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3. Urgência e Emergência Aula III

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09/09/2015 
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Urgências e Emergências – Aula II 
Emergências Respiratórias 
Conceito 
• Em relação às emergências, uma das situações mais 
comuns é aquela ligada às alterações da respiração. 
• Os pacientes com esta apresentação clínica requerem 
diagnóstico rápido e preciso, bem como um tratamento 
eficaz, pois a perda da capacidade de ventilar 
adequadamente ou de fornecer oxigênio aos tecidos é 
uma ameaça vital e grave ao organismo humano. 
• As infecções respiratórias primárias, como bronquite, 
broncopneumonia e outras formas de pneumonia, 
constituem lugar comum na prática diária do profissional 
de saúde. 
 
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Revisão anatomo-fisiológica 
• O conjunto de órgãos responsáveis pela respiração, é o 
sistema respiratório. 
• Estes órgãos são: nariz, cavidade nasal, faringe, laringe, 
traqueia, brônquios e pulmões. 
• O nariz, a cavidade nasal, a traqueia e os brônquios 
principais constituem as vias aéreas superiores. 
• As vias aéreas inferiores são um conjunto de condutos 
que permitem a passagem do ar inspirado ou expirado 
desde a traqueia até os bronquíolos terminais. 
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Revisão anatomo-fisiológica 
• As células do corpo derivam a energia que precisam da 
oxidação de carboidratos, lipídeos e proteínas. Da mesma 
maneira que ocorre com qualquer tipo de combustão, esse 
processo requer oxigênio. Determinados tecidos vitais com 
os do cérebro e coração não conseguem sobreviver por 
muito tempo sem o suprimento constante de O². 
Entretanto, como resultado da oxidação nos tecidos 
corporais, o dióxido de carbono é produzido e deve ser 
removido das células para evitar o acúmulo de produtos 
residuais. O sistema respiratório realiza essa função ao 
facilitar os processos de sustentação de vida, como 
transporte de O², respiração, ventilação e a troca gasosa. 
 
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Situações clínicas/patológicas 
• Bronquite: inflamação aguda ou crônica dos brônquios 
com produção excessiva de muco. Apresenta como 
sintoma, mal-estar geral, rouquidão, febre, tosse de 
início seca e produtiva, que se propaga em várias 
semanas ou até anos e que pode reincidir. 
• Enfisema pulmonar: é o acúmulo de ar entre as camadas 
que revestem os pulmões, podendo ocorrer dilatação dos 
pulmões. Apresenta como sintoma dificuldade 
respiratória, ruidosa, cianose de extremidades, cefaleia, 
fraqueza e até confusão mental. É a doença respiratória 
mais grave, pois pode trazer consequência cardíaca. 
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Situações clínicas/patológicas 
• Asma brônquica: doença que se caracteriza pela 
dificuldade respiratória e obstrução dos bronquíolos (vias 
aéreas inferiores). Apresenta como sintoma sensação de 
peso no peito, tosse seca, ansiedade, dificuldade 
respiratória, sudorese, palidez, “chiados” no peito. 
• Bronqueolite: doença inflamatória aguda que afeta as 
vias aéreas inferiores, fato que pode provocar a 
obstrução das veias de menor calibre. É mais comum em 
crianças com idade inferior a 2 anos, sendo mais 
incidente entre os 2 e 6 meses de vida. Apresenta como 
sintoma hiperventilação, fadiga respiratória e apneia. 
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Intervenção extra-hospitalar 
• Manter a vítima com a cabeceira elevada, possibilitando 
maior ventilação das vias aéreas; 
• Se a vítima já faz uso de algum “spray” para crises, 
administrá-los com eficiência, verificando se a inalação 
foi feita corretamente; 
• Providenciar seu transporte para um posto médico ou 
hospital para que possa ser atendida, não havendo 
complicações do quadro. 
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Intervenção hospitalar 
• Manter o paciente em posição Fowler; 
• Tranquilizar o paciente, orientando-o sobre o que esta 
ocorrendo; 
• Administrar medicamentos e inalações, C.P.M.; 
• Observar os horários de administração de medicamentos, 
para que o ciclo deles não seja prejudicado; 
• Verificar e anotar sinais vitais com atenção especial à 
respiração; 
• Oferecer dieta leve e anotar a aceitação; 
• Orientar quanto ao repouso nas primeiras horas até que a 
crise se estabilize; 
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Intervenção hospitalar 
• O acesso venoso fica comprometido durante o pico da 
crise; deixar sempre em acesso sorolizado e o material 
disponível para novas punções, se necessário; 
• Dar segmento ao plano de cuidados elaborado pelas 
equipes médica e de enfermagem. 
 
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Situações clínicas/patológicas 
• Epistaxe ou hemorragia nasal: caracterizada pela saída 
de sangue abruptamente pelas narinas, sem causa 
aparente, mas comum em crianças. Já no adulto pode 
estar associada ao quadro de hipertensão. 
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Intervenção extra-hospitalar 
• Colocar a vítima sentada; 
• Orientá-la para permanecer com a cabeça fletida para 
baixo, para frente; 
• Retirar os coágulos do nariz com auxílio de cotonetes, ou 
pedir para que a vítima assoe o nariz, sem esforços, 
sendo uma narina de cada vez; 
• Comprimir a ponta do nariz com os dedos por 5 minutos. 
Orientar para que a vítima respire pela boca; 
• Se não cessar, molhar um pedaço de algodão em água 
fria e comprimir contra as narinas por cinco minutos; 
• Procurar serviço médico mais próximo. 
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Intervenção hospitalar 
• Manter o paciente sentado com a cabeça fletida para 
baixo; 
• Fazer compressa fria com S.F. 0,9% nas narinas; 
• Verificar e anotar sinais vitais; 
• Observar e anotar aspecto de sangramento e sua 
duração; 
• Administrar medicação C.P.M; 
• Dar continuidade ao plano de cuidados traçados pelas 
equipes médica e de enfermagem. 
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Situações clínicas/patológicas 
• Edema de glote: é a consequência de algum processo em 
que ocorre reação alérgica, dilatação dos vasos 
sanguíneos ocorrendo edema da membrana (glote), 
obstruindo a passagem do ar e, consequentemente, a 
respiração. Os principais sinais e sintomas do edema de 
glote é a falta de ar ou a incapacidade de respirar. 
Podem ocorrer outras manifestações alérgicas, tais como 
edema dos lábios e da face, placas vermelhas e 
pruriginosas pelo corpo, as extremidades podem estar 
cianóticas como resultado da falta de oxigênio disponível 
no sangue. 
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Intervenção hospitalar 
• Procurar socorro médico imediato, pois pode levar à 
morte; 
• Os medicamentos a serem administrados só podem ser 
feitos no ambiente hospitalar; 
• Manter a vítima em decúbito elevado. 
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Intervenção hospitalar 
• Manter material de traqueostomia disponível e de fácil 
acesso; 
• Providenciar acesso venoso rápido e de grosso calibre; 
• Administrar medicamentos de emergência C.P.M.; 
• Administrar O² sob cateter nasal após desobstrução da 
via; 
• Prosseguir com os planos de cuidados elaborados pelas 
equipes médica e de enfermagem. 
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Situações clínicas/patológicas 
• Embolia pulmonar: acomete principalmente os idosos. 
Geralmente, um êmbolo é constituído por um coágulo 
sanguíneo, mas pode também existir êmbolos gordurosos, 
de líquido amniótico, da medula óssea, um fragmento de 
tumor ou uma bolha de ar que se desloca do ponto de 
origem e atinge a corrente sanguínea até obstruir um 
vaso sanguíneo. A embolia pulmonar consiste na 
obstrução repentina de uma artéria pulmonar causada 
por um êmbolo. É possível que os pequenos êmbolos não 
causem sintomas, mas a maioria provoca dispneia.Prof. Dr. Douglas David de Oliveira 
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Intervenção hospitalar 
• Os analgésicos e anticoagulantes, como a heparina, 
podem ser utilizados para evitar o aumento de volume 
dos coágulos sanguíneos existentes e para prevenir a 
formação de novos coágulos. A heparina, administrada 
por via endovenosa, promove um efeito rápido. A 
manutenção do efeito anticoagulante é obtida por meio 
da administração de varfarina por via oral para o uso 
prolongado. Os fármacos trombolíticos são substâncias 
que dissolvem o coágulo como a estreptoquinase, a 
uroquinase ou o ativador do plasminogênio tecidual. 
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Situações clínicas/patológicas 
• Insuficiência respiratória aguda (IRA): é uma 
deterioração súbita e fatal da função da troca gasosa do 
pulmão. Ela acontece quando a troca de oxigênio por 
dióxido de carbono nos pulmões não consegue 
acompanhar a taxa de consumo de oxigênio e de 
produção de dióxido de carbono nas células do corpo. 
Isto resulta em uma queda na pressão arterial de 
oxigênio (hipoxemia) e em um aumento na pressão 
arterial de dióxido de carbono (hipercapnia). 
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Situações clínicas/patológicas 
• As causas da IRA podem ser tóxicas: depressão do (SNC); 
por fraqueza dos músculos ventilatórios, uso de 
praguicidas, relaxantes musculares, em picadas de 
ofídios; devido a (SARA); edema pulmonar; aspiração 
pulmonar; inalação de fumaça. E as causas não tóxicas: 
asma brônquica; bronquiectasia; edema pulmonar (não 
tóxico); trauma torácico; pneumonia; embolia pulmonar 
e obstrução das vias aéreas superiores. 
 
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Situações clínicas/patológicas 
• Doenças que causam obstrução das vias aéreas: Asma 
brônquica, infecções, bronquiolite e inalação de 
substâncias químicas; 
• Doenças que causam infiltração do parênquima: a mais 
comum é a pneumonia, mas encontra-se as reações 
imunológicas a fármacos, parasitas migratórios ou 
leucoaglutinas. 
• Doenças que causam edema pulmonar: Infarto Agudo do 
Miocárdio (IAM), insuficiência ventricular esquerda. 
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Situações clínicas/patológicas 
• Doenças vasculares pulmonares: embolias pulmonares 
gordurosa e por agregados fibrino-plaquetários durante a 
coagulação intravascular. 
• Doenças da parede torácica e da pleura: lesões da 
parede torácica, traumas (fraturas de costelas) e 
pneumotórax espontâneo ou traumático. 
• Distúrbios do sistema neuromuscular: uso de sedativos ou 
agentes anestésicos, depressão dos estímulos 
respiratórios como nos tumores; 
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Situações clínicas/patológicas 
• A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): é o termo 
utilizado para descrever uma obstrução das vias aéreas 
devido à bronquite crônica ou ao enfisema pulmonar; 
• Apesar do substrato anatomo-patológico dessas doenças 
ser diferente, elas são estudadas, do ponto de vista 
terapêutico, como uma única entidade. 
• Isto decorre do fato de que habitualmente essas duas 
moléstias estão presentes no mesmo pacientes, podendo 
predominar os sintomas de uma ou outra. 
• O grau de obstrução das vias aéreas e a quantidade de 
tecido danificado determinam a severidade da doença. 
 
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Intervenção hospitalar 
• A DPOC é incurável; 
• Imprescindível orientar ao paciente deixar de fumar; 
• Uso de broncodilatadores aumenta o volume expiratório 
forçado; 
• Inaladores têm a vantagem de minimizar os efeitos 
colaterais; 
 
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Farmacoterapia 
• Anticolinérgicos: de preferência os não absorvíveis 
administrados com inalador com dosímetro. O principal é 
o ipratrópio, que não apresenta os efeitos colaterais da 
atropina. É usado 3 a 4 vezes ao dia e apresenta absorção 
sistêmica mínima. 
• Beta-adrenérgicos: de preferência os β² agonistas 
altamente específicos por possuírem efeitos cardíacos 
mínimos, como o salbutamol. 
• Recentemente há disponível uma associação 
medicamentosa em um único inalador com dosímetro 
dessas duas drogas. 
 
 
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Farmacoterapia 
• Atropina: inibe as secreções do nariz, boca, faringe e 
brônquios e, dessa forma, resseca as mucosas das vias 
respiratórias. Essa ação é especialmente pronunciada se 
as secreções forem excessivas e constitui-se na base para 
a utilização da atropina como medicamento pré-
anestésico. 
• Fenoterol: usado no tratamento sintomático de crises 
agudas de asma, asma brônquica e de outras 
enfermidades com constrição reversível das vias aéreas. 
Deve-se considerar a adoção de um tratamento anti-
inflamatório concomitante para pacientes com asma 
brônquica ou DPOC. 
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Farmacoterapia 
• Aminofilina: indicada no tratamento de asma brônquica, 
bronquite, insuficiência respiratória e cardíaca. 
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