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09/09/2015 1 Urgências e Emergências – Aula II Emergências Respiratórias Conceito • Em relação às emergências, uma das situações mais comuns é aquela ligada às alterações da respiração. • Os pacientes com esta apresentação clínica requerem diagnóstico rápido e preciso, bem como um tratamento eficaz, pois a perda da capacidade de ventilar adequadamente ou de fornecer oxigênio aos tecidos é uma ameaça vital e grave ao organismo humano. • As infecções respiratórias primárias, como bronquite, broncopneumonia e outras formas de pneumonia, constituem lugar comum na prática diária do profissional de saúde. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Revisão anatomo-fisiológica • O conjunto de órgãos responsáveis pela respiração, é o sistema respiratório. • Estes órgãos são: nariz, cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia, brônquios e pulmões. • O nariz, a cavidade nasal, a traqueia e os brônquios principais constituem as vias aéreas superiores. • As vias aéreas inferiores são um conjunto de condutos que permitem a passagem do ar inspirado ou expirado desde a traqueia até os bronquíolos terminais. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Revisão anatomo-fisiológica • As células do corpo derivam a energia que precisam da oxidação de carboidratos, lipídeos e proteínas. Da mesma maneira que ocorre com qualquer tipo de combustão, esse processo requer oxigênio. Determinados tecidos vitais com os do cérebro e coração não conseguem sobreviver por muito tempo sem o suprimento constante de O². Entretanto, como resultado da oxidação nos tecidos corporais, o dióxido de carbono é produzido e deve ser removido das células para evitar o acúmulo de produtos residuais. O sistema respiratório realiza essa função ao facilitar os processos de sustentação de vida, como transporte de O², respiração, ventilação e a troca gasosa. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira 09/09/2015 2 Situações clínicas/patológicas • Bronquite: inflamação aguda ou crônica dos brônquios com produção excessiva de muco. Apresenta como sintoma, mal-estar geral, rouquidão, febre, tosse de início seca e produtiva, que se propaga em várias semanas ou até anos e que pode reincidir. • Enfisema pulmonar: é o acúmulo de ar entre as camadas que revestem os pulmões, podendo ocorrer dilatação dos pulmões. Apresenta como sintoma dificuldade respiratória, ruidosa, cianose de extremidades, cefaleia, fraqueza e até confusão mental. É a doença respiratória mais grave, pois pode trazer consequência cardíaca. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Situações clínicas/patológicas • Asma brônquica: doença que se caracteriza pela dificuldade respiratória e obstrução dos bronquíolos (vias aéreas inferiores). Apresenta como sintoma sensação de peso no peito, tosse seca, ansiedade, dificuldade respiratória, sudorese, palidez, “chiados” no peito. • Bronqueolite: doença inflamatória aguda que afeta as vias aéreas inferiores, fato que pode provocar a obstrução das veias de menor calibre. É mais comum em crianças com idade inferior a 2 anos, sendo mais incidente entre os 2 e 6 meses de vida. Apresenta como sintoma hiperventilação, fadiga respiratória e apneia. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Intervenção extra-hospitalar • Manter a vítima com a cabeceira elevada, possibilitando maior ventilação das vias aéreas; • Se a vítima já faz uso de algum “spray” para crises, administrá-los com eficiência, verificando se a inalação foi feita corretamente; • Providenciar seu transporte para um posto médico ou hospital para que possa ser atendida, não havendo complicações do quadro. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Intervenção hospitalar • Manter o paciente em posição Fowler; • Tranquilizar o paciente, orientando-o sobre o que esta ocorrendo; • Administrar medicamentos e inalações, C.P.M.; • Observar os horários de administração de medicamentos, para que o ciclo deles não seja prejudicado; • Verificar e anotar sinais vitais com atenção especial à respiração; • Oferecer dieta leve e anotar a aceitação; • Orientar quanto ao repouso nas primeiras horas até que a crise se estabilize; Prof. Dr. Douglas David de Oliveira 09/09/2015 3 Intervenção hospitalar • O acesso venoso fica comprometido durante o pico da crise; deixar sempre em acesso sorolizado e o material disponível para novas punções, se necessário; • Dar segmento ao plano de cuidados elaborado pelas equipes médica e de enfermagem. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Situações clínicas/patológicas • Epistaxe ou hemorragia nasal: caracterizada pela saída de sangue abruptamente pelas narinas, sem causa aparente, mas comum em crianças. Já no adulto pode estar associada ao quadro de hipertensão. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Intervenção extra-hospitalar • Colocar a vítima sentada; • Orientá-la para permanecer com a cabeça fletida para baixo, para frente; • Retirar os coágulos do nariz com auxílio de cotonetes, ou pedir para que a vítima assoe o nariz, sem esforços, sendo uma narina de cada vez; • Comprimir a ponta do nariz com os dedos por 5 minutos. Orientar para que a vítima respire pela boca; • Se não cessar, molhar um pedaço de algodão em água fria e comprimir contra as narinas por cinco minutos; • Procurar serviço médico mais próximo. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Intervenção hospitalar • Manter o paciente sentado com a cabeça fletida para baixo; • Fazer compressa fria com S.F. 0,9% nas narinas; • Verificar e anotar sinais vitais; • Observar e anotar aspecto de sangramento e sua duração; • Administrar medicação C.P.M; • Dar continuidade ao plano de cuidados traçados pelas equipes médica e de enfermagem. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira 09/09/2015 4 Situações clínicas/patológicas • Edema de glote: é a consequência de algum processo em que ocorre reação alérgica, dilatação dos vasos sanguíneos ocorrendo edema da membrana (glote), obstruindo a passagem do ar e, consequentemente, a respiração. Os principais sinais e sintomas do edema de glote é a falta de ar ou a incapacidade de respirar. Podem ocorrer outras manifestações alérgicas, tais como edema dos lábios e da face, placas vermelhas e pruriginosas pelo corpo, as extremidades podem estar cianóticas como resultado da falta de oxigênio disponível no sangue. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Intervenção hospitalar • Procurar socorro médico imediato, pois pode levar à morte; • Os medicamentos a serem administrados só podem ser feitos no ambiente hospitalar; • Manter a vítima em decúbito elevado. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Intervenção hospitalar • Manter material de traqueostomia disponível e de fácil acesso; • Providenciar acesso venoso rápido e de grosso calibre; • Administrar medicamentos de emergência C.P.M.; • Administrar O² sob cateter nasal após desobstrução da via; • Prosseguir com os planos de cuidados elaborados pelas equipes médica e de enfermagem. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Situações clínicas/patológicas • Embolia pulmonar: acomete principalmente os idosos. Geralmente, um êmbolo é constituído por um coágulo sanguíneo, mas pode também existir êmbolos gordurosos, de líquido amniótico, da medula óssea, um fragmento de tumor ou uma bolha de ar que se desloca do ponto de origem e atinge a corrente sanguínea até obstruir um vaso sanguíneo. A embolia pulmonar consiste na obstrução repentina de uma artéria pulmonar causada por um êmbolo. É possível que os pequenos êmbolos não causem sintomas, mas a maioria provoca dispneia.Prof. Dr. Douglas David de Oliveira 09/09/2015 5 Intervenção hospitalar • Os analgésicos e anticoagulantes, como a heparina, podem ser utilizados para evitar o aumento de volume dos coágulos sanguíneos existentes e para prevenir a formação de novos coágulos. A heparina, administrada por via endovenosa, promove um efeito rápido. A manutenção do efeito anticoagulante é obtida por meio da administração de varfarina por via oral para o uso prolongado. Os fármacos trombolíticos são substâncias que dissolvem o coágulo como a estreptoquinase, a uroquinase ou o ativador do plasminogênio tecidual. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Situações clínicas/patológicas • Insuficiência respiratória aguda (IRA): é uma deterioração súbita e fatal da função da troca gasosa do pulmão. Ela acontece quando a troca de oxigênio por dióxido de carbono nos pulmões não consegue acompanhar a taxa de consumo de oxigênio e de produção de dióxido de carbono nas células do corpo. Isto resulta em uma queda na pressão arterial de oxigênio (hipoxemia) e em um aumento na pressão arterial de dióxido de carbono (hipercapnia). Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Situações clínicas/patológicas • As causas da IRA podem ser tóxicas: depressão do (SNC); por fraqueza dos músculos ventilatórios, uso de praguicidas, relaxantes musculares, em picadas de ofídios; devido a (SARA); edema pulmonar; aspiração pulmonar; inalação de fumaça. E as causas não tóxicas: asma brônquica; bronquiectasia; edema pulmonar (não tóxico); trauma torácico; pneumonia; embolia pulmonar e obstrução das vias aéreas superiores. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Situações clínicas/patológicas • Doenças que causam obstrução das vias aéreas: Asma brônquica, infecções, bronquiolite e inalação de substâncias químicas; • Doenças que causam infiltração do parênquima: a mais comum é a pneumonia, mas encontra-se as reações imunológicas a fármacos, parasitas migratórios ou leucoaglutinas. • Doenças que causam edema pulmonar: Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), insuficiência ventricular esquerda. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira 09/09/2015 6 Situações clínicas/patológicas • Doenças vasculares pulmonares: embolias pulmonares gordurosa e por agregados fibrino-plaquetários durante a coagulação intravascular. • Doenças da parede torácica e da pleura: lesões da parede torácica, traumas (fraturas de costelas) e pneumotórax espontâneo ou traumático. • Distúrbios do sistema neuromuscular: uso de sedativos ou agentes anestésicos, depressão dos estímulos respiratórios como nos tumores; Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Situações clínicas/patológicas • A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): é o termo utilizado para descrever uma obstrução das vias aéreas devido à bronquite crônica ou ao enfisema pulmonar; • Apesar do substrato anatomo-patológico dessas doenças ser diferente, elas são estudadas, do ponto de vista terapêutico, como uma única entidade. • Isto decorre do fato de que habitualmente essas duas moléstias estão presentes no mesmo pacientes, podendo predominar os sintomas de uma ou outra. • O grau de obstrução das vias aéreas e a quantidade de tecido danificado determinam a severidade da doença. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Intervenção hospitalar • A DPOC é incurável; • Imprescindível orientar ao paciente deixar de fumar; • Uso de broncodilatadores aumenta o volume expiratório forçado; • Inaladores têm a vantagem de minimizar os efeitos colaterais; Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Farmacoterapia • Anticolinérgicos: de preferência os não absorvíveis administrados com inalador com dosímetro. O principal é o ipratrópio, que não apresenta os efeitos colaterais da atropina. É usado 3 a 4 vezes ao dia e apresenta absorção sistêmica mínima. • Beta-adrenérgicos: de preferência os β² agonistas altamente específicos por possuírem efeitos cardíacos mínimos, como o salbutamol. • Recentemente há disponível uma associação medicamentosa em um único inalador com dosímetro dessas duas drogas. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira 09/09/2015 7 Farmacoterapia • Atropina: inibe as secreções do nariz, boca, faringe e brônquios e, dessa forma, resseca as mucosas das vias respiratórias. Essa ação é especialmente pronunciada se as secreções forem excessivas e constitui-se na base para a utilização da atropina como medicamento pré- anestésico. • Fenoterol: usado no tratamento sintomático de crises agudas de asma, asma brônquica e de outras enfermidades com constrição reversível das vias aéreas. Deve-se considerar a adoção de um tratamento anti- inflamatório concomitante para pacientes com asma brônquica ou DPOC. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Farmacoterapia • Aminofilina: indicada no tratamento de asma brônquica, bronquite, insuficiência respiratória e cardíaca. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira
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