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Sistema Único de Saúde

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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – 2017 
 
DIEGO MARDEGAN Página 1 
 
PLANEJAMENTO DENTRO DO SUS 
 
MACRO-REFERÊNCIAS COMO GUIA DE AÇÃO 
1) Visão ampliada do processo saúde-doença; 
2) Utilização do método epidemiológico clássico; 
3) Utilização de mecanismos de controle social; 
4) Ênfase do processo de trabalho coletivo em saúde; 
5) Revisão permanente das bases tecnológicas de ação. 
 
 CONTROLE SOCIAL 
 “Capacidade que a sociedade civil tem de interferir na gestão pública” 
 Conselho de saúde; 
 Conferência de saúde. 
 
Art. 198: “As ações e serviços de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada, e 
constituem um Sistema Único de Saúde”. 
 
DIRETRIZES 
 Descentralização, com direção única (poder de decisão) em cada esfera de governo; 
 Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos 
serviços assistenciais; 
 Participação da comunidade. 
 
NÍVEIS DE ATENÇÃO 
 Atenção primária: cuidados básicos em saúde; 
 Atenção secundária: atendimento especializado e de maior complexidade; 
 Atenção terciária: atenção em nível hospitalar e de reabilitação; 
 Um município deve ter, no mínimo, atenção primária. 
 
SISTEMA DE REFERÊNCIA E CONTRA REFERÊNCIA 
 Racionalização do trabalho e potencialização dos recursos; 
 Exemplo: consórcios intermunicipais; 
 Referência: município que possui todos os níveis de atenção; 
 Contra referência: possui apenas um nível de atenção; 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – 2017 
 
DIEGO MARDEGAN Página 2 
 
 
 CONSÓRCIOS INTERMUNICIPAIS 
 Solução eficaz e econômica para oferecer recursos modernos de diagnóstico e tratamento 
em regiões fora dos grandes centros urbanos. 
 
AÇÕES E ATIVIDADES COLETIVAS EM SAÚDE BUCAL NOS SERVIÇOS INTEGRANTES DO SUS/SP 
1º Escovação supervisionada; 
2º Ação coletiva de bochecho fluorado; 
3º Ação coletiva de aplicação de flúor gel; 
4º Ação coletiva de exame bucal com finalidade epidemiológica; 
5º Ação coletiva de educação em saúde; 
6º Encaminhamento pelo gestor municipal do registro dessas ações ao Departamento Regional de 
Saúde. 
 
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL (17 de março de 2004) 
 Garantir ações de promoção, prevenção e recuperação de saúde bucal; 
 Viabilizar a adição de flúor nas ETAS; 
 Ampliar e qualificar a atenção básica (ESF); 
 Assegurar atendimentos nos níveis secundário e terciário (CEO). 
 
 CENTRO DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS 
 Diagnóstico bucal com ênfase em diagnóstico e detecção de câncer bucal; 
 Periodontia especializada; 
 Cirurgia oral menor dos tecidos moles e duros; 
 Endodontia; 
 Atendimento a portadores de necessidades especiais. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Maior participação da sociedade no processo de planejamento/execução do programa; 
 Ações em saúde bucal: promoção, prevenção, recuperação e reabilitação; 
 Não existe uma receita aplicável a todos os locais; em cada experiência o método sofre 
adaptações. 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – 2017 
 
DIEGO MARDEGAN Página 3 
 
HISTÓRICO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE NO BRASIL 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE 
 Ações governamentais coordenadas (nacional, estadual ou municipal), a fim de suprir todas 
as demandas e necessidades da população; 
 Visa assegurar determinados direitos de cidadania para vários grupos da sociedade ou para 
determinado segmento social, cultural, étnico ou econômico; 
 Corresponder ao direito assegurado pela Constituição: “A saúde é direito de todos e dever do 
Estado”. 
 
POLÍTICAS NACIONAIS DE SAÚDE 
 Política Nacional de Atenção Básica; 
 Política Nacional de Saúde Bucal – “Brasil Sorridente” 
 Políticas relacionadas à saúde da mulher, gestante, homens, idosos, crianças e adolescentes. 
 
PERÍODO COLONIAL (1500 – 1808) 
 Medicina empírica: atuação dos jesuítas, curandeiros e boticários; 
 Os cuidados a saúde estavam ligados aos recursos da terra; 
 1558 – 1666: Grandes surtos de varíola; 
 Criação da Santa Casa de Misericórdia (atividade filantrópica sem profissionais da saúde). 
 
PERÍODO IMPERIAL (1808 – 1889) 
 Vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil; 
 Necessidade de organizar uma estrutura sanitária mínima; 
 Assistência médica formada por boticários; 
 Inspetoria Sanitária dos Portos: controle sanitário dos navios que chegavam aos portos do RJ; 
 1808: criação da Guarda Moria: vigilância sanitária no porto de Vitória e isolamento dos que 
aqui chegavam; 
 1813: inauguração da Academia Médico-Cirúrgica do RJ e da BA; 
 1829: surgimento da Junta de Higiene Pública – marcando uma nova fase no processo de 
Organização da Saúde Pública no Brasil; 
 O período imperial da história brasileira encerrou-se sem que o Estado solucionasse os 
graves problemas de saúde da população; 
 Ao final do 2º reinado, o Brasil era conhecido como um país insalubre. 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – 2017 
 
DIEGO MARDEGAN Página 4 
 
 
BRASIL REPÚBLICA / REPÚBLICA VELHA (1889 – 1930) 
 Política Café-com-Leite 
 Organização Público-Jurídica voltada para a burguesia; 
 Coronelismo: interesse capitalista, dominantemente agrária; 
 Modelo campanhista (até 1945); 
 Ações de saneamento e combate a endemias. 
 
 INÍCIO DO SÉCULO XX 
 Crise socioeconômica sanitária; 
 Rede insuficiente de água e esgoto; 
 Coleta de resíduos precária; 
 Epidemias: tuberculose, sarampo, tifo, hanseníase, febre amarela, varíola e peste bubônica; 
 Impacto na sociedade e no comércio exterior. 
 OSWALDO CRUZ - Direção Geral da Saúde Pública 
 Combate à febre amarela – desinfecção das casas pelos Mata-mosquitos; 
 Campanha de extermínio de ratos (peste bubônica); 
 Registro demográfico: noção da prevalência das doenças; 
 Lei da Vacinação obrigatória (31/10/1904): autorizava as brigadas sanitárias 
acompanhadas por policiais, a vacinarem a população forçadamente; 
 Controle da febre amarela. 
 CARLOS CHAGAS – Departamento Nacional de Saúde 
 Propaganda e educação: orientando a população sobre a razão pela qual estavam 
sendo vacinadas; 
 Assistência hospitalar. 
 
 ORGANIZAÇÃO FEDERATIVA REPUBLICANA 
 Eixos de União: ação Federal, Estadual e Municipal. 
 Governo Municipal e Estadual: 
 Preocupação com a saúde da população local; 
 Controle de epidemias. 
 Governo Federal: 
 Vigilância nacional dos portos; 
 Serviços de Saúde do Distrito Federal. 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – 2017 
 
DIEGO MARDEGAN Página 5 
 
 Aumento do crescimento da economia brasileira - adoecimento da população trabalhadora; 
 Aumento da crise social e sanitária - falta de mão de obra; 
 Saúde pela economia. 
 
 MODELO SANITARISTA CAMPANHISTA 
 Influenciado por interesses agroexportadores no início do século XX baseou-se em 
campanhas sanitárias para combater as principais epidemias, através da vacinação 
obrigatória e desinfecção dos espaços públicos e domiciliares que atingiam em sua maioria, 
as camadas menos favorecidas da população. 
 
 REVOLTA DA VACINA (1904) 
 População insatisfeita com a vacinação forçada e tratamento agressivo dos brigadistas; 
 Bota abaixo: processo de urbanização do RJ; 
 Cidade em ruínas pela invasão dos policiais e brigadas sanitárias; 
 Mitos sobre o perigo da vacina e boatos sobre sua aplicação; 
 05/11: A oposição política cria a liga contra vacina obrigatória; 
 10 a 16/11: Cidade: campo de guerra; 
 16/11: O Governo suspende a obrigatoriedade da vacina e declarou Estado de Sítio. A 
vacinação era “obrigada” de forma indireta. 
 
PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO 
 Urbanização crescente: sem garantia de trabalho; 
 Utilização de mão de obra imigrante: europeus (italianos,franceses) com conhecimento dos 
direitos trabalhistas; 
 Direitos sociais e trabalhistas: greves das classes trabalhadoras e surgimento do CAPs; 
 Saúde atrelada a Previdência. 
 
 LEI ELOY CHAVES (24/01/1923) 
 Criação do 1º modelo de Previdência Social, as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs); 
 Organizadas pelas empresas privadas, com pouca participação do Estado; 
 O contribuinte (carteira assinada) recebia benefícios: aposentadoria e assistência médica; 
 Adotada parcialmente por Getúlio Vargas; 
 Principais beneficiários: ferroviários, devido à insalubridade. 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – 2017 
 
DIEGO MARDEGAN Página 6 
 
ERA VARGAS (1923) 
 1923: Departamento Nacional de Saúde Pública, chefiado por Carlos Chagas; 
 1929: Crise econômica internacional; 
 1930: Revolução de 1930: superlotação do café e rompimento da aliança entre SP e MG; 
 1930: Ascensão de Vargas ao poder (Reforma Administrativa); 
 1933: Unificação dos CAPs em Instituto de Aposentadorias e Pensões (IAPs): organizado por 
categorias profissionais e não por empresas, maior participação do Estado e vinculado aos 
sindicatos; 
 Criação do Ministério do Trabalho e imposição das Leis Trabalhistas; 
 Estado de sítio até 1945; 
 Política compensatória: o trabalhador contribui com a Previdência e “ganha” saúde; 
 
 CONSTITUIÇÃO DE 1937 – ESTADO NOVO 
 1939: Regulamentação da Justiça do Trabalho; 
 1943: Consolidação das leis trabalhistas (atendimento aos operários e seus dependentes); 
 1945 – 1950: O acesso à saúde pública chega ao interior do país; 
 Início do distanciamento do modelo de saúde “sanitarista campanhista”; 
 Modelo centrado em grandes hospitais, equipamentos sofisticados e caráter curativo, 
gerando déficit fiscal; 
 1953: Criação do Ministério da Saúde, pela Lei nº 1920, de 25 de julho de 1953; 
 Divisão da saúde: 
 Saúde pública: caráter preventivo – campanhas; 
 Assistência médica: caráter curativo – previdência social; 
 1963: III Conferência Nacional de Saúde: abordou a situação sanitária da população. 
 
REGIME MILITAR (1964) 
 Unificação dos IAPS em Instituto Nacional da Previdência Social (INPS), administrado pelo 
Controle de interventores – déficit de recursos; 
 Saúde voltada ao modelo médico assistencial privatista; 
 Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS); 
 Destinava-se a prestar assistência médica a todos os seus associados; 
 Construção de muitos hospitais; 
 Contratação de serviços privados – convênios médicos. 
 Redução das verbas destinadas ao Ministério da Saúde e privatização da saúde; 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – 2017 
 
DIEGO MARDEGAN Página 7 
 
 Todo empregado era contribuinte automático (arrecadação alta); 
 Impossível o sistema previdenciário atender a todos – alocação de recursos públicos em 
iniciativas privadas; 
 Inibição das atividades sanitárias coletivas e privilégios ao setor privado; 
 
 CRISE DO REGIME MILITAR (1974) 
 Criação do Ministério da Previdência e Assistência Social; 
 Surgimento do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS); 
 INPS: Órgão da Previdência; 
 INAMPS: Assistência Médica. 
 
REFORMA SANITÁRIA 
 Quebra do paradigma do modelo biomédico para o conceito de promoção de saúde; 
 Início dos debates sobre o conceito de saúde para todos; 
 1978: Declaração de Alma-Ata 
 Preconização da saúde como direito fundamental do homem; 
 Foco na atenção básica; 
 Participação comunitária; 
 Ações intersetoriais. 
 1980: VII Conferência Nacional de Saúde; 
 Programa Nacional de Recursos Básicos de Saúde (Prev-Saúde); 
 Reorganização do sistema de saúde; 
 Diretrizes que reforçavam a atenção primária em saúde; 
 Participação comunitária; 
 Regionalização e hierarquização dos serviços; 
 Referência e contra-referência; 
 Integração de ações curativas e preventivas. 
 
 CONCEITO DE PROMOÇÃO DE SAÚDE E O MODELO BIOMÉDICO 
 Modelo biomédico: focado na etiologia, diagnóstico e tratamento das doenças; 
 Novo conceito de saúde: prevenção, educação em saúde e promoção de saúde. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – 2017 
 
DIEGO MARDEGAN Página 8 
 
 DESCENTRALIZAÇÃO 
 O município e o estado são responsáveis pelo planejamento, coordenação e controle da 
saúde, cada um em sua esfera; 
 1981: Lei 86.329 Conselho Nacional de Administração de Saúde Previdenciária - CONASP; 
 1982: Plano CONASP, aprovado pelo Ministério da Previdência e Assistência Social; 
 1982: AIS – Ações Integradas de Saúde; 
 1986: VIII Conferência Nacional de Saúde 
 Saúde como direito fundamental do homem; 
 Reformulação do Sistema Nacional de Saúde; 
 Criação do SUS – Separação entre Saúde e Previdência; 
 Conceito ampliado de saúde; 
 11/1986: Carta de Ottawa 
 Desenvolvimento de políticas públicas saudáveis; 
 Criação de ambiente sustentável; 
 Fortalecimento da participação comunitária; 
 Desenvolvimento de habilidades individuais (empoderamento); 
 Reorientação dos serviços de saúde. 
 1987: Sistemas Unificados Descentralizados de Saúde (SUDS) – precedente do SUS; 
 Necessidade de discutir sobre financiamento e organização; 
 Descentralizar as ações de saúde e consolidar as AIS; 
 Princípios básicos: universalização, equidade, descentralização, regionalização, 
hierarquização e participação comunitária; 
 Foi importante para definir o repasse de recursos federal para os estados e 
municípios, aproximação das secretarias municipais e estaduais para melhor 
programação dos recursos financeiros; 
 Criação de Conselhos Estaduais e Municipais de saúde: participação comunitária. 
 1988: Criação da Constituição, abordando o conceito amplo de saúde, com enfoque em 
colocar a saúde como o direito de todos e o dever do Estado. 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – 2017 
 
DIEGO MARDEGAN Página 9 
 
POLÍTICAS E SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL 
 
CONCEITO DE SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS 
É formado pelo conjunto de todas as ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições 
públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações 
mantidas pelo Poder Público. À iniciativa privada é permitido participar desse Sistema de maneira 
complementar. 
 
 ADMINISTRAÇÃO DIRETA 
 Organização hierarquizada e centralizada; 
 Conselho Nacional de Saúde; 
 Conselho Nacional de Saúde Suplementar; 
 Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia do SUS. 
 
 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
 Organização descentralizada; 
 Autarquias; 
 Fundações e empresas públicas; 
 Sociedade de economia mista. 
 
INSTRUMENTOS LEGAIS – CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
Artigo 196 A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
 
Artigo 198 As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e 
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 
 I- descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II- atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos 
serviços assistenciais; 
III- participação da comunidade. 
 
Artigo 200 Ao SUS compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – 2017 
 
DIEGO MARDEGAN Página 10 
 
I- Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e 
participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivadose 
outros insumos; 
II- Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do 
trabalhador; 
III- Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; 
IV- Participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; 
V- Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; 
VI- Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendendo o controle de seu teor nutricional, 
bem como bebidas e águas para o consumo humano; 
VII- Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de 
substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; 
VIII- colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. 
 
ÁREAS DE ATUAÇÃO DO SUS 
 Vigilância Sanitária; 
 Vigilância Epidemiológica; 
 Vacinas e patentes; 
 Centro de transplantes; 
 Saneamento básico; 
 Controle do tabagismo; 
 Banco de leite humano. 
 
REGULAMENTAÇÃO DO SUS 
Lei 8.080 – de 19 de setembro de 1990 Dispõe sobre as condições para promoção, proteção e 
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. 
 
Lei 8.142 – de 28 de dezembro de 1990 Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS 
e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área de saúde. 
 
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES 
 Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; 
 Igualdade da assistência a saúde, sem preconceito ou privilégios de qualquer espécie; 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – 2017 
 
DIEGO MARDEGAN Página 11 
 
 Integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e 
serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os 
níveis de complexidade do sistema; 
 Participação da comunidade; 
 Descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera do governo: 
 Ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; 
 Regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde. 
 Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral. 
 
CONTROLE SOCIAL 
Artigo 1º Instâncias 
§ 1º A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários 
segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da 
política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo, ou 
extraordinariamente, por este ou pelo Conselho de Saúde. 
 
§ 2º O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por 
representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais da saúde e usuários, atua na 
formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância 
correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros (...). 
 
CONSELHO DE SAÚDE 
 Órgão permanente: tem sua existência garantida em qualquer circunstância; 
 Deliberativo: participação social com voz ativa; 
 Colegiado: composto por representantes de vários grupos da sociedade; 
 Composição paritária. 
 
 HISTÓRICO 
 1937: 1º Conselho Nacional de Saúde - Era Vargas; 
 Função: debater questões internas do Departamento Nacional de Saúde; 
 Composição: conselheiros de perfil técnico ou membros de elite; 
 1941: I Conferência Nacional de Saúde; 
 1953: Criação do Ministério de Saúde; 
 Conselho Nacional: auxiliar o Ministério de Saúde; 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – 2017 
 
DIEGO MARDEGAN Página 12 
 
 Composição: perfil técnico e funcionários do Ministério; 
 1963: III Conferência Nacional de Saúde: discutir a descentralização da saúde; 
 1986: VIII Conferência Nacional de Saúde. 
 
 COMPETÊNCIAS 
 Implementar a mobilização e articulação contínua da sociedade na defesa dos princípios 
constitucionais que fundamentam o SUS para o controle social da saúde; 
 Examinar propostas e denúncias de irregularidades; 
 Deliberar sobre os programas de saúde e aprovar projetos a serem encaminhados ao Poder 
Legislativo; 
 Apoiar e promover a educação para o controle social; 
 Promover conferências de saúde; 
 Definir diretrizes para elaboração dos planos de saúde e deliberar sobre eles; 
 Avaliar a organização e funcionamento do SUS; 
 Estabelecer estratégias e procedimentos de acompanhamento de gestão do SUS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – 2017 
 
DIEGO MARDEGAN Página 13 
 
MODELOS DE ATENÇÃO A SAÚDE 
 
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL 
 Atenção Básica 
 Estratégia Saúde da Família; 
 Unidade odontológica móvel; 
 Odontologia da família; 
 Prevenção de cárie; 
 Práticas integrais de saúde em seu sentido amplo; 
 Promoção, prevenção e proteção da saúde e agravos. 
 
 Atenção de Média Complexidade 
 Centro de Especializadas Odontológicas; 
 Laboratórios regionais de prótese dentária. 
 
 Atenção de Alta Complexidade 
 Tratamento de pacientes especiais; 
 Indicação do cirurgião dentista para internação hospitalar; 
 Atenção odontológica em centros credenciados de oncologia e hematologia. 
 
ATENÇÃO PRIMÁRIA x ATENÇÃO BÁSICA 
 O SUS não está ligado a classes sociais; 
 Atenção não está ligada somente a pessoas de baixa classe social; 
 Atenção básica está relacionada aos cuidados básicos para promoção de saúde. 
 
 CARACTERÍSTICAS DA ATENÇÃO BÁSICA 
 Promoção, proteção de saúde, prevenção de agravos; 
 Diagnóstico, tratamento e reabilitação; 
 Manutenção da saúde; 
 Redução de danos; 
 Desenvolver a atenção integral enfática na situação de saúde; 
 Autonomia do indivíduo nos fatores determinantes e condicionantes da saúde coletiva. 
 Agentes comunitários e ESF: regiões mapeadas de acordo com as doenças predominantes. 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – 2017 
 
DIEGO MARDEGAN Página 14 
 
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA 
Colaboração: Lia Kobayashi 
 
HISTÓRICO 
 1991: Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) 
 Redução da mortalidade materna e infantil; 
 Implantado nas regiões Norte e Nordeste; 
 Extensão de cobertura dos serviços de saúde; 
 Áreas pobres e desvalidas. 
 
 1994: Programa Saúde da Família (PSF) 
 Reorganização da prática da Atenção a Saúde; 
 Substituição do Modelo Tradicional; 
 Levar a saúde para mais perto das famílias; 
 Melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. 
 
 2006: Estratégia Saúde da Família (ESF) 
 Portaria nº 648, de 28 de março de 2006; 
 Estratégia prioritária para a reorganização da Atenção Básica no Brasil; 
 Possibilitar acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade; 
 Universalização, descentralização, integralidade e participação da comunidade. 
 
ATRIBUIÇÕES COMUNS DA EQUIPE DE ESF 
 Manter atualizado o cadastro das famílias e dos indivíduos e utilizar, de forma sistemática, os 
dados para a análise da situação de saúde; 
 Definição precisa do território de atuação, mapeamento e reconhecimento da área adstrita; 
 Diagnóstico, programação e implantação de atividades seguindo critérios de riscos a saúde; 
 Prática do cuidado familiar ampliado; 
 Trabalho interdisciplinar e em equipe; 
 Promoção e desenvolvimento de ações intersetoriais; 
 Valorização dos diversos saberes e práticas na perspectiva de uma abordagem integral e 
resolutiva; 
 Promoção e estímulo a participação da comunidade no controle social, no planejamento, na 
execução e na avaliação das ações; 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – 2017 
 
DIEGO MARDEGAN Página 15 
 
 Acompanhamento e avaliação sistemática das ações implementadas.REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO DA ESF 
 Equipe multiprofissional responsável por, no máximo, 4.000 habitantes; 
 Equipe composta, minimamente, por médico, enfermeiro, auxiliar (técnico) de enfermagem 
e agentes comunitários de saúde; 
 Carga horária: 40 h semanais (32 h fixas + 8 h complementares). 
 
PORTARIA 649, 28 de Março de 2006. 
 Relacionada ao financiamento e transferência de recursos da PNAB para a ESF. 
 
PORTARIA 650, 28 de Março de 2006. 
 Define os valores e pisos fixos e variáveis para funcionários da ESF e PNAB, e incentivos 
financeiros para os municípios que fazem parte da ESF. 
 
PORTARIA 2.488, 21 de Outubro de 2011. 
 Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas 
para a organização da atenção básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o 
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS); 
 Reorganização da Atenção Básica e orientação das práticas profissionais; 
 Aumento de incumbências para os profissionais da saúde; 
 A Unidade de Saúde da Família (USF) deve ser a porta de entrada para o sistema 
hierarquizado e regionalizado e é responsável por atender e resolver 80% da demanda de 
saúde da população. 
 
O PROFISSIONAL DA ESF DEVE: 
 Ter visão sistêmica e integral do indivíduo, da família e da comunidade na qual está inserido; 
 Conhecer bem o território onde está atuando; 
 Ter permanente interação com a comunidade, mobilizando e estimulando sua participação; 
 Clínicos gerais que conheçam os problemas mais comuns e frequentes da comunidade; 
 Suas ações são de baixa densidade tecnológica e de alta complexidade na prática em saúde. 
 
OBJETIVOS 
 Caráter substitutivo em relação à atenção básica tradicional nos territórios que a ESF atua; 
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 Prestar assistência integral contínua e de qualidade a população adscrita; 
 Conhecer a realidade das famílias; 
 Intervir sobre os fatores de risco que a população está exposta e identificar as mais 
prevalentes; 
 Humanizar as práticas de saúde por meio do estabelecimento de vínculo entre a população e 
o serviço de saúde; 
 Promover acesso aos serviços de saúde; 
 Contribuir para a democratização do conhecimento e processo saúde doença da organização 
do serviço; 
 Fazer com que a saúde seja reconhecida como direito de cidadania, e, portanto, qualidade de 
vida e executar a vigilância, tanto no controle das doenças transmissíveis quanto as doenças 
crônicas; 
 Realizar busca ativa dos casos de notificação compulsória; 
 Estimular a organização da comunidade para o exercício do controle social; 
 Ser um espaço de construção de cidadania. 
 
CONFUSÕES QUANTO A ESF 
 Não realiza consultas médicas domiciliares sem necessidade; 
 Não é a solução para todos os problemas de saúde da comunidade; 
 Não realiza todas as atividades a nível domiciliar; 
 Não é um sistema de resgaste domiciliar para urgência e emergência. 
 
DIRETRIZES OPERACIONAIS 
 Territorialização; 
 Adscrição da clientela; 
 Família como foco de assistência; 
 Vínculo de corresponsabilidade entre profissionais e famílias assistidas; 
 Integralidade, resolubilidade e intersetorialidade das ações – efetividade dos serviços; 
 Estímulo à participação social. 
 
 TERRITORIALIZAÇÃO 
 Ferramenta que visa a compreensão do processo saúde-doença naquela localidade; 
 Discriminar em territórios cada região através de um mapa e distribuí-las entre os ACS; 
 Cada agente comunitário atende, no máximo, 750 pessoas; 
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 Os territórios são divididos de acordo com as unidades de saúde; 
 Territórios: divididos em distrito, área, micro área e moradia; 
 A área deve conter: uma população homogênea em relação aos riscos, uma unidade de 
saúde e o local de atendimento da população adscrita; 
 Os limites da área devem considerar as barreiras físicas (linha de trem, pontes). 
 
 ADSCRIÇÃO DA CLIENTELA 
 As equipes deverão realizar o cadastramento das famílias por meio da visita domiciliar de 
acordo com a área territorial estabelecida; 
 Uma equipe é responsável por uma área onde residam, no máximo, 4000 habitantes. 
 
 FAMÍLIA COMO FOCO DE ASSISTÊNCIA 
 Conhecer as necessidades das famílias; 
 Inserção da família nas Políticas Públicas de Saúde e Sociais (Bolsa Família); 
 Conhecer os programas sociais voltados para a família. 
 
 VÍNCULO DE CORRESPONSABILIDADE ENTRE PROFISSIONAIS E A FAMÍLIA 
 Contribuir para a melhoria na saúde e qualidade de vida das famílias; 
 O profissional deve oferecer atenção humanizada, valorizar a dimensão subjetiva e social de 
suas práticas, conhecer e respeitar a cultura, construção de rede cooperativa e desenvolver 
a autonomia do sujeito, que é o empoderamento para o cuidado de sua própria saúde. 
 
 INTEGRALIDADE, RESOLUBILIDADE E INTERSETORIALIDADE DAS AÇÕES. 
 Sistema de referência e contra referência; 
 É responsabilidade dos profissionais ter o controle dos encaminhamentos. 
 
 ESTÍMULO A PARTICIPAÇÃO SOCIAL 
 A gestão deve favorecer a participação social para planejamento e controle das ações 
previstas na estratégia. 
 
EQUIPE DE SAÚDE BUCAL 
 Portaria 1.444, de 28 de dezembro de 2000: inserção na ESF; 
 Duas modalidades: 
 Modalidade 1: dentista + auxiliar; 
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 Modalidade 2: dentista + auxiliar + técnico de saúde bucal. 
 
ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE DA FAMILIA – PNAB, 2011. 
 Médico e enfermeiro: atendimento a população na Unidade de Saúde ou nos domicílios 
(quando necessário), gestão da ESF, fiscalização dos insumos utilizados e que necessitam ser 
comprados e supervisionar a atuação da auxiliar de enfermagem e do ACS; 
 Agentes comunitários: deve ser morador da região em que atua e conhecer as necessidades 
da área adscrita, captação de pacientes, atualizar cadastros, número de doenças em 
determinadas regiões, número de pessoas em situação de risco, orientar as famílias em 
relação às doenças, informar a equipe sobre a saúde dos indivíduos de determinada região e 
promover saúde; 
 Dentista: 
 Realizar o diagnóstico e perfil epidemiológico da população; 
 Atenção em saúde bucal; 
 Promoção, proteção e prevenção dos agravos dos principais problemas bucais; 
 Procedimentos clínicos (incluindo o atendimento de urgência); 
 Atender a demanda programada e espontânea; 
 Coordenar e programar ações coletivas voltadas à promoção de saúde e a prevenção 
dos problemas bucais; 
 Acompanhar e apoiar o desenvolvimento de atividades referentes à saúde bucal; 
 Supervisionar a ASB e TSB nas atividades desenvolvidas; 
 Participar do gerenciamento de insumos necessários para o funcionamento da UBS. 
 
MODELO MÉDICO CURATIVISTA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA 
Atenção centrada na doença Atenção centrada na saúde 
Atua sobre a demanda espontânea Atua sobre a demanda racional 
Ênfase na medicina curativa Integralidade da assistência 
Indivíduo como objeto de ação Sujeito integrado à família, domicílio e comunidade. 
Baixa complexidade para resolver Otimização da capacidade de resolver problemas 
Saber centrado no dentista Saber e poder centrados nas equipes e comunidade 
Desvinculado da comunidade Vinculado à comunidade 
Relação custo-benefício desvantajosa Relação custo-benefício otimizado 
 
 
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ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO EM NÍVEL LOCAL E POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL 
 
DEMANDA 
 Ir à busca de algo, alguém que precisa de algo; 
 “Um dos principais problemasenfrentados no cotidiano dos serviços de saúde bucal é a 
organização da demanda, em especial nas atividades assistenciais”. 
 
CONCEITOS 
 Demanda espontânea: é o nome dado a qualquer atendimento não programado na Unidade 
de Saúde (US), de acordo com a necessidade espontânea do usuário. 
 Demanda programada: é caracterizada pelo atendimento de pessoas cadastradas, 
previamente agendadas, na área que compõe o grupo priorizado para atenção na unidade de 
saúde e que necessitam de tratamento contínuo. 
 
ORGANIZAÇÃO DA DEMANDA 
 Resolver os conflitos ligados a fatores organizacionais da assistência odontológica; 
 Manter a racionalidade e praticidade do atendimento a grupos priorizados; 
 Não comprometer a universalidade; 
 Manter a característica de um sistema eficaz e resolutivo. 
 
POR QUE ORGANIZAR? 
 Universalidade: estabelecer prioridades e atender a todos; 
 Equidade: tratamentos diferentes para indivíduos iguais; 
 Integralidade: atender todas as necessidades do indivíduo. 
 
COMO ORGANIZAR? 
1. Classificação de risco e situação de vulnerabilidade; 
2. Integralização das ações de saúde bucal a outros profissionais; 
3. Garantir acesso à demanda espontânea; 
4. Acolhimento; 
5. Desenvolver ações programadas (agenda). 
 
 
 
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 1. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE 
OBJETIVOS 
 Interromper a livre progressão da doença nos grupos populacionais e reduzir a incidência; 
 Detectar lesões incipientes e sinais reversíveis mediante diagnóstico precoce e empregar 
tecnologias não invasivas; 
 Limitar o dano; 
 Reabilitar o paciente. 
 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO FAMILIAR 
 Identificação do território e situação de risco biológico, social e ambiental; 
 Trabalho e prostituição infantil; 
 Crianças em idade escolar e fora da escola; 
 Mães/cuidadoras analfabetas; 
 Renda per capita inferior a R$ 90,00; 
 Violência intrafamiliar; 
 Densidade familiar; 
 As famílias que se enquadram nessas situações são de alto risco e deverão ser as primeiras a 
receber ações educativas e triagem dentro do SUS. 
 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO INDIVIDUAL 
 Risco baixo: sem sinais de atividade da doença e sem histórico pregresso de doença; 
 Risco moderado: sem sinais de atividade da doença, mas com histórico pregresso da doença; 
 Risco alto: com atividade da doença, com ou sem histórico pregresso; 
 Ferramenta ímpar para a identificação precoce, controle e prevenção das doenças bucais e 
buscar equidade na atenção básica em saúde bucal; 
 A priorização é feita mediante triagem. 
 
 2. INTEGRALIZAÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE BUCAL A OUTROS PROFISSIONAIS 
 Articulação entre equipe de saúde bucal e o agente comunitário de saúde, para organizar as 
ações de promoção de saúde e prevenção de doenças; 
 Capacitação multiprofissional para atuação interdisciplinar; 
 ESF: médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e agente comunitário; 
 ESB: dentista e auxiliar em saúde bucal // dentista, auxiliar e técnico em saúde bucal; 
 Realização de oficinas e capacitações; 
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 Busca ativa – localização dos grupos vulneráveis; 
 Visitas domiciliares. 
 
 3. GARANTIR O ACESSO A DEMANDA ESPONTÂNEA 
 Os serviços de saúde bucal devem ser organizados de forma a acolher a demanda 
espontânea e os casos de tratamento de urgência; 
 Realizar o levantamento da demanda espontânea para garantir o acesso adequado e incluir 
essa população na agenda e rotina clínica. 
 
 4. ACOLHIMENTO 
“Recepção do usuário, responsabilizando-se integralmente por ele, ouvindo suas queixas, 
permitindo que ele expresse suas preocupações e angústias, garantindo atenção resolutiva e 
articulação com outros serviços de saúde para continuidade da assistência quando 
necessário.” 
 
 Acolhimento: atendimento humanizado em todos os momentos do serviço; 
 Triagem: filtragem de acordo com a oferta de serviços e a necessidade do paciente; 
 Referência: encaminhamento ao CEO ou atendimento hospitalar quando a atenção básica 
não conseguir suprir as necessidades de atendimento; 
 Contra referência: após a resolução dos agravos, o paciente deve retornar a atenção básica 
para conclusão do tratamento. 
 
 5. DESENVOLVER AÇÕES PROGRAMADAS 
 Demanda programada: é o cadastramento dos usuários, respeitando os princípios do 
primeiro contato, da longitudinalidade/continuidade do cuidado, da integralidade do 
cuidado e viabilizar o vínculo com a equipe de saúde bucal; 
 Manutenção de retorno: manter a saúde bucal dos que já tinham e dos que foram tratados; 
 Reforçar o autocuidado; 
 Agenda: ferramenta para planejamento das ações da equipe de saúde bucal; 
 A construção da agenda deve ser pautada nas necessidades da população; 
 Considerar os critérios epidemiológicos das áreas de abrangência; 
 É importante que a equipe aproprie-se do território de abrangência, faça o 
diagnóstico e priorize as necessidades. 
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 O planejamento dos serviços através da agenda é importante para conferir a direção das 
ações, tomada de decisões, racionalização dos procedimentos, organização da rotina de 
trabalho e compartilhamento de responsabilidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL (PNSB) 
 
HISTÓRICO 
 1930: Odontologia de mercado – saúde para os trabalhadores de carteira assinada; 
 1950: Odontologia sanitária e sistema incremental – atendimento prioritário para escolares; 
 1970: Odontologia simplificada e integral – redução de custos, procedimentos básicos e 
ampliação na quantidade de atendimentos; 
 1980/90: Programa de Inversão da Atenção: “primeiro cura, depois controla” – alicerçada em 
três pilares: estabilização, reabilitação e declínio; 
 2000: Equipe de Saúde Bucal na ESF; 
 2004: Política Nacional de Saúde Bucal: “Brasil Sorridente” 
 
DEFINIÇÃO 
“Constitui uma série de medidas que vai viabilizar ações de promoção, prevenção e recuperação de 
saúde.” 
 
PRINCIPAIS LINHAS DE AÇÃO DA PNSB 
 Reorganização da atenção básica; 
 Ampliação e qualificação da atenção especializada. 
 
PRESSUPOSTOS DA PNSB 
 Cuidado com o eixo de orientação do modelo; 
 Humanização do processo de trabalho – acolhimento; 
 Corresponsabilização dos serviços – serviço eficiente e resolutivo; 
 Desenvolvimento de ações voltadas para a linha de cuidado; 
 Utilizar a epidemiologia e as informações sobre o território para subsidiar o planejamento; 
 Acompanhar as ações de saúde por meio de indicadores; 
 Definir políticas de educação permanente para os trabalhadores de saúde bucal (UnASUS). 
 
PRINCIPIOS NORTEADORES DAS AÇÕES 
 Universalidade, equidade e integralidade; 
 Gestão participativa; 
 Acesso aos níveis de atenção; 
 Acolhimento; 
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 Vínculo profissional – paciente – Unidade de Saúde da Família; 
 Responsabilidade profissional (atendimento resolutivo); 
 Processo de trabalho e interdisciplinaridade; 
 Integrar as ações de atenção; 
 Ampliação e qualificação da assistência. 
 
MODELO DE ATENÇÃO INTEGRAL 
 Ações de promoção e proteção à saúde 
 Desenvolvidas na atenção básica; 
 Reduzir fatores de risco; 
 Realizar ações educativas e preventivas (fluoretação das águas, educação em saúde, 
higiene bucal supervisionada,aplicação tópica de flúor); 
 Autonomia do indivíduo: empoderamento para manter a própria saúde. 
 
 Ação de recuperação 
 Desenvolvidas na atenção básica; 
 Diagnóstico precoce e tratamento de doenças; 
 Recuperação parcial ou total da capacidade perdida – média complexidade (CEO) 
 
 Ação de reabilitação 
 
CENTRO DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS – CEO 
 Atenção de média complexidade; 
 O Ministério da Saúde subsidia a implantação e custeio do CEO; 
 Quando a produção mínima mensal não é atingida por dois meses consecutivos ou três 
meses alternados, no período de um ano, o incentivo é suspendido até a regularização da 
produção. 
 
 ATIVIDADES REALIZADAS 
 Diagnóstico bucal, com ênfase no diagnóstico e detecção do câncer bucal; 
 Periodontia especializada; 
 Cirurgia oral menor dos tecidos moles e duros; 
 Endodontia; 
 Atendimento a portadores de necessidades especiais. 
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 TIPOS DE CEO 
 Tipo I: 3 cadeiras odontológicas – incentivo de custeio mensal de R$ 8.250,00 
 Tipo II: 4 a 6 cadeiras odontológicas – R$ 11.000,00 
 Tipo III: acima de 7 cadeiras odontológicas – R$ 19.250,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FINANCIAMENTO DO SUS 
Colaboração: Lia Kobayashi 
 
 Orçamento próprio da Seguridade Social: Constituição de 1988; 
 Parcela da receita de concursos de prognósticos e receitas próprias; 
 Contribuição sobre a folha de pagamento das empresas; 
 Aporte de outros impostos para complementar o financiamento; 
 Obrigatoriedade dos estados e municípios participarem do financiamento do SUS. 
 
DETERMINAÇÕES LEGAIS DO SUS 
 NOB 91: repasse financeiro estadual e municipal por produção de serviços; 
 NOB 93: necessidade de municipalização (descentralização); 
 NOB 96: redefine as responsabilidades dos estados e da União, criação do piso da atenção 
básica e recursos específicos para financiar o PACS e PSF; 
 NOAS 01/01: reconhecimento da regionalização da atenção à saúde e garantia do acesso a 
média e alta complexidade, na tentativa de organizar a demanda regionalmente; 
 NOAS 01/02: regulação da assistência, visando garantir ações integrais e resolutivas; 
 Pacto pela Saúde 2006: estratégia para a racionalização das ações e serviços em saúde; 
 Emenda constitucional nº 29, de 13 de setembro de 2000: 
 Regulamentada pela Lei Complementar 141/2012; 
 União: valor empenhado em saúde no exercício financeiro anterior + variação 
nominal do PIB (até 2015). 
 
DE ONDE VEM O RECURSO? 
Município: 15%, arrecadação própria, transferências constitucionais e legais; e transferências do SUS; 
Estado: 12%, arrecadação própria, transferências constitucionais e legais; e transferências do SUS; 
União: Atualmente direciona aproximadamente 13,5%; até 2020 terá que direcionar 15%. 
 
PACTO PELA SAÚDE, 2006. 
 Pela Vida: promoção da saúde e fortalecimento da atenção básica; 
 Pela Defesa do SUS: acolhimento da inserção da população no processo decisório em saúde; 
 Pela Gestão: diretrizes para gestão do sistema nos aspectos de descentralização, 
regionalização, financiamento, planejamento, programação pactuada e integrada, regulação, 
participação social e gestão do trabalho e da educação na saúde. 
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MUDANÇAS NO FINANCIAMENTO 
Organizados e transferidos em blocos: 
 Atenção Básica: recurso fixo baseado na quantidade de habitantes; 
 Média e alta complexidade: recursos separados; 
 Vigilância em Saúde: levantamento dos procedimentos realizados; 
 Assistência farmacêutica: gastos com medicamentos; 
 Gestão do SUS: variável, recebe quando há investimento em bens de capital; 
 Investimento na rede de serviços de saúde: custeio e complemento de renda; 
 A União, representada pelo Fundo Nacional de Saúde, transfere recursos para o Fundo 
Estadual de Saúde e Fundo Municipal de Saúde; 
 Os recursos destinados a cada bloco não podem ser redistribuídos entre eles. 
 
FINANCIAMENTO 
 Corresponsabilidade das três esferas de gestão; 
 Transferências mensais, regulares e automáticas; 
 Conta específica para cada bloco e/ou componente do financiamento; 
 Repasse fundo a fundo como modalidade preferencial de transferência de recursos. 
 
FINANCIAMENTO DA SAÚDE BUCAL 
 
Incentivo financeiro Federal 
 Equipe de Saúde Bucal 
 Laboratório de Prótese 
 CEO 
 
Incentivo financeiro Estadual 
 Programa Sorria SP: recurso para cidades com baixo IDH, condições precárias observadas 
pelos indicadores sociais e pequeno porte populacional; 
 Incentivo de implantação: R$ 10.000,00; 
 Incentivo de custeio anual: R$ 36.000,00; 
 
 
 
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IMPLICAÇÕES JURÍDICAS DO NÃO CUMPRIMENTO 
 Ministério da Saúde monitora e avalia a aplicação dos recursos mínimos no SUS > Sanções > 
Intervenção OU Ciência ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público (a retenção de 
recursos mínimos configura crime de responsabilidade) OU Retenção de parcelas e fundos de 
participação. 
 
INSTRUMENTOS DE ACOMPANHAMENTO 
 Plano de Saúde: análise populacional para verificar o que causa o adoecimento e planejar as 
ações de saúde e destino dos recursos; 
 Relatório Anual de Gestão: prestação de contas do que foi desenvolvido; 
 Audiência pública; 
 Indicadores: condição de saúde antes e após as ações de saúde realizadas; 
 SIOPS: monitoramento do perfil gasto com ações e serviços públicos de saúde.

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