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AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE


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MERETISSÍMO JUÍZO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO – TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO.
PAULO CASTRO, brasileiro, solteiro, (profissão), (identidade), (CPF), (e-mail), (endereço), (bairro), Rio de Janeiro, (CEP), vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, bastante procurador infra-assinado, conforme instrumento de procuração em anexo, propor o que segue AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
Em face de SILVIA BRANDÃO, brasileira, solteira, desempregada, (identidade), (CPF), (e-mail), (endereço), (bairro), Rio de janeiro, (CEP), pelos motivos de fato e de direito a expor:
DAS INTIMAÇÕES E NOTIFICAÇÕES
Requer que todas as intimações e notificações sejam remetidas para a Av..., N°..., – Bairro – Cep: XX,XXX-XXX – Rio de Janeiro/RJ. Fone: (xx) xxxx-xxxx / xxxx-xxxx – email: contato@linsadvocacia.com.br, inscrito na OAB/RJ sob o nº..., sob pena de nulidade do ato, conforme os termos do § 1º do artigo 236 do CPC e entendimento jurisprudencial dos Tribunais de Justiça deste País.
DA JUSTIÇA GRATUITA
Inicialmente requer os benefícios da gratuidade de justiça, consoante dispõe o artigo 790, §3º da CLT e artigo 4º da Lei 1060/50, haja vista que o demandante é pessoa pobre na forma da Lei, não tendo condições de arcar com as custas do processo sem prejuízo do seu sustento e de sua família, razão pela qual se requer os benefícios da Justiça Gratuita. Fazendo tal declaração ciente dos termos da lei.
DA PRELIMINAR
Ao tratar da manutenção e da reintegração de posse, se a petição inicial estiver devidamente instruída o Juiz deve deferir em caráter de liminar a manutenção ou a reintegração da posse, como dispõe o Código de Processo Civil:
“Art. 562.  Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. ”
 Ora Ex. ª, entendemos que o deferimento de medida liminar de natureza possessória, nos termos dos artigos 554 e seguintes do NCPC, fica à deriva da comprovação do implemento dos requisitos do artigo 561 do referido Diploma Legal, independentemente de restarem configuradas as condições do artigo 300 do NCPC.
(jurisprudencia)
DOS FATOS
O demandante e a demandada mantiveram união estável entre janeiro de 2007 e dezembro de 2014, quando decidiram separar-se. O período de convivência não foi antecedido de qualquer convenção sobre o regime de bens dos companheiros. 
Como não haviam adquirido quaisquer bens durante aquele período, e como a demandada, ao tempo da separação, se achava desempregada, o demandante anuiu à permanência da mesma, por tempo indeterminado, no imóvel que até então servira de residência aos companheiros, situado no Rio de Janeiro. Tal imóvel fora adquirido pelo demandante, mediante pagamento integral do preço, no ano de 1997. 
O demandante retirou-se do imóvel, passando a morar em outro, tomado por ele em locação. Passados mais de dois anos do fim da união estável, o mesmo promoveu a notificação extrajudicial de sua ex-companheira, exigindo-lhe a desocupação, no prazo de quinze dias, do imóvel situado no Rio de Janeiro. 
A notificação foi efetivamente recebida pela demandada e o prazo concedido na notificação extrajudicial já se expirou, sem que a mesma tenha deixado o imóvel. 
Não tendo seu imóvel devolvido, não restou alternativa, a não ser propor a presente demanda para ter sua posse devidamente restituída.	
DO DIREITO
O legislador, no nosso Código Civil, entendeu por bem assegurar a todo aquele que tiver sido privado de sua posse, injustamente, por violência, clandestinidade ou precariedade, o direito de nela ser restituído. Vejamos:
“Art.1196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade”.
Não resta dúvida quanto a posse legítima da demandada até o momento em que o proprietário reivindicou sua posse. No entanto teve sua posse esbulhada no momento em que a demandada se rejeitou a entregar o imóvel. Vejamos o que diz o Art. 1.210:
“Art.1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receito de ser molestado”. (grifei)
O Código de Processo Civil, por sua vez, confirma a vontade do legislador conferindo ao possuidor esbulhado o direito de ser reintegrado na posse perdida injustamente. In Verbis: 
“Art. 560.  O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho. ”
Mediante provas anexadas aos autos do processo, não resta dúvida quanto a posse INCONTESTÁVEL do demandado. Cujo ônus de provar lhe é imposto pelo Art. 561 do NCPC. Vejamos:
“Art. 561.  Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração. ”
Analisando o processo verifica-se que a parte autora cumpriu com todos os requisitos acima, não havendo motivos, para que não julgue PROCEDENTE a referida ação. A posse do requerente está mais do que comprovada mediante os documentos que acompanham a inicial.
O esbulho sofrido está devidamente caracterizado, pelos fatos acima narrados, que poderão ser comprovados pelas testemunhas durante a instrução processual.
Para que alguém seja considerado possuidor de determinado bem, não é necessário que exerça a posse direta sobre ele, sendo completamente aceitável que pratique somente alguns dos poderes inerentes ao domínio. Portanto, no caso em tela, o autor é, juridicamente, possuidor do aludido imóvel, posto que, apesar de passar algum tempo sem o ocupar, podia dele dispor, tendo, por conseguinte, legitimidade para propor ação possessória sempre que temer ou sofrer moléstia em sua posse. A jurisprudência já é pacifica, nesse sentido. Vejamos:
E M E N T A – APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE – POSSE ANTERIOR E ESBULHO NÃO COMPROVADOS – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO DESPROVIDO. Não procede a ação de reintegração de posse, por faltar-lhe os requisitos ínsitos no art. 927 do CPC, quando não comprovado pelo autor a posse anterior sobre o imóvel reintegrando.
(TJ-MS - APL: 00395758520128120001 MS 0039575-85.2012.8.12.0001, Relator: Des. Marcelo Câmara Rasslan, Data de Julgamento: 21/02/2017, 1ª Câmara Cível, Data de Publicação: 24/02/2017)
APELAÇÃO CÍVEL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. COMODATO VERBAL. Sentença que reintegra os autores na posse. Tem legitimidade para propor ação de reintegração de posse aquele que detinha a posse, entendendo-se esta como situação fática. Por se tratar de contrato de comodato, o esbulho é caracterizado pelo descumprimento da notificação para que o comodatário deixe o imóvel, no prazo determinado. Autores comprovaram a posse anterior e a notificação extrajudicial aos réus, demonstrado seu interesse em reaver a posse do imóvel. Preenchidos os requisitos previstos no artigo 927 do C.P.C., a ensejar a concessão da medida. NEGADO PROVIMENTO ao recurso.
					
DO NÃO INTERESSE EM CONCILIAR
A parte autora não tem interesse em conciliar.
DO PEDIDO
Ante o exposto requer:
O deferimento da liminar de reintegração, do imóvel a qual sofreu turbação, para que a posse seja devolvida ao demandante, cessando então a situação de esbulho, nos termos do arti. 562 do CC; A aplicação de multa diária, caso a demandada proceda com atos que turbe a posse do demandante;
A devida citação e intimação da demandada, para que conteste a ação no prazo de 15 (quinze) dias com fulcro no Art. 563 do CPC, sob pena de ser decretada sua revelia;
-Com base na declaração acostada aos autos e contracheques atualizados do demandante, e com base no art. 98, caput do CPC/2015, em consonância com o art. 5º LXXIV DA CF/88, sejaDEFERIDA a benesse da Justiça Gratuita;
 Ao final que seja dada total procedência a presente demanda, tornando definitivos os efeitos antecipados em caráter de liminar;
A condenação da ré ao pagamento de custas, despesas processuais e honorários advocatícios, nos termos do artigo 85 CPC/2015.
DOS REQUERIMENTOS FINAIS
Protesta o autor em provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, em especial a oitiva de testemunhas ao final arroladas.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de avaliação do imóvel: R$ ______
Nestes Termos
Espera deferimento
Porto Alegre, 05 de Abril de 2017.
JONATHA LINS SILVA DOS SANTOS
(OAB/)
TESTEMUNHA 1:
TESTEMUNHA 2:
TESTEMUNHA 3: