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FACULDADE ESTACIO

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FACULDADE ESTACIO – NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA-NPJ
CARGA HORÁRIA: 3 HORAS
ENTRAGA: 01/11/2017
PROFESSOR: THIAGO
ALUNA: MARIA APARECIDA GOMES DE OLIVEIRA
 ATIVIDADE:
 
GUARDA
Concessão da guarda para pessoa diversa dos pais
A legislação prevê algumas hipóteses em que a criança ou o adolescente pode ser colocado sob a guarda de uma pessoa que não seja nem seu pai nem sua mãe.
A concessão da guarda é uma das formas de colocação do menor em família substituta, sendo concedida quando os pais não apresentarem condições de exercer, com plenitude, seus deveres inerentes ao poder familiar, seja por motivos temporários ou permanentes.
HIPÓTESES
Existem três hipóteses em que a guarda poderá ser deferida a outras pessoas que não sejam os pais da criança ou adolescente:
a) quando tramitar processo judicial para que a criança ou adolescente seja adotado ou tutelado, situação em que poderá ser colocado, liminar ou incidentalmente, sob a guarda do adotante ou tutor (art. 33, § 1º do ECA). Nesse caso, a guarda destina-se a regularizar juridicamente a situação de quem já está, na prática, cuidando do menor. O ECA fala que a guarda “destina-se a regularizar a posse de fato”;
b) quando essa transferência da guarda for necessária para atender a situações peculiares ou para suprir a falta eventual dos pais ou responsável (art. 33, § 2º do ECA). Ex: pais irão fazer uma longa viagem para o exterior, ficando a criança no Brasil;
c) quando o juiz verificar que nem o pai nem a mãe estão cumprindo adequadamente o dever de guarda do filho, situação em que deferirá a guarda à pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade (art. 1.584, § 5º do CC).
ESPÉCIES DE GUARDA:
A lei confere aos pais, em igualdade de condições, a autoridade parental, também, denominada poder familiar. Trata-se de um poder natural de proteção e cuidado da prole. Assim, os filhos ficam sujeitos a esse poder até que completem a maioridade, momento no qual cessa automaticamente.
A guarda é um dos atributos do poder familiar. É a prerrogativa de manter o menor sob sua dependência sociojurídica, constituindo-se, ademais, em um dever jurídico que implica proteção, cuidado, vigilância e ampla assistência.
O exercício da autoridade parental e da guarda cabe precipuamente a ambos os genitores, os quais devem exercê-lo com zelo e responsabilidade, durante o casamento e também após o término da relação conjugal.
O princípio basilar que rege o Direito de Família também se aplica ao instituto da guarda, qual seja, o melhor interesse da criança. Nesse sentido, havendo divergência, a guarda é atribuída à pessoa que detém as melhores condições de atender às necessidades e urgências de uma criança, podendo ser o pai, a mãe ou até mesmo um terceiro.
O nosso ordenamento jurídico prevê duas modalidades de guarda, ou seja, unilateral e compartilhada.
A guarda unilateral é exercida exclusivamente por uma pessoa. O guardião tem a posse física e jurídica do menor e, por conseguinte, o direito de reger e dirigir a sua educação, bem como decidir todas as questões relativas à vida da criança. Ao outro genitor, cabe o direito de supervisionar o exercício da guarda e conviver com o filho.
Esse modelo de guarda exclusiva, em geral, é impróprio e não atende prioritariamente aos interesses do menor, pois possibilita que o genitor guardião atue de forma arbitrária, impedindo que o outro genitor cumpra seus deveres parentais e conviva efetivamente com o filho.
Sabe-se que as funções paternas e maternas são complementares, de tal sorte, não se pode simplesmente dispensar o vínculo e envolvimento de um dos pais, tão essenciais à formação do caráter dos filhos.
Já a guarda compartilhada é exercida conjuntamente – ao mesmo tempo – por duas pessoas. Nessa modalidade, os menores permanecem sob a autoridade de ambos os genitores e esses serão corresponsáveis legais pela tomada de todas as decisões relativas à vida dos filhos (bem-estar, proteção, segurança, educação, formação religiosa, tratamentos de saúde, alimentação, viagens de lazer e férias), tal como se casados fossem. Sem dúvida, esse tipo proporciona uma educação mais rica e coerente.
Importante registrar que, ao contrário do que equivocadamente se pensa, nesse tipo de guarda, não há divisão equânime do tempo de permanência com o filho, isto seria guarda alternada, ainda não prevista na nossa legislação.
O que se compartilha é a guarda jurídica da criança. Não há, repita-se, revezamento/alternância de residências. Pelo contrário, é salutar que se estabeleça uma residência única e fixa como domicílio do menor para que este organize sua rotina doméstica e escolar e estabeleça relações sociais do modo mais estável possível.
A propósito, a Lei 13.058, de 2014, estabeleceu como regra prioritária a guarda compartilhada, com isso, visando assegurar o eficaz exercício parental, com a participação plena e contínua de ambos os genitores.
Destaque-se, por fim, que o artigo 229 da Constituição Federal determina o dever dos pais de criarem, educarem e assistirem os filhos, independentemente da condição conjugal e da modalidade de guarda: “Artigo 229 – Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores [...]”.
Desse modo, estando ambos os genitores aptos a exercerem as funções parentais, não mais se justifica a fixação da guarda unilateral, que, agora, é medida de exceção.

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