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Mecanismos reguladores da fome e saciedade Luiz Guilherme Kraemer de Aguiar FCM - UERJ Componentes do balanço energético Ingesta alimentar Gasto energético Motivação Pré-prandial Alimento Saciação Saciedade Precoce Tardia Fome Motivação Pré-prandial Fome Fome – animais buscam alimentos Prazer – animais buscam a continuação da refeição Saciação – animais buscam a interrupção da refeição Saciedade – animais buscam adiar a próxima refeição Qq fator que interfira com ou mais destes comandos pode alterar o padrão alimentar ↓ saciação – hiperfagia ↓ saciedade - ↑ frequência das refeições 1 ano de consumo 5% acima do GET = +5kg 30 anos de consumo de + 8Kcal/dia acima do GET = + 10kg Regulação da Fome e Saciedade • REGULAÇÃO CENTRAL • SNC • REGULAÇÃO PERIFÉRICA • TGI • Fígado • Pâncreas • Tecido Adiposo • Sistema Gustatório Controle Central da homeostase energética • Objetivo 1ário: MANUTENÇÃO DO PESO Mecanismo sensor de estoque energético Controle do gasto energético Sinais de nutrientes Sinais hormonais Sinais Neurais Insulina e Leptina (estoques estáveis) SINAIS DE ADIPOSIDADE Insulina, CCK, glucagon,PYY, GLP-1, grelina, PP, OXM, etc; Glicose e aas (estoques momentâneos) SINAIS DE INGESTA ALIMENTAR (SACIEDADE) Do TGI para o SNC coordenação da ingesta e absorção alimentar (n. vago → Núcleo do trato solitário) Sinais de Saciedade Sinais de Adiposidade Sinais Periféricos de Fome/saciedade • 1) Leptina – mais importante (variações são mais dependentes da massa do que da ingesta) • Produzida pelo TA em proporção direta com a massa total de TA do organismo • 2) Insulina – exerce uma função intermediária entre o controle da adiposidade e o controle da fome (saciedade) • 3) Hormônios do TGI • Jejum prolongado - ↑ grelina → sinal orexígeno • Grelina (hipotálamo) – potencializa sinais orexígenos gerados pela ↓ disponibilidade de nutrientes e pelos baixos níveis de leptina e insulina • Ingesta alimentar • ↓ drástica dos níveis de grelina → sinal anorexígeno • ↑ CCK, PYY, GLP-1, etc → sinal anorexígeno Sinais de Adiposidade Sinais de Saciedade Controle funcional da fome e saciedade • 1950 – Esterotaxia • Lesão no NPV → ↑ ingesta (fome) • Estímulos ao NPV → ↓ ingesta (saciedade) • Lesão no HL → ↓ ingesta (saciedade) • Estímulos ao HL → ↑ ingesta (fome) • 1º conceito – HL e NPV eram responsáveis primários pela regulação da fome e saciedade, respectivamente. • Conceito atual – neurônios responsivos ao Núcleo Arqueado • Neurônios de 2ª ordem SINAIS DE ADIPOSIDADE SINAIS DE SACIEDADE Núcleo Arqueado Hipotálamo Lateral Núcleo Paraventricular Controle da fome e saciedade Kenny PJ. Nat Rev Neurosci. 2011 Oct 20;12(11):638-51. Controle do balanço energético Nasrallah CM, et al. Nat Rev Endocrinol. 2014 Nov;10(11):650-8. NAC e sinais de Fome/Saciedade (adiposidade) • Leptina • Insulina • Hormônios do TGI • Nutrientes NPY/AgRPérgicos POMC/CARTérgicos JEJUM ou Estoques Baixos PÓS-PRANDIAL ou Grandes Estoques ↓ relativa insulina e leptina ↑Grelina JEJUM ou carência de nutrientes Núcleo paraventricular NPY/AgR POMC/CART NAC + + + ↓ nutrientes ↑ AMP intraneuronal +AMPK Transcrição gene NPY ↑ liberação NPY Núcleo Lateral Modulação do sinal ↓ relativa insulina e leptina - - - - ↑ CA2+ ↑ secreção NPY - ↓Grelina PÓS-PRANDIAL ou Grandes estoques de nutrientes Núcleo paraventricular NPY/AgR POMC/CART NAC - - - ↑ nutrientes ↓ AMP e CA2+ intraneuronal Nos NPY/AgRPérgicos -AMPK Inibe transcrição gene e liberação NPY Núcleo Lateral Modulação do sinal ↑ relativos insulina e leptina e hormônios do TGI + + + - PÓS-PRANDIAL ou Grandes estoques de nutrientes POMC (α-MSH) e CART Integração entre sinais hormonais e carreados por nutrientes GLICOSE NPY/AgR POMC/CART - - - + + + Aminoácidos ATP:AMP intraneuronal AMPK mTOR e S6K ↑ Leptina e Insulina - + + VIA COMUM ENTRE NUTRIENTES E HORMÔNIOS NA REGULAÇÃO DA SACIEDADE HIPOTÁLAMO LATERAL • 2 subpopulações neuronais: • 1) Produtores de orexina/MCH • Ativados no jejum • Regulam a fome • Estabelecem conexão entre fome, prazer e vigília • Orexina – principal neurotransmissor responsável pelo estado de vigília durante o jejum • MCH – regula indução da fome e estresse BUSCA E OBTENÇÃO do ALIMENTO PRESERVAÇÃO DA ESPÉCIE NÚCLEO PARAVENTRICULAR 2 subpopulações neuronais: Produtores de CRH e de TRH Inibidos no jejum Níveis elevam-se gradativa/ após a ingesta Promovem a saciedade Elevam a termogênese TRH tem função predominante Conexão entre sinais de adiposidade com sinais de controle endócrino, em particular tireóide e adrenal Controle do gasto energético em HUMANOS • Mais autônomo e sofre menor interferência de conexões corticais • Maior parte do GE é dependente da motivação para movimentar-se (sinais gerados no HL→ centros corticais (influência cognitiva) • Termogênese em tecidos periféricos Hormônios (pp/ tireoideanos) Sinais neurais Simpáticos e parassimpáticos UCPs TA Marrom/Bege Funções: .Temperamento .Processamento de memória .Sono .Cognição Funções: .Recompensa (motivação) .Prazer, euforia .Função motora fina .Compulsão .Preservação Motivação Pré-prandial Alimento Saciação Saciedade Precoce Tardia CÓRTEX ÓRBITO-FRONTAL NAC Hipot. Lateral Núcleo paraventricular Gosto Aparência Odor Textura CÓRTEX INSULAR Prazer/Recompensa Fome Sinais fisiológicos Decisão Tronco cerebral Sabor e conteúdo energético HIPOTÁLAMO SPR Endocanabinóides Dopamina Opióides ↑ expressão de peptídeos orexígenos, bloqueando a sinalização de peptídeos relacionados à saciedade “Desliga” no hipotálamo o sistema homeostático de regulação da saciedade Aumento no consumo e piora qualitativa EUA no ano de 2000 consumia-se +12% kcal/dia (~300kcal/dia) que em 1985 com piora qualitativa. • 300kcal • 46% grãos (maioria refinados) • 24% adição de gorduras • 23% adição de açúcares • 6% frutas e vegetais • ↓ 1% carnes e laticínios Hábitos alimentares atuais Sociedades com hábitos ocidentais: Alimentos processados Alta densidade energética Ricos em lipídeos e carboidratos EUA nos últimos 100 anos Consumo de gordura 67% Consumo de açúcar 64% Consumo de verduras e legumas 26% Consumo de fibras 18% Intervenção no padrão alimentar + bem sucedida ocorre na infância Criança e Propaganda 10.000 anúncios/ano sobre alimentos (90% fast food, cereais instantâneos açucarados, refrigerantes ou doces/balas) Young e Nestle, 2002; Birsch e Fischer, 1998; Horgen et al., 2001 Piora qualitativa na dieta • Consumo exagerado de dieta ricas em açúcar refinado e gorduras tem alta palatabilidade, baixo poder sacietógeno e alta densidade energética. Além de serem de fácil absorção e digestão. Desequilíbrio energético Excesso de carboidratos (balanço positivo) ↓ oxidação de gorduras Disfunção hipotalâmica – surgimentoda hipótese Schimdt MI. Rev Saude Pub. 2009;43:74-82 Hiperinsulinêmicos e Hiperleptinêmicos Resistência hipotalâmica à leptina e insulina ??? Sinalização da Leptina/Insulina nos neurônios POMC/CARTérgicos Transcrição de genes do α-MSH e CART PI3K Insulin Disfunção hipotalâmica • Injeção de leptina intra-hipotalâmica ↓ ingesta alimentar Animais magros 50% 10-20% Animais obesos Resistência à leptina Mecanismos envolvidos na resistência hipotalâmica à leptina e insulina • Papel chave da inflamação hipotalâmica • Geração da inflamação ?? • Ácidos graxos de cadeia longa • Maior potência inflamatória • Esteárico (C18:0) • Araquídico (C20:0) • Behênico (C22:0) • Ácidos graxos insaturados • Papel anti-inflamatório • Oleico (C18:1) • Linoleico (C18:2) • Até momento: • Inflamação hipotalâmica foi gerada pelo ambiente com ativação das vias SOCS3, JNK, IKK e PTPB1 e consequente, resistências à leptina e insulina Citocina-R Sistema endocanabinóide • Anandamida e 2-Ag (2-araquidonoil-glicerol) – endocanabinóides endógenos sintetizados a partir do ac. Aracdônico da MC. • Moduladores da atividade neuronal por supressão retrógrada. • Receptores – CB1 e CB2 • CB1 – pp/ cérebro (hipotálamo, TC e reg. mesolímbica) • periferia – TGI, T.adiposo, fígado, músculo, tireóide e pâncreas. • Agonismo do CB1 = função anabólica • ↑ apetite / ganho ponderal / lipogênese / ↓ SI Tronco Cerebral NAC POMC CART NPY AgRP ANANDAMIDA CB1 2-AG + Endocanabinóides Bloqueio sinal de naúsea e de saciedade via aferente vagal - Reg. Mesolímbica (centro de Prazer/recompensa) ↑ motivação para procura e consumo de alimentos. ↑ palatabilidade CB1 CB1 Periferia ↑ absorção nutrientes ↑ Lipogênese ↓ Captação de glicose no músculo Leptina ↓ EC Grelina ↑ EC Glicocorticóide CCK Dopamina Hipótese da hiperativação do SEC Dietas hiperlipídicas ↑ substratos para formação de anandamida e 2-AG Hiperativação do SEC Hiperfagia Antagonismo do CB1 •↓ Apetite •↓ peso corporal •Melhora Si •↑ Adiponectina •Melhora perfil lipídico Hipótese da hiperativação do SEC Dietas hiperlipídicas ↑ substratos para formação de anandamida e 2-AG Hiperativação do SEC Hiperfagia Antagonismo do CB1 •↓ Apetite •↓ peso corporal •Melhora Si •↑ Adiponectina •Melhora perfil lipídico Regulação Periférica do Balanço energético Locais de Regulação Periférica • Sistema gustatório • TGI • Fígado • Veia Porta • Pâncreas • Tecido Adiposo Tronco cerebral Sabor e conteúdo energético Sist. Gustatório Neurônios Motores Controle Motor da alimentação Boca, musculatura lisa do canal alimentar e de órgãos abdominais Trato Gastrointestinal Sibutramina: mecanismo de ação Dietrich MO, et al. Nat Rev Drug Discov. 2012 Sep;11(9):675-91. Topiramato: mecanismo de ação (?) Bell CG, et al. Nat Rev Genet. 2005 Mar;6(3):221-34. Fentermina: mecanismo de ação Dietrich MO, et al. Nat Rev Drug Discov. 2012 Sep;11(9):675-91. Bupropiona + naltrexona: mecanismo de ação Billes SK, et al. Pharmacol Res. 2014 Jun;84:1-11. Lorcaserina Garfield AS, et al. J Physiol. 2009 Jan 15;587(Pt 1):49-60. Liraglutida (análogo do GLP-1): mecanismo de ação Secher A, et al. J Clin Invest. 2014 Oct;124(10):4473-88.
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