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Historia do Pensamento Filosófico 1

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HISTÓRIA DO PENSAMENTO 
FILOSÓFICO
Profa. Katie Graciano
O que é e porque estudar 
filosofia?
O que é filosofia?
Algumas visões do senso comum:
 Tirar os pés do chão.
 Ficar em devaneios.
 Conversa que não leva a lugar nenhum.
Mas a Filosofia não é isto. 
Partindo da análise etimológica da palavra podemos 
entender melhor o seu significado:
A palavra Filosofia é GREGA, composta 
por duas outras. 
PHILO
Philo deriva-se de philia, 
que significa amizade, amor 
fraterno, respeito entre os 
iguais.
SOPHIA
Sophia quer dizer sabedoria 
e dela vem a palavra 
sophos, sábio.
Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras (que viveu no século V antes de 
Cristo) a invenção da palavra filosofia. Pitágoras teria afirmado que a 
sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens 
podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos.
Então, FILOSOFIA significa amor ao saber.
Saber
o que?
http://blog.cancaonova.com/padreanderson
Logo que esta questão é esclarecida, 
surge uma outra indagação... 
 Para esclarecer esta pergunta devemos nos lembrar de que a 
Filosofia é a mãe de todas as ciências, uma “jovem” de 
aproximadamente 2.700 anos.
 Este saber envolve todos os assuntos possíveis de serem pensados e 
questionados em todas as áreas do conhecimento.
 A Filosofia busca entender o PORQUÊ das coisas. 
 Possui como propósito a busca de perguntas, de questionamentos e 
de indagações. 
ESTUDAR FILOSOFIA É PROCURAR POR 
PERGUNTAS QUE NEM SEMPRE POSSUEM 
RESPOSTAS.
Para que serve a Filosofia no Ensino?
“ A nova legislação educacional brasileira parece reconhecer, afinal, o 
próprio sentido histórico da atividade filosófica e, por esse motivo, 
enfatiza a competência da filosofia para promover, sistematicamente, 
condições indispensáveis para a formação da cidadania plena.”
. 
PENSA
Reflexão Crítica
CIDADÃO
= 
Produção 
da 
Cidadania
AGE
+
Ação
CONHECE
+ 
Conhecimento
Qual seria então a utilidade da 
Filosofia?
I. Se abandonar a ingenuidade e os pré-conceitos do senso 
comum for útil;
II. Se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e 
aos poderes estabelecidos for útil;
III. Se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, 
da história for útil;
IV. Se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas 
ciências e na política for útil;
V. Se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para 
serem conscientes de si e de suas ações numa prática que 
deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil...
... então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os 
saberes de que os seres humanos são capazes. 
CHAUÍ, Marilena
 A Filosofia surge quando se descobriu que a verdade do
mundo e dos humanos não era algo secreto e misterioso, que
precisasse ser revelado por divindades a alguns escolhidos,
 Ao contrário, podia ser conhecida por todos, através da
razão, que é a mesma em todos;
 Quando se descobriu que tal conhecimento depende do uso
correto da razão ou do pensamento e que, além da verdade
poder ser conhecida por todos, podia, pelo mesmo motivo,
ser ensinada ou transmitida a todos.
RESUMO 
Texto: A Experiência Filosófica
 Conceitos e noções a partir do capítulo I do livro 
Filosofando : Introdução a Filosofia 
São traços da experiência filosófica:
 Estranhamento
 Espanto
 Admiração.
A proposta fundamental da filosofia 
 Pensar O mundo e a própria vida a fim de se aproximar da 
sabedoria, ou seja:
 Pensar Nossos pensamentos e nossas ações é = EXPERIENCIA 
FILOSÓFICA Buscar sentido nos pensamentos e ações , não 
aceitando certezas e soluções fáceis demais
Filosofia de vida
 O termo "filosofia de vida", é a maneira livre de pensar 
baseada na opinião, e expressa uma certa maneira de 
pensar do homem comum. 
 São indagações filosóficas (o que é o amor, fidelidade, 
amizade) porém não filosofia própriamente dita.
A reflexão dos filósofos
 Os filósofos especialistas conhecem a história da 
filosofia e diante das questões filosóficas, elaboram 
conceitos e argumentos rigorosos.
Os modos de saber
 Para o Filósofo espanhol Fernando Savater, é necessário 
fazer uma distinção entre três formas de saber:
 Informação: dada através de uma notícia
 Conhecimento: lançar mão do conhecimento para 
explicar a notícia (sociologia, psicologia, antropologia, 
biologia etc.)
 Sabedoria: Decisões refletidas que buscam caminho para 
o bem viver
É possível definir filosofia?
 O filósofo alemão Edmund Husserl diz que ele sabe o 
que é filosofia, ao mesmo tempo em que não sabe. 
Isto é, a explicitação do que é a filosofia já é a uma 
questão filosófica.
A primeira virtude do filósofo
 Para Platão e Aristóteles:
A virtude do filósofo é a admiração, capaz de nos 
surpreender diante do óbvio e questionar ar verdades 
dadas
O filósofo Kant e o filosofar
 Não é possível aprender a qualquer filosofia; só é 
possível aprender a filosofar, ou seja, exercitar o talento 
da razão, a partir de certas tentativas filosóficas já 
existentes.
A reflexão filosófica para o filósofo 
brasileiro Demerval Saviane
 A reflexão filosófica deverá ser:
 Radical = busca a raiz, busca explicar os conceitos 
fundamentais usados em todos os campos do pensar 
e do agir
 Rigorosa = conceitos claramente definidos, o filósofo 
desenvolve um pensamento rigoroso, justificado por 
argumentos
 De conjunto = totalizante, o todo de tudo, a filosofia é 
um tipo de reflexão de conjunto, totalizante, porque 
examina os problemas relacionando os diversos 
aspectos entre si.
Sócrates
 O filósofo Sócrates dialogava em praça pública na 
Grécia Antiga, uma maneira de dialogar do filósofo 
consistia em perguntar simulando não saber. A outra 
maneira de dialogar consistia na investigação de 
conceitos. Sócrates afirmava enquanto sua mãe fazia 
parto de corpos, ele ajudava a trazer à luz as ideias. 
Chamamos estas duas formas de dialogar de Sócrates 
da seguinte maneira:
 Ironia e Maiêutica.
Texto: A missão da Filosofia
 E os processos do filosofar
Principais tópicos
 0 impulso original para filosofar nasce da admiração 
que se segue à indagação, incorpora a dúvida sobre a 
qualidade da resposta produzida e culmina na 
consciência dos limites deste ente que interroga.
 Sócrates chama atenção para a necessidade de falar o 
mesmo do mesmo, isto é, viver um pacto com a 
verdade. 
 Este compromisso é difícil, muitas vezes ao longo da 
história dos homens a dissimulação prevaleceu e a 
mentira se sobrepôs à racionalidade.
 A Filosofia aparece, desde então, como uma forma de 
explicar o mundo de modo racional, sendo que a 
sabedoria filosófica tornou-se estratégia para lidar com 
a argumentação mendaz.
O sentido revolucionário do 
filosofar
 A sabedoria ensinada por Sócrates é uma forma de 
racionalidade que propicia o desenvolvimento do 
espirito critico,
 E que ensinar a pensar é uma ameaça a ordens sociais 
injustas e aos privilégios dos poderosos, considerado 
conduta desviante pelos governantes, quase sempre, 
punível com a morte.
 0 confronto com o passado da consciência humana é 
para o homem de hoje o alimento da reflexão.
 Filosofia não se separa dos problemas vividos e só 
podemos compreendê-la considerando a 
circunstância dos filósofos.
 O homem se tornou o centro da preocupação de 
nosso tempo. 0 existir passou a significar um modo 
especial de ser, o modo pelo qual o homem 6. E a 
partir da existência humana que se pode pensar o 
que tudo é
 A filosofia em nosso século se deparou com a 
existência e sua missãoconsistiu em esclarecer a 
situação do homem, em elucidar o seu modo de ser e 
a traçar novas bases do seu viver
A consciência mítica 
e as funções do mito
É uma narrativa na qual a palavra é usada para transmitir e
comunicar coletivamente a tradição oral, preservando a sua
memória e garantindo a continuidade da cultura.
Expressam a capacidade inicial do ser humano de compreender o
mundo, surgem modelos explicativos para satisfazer a curiosidade.
Reforçam a coesão de social sob a forma de relatos agradáveis e
fáceis de entender transmitidos de geração em geração.
O mito é uma história tradicional, aceite como verdadeira, que
incorpora as crenças tradicionais relativamente à criação do
universo, aos deuses, aos homens, à vida e à morte.
Aos deuses e às divindades míticas são atribuídos sentimentos,
emoções e ambições humanas, como a imortalidade e a
onipotência.
O que é o mito?
Mythos, em grego, significa "palavra", "o que se diz", "narrativa"
O que é o mito?
 Como processo de compreensão da realidade, o mito não é 
lenda, pura fantasia, mas verdade.
 A verdade do mito resulta de uma intuição compreensiva da 
realidade, cujas raízes se fundam na emoção e na 
afetividade.
 O mito expressa o que desejamos ou tememos, como somos 
atraídos pelas coisas ou como delas nos afastamos.
 Outro componente – o mistério - , pois ele sempre é um 
enigma a ser decifrado.
 Os relatos míticos se sustentam na crença, na fé em forças 
superiores que protegem ou ameaçam, recompensam ou 
castigam.
 Os modelos de construção mítica são de natureza 
sobrenatural.
Mythos, em grego, significa "palavra", "o que se diz", "narrativa"
MODOS DE CONSCIÊNCIA:
O ser humano se relaciona com a realidade através de 
múltiplos sentidos e múltiplas capacidades. Podemos 
destacar algumas maneiras de como o ser humano se 
relaciona e pretende conhecer o mundo:
OBS: As maneiras que o ser humano inventou para conhecer 
as coisas coexistem em maior ou menor grau quando 
emitimos alguma crença sobre a realidade.
1- CONSCIÊNCIA MÍTICA: Através dos mitos
(narrativas de lendas e crenças em entes
sobrenaturais, como: deuses, semideuses), os povos
primitivos do ocidente procuravam explicar a
realidade e, a partir dessa explicação, criavam meios
para se proteger dos males que os ameaçavam.
2- CONSCIÊNCIA RELIGIOSA:A consciência religiosa
compartilha com a consciência mítica o elemento do
sobrenatural, a crença em um poder superior
inteligente, isto é, a divindade. No entanto, é uma
consciência que, historicamente, conviveu, dialogou
e debateu com a razão filosófica e cientifica. Sua
diferença em relação a esses saberes esta na crença
em verdades revelada pela fé religiosa enquanto a
filosofia e a ciência se apoiam sobretudo na razão
para alcançar o conhecimento..
Modos de consciência:
3- CONSCIÊNCIA INTUITIVA: é um saber
imediato – insight. Diferenciando-se de um
conhecimento formal, refletido que se dá
a partir de argumentos.
4- CONSCIÊNCIA RACIONAL: Busca a 
compressão da realidade por meio de 
certos princípios estabelecidos pela razão, 
como, por exemplo o de causa e efeito 
(todo efeito deve ter sua causa). Essa 
busca racional se caracteriza por 
pretender alcançar uma adequação entre 
o pensamento e a realidade, isto é, entre 
explicação e aquilo que se procura 
explicar.
Modos de consciência:
Os rituais
 Uma das características do mito é fixar os modelos exemplares 
de todos os ritos e de todas as atividades humanas significativas.
 Desse modo, os gestos dos deuses são imitados nos rituais.
Exemplos de rituais
 A maneira mágica pela qual os povos tribais agem sobre o 
mundo pode ser exemplificado pelos inúmeros mitos de 
passagem: do nascimento, da infância para a idade adulta, do 
casamento, da morte.
RITO – ( RITUS)
É uma celebração de um culto ou cerimônia feita de acordo
com certas regras baseadas na tradição religiosa ou
sociocultural de um povo ou grupo social.
 É o caso do tabu, termo que significa proibição, e que entre os 
povos tribais assume caráter sagrado.
 O mais primitivo tabu é o do incesto, mas há inúmeros outros.
 Exemplo: em algumas tribos indígenas as mulheres menstruadas 
não devem tocar nos utensílios masculinos porque, 
contaminados, provocariam males e desgraças; a vaca é ainda 
hoje um animal sagrado na Índia e não deve ser molestada.
 Quando nas tribos a proibição é transgredida, são feitos ritos de 
purificação.
 Outros procedimentos são os rituais de “bode expiatório”: 
após a transgressão ter provocado doença em um indivíduo 
ou o mal ter atingido toda a tribo, o sacrifício de animais ou de 
pessoas é um processo de “expiação”, ou seja, de 
purificação.
Transgressão do tabu
No universo em que predomina a consciência coletiva, a 
desobediência ultrapassa quem violou a proibição, podendo 
atingir a família, os amigos e, às vezes, toda a tribo.
Teorias 
As funções do mito
Exemplos:
 A origem da agricultura: segundo o mito indígena tupi, a 
mandioca nasce do túmulo de uma criança chamada 
Mandi; no mito grego, Perséfone é levada por Hades para 
seu castelo tenebroso, mas a pedido de sua mãe, Deméter, 
retorna em certos períodos: esse mito simboliza o trigo 
enterrado como semente e renascendo como planta.
 A fertilidade das mulheres: para os arunta, os espíritos dos 
mortos esperam a hora de renascer e penetram no ventre 
das mulheres quando elas passam por certos locais.
 O caráter mágico das danças e desenhos: quando os 
homens pré-históricos faziam pinturas nas paredes das 
cavernas talvez não pretendessem enfeitá-las nem apenas 
mostrar suas habilidades pictóricas, mas agir 
magicamente, para garantir de antemão o sucesso das 
caçadas. 
O caráter inconsciente do mito
 Sigmund Freud, fundador da psicanálise, e seu discípulo Carl 
Jung, acentuam o caráter existencial e inconsciente do mito, 
como revelador do sonho, da fantasia, dos desejos mais 
profundos do ser humano.
Exemplo: ao analisar o mito de Édipo, Freud realça o amor e o 
ódio inconscientes que permeiam a relação familiar.
O mito como estrutura
 Outra linha de interpretação do mito é a do antropólogo 
Lévi-Strauss, representante da corrente estruturalista.
 Trata-se de procurar a estrutura básica que explica os mais 
diversos mitos.
 Os elementos, por serem relativos, só tem valor de acordo 
com a posição que encontram na estrutura a que 
pertencem.
O mito nas civilizações antigas
 Nas civilizações antigas o mito era componente importante 
da cultura, mas as instituições religiosas provocaram a 
separação entre o espaço sagrado dos santuários e o 
espaço profano da vida cotidiana.
 O culto exigia monumentos grandiosos, como os templos e 
as pirâmides, onde eram sepultados os reis.
Os deuses gregos
 A civilização grega teve início por volta do século XX a.C. 
Nessa época a Grécia ainda se chamava Hélade e era 
constituída por diversas regiões autônomas, mas mantiveram 
a língua e a unidade cultural.
 A religião dos gregos era politeísta. Os deuses, habitantes do 
monte Olimpo, eram imortais, embora tivessem 
comportamentos semelhantes aos dos homens.
“Mas Zeus acrescenta ou diminui o valor dos homens, 
conforme lhe apraz, pois ele é o mais poderoso de todos”
(Homero, Ilíada)
 Tal como todas as culturas antigas, também a cultura
grega assentava no mito, transmitido e ensinado pelos
poetas educadores do povo.
Homero e Hesíodo, os representantes máximos da poesia
grega, registaram por escrito os mitos da antiga Grécia.
Homero (Ilíada) e Hesíodo (Teogonia), são os últimos
representantes do pensamento mítico.
Homero
Hesíodo
O mito hoje Augusto Comte, fundador do positivismo, defende que o 
pensar reflexivo decretou a morte da consciência mítica.
 No entanto, ao criticar o mito e exaltar a ciência, 
contraditoriamente o positivismo fez nascer o mito do 
cientificismo, ou seja, a crença cega na ciência como 
única forma de saber possível.
 O mito ainda é uma expressão fundamental do viver 
humano, o ponto de partida para a compreensão do ser.
 Tudo o que pensamos e queremos se situa inicialmente 
no horizonte da imaginação, nos pressupostos míticos, 
cujo sentido existencial serve de base para todo trabalho 
posterior da razão.
 Personalidades como artistas, políticos e esportistas, que 
os meios de comunicação se incumbem de transformar 
em imagens exemplares, passam a representar todo tipo 
de anseios: sucesso, poder, liderança, atração sexual, 
etc.
 Nas histórias em quadrinhos, o maniqueísmo exprime o 
arquétipo da luta entre o bem e o mal, enquanto a dupla 
personalidade do super-herói atinge em cheio o desejo da 
pessoa comum de superar a própria inexpressividade e 
impotência, tornando-se excepcional e poderosa.
 O nosso comportamento é permeado de rituais, mesmo que 
secularizados: comemorações de nascimentos, casamentos e 
aniversários, a entrada do ano-novo, as festas de formatura, 
os trotes de calouro nos fazem lembrar ritos de passagem.
Aspectos sombrios do mito
 Por exemplo: quando as ideias de Hitler encontraram 
eco naqueles que acreditavam na ideia da raça 
ariana como raça pura, desencadeando movimentos 
apaixonados de perseguição que culminaram no 
genocídio de judeus, ciganos e homossexuais.
Fatores que propiciaram o 
nascimento da filosofia e os
primeiros filósofos
O que perguntavam os 
primeiros filósofos
 Por que os seres nascem e morrem? 
 Por que os semelhantes dão origem aos 
semelhantes? árvore → árvore, cão → cão, 
 de uma mulher nasce uma criança? 
 Por que os diferentes também parecem fazer 
surgir os diferentes? dia → noite, inverno → 
primavera, 
 um objeto escuro clareia → tempo, um objeto 
claro escurece → tempo?
O que perguntavam os 
primeiros filósofos
 Por que tudo muda? A criança se torna 
adulta, amadurece, envelhece e desaparece. 
 A paisagem, cheia de flores na primavera, vai 
perdendo o verde e as cores no outono, até 
ressecar-se e retorcer-se no inverno. 
 Por que um dia luminoso e ensolarado, de céu 
azul e brisa suave, repentinamente, se torna 
sombrio, coberto de nuvens, varrido por 
ventos furiosos, tomado pela tempestade, 
pelos raios e trovões?
O que perguntavam os 
primeiros filósofos
 Por que nada permanece idêntico a si mesmo? De onde 
vêm os seres? 
 Para onde vão, quando desaparecem? Por que se 
transformam?
 Foram perguntas como essas que os primeiros filósofos 
fizeram e para elas buscaram respostas.
 a religião, as tradições e os mitos explicavam todas essas 
coisas,
 mas suas explicações já não satisfaziam aos que 
interrogavam sobre as causas:
da mudança, da permanência, da repetição, da 
desaparição e do ressurgimento de todos os seres.
O nascimento da filosofia
 Filosofia também possui um conteúdo preciso 
ao nascer: é uma cosmologia. 
 A palavra cosmologia é composta de duas 
outras: cosmos, que significa mundo ordenado 
e organizado, e logia, que vem da palavra 
logos, que significa pensamento racional, 
discurso racional, conhecimento. 
 Assim, a Filosofia nasce como conhecimento 
racional da ordem do mundo ou da natureza, 
donde, cosmologia.
Situando no tempo
Periodização da história da Grécia Antiga:
 Civilização micênica – sécs. XX a XII a.C. – desenvolveu-se 
desde o início do segundo milênio a.C.
Tem esse nome pela importância da cidade de Micenas, onde por 
volta de 1250 a.C. partiram Agamêmnon, Aquiles e Ulisses para sitiar 
e conquistar Troia.
 Período clássico – sécs. V e IV a.C. – auge da civilização grega; na 
política, o apogeu da democracia ateniense; desenvolvimento das 
artes, literatura e filosofia; época em que viveram os sofistas e os 
filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles.
 Período helenístico – sécs. III e II a.C. – decadência política, domínio 
macedônico e conquista da Grécia pelos romanos; culturalmente, 
significativa influência das civilizações orientais; florescimento das 
filosofias estoicas e epicuristas.
 Tempos homéricos – sécs. XII a VIII a.C. – na transição de um 
mundo essencialmente rural, os senhores enriquecidos 
formaram a aristocracia proprietária de terras, que fez 
recrudescer o sistema escravista.
 Período arcaico - sécs. VIII a VI a.C. – com a formação das 
cidades-estados (poleis), ocorreram grandes alterações 
sociais e políticas, bem como o desenvolvimento do 
comércio e a expansão da colonização grega. No início 
desse período teria vivido Hesíodo. No final do século VII e 
durante o século VI a.C. surgiram os primeiros filósofos.
Uma nova ordem humana
 nascera por transformações que os gregos operaram na sabedoria oriental 
(egípcia, persa, caldeia e babilônica). 
 Os sábios que viveram no Oriente no século VI a.C. foram: Confúcio e Lao-
Tsé na China; Gautama Buda na Índia; Zaratustra na Pérsia.
 Platão e Aristóteles afirmavam a origem oriental da Filosofia. 
 Os gregos, diziam eles, povo comerciante e navegante, descobriram, 
através das viagens:
• a agrimensura dos egípcios (usada para medir as terras, após as cheias do 
Nilo),
• a astrologia dos caldeus e dos babilônios (usada para prever grandes 
guerras, subida e queda de reis, catástrofes como peste, fome, furacões), 
• as genealogias dos persas (usadas para dar continuidade às linhagens e 
dinastias dos governantes), 
• os mistérios religiosos orientais referentes aos rituais de purificação da alma 
(para livrá-la da reencarnação contínua e garantir-lhe o descanso eterno), 
etc. 
 A Filosofia teria nascido pelas transformações que os gregos impuseram a 
esses conhecimentos.
 No entanto, nem todos aceitaram a tese chamada “orientalista”, 
e muitos, sobretudo no século XIX da nossa era, passaram a falar 
na Filosofia como sendo o “milagre grego”.
 Seria dizer que:
• os gregos foram um povo excepcional, sem nenhum outro 
semelhante a eles, nem antes e nem depois deles, e por isso 
somente eles poderiam ter sido capazes de criar a Filosofia,
• como foram os únicos a criar as ciências e a dar às artes uma 
elevação que nenhum outro povo conseguiu, nem antes e nem 
depois deles.
 Nem oriental, nem milagre
 Final do século XIX da nossa era e durante o século XX, estudos 
históricos, arqueológicos, linguísticos, literários e artísticos 
corrigiram os exageros das duas teses, isto é, tanto a redução da 
Filosofia à sua origem oriental, quanto o “milagre grego ”
 Sim um processo gestado ao longo do tempo.
 O nascimento da filosofia costuma interpretar-se como um 
processo de progressiva libertação da consciência racional 
relativamente às explicações mitológicas. 
Condições históricas para o 
surgimento da Filosofia
 as viagens marítimas
 a invenção do calendário
 a invenção da moeda
 o surgimento da vida urbana
 a invenção da escrita alfabética
 a invenção da política (a lei e a polis, os 
discursos públicos, ensinados, transmitidos, 
comunicados e discutidos.)
A invenção da escrita
 Mesmo após o surgimento da escrita, a mesma reserva-se aos 
privilegiados, sacerdotes e reis e geralmente mantém o 
caráter mágico.
 Na Grécia a escrita era restrita aos escribas que exerciam 
funções administrativas.
 Com a invasão dórica, no século XII a.C. a escrita 
desapareceu junto com a civilização micênica, ressurgindo 
apenas no final do séc. IX ou VIII a.C. por influência dos 
fenícios.
 Passa a não sofrer mais influênciareligiosa, sendo utilizada 
para formas mais democráticas de exercício do poder.
 Dessacralização da escrita.
 Como a escrita fixa a palavra para além de quem a proferiu, 
exige maior rigor e clareza, estimulando assim o espírito crítico.
 A Lei Escrita: Legisladores como Drácon (séc. VII a.C.), Sólon e 
Clístenes (séc. VI a.C.) sinalizaram uma nova era: a justiça, até 
então dependente da interpretação da vontade divina ou da 
arbitrariedade dos reis, tornou-se codificada numa legislação 
escrita.
O surgimento da moeda
 Entre os séculos VIII e VI a.C., deu-se o desenvolvimento do 
comércio marítimo.
 A moeda, inventada na Lídia – região da atual Turquia -, 
apareceu na Grécia por volta do século XII a.C., facilitando 
os negócios e impulsionando o comércio.
 Os produtos que antes se restringiam ao valor de uso 
passaram a ter valor de troca, transformando-os em 
mercadorias.
 A moeda representa uma convenção humana, noção 
abstrata de valor que estabelece a medida comum entre 
valores diferentes.
 A invenção da moeda desempenha papel revolucionário, por 
vincular-se ao nascimento do pensamento racional crítico.
 A polis buscava garantir a isonomia, do mesmo modo que a 
isegoria, a igualdade do direito da palavra na assembleia. 
O cidadão da polis
 A originalidade da polis é que ela estava centralizada na 
ágora, espaço onde se debatiam os problemas de interesse 
comum.
 A polis se fez pela autonomia da palavra, não mais a palavra 
mágica dos mitos e, portanto, comum a todos, mas a palavra 
humana do conflito, da discussão, da argumentação.
 Expressar-se por meio da palavra, fez nascer a política.
 Da instauração da ordem humana surgiu o cidadão da pólis, 
figura inexistente no mundo da comunidade tribal e das 
aristocracias rurais.
A invenção da política
A consolidação da democracia
 Embora os regimes oligárquicos não tenham sido extirpados, 
em muitas poleis consolidam-se os ideais democráticos.
 Entre elas, Atenas é um modelo clássico.
 O apogeu da democracia ateniense ocorreu no século V a.C., 
quando Péricles governava.
 Os cidadãos livres, ricos ou pobres, tinham acesso à 
assembleia.
 Tratava-se da democracia direta, em que não eram 
escolhidos representantes, mas cada cidadão participava ele 
mesmo das decisões de interesse comum.
 No entanto, a maior parte da população ateniense estava 
excluída do processo político.
 Excluídos os estrangeiros, as mulheres, as crianças e escravos, 
restavam entre 10 a 14% de cidadãos propriamente ditos 
capacitados para participar das discussões na ágora e 
decidir por todos.
Os primeiros filósofos
 Os primeiros filósofos viveram por volta dos séculos VII e VI a.C. 
e, mais tarde, foram classificados como pré-socráticos, quando 
a divisão da filosofia grega centralizou-se na figura de Sócrates.
 Os escritos desses filósofos desapareceram com o tempo, e só 
nos restam alguns fragmentos ou referências de filósofos 
posteriores.
 Os primeiros pensadores centraram a atenção na natureza e 
elaboraram diversas concepções de cosmologia – com a 
procura da racionalidade constitutiva do Universo.
O princípio de todas as coisas
 Ao perguntarem como seria possível emergir o cosmo do 
caos, os pré-socráticos buscam o princípio (em grego, a 
arkhé) de todas as coisas – entendido como fundamento do 
ser.
 As respostas dos filósofos à questão do fundamento das 
coisas, da unidade que pode explicar a multiplicidade, são 
as mais variadas.
No estudo da história da filosofia, os primeiros filósofos são 
chamados de pré-socráticos. 
Apesar de passar a ideia de que existiram antes de Sócrates, o 
termo pré-socrático indica uma tendência de pensamento, 
estando relacionado também com filósofos que viveram na 
mesma época de Sócrates e até mesmo depois dele.
Filósofos pré-socráticos
Aquilo que une os filósofos pré-socráticos é a preocupação em
perguntar e compreender a natureza do mundo (a physis).
Queriam entender a origem, o que originou todas as coisas, o
princípio delas. Por isso observavam o mundo e buscavam
explicações lógicas (racionais) para compreendê-lo.
Essas explicações se contrapunham ao conhecimento religioso
comumente aceito pelos gregos antigos.
Tales de Mileto (640-548 a.C)
“A água é o princípio de todas as 
coisas”
Para Tales a água é o princípio
(arché) de todas as coisas.
Porquê?
Porque a água é vida e princípio de
vida, é a substância de que provêm
todas as coisas e a ela retornam.
Astrônomo, matemático e 
primeiro filósofo
Anaximandro (610-547 a.C.)
“O ilimitado é a origem dos seres”
Anaximandro foi discípulo de tales, mas
questionava as resposta de seu mestre.
Dizia que o princípio de todas as coisas
não pode ser uma coisa determinada
como a água ou o fogo.
A origem de tudo deve ser algo
indeterminado e indefinido: o ápeiron
Ápeiron significa infinito e representa a
ideia de que a totalidade da existência é
composta de seus contrários (quente-frio,
bem-mal, seco-úmido)
Foi matemático, 
astrônomo
E filósofo
Anaxímenes (588-524 a.C.)
Anaxímenes também foi astrônomo e
foi o primeiro a afirmar que a luz da
Lua vinha do Sol
Dizia que o princípio de todas as coisas
é o Ar.
O Ar está eternamente em movimento
A alma humana é feita de Ar.
Empédocles (483-430 a.C.)
A mistura dos quatro elementos: terra, 
água, ar e fogo, em diferentes 
proporções, teriam dado início a todas as 
coisas do Universo.
Empédocles foi filósofo, médico, 
legislador, professor e profeta.
Defendia a ideia de que o mundo é 
construído a partir da relação de quatro 
elementos: água, terra, fogo e ar
Viajou para muitos lugares e foi um 
grande defensor da democracia
Parmênides de Eleia (544-450 a.C.) e 
Heráclito de Éfeso (séc. VI-V a.C.)
Desenvolveram teorias que entraram em 
conflito e instigaram os filósofos do período 
clássico.
Enquanto para Parmênides o ser é imóvel, 
imutável e o movimento é uma ilusão, para 
Heráclito tudo flui e tudo o que é fixo é ilusão: 
“não nos banhamos duas vezes no mesmo rio”.
Heráclito era conhecido como filósofo
“obscuro” e no fim de sua via se isolou nas
montanhas e se alimentava só de frutas
Parménides foi admirado por seus 
contemporâneos por levar uma vida regrada e 
exemplar. Esteve em Atenas aos 65 anos e 
tornou-se amigo do jovem Sócrates
Ele propôs que tudo o que existe é eterno, 
imutável e indestrutível
Anaxágoras (499-428 a.C)
Nascido em Clazômena, mudou-se para 
Atenas, onde foi mestre de Péricles. 
Sustentava que as “sementes” de todas as 
coisas foram ordenadas por um princípio 
inteligente, uma Inteligência cósmica.
Em um fio de cabelo, por menor que seja a 
partícula que o divide, nela contém todos os 
elementos do universo. “Tudo está em tudo”
Leucipo (séc. V a.C.) e Demócrito 
(460-370 a.C.)
São atomistas, por considerarem o elemento 
primordial constituído por átomos, partículas 
indivisíveis.
Como para eles também a alma era formada 
por átomos, estamos diante de uma 
concepção materialista e determinista.
Os atomistas são precursores da ciência 
moderna.
O seu sistema pode sintetizar-se da seguinte 
maneira: a realidade é composta por átomos 
indivisíveis que se movem no vazio.
Pitágoras (séc. VI a.C.)
Filósofo e matemático, o número é a 
essência de tudo; todo o cosmo é 
harmonia, porque é ordenado pelos 
números.
O pitagorismo foi uma escola de sábios e 
filósofos que acreditava que os princípios 
matemáticos explicavam o universo. 
O número é o modelo originário das coisas 
e tudo é constituído por proporções 
matemáticas. 
Esta concepção matemática do universo 
influenciou o pensamento moderno.
Tambémse dedicou ao estudo da geometria dos triângulos. Formulou o 
famoso teorema de Pitágoras: “em todo triângulo retângulo, a soma do 
quadrado dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa”
Pensamentos de Pitágoras:
- Educai as crianças e não será preciso punir os jovens;
- Não é livre quem não tem domínio sobre si
- Todas as coisas são números
- A evolução é a lei da vida, o número é a lei do universo, a
unidade é a lei de deus
- A sabedoria plena e completa pertence a deus, mas os
homens podem desejá-la e amá-la tornando-se filósofos
- Anima-te por teres de suportar as injustiças; a verdadeira
desgraça está em cometê-las
Mito e filosofia: continuidade e ruptura
 Apesar das diferenças entre o pensamento mítico e a filosofia 
nascente, para alguns estudiosos o pensamento filosófico ainda 
apresentava vinculações com o mito.
 Contrapondo-se a esse pensamento, outros estudiosos afirmam 
existir uma ruptura entre mito e filosofia, pois enquanto o mito é uma 
narrativa cujo conteúdo não se questiona, a filosofia problematiza e 
convida à discussão.
 A filosofia busca a coerência interna, a definição rigorosa dos 
conceitos; organiza-se em doutrina e surge, portanto, como 
pensamento abstrato.

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