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AULAS 10 (COMPLEMENTO) e 11 e 12 COMPETENCIA, QUESTÕES PREJUDICIAIS E INCIDENTES

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COMPETÊNCIA JURISDICIONAL / QUESTÕES PREJUDICIAIS / INCIDENTES PROCESSUAIS
Aulas 10 (Complemento), 11 e 12
A COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO
“A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente”. (Art. 75, CPP). 
O supramencionado artigo determina que quando houver vários juízes no foro competente para o processo e julgamento do delito, a competência será resolvida pela distribuição. Trata-se, portanto, de mais um caso de determinação da competência do juiz e não parâmetro para fixação do Juízo.
A COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO
A competência pela prevenção (art. 69, VI), relaciona-se com o que, em direito, expressa o conhecimento anterior. 
Art. 83 do CPP: Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3.º, 71, 72, § 1.º, e 78, II, c, 83).
Diz-se por prevenção, “a competência de um juiz quando ele se antecipa a outro, também competente, por haver praticado algum ato ou ordenado alguma medida do processo, mesmo antes do oferecimento da denúncia ou da queixa”. 
Segundo a Súmula 706, do Supremo Tribunal Federal, “é relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção”. 
	Considerando-se, a nulidade relativa, sanada se não alegada oportunamente.
A COMPETÊNCIA POR CONEXÃO ou CONTINÊNCIA
Prevista nos artigos 76 a 82 do CPP, a competência por conexão ou continência, não é causa de fixação de competência, como o são o domicílio do réu, o lugar do crime etc., mas motivo determinante de alteração de competência, atraindo, portanto, para um juiz ou juízo o crime que seria de atribuição de outro.
O Código de Processo Penal, em seu artigo 76, determina a reunião dos crimes conexos (relacionados, vinculados) em um único processo, ante a existência desse vínculo. 
A COMPETÊNCIA POR CONEXÃO
Doutrinariamente, a conexão é diferenciada em:
	 material - em que várias infrações estão ligadas por laços circunstanciais, havendo conexão entre os próprios delitos (prevista no artigo 76, I e II);
	 processual - em que não há nexo entre as infrações, mas a prova de uma infração ou de qualquer circunstância elementar influi da de outra (prevista no art. 76, III).
Conexão - Existe uma ligação, um nexo, entre dois ou mais delitos, o que aconselha unidade de processo e julgamento.
Tipos de Conexão: 
a) conexão intersubjetiva – art. 76, I, CPP – nas hipóteses do inciso I a ligação está entre os autores do crime. 
		a.1) conexão intersubjetiva por simultaneidade – ocorre quando duas ou mais infrações são praticadas por várias pessoas reunidas, mas sem qualquer ajuste prévio ou acordo de vontade. 
Ex: saque de estabelecimento comercial. 
		a.2) conexão intersubjetiva por concurso – ocorre quando duas ou mais infrações são praticadas por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o local.
 		a.3) conexão intersubjetiva por reciprocidade – é aquela onde duas ou mais infrações são praticadas por duas ou mais pessoas umas contra as outras. 
Ex: lesões corporais recíprocas. 
b) conexão objetiva ou lógica: ocorre quando um crime é cometido pois de alguma forma repercute em outro. 
c) conexão instrumental ou probatória: ocorre quando um crime é cometido e a sua prova repercute na prova de outro. Ex: receptação e o crime patrimonial antecedente. 
A COMPETÊNCIA POR CONTINÊNCIA
O artigo 77 do CPP determina os casos em que a competência será determinada pela continência (quando uma coisa está contida em outra e não for possível separá-las): “(...) quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração” (art. 77, I); ou, “no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1.º, 53, e 54, segunda parte do Código Penal (vide 70,73,74), ” (art. 77, II). 
continência por cumulação subjetiva: ocorre quando duas ou mais pessoas cometem um mesmo crime. 
	Qual a diferença entre a conexão intersubjetiva por concurso e a continência por cumulação subjetiva? 
	Na conexão duas ou mais pessoas são acusadas de dois ou mais crimes. 
	Na continência duas ou mais pessoas são acusadas do mesmo crime. 
b) continência por cumulação objetiva: ocorre nas hipóteses de concurso formal, erro na execução e resultado diverso do pretendido. 
Identificada uma hipótese de conexão e continência um crime irá exercer juízo de atração sobre o outro, impondo unidade de processo e julgamento. 
A partir do art. 78, CPP o legislador começa a definir onde os processos serão definidos. 
Qual o órgão competente para julgamento na hipótese de conexão entre crime doloso contra a vida e crime eleitoral? 
	1ª posição – Tourinho (minoritária) – a Constituição fez menção de uma lei complementar para tratar da matéria eleitoral, que ainda não foi editada, razão pela qual devemos trabalhar com o Código Eleitoral, que foi integralmente recepcionado pela Constituição. 
	O art. 35 do Código Eleitoral manda os juízes eleitorais julgarem os crimes eleitorais e os conexos, sem fazer qualquer ressalva ao Júri, logo o juiz eleitoral julga tudo.
2ª posição (majoritária) – como as duas competências estão fixadas na Constituição não é possível estabelecer quem exercerá juízo de atração sobre quem, logo deve haver separação dos processos. 
Um promotor e o seu assessor cometem um homicídio. Qual o órgão competente para julgamento? 
	1ª orientação – Tourinho – como as duas competências estão fixadas na Constituição não é possível estabelecer quem exercerá juízo de atração sobre quem, logo deverá haver separação de processos: o promotor será julgado pelo TJ e o assessor pelo tribunal do Júri. 
	2ª orientação – Paulo Rangel – apesar das duas competências estarem na Constituição, a competência do TJ é de maior graduação, logo devemos aplicar o art. 78, III, CPP e ambos serão julgados pelo TJ. 
Na hipótese de conexão entre homicídio e ameaça, qual o órgão competente para julgamento? 
	De acordo com o art. 60, parágrafo único da L. 9099/95, nos dois casos o agente deverá ser submetido ao Júri. 
	Será possível aplicar as medidas despenalizadoras em relação ao crime de ameaça? 
1ª orientação – Ada Pellegrini - em todas as hipóteses de concurso de crimes, devemos aplicar analogicamente o art. 119, CP de forma que as penas sejam consideradas de maneira isolada. Ademais, o próprio art. 60, parágrafo único, determina a aplicação da L. 9099/95. 
2ª orientação – prevalece na jurisprudência – o art. 60, parágrafo único, é aplicado na medida do possível, ou seja, se A cometeu o homicídio e B ameaçou, B que está incurso apenas na ameaça fará jus à medida despenalizadora. 
			 Art. 78, II, CPP - Jurisdição da mesma categoria significa mesmo grau de poder jurisdicional, ou seja, todos os juízes estão no mesmo grau de jurisdição. 
			
			Art. 78, III, CPP – no Concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação. 
Súmula 704 STF - Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.
			Art. 78, IV CPP - quando houver conexão entre crime da competência da Justiça Estadual conexo com crime da competência da Justiça Federal a Súmula 122 STJ - fixa a competência da Justiça Federal.
Segundo Tourinho isso ocorre em razão da Justiça Federal ser comum quando comparado a outras Justiças, mas quando comparada à Justiça Estadual ela é especial. 
Para Pacelli prevalece a competência da Justiça Federal em razão de um critério constitucional de distribuição de competência. Ou seja, toda competência da Justiça Federal está na Constituição enquanto a Justiça Estadual é residual. 
ANÁLISE DO ART 78, II “a” - COMPETÊNCIA
Art.78, II, ‘a’, CPP - preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave. 
		
Caio, cometeu 1 crime de furto na comarca A, 2 crimes de furto na comarca B, 1 crime de roubo na comarca C e um crime de estelionato na comarca D. 
Aonde ocorrerá reunião processual? 
1º) Devemos observar primeiramente se Caio: 
1) Tem ou não prerrogativa de função. 
	2) Cometeu algum crimes é doloso contra a vida. 
	3) Cometeu algum crime de competência da Justiça Federal 
2º) Enfrentados as três questões preliminares, sendo todos os crimes da competência da Justiça Estadual.
3º) Devemos observar, primeiramente, qual o crime de maior gravidade, levando-se em conta a maior pena em abstrato comina aos tipos penais imputados. 
			No caso em tela, o crime mais grave é o roubo, por isso a reunião processual se dará na comarca C. 
ANÁLISE DO ART 78, II “b” - COMPETÊNCIA
Art. 78, II, ‘b’, CPP - prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade. 
	
Caio cometeu um furto na comarca A, uma receptação na comarca B, uma receptação na comarca C e dois furtos na comarca D. 
Após enfrentar as três questões preliminares acima, sendo todos os crimes da Justiça Estadual;
As penas são de igual gravidade, então devemos observar qual o local onde ocorreu o maior número de crimes. 
Assim, no caso em tela, a reunião processual se dará na comarca D. 
ANÁLISE DO ART 78, II “c” - COMPETÊNCIA
Art. 78, II, ‘c’, CPP - firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos. 
	
Caio cometeu um furto na comarca A, uma receptação na comarca B, uma receptação na comarca C e um furto na comarca D.
Após enfrentar as três questões preliminares acima, sendo todos os crimes da Justiça Estadual;
Cujas penas tenham a mesma gravidade;
 E a quantidade é a mesma.
Observar-se-á a prevenção. 
HIPÓTESES DE SEPARAÇÃO DE PROCESSOS – NOS CASOS DE CONEXÃO ou CONTINÊNCIA
A partir do art. 79, CPP o legislador começa a estabelecer hipóteses onde apesar da conexão e da continência haverá separação dos processos. 
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar (S. 90, STJ) 
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores
§1° - Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum corréu, sobrevier o caso previsto no art. 152, CPP. 
	
“Art. 152, CPP - Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo continuará suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o § 2o do art. 149.” 
A doença mental pode surgir em momentos distintos no CPP gerando consequências processuais também distintas. 
Primeira hipótese: os peritos concluem que o agente já era portador de doença mental na época do crime. 
	De acordo com o art. 151, CPP a ação penal prosseguirá com a presença de um curador. 
Segunda hipótese: os peritos concluem que a doença mental surgiu após a prática do crime. 
	De acordo com o art. 152, CPP a ação penal ficará suspensa aguardando o seu restabelecimento.
	 Nessa hipótese ocorreria a chamada crise de instância, onde a ação penal ficaria suspensa mas o prazo prescricional continuaria transcorrendo. 
O §1° do art. 152, CPP autoriza o juiz a internar o indivíduo por prazo indeterminado, enquanto aguarda o seu reestabelecimento. 
Para toda doutrina, esse dispositivo não foi recepcionado pela Constituição pois é inadmissível a privação da liberdade individual por prazo indeterminado enquanto aguardam o seu reestabelecimento. A solução utilizada é aplicação analógica do art. 151, CPP, sem a aplicação do art. 79, §1°, CPP. 
Ainda que o juiz aplique o art. 151, CPP o que poderá ser feito com o doente mental durante o processo? 
	Antes da entrada em vigor da L. 12403/11 haviam duas orientações: 
	
1ª orientação – com a entrada em vigor da LEP o juiz só pode aplicar medida de segurança após o trânsito em julgado, razão pela qual os arts. 373 a 380 foram tacitamente revogados. Porém, em nome de um poder geral de cautela, o juiz poderá determinar a internação do preso. 
 	2ª orientação – Alberto Silva Franco (isolado) – os arts. 373 a 380, CPP estão em vigor pois a mesma reforma penal de 1984 que trouxe a LEP criou no art. 42, CP a detração, que menciona expressamente a internação provisória. 
Com as alterações promovidas pela L. 12403/11 o art. 319, VII, CPP passou a admitir a internação provisória, o que segundo Polastri acabou promovendo a “repristinação” dos artigos 373 a 380, CPP. 
Terceira hipótese: a doença mental pode surgir durante a execução penal. 
	Nesse caso a pena privativa de liberdade será convertida em medida de segurança pelo juiz da VEP. 
	Porém se após iniciar o cumprimento dessa medida de segurança, o agente recuperar a sua sanidade mental ele deverá ser posto em liberdade uma vez que não há previsão legal de conversão da medida de segurança em pena. 
Após apontar as hipóteses de separação dos processos, o art. 80, CPP autoriza o juiz a separar os processos em outras hipóteses que ele considere conveniente. 
Art. 82, CPP - Se apesar da conexão ou continência forem instaurados processos distintos o art. 82, CPP estabelece que caberá ao juiz promover a sua reunião. 
Porém o CPP ressalva a hipótese de um dos processos já estar com sentença transitada em julgado, razão pela qual se um deles estiver em fase de recurso o CPP autoriza a reunião. 
Diante da dificuldade de reunir processos que estão em fases tão distintas, o STJ editou a Súmula 235 estabelecendo que não haverá reunião se um dos processos já estiver com sentença. 
	O art. 82 diz, em seu final, que no caso de não ter sido possível a reunião processual, essa reunião se dará na VEP para efeitos de soma ou unificação das penas. 
O juiz da VEP pode reconhecer crime continuado no momento da unificação das penas? 
O STF entende que a coisa julgada em matéria penal possui algumas fissuras, que permitem ao juiz da execução individualizar a pena. 
	Desta forma, se em nenhum momento nos processos de conhecimento foi discutida a questão do crime continuado, nada impede que o juiz da VEP o reconheça. 
	Assim ele considerará a maior pena fixada em abstrato e em seguida promoverá a exasperação. 
QUESTÕES PREJUDICIAIS
Questões prejudiciais são as relativas à existência do crime e, por se ligarem ao mérito da questão principal, estão condicionadas a decisão da questão prejudicial, isto é, pelo fato da existência de uma dependência lógica entre as duas questões, primeiramente resolve-se a prejudicial e, após, a principal. 
A prejudicial nada mais é do que um empecilho ao desenvolvimento regular e normal do processo penal. 
No entanto há questões que devem ser decididas antes da questão principal, mas não são prejudiciais, em seu sentido jurídico.
São as que influenciam a resolução de outras questões, como por exemplo, as questões preliminares (que impedem as decisões sobre as questões subordinadas). 
Nesta vertente, as diferenças entre questão prejudicial e preliminares são as que seguem:
Quando o juiz acolhe a questão prejudicial, ele vai decidir o mérito. Ao acolher a preliminar, não julga o mérito da causa. 
b) A prejudicial é autônoma, enquanto a preliminar somente existe em relação à questão principal. 
c) A preliminar sempre será decidida no juízo criminal, enquanto a prejudicial nem sempre, dependendo da sua natureza. 
d) A prejudicial refere-se a direito material, já a preliminar refere-se a direito processual. 
		Ex.de preliminar: falta de citação, neste caso não se ajuíza processo autônomo para discussão. 
Elementos da prejudicialidade: 
	- anterioridade lógica: a decisão da causa principal subordina-se à solução da prejudicial. 
	- necessariedade: a controvérsia deve ser fundamental para a solução da lide. O mérito não pode ser decidido sem antes resolver a questão prejudicial 
- autonomia: a verdadeira questão prejudicial pode ser objeto de processo autônomo. 
A prejudicialidadeé uma forma de conexão em que vinculam-se às figuras prejudicial e a prejudicada. 
São espécies de questões prejudiciais: 
	I) Questões prejudiciais homogêneas: devem ser decididas no próprio juízo criminal. 
	II) Questões prejudiciais heterogêneas: devem ser resolvidos fora do juízo criminal (ex: cível, trabalhista). 
		Estas questões são divididas em: 
		a) Obrigatórias (dizem respeito ao estado civil e é forçosa a suspensão do processo, por tempo indeterminado;
		 b) Facultativas (abordam-se outras questões e o processo pode ser suspenso ou não, há discricionariedade do juiz; uma vez suspenso, o juiz deverá estabelecer um prazo para a suspensão e, a seu critério, prorrogá-lo). 
Classificação quanto ao grau, vejamos: 
	
Questão prejudicial total: é a que condiciona a existência da questão principal, referindo-se a uma das elementares da infração penal. 
	II) Questão prejudicial parcial: diz respeito a circunstancias do tipo penal. 
Anotem-se algumas considerações: 
	- o prazo prescricional fica suspenso, durante a paralização do processo, todavia, a inquirição e produção de provas urgentes podem ser determinadas pelo juízo criminal. 
	- A decisão que determina a suspensão do processo por questão prejudicial é atacada por recurso no sentido estrito. No caso de indeferimento do pedido de suspensão obrigatória é cabível correição parcial ou `habeas corpus`. 
PROCESSOS INCIDENTES. (art.95 a 154, CPP.)
EXCEÇÕES. (art.95 a 111, CPP.)
Em sentido amplo: compreende o direito processual subjetivo do acusado em se defender, ora combatendo diretamente a pretensão do autor, ora deduzindo matéria que impede o conhecimento do mérito, ou, ao menos, enseja a prorrogação do curso do processo. 
Em sentido estrito: pode ser conceituada como o meio pelo qual o acusado pretende a extinção do processo sem o conhecimento do mérito, ou, pelo menos um atraso em seu andamento. 
Espécies de exceções: 
a) Peremptórias: quando acolhidas, põe termo a causa, extinguindo o processo; dentre elas destacam-se a coisa julgada e litispendência. 
b) Dilatórias: estas acarretam apenas a prorrogação no curso do processo, procrastinando-o, aguardo-o ou transferindo o seu exercício, Exemplo: suspeição e incompetência. 
EXCEÇÃO DE LITISPENDÊNCIA e COISA JULGADA. 
São baseadas na proibição de uma mesma pessoa ser processada e julgada mais do que uma vez pelos mesmos fatos (non bis in idem). 
Arguir-se-á exceção de coisa julgada quando ocorreu o transito em julgado da sentença relativa a um fato e nova ação é proposta baseada no mesmo fato já julgado. Só poderá ser oposta em relação ao fato principal, que foi objeto da sentença. 
Arguir-se-á exceção de litispendência na existência de duas ações penais em curso, processando o mesmo réu pelo mesmo fato. 
Importante ressaltar que não há litispendência quando se instaura dois inquéritos policiais para a apuração de fatos. No caso de ser instaurado inquérito policial com uma ação já em curso, não sendo por requisição do juiz ou MP, para o caso de diligências complementares, caracteriza-se constrangimento ilegal, cabendo "habeas corpus". 
Portanto, havendo duas ações iguais, isto é, verificada a identidade dos elementos identificadores (pedido, partes e causa de pedir), válida será a que se verificou primeiramente a citação válida, conforme preceitua o art.219, CPC, a outra, será excluída. 
Neste caso abrange não só a titularidade de ação (`ad causam`), mas também a capacidade exercício (`ad processum`), isto é, a necessária para a pratica dos atos processuais. Esta é a doutrina majoritária. 
Ex.: queixa oferecida em caso de ação penal pública; denúncia oferecida em hipótese de ação penal privada; quando o querelante é incapaz, não podendo estar em juízo; quando o querelante não é o representante legal do ofendido. 
INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS. 
Tal como a suspeição, pois afeta a parcialidade dos órgãos responsáveis pela condução do processo, contudo, é mais gravoso, ao passo que há o interesse na solução da causa. 
No que tange à incompatibilidade, geralmente, é prevista nas normas de organização judiciária e cuida das hipóteses de parcialidade não previstas na suspeição e impedimento. 
EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO. 
Os motivos de suspeição estão relacionados no art. 254, CPP. Caso o juiz da causa não se declare suspeito, poderá, a parte arguir a exceção de suspeição. 
O objetivo é afastar aquele a quem se reputa parcial, sem isenção, não tendo como efeito deslocar a causa de juízo, e sim, afastar a pessoa física do julgador. 
A exceção de suspeição é prioritária em relação às demais, tendo em vista que essas últimas devem ser apreciadas por um juiz imparcial. 
A decisão que o juiz se julga suspeito é irrecorrível. 
No caso de não ser de iniciativa do juiz, pode a parte, via petição, argui-la. 
O autor da exceção denomina-se excipiente, e deve mencionar o nome do juiz (excepto) e expor as razões nas quais se escora o pedido, bem como arrolar testemunhas e documentos. 
O MP, por sua vez, deve argui-la na ocasião do oferecimento da denúncia (ou na promoção lançada no inquérito), exceto se a causa de suspeição for superveniente. 
Anote-se a sumula 234 do STJ estabelece que o membro do MP que participou do inquérito não acarreta a suspeição ou impedimento para a promoção da ação penal. No que tange à autoridade policial, cabe a ela declarar-se suspeita, caso contrario cabe somente recurso administrativo ao seu superior hierárquico. 
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA DE JUÍZO. 
O juiz tem o poder de aplicar o direito ao caso concreto, porém, não é absoluto, ao passo que existem regras que o delimitam. 
Esta exceção é dirigida ao juiz do caso, e este pode aceita-la, remetendo os autos ao juízo competente ou continuar no feito, recusando-a. 
No caso da decisão que aceitar, cabe recurso em sentido estrito. Da que negar, cabe `habeas corpus`. 
RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS. (art.118 a 124, CPP.) 
Três são as espécies de coisas que podem interessar ao processo penal: 
	a) os instrumentos utilizados na execução do crime. 
	b) os bens materiais havidos diretamente da pratica de delitos. 
	c) os bens materiais de valor exclusivamente probatório
Uma das primeiras providências da autoridade policial durante o inquérito é apreender os objetos relacionados com o fato criminoso, com o fim de elucidar o mesmo, existe também a medida cautelar de busca e apreensão. 
Ocorrida a apreensão de tais coisas, estas, só poderão ser restituídas após o transito em julgado da sentença penal, isto é, enquanto interessar para o processo. 
Porém há bens que são confiscados (perdidos em favor da União), obviamente, não podem ser restituídos (ressalva-se o direito do lesado e terceiro de boa-fé), tais bens estão elencados no art.91, II, CP. 
O confisco é efeito automático da sentença condenatória, não sendo necessária declaração expressa e não se opera na ressalva do parágrafo anterior. 
Anote-se que na fase de inquérito policial é possível a restituição pelo delegado de polícia, desde que preenchidas as condições legais e ouvido o Ministério Público. 
MEDIDAS ASSECURATÓRIAS. (art.125 a 144, CPP.) 
Os crimes além de lesar a coletividade, acarreta danos a vítima, assim, a sentença condenatória gera, também, as seguintes consequências: 
	- impossibilitar o agente de ter lucro com a atividade criminosa;
	- ressarcimento à vítima dos danos causados e; 
	- eventualmente, determinar ao condenado o pagamento de pena pecuniária. 
Para isso, o CPP previu as medidas assecuratórias, que são providencias tomadas no andamento do processo, com objetivo de assegurar o ressarcimento da vítima, que foram mencionados no parágrafo anterior. 
Modalidades: 
a) Sequestro: consiste em reter bens moveis e imóveis do acusado quando adquiridos com proventos da infração penal / determinados
b) Hipoteca legal: torna indisponível bens imóveis do acusado adquiridos legalmente. É o direito real de garantia. 
c)Arresto: torna indisponível os bens moveis do acusado adquiridos legalmente / indeterminados
A utilidade de tais instrumentos é evidente, pois o mérito instantâneo é impossível, o que tornaria a prestação da tutela jurisdicional diminuída. 
CONFLITO DE JURISDIÇÃO. (art.113 a 117, CPP.) 
Ocorre quando dois ou mais juízes consideram-se competentes ou incompetentes para apreciar determinado fato, ou, ainda, quando existir controvérsia sobre unidade de juízo, junção ou separação de processos. 
Espécies: 
	a) Conflito positivo de jurisdição: dois ou mais juízes entendem-se competentes para julgar o mesmo fato criminoso. 
	b) Conflito negativo de jurisdição: hipótese em que dois ou mais juízes recusam-se a apreciar determinado fato criminoso. 
Contrariamente à exceção de suspeição, em que somente o réu pode suscitar o incidente, quando há conflito de jurisdição qualquer das partes, o MP (mesmo se não for parte) e qualquer dos juízes e tribunais interessados na causa podem fazê-lo. 
Saliente-se que as regras de competência são estabelecidas na Constituição federal, constituições estaduais, pelas leis de processo e organização judiciárias, e, ainda, pelos regimentos internos dos tribunais. 
INCIDENTE DE FALSIDADE. (art.145 a 148, CPP.) 
O processo penal tem como função a busca da verdade dos fatos (tal como ocorreram), para isso, é de suma importância que o juiz utilize provas verídicas, pois no caso contrário poderá ocorrer o erro judiciário, absolvendo um culpado ou condenando um inocente. 
Nestes moldes, o documento destaca-se por ser uma das mais importantes provas, pois expressa uma ideia a respeito de um fato de relevância para o processo. Destarte, havendo controvérsia a respeito de sua autenticidade far-se-á o procedimento denominado incidente de falsidade. 
O incidente de falsidade (proposto pelos legitimados), se deferido, o juiz ordenará a autuação em apartado, assinando o prazo de 48 horas para a parte contraria oferecer resposta. Após, será aberto prazo, sucessivamente, para cada uma das partes se manifestarem, inclusive ao MP, (se atuar como fiscal da lei), para a produção de provas. Após, poderá o juiz determinar as diligencias que entender necessárias e, posteriormente, decidir acerca do incidente. 
INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL. (art.149 a 154, CPP.) 
Havendo fundada dúvida sobre a insanidade mental do acusado, o juiz de oficio, ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente, do descendente, cônjuge, ou irmão do acusado, deverá determinar a instauração do incidente de insanidade, afim de que seja o acusado submetido a exame médico-legal, com o objetivo de aferir sua imputabilidade. 
O exame será sempre especifico para os fatos relatados no inquérito policial, ou no processo, não podendo ser substituído por interdição civil ou exame de insanidade realizado em razão de outro fato. 	Isto ocorre porque em virtude do sistema biopsicológico sobre a inimputabilidade acolhido pelo Código Penal, os peritos devem responder se à época do fato, o acusado era ou não, capaz de entender o caráter criminoso do fato e de determinar-se segundo este entendimento. 
Logo, não pode ter aproveitamento de outro exame referente a outro fato, mas junto com este, a interdição civil, serão elementos circunstanciais para a determinação da realização de exame especifico, mas não o substitui. 
Em outras palavras, constatado que o agente cometeu um fato típico e antijurídico, mas lhe faltava discernimento ético para entender o caráter criminoso do fato ou para determinar-se de acordo com este entendimento, o juiz o absolverá, impondo-lhe, todavia, medida de segurança, nos termos da lei. 
Oportunidade da realização do exame de insanidade mental: Pode ser ordenada em qualquer fase do processo, até mesmo no curso do inquérito policial.

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