Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAUCAIA- CE. SÓCRATES, nacionalidade, estado civil, jornalista, RG...,CPF..., residente e domiciliado à Rua..., Caucaia- CE, por meio de seu procurador que ao final subscreve (procuração anexa), vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO LIMINAR, em face de PESSOA DESCONHECIDA que se encontra no imóvel situado à Rua..., Fleixeiras-CE, razão pela qual, desde já, requer que a invasora seja citada no local, bem como identificada, via oficial de justiça, com fundamento no art. 554 e seguintes do Novo Código de Processo Civil, pelos seguintes fatos de direito a seguir expostos. I- DOS FATOS. O Autor é proprietário de um imóvel de lazer no litoral, localizado Em Fleixeiras-Ce, conforme se observa pela matrícula nº: XXXXXXXXX. (Documento em anexo). Como há muito tempo não ia mais ao local, acabou por locar o imóvel. Após a temporada de aluguel, o imóvel apresentava-se foi desocupado há 10 meses. No ultimo final de semana, o jornalista recebeu ligação de uma vizinha informando sobre a invasão ocorrida, já a aproximadamente seis meses, deste seu imóvel, fato pelo qual foi realizado boletim de ocorrência e, posteriormente, uma conversa onde Sócrates pediu amigavelmente que os invasores saíssem, mas foi ignorado pelo Réu, sob a justificativa de que, por não ter para onde ir, ficaria no local, já que o imóvel permanecia vazio. Tendo em vista a permanência do invasor no imóvel, deixando o real proprietário sem sua posse, e em razão de infrutíferas tentativas de composição amigável não resta alternativa a não ser a intervenção do judiciário. II- DO DIREITO. O Código Civil garante ao possuidor o direito de restituição de bem que lhe seja esbulhado: “(...) Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho (...)”. A novel legislação processual civil, regulando o exercício do direito acima, também disciplinou o direito do possuidor a ser reintegrado de sua posse em caso de esbulho (NCPC, art. 560), incumbindo ao autor da ação de reintegração de posse, qual seja, aquele que sofreu o esbulho, provar: “Art. 561 (...) I – a sua posse; II – a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III – a data da turbação ou do esbulho; IV – a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração (...)”. A posse do imóvel acerca do qual se funda a demanda está devidamente comprovada pela certidão anexa, expedida pelo cartório de registro de imóveis de Caucaia/CE, atestando a regularidade do registro do imóvel em nome do autor da presente ação (matrícula do imóvel - nº. Xx. Xxx), documento que, segundo a jurisprudência, é bastante para tal finalidade: “(...) IMÓVEL. PROPRIEDADE. REGISTRO (...) A propriedade de bem imóvel se dá através da certidão do cartório de registro de imóveis do respectivo imóvel” (TJMG, proc. 1.0024.10.184017, Rel. Des. Antônio Bispo, DJ de 07/07/2014). “(...) AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE (...) CONSTRUÇÃO IRREGULAR DE MURO DIVISÓRIO - ESBULHO POSSESSÓRIO - PEDIDO PROCEDENTE - DECISÃO MANTIDA (...) Evidenciado que os apelantes invadiram parte do terreno que sempre esteve na posse dos apelados (...) tem-se que a inspeção judicial realizada, assim como as fotografias juntadas aos autos, figuram como elementos suficientes para a constatação de que houve esbulho possessório” (TJMG, proc. 1.0287.05.022387- 7/001, Des. Rel. Batista de Abreu, DJ de 03/06/2013) - grifei. “(...) AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - COMPROVAÇÃO DA POSSE (...) PROVA DO ESBULHO – EXISTÊNCIA (...) Restou demonstrado, ainda, o esbulho, conforme boletins de ocorrência anexados aos autos, nos quais restou consignado que os réus colocaram aproximadamente 2.000 tijolos no lote das autoras e cercaram parte do imóvel, começando, posteriormente, a edificar uma casa” (TJMG, proc. 1.0433.12.015545-5/003, Rel. Des. Eduardo Mariné da Cunha, DJ de 12/02/2016). Portanto, preenchidos os requisitos a procedência da ação é medida de inteira justiça. III – DO CABIMENTO DE PEDIDO LIMINAR. Disciplina o art. 562, caput, do NCPC, no que atina aos temas “manutenção e reintegração de posse”, que, “(...) Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração (...)”. Ainda, havendo comprovação da posse, do esbulho, da data de sua ocorrência, bem como da perda da posse, o que restou comprovado na vestibular, é cediço que seja cabível a concessão de pedido liminar de reintegração de posse, conforme já decidiu o egrégio Tribunal de Justiça do Ceará: “(...) REINTEGRAÇÃO DE POSSE - PROVA DA POSSE E DO ESBULHO PRESENTES - LIMINAR – POSSIBILIDADE - Existindo a comprovação da posse, do esbulho, da data da sua ocorrência, bem como da perda da posse, nos exatos termos do artigo 927 do CPC, cogente resta a concessão de liminar de reintegração de posse” (TJMG, proc. 1.0433.15.026671-9/001, Rel. Des. Pedro Aleixo, DJ de 18/03/2016). Alinha-se ao entendimento jurisprudencial acima, também, a doutrina, a qual assevera que, cuidando-se de ação de força nova (posse nova), cabível é a expedição de mandamus para o fim de reintegração imediata da posse esbulhada ou turbada, antes mesmo da citação do réu, bastando aparentar que os fatos tenham se dado como narrados na petição inicial, não se exigindo, numa primeira ocasião, prova inconteste e definitiva da adequação aos requisitos do provimento definitivo da reintegração de posse, porquanto, na primeva oportunidade, não haveria elementos para tanto. Neste prisma: “(...) O que diferencia as ações de força nova e velha é que somente naquelas o juiz pode conceder liminar (...) A cognição para o deferimento da liminar será ainda superficial, pois o juiz só terá tido oportunidade de examinar os elementos trazidos pelo autor. Portanto, não cabe exigir, aqui, prova cabal e definitiva do preenchimento dos requisitos, bastando a plausibilidade de que os fatos tenham ocorrido tal como descritos na inicial (...) A medida não é providência acautelatória. (...) O que ela faz é atender, ainda que em caráter provisório, a pretensão do autor, satisfazendo e antecipando os efeitos do provimento final. Assim, se o autor requerer a reintegração da posse, a concessão de liminar será bastante para que o autor já recupere, desde logo, a posse perdida (...)” (GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Procedimentos especiais – 10. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2012 – Sinopses jurídicas; v. 13, p. 71) . IV- DOS PEDIDOS. Ante o exposto, requer: a. Inicialmente diante da presença dos requisitos, seja concedida a liminar, inaudita altera parte, com expedição do mandado de reintegração, para que o autor volte a ter sua posse; b. Caso, V. Exa. entenda necessário, que antes da apreciação de liminar seja realizada audiência de justificação, 562 CPC; c. Que seja a ré ou qualquer ocupante do imóvel, citada por oficial de justiça, para, querendo, oferecer defesa ou comparecer a audiência de justificação, sob pena de revelia; d. No Mérito, seja confirmada a liminar e julgamento totalmente procedente do pedido desta demanda, com a consequente reintegração do autor na sua posse; e. Seja o réu condenado ao pagamento das custas judiciais o ônus de sucumbência; f. Requer provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, especialmente documentos acostados na exordial. Dá-se á causa, nos termos da lei, o valor de ... (valor do imóvel). Nestes Termos, Pede Deferimento. Local e data. Advogado/OAB.
Compartilhar