método Back School, em grupo, sendo apenas a primeira 
sessão individual14.
DISCUSSÃO
Nesta revisão foi possível identificar que as evidências científicas atu-
ais não fornecem aos profissionais da saúde informações suficientes 
para guiar a tomada de decisão durante a escolha de intervenções 
para o tratamento da dor lombar, resultando em desfechos aquém 
do esperado e grandes variações entre as técnicas empregadas por 
diferentes terapeutas.
Estudos19-21 têm sido conduzidos com o objetivo de classificar pa-
cientes em subgrupos específicos, com intervenções e protocolos que 
podem ser mais benéficos e compatíveis com seus sintomas. No 
entanto, o panorama atual é que a grande maioria de pessoas que so-
fre de dor lombar utiliza relaxantes musculares, tração, estimulação 
elétrica transcutânea (TENS) e órteses. Por outro lado, outras abor-
dagens, como cinesioterapia, são pouco utilizadas por baixa aderên-
cia dos pacientes ao tratamento ativo, visto que somente 3% dos 
indivíduos que sofrem de dor lombar estão incluídos em programas 
contínuos de fisioterapia23.
O MDT, por exemplo, têm evidências científicas que comprovam 
que seus exercícios induzem uma ativação do sistema imune e si-
multaneamente aumentam as concentrações de citocininas IL-4 que 
contribuem para o alívio da dor24. Também, o processo de avaliação 
foi superior à ressonância nuclear magnética para distinguir discos 
dolorosos de discos não dolorosos25.
Outra técnica utilizada para tratamento da dor lombar que, semelhan-
te ao MDT, necessita do envolvimento ativo do paciente é o método 
Back School, cuja base é um programa de exercícios que tem como 
objetivo melhorar a mobilidade, flexibilidade e o alongamento de in-
divíduos sintomáticos26. Ao se comparar as técnicas, no quesito dor 
não houve diferença estatística entre os grupos, mas com relação à 
melhora do desempenho funcional, os autores relataram que o grupo 
que foi tratado com o MDT demonstrou diferença estatisticamente 
significativa quando comparado com o grupo Back School14.
Por outro lado, os estudos que avaliaram a preferência direcional dos 
participantes, sugeriram melhora significativa da dor lombar, in-
cluindo diminuição no uso de fármaco15. Outro grupo que realizou 
exercícios de mobilizações voltados para a extensão da coluna lombar 
apresentou evolução significativa nas medidas de disfunção após uma 
semana e seis meses de acompanhamento e também de dor apenas 
Tabela 1. Resumo dos artigos selecionados – continuação
Estudo 
[Nota PEDro/10]
Participantes Intervenções Resultados
Machado et 
al.16[8/10]
148 pacientes (73 mulheres), 
faixa etária 18-80 anos; sinto-
mas de dor lombar aguda não 
específica. 138 participantes 
concluíram o estudoe 2 parti-
cipantes foram excluídos logo 
após a randomização.
(G1) Orientações gerais como manterem-se ativos 
e evitarem permanecer longos períodos na cama, 
reiteração do prognóstico favorável de dor lombar 
aguda e administração de paracetamol em horá-
rios específicos (n=73).
(G2) G1 + protocolo baseado no MDT (n=73).
G2: Apresentou diferenças (p>0,05) em 
percepção da dor (NRS) e procurou 
menos cuidados adicionais de saúde.
Paatelma et 
al.17[7/10]
134 pacientes, faixa etária 
18-65 anos; sintomas de dor 
lombar não específica com 
ou sem irradiação para uma 
ou ambas as pernas.
(G1) Terapia manual ortopédica, com um máximo 
de sete sessões, cada uma com duração de 30 a 
45 minutos (n=45).
(G2) Tratamento segundo o MDT, com um máximo 
de sete sessões, cada uma com duração de 30 a 
45 minutos (n=52).
(G3) Somente orientações em uma sessão de uma 
hora (n=37).
Após os acompanhamentos de 3 me-
ses, 6 meses e um ano não foram ob-
servadas diferenças significativas entre 
G1 e G2; em comparação com G3 as 
intervenções realizadas por G1 e G2 
são mais eficazes, porém sem signifi-
cância estatística.
Petersen et 
al.18[7/10]
350 pacientes (265 mulhe-
res), faixa etária 18-60 anos; 
sintomas de dor lombar há 
mais de 6 semanas com 
centralização ou distalização 
dos sintomas com ou sem ir-
radiação.
(G1) Tratamento segundo o MMK, planejado in-
dividualmente para cada paciente. Para G1 esta-
vam proibidas condutas envolvendo técnicas de 
mobilização vertebral, incluindo manobras de alta 
velocidade (n=175).
(G2) Todos os tipo de técnicas manuais, incluindo 
mobilizações vertebrais, manobras de alta veloci-
dade e terapia de pontos-gatilho. Para G2 esta-
vam proibidos exercícios específicos em direções 
de preferência (n=175).
G1: maior sucesso no tratamento de 
acordo com a pontuação do RMDQ, 
atingindo significância estatística nos 
acompanhamentos de 2 e 1
ODI = Oswestry Disability Index; ODQ = Oswestry modificado; NPRS = Numeric Pain Rating Scale; RMDQ = Roland Morris Disability Questionnaire; NRS = Numeric 
Rating Scale; BDI = Beck Depression Index; EAV = escala analógica visual. Elaborada pelas autoras. 
306
Oliveira IO, Pinto LL, Oliveira MA e Cêra MRev Dor. São Paulo, 2016 out-dez;17(4):303-6
após uma semana de acompanhamento13, corroborando resultados já 
publicados que demonstraram que o tratamento da dor lombar base-
ado em preferências direcionais possui alta confiabilidade e validade27.
Quanto à terapia manual, vertente da fisioterapia musculoesqueléti-
ca que vem sendo amplamente utilizada como forma de tratamento 
para pacientes com dor lombar10, apesar de diferirem entre si no que 
concerne às técnicas específicas utilizadas17,18, tanto os tratados com 
terapia manual, como os tratados com o MDT tiveram resultados 
positivos nas medidas de redução da dor e da disfunção. Apesar 
disso, há escassez de trabalhos científicos e estudos de revisão que 
abordem essa intervenção com qualidade metodológica28.
Dos ECR revisados que incluíam orientações domiciliares como 
parte do tratamento16-18, todos se apresentavam conflitantes entre si, 
uma vez que também realizaram diferentes tipos de orientações. No 
entanto, seus resultados foram sempre inferiores às demais técnicas 
abordadas nos demais grupos de intervenção.
Com relação a exercícios de fortalecimento, um ECR abordou 
esse tipo de tratamento13 para pacientes com dor lombar crônica, 
utilizando exercícios voltados para a musculatura abdominal e dos 
estabilizadores da coluna, promovendo contrações isoladas de de-
terminados músculos como o transverso do abdômen, os oblíquos 
abdominais, o quadrado lombar, os multífidos e os eretores da espi-
nha. Os participantes realizaram um programa de exercícios incenti-
vados por comandos verbais e estímulos táteis dados pelos terapeutas 
e foram orientados a realiza-los em casa somente no caso de falta às 
sessões. Como resultado do estudo, o grupo que recebeu tratamen-
to voltado para exercícios de extensão apresentou maior evolução 
no quesito disfunção quando comparado com o grupo que realizou 
exercícios de fortalecimento nos acompanhamentos de uma sema-
na, quatro semanas e seis meses após o tratamento. Além disso, o 
grupo de extensão também demonstrou maior mudança na escala 
de dor, porém apenas após uma semana do final do tratamento.
Os ensaios clínicos revisados, entretanto, apresentavam limitações 
como, por exemplo: 1) não ter como monitorar os programas de 
exercícios realizados em casa pelos pacientes; 2) o fato de terapeutas 
e pacientes não serem encobertos; 3) a diminuição progressiva do 
número dos participantes nos acompanhamentos em longo prazo, 
cujas razões diferem entre impossibilidade de contato, alívio dos sin-
tomas ou insatisfação com o tratamento, entre outras; 4) o fato de os 
autores não dividirem os pacientes de acordo com o tempo de sin-
tomas nem levarem em conta o fator biopsicossocial da dor lombar.
Uma limitação adicional de um dos ECR revisados13 foi o fato do 
mesmo apresentar um número reduzido de participantes para afir-
mar que os exercícios de fortalecimento realizados não deram resul-
tados favoráveis na melhora do quadro de dor lombar. No entanto, 
a maioria dos estudos revisados apresentava um bom tamanho de 
amostra, totalizando 1140 participantes em seis ECR, com média 
de 190 participantes por estudo, o que permitiu, juntamente com as 
altas pontuações da escala PEDro, atribuir credibilidade à interpre-
tação dos resultados. 
CONCLUSÃO
A presente revisão mostrou que o MDT traz benefícios e deve ser 
considerado como alternativa para o tratamento de pacientes com 
dor lombar, uma vez que os pacientes submetidos a essa intervenção 
após avaliação fisioterapêutica apresentaram melhora da disfunção, 
qualidade de vida e atividades de vida diária.
REFERÊNCIAS
1. Skikić EM, Suad T. The effects of McKenzie exercises for patients with low back pain, 
our experience. Bosn J Basic Med Sci. 2003;3(4):70-5.
2. Linton SJ. A review of psychological risk factors in back and neck pain. Spine (Phila Pa 
1976). 2000;25(9):1148-56.
3. Almeida IC, Sá KN, Silva M, Baptista A, Matos MA, Lessa I. Prevalência da dor lombar 
crônica na população da cidade de Salvador. Rev Bras Ortop. 2008;43(3):96-102.
4. Pilz B, Vasconcelos RA, Marcondes FB, Lodovichi SS, Mello W, Grossi DB. The Bra-
zilian version of STarT Back Screening Tool - translation, cross-cultural adaptation and 
reliability. Braz J Phys Ther. 2014;18(5):453-61.
5. Noriega-Elío M, Barrón Soto A, Sierra Martínez O, Méndez Ramírez I, Pulido Navarro 
M, Cruz Flores C. [The debate on lower back pain and its relationship to work: a retros-
pective study of workers on sick leave]. Cad Saude Publica. 2005;21(3):887-97.
6. Delitto A, George SZ, Van Dillen LR, Whitman JM, Sowa G, Shekelle P, et al. Low back 
pain. J Orthop Sports Phys Ther. 2012;42(4):A1-57.
7. Hoy D, Bain C, Williams G, March L, Brooks P, Blyth F, et al. A systematic review of 
the global prevalence of low back pain. Arthritis Rheum. 2012;64(6):2028-37.
8. Oliveira VC, Furiati T, Sakamoto A, Ferreira P, Ferreira M, Maher C. Health locus of 
control questionnaire for patients with chronic low back pain: psychometric properties 
of the Brazilian-Portuguese version. Physiother Res Int. 2008;13(1):42-52.
9. Bhangle SD, Sapru S, Panush RS. Back pain made simple: an approach based on prin-
ciples and evidence. Cleve Clin J Med. 2009;76(7):393-9.
10. Marcondes FB, Lodovichi SS, Cera M. Terapia manipulativa ortopédica na dor vertebral 
crônica: uma revisão sistemática. Acta Fisiátr. 2010;17(4):180-7. 
11. Machado LA, de Souza MV, Ferreira PH, Ferreira ML. The McKenzie method for low 
back pain: a systematic review of the literature with a meta-analysis approach. Spine. 
2006;31(9):E254-62.
12. Maher CG, Sherrington C, Hebert RD, Moseley AM, Elkins M. Reliabilityof the PE-
Dro scale for rating quality of randomized clinical trials. Phys Ther. 2003;83(8):713-21.
13. Browder DA, Childs JD, Cleland JA, Fritz JM. Effectiveness of an extension-oriented 
treatment approach in a subgroup of subjects with low back pain: a randomized clinical 
trial. Phys Ther. 2007;87(12):1608-18; discussion 1577-9.
14. Garcia AN, Costa Lda C, da Silva TM, Gondo FL, Cyrillo FN, Costa RA, et al. Effecti-
veness of back school versus McKenzie exercises in patients with chronic nonspecific low 
back pain: a randomized controlled trial. Phys Ther. 2013;93(6):729-47.
15. Long A, Donelson R, Fung T. Does it matter which exercise? A randomized control trial 
of exercise for low back pain. Spine. 2004;29(23):2593-602.
16. Machado LA, Maher CG, Herbert RD, Clare H, McAuley JH. The effectiveness of the 
McKenzie method in addition to first-line care for acute low back pain: a randomized 
controlled trial. BMC Med. 2010;8:10.
17. Paatelma M, Kilpikoski S, Simonen R, Heinonen A, Alen M, Videman T. Orthopaedic 
manual therapy, McKenzie method or advice only for low back pain in working adults: a 
randomized controlled trial with one year follow-up. J Rehabil Med. 2008;40(10):858-63.
18. Petersen T, Larsen K, Nordsteen J, Olsen S, Fournier G, Jacobsen S. The McKenzie me-
thod compared with manipulation when used adjunctive to information and advice in 
low back pain patients presenting with centralization or peripheralization: a randomized 
controlled trial. Spine. 2011;36(24):1999-2010.
19. Fritz JM, Cleland JA, Childs JD. Subgrouping patients with low back pain: evolution of a 
classification approach to physical therapy. J Orthop Sports Phys Ther. 2007;37(6):290-
302. Review. Erratum in: J Orthop Sports Phys Ther. 2007;37(12):769.
20. Hebert JJ, Koppenhaver SL, Walker BF. Subgrouping patients with low back pain: a 
treatment-based approach to classification. Sports Health. 2011;3(6):534-42.
21. Stanton TR, Fritz JM, Hancock MJ, Latimer J, Maher CG, Wand BM, et al. Evaluation 
of a treatment-based classification algorithm for low back pain: a cross-sectional study. 
Phys Ther. 2011;91(4):496-509.
22. Delitto A, Erhard RE, Bowling RW. A treatment-based classification approach to low 
back syndrome: identifying and staging patients for conservative treatment. Phys Ther. 
1995;75(6):470-85; discussion 485-9.
23. Carey TS, Freburger JK, Holmes GM, Castel L, Darter J, Agans R, et al. A long way to go: 
practice patterns and evidence in chronic low back pain care. Spine. 2009;34(7):718-24.
24. Al-Obaidi S, Mahmoud F. Immune responses following McKenzie lumbar spine exer-
cise in individuals with acute low back pain: a preliminary study. Acta Med Acad. 
2014;43(1):19-29.
25. Donelson R, Aprill C, Medcalf R, Grant W. A prospective study of centralization of 
lumbar and referred pain. A predictor of symptomatic discs and anular competence. 
Spine. 1997;22(10):1115-22.
26. Heymans MW, van Tulder MW, Esmail R, Bombardier C, Koes BW. Back schools for 
nonspecific low back pain: a systematic review within the framework of the Cochrane 
Collaboration Back Review Group. Spine. 2005;30(19):2153-63.
27. Danish Institute for Health Technology Assessment. Low back pain. Frequency, mana-
gement and prevention form a HITA perspective. Danish Health Technology Assess-
ment. 1999.1:1-106.
28. Bronfort G, Haas M, Evans R, Leininger B, Triano J. Effectiveness of manual therapies: 
the UK evidence report. Chiropr Osteopat. 2010;18:3.

Continue navegando