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INSTRUMENTALIZAÇÃO CAPITULO 3

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DO BRASIL-AELBRA
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
MARCOS VINICIUS KLAUS MULLER
HIPÓTESES E OBJETIVOS DA PESQUISA
CANOAS
2017
Ficha 2– capítulo 3- Hipóteses e Objetivos da Pesquisa
“A elaboração de hipóteses é fundamental para orientar o processo de pesquisa, para dar um foco à investigação. Ao pesquisador caberá a construção e a utilização de modelos que busquem relacionar os diversos aspectos que compõem a realidade, ao pesquisador cabe montar os quebra cabeças. A ciência, cuja forma de construção e de evolução se materializa através da pesquisa, trata, portanto, de uma relação entre o real (a realidade objetiva, os fatos, a vida) e o racional (modelos, formas de percepção, teorias, olhares) que são incongruentes, pois o real é, e não há razão teórica que esgote o dinamismo da construção da realidade. Daí que a realidade só pode ser contemplada, em sua análise, mediante um olhar complexo que não engesse o real, mas que dê conta, da forma mais fiel possível, de sua complexidade” (p.20-21).
“Partindo do princípio de que, no ato de pesquisar, na busca em desvendar a realidade, não há uma objetividade pura desvinculada da subjetividade do pesquisador (sujeito pesquisador), é condição para que uma pesquisa possa ser avaliada em seu rigor, que sejam explicitadas as formas de produção do discurso científico. Ou seja, frente aos inúmeros objetos a serem construídos, e, sobretudo, às inúmeras formas de aproximação com a realidade, é que se impõe ao pesquisador a explicitação das condições de produção de seu discurso científico. Tendo claro que o objeto científico é construído pelo pesquisador (pelo olhar do pesquisador), é necessário que fique claro a forma de sua construção. Que teoria utilizou como filtro? Quais autores foram consultados? Como materializou essas idéias abstratas na investigação da realidade? Quais dados ele coletou, como realizou sua análise? É preciso deixar claro o caminho percorrido, para que possa ser avaliado criticamente pelos seus pares (comunidade científica), para que sua pesquisa possa ser compreendida, tendo em vista que várias são as formas de abordagem da realidade, e não há mesmo consenso sobre a melhor. O que, por outro lado, não elimina a necessidade do rigor científico que passa pela objetivação das formas de produção do saber” (p.22).
“Nas defesas de monografias, mas, sobretudo, de dissertações (mestrado) e teses (doutorado), o item metodologia deixa explícito aos avaliadores (professores convidados para a banca examinadora) o caminho e a proposta da pesquisa. É assim que os representantes da comunidade científica investidos do status de avaliadores, avalizam ou não as pesquisas. Quando o pesquisador visa transformar sua pesquisa em um livro, para encaminhá-la à publicação, é muito comum que as editoras sugiram que seja suprimida boa parte deste item. Isso porque, aos leitores que se interessam pelo tema em si, não importa tanto o processo, a forma como o pesquisador chegou até suas conclusões, e sim a teoria, os resultados e as ideias construídas através da pesquisa. Mas, para a comunidade científica, que avaliza a pesquisa, esse item é de suprema importância, pois, faz parte das regras do jogo explicitar as formas de construção do discurso científico” (p.22-23).
“A indução e a dedução são métodos, formas de raciocínios sempre utilizados nas pesquisas, na construção e nos testes das teorias. A grosso modo, podemos dizer que a distinção entre a dedução e a indução se refere ao ponto de partida de uma investigação. Uma opção entre começar olhando o mundo, e, daí criar teorias, ou começar com teorias e verificar se o mundo é mesmo descrito por elas (CASTRO, 2006). Na história da ciência, na busca pelo conhecimento “verdadeiro”, despontam pelo menos duas grandes vertentes epistemológicas, duas escolas do pensamento científico: o racionalismo e o empirismo”. O Empirismo busca um aprender pela natureza (pela experiência): 
• que o pensamento seja um espelho dos fatos; 
• que a imaginação seja subordinada à observação; 
• que o cientista fale apenas o que a natureza lhe revela.
“A crítica à escola positivista e a sua pressuposição de neutralidade, esteve centrada no fato de que ela pregava que os cientistas deveriam ater-se aos fatos, serem o mais fiéis possível aos fatos. Porém: "Fatos não existem, o que existem são interpretações "(ALVES, 2000, p.143). Ou seja, a ciência moderna constrói um mito, o mito da objetividade pura desvinculada da subjetividade do pesquisador. O Positivismo buscava reduzir o conhecimento científico à experiência sensorial, às sensações. Só seriam verdadeiros os enunciados carregados de juízos de percepção que partam da experiência sensível. Porém: "toda observação está carregada de teoria", e a neutralidade não existe. Esta escola do pensamento científico, o positivismo clássico, partia do pressuposto de que todo ser humano é “tábula rasa”, e que, todos pesquisadores observam da mesma forma. De qualquer maneira, independente do saber que tenham, contrariamente ao que previa o positivismo, a realidade é sempre interpretada” (p.23-24).
“Na ciência moderna o pressuposto é de que o conhecimento avança pela especialização, e é tanto mais rigoroso quanto mais restrito é o objeto sobre o qual incide a análise. O seu rigor aumenta com o aumento da compartimentação da realidade, e o saber é orientado para policiar as fronteiras entre as disciplinas e reprimir os que as quiserem transpor. Todo o conhecimento é auto-conhecimento, ao contrário da visão cartesiana, segundo a qual um conhecimento objetivo e rigoroso não tolerava a interferência dos valores humanos ou religiosos. Foi nesta base que se construiu a distinção dicotômica sujeito/objeto. A postura do investigador é uma postura ativa e não passiva, o pesquisador se aproxima muito mais de um artista do que de um fotógrafo. Até porque, a realidade não se deixa fotografar, pois o acesso a ela se dá sempre por interpretação, recriação, resignificação, Por outro lado, a objetividade na ciência não se restringe a necessidade de demonstração e corroboração das teorias, cabe ao pesquisador criar a demanda, o interesse pelo tema e pela pertinência de sua pesquisa, A ciência funciona mesmo como um mercado, com teorias concorrentes entre si, é preciso fazer escolhas, como um consumidor que em um supermercado escolhe os produtos de acordo com determinados critérios (preço, aparência, propaganda) É preciso criar a demanda, o interesse pelo tema, daí as inúmeras competências exigidas ao pesquisador, que vão muito mais além das competências técnicas, de sua capacidade de criar, pensar, escrever: “Suspense, jogada, tom, prazo de publicação, boquiaberto, seis semanas no máximo, não são termos comumente usados para descrever a estrutura de uma molécula” (LATOUR, 1997, p.20). Criar sinergia, despertar interesse, fazer correlações, estabelecer vínculos, redes, estas são atribuições do pesquisador e fazem parte do seu cotidiano. São elementos associados à “Ciência que se Faz”, a “Ciência em Ação”. Fazem parte, portanto, da forma de composição dos conceitos, das teorias. É preciso que fortaleçamos pares e conexões: “Precisamos de outras pessoas que nos ajudem a transformar uma afirmação em fato” (LATOUR, 1999, p.178). O objeto é construído pelo pesquisador, por isso é preciso objetivar a forma de construção do discurso científico. Neste sentido, o principal recurso em uma pesquisa é o próprio pesquisador, pois: “No paradigma emergente, o caráter autobiográfico e auto-referenciável da ciência é plenamente assumido” (p.34-36).
“O objeto científico na ciência contemporânea é um objeto construído, conquistado do real, daí a importância de deixar explícitas as formas de construção deste objeto. Pois, concepções diferentes sobre o que é uma pesquisa, qual o papel da teoria, qual a teoria a ser utilizada e quais os métodos para aproximação com a realidade distinguem os objetos científicos, assim como o própriofazer científico. O termo sujeito, aqui se refere ao pesquisador e, objeto, ao fenômeno investigado” (p.40).
“O processo de construção da Problemática de Pesquisa dá-se então a partir de três intuições, a saber: a revisão de literatura (tudo o que foi produzido sobre o tema, a atualização do tema, do assunto, a revisão temática); a teoria (razão ratificada); e o objeto e o conhecimento sobre o objeto (vivência do pesquisador)” (p.42).
“Quando da construção do projeto de pesquisa, o referencial teórico ou fundamentação teórica deve estar coerente com o tema em estudo. Deve ser atualizada, mostrando algumas idéias relevantes do tema proposto” (p.43).
“Partindo de uma realidade concreta que buscamos desvendar pela pesquisa, conforme o epistemólogo Jacques Marre (1991), o pesquisador começa a construir um saber que em primeiro lugar é abstrato, teórico. Devemos encontrar dentro da teoria, hipóteses que nos façam avançar na descoberta do fenômeno investigado. As hipóteses são construídas em forma de afirmações explicativas, frases explicativas que devem responder ao problema de pesquisa. São possíveis explicações ou alternativas ao problema, a serem demonstradas, verificadas na segunda parte da pesquisa, quando do confronto com a coleta dos dados. Tratam-se de suposições construídas com base na teoria adotada, no referencial escolhido, e no conhecimento do pesquisador sobre o assunto, ou seja, a experiência de vida do pesquisador. Dentro das hipóteses estarão presentes as categorias de análise extraídas das teorias. Trata-se do processo de construção da problemática de pesquisa (problema + referencial teórico + sistema de hipóteses)” (p.44-45).
“A partir do problema constrói-se um sistema de hipóteses como forma de solucionar, de trazer alternativas e explicações ao problema. Esse sistema de hipóteses (que pode variar de 1 a 5 hipóteses) constitui-se enquanto afirmações explicativas a serem colocadas à prova (testadas) na análise dos dados (quando da demonstração das hipóteses). Em um relatório de pesquisa, o item metodologia refere-se ao estudo do método. Trata-se de uma exigência de um trabalho científico. Explicita os detalhes da forma de construção da problemática de pesquisa, desde as opções epistemológicas do pesquisador (pressupostos epistemológicos), que estão materializados na forma de construção da problemática (cujo diagrama comunica visualmente o recorte feito); o quadro das categorias de análise (que visualizaremos no próximo item) e os procedimentos da pesquisa. Os procedimentos referem-se a forma como o pesquisador procedeu para investigar determinada realidade (estratégias para coleta de dados, construção da amostra, diário de campo, técnicas utilizadas). Neste item o pesquisador deixa claro para os seus pares (comunidade científica) o caminho percorrido pela investigação, a forma como objetivou sua análise” (p.46).
“De qualquer forma, a lógica de construção da pesquisa que este livro propõe (resgata) não comporta essa forma, e exige a construção de um sistema de hipóteses. Importante reiterar que essa imposição (hipóteses) refere-se ao método, a uma tentativa de aproximar-se da realidade, que, em última análise é quem detém sempre as respostas, com suas regularidades e irregularidades” (p.48).
Perguntas: 
1) Como a ciência está tão próxima da pesquisa cientifica?
2) Sobre a criação da pesquisa, o que deve ser tomado com cautela para tudo dar certo?
Referências:
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e as suas regras. São Paulo: Loyola, 2000.
CASTRO, Cláudio de Moura. A prática da pesquisa. São Paulo: Pearson, 2006.
LATOUR, Bruno. Ciência em ação. São Paulo: UNESP, 1997.
Livro: ALMEIDA NETO, Honor de. Pesquisa Científica na Prática. Canoas: Editora da ULBRA, 2008. CAP. 3 Pág.20-49.

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