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Língua Portuguesa / Aula 5 - Noções de Ortografia Introdução Você já parou para pensar no quanto a escrita é importante? Seja no âmbito acadêmico, seja no campo profissional, a todo o tempo, precisamos nos valer dela para nos comunicarmos, não é mesmo? E para que essa comunicação seja eficiente, é necessário adequar a linguagem a cada contexto em que será usada. Nesta aula, interessa-nos auxiliá-lo a criar textos claros, concisos, coerentes e corretos, de acordo com o padrão de linguagem exigido por cada situação comunicativa. Aqui, trataremos, especificamente, de ortografia e acentuação - tópicos essenciais para uma boa escrita. Objetivos Reconhecer algumas regras de ortografia e de acentuação; Refletir sobre os usos da língua quanto à grafia das palavras; Identificar diversas formas de comunicação dependentes do uso da correta grafia das palavras. Créditos Nathalia Rangel Designer Instrucional Roberta Meireles Web Designer Rostan Silva Programador INTRO OBJETIVOS CRÉDITOS Necessidade de acentuação Vamos começar esta aula conversando um pouco sobre acentuação. Hoje em dia, é muito comum as pessoas não acentuarem as palavras quando escrevem, não é mesmo? Isso acontece porque os meios de comunicação utilizados – como, por exemplo, os smartphones – exigem rapidez na hora da escrita, o que faz com que muitos simplesmente ignorem esse recurso ortográfico. Entretanto, como já estudamos antes, nem sempre, podemos dar à língua um uso informal. Há vezes em que é preciso utilizar a norma culta, e a correta grafia das palavras torna-se necessária, certo? Assista ao vídeo a seguir e veja como um erro de acentuação pode prejudicar a interpretação de um texto. Exemplos de erros de acentuação Vamos analisar, agora, alguns exemplos que apresentam problemas de acentuação: Atenção Apesar de apresentar erros de acentuação, nenhum desses exemplos prejudica o sentido da leitura, mas, certamente, influencia a credibilidade do texto. Agora, vamos tentar sistematizar um pouco o assunto tratado até aqui? Quando nos referimos à acentuação de uma palavra, significa que vamos marcar determinada sílaba tônica com um acento – seja este agudo (´), seja circunflexo (^). A sílaba tônica é aquela pronunciada com mais intensidade. Mas, para entendermos um pouco as regras de acentuação, será necessário verificarmos que, na Língua Portuguesa, há somente três posições para a sílaba tônica. São elas: Última sílaba café, papel, também; Penúltima sílaba janela, mesa, salário; Antepenúltima sílaba paralelepípedo, xícara, pássaro. E qual é a relevância disso? Vejamos... Na Língua Portuguesa, há regras simples de acentuação, que se baseiam na tonicidade das sílabas nas palavras. Vejamos quais são essas regras de acordo com a posição da sílaba tônica nos vocábulos. Antepenúltima sílaba Todas as palavras cuja sílaba tônica é a antepenúltima são acentuadas. Observe, no exemplo ao lado, que o autor da placa NÃO seguiu essa regra. A palavra “única” é proparoxítona. Por isso, leva acento. Última sílaba Quando a sílaba tônica for a última e a palavra terminar em -a, -e, -o e -em, seguidos ou não de -s, o vocábulo será acentuado. Exemplos: cajá, café, cipó, também. A menina da foto ao lado ficou famosa porque corrigiu um erro de acentuação no letreiro de entrada de sua cidade. A sílaba tônica do substantivo “Guará” é a última. Como a palavra termina em -a, deve receber acento gráfico. Atenção! Leia a reportagem na íntegra: Pichação do bem – estudante corrige erro em letreiro de cidade no DF. Última sílaba Em português, o grupo de palavras cuja sílaba tônica é a penúltima é muito grande. Por isso, há muito mais regras para a acentuação de paroxítonas. Acentuamos aquelas que NÃO terminam em -a, -e, -o, -em e seus plurais – exatamente o oposto do que vimos anteriormente. Exemplos: Sabia x sabiá; Maio x maiô; Atlas; Atrás; Xale; Chalé; Mentem; Mantém. Mas isso serve para todos os casos? Vejamos um exemplo. O vocábulo “gaúcho” não foi acentuado nessa placa, mas leva acento. Você sabe por quê? Apesar de ser uma palavra paroxítona terminada em -o, esta é uma exceção da Língua Portuguesa: o “u” tônico forma um hiato e está sozinho na sílaba (ga – ú – cho). Por isso, o termo requer acentuação. As palavras paroxítonas cujas vogais tônicas “i” e “u” são precedidas de ditongo decrescente NÃO são acentuadas. Exemplos: feiura, baiuca. Já que quanto mais usamos uma palavra, mais dominamos sua grafia, vamos refletir um pouco a respeito dos usos da língua. Para isso, assista ao vídeo a seguir e entenda melhor a acentuação das paroxítonas: Crase Vamos tratar, agora, de um assunto que muito assombra aqueles que desejam escrever adequadamente, de acordo com a norma padrão da Língua Portuguesa: a crase (`). Esse sinal é o resultado da união de duas vogais idênticas: Tal união é marcada por aquilo que chamamos de acento grave – e não de crase. O uso do acento indicativo de crase é mais importante do que possa parecer, pois nos auxilia na depreensão correta dos sentidos de uma frase. Como você viu, usamos a crase antes de substantivo feminino e depois de palavra que exige a preposição “a” em seu complemento. Simples: substituímos o que está no feminino pelo masculino. Mas quando podemos deixar a crase de lado? Para descobrir, assista ao vídeo a seguir. Veja, agora, alguns exemplos importantes quanto ao uso da crase apresentados por Piacentini (2014): Anexar Na segunda aula desta disciplina, você estudou a regência de alguns verbos e nomes. Analise os exemplos a seguir com o verbo “anexar”: Favor, anexar à folha o mapa estatístico. Favor, anexar a folha ao mapa estatístico. Esse verbo é bitransitivo e tem o sentido de “juntar, incorporar” um objeto ou alguém a outro. Logo, necessita de um complemento direto (sem preposição) e um indireto (com preposição). Na primeira frase, o mapa deve ser unido à folha. Já na segunda, solicita-se o oposto: a folha tem de fazer parte do mapa. Sugerir O verbo “sugerir” pode ter duas regências: sugerimos algo a alguém – com dois complementos (direto e indireto) – ou, simplesmente, sugerimos algo. Analise os exemplos a seguir: Sugeriu à diretoria a concentração de esforços nas fábricas e no campo. Sugeriu a diretoria que concentrássemos esforços nas fábricas e no campo. Na primeira frase, a sugestão é dada à diretoria. Disso resulta o uso da crase. Lembra-se da regra de substituição da palavra do gênero feminino para o masculino? Se mudarmos “diretoria” por “donos”, teremos: Sugeriu aos donos a concentração de esforços nas fábricas e no campo. Nesse caso, há, portanto, acento indicativo de crase. Já na segunda frase, “a diretoria” é o sujeito da oração principal, e a sugestão é dada por ela. Se colocarmos a frase na ordem direta, teremos: A diretoria sugeriu que concentrássemos esforços nas fábricas e no campo. Saiba mais Para saber mais sobre o acento grave, leia os seguintes textos: A ponte e a crase; Uso da crase através da literatura de cordel. Para entender melhor o uso da crase diante de expressões adverbiais femininas, assista ao vídeo a seguir: Atividade Agora que você já aprendeu a empregar o acento grave, vamos praticar? Assinale, entre as frases a seguir, aquelas cujo emprego do sinal indicativo de crase está CORRETO: Devemos obedecer a sinalização. Devemos obedecer à sinalização. Devemos respeitar às pessoas mais velhas. Devemos respeitar as pessoas mais velhas. Vendeu à vista. Vendeu a vista. Eu vou à Brasília e a Bahia na semana que vem. Eu vou a Brasília e à Bahia na semana que vem. Ela se referiu à Claudia. Ela se referiu a Claudia. Ela se veste à moda de 1980. Ela se veste a moda de 1980. Ele saiu as 10h. Ele saiu às 10h. A reunião será das14h às 17h. A reunião será das 14h as 17h. Internetês Agora, vamos retomar um assunto sobre o qual discutimos, brevemente, na primeira aula: a linguagem utilizada no ambiente virtual. Todos nós sabemos que, hoje, a internet já se constitui como ferramenta indispensável em nossas vidas. Prova disso é que, neste momento, você está cursando uma disciplina on-line, certo? As novas necessidades comunicativas permitem a criação de gêneros textuais típicos da web – como, por exemplo, o e-mail e o bate-papo. E, em muitos desses tipos de texto, é comum o uso de uma linguagem peculiar: o internetês. Esse termo normalmente é utilizado para designar uma maneira de escrever pela internet, usando abreviações que favorecem a economia linguística. Em alguns momentos, as situações de comunicação em rede – que exigem uma troca mais imediata – colaboram para a formação de um texto próximo da oralidade. Entretanto, CUIDADO para não confundir os ambientes formais e informais! Na internet, também há ocasiões em que precisamos usar a norma culta. Certamente, ao comunicar-se com um diretor ou gerente de sua empresa por e-mail, por exemplo, você não escreverá algo do tipo:. Koé, blz? Como você já sabe: É necessário adequar a língua a seu contexto de uso! O fato de o texto ser veiculado pela rede mundial de computadores não significa que, em qualquer situação, podemos utilizar o internetês. Precisamos conhecer bem a Língua Portuguesa, de modo que sejamos capazes de empregá-la de forma adequada, a partir da formalidade ou informalidade. Veja, a seguir, algumas dicas para não se equivocar quanto à ortografia. Atenção Para saber mais sobre o assunto, leia os seguintes textos: Como os erros ortográficos afetam a vida profissional; Profissional deve ter cuidados com a troca de e-mails no ambiente de trabalho. Ortografia Listamos, aqui, alguns termos e algumas expressões em português que muitos empregam de maneira equivocada. Veja como é possível fugir de erros simples: POR ISSO Esta locução explicativa deve SEMPRE ser grafada separadamente. Exemplo: Fomos à festa. Por isso, conseguimos comer o bolo. DE REPENTE Esta expressão também deve SEMPRE ser grafada separadamente. Exemplo: Chegamos cedo e, de repente, apareceu o chefe. PORQUÊS Existem vários porquês na Língua Portuguesa. Saiba em que casos devemos usar cada um deles: POR QUE = pronome interrogativo no início da pergunta Exemplo: Por que ela não veio à festa? POR QUE = pelo(a) qual Exemplo: A estrada por que passamos era escura e deserta. POR QUÊ = pronome interrogativo no final da pergunta Exemplo: Ela não veio à festa. Você sabe por quê? PORQUE = pois Exemplo: Ela não veio à festa, porque não tinha uma roupa adequada. PORQUÊ (substantivo) = motivo, razão Exemplo: O namorado de Maria sabe o porquê de tudo. EMINENTE X IMINENTE Podemos diferenciar estas duas palavras a partir de seu significado. Observe: EMINENTE = elevado, nobre IMINENTE = próximo, imediato Exemplos: • O eminente líder apresentou suas ideias. • Perigo iminente! MAS X MAIS Podemos diferenciar estas duas palavras a partir de seu significado. Observe: MAIS = ideia de quantidade MAS = ideia de oposição (porém, contudo, entretanto, todavia) Exemplo: Você sempre gasta mais do que deve, mas consegue juntar dinheiro mesmo assim. ASCENDER X ACENDER Podemos diferenciar estas duas palavras a partir de seu significado. Observe: ASCENDER = subir ACENDER = pôr fogo, incendiar Exemplos: • O débito da empresa ascendeu a R$ 20 milhões. • O mordomo acendeu a lareira para a madame. AFIM X A FIM Podemos diferenciar estas duas palavras a partir de seu significado. Observe: AFIM = semelhante A FIM = finalidade Exemplos: • Os irmãos possuem temperamentos afins. • Estamos aqui, a fim de estudar. Novo Acordo Ortográfico Você sabe quais são as novas regras de ortografia da Língua Portuguesa? Essas regras estão presentes no Novo Acordo Ortográfico – fruto de um documento assinado por representantes dos países falantes de português, com o intuito de unificar a ortografia da língua. Os responsáveis por essa reforma pretendiam que pudéssemos construir um sistema ortográfico comum, mas não houve alterações na gramática da língua. Veja, na tabela, algumas mudanças originadas desse Novo Acordo. Saiba mais Para saber mais sobre as mudanças na ortografia da Língua Portuguesa, leia os seguintes textos: Novo Acordo Ortográfico; Novo Acordo Ortográfico – uso do hífen. Resumo do conteúdo � Referências desta aula � Próximos passos � Explore + � Resumo do conteúdo Algumas noções de acentuação e ortografia; Diversas formas de uso da língua. Referências desta aula PIACENTINI, M. T. de Q. Manual da boa escrita: vírgula, crase, palavras compostas. Rio de Janeiro: Lexikon, 2014. Próximos passos Frase; Oração; Parágrafo. Explore + Leia os textos: • Erros do português – impropriedade vocabular e acentuação gráfica. • Professor Deonísio da Silva analisa o Acordo Ortográfico Brasileiro. • Além disso, sugerimos que acesse uma lista de exercícios de Revisão – Acentuação gráfica e emprego do hífen (8º e 9º anos). • Blog com o Profº Deonísio da Silva, feito pela Estácio para você e todos os interessados em ler e escrever melhor. Disponível em: http://portal.estacio.br/instituto-da-palavra/. _1570285957.unknown _1570285959.unknown _1570285960.unknown _1570285958.unknown _1570285953.unknown _1570285955.unknown _1570285956.unknown _1570285954.unknown _1570285949.unknown _1570285951.unknown _1570285952.unknown _1570285950.unknown _1570285947.unknown _1570285948.unknown _1570285946.unknown _1570285945.unknown
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