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LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 1 
 
 
 
 
Apostila 2016 
 
 
 
Literatura e Gramática 
Professora: Áurea 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 2 
 
SUMÁRIO 
SUMÁRIO ........................................................................................................................................................................ 1 
OBJETIVOS PEDAGÓGICOS .............................................................................................................................................. 8 
Literatura .................................................................................................................................................................... 8 
Gramática ................................................................................................................................................................... 8 
Romantismo ................................................................................................................................................................... 9 
Contexto histórico .................................................................................................................................................. 9 
Os Sofrimentos do Jovem Werther ......................................................................................................................... 9 
EXERCÍCIO ..................................................................................................................................................................... 10 
Características do Romantismo ............................................................................................................................ 11 
EXERCÍCIOS ................................................................................................................................................................... 12 
ROMANTISMO EM PORTUGAL ..................................................................................................................................... 14 
Contexto Histórico: ............................................................................................................................................... 14 
Autores e obras:.................................................................................................................................................... 14 
Almeida Garret (1799 – 1854) ...................................................................................................................................... 14 
NÃO TE AMO Almeida Garrett .................................................................................................................... 15 
ROMANTISMO NA EUROPA .......................................................................................................................................... 16 
Alexandre Herculano (1810 – 1877) ............................................................................................................................. 18 
Camilo Castelo Branco (1825 – 1890) ........................................................................................................................... 18 
AMOR DE PERDIÇÃO (fragmento) ............................................................................................................................. 19 
ROMANTISMO NO BRASIL ............................................................................................................................................ 21 
PRODUÇÃO LITERÁRIA DO ROMANTISMO BRASILEIRO ................................................................................................ 22 
POESIA: ......................................................................................................................................................................... 22 
1ª GERAÇÃO – Nacionalista .......................................................................................................................................... 22 
Principais autores: .................................................................................................................................................... 22 
Gonçalves de Magalhães ...................................................................................................................................... 22 
Gonçalves Dias ...................................................................................................................................................... 22 
GONÇALVES DIAS – CANÇÃO DO EXÍLIO ....................................................................................................................... 22 
EXERCÍCIOS ................................................................................................................................................................... 23 
2ª GERAÇÃO – Ultrarromântica .................................................................................................................................... 24 
Álvares de Azevedo ................................................................................................................................................... 24 
ADEUS, MEUS SONHOS ......................................................................................................................................... 24 
EXERCÍCIO ................................................................................................................................................................. 25 
Casimiro de Abreu .................................................................................................................................................... 25 
Fagundes Varela: ...................................................................................................................................................... 25 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 3 
 
Junqueira Freire ........................................................................................................................................................ 25 
3ª GERAÇÃO: Social, liberal ou condoreira ................................................................................................................... 26 
Castro Alves .............................................................................................................................................................. 26 
VOZES D’ÁFRICA .................................................................................................................................................... 26 
EXERCÍCIOS ................................................................................................................................................................... 28 
PROSA – O ROMANCE ROMÂNTICO NO BRASIL ........................................................................................................... 30 
Joaquim Manuel de Macedo .................................................................................................................................... 30 
A MORENINHA (FRAGMENTO) .............................................................................................................................. 30 
O SARAU ............................................................................................................................................................... 31 
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................... 31 
José de Alencar ............................................................................................................................................................. 32Romance indianista .................................................................................................................................................. 32 
Romance histórico .................................................................................................................................................... 32 
Romance urbano ...................................................................................................................................................... 32 
Romance regionalista ............................................................................................................................................... 32 
IRACEMA (FRAGMENTO) ...................................................................................................................................... 33 
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................... 33 
SENHORA (FRAGMENTO) ...................................................................................................................................... 34 
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................... 35 
Mais autores: ................................................................................................................................................................ 35 
Bernardo Guimarães ................................................................................................................................................. 35 
Franklin Távora: ........................................................................................................................................................ 35 
Visconde de Taunay .................................................................................................................................................. 35 
TRANSIÇÃO PARA O REALISMO .................................................................................................................................... 36 
A figura da mulher .................................................................................................................................................... 36 
O Amor ..................................................................................................................................................................... 36 
Autor e obra ................................................................................................................................................................. 37 
Manuel Antônio de Almeida ..................................................................................................................................... 37 
MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS ......................................................................................................... 37 
REALISMO/ NATURALISMO .......................................................................................................................................... 39 
Distinções entre Realismo e Naturalismo ................................................................................................................. 40 
Características do Realismo .......................................................................................................................................... 40 
Características do Naturalismo: .................................................................................................................................... 41 
EXERCÍCIOS ............................................................................................................................................................... 41 
REALISMO/ NATURALISMO EM PORTUGAL .................................................................................................................. 44 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 4 
 
PROSA ........................................................................................................................................................................... 44 
Eça de Queirós (1845 – 1900) ................................................................................................................................... 44 
O PRIMO BASÍLIO .................................................................................................................................................. 45 
ESTUDO DO TEXTO ............................................................................................................................................... 46 
POESIA .......................................................................................................................................................................... 47 
Antero de Quental (1842 – 91) ................................................................................................................................. 47 
O PALÁCIO DA VENTURA ...................................................................................................................................... 47 
ESTUDO DO TEXTO ............................................................................................................................................... 48 
REALISMO/ NATURALISMO NO BRASIL ......................................................................................................................... 49 
CONTEXTO HISTÓRICO .............................................................................................................................................. 49 
Principais autores do Realismo/Naturalismo brasileiro: ............................................................................................... 50 
Aluísio de Azevedo .................................................................................................................................................... 50 
ESTUDO DO TEXTO ............................................................................................................................................... 51 
Raul Pompéia ............................................................................................................................................................ 52 
O ATENEU ............................................................................................................................................................. 52 
ESTUDO DO TEXTO ............................................................................................................................................... 53 
Machado de Assis ......................................................................................................................................................... 54 
DOM CASMURRO .................................................................................................................................................. 55 
ESTUDO DO TEXTO ....................................................................................................................................................... 56 
OS CONTOS DE MACHADO DE ASSIS ............................................................................................................................ 58 
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................... 58 
PARNASIANISMO .......................................................................................................................................................... 60 
Características do Parnasianismo: ............................................................................................................................60 
Principais autores: ........................................................................................................................................................ 61 
Olavo Bilac ................................................................................................................................................................ 61 
RIO ABAIXO ........................................................................................................................................................... 61 
ESTUDO DO TEXTO ............................................................................................................................................... 62 
MAIS AUTORES - EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................ 63 
Alberto de Oliveira .................................................................................................................................................... 64 
Raimundo Correia ..................................................................................................................................................... 65 
SIMBOLISMO ................................................................................................................................................................ 66 
Contexto histórico: ................................................................................................................................................... 66 
Características do Simbolismo: ................................................................................................................................. 66 
SIMBOLISMO EM PORTUGAL ........................................................................................................................................ 67 
Principais autores: .................................................................................................................................................... 67 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 5 
 
Antônio Nobre ...................................................................................................................................................... 67 
Camilo Pessanha (1867 – 1926) ............................................................................................................................ 67 
Eugênio de Castro (1869 – 1944) .......................................................................................................................... 68 
UM SONHO ........................................................................................................................................................... 68 
ESTUDO DO TEXTO ............................................................................................................................................... 69 
SIMBOLISMO NO BRASIL .............................................................................................................................................. 70 
Principais autores simbolistas: .................................................................................................................................. 70 
Cruz e Sousa .............................................................................................................................................................. 70 
VIOLÕES QUE CHORAM ........................................................................................................................................ 71 
ESTUDO DO TEXTO ............................................................................................................................................... 72 
Alphonsus de Guimaraens ........................................................................................................................................ 73 
SUBSTANTIVO ............................................................................................................................................................... 75 
Classificação Semântica ............................................................................................................................................ 75 
GÊNERO: MASCULINO E FEMININO .......................................................................................................................... 75 
EXERCÍCIO ............................................................................................................................................................. 76 
Substantivo: Outras particularidades: ...................................................................................................................... 77 
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................... 77 
NÚMERO: SINGULAR E PLURAL ................................................................................................................................ 78 
Plural dos substantivos compostos ........................................................................................................................... 78 
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................... 79 
GRAU: AUMENTATIVO E DIMINUTIVO ...................................................................................................................... 81 
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................... 81 
MAIS EXERCÍCIOS – REVISANDO SUBSTANTIVO E SUAS FLEXÕES ................................................................................. 83 
ADJETIVO ...................................................................................................................................................................... 84 
Classificação dos adjetivos: ....................................................................................................................................... 84 
Adjetivos pátrios ....................................................................................................................................................... 84 
Locução adjetiva ....................................................................................................................................................... 86 
FLEXÃO DE GÊNERO: ................................................................................................................................................. 86 
FLEXÃO DE NÚMERO: ............................................................................................................................................... 87 
FLEXÃO DE GRAU ...................................................................................................................................................... 87 
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................... 88 
ARTIGO ......................................................................................................................................................................... 91 
Classificação dos artigos: .......................................................................................................................................... 91 
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................... 92 
NUMERAL .....................................................................................................................................................................95 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 6 
 
Classificação dos numerais: ...................................................................................................................................... 95 
Emprego e leitura dos numerais ............................................................................................................................... 96 
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................... 97 
PRONOME..................................................................................................................................................................... 99 
1. Pronomes Pessoais: .............................................................................................................................................. 99 
2. Pronomes Possessivos ........................................................................................................................................ 100 
3. Demonstrativos: ................................................................................................................................................. 101 
4. Indefinidos: ......................................................................................................................................................... 101 
5. Relativos ............................................................................................................................................................. 102 
6. Interrogativos ..................................................................................................................................................... 102 
EXERCÍCIOS ......................................................................................................................................................... 102 
COLOCAÇÃO PRONOMINAL ........................................................................................................................................ 104 
Próclise: .................................................................................................................................................................. 104 
Mesóclise: ............................................................................................................................................................... 104 
Ênclise: .................................................................................................................................................................... 104 
EXERCÍCIOS ......................................................................................................................................................... 105 
VERBO ......................................................................................................................................................................... 106 
Flexão (número e pessoa) ....................................................................................................................................... 106 
Modo ...................................................................................................................................................................... 106 
EXERCÍCIOS ......................................................................................................................................................... 107 
Tempo ..................................................................................................................................................................... 108 
Conjugação de verbos regulares: paradigmas de 1ª, 2ª e 3ª conjugação: .............................................................. 108 
MODO INDICATIVO ............................................................................................................................................. 108 
MODO SUBJUNTIVO ........................................................................................................................................... 110 
MODO IMPERATIVO............................................................................................................................................ 111 
EXERCÍCIOS ......................................................................................................................................................... 112 
Vozes do verbo ....................................................................................................................................................... 113 
EXERCÍCIOS ......................................................................................................................................................... 113 
Formas nominais do verbo ..................................................................................................................................... 114 
Particípio ............................................................................................................................................................. 114 
Gerúndio ............................................................................................................................................................. 114 
Infinitivo .............................................................................................................................................................. 114 
Locução Verbal ....................................................................................................................................................... 115 
MODO INDICATIVO ............................................................................................................................................. 116 
MODO SUBJUNTIVO ........................................................................................................................................... 117 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 7 
 
MODO IMPERATIVO............................................................................................................................................ 118 
EXERCÍCIOS ......................................................................................................................................................... 118 
ADVÉRBIO ................................................................................................................................................................... 122 
Locução adverbial: .................................................................................................................................................. 122 
Classificação dos advérbios:.................................................................................................................................... 122 
Advérbios interrogativos: ....................................................................................................................................... 123 
Graus do advérbio: ................................................................................................................................................. 123 
Palavras denotativas: .................................................................................................................................................. 123 
EXERCÍCIOS ......................................................................................................................................................... 124 
CONJUNÇÃO ............................................................................................................................................................... 126 
Locução conjuntiva: ................................................................................................................................................126 
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS ............................................................................................................................. 126 
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS: ........................................................................................................................... 127 
EXERCÍCIOS ......................................................................................................................................................... 128 
PREPOSIÇÃO ............................................................................................................................................................... 132 
Locução Prepositiva: ............................................................................................................................................... 132 
Combinação ou contração: ..................................................................................................................................... 132 
Preposição mais preposição: .................................................................................................................................. 132 
EXERCÍCIOS ......................................................................................................................................................... 133 
CLASSES DE PALAVRAS................................................................................................................................................ 134 
SUBSTANTIVO: ........................................................................................................................................................ 134 
ADJETIVO: ............................................................................................................................................................... 134 
ARTIGO: .................................................................................................................................................................. 134 
NUMERAL: .............................................................................................................................................................. 134 
PRONOME:.............................................................................................................................................................. 134 
VERBO: .................................................................................................................................................................... 134 
ADVÉRBIO: .............................................................................................................................................................. 134 
PREPOSIÇÃO: .......................................................................................................................................................... 134 
CONJUNÇÃO: .......................................................................................................................................................... 135 
INTERJEIÇÃO: .......................................................................................................................................................... 135 
EXERCÍCIOS ......................................................................................................................................................... 135 
Referências ................................................................................................................................................................. 138 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 8 
 
 
 
 
 
OBJETIVOS PEDAGÓGICOS 
 
Literatura 
 
 Reconhecer a relevância da Literatura de Língua Portuguesa para a construção do imaginário social e dos 
valores pessoais; 
 Elucidar questões sobre as relações Brasil e Portugal no campo da Literatura; 
 Conhecer os maiores autores de cada época e o contexto histórico; 
 Conhecer as diferenças entre conto, novela e romance. 
 Discutir e interpretar obras literárias famosas a partir da crítica literária. 
 
Gramática 
 
 Identificar e reconhecer as classes gramaticais; 
 Compreender os conceitos gramaticais por meio dos textos; 
 Analisar as palavras isoladamente e no texto com a finalidade de compreender a estrutura da Língua 
Portuguesa; 
 Reconhecer os processos de elaboração e articulação do discurso oral e escrito. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 9 
 
LITERATURA 
Romantismo 
Você se considera uma pessoa romântica? O que vem a ser Romantismo: um movimento ou um conjunto 
de ações que uma pessoa tem para com seu par? É preciso diferenciar romantismo e Romantismo. Vejamos: 
 
Contexto histórico 
Sempre houve temperamento e sensibilidade romântica. O estado de alma romântico pode ser encontrado 
em qualquer época, caracterizando-se pelo amor à natureza, a personalidade sonhadora, a fé, a liberdade, o 
saudosismo e a emoção. 
No século XIX esse temperamento era tão forte que caracteriza um estilo de época: o Romantismo. 
A palavra-chave em fins do século XVIII e no início do século XIX era Liberdade. O Romantismo rompe com 
a tradição clássica e abre caminho para a modernidade. 
O novo público consumidor, de origem burguesa, não mais aceitando os padrões clássicos que indicavam 
uma concepção estática do mundo, dita novos valores: o apego às tradições nacionais, o gosto pelas lendas e 
narrativas de origem medieval e pelo heroísmo; o sacrifício e o sangue derramado, que evocavam o recente passado 
revolucionário, e a afirmação das nacionalidades. 
No Brasil, o Romantismo reveste-se de um marcante conteúdo nacionalista e de exaltação dos elementos 
nacionais, pois corresponde ao nosso momento de luta pela emancipação política e de afirmação da nossa 
nacionalidade. A literatura é utilizada como arma de ação política e social, através da poesia revolucionária e 
abolicionista. 
Todos os movimentos que sucederam o Romantismo e revelam rebeldia e recusa de tudo quanto possa 
tolher a liberdade criadora são, de certo modo, uma continuidade dele. Assim, este movimento é um passo 
importante rumo à modernidade. 
 
Para saber mais: 
O Romantismo teve origem na Alemanha e na Inglaterra do século XVIII, espalhando-se para a França, 
Itália e demais países da Europa. 
Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774) é um romance de Johann Wolfgang von Goethe. Marco inicial 
do romantismo, considerado por muitos como uma obra-prima da literatura mundial, é uma das primeiras obras do 
autor, de tom autobiográfico - ainda que Goethe tenha cuidado para que nomes e lugares fossem trocados e, 
naturalmente, algumas partes fictícias acrescentadas, como o final. 
acesse: www.starnews2001.com.br/literatura.html 
 
 
 
 
 
Johann Wolfgang von Goethe Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774) 
Luise Seidler (1811) 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 10 
 
 
EXERCÍCIO 
1. O livro de Goethe é construído a partir de cartas que Werther, um jovem escritor e pintor, escreve a um 
amigo. Por meio delas, fica-se sabendo da chegada do jovem a um vilarejo alemão, do despertar de sua paixão não 
correspondida por Carlota. Carlota casa-se com Alberto, e Werther torna-se amigo do casal, o que acentua ainda 
mais sua frustração amorosa e acaba por leva-lo ao suicídio. Leia, a seguir, uma das cartas escritas depois de já 
estar perdidamente apaixonado: 
30 de agosto 
Infeliz! Não és um tolo? Não te enganas a ti mesmo? Porque te entregas a esta paixão desenfreada, 
interminável? Todas as minhas preces dirigem-se a ela; na minha imaginação não há outra figura senão a dela, e 
tudo que me cerca somente têm sentidoquando relacionado a ela. E isso me proporciona algumas horas de 
felicidade – até o momento em que novamente preciso separar-me dela! Ah, Wilhelm!, quantas coisas o meu coração 
desejaria fazer! Depois de estar junto dela duas ou três horas, deliciando-me com sua presença, suas maneiras, a 
expressão celestial de suas palavras, e todos os meus sentidos pouco a pouco se tornaram tensos, de repente uma 
sombra turva meus olhos, mal consigo ouvir, sinto-me sufocado, como se estivesse sendo estrangulado por um 
assassino, meu coração bate estouvadamente, procurando acalmar os meus sentidos atormentados, mas 
conseguindo apenas aumentar a perturbação – Wilhelm, muitas vezes nem sei se ainda estou nesse mundo! E em 
outros momentos - quando a tristeza não me subjulga e Carlota me concede o pequeno conforto de dar livre curso as 
minhas mágoas, derramando lágrimas abundantes sobre suas mãos – tenho necessidade de afastar-me, de ir para 
longe, e então me ponho a errar pelos campos. Nessas horas, sinto prazer em escalar uma montanha íngreme, em 
abrir caminho num bosque cerrado, passando por arbustros que me ferem, por espinhos que me dilaceram a pele! 
Sinto-me um pouco melhor então. Um pouco! E quando então, cansado e sedento, às vezes fico prostrado no 
caminho, no meio da noite, a lua cheia brilhando sobre minha cabeça, quando na solidão do bosque busco repouso 
no tronco retorcido de uma árvore, para aliviar meus pés doloridos, e então adormeço, na meia-luz, mergulhando 
num sono inquieto – Ah, Wilhelm!, nessas horas de solidão de uma cela, o cilício e o cíngulo de espinhos seriam um 
bálsamo para minha alma sequiosa! Adeus! Somente o túmulo poderá libertar-me desses tormentos. 
J. W. Goethe 
a. Qual é o estado de espírito da personagem segundo as informações contidas no texto? 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
b. O escapismo ou desejo de evasão é uma constante nos textos românticos. Manifesta-se na busca da natureza, 
na fuga para o passado próximo (a infância) ou distante (a Idade Média), o sonho ou a fantasia e a morte. Identifique, 
na carta, manifestações de escapismo. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 11 
 
Características do Romantismo 
 Individualismo e subjetivismo: os românticos viam o mundo unicamente por meio do seu mundo interior. 
A 1ª pessoa (eu) é constante. 
 Nacionalismo deu-se da seguinte maneira: 
o O culto da Idade Média pelos europeus, na qual se encontravam os elementos formadores da 
nacionalidade de cada povo: os heróis das cruzadas, as damas, os monges, as lendas, as 
crenças e tradições; 
o Indianismo, que, no Brasil, devido à ausência de um passado medieval, foi um dos elementos 
de sustentação do sentimento nacionalista, acentuado com a proximidade da Independência; 
 O culto da natureza, que, supervalorizada, não só constitui um refúgio não contaminado pela 
sociedade, como também é uma forma de exaltação da terra brasileira. Para os românticos, a natureza 
é fonte de inspiração e está intimamente vinculada aos sentimentos do poeta. 
 Saudosismo: da infância, do passado, da pátria, dos entes queridos, etc. 
 Sonho: que permite a criação de um mundo pessoal e idealizado. 
 A consciência da solidão: crença de que são incompreendidos. 
 A idealização da mulher e do amor: Somando espiritualismo e temperamento sonhador, o poeta 
romântico reveste a mulher de sua aura angelical, tornando-a uma figura poderosa e inacessível. 
 Exagero: somado à instabilidade e à ânsia de evasão, provocou o chamado mal-do-século, que se 
caracterizava por ser o estado de espírito de vários românticos que se entregaram a uma excessiva 
melancolia e solidão e um grande pessimismo que os conduziu à exaltação da morte. 
 O sobrenatural, o mórbido, a noite e o mistério da existência estão presentes nos textos dos poetas da 
geração do mal-do-século. 
 Byronismo: inspirado na vida e na obra de Lord Byron, poeta inglês. Estilo de vida boêmio, voltado para 
vícios, bebida, fumo, podendo estar representado no personagem ou na própria vida do autor 
romântico. O byronismo é caracterizado pelo narcisismo, pelo egocentrismo, pelo pessimismo, pela 
angústia. 
São palavras freqüentes no universo romântico: luar, amor, noite, saudade, verde, ilusão, pranto, dor, 
suspiro, virgem, rosa, coração, sonhos, noite, lágrima, etc. 
 
Compare as características do Romantismo com as do Arcadismo: 
 
Romantismo Arcadismo 
Predomínio da Emoção Predomínio da Razão 
Subjetivismo Objetivismo 
Nacionalismo Universalismo; nativismo 
Valorização da cultura popular Imitação da Cultura Clássica 
Natureza mais real, que interage com o eu lírico Natureza como pano de fundo para os idílios amorosos 
Sentimentalismo; estados de alma tristes e melancólicos Busca do equilíbrio, racionalismo 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 12 
 
EXERCÍCIOS 
1. Identifique a característica romântica predominante em cada um dos seguintes textos: 
a) Eu sei como este mundo ri d’escárnio, 
 Deste aéreo sonhar da fantasia. 
 Eu sei... P’ra cada crença de nossa alma, 
 Ele tem uma frase de ironia... 
 Ah! Deixai-me guardar o meu segredo: 
 Deste riso cruel eu tenho medo... 
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b) Quem és tu, quem és tu, vulto gracioso, 
 Que te elevas da noite na orvalhada? 
 Tens a face nas sombras mergulhada... 
 Sobre as névoas te libras vaporoso... 
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c) Uma noite, eu me lembro... ela dormia 
 Numa rede encostada molemente.... 
 Quase aberto o roupão... solto o cabelo 
 E o pé descalçado no tapete rente. 
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d) Por isso, ó morte, eu amo-te e não temo: 
 Por isso, ó morte, eu quero-te comigo. 
 Leva-me à região da paz horrenda 
 Leva-me ao nada, lava-me contigo. 
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e) Sonho –me às vezes rei, nalguma ilha, 
 Muito longe, nos mares do oriente, 
 Onde a noite é balsâmica e fulgenteE a lua cheia sobre as águas brilha... 
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LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 13 
 
2. Leia a canção de Lulu Santos e aponte as relações que ela estabelece com o Romantismo. Levante hipóteses 
sobre a escolha do título e do conteúdo da composição; liste as características do movimento romântico e tire 
exemplos do texto. 
 
O Último Romântico 
Lulu Santos 
 
Faltava abandonar a velha escola 
Tomar o mundo feito coca-cola 
Fazer da minha vida sempre 
O meu passeio público 
E ao mesmo tempo fazer dela 
O meu caminho só 
Único 
 
Talvez eu seja 
O último romântico 
Dos litorais 
Desse Oceano Atlântico... 
 
Só falta reunir 
A zona norte à zona sul 
Iluminar a vida 
Já que a morte cai do azul... 
 
 
 
Só falta te querer 
Te ganhar e te perder 
Falta eu acordar 
Ser gente grande 
Prá poder chorar... 
 
Me dá um beijo, então 
Aperta a minha mão 
Tolice é viver a vida 
Assim, sem aventura... 
 
Deixa ser 
Pelo coração 
Se é loucura então 
Melhor não ter razão... 
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LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 14 
 
ROMANTISMO EM PORTUGAL 
 
As datas que marcam o início e o fim do Romantismo português são: 
1825 – publicação do poema narrativo Camões, de Almeida Garret, em que o autor faz uma biografia 
sentimental do grande poeta renascentista português. 
1865 – ocorrência da questão Coimbrã, uma polêmica intelectual que envolveu escritores românticos e 
escritores novatos. 
 
Contexto Histórico: 
Portugal não se isolou dos demais países europeus no que diz respeito às transformações sociopolítico-
econômicas que se seguiram à Revolução Francesa. Merecem destaque as seguintes ocorrências: 
a) substituição da monarquia absolutista pelo liberalismo; 
b) vinda da família real para o Brasil, em 1808, fugindo da invasão francesa; 
c) Independência do Brasil, com reflexos na economia portuguesa, visto que a burguesia perdeu um 
importante mercado de exportação; 
d) Constituição portuguesa de 1822, de caráter liberal. 
Nesse contexto ocorreram as primeiras manifestações do Romantismo português, período em que merecem 
destaque Almeida Garret, Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco e Júlio Dinis. 
Autores e obras: 
Almeida Garret (1799 – 1854) 
João Batista da Silva de Almeida Garret nasceu no Porto e morreu em Lisboa. 
Formou-se em direito pela Universidade de Coimbra. Viu-se obrigado ao exílio na Inglaterra 
quando a Constituição de 1822 foi abolida por um golpe comandado pela aristocracia 
portuguesa. Além de escritor, fundou pelo menos quatro jornais e exerceu intensas 
atividades parlamentares e diplomáticas Seu relacionamento adúltero com a viscondessa da 
Luz parece ter inspirado Folhas caídas, seu principal livro de poemas. 
Obras: 
Poesia: Camões (1825) – publicado em Paris, a primeira edição omitia, por razões políticas, o nome do autor; Dona 
Branca (1826); Folhas caídas (1853), 
Prosa: Viagens na minha terra (1846); O Arco de Santana (em dois volumes: 1845 e 1850). 
Teatro: Frei Luís de Sousa (1844). 
Almeida Garret é considerado o mais importante autor romântico português. Além de ter renovado o teatro 
com Frei Luís de Sousa, estimulou o nacionalismo, despertando o gosto pela tradição popular, que incorporou, 
sobretudo nos romances. 
Dentre os poemas escritos por Almeida Garret, podemos destacar aqui um poema em que o espírito 
romântico aparece de maneira bastante evidente. Vejamos: 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 15 
 
NÃO TE AMO Almeida Garrett 
Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma. 
E eu n'alma – tenho a calma, 
A calma – do jazigo. 
Ai! não te amo, não. 
 
Não te amo, quero-te: o amor é vida. 
E a vida – nem sentida 
A trago eu já comigo. 
Ai, não te amo, não! 
 
Ai! não te amo, não; e só te quero 
De um querer bruto e fero 
Que o sangue me devora, 
Não chega ao coração. 
 
Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela. 
Quem ama a aziaga estrela 
Que lhe luz na má hora 
Da sua perdição? 
 
E quero-te, e não te amo, que é forçado, 
De mau, feitiço azado 
Este indigno furor. 
Mas oh! não te amo, não. 
 
E infame sou, porque te quero; e tanto 
Que de mim tenho espanto, 
De ti medo e terror... 
Mas amar!... não te amo, não. 
 
1. Crie um vocabulário com as palavras que você não conhece. Em seguida, consulte um dicionário para elucidá-las. 
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2. Explique a diferença de amar e querer, de acordo com o poema de Garret. 
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LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 16 
 
ROMANTISMO NA EUROPA 
 
Ascensão do Romance 
“Ainda não há respostas inteiramente satisfatórias para muitas das perguntas genéricas que qualquer pessoa 
interessada nos romancistas de inícios do século XVIII poderia formular. O romance é uma forma literária nova? 
Supondo que sim, como em geral se supõe, e que se iniciou com Defoe, Richardson e Fielding, em que o romance 
difere da prosa de ficção do passado, da Grécia, por exemplo, ouda Idade Média, ou da França do século XVII? E há 
algum motivo para essas diferenças terem parecido em determinada época e em determinado local? 
Nunca é fácil abordar questões tão amplas, muito menos respondê-las, e neste caso elas são particularmente 
difíceis, pois a rigor Defoe, Richardson e Fielding não constituem uma escola literária. Na verdade suas obras 
apresentam tão poucos indícios de influência recíproca e são de natureza tão diversa que à primeira vista parecia 
que nossa curiosidade sobre o surgimento do romance dificilmente encontraria alguma satisfação além daquela 
oferecida pelos termos “gênio” e “acidente,[..]”
1
 
Na Europa do século 19, com a ascensão da burguesia, 
surge um novo gênero narrativo. A classe burguesa emergente, o 
novo público leitor, tinha a necessidade de meios mais objetivos de 
contar histórias. Entendia-se que o novo público demandava 
leituras sobre o seu cotidiano, ou seja, as histórias deveriam ter 
sempre uma correspondência com a realidade. Podemos entender 
melhor esse tópico se o compararmos com as telenovelas dos dias 
atuais, elas atendem à demandas sociais e não costumam inovar 
muito em seus enredos. Isso acontece por que há a preocupação com o público, antes da preocupação estética. 
 
Você sabe a diferença entre poema e poesia? Você seria capaz de explicar as diferenças entre romance, 
conto e novela? Faça uma pesquisa nos sites indicados e depois defina com suas próprias palavras 
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1
 Watt, Ian. A ascensão do romance : estudos sobre Defoe, Richardson e. Fielding / Ian Watt ; tradução Hildegard 
Feist. (Câmara Brasileira do livro, SP, Brasil). 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 17 
 
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LÍNGUAPORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 18 
 
Alexandre Herculano (1810 – 1877) 
Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo nasceu em Lisboa e morreu em Val-
de-Lobos. São fatos importantes de sua vida o exílio na Inglaterra e na França e uma 
polêmica que travou com o clero, ambos decorrentes de sua participação nas lutas 
liberais. Juntamente com Garret, foi um intelectual que atuou bastante nos programas de 
reformas da vida portuguesa. 
Na ficção de Herculano, além de temas religiosos, predomina o caráter histórico 
dos enredos, voltados para A Idade Média e relacionados às origens da nação portuguesa. 
Obras: 
Poesia: A harpa do crente (1838). 
Prosa: 
a) Romance: O bobo (1843); Eurico, o presbítero (1844); O monge de Cister (1848). 
b) Conto: Lendas e narrativas (1851). 
c) Historiografia: História de Portugal (em quatro volumes, o último publicado em 1853). 
 
 “Eurico, o Presbítero é um livro escrito por Alexandre Herculano. Está na linha de livros do 
Romantismo em obra épica. O livro busca enfatizar de forma ferrenha as características ao ponto 
de comparar a mulher a um ser angelical, as idéias opostas estão no decorrer de toda trama, o 
uso freqüente da natureza para mostrar a natureza humana (sentimento bucólico), romantismo 
monológico (onde o amor só tem uma linha de raciocínio), idealismo platônico, conflito dos 
personagens é constante”. (Por Roberta Laisa Dantas de Sousa - http://www.infoescola.com/livros/eurico-o-
presbitero/) 
 
 
Camilo Castelo Branco (1825 – 1890) 
Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco nasceu em Lisboa e morreu em São Miguel de Seide. 
Abandonou a primeira mulher e raptou uma mulher casada, com quem passou a viver. 
Acusado de bigamia, foi preso. Mais tarde viveu aventuras amorosas com outra mulher 
casada, uma freira e uma turista inglesa. Finalmente apaixonou-se por Ana Plácido, senhora 
casada que seria o grande amor de sua vida. Ambos foram presos, condenados por adultério. 
Na prisão, Camilo escreveu Amor de perdição, obra que lhe proporcionou grande 
popularidade. Após terem sido absolvidos e morto o marido de Ana, os dois amantes passaram a viver juntos. Mais 
de trinta anos depois, em 1890, Camilo Castelo Branco suicidou-se, vencido pela cegueira. 
Obras: 
De sua vastíssima obra (poesia teatro, jornalismo, romance, conto e novela) destacam-se: Amor de 
perdição, Amor de salvação, A queda de um anjo, A doida do Candal. 
Este escritor consagrou-se como o melhor representante do Ultra-Romantismo português, principalmente 
pelas suas novelas de caráter passional, ou seja, histórias em que o grande assunto á a paixão. Extremamente 
apreciadas pelo público da época, essas novelas permitiram a Camilo viver apenas da literatura. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 19 
 
AMOR DE PERDIÇÃO (fragmento) 
 
Amor de perdição é uma das mais conhecidas obras do Romantismo português. 
Movidos por rixas, os familiares de Simão e Teresa conseguem impedir a união dos jovens. Por ordem do 
pai, Teresa fica enclausurada num convento. Simão, acusado de um crime, refugia-se na casa de João da Cruz e 
desperta a paixão imediata de Mariana, filha de João. Mais tarde Simão é preso e, após longo processo, condenado 
ao degredo na Índia. Durante o processo, Simão e Teresa se comunicam apenas por cartas, entregues por uma 
mendiga. O trecho que vamos ler foi extraído do final da novela. Sem a menor esperança de rever Simão, Teresa 
envia-lhe uma carta de despedida, que o infeliz jovem vai ler no navio que o leva para a Índia. Nessa viagem, 
acompanha-o Mariana. 
A vida era bela, era, Simão, se a tivéssemos como tu ma pintavas nas tuas cartas, que li há pouco! Estou 
vendo a casinha que tu descrevias defronte de Coimbra, cercada de árvores, flores e aves. A tua imaginação 
passeava comigo às margens do Mondego, à hora pensativa do escurecer. Estrelava-se o céu, e a lua abrilhantava a 
água. Eu respondia com a mudez do coração ao teu silêncio, e, animada por teu sorriso, inclinava a face ao teu seio, 
como se fosse ao de minha mãe. Tudo isto li nas tuas cartas; e parece que cessa o despedaçar da agonia enquanto 
a alma se está recordando. Noutra carta, me falavas em triunfos e glórias e imortalidade do teu nome. Também eu ia 
após da tua aspiração, ou diante dela, porque o maior quinhão dos teus prazeres de espírito queria eu que fosse 
meu. 
Oh! Simão, de que céu tão lindo caímos! À hora que te escrevo, estás tu para entrar na nau dos 
degredados, e eu na sepultura. 
Que importa morrer, se não podemos jamais ter nesta vida a nossa esperança de há três anos?! Poderias 
tu com a desesperança e com a vida, Simão? Eu não podia. Os instantes do dormir eram os escassos benefícios que 
Deus me concedia; a morte é mais que uma necessidade, é uma misericórdia divina, uma bem-aventurança para 
mim. 
Rompe a manhã. Vou ver minha última aurora... a última dos meus dezoito anos! 
Abençoado sejas, Simão! Deus te proteja, e te livre de uma agonia longa. Todas as minhas angústias lhe 
ofereço em desconto das tuas culpas. Se algumas impaciências a justiça divina me condena, oferece tu a Deus, meu 
amigo, os teus padecimentos, para que eu seja perdoada. 
Adeus! À luz da eternidade parece-me que já te vejo, Simão! 
(Camilo Castelo Branco) 
1. Teresa recorda-se de dois assuntos tratados por Simão em cartas anteriores. Quais assuntos? 
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2. Teresa almejava montar um lar com Simão. A descrição desse lar obedece a convenções bem típicas do 
Romantismo. Explique. 
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LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 20 
 
3. No texto ocorre a palavra céu e também a palavra eternidade. Qual dos dois termos conota a desejada experiência 
terrena do casal? Explique sua resposta. 
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4. “(...) me falavas em triunfos e glórias e imortalidade do teu nome.” 
As aspirações de Simão revelam um comportamento romântico baseado principalmente: 
a) na religiosidade; 
b) no individualismo exacerbado; 
c) no mal-do-século; 
d) na melancolia; 
 
5. Por que Teresa encara a morte como uma “bem-aventurança”? 
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______________________________________________________________________________________________ 
 
6. Identifique o autor romântico português de que trata cada fragmento: 
a) Toda a sua produção literária é mais consistente quando tem como base a história de Portugal. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
b) O caráter ultra-romântico de sua novelase romances revela-se, sobretudo pelo sentimentalismo exagerado das 
personagens; 
______________________________________________________________________________________________ 
 
c) Inaugurou o Romantismo português com um poema narrativo que é a biografia poética de um famoso poeta 
renascentista. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
7. “(...) a porta abriu-se, e um vulto negro de monja apareceu no limiar dela.” (Alexandre Herculano) 
A presença de figuras do mundo medieval na literatura romântica portuguesa relaciona-se: 
a) ao mal-do-século; 
b) à evasão no passado histórico em busca das raízes da nacionalidade. 
c) à necessidade de incorporar à literatura figuras excêntricas. 
d) à religiosidade que marcou todo o Romantismo. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 21 
 
ROMANTISMO NO BRASIL 
 
 O Romantismo brasileiro revestiu-se de um expressivo cunho nacionalista. A Independência, conquistada em 
1822, reforçou a busca de elementos caracterizadores e diferenciadores de nossa nacionalidade. Daí o forte 
sentimento de fidelidade à pátria e às suas tradições e a criação de símbolos que pudessem ser incorporados à 
consciência nacional e passassem a representar o país. Entre eles, o índio, a natureza e a linguagem. 
 São as seguintes obras que delimitam, para efeitos didáticos, o Romantismo no Brasil: 
 1836- Publicação de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães, em cujo prefácio 
encontram-se algumas das diretrizes da nova estética. 
 1881- Publicação de Memórias póstumas de Brás Cubas, romance realista de Machado de Assis, e de O 
Mulato, romance naturalista de Aluísio de Azevedo. 
 A vinda da família real para o Rio de Janeiro, em 1808, provocou uma série de mudanças no país. O Brasil 
deixa de ser apenas uma colônia, passa a ter mais autonomia. O militar, o comerciante, o artesão, o funcionário 
público, o homem de imprensa e os empregados das firmas comerciais passam a compor de forma significativa a 
sociedade da época. O convívio social é dinamizado pela vida dos salões e as ruas ganham uma agitação nova. A 
literatura conta com a avidez do público feminino e o Romantismo difunde-se com relativa facilidade. 
 O desenvolvimento da nação foi acompanhado por um crescente sentimento anticolonialista, do qual resultou a 
nossa Independência, em 1922. 
 Como não tínhamos um passado medieval, fomos buscar no índio o símbolo da raça brasileira – as virtudes do 
homem nacional, o elemento de auto-afirmação e, de certo modo, de oposição ao português. 
 Inspirando-se nos procedimentos do cavaleiro medieval europeu, os escritores caracterizaram o índio como 
um nobre, e não é difícil fazer uma analogia entre o heroísmo dos cavaleiros da Idade Média e a bravura e o 
destemor dos colonizadores que adentravam a selva brasileira em busca de riqueza do nosso solo. 
 Entretanto o nacionalismo romântico e a busca do passado impediram muitas vezes uma visão objetiva da 
realidade brasileira, e permitiram uma fuga aos problemas do pis e do povo. A exaltação do índio, por exemplo, 
desviava a atenção de uma avaliação crítica da escravatura. 
 Foi apenas a partir de 1860, com Castro Alves, que a poesia voltou-se para a realidade política e social; 
ligando-se às lutas pelo abolicionismo e denunciando o choque entre os símbolos e a realidade social. 
 
 
 
Francisco Goya, The Shootings of May 3, 1808 
1814 (110 K) 
Oil on canvas, 104 3/4 x 136 
Museo del Prado, Madrid 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 22 
 
PRODUÇÃO LITERÁRIA DO ROMANTISMO BRASILEIRO 
POESIA: 
A poesia romântica divide-se em três gerações. Embora cada uma delas possua características próprias, é 
bastante acentuada a interpenetração e a transferência de características de uma geração à outra. 
 
1ª GERAÇÃO – Nacionalista 
Características: Nacionalismo, aversão à influência portuguesa (lusofobia), religiosidade misticismo, indianismo. 
 
Temas: o índio, a saudade, o amor impossível. 
Principais autores: 
 
Gonçalves de Magalhães: Embora voltado para a poesia religiosa, como deixa 
transparecer em Suspiros poéticos e saudades, continuou a cultivar a poesia indianista de caráter 
nacionalista. Suas poesias são fracas, segundo a crítica literária; sua importância advém do fato 
de ter sido o introdutor do Romantismo no Brasil. 
 
 
Gonçalves Dias: Antônio Gonçalves Dias nasceu em 10 de agosto de 1823, no sítio Boa 
Vista, em terras de Jatobá, a 14 léguas de Caxias. Aos 41 anos morreu em um naufrágio do 
navio Ville Bologna próximo a região de Baixos dos Atins no município de Tutóia, próximo 
aos Lençóis maranhenses, em 3 de novembro de 1864. Apesar de ser Advogado de 
formação é conhecido muito mais como Poeta. 
 
 
GONÇALVES DIAS – CANÇÃO DO EXÍLIO 
 
Natureza e saudade se entrelaçam em suas obras. A nostalgia, o retorno ao passado e a exaltação da 
pátria também caracterizam a sua obra. As lamentações pelo amor impossível, os anseios, as inquietações, os 
desencantos caracterizam o lirismo amoroso desse autor, que muitas vezes se identifica com a atitude de 
vassalagem do trovador medieval. O indianismo dominou a sua obra: idealizou o indígena, ressaltando seu 
sentimento de honra e nobreza de caráter; descreveu o índio como um herói, procurando torná-lo símbolo de toda 
uma raça, capaz de categorizar o brasileiro em face do europeu; exaltou a natureza em que viviam os selvagens e 
procurou interpretar a psicologia do índio brasileiro. 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 23 
 
CANÇÃO DO EXÍLIO 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 
 
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 
 
Em cismar sozinho, à noite, 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
 
Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar – sozinho, à noite – 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
 
Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que desfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
Sem qu’inda aviste as palmeiras, 
Onde cata o Sabiá. 
 
Vocabulário: 
Cismar – ficar absorto em pensamentos. 
Primor – beleza, encanto. 
 
EXERCÍCIOS 
1. O poema se constrói com a oposição aqui e lá. Identifique a que locais se refere e o que fica explícito nessa 
comparação? 
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2. O olhar do poeta ora se volta para os céus da pátria (estrelas), ora para o solo (flores). Que elemento pode ser 
considerado como intermediário entre esses dois modos de olhar? 
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3. De que maneira o poeta expressa o seu sentimento nacionalista? 
______________________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 24 
 
4. Para o poeta, a pátria distante é plural, o que é expresso pela repetição do advérbio mais. Em que verso o poeta 
expressa que esta natureza plural acaba por contagiar a maneira de viver e de ser romântica? 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
2ª GERAÇÃO – Ultrarromântica 
 
Características: Individualismo, pessimismo, mal-do-século, morbidez, noturnismo. 
Temas: a dúvida, o tédio, a orgia, a infância, o medo de amar, o sofrimento. 
 
Principais autores: 
Álvares de Azevedo: Sua obra, influenciada também pela sua personalidade adolescente, revela ambigüidade, 
indecisão: ora aspira aos amores virginais e idealiza a mulher; ora descreve-a erotizada e degradada. Brumas, 
visões, sonhos e sentimentalidade cedem lugar muitas vezes ao realismo humorístico, ao cinismo e à irreverência. 
Revelando uma dúbia inclinação pela mãe e pela irmã, a imagem punitiva da mãe talvez tivesse contribuído para a 
sua oscilação entre o erotismo e a moralidade. 
Foi o poeta que mais se deixou contagiar pelo mal-do-século: a temática do tédio e da morte, o ceticismo e o 
culto do funéreo atravessam todas as suas obras; a angústia, a descrença e o satanismo estão presentes até mesmo 
no lirismo amoroso, no qual o amor e a felicidade se mostram como coisas inatingíveis. 
 
ADEUS, MEUS SONHOS 
Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro! 
Não levo da existência uma saudade! 
E tanta vida que meu peito enchia 
Morreu na minha triste mocidade! 
 
Misérrimo! Votei meus pobres dias 
À sina doida de um amor sem fruto, 
E minh‟alma na treva agora dorme 
Como um olhar que a morte envolve em luto. 
 
Que me resta, meu Deus? Morra comigo 
A estrela de meus cândidos amores, 
Já que não levo no meu peito morto 
Um punhado sequer de murchas flores! 
(Álvares de Azevedo) 
Álvares de Azevedo [escultura em bronze, com pedestal 
em granito e bronze de1907], do escultor Amadeo Zani 
 Busto localizado no Largo São Francisco em São Paulo - SP 
Vocabulário: 
Votar – dedicar, devotar; 
Sina – destino, sorte; 
Cândido -puro, ingênuo. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 25 
 
 
EXERCÍCIO 
 
1. Que palavras e expressões do poema caracterizam o chamado mal-do-século? 
______________________________________________________________________________________________ 
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______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
2. Identifique a causa principal do desejo de morrer manifestado pelo eu-lírico. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
3. Um dos sonhos do eu-lírico é o da realização amorosa. Entretanto, ao utilizar a metáfora “estrela”, na última 
estrofe, revela a impossibilidade de realizar o seu sonho. Explique essa afirmação. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
4. Identifique os versos que repetem a idéia do vazio interior que deixa o eu-lírico sem motivações para a vida. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
Casimiro de Abreu: dois temas marcam as suas obras: o saudosismo (da pátria, da família, do 
lar, da infância) e o lirismo amoroso. Em sua poesia lírico-amorosa encontramos a imagem da 
mulher meiga e idealizada. Sua oscilação entre a sentimentalidade e os impulsos eróticos o 
conduz a uma malícia mascarada, fruto do temor de transgredir os limites da moralidade do seu 
tempo e da necessidade de descrever sentimentos e situações adolescentes, mais imaginativas 
que reais. Ambos os temas são marcados pelo pessimismo decorrente do mal-do-século. 
 
Fagundes Varela: Cultivou temas de todas as gerações: o pessimismo, a morbidez, a natureza, a poesia 
amorosa, além de mostrar-se contrário à monarquia e à escravidão. Escreveu também poemas religiosos, 
de inspiração bíblica, apesar de criticar a Igreja da época. 
 
Junqueira Freire: Sua obra tem pouca importância estética e é marcada pelo sentimento religioso, o 
erotismo frustrado e a obsessão pela morte. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 26 
 
 
3ª GERAÇÃO: Social, liberal ou condoreira 
 
Características: aprofundamento do espírito nacionalista, do liberalismo, da poesia social e da política. 
Temas: a escravidão, a república, o amor erótico. 
 
Castro Alves: duas vertentes marcam suas obras: a poesia social e a poesia lírica. Sua 
poesia social caracterizava-se pelos temas abolicionistas e de libertação dos povos; incorpora 
o negro, de forma definitiva, na literatura, apresentando-o como herói e como um ser amoroso, 
ativo, sofredor, esperançoso, oprimido e lutador. Ao contrário dos outros românticos, sua 
poesia lírico-amorosa parece resultar em grande parte da experiência real e não apenas da 
imaginação. São poemas que traduzem esperança, euforia, desespero, saudade, 
pressentimento da morte, exaltação da natureza e um sensualismo erótico, expresso por palavras recorrentes como 
seios, cabelos, perfumes, etc. 
 
VOZES D’ÁFRICA 
Castro Alves 
(fragmentos) 
 
Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? 
Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondes 
 Embuçado nos céus? 
Há dois mil anos te mandei meu grito, 
Que embalde desde então corre o infinito... 
 Onde estás, Senhor Deus? 
 
Qual Prometeu tu me amarraste um dia 
Do deserto na rubra penedia 
 - Infinito: galé!... 
Por abutre – me deste o sol candente, 
E a terra de Suez – foi a corrente 
 Que me ligaste ao pé... 
(...) 
 
Cristo! Embalde morreste sobre um monte... 
Teu sangue não lavou de minha fronte 
 A mancha original. 
Ainda hoje são, por fado adverso, 
Meus filhos – alimária do universo, 
 Eu – pasto universal... 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 27 
 
Hoje em meu sangue a América se nutre 
- Condor que transformara-se em abutre, 
 Ave da escravidão, 
Ela juntou-se às mais... irmã traidora 
Qual de José os vis irmãos outrora 
 Venderam seu irmão. 
 
Basta, Senhor! De teupotente braço 
Role através dos astros e do espaço 
 Perdão p’ra os crimes meus!... 
Há dois mil anos... eu soluço um grito... 
Escuta o brado meu lá no infinito, 
 Meu Deus! Senhor, meu Deus!!... 
 
1. O fragmento desse poema de Castro Alves fala 
a) da religiosidade do povo africano c) da escravidão do povo africano 
b) da exploração do território africano d) da história do povo africano 
 
2. O eu-lírico do poema é a África personificada. Nas duas primeiras estrofes do fragmento o interlocutor do eu-lírico 
é 
a) Prometeu b) Deus c) abutre d) Suez 
 
3. No verso “Que embalde desde então corre o infinito...”, a palavra destacada tem o sentido de 
a) inutilmente b) rapidamente c) lentamente d) isoladamente 
 
4. O grito dado “Há dois mil anos” pelo eu-lírico é em favor 
a) de Cristo b) de José c) da América d) dos seus filhos 
 
5. Ao mencionar o personagem mitológico Prometeu, o eu-lírico estabelece uma relação 
a) de oposição b) de afetividade c) de semelhança d) de animosidade 
 
6. No verso “Condor que transformara-se em abutre”, temos a figura de linguagem 
a) metáfora b) antítese c) metonímia d) catacrese 
 
7. Quando se refere à América, o eu-lírico expressa 
a) um elogio b) um questionamento c) uma lamentação d) uma acusação 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 28 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Que ano e que obra assinalam, didaticamente, o início do Romantismo brasileiro? 
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______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
2. Com que elementos os românticos brasileiros expressavam o sentimento nacionalista? A fauna, a flora são 
representativas? 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
3. Que elemento representava as virtudes do homem nacional, o símbolo da raça brasileira, de auto-afirmação de 
nossa nacionalidade e, de certo modo, de oposição ao português? 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
4. Com qual poeta observa-se o choque entre os símbolos românticos e a realidade nacional? 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
5. Preencha corretamente a que geração romântica pertence os autores abaixo: 
a) Castro Alves: ________________________________________________________________________________ 
b) Gonçalves Dias: ______________________________________________________________________________ 
c) Álvares de Azevedo: ___________________________________________________________________________ 
d) Gonçalves de Magalhães: ______________________________________________________________________ 
e) Casimiro de Abreu: ____________________________________________________________________________ 
f) Junqueira Freire: ______________________________________________________________________________ 
g) Fagundes Varela: ____________________________________________________________________________ 
 
6. Quais as principais características da 1ª geração? 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
7. Quais as principais características do Ultra-Romantismo? 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 29 
 
 
8. Qual poeta que mais se deixou contagiar pelo chamado mal-do-século? 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
9. O texto seguinte é um fragmento de um poema de Fagundes Varela. Que características do Ultra-Romantismo 
podemos encontrar nestes versos? 
 
Não te apavore o aspecto das tumbas. 
Esta boca sarcófaga que a terra 
Aqui a nossos pés abriu medonha 
Não é engolir-nos. 
O nosso cálix de abundantes dores 
Não transbordou ainda. 
Tua missão, minha harpa, é grande, é grande: 
Sangremo-nos à morte. 
Aos túmulos, aos túmulos, minha harpa! 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
10. Identifique a característica romântica marcante neste fragmento do poema “Meus oito anos”, de Casimiro de 
Abreu. 
Oh! dias da minha infância! 
Oh! meu céu de primavera! 
Que doce a vida não era 
Nessa risonha manhã! 
Em vez das mágoas de agora, 
Eu tinha nessas delícias 
De minha mãe as carícias 
E os beijos de minha irmã! 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
11. Como é caracterizada a poesia de Castro Alves? 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 30 
 
 
PROSA – O ROMANCE ROMÂNTICO NO BRASIL 
 
 A urbanização da cidade do Rio de Janeiro, agora transformada em corte, criando uma sociedade 
consumidora representada pela aristocracia rural, profissionais liberais e jovens estudantes, todos em busca de 
entretenimento, o espírito nacionalista a exigir uma “cor local” para os romances, e na a mera importação ou tradução 
de obras estrangeiras, o jornalismo vivendo seu primeiro grande impulso e a divulgação em massa de folhetins; o 
avanço do teatro nacional: estes são alguns fatos que explicam o aparecimento e o desenvolvimento do romance no 
Brasil. 
 Respondendo às exigências do público leitor, surgem romances que giram em torno da descrição dos 
costumes urbanos e amenidades do campo, ou que apresentam imponentes selvagens, personagens concebidos 
pela imaginação e ideologia românticas, com os quais o leitor se identifica, pois retratam uma “realidade” que lhe 
convém. 
 Dessa forma, pela aceitação obtida junto ao público leitor, por ter moldado o gosto desse público ou 
correspondido às suas expectativas, convenciou-se adotar o romance A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, 
lançado em 1844, como o primeiroromance brasileiro. 
 
Principais autores: 
Joaquim Manuel de Macedo: Soube como ninguém adaptar o romance romântico 
europeu ao nosso ambiente, satisfazendo o público leitor da época. Retornando sempre às 
mesmas fórmulas, escreveu singelas histórias, cheias de sentimentalismo, cujo cenário era 
o meio natural e social do Rio de Janeiro e a sociedade pequeno-burguesa do século XIX. 
Nas ruas, nas festas públicas e nos saraus vamos encontrar suas personagens: 
estudantes, comerciantes, funcionários públicos, comadres, alcoviteiras e caixeiros. Suas 
narrativas terminam sempre com um final feliz, depois de muitos obstáculos e peripécias que vão se desfazendo até 
o desenlace. 
Suas principais obras são romances: A Moreninha, O Moço Loiro, Os dois amores. A luneta mágica; 
no teatro: O cego, O fantasma branco, O primo da Califórnia. 
 
A MORENINHA (FRAGMENTO) 
 
O fragmento que você vai ler pertence ao capítulo XVI do romance A moreninha, cujo enredo apresentamos 
em linha gerais: 
Um grupo de estudantes, augusto, Leopoldo, Fabrício e Felipe, resolve passar um fim de semana em casa 
deste último, na ilha de Paquetá. Como augusto se dizia incapaz de um compromisso amoroso duradouro, Felipe faz 
com ele a seguinte aposta: se Augusto ficasse apaixonado pela mesma mulher durante quinze dias ou mais, ele, 
Augusto, seria obrigado a escrever um romance relatando o acontecimento. Na ilha, Augusto conhece Carolina (A 
Moreninha), irmã de Felipe, por quem acaba se apaixonando. Mas o juramento feito a uma menina que conhecera 
aos treze anos, cujo paradeiro e identidade desconhecia, é um obstáculo à união dos dois. Ao descobrir que a 
menina de outrora era a própria Moreninha, o conflito se resolve favoravelmente. 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 31 
 
O SARAU 
 
 Em um sarau todo o mundo tem que fazer. O diplomata ajusta, com um copo de champanha na mão, 
os mais intrincados negócios; todos murmuram e não há que deixe de ser murmurado. O velho lembra-se dos 
minuetos e das cantigas do seu tempo, e o moço goza todos os regalos da sua época; as moças são no sarau como 
estrelas no céu; estão no seu elemento; (...) daí a pouco vão outras pelo braço de seus pares, se deslizando pela 
sala e marchando em seu passeio, mais a compasso que qualquer de nossos batalhões da Guarda Nacional, ao 
mesmo tempo que conversam sempre objetos inocentes que movem olhaduras e risadinhas apreciáveis. Outras 
criticam de uma gorducha vovó, que ensaca nos bolsos meia bandeja de doces que vieram para o chá, e que ela leva 
aos pequenos que, diz, lhe ficaram em casa. Ali vê-se um ataviado dândi que dirige mil finezas a uma senhora idosa, 
tendo os olhos pregados na sinhá, que senta-se ao lado. Finalmente, no sarau não é essencial ter cabeça nem boca, 
porque, para alguns é regra, durante ele, pensar pelos pés e falar pelos olhos. 
 E o mais é que nós estamos num sarau: inúmeros batéis conduziram da corte para a ilha de ... 
senhoras e senhores, recomendáveis por caráter e qualidade: alegre, numerosa e escolhida sociedade enche a 
grande casa, que brilha e mostra em toda a parte borbulhar o prazer e o bom gosto. 
 Entre todas essas elegantes e agradáveis moças, que com aturado empenho se esforçam por ver 
qual delas vence em graças, encantos e donaires, certo que sobrepuja a travessa Moreninha, princesa daquela festa. 
 (Joaquim Manuel de Macedo) 
Vocabulário: 
Minuete (minueto) – nome de antiga dança francesa e da música que acompanhava essa dança. 
Regalo – prazer; 
Ataviado – enfeitado, ornado; 
Dândi – homem que se veste com extremo apuro; almofadinha; 
Batel – pequena embarcação. 
Aturado – constante, persistente. 
Donaire – elegância, adorno. 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Que grupo social do século XIX é focalizado pelo narrador? 
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2. Por que o dândi procura parecer simpático à velha senhora? 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________ 
3. Que expressões do narrador revelam o critério de escolha dos convidados para o sarau? 
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______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 32 
 
 
4. Com base na leitura desse trecho de A Moreninha, justifique a seguinte afirmação: O romance gira em torno de 
frivolidades (sem valor, fútil). 
______________________________________________________________________________________________
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______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
 
José de Alencar: Construiu uma obra de inspiração nacionalista, traçando um variado 
painel da nossa realidade. Explorou a lenda, a história, os costumes da sociedade, a 
política e a vida colonial. Seus assuntos eram o homem e a terra brasileira, o Brasil do 
campo e o das cidades. É também o maior representante do indianismo. Sua obra separa 
definitivamente a literatura brasileira da portuguesa, pois, se o conteúdo era nacional, a 
forma de expressá-lo também o era: procurava uma sintaxe brasileira, introduzindo 
construções tipicamente nacionais e palavras indígenas. 
Por ser vasta, costuma-se dividir a sua obra de ficção em quatro grupos: 
 
Romance indianista – Em textos de forte conteúdo lírico e fundamentação mais lendária do que histórica 
Alencar faz contrastarem a ganância e a falsidade do civilizado europeu com o mito do “bom selvagem”, a quem dá 
características de fidalgo. A incorporação do vocabulário tupi e a atenção aos costumes indígenas também marcam 
sua prosa indianista, da qual fazem parte os romances O guarani, Iracema e Ubirajara. 
 
Romance histórico – Referem-se à conquista definitiva da terra brasileira e à ambição de imigrantes e 
aventureiros interessados nas riquezas da nova terra. Alencar procurou também representar as nossas origens e 
formação como povo. As minas de prata e A guerra dos mascates são as obras que representam essa vertente. 
 
Romance urbano – Trata da vida carioca de então; apresenta-nos dramas morais e tipos femininos 
complicados. O amor, o casamento por interesse, a sociedade patriarcal e a importância do dinheiro estão presentes 
nos enredos que teceu. Pertencem ao romance urbano de Alencar as obras Cinco minutos, A viuvinha, Lucíola, Diva, 
A pata da gazela, Sonhos d’ouro, Senhora e Encarnação. 
 
Romance regionalista – Traça um painel das principais regiões do país: o extremo sul, o interior 
fluminense, o planalto paulista e o Nordeste, fazendo uma descrição de hábitos e costumes dessas regiões em O 
gaúcho, O tronco do ipê, Til, O sertanejo. 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO -ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 33 
 
 
IRACEMA (FRAGMENTO) 
 
 Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem 
dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira. O 
favo da jati não era doce como seu sorriso, nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais 
rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão pelas matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, 
da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as 
primeiras águas. Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da 
oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os miúdos 
cabelos. Escondidos na folhagem, os pássaros ameigavam o canto. Iracema saíra do banho; o aljôfar da água ainda 
a roreja, como à doce mangaba que corou em manhã de chuva. Enquanto repousa, empluma das penas do guará as 
flechas do seu arco e concerta com o sabiá da mata, pousado no galho próximo, o canto agreste. A graciosa ará, sua 
companheira e amiga, brinca junto dela. 
 (José de Alencar) 
Vocabulário: 
 
Graúna – ave preta 
Jati – abelha jataí 
Ipu – região do Ceará 
Oiticica – tipo de árvore 
Aljôfar – pérola pequena (Alencar compara as gotas d’água a pequenas pérolas) 
Rorejar – cair em gotas 
Mangaba – um tipo de fruta muito doce 
Guará – ave de coloração vermelho-vivo 
Concertar – harmonizar sons 
Ará – um tipo de papagaio 
 
EXERCÍCIOS 
1. Alencar faz uma descrição de Iracema. É uma descrição física ou moral? 
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2. O Romantismo procura valorizar nossa fauna e nossa flora. Trata-se de uma forma de nacionalismo. Isso ocorre 
no texto lido? Justifique. 
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3. A natureza, no texto, é decorativa ou há um entrosamento, uma harmonia entre a personagem e ela? Explique. 
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LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 34 
 
 
4. As comparações e as metáforas dão ao texto um sentido poético, subjetivo. Identifique-as no texto: 
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SENHORA (FRAGMENTO) 
 
O fragmento que você vai ler pertence ao último capítulo do romance Senhora. O enredo é o seguinte: 
Fernando Seixas abandona a noiva, Aurélia Camargo, trocando-a por Adelaide, de quem não gosta, mas 
que possui um dote. Mais tarde, Aurélia recebe uma herança e, através do seu tutor, oferece 100 contos ao ex-noivo 
para se casarem. Casados, Aurélia passa a tratá-lo como um objeto comprado. Fernando ganha dinheiro na bolsa de 
valores e paga o seu resgate, após o que se conciliam para sempre. 
Depois de restituir o dinheiro a Aurélia, partindo o vínculo que os prendia, Seixas procura justificar-se: 
Ouça-me; desejo que um dia remoto, quando refletir sobre este acontecimento, me restitua uma parte da 
sua estima; nada mais. A sociedade no seio da qual me eduquei, fez de mim um homem à sua feição; o luxo 
dourava-me os vícios, e eu não via através da fascinação o materialismo a que eles me arrastavam. Habituei-me a 
considerar a riqueza como primeira força viva da existência, e os exemplos, ensinavam-me que o casamento era 
meio tão legítimo de adquiri-la, como a herança e qualquer honesta especulação. Entretanto, ainda assim, a senhora 
me teria achado inacessível à tentação, se logo depois que seu tutor procurou-me, não surgisse uma situação que 
me aterrou. Não somente vi-me ameaçado da pobreza, e o que mais me afligia, da pobreza endividado, como me 
achei o causador, embora involuntário, da infelicidade de minha irmã cujas economias eu havia consumido, e que ia 
perder um casamento por falta de enxoval. Ao mesmo tempo minha mãe, privada dos módicos recursos que meu pai 
lhe deixara, e de que eu tinha disposto imprevidentemente pensando que os poderia refazer mais tarde!... Tudo isto 
me abateu. Não me defendo; eu devia resistir e lutar, nada justifica a abdicação da dignidade. Hoje saberia afrontar a 
adversidade, e ser homem; naquele tempo não era mais do que um ator de sala; sucumbi. Mas a senhora regenerou-
me e o instrumento foi esse dinheiro. Eu lhe agradeço.(...) 
Seixas recuou um passo até o meio do aposento, e fez uma profunda cortesia, à qual Aurélia respondeu. 
Depois atravessou lentamente à câmara nupcial agora iluminada. Quando erguia o reposteiro ouviu a voz da mulher. 
– Um instante! - disse Aurélia. 
– Chamou-me? 
– O passado está extinto. Estes onze meses, não fomos nós que os vivemos, mas aqueles que se acabam 
de separar, e para sempre. Não sou mais sua mulher; o senhor já não é meu marido. Somos dois estranhos. Não é 
verdade? 
Seixas confirmou com a cabeça. 
– Pois bem, agora me ajoelho eu a teus pés, Fernando, e suplico-te que aceites meu amor, este amor que 
nunca deixou de ser teu, ainda quando mais cruelmente ofendia-te. 
A moça travara das mãos de Seixas e o levara arrebatadamente ao mesmo lugar onde cerca de um ano 
antes ela infligira ao mancebo ajoelhado a seus pés, a cruel afronta. 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 35 
 
XERCÍCIOS 
 
1. Que elemento do texto assinala a identificação entre o Romantismo e a classe burguesa? 
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2. Como era a sociedade em que Seixas vivia? 
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3. O que levou Seixas a considerar a riqueza como a primeira força viva da existência? 
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4. Transcreva do texto a fala que caracteriza oamor romântico. 
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Mais autores: 
 
Bernardo Guimarães: Considerado o criador do romance sertanejo e regional, ambientado 
em Minas e Goiás. 
Suas principais obras são: O seminarista, A escrava Isaura, O garimpeiro. 
 
Franklin Távora: Apesar de ter sido um dos fundadores do regionalismo brasileiro, propondo uma 
literatura baseada na realidade, na história, na geografia e nos costumes locais, produziu romances 
enfadonhos. Não conseguiu realizar suas intenções realistas e naturalistas, deixando que em sua 
obra se impusesse o convencionalismo romântico. 
Suas principais obras são: Os índios do Jaguaribe, A casa de palha; O Cabeleira; O matuto, 
Lourenço. 
 
Visconde de Taunay: Romântico pelo idealismo sentimental e realista pelas 
descrições da natureza, às vezes com observações minuciosas e notas científicas sobre a fauna 
e a flora, Taunay é um escritor de transição que se tornou famoso graças a duas obras: 
Inocência e A retirada da Laguna. 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 36 
 
TRANSIÇÃO PARA O REALISMO 
 
Os fragmentos seguintes permitem uma comparação que vai revelar o declínio do estilo romântico. 
Primeiramente mostraremos textos extraídos de romances românticos; embaixo, trechos extraídos do romance 
Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida: 
 
A figura da mulher 
 
Texto A – Descrição de uma heroína imaginada pela personagem central do O moço Loiro, romance de 
Joaquim M. de Macedo. 
“Eu vi uma mulher verdadeiramente bela. Seus cabelos são negros e fuzidios como azeviche; seus olhos 
grandes, pretos e ardentes, dardejavam vistas de fogo tão penetrantes como o raio de sol. 
Sua fronte branca, elevada e lisa, é o trono do mais nobre sossego; seu rosto pálido, melancólico e doce (...) 
Seus braços são alvos e torneados.” 
 
Texto B – Luisinha é a personagem por quem Leonardo, o herói do romance, se apaixona. Leia a descrição 
da moça. 
“Era alta, magra, pálida; andava com o queixo enterrado no peito, trazia as pálpebras sempre baixas e 
olhava a furto; tinha os braços finos e compridos; o cabelo, cortado, dava-lhe apenas até o pescoço, e como andava 
mal penteada(...) uma grande porção caía-lhe sobre a testa e olhos como viseira. Trajava nesse dia um vestido de 
chita roxa muito comprido.” 
 
Qual dos escritores idealizava a figura feminina? Justifique sua resposta. 
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O Amor 
 
Texto A – Observe a retomada do romance entre as personagens. Aurélia dirige-se a Seixas, Em Senhora. 
 “– Aquela que te humilhou, aqui a tens abatida, no mesmo lugar onde ultrajou-te, nas iras da sua paixão. 
Aqui a tens implorando teu perdão e feliz porque te adora, como senhor de sua alma.” 
 
Texto B – Depois de Luisinha ter enviuvado, Leonardo pede-a novamente em casamento. 
 “Luisinha e Leonardo haviam reatado o antigo namoro; e quem quiser ver coisa de andar depressa é 
namoro de viúva. Na primeira ocasião Leonardo quis recorrer a uma nova declaração; Luisinha, porém fez o 
processo sumário, aceitando a declaração de há tantos anos.” 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 37 
 
 
Qual das duas personagens femininas revela um comportamento tipicamente romântico? Justifique sua 
resposta. 
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O romance Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, 
fugindo às convenções do Romantismo, é considerado uma obra de transição para o 
Realismo/Naturalismo. Apesar de permanecerem muitas convenções do Romantismo, o romance 
apresenta como novidades: personagens não idealizadas, recolhidas de uma classe social que 
ainda não frequentava a literatura – o povo remediado; linguagem mais popular, se comparada, 
por exemplo, com o estilo de José de Alencar; certa tendência à comicidade. 
 
Autor e obra: 
 
Manuel Antônio de Almeida – Além de registrar os hábitos, a moda e a maneira de 
viver das classes populares, ironizava certos aspectos do Romantismo. Algumas de suas 
características, entre elas a crítica social e a objetividade da narrativa, antecipam o 
Realismo. 
O romance Memórias de um sargento de milícias, publicado em capítulos, consistia 
em narrativas com enredos bastante intrincados. Foi o percussor das novelas de 
televisão. 
A crítica vê em seu romance um caráter picaresco. Esta palavra designa um gênero 
literário de origem espanhola, que tem como protagonista um herói meio cômico, meio ridículo, o pícaro: tipo de 
personagem travessa, ardilosa, que vive de expedientes, e expensas das várias classes da sociedade. O malandro, 
em resumo. 
 
MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS 
 
Leia o fragmento do capítulo XVIII das Memórias de um sargento de milícias, cujo enredo é o seguinte: 
Leonardo Pataca e Maria, pais do anti-herói Leonardo, se conhecem numa viagem de navio. Pataca aplica 
um beliscão em Maria e recebe de volta uma pisadela. “Nove meses depois, filho de uma pisadela e de um beliscão, 
nascia Leonardo”. Sua mãe foge com um capitão de navio e Leonardo fica aos cuidados do compadre, depois de ver-
se enjeitado pelo pai. Preguiçoso e desordeiro é preso pelo Major Vidigal e obrigado a engajar-se como soldado. A 
farda não lhe modifica o caráter, e novamente é preso. Maria Regalada, ex-amante do Major, interfere e consegue 
convencer Vidigal a libertar Leonardo e promove-lo a sargento. Leonardo, enfim, casa-se com Luisinha e tudo 
termina bem. 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 38 
 
D. Maria chamou por sua sobrinha, e esta apareceu. Leonardo lançou-lhe os olhos, e que, tendo perdido as 
graças de menina, ainda não tinha adquirido a beleza de moça: era alta, magra, pálida; andava com o queixo 
enterrado no peito, trazia as pálpebras sempre baixas, e olhava a furto; tinha os braços finos e compridos; o cabelo, 
cortado, dava-lhe apenas até o pescoço, e como andava mal penteada e trazia a cabeça sempre baixa, uma grande 
porção lhe caía sobre a testa e olhos, como uma viseira. Trajava nesse dia um vestido de chita roxa muito comprido, 
quase sem roda, e de cintura muito curta; tinha ao pescoço um lenço encamado de Alcobaça. 
Por mais que o compadre a questionasse, apenas murmurou algumas frases ininteligíveis com voz rouca e 
sumida. Mal a deixaram livre, desapareceu sem olhar para ninguém. Vendo-a ir-se, Leonardo tomou a rir-se 
interiormente. 
Quando se retiraram, riu-se ele pelo caminho à sua vontade.O padrinho indagou a causa da sua hilaridade; 
respondeu-lhe que não se podia lembrar da menina sem rir-se. 
- Então lembras-te dela muito a miúdo, porque muito a miúdo te ris. 
Leonardo viu que esta observação era verdadeira. 
Durante alguns dias umas poucas de vezes falou na sobrinha de D. Maria; e apenas o padrinho lhe 
anunciou que teriam de fazer a visita de costume, sem saber por que, pulou de contente, e, ao contrário dos outros 
dias, foi o primeiro a vestir-se e dar-se por pronto. 
(Manuel Antonio de Almeida) 
Vocabulário: 
Alcobaça – vila portuguesa onde se importavam estes lenços grandes de algodão, em geral vermelhos. 
A miúdo (ou a miúde): frequentemente. 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Que elementos do enredo podemos classificar como “nada românticos”? 
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______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________
2. Com relação à classe social, o que se observa ao compararmos as personagens de Manuel Antonio de Almeida 
com as personagens dos romances românticos? 
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______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
3. Que verdade estaria implícita na observação do padrinho de Leonardo? 
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______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
4. Por que Leonardo não pode ser caracterizado como um jovem cavalheiro romântico? 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 39 
 
REALISMO/ NATURALISMO 
 
A utilização do éter em anestesia, a assepsia, a formulação da teoria microbiana das doenças, a descoberta 
dos microrganismos responsáveis pela sífilis, pela malária e pela tuberculose foram conquistas científicas da 
segunda metade do século XIX, além de outros avanços científicos muito marcantes. 
Essa evolução da ciência permitiu explicar fenômenos até então inexplicáveis ou alterou a maneira de 
explicar outros, considerados como já desvendados. O cientificismo substituiu progressivamente o subjetivismo 
romântico, que marcara o início do século. Atribuiu-se à ciência o poder de dar a conhecer as coisas como elas 
efetivamente eram a capacidade de resolver os problemas da humanidade. Por isso, considerou-se que os métodos 
da ciência deviam ser estendidos a todos os domínios da vida humana. Esse espírito científico gerou novas maneiras 
de pensar, de viver, de produzir arte. 
Impulsionou a aceitação desses princípios a publicação da obra A origem das espécies, de Charles Darwin, 
na qual o cientista expõe a teoria da evolução das espécies por seleção natural: o meio ambiente condicionaria todos 
os seres, deixando sobreviver os mais fortes e eliminando os mais fracos. A teoria, que nega a origem divina do 
mundo, dogma bastante respeitado no período romântico, foi rejeitada por muitos e exaltada por outros, que a 
consideraram uma espécie de “nova Bíblia”. 
Na análise e compreensão da cultura da segunda metade do século XIX é importante considerar ainda 
estes aspectos: 
a) A pequena burguesia (classe média da época) passou a ocupar o primeiro plano no cenário histórico, em 
detrimento da aristocracia e mesmo do clero. Unida de início ao proletariado, essa classe social opôs-se à 
aristocracia, seguindo mais tarde rumo diferente. 
b) No campo da economia, o acentuado interesse pelo liberalismo – herança do período anterior – fazia 
prover a vitória do capitalismo industrial e, com ele, a ideia do lucro. 
Como diz o historiador Arnold Hauser: “O dinheiro é a força que domina toda a vida pública e privada e [...] 
todos os direitos passam a exprimir-se através dele”. 
Os trabalhadores assalariados viviam em condições miseráveis e excluídos das vantagens decorrentes do 
avanço científico e industrial. 
c) Tentou-se aplicar à filosofia os mesmos critérios empregados nas ciências naturais, e surgiu a corrente 
de pensamento denominada positivismo, que sustentava que a realidade só poderia ser analisada a partir da 
observação dos fatos, rejeitando qualquer explicação metafísica para a origem do homem e do mundo. Todos os 
fenômenos se resumiriam, portanto, ao seu aspecto material. Essa concepção filosófica era bastante adequada a 
uma sociedade que valorizava os bens materiais acima de qualquer coisa. O materialismo é outro traço dominante do 
período. 
Foi nesse contexto que surgiu a arte realista. 
O realismo ocorre toda vez que a arte procura expressar o mundo de maneira objetiva, deixando em 
segundo plano a subjetividade e o sentimentalismo. Por isso, em qualquer época pode-se falar de arte realista para 
designar a arte resultante de uma atitude racional, lógica, diante das coisas. 
Já o termo Realismo designa um estilo de época que predominou na segunda metade do século XIX. A arte 
desse período desprende-se do sonho, da fantasia, da subjetividade, guiando-se por uma concepção lógica, racional, 
do mundo. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 40 
 
 
Distinções entre Realismo e Naturalismo 
 
O Naturalismo não é independente do Realismo. Ambos têm como objeto de observação a realidade 
exterior; ambos são postos em relevo pela literatura no mesmo período. O Naturalismo incorporou ao Realismo o 
cientificismo da época, o determinismo e a crença de que os homens estariam condicionados pela hereditariedade, 
pelo meio e pelas circunstâncias, criando daí romances que são verdadeiras teses científicas, nos quais o artista cria 
situações de causa e efeito para melhor descrever atitudes e personalidades, evidenciando preocupações 
patológicas. 
 
Características do Realismo 
 
Veracidade – Desprezando a imaginação romântica, o realista procura narrar fatos que tenham seus 
correspondentes na realidade exterior, evitando, portanto, situações que possam parecer artificiais ou improváveis. 
Contemporaneidade – Ao contrário dos românticos, que se evadiam para um mundo situado no passado ou 
no futuro, o realista procura a realidade que lhe é contemporânea. 
Retrato fiel das personagens – Na busca da verdade, o realista prefere retratar tipos concretos, vivos, não-
idealizados. Por coincidir com o desenvolvimento da psicologia, o Realismo, além de retratar, procura interpretar o 
caráter da personagem e os motivos de suas ações. É comum a caracterização de indivíduos que representem 
aspectos negativos da natureza humana: o avarento, o covarde, o ambicioso, o fraco, o mesquinho, a adúltera, a 
prostituta, etc. 
Gosto pelos detalhes específicos – Objetivando precisão e fidelidade, o realista não abre mão dos detalhes 
e minúcias na caracterização das personagens e ambientes, na observação de atitudes e sentimentos. Isto também 
contribui para uma certa lentidão da narrativa. 
Materialização do amor – Ao contrário do romântico que tem uma visão espiritual e sentimental do amor, o 
realista volta-se para o aspecto físico. O homem passa a ver a mulher como objeto de prazer e é comum a temáticado adultério e dos crimes passionais. 
Denúncias das injustiças sociais – Acreditando numa função social da arte, os realistas fazem dela uma 
arma de combate e denúncia das diferenças sociais, mostrando os preconceitos, a hipocrisia, a ambição dos homens 
e a exploração das classes menos favorecidas. 
Determinismo e relação causa e efeito – O realista procura uma explicação lógica para as atitudes das 
personagens, considerando a soma de fatores que justificam suas ações. Dá-se ênfase ao instinto, ao meio ambiente 
e à hereditariedade como forças determinantes do comportamento do indivíduo. 
Linguagem próxima à realidade e preocupação formal – O realista utiliza-se de palavras menos “nobres” e 
até mesmo vulgares como: tuberculose, moléstia, cebolas, moedas, carne, podridão. A linguagem realista é simples, 
natural, correta, clara e equilibrada. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 41 
 
 
Características do Naturalismo: 
 
O Naturalismo acentuou as características do Realismo e destacou-se pela incorporação dos seguintes 
elementos: 
Visão determinista e mecanista do homem – O homem é considerado como um animal sujeito a forças que 
determinam o seu comportamento: o meio, o instinto, a hereditariedade e o momento. 
Cientificismo – Consideram o homem um “caso” a ser analisado cientificamente. 
Personagens Patológicas – Os naturalistas preferiam personagens mórbidas, adúlteras, psiquicamente 
desequilibradas, assassinos, bêbados, miseráveis, doentes, prostitutas, etc. 
Crítica social e reformista – Denunciando o drama da existência, os naturalistas visavam a modificações 
que alterassem o quadro negativo da realidade social. 
Incorporação de termos científicos e profissionais – É comum o vocabulário ligado à medicina, à biologia, à 
psicologia e às atividades profissionais, sobretudo as exercidas pelas camadas menos favorecidas. 
 
No romance de tendência naturalista a ação é muito importante, já que permite exteriorizar o drama vivido 
pelas personagens. Já no romance realista a ação é menos importante, pois predomina a preocupação com o mundo 
interior da personagem. 
Apesar da imparcialidade e da impessoalidade que o narrador procura manter, não se deve confundir uma 
obra de arte, mesmo realista, com um documento. Interpretando a vida por meio de métodos parecidos com os das 
ciências exatas, o escritor realista/ naturalista procura também provocar discussão sobre a realidade social e 
contribuir no sentido de modificá-la. A burguesia, vista como uma classe social repleta de “vícios românticos”, 
especialmente o egoísmo e o individualismo, torna-se o alvo predileto da crítica desses escritores, assim como a 
Igreja. 
No plano político, os realistas/ naturalistas defendiam ideias republicanas e socialistas, e acentuava-se o 
repúdio à monarquia e ao clero. Os artistas passaram a considerar suas obras como instrumento de denúncia e de 
combate. É a chamada “arte engajada”. 
 
EXERCÍCIOS 
1. Leia: 
[...] Em, outras circunstâncias, colocado em meio social diverso, talvez que padre Antonio de Morais viesse a ser um 
santo, no sentido puramente católico da palavra [...]. Mas nos sertões do Amazonas, numa sociedade quase 
rudimentar, sem moral, sem educação... vivendo no meio da mais completa liberdade de costumes, sem a coação da 
opinião pública [...] devia cair na regra geral dos seus colegas de sacerdócio, sob a influência enervante e corruptora 
do isolamento, e entregara-se ao vício e à depravação[...] 
(Inglês de Sousa – O missionário) 
a) No texto enfatiza-se a influência do meio sobre a personagem. Explique: 
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b) O autor formula uma hipótese para um comportamento diferente do padre. Em que trecho está essa ideia? 
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2. Leia: 
Por determinismo entende-se a relação entre os fenômenos. De acordo com o determinismo, os fenômenos se 
relacionam de forma tão rigorosa que, a um dado momento, todo fenômeno está completamente condicionado pelos 
que o precedem e acompanham e, ao mesmo tempo, condiciona os que o sucedem. 
O texto seguinte trata da personagem Jerônimo, um trabalhador português que passou a morar num cortiço no Rio 
de Janeiro: 
O português abrasileirou-se para sempre; fez-se preguiçoso, amigo das extravagâncias e dos abusos, luxurioso e 
ciumento; fora-se-lhe de vez o espírito da economia e da ordem; perdeu a esperança de enriquecer[...] 
(Aluísio Azevedo – O cortiço) 
a) Que verbo do texto revela que a personagem acabou condicionada ao meio? 
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b) Resuma as características que ela teria perdido. 
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3. De que forma o Realismo e o Naturalismo se relacionam? 
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4. Identifique as características realista- naturalistas que aparecem nos seguintes textos: 
a) “O tísico do nº 7 há dias esperava o seu momento de morrer, estendido na cama, os olhos cravados no ar, a boca 
muito aberta, porque já lhe ia faltando o fôlego. Não tossia; apenas, de quando em quando, o esforço convulsivo para 
atravessar os pulmões desfeitos sacudia-lhe todo o corpo e arrancava-lhe da garganta uma ronqueira lúgubre, que 
lembrava o arrular ominoso dos pombos”. (Casa da pensão, Aluísio Azevedo) 
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LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 43 
 
 
b) “Sim, meu pai adorava-me. Minha mãe era uma senhora fraca, de pouco cérebro e muito coração, assaz crédula, 
sinceramente piedosa, - caseira, apesar de bonita, e modesta, apesar de abastada; temente as trovoadas e ao 
marido. O marido era na Terra o seu deus. Da colaboração dessas duas criaturasnasceu a minha educação, que, se 
tinha alguma coisa boa, era, no geral, viciosa, incompleta, e, em partes, negativa. Meu tio Cônego fazia as vezes 
alguns reparos ao do que ensino, e mais afeição do que emenda; mais meu pai respondia que aplicava na minha 
educação um sistema inteiramente superior ao sistema usado, e por este modo, sem confundir o irmão, iludia – se a 
si próprio.”(Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis) 
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c) “Aproveitando um movimento da rapariga para compor o traje, Crapriúna ergueu-se, e recuou de salta. Arquejava 
de cansaço e da boca lhe borbulhava sangrenta espuma. Os olhos, injetados, fulgiam de volúpia brutal, louca, 
fincando-se desvairados em Luzia, desgrenhada, o seio nu e as penas esculturais a surgirem pelos rasgões das 
saias, caídas em farrapos. Ébrio de luxuria, exasperado pela invocação de Alexandre, o monstro, recobrando o alento 
acometeu – a, rugindo. Luzia conchegou o peito as vestes dilaceradas, e, com a destra, tentou garrotear o pescoço; 
mas, sentiu – se presa pelos cabelos e conchegada ao soldado que, em convulsão horrenda, delirante, a ultrajava 
com uma voracidade comburente de beijos. Súbito, ela lhe cravou as unhas no rosto para afasta – lo e evitar o 
contato afrontoso.” (Luísa-Homem, Domingos Olímpio) 
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LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 44 
 
 
REALISMO/ NATURALISMO EM PORTUGAL 
 
1865 – O poeta Antero de Quental publica seu livro de poemas Odes modernas, considerando o marco 
inicial do Realismo português. 
1890 – A publicação da obra Oaristos, de Eugênio de Castro, marca o início do Simbolismo em Portugal. 
A Questão Coimbrã foi uma polêmica entre escritores de Lisboa e Coimbra, em que se defrontaram os 
defensores de ideias consideradas ultrapassadas e os adeptos das novas correntes de pensamento que tomavam 
conta da Europa. 
O escritor romântico português Antônio de Castilho, muito respeitado pelo publico e líder de um grupo de 
poetas ultrarromânticos, escreveu um posfácio à obra Poema da mocidade, de Pinheiro Chagas, poeta que ainda 
seguia rigidamente o modelo romântico. Nesse posfácio, Castilho acusava os novos escritores de exibicionismo. 
Entre os acusados achava-se Antero de Quental, líder do grupo de jovens escritores. Quental elaborou em resposta 
um folheto denominado Bom Senso e Bom Gosto, em que ridicularizava Castilho e defendia a nova geração. Estava 
criada a polêmica, que, na verdade, refletia a discordância entre românticos e realistas. 
Folhetos continuaram saindo, e dois grupos se formaram, um liderado por Castilho e outro por Quental. Os 
princípios defendidos pela nova geração consolidaram-se numa série de palestras, as Conferências do Cassino 
Lisbonense, em que os jovens expunham novas ideias a respeito da política e da vida cultural do país. 
Aos poucos, os moços de Coimbra firmaram seus pontos de vista. Passaram a ser conhecidos como 
geração de 70 ou geração realista. 
 
PROSA 
 
Eça de Queirós (1845 – 1900) – nasceu em Povoa de Varzim. Formou-se em 
Direito em Coimbra. Em Lisboa, substituiu a atividade jurídica pela de 
jornalismo e ficcionista. 
A produção literária de Eça pode ser assim esquematizada: 
 primeira fase – obras com influência do Romantismo. 
 segunda fase – obras realistas/ naturalistas. É o melhor de sua 
literatura: O crime do padre Amaro, O primo Basílio, Os Maias. 
 terceira fase – romances relacionados com a reflexão filosófica a 
respeito da existência humana e dos destinos da pátria, como A ilustre casa de Ramires e As cidades e as 
serras. 
 
Eça de Queirós é considerado um dos mais importantes prosadores da língua portuguesa. 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 45 
 
 
O PRIMO BASÍLIO 
 
Você vai ler um trecho do romance O primo Basílio, de Eça de Queirós, publicado em 1878. 
 
Luísa e Jorge formavam um casal feliz até o aparecimento de Basílio, primo de Luísa. Na ausência do 
marido, que viajara a trabalho por alguns meses, e influenciada pelas leituras de folhetins, Luísa acabou tornando-se 
amante do primo Basílio. Chantageada pela empregada, que se apossou de algumas cartas dela ao amante, Luísa 
morre de estranha febre cerebral, logo após o regresso de Jorge. 
O fragmento que vamos ler narra a primeira ida de Luísa ao Paraíso, local dos encontros furtivos do casal 
de amantes. 
Ia encontrar Basílio no Paraíso pela primeira vez. E estava muito nervosa; não pudera dominar, desde pela 
manhã, um medo indefinido que lhe fizera pôr um véu muito espesso, e bater o coração ao encontrar Sebastião. Mas 
ao mesmo tempo uma curiosidade intensa, múltipla, impelia-a com um estremecimentozinho de prazer. – Ia, enfim, 
ter ela própria aquela aventura que lera tantas vezes nos romances amorosos! Era uma forma nova do amor que ia 
experimentar, sensações excepcionais! Havia tudo – a casinha misteriosa, o segredo ilegítimo, todas as palpitações 
do perigo! Porque o aparato impressionava-a mais que o sentimento; e a casa em si interessava-a, atraía-a mais que 
Basílio! Como seria? Era para os lados de Arroios, adiante do Largo de Santa Bárbara; lembrava-se vagamente que 
havia ali uma correnteza de casas velhas... Desejaria antes que fosse no campo, numa quinta, com arvoredos 
murmurosos e relvas fofas; passeariam então, com as mãos enlaçadas, num silêncio poético; e depois o som da 
água que cai das bacias de pedra daria um ritmo lânguido aos sonos amorosos...Mas era num terceiro andar, - quem 
sabe como seria dentro? (...) 
(...) Imaginava Basílio esperando-a estendido num divã de seda; e quase receava que a sua simplicidade 
burguesa, pouco experiente, não achasse palavras bastante finas ou carícias bastante exaltadas. Ele devia ter 
conhecido mulheres tão belas, tão ricas, tão educadas no amor! Desejava chegar num coupé seu, com rendas de 
centos de mil- réis, e ditos tão espirituosos como um livro... 
A carruagem parou ao pé de uma casa amarelada, com uma portinha pequena. Logo à entrada um cheiro 
mole e salobro enojou-a. A escada, de degraus gastos, subia ingrememente, apertada entre paredes onde a cal caía, 
e a umidade fizera nódoas. No patamar da sobreloja, uma janela com um gradeadozinho de arame, parda do pó 
acumulado, coberta de teias de arame, parda do pó acumulado, ao lado, sentia-se ranger de um berço, o chorar 
doloroso de uma criança. 
Mas Basílio desceu logo, com um charuto na boca, dizendo baixo: 
- Tão tarde! Sobe! Pensei que não vinhas. O que foi? 
A escada era tão esguia, que não podiam subir juntos. E Basílio, caminhando adiante, de esguelha: 
- Estou aqui desde a uma hora, filha! Imaginei que te tinhas esquecido da rua... 
Empurrou uma cancela, fê-la entrar num quarto pequeno, forrado de papel às listras azuis e brancas. 
Luísa viu logo, ao fundo, uma cama de ferro com uma colcha amarelada, feita de remendos, juntos de 
chitas diferentes; e os lençóis grossos, de um branco encardido e mal lavado, estavam impudicamente entreabertos...Fez-se escarlate; sentou-se, calada, embaraçada. E os seus olhos muito abertos iam-se fixando – nos 
riscos ignóbeis da cabeça dos fósforos, ao pé da cama; na esteira esfiada, comida, com uma nódoa de tinta 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 46 
 
entornada; nas bambinelas da janela, de uma fazenda vermelha, onde se viam passagens; numa litografia, onde uma 
figura, coberta de uma túnica azul flutuante, espalhava flores voando (...) 
- Foi o que se pôde arranjar – disse-lhe Basílio. – E foi um acaso; é muito retirado, é muito discreto. Não é 
luxuoso... 
- Não – fez ela baixo. – Levantou-se, foi à janela, ergueu uma ponta da cortininha de cassa fixada à vidraça: 
defronte eram casas pobres; um sapateiro grisalho batia a sola a uma ponta; à entrada de uma lojita balouçava-se 
um ramo de carqueja ao pé de um maço de cigarros pendentes de um barbante; e, a uma janela, uma rapariga 
esguedelhada embalava tristemente no colo uma criança doente que tinha crostas grossas de chagas na sua 
cabecinha cor de melão. 
Luísa mordia os beiços; sentia-se entristecer. 
(Eça de Queirós) 
ESTUDO DO TEXTO 
1. Sobre o local do encontro, a “casinha misteriosa”, ocorre uma oposição entre o devaneio de Luísa e a realidade. 
Explique: 
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______________________________________________________________________________________________ 
 
2. Releia: 
“Ia, enfim, ter ela própria aquela aventura que lera tantas vezes nos romances amorosos!” 
Considerando o fragmento, responda: qual foi o objetivo do autor ao colocar em oposição devaneio e realidade? 
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______________________________________________________________________________________________ 
 
3. “Porque o aparato impressionava-a mais que o sentimento...” O superficialismo de Luísa resulta do: 
a) predomínio da razão sobre a imaginação. 
b) predomínio da imaginação sobre a razão. 
 
4. Que característica realista/ naturalista se evidencia na descrição do “Paraíso”? 
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5. Releia a descrição da cena vista por Luísa no penúltimo parágrafo do texto. Que característica naturalista se pode 
aí identificar? 
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LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 47 
 
 
POESIA 
A poesia apresenta três tendências: 
 
a) Poesia como veículo de divulgação de ideias revolucionárias e reformistas. Guerra Junqueiro e Antero de Quental 
– em uma parte de sua obra – representam bem essa tendência. 
b) Poesia do cotidiano, assim chamada porque procura flagrar a realidade material exterior e o dia-a-dia das 
pessoas, assuntos até então considerados “antipoéticos” e submetidos a idealização quando apareciam na poesia. O 
melhor representante da poesia do cotidiano é Cesário Verde. 
c) poesia metafísica, ou seja, a poesia que se preocupa com as questões filosóficas eternas do ser humano. Opõe-se 
à tendência anterior. Antero de Quental é o poeta mais representativo dessa tendência, apresentado uma visão de 
mundo bastante pessimista. 
 
Antero de Quental (1842 – 91) – é o autor mais importante da poesia realista portuguesa. Seu livro de 
poemas Odes modernas é considerado o marco inicial do Realismo/ Naturalismo em Portugal. Os 
poemas escritos na última fase de sua vida refletem o pessimismo que levou o poeta ao suicídio, aos 49 
anos. 
 
O PALÁCIO DA VENTURA 
 
Sonho que sou um cavaleiro andante. 
Por desertos, por sóis, por noite escura. 
Paladino do amor, busco anelante 
Ao palácio encantado da Ventura! 
Mas já desmaio, exausto e vacilante, 
Quebrada a espada já, rota a armadura... 
E eis que súbito o avisto, fulgurante 
Na sua pompa e aérea formosura! 
Com grandes golpes bato à porta e brado: 
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado... 
Abri-vos, portas d‟ouro, ante meus ais! 
Abrem-se as portas d‟ouro, com fragor... 
Mas dentro encontro só, cheio de dor, 
Silêncio e escuridão – e nada mais! 
(Antero de Quental) 
Vocabulário: 
Paladino – cavaleiro andante; defensor tenaz. 
Anelante – ofegante, ansioso. 
Ventura – estino, sorte, boa sorte, felicidade. 
Roto – que se rompeu; rasgado, esfarrapado. 
Fragor – ruído muito forte, estrondo. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 48 
 
ESTUDO DO TEXTO 
 
1. Resuma, em prosa, a ideia principal do poema. 
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2. Em qual das tendências estudadas enquadra-se o poema? 
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3. Em qual das tendências da poesia realista portuguesa se enquadra este fragmento? 
Homens de carga! Assim as bestas vão curvadas. 
Que vida tão custosa! Que diabo! 
E os cavadores pousam as enxadas, 
E cospem nas calosas mãos gretadas, 
Para que não lhes escorregue o cabo. 
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REALISMO/ NATURALISMO NO BRASIL 
 
CONTEXTO HISTÓRICO 
 
Com a extinção do tráfico de escravos, capitais vultosos ficaram disponíveis e foram investidos em 
atividades urbanas, incrementando o progresso da burguesia mercantil, que residia nas cidades. Um novo tipo de 
mão-de-obra entrou no país: a do imigrante assalariado, que vinha substituir o trabalho escravo.Paralelamente, 
ocorria a marginalização dos negros. 
Graças à expansão da lavoura cafeeira, novas povoações surgiram. O eixo econômico do país deslocou-se 
para o Sul. 
É também notável o progresso tecnológico no período: melhor aparelhamento dos portos, inauguração da 
primeira estrada de ferro, inauguração do telégrafo e emprego da energia elétrica. 
Surgem os primeiros jornais com periodicidade regular – os periódicos. 
Superava-se o regime monárquico. A forma republicana de governo aparecia já como alternativa e acabou 
tornando-se realidade em 1889. 
Nesse clima, chegou-nos na França o positivismo, cuja influência foi grande, sobretudo no meio militar e na 
burguesia. Divulgavam-se ideias de intelectuais que viam no método cientifico uma ferramenta segura para a 
renovação do pensamento histórico, político e econômico do país. 
O novo estilo iniciou-se em 1881 com a publicação de duas obras: O mulato, de Aluísio Azevedo, de 
tendência naturalista, e Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, de tendência realista. Ambos são 
romances urbanos. 
O regionalismo, que se iniciara na época romântica, continuava vivo, adaptando-se ao novo estilo, sem 
idealização de personagens ou do meio, como se pode observar nos romances Luzia-Homen, de Domingos Olímpio, 
e de Dona Guidinha do Poço, de Manuel de Oliveira Paiva. 
Além do romance urbano e do romance regional, merece registro a prosa de Raul Pompéia, escritor famoso 
por uma única obra – O Ateneu –, que ilustra a técnica impressionista: no impressionismo, a dimensão própria das 
coisas e fatos tem pouca importância; o que conta são as impressões e recordações do narrador. O enredo não 
obedece a uma sequência lógica, mas constrói-se de fragmentos da memória do narrador. Publicado em 1888, o 
romance de Pompéia já esboça uma reação ao Naturalismo. 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 50 
 
 
Principais autores do Realismo/Naturalismo brasileiro: 
 
Aluísio de Azevedo – Deixou-nos uma produção literária heterogênea. Ora publicava folhetins 
românticos, ora romances naturalistas de forte conteúdo social, nos quais denunciava o 
preconceito racial e de classe, a ambição do enriquecimento fácil, os problemas morais, as 
injustiças e misérias sociais. Muitas das suas personagens são seres desprezíveis e não é raro 
descrições de homens comparados a animais irracionais. 
 
Sob a influência de Eça de Queiros, buscou interpretar a realidade brasileira com base nas teorias 
científico-filosóficas, preocupando-se com o pormenor científico, com a patologia das suas personagens em com a 
burguesia decadente. 
Dos romances naturalistas, dentre os quais se destacam O mulato, Casa de pensão e O cortiço, são de 
grande importância e contrastam com as obras que publicava alternadamente para atender às suas necessidades 
econômicas, fazendo concessões a uma classe de leitores ainda afeita ao romantismo piegas. Não sendo um criador 
de tipos, o social e o coletivo (a cidade, as habitações coletivas) destacam-se mais do que suas personagens. 
O trecho que você vai ler pertence ao romance O cortiço, de Aluísio Azevedo. Nele o autor focaliza a vida 
numa dessas habitações coletivas do Rio de Janeiro do século XIX, meio onde proliferavam misérias e vícios, 
despudores e crimes. 
 
 
RITA BAIANA 
 
Ela saltou em meio da roda, com os braços na cintura, rebolando as ilhargas e 
bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, ora para a direita, como numa sofreguidão de 
gozo carnal, num requebrado luxurioso que a punha ofegante; já correndo de barriga 
empinada; já recuando de braços estendidos, a tremer toda, como se se fosse afundando num 
prazer grosso que nem azeite, em que se não toma pé e nunca se encontra fundo. Depois, 
como se voltasse à vida, soltava um gemido prolongado, estalando os dedos no ar e vergando 
as pernas, descendo, subindo, sem nunca parar com os quadris, e em seguida sapateava, 
miúdo e cerrado, freneticamente, erguendo a abaixando os braços, que dobrava, ora um, ora outro, sobre a nuca, 
enquanto a carne lhe fervia toda, fibra por fibra, titilando. 
(...) 
O chorado arrastava-os a todos, despoticamente, desesperando aos que não sabiam dançar. Mas, ninguém 
como a Rita; só ela, só aquele demônio, tinha o mágico segredo daqueles movimentos de cobra amaldiçoada; 
aqueles requebros que não podiam ser sem o cheiro que a mulata soltava de si e sem aquela voz doce, quebrada, 
harmoniosa, arrogante, meiga e suplicante. 
E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda a alma pelos olhos enamorados. 
Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegando aqui: ela era 
a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das 
baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma outra 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 51 
 
planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre 
feridas com seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que 
esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras 
embambecidas pela saudade da terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha 
daquele amor setentrional(...). 
(Aluísio Azevedo) 
ESTUDO DO TEXTO 
1. Que diferenças podemos estabelecer entre a caracterização de Rita Baiana e uma personagem feminina dos 
romances românticos? 
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2. Como você caracteriza o meio social do cortiço? Em que ele difere do ambiente romântico? 
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3. Que sentimentos são despertados em Jerônimo? 
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4. O narrador faz questão de retratar atitudes e personagens primitivas, acentuando a degradação dos tipos. Para 
isso, no romance, aproxima-os insistentemente de insetos e animais. Retire do texto exemplos que exemplifiquem 
essa afirmação. 
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LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 52Raul Pompéia - Sua obra mais importante é O Ateneu, romance autobiográfico que foge aos 
moldes do Realismo/Naturalismo devido à emotividade do narrador. A crítica moderna vê nele 
traços simbolistas e impressionistas, na medida em que o autor registra as impressões que seres e 
fatos provocaram na sua sensibilidade. 
O ATENEU 
(fragmento) 
Em o Ateneu o autor rememora os tempos de internato, valendo-se da personagem Sérgio, sua projeção 
pessoal. Este, adulto, quer retratar com objetividade e isenção aqueles tempos, porém o adulto deixa-se dominar 
pelas impressões do menino, perdendo a objetividade e a impessoalidade e passando a deixar fluir as impressões 
que lhe ficaram daquele ambiente corrupto, dominado pelos vícios, pelo dinheiro e pela ânsia de poder, responsáveis 
pelas distorções de caráter de muitos dos meninos que ali chegavam. Destacam-se na obra a análise psicológica, a 
plasticidade das descrições e o retrato caricatural das personagens. 
Já me era lícito julgar iniciado na convivência íntima da escola. Chamado por Mânlio a provas, conseguiu 
agradar, conquistando uma aura que me devia por algum tempo favorecer. Encontrei o Barbalho. Tinha a face 
marcada pelas minhas unhas; evitou-me. No recreio cometi a injustiça de ir deixando o Rebelo. Também o amável 
camarada tinha na boca um mau cheiro que lhe prejudicava a pureza dos conselhos; demais, falava prendendo a 
gente com dedos de toques e soltando os aforismos à queima-roupa. Por seu lado o venerado colega correspondeu 
ao movimento maçando-se comigo, e amuando. Durante as aulas, em que nos sentávamos perto um do outro, 
absorvia-se em sua desesperada atenção e era como se estivesse a muitas milhas. Se, todavia, por imprescindível 
necessidade tinha de me falar, então dirigia-me a palavra com habitual afabilidade de jovem cura. 
Estava aclimado, mas eu me aclimara pelo desalento, como um encarcerado no seu cárcere. 
Depois que sacudi fora a tranca dos ideais ingênuos, sentia-me vazio a ânimo; nunca percebi tanto a 
espiritualidade imponderável da alma; o vácuo habitava-me dentro. Premia-me a força das coisas; sentia-me 
acorvadado. Perdeu-se a lição viril de Rebelo: prescindir de protetores. Eu desejei um protetor, alguém que me 
valesse, naquele meio hostil e desconhecido, e um valimento direto mais forte do que palavras. 
(Raul Pompéia) 
Vocabulário: 
Torquês – espécie de alicate; 
Aforismo – sentença, máxima, espécie de ditado; 
Imponderável – que não se pode pesar ou avaliar; 
Premer – apertar, comprimir; 
Viril – relativo à masculinidade; 
Prescindir – dispensar. 
 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 53 
 
 
 
ESTUDO DO TEXTO 
1. Que observação contida no primeiro parágrafo nos permite julgar hostil o ambiente do Ateneu? 
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2. Em que trecho o narrador declara que sua ambientação no Ateneu deveu-se ao fato de não ter outra opção? 
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3. Que mudança ocorre na personalidade do narrador ao conviver em um ambiente que ele considerava degradante, 
imoral? 
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4. Por que Sérgio desejava alguém que o protegesse. 
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Machado de Assis (Joaquim Maria M. de A.), jornalista, contista, cronista, 
romancista, poeta e teatrólogo, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 21 de junho de 1839, e 
faleceu também no Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1908. É o fundador da Cadeira 
nº. 23 da Academia Brasileira de Letras. Velho amigo e admirador de José de Alencar, que 
morrera cerca de vinte anos antes da fundação da ABL, era natural que Machado 
escolhesse o nome do autor de O Guarani para seu patrono. Ocupou por mais de dez 
anos a presidência da Academia, que passou a ser chamada também de Casa de Machado de Assis. 
Sua obra divide-se em duas fases: 
1ª fase, romântica: Ressurreição, A mão e a luva, Helena, Iaiá Garcia; 
2ª fase, realista: Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó, 
Memorial de Aires. 
Abandonando as convenções românticas da primeira fase, Machado de Assis, a partir de Memórias 
póstumas de Brás Cubas, passa a se concentrar nas personagens, buscando inspiração nas ações cotidianas do 
homem comum. Parte então para a análise psicológica, observando a consciência da personagem, transferindo 
muitas vezes para o leitor as suas próprias reflexões, dialogando com ele, quebrando o envolvimento emocional e a 
ordem cronológica da narrativa, denunciando, com uma visão do mundo pessimista e irônica, a face oculta das ações 
humanas – os interesses que se escondem sob as ações nobres, a inveja, a hipocrisia, a vaidade, o egoísmo, a 
ambição, a injustiça, a traição, a dissimulação, etc. – e desmascarando as aparências da burguesia do século XIX, 
cujo objetivo principal era o sucesso financeiro. 
Por outro lado, o texto machadiano destaca-se pela perfeição formal, a linguagem trabalhada e rica. 
Pela sua originalidade sem par em nossa literatura, o realismo dos contos e dos romances machadianos 
resiste a qualquer tentativa de sistematização. Apontamos apenas algumas características do estilo de Machado: 
 
a) Quanto à visão de mundo 
Todo autor deixa transparecer, no que escreve, sua maneira de enxergar e analisar a realidade social, 
política, humana. Na particularíssima visão de mundo machadiana destacam-se, entre outros, os seguintes traços: 
 
I. Pessimismo – Decorre destas constatações: a sociedade leva o ser humano à hipocrisia; as causas 
nobres sempre ocultam interesses impuros. 
II. Ironia – É uma das formas de conduzir o leitor à reflexão sobre a condição humana. 
III. Humor – Além do humor que decorre de ironia, algumas vezes a narrativa machadiana atinge o 
cinismo. Leia esta reflexão, extraída de uma crônica de Machado: 
 
“Há dessas lutas terríveis na alma de um homem. Não, ninguém sabe o que se passa no interior da cabeça de um 
sobrinho, tendo de chorar a morte de um tio e receber-lhe a herança. Oh, contraste maldito! Aparentemente tudo se 
recomporia, desistindo o sobrinho do dinheiro herdado; ah! Mas então seria chorar duas coisas: o tio e o dinheiro. ”LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 55 
 
Cena série CAPITU adaptação de Dom 
Casmurro (TV Globo) - 2008 
 
b) Quanto às personagens 
 
As personagens criadas por Machado não são seres extraordinários nem procedem de maneira heroica. 
São homens e mulheres comuns, dotados de sentimentos contraditórios, complexos, como qualquer ser humano 
real. 
O autor penetra na consciência das personagens, descrevendo um mundo em que descobre e denuncia, 
com frequência, a paixão pelo dinheiro, o medo da opinião alheia, a dissimulação. 
Machado desmascara também o jogo das relações sociais, enfatizando o contraste entre a essência (o que 
as personagens são) e a aparência (o que as personagens aparentam ser). 
 
c) Quanto ao processo narrativo 
 
I. Predomínio da reflexão sobre a ação – Pelo fato de concentrar-se na vida interior das personagens, 
a narrativa machadiana apresenta pouca ação e muita reflexão. Atitudes e emoções pesam mais 
que o desenrolar da história. 
 
II. Interferência do narrador: conversa com o leitor e metalinguagem, o autor conversa com seu 
interlocutor (e com o leitor), para esclarecer, ironizar, justificar-se. 
 
d) Quanto à temática 
 
São frequentes na obra de Machado os temas seguintes: a relatividade dos conceitos morais, o tédio; a 
loucura; o adultério. 
 
DOM CASMURRO 
(fragmento) 
Dom Casmurro é, para muitos, uma das melhores obras de Machado 
de Assis. O título deve-se ao temperamento casmurro (calado, ensimesmado) 
de Bentinho, que, recolhido à solidão de sua casa, conta a sua própria vida. 
Apaixonado por Capitu, mas destinado ao seminário por promessa de sua mãe, 
Bentinho, no seminário, conhece Escobar, seu melhor amigo. Decidido a 
abandonar o seminário, casa-se com Capitu, seu amor de infância, descrita por 
dissimulada e esquiva. Certas atitudes da esposa levam-no a desconfiar que 
ela o traía com Escobar. Com a morte deste e a tristeza de Capitu, aumenta-lhe a suspeita, acrescida do fato de 
descobrir em seu filho traços fisionômicos do amigo morto. O casal acaba por separar-se. Par o leitor fica a eterna 
dúvida se Bentinho fora mesmo traído ou se tudo não passou de imaginação sua. 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 56 
 
 
 
CXXII – Olhos de Ressaca. 
 
Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero 
daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a 
viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, 
Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem 
algumas lágrimas poucas e caladas... 
As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando disfarçadamente 
para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a 
retinha também. Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem 
palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da 
manhã. 
 
CXXIV – O discurso 
 
- Vamos, são horas... 
Era José Dias que me convidava a fechar o ataúde. Fechamo-lo, e eu peguei numa das argolas; rompeu o 
alarido final. Palavra que, quando cheguei à porta, vi o sol claro, tudo gente e carros, as cabeças descobertas, tive 
um daqueles meus impulsos que nunca chegavam à execução: foi atirar à rua caixão, defunto e tudo. No carro disse 
a José Dias que se calasse. No cemitério tive de repetir a cerimônia da casa, desatar as correias, e ajudar a levar o 
féretro à cova.(...) 
- Então, fale. 
Era o discurso. Queriam o discurso. Tinham jus ao discurso anunciado. Maquinalmente, meti a mão no 
bolso, saquei o papel e li-o aos trambolhões, não todo, nem seguido, nem claro; a voz parecia-me entrar em vez de 
sair, as mãos tremiam-me. Não era só emoção nova que me fazia assim, era o próprio texto, as memórias do amigo, 
as saudades confessadas, os louvores à pessoa e aos seus méritos; tudo isto que eu era obrigado a dizer e dizia 
mal. Ao mesmo tempo, temendo que me adivinhassem a verdade, forcejava por escondê-la bem. Creio que poucos 
me ouviram, mas o gesto geral foi de compreensão e de aprovação. (Machado de Assis) 
ESTUDO DO TEXTO 
 
1. Dois capítulos do romance Dom Casmurro têm o título “Olhos de ressaca”. No capítulo XXXIII, Bentinho descreve 
pela primeira vez os olhos de Capitu: 
“Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, „olhos de cigana oblíqua e dissimulada‟. Eu não sabia o 
que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. (...) Olhos de ressaca? Vá, de 
ressaca.” 
Que julgamento de Bentinho, implícito no segundo parágrafo do capítulo CXXII, poderia justificar a repetição do título 
“Olhos de ressaca”? 
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LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 57 
 
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2. “Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem 
algumas lágrimas poucas e caladas...”. 
Que advérbio se destaca neste trecho caracterizando um julgamento pessoal e subjetivo do narrador? 
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3. O narrador refere-se várias vezes ao caráter dissimulado, fingido, disfarçado de Capitu. Entretanto, no texto 
transcrito ele também age dissimuladamente. Ele estaria cumprindo que tipo de obrigações: afetivas ou sociais? Em 
que momento lhe pesa mais essa dissimulação? 
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4. Com base no texto, você diria que o narrador está mais preocupado com a análise psicológica das personagens ou 
com as ações ou cenários? Explique 
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5. Que elementos contribuem para a incerteza do leitor em relação à fidelidade de Capitu? 
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6. Na vida real você acha que podemos julgar uma pessoa fundamentados apenas no relato de outra? Explique. 
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LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIOTÉCNICO – 2016 58 
 
 
OS CONTOS DE MACHADO DE ASSIS 
 
Seus contos são considerados por muitos críticos o melhor do que escreveu, representam não só a 
culminância da obra de Machado de Assis, como um conjunto cuja harmonia foi raramente atingida. 
Harmonia que resulta, já da colônia e da constância dos pontos de vista de Machado de Assis em relação 
ao homem e à vida, já da límpida simplicidade da sua linguagem e do deu estilo às suas ideias. 
A escolha dos temas como o das palavras parece ter nele obedecido sempre o mesmo desejo de buscar as 
mudanças de ficar as sutilezas, de descobrir secretas relações. A tendência que o fazia notar um movimento 
recôndito da alma de uma personagem era, em essência, a mesma que o levava a colar um substantivo, um adjetivo 
inesperado, mas que lhe conferia maior significação. 
Os principais contos de Machado de Assis são: missa do galo, O espelho, A cartomante, Aurora sem dia, A 
causa secreta, A chinela turca, Marcha fúnebre, Uma noite, Uns braços, Um homem célebre, Verba testamentária, O 
enfermeiro, Teoria do Medalhão, Um cão de lata ao rabo, A igreja do diabo, O alienista, Mariana, Noite de almirante, 
O empréstimo, Sem olhos, Um almoço, O escrivão em Coimbra, Papéis velhos, etc. 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. (PUC-RS) Instrução: Para responder à questão, ler o seguinte trecho do conto A parasita azul, de Machado de 
Assis. 
“Há cerca de dezesseis anos, desembarcara no Rio de Janeiro, vindo da Europa, o Sr. Camilo Seabra, 
goiano de nascimento, que ali fora estudar medicina e voltava agora com o diploma na algibeira e umas saudades no 
coração. Voltava depois de uma ausência de oito anos, tendo visto e admirado as principais coisas que um homem 
pode ver e admirar por lá, quando não lhe falta gosto nem meios. (...) Quando veio a hora de desembarcar fê-lo com 
a mesma alegria com que o réu transpõe os umbrais do cárcere. O escaler afastou-se do navio em cujo mastro 
flutuava uma bandeira tricolor; Camilo murmurou consigo: 
– Adeus, França! 
Depois envolveu-se num magnífico silêncio e deixou-se levar para terra. O espetáculo da cidade, que ele 
não via há muito tempo, sempre lhe prendeu um pouco a atenção. Não tinha porém dentro da alma o alvoroço de 
Ulisses ao ver a terra da sua pátria. Era antes pasmo e tédio.” 
 
De acordo com o texto, NÃO é correto afirmar que Camilo 
 
a) sente-se como alguém que deixa a liberdade para entrar numa prisão. 
b) representa a elite brasileira que costumava enviar seus filhos para estudarem na Europa. 
c) havia sentido muita saudade da liberdade da sua terra natal, embora houvesse apreciado estudar na França. 
d) não sente entusiasmo ao desembarcar no Rio de Janeiro e, nesse sentido, é diferente de Ulisses, herói da 
Odisseia, de Homero, que fica feliz ao retornar a sua Ítaca. 
e) vira, na Europa, aquilo que uma pessoa que possui recursos e gosto costuma admirar. 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 59 
 
 
2. (PUC-Campinas) Lê-se logo no início do conto “Pai contra mãe”, de Machado de Assis: 
O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa 
também à direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave. 
(...) Há meio século os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão. 
Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de panhar pancada. 
 
Nessa passagem, o narrador machadiano faz uso de uma de suas principais características, 
a) a ingenuidade política, que não lhe permitiu avaliar a significação trágica e cruel do escravismo. 
b) o conformismo político, pelo qual buscava justificar a necessidade histórica do sistema escravocrata. 
c) o conservadorismo monárquico, que o levou a combater o movimento abolicionista. 
d) a mordacidade crítica, presente na provocadora operação da naturalização da violência. 
e) a indiferença pela História, razão pela qual preferiu tratar de questões místicas e metafísicas. 
 
3. (Cefet-MG) “O _____ se tingirá de ______, no romance e no conto, sempre que fizer personagens e enredos se 
submeterem ao destino cego das ‘leis naturais’ que a ciência da época julgava ter codificado.” 
No texto acima, preenchem-se as lacunas, respectivamente, com: 
 
a) Realismo / Naturalismo 
b) Romantismo / Naturalismo 
c) Realismo / Romantismo 
d) Romantismo / Realismo 
e) Naturalismo / Realismo 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 60 
 
 
PARNASIANISMO 
 
O estilo parnasiano surgiu na França. O termo relaciona-se a um lugar mitológico da Grécia, o Parnassus, 
que seria a morada das musas e fonte de inspiração para os artistas. 
Na revista literária Lê Parnasse Contemporain (O Parnaso Contemporâneo), os poetas novos faziam uma 
poesia em tudo oposta à subjetividade romântica. 
Um dos princípios norteadores dos parnasianos era a “arte pela arte”, ou seja, a concepção de que a arte 
deve estar compromissada da realidade, procurando atingir sobretudo a perfeição formal, ou seja, a arte existiria por 
ela mesma e para ela mesma, sem outra finalidade. Os parnasianos elegeram a Antiguidade clássica (cultura geco-
romana) como ponto de referencia para a almejada perfeição formal. 
No Brasil, considera-se como marco inicial do Parnasianismo a publicação da obra Fanfarras, de Teófilo 
Dias, em 1882. 
 
Características do Parnasianismo: 
 
Impessoalidade e objetividade – Evitando as confissões sentimentais, os parnasianos sobrepunham a 
realidade exterior à interior, fazendo descrições objetivas de cenas e coisas, numa poesia pictórica, retratista, 
contrária à idealização romântica. Vasos, estátuas, elementos exóticos, históricos, filosóficos, arqueológicos e 
mitológicos serviram, entre outros, como temas de seus poemas. 
Visão carnal da mulher - Ao contrário dos românticos, que descreviam a mulher idealizada, como virgem, 
anjo, entre lágrimas e suspiros, os parnasianos viam-na como fêmea desejada e sadia. 
Arte pela arte – Para os parnasianos a Verdade era igual à Beleza, e a Beleza residia na Forma; portanto, a 
arte não teria outra finalidade além da criação da Beleza, não teria qualquer compromisso, não existiria em função da 
sociedade, da religião, da moral, etc. O único compromisso da arte seria com a própria arte. 
Culto da forma – Em conseqüência da fórmula Verdade= Beleza=Forma, os parnasianos buscavam a 
perfeita expressão, do que decorre: 
 
a) Predominância da técnica sobre a inspiração, da forma sobre o conteúdo; 
b) Assimilação dos ideais das artes plásticas; comparação do poeta com o pintor, o escultor, o ourives; 
c) Procura da rima rica, rara, ou resultante da combinação de categorias gramaticais diferentes; aversão 
aos termos cognatos (originários da mesma raiz); 
d) Retorno aos modelos clássicos grego-latinos e alusão à mitologia; 
e) Correção gramatical; uso de vocábulos raros; inversão frasal; 
f) Procura da palavra perfeita; 
g) Predileção pelo soneto; 
h) Repúdio ao hiato, encontro de duas ou mais vogais no fim de uma palavra e no princípio de outra; 
i) Sonetos terminando com “chave de ouro”, isto é, com um verso final bem escrito, procurando condensar 
uma idéia e arrematando o poema com um belo efeito. 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 61 
 
 
Principais autores: 
 
Olavo Bilac – Um dos poetas mais combatidos pelos modernistas, Olavo Bilac demonstra 
em alguns sonetos certo sopro romântico e se caracteriza, basicamente, por dominar com 
maestria a poética e a língua, pela extrema preocupação com o refinamento formal, por ser 
predominantemente descritivo, pelo lirismo erótico-amoroso, apaixonado e sensual, e peladimensão nacionalista que procurou dar à sua obra, louvando a pátria, seus símbolos, seus 
heróis e o nosso idioma. Na última fase, Bilac revela-se mais interiorizado, questionando o 
sentido da vida e do mundo, as realidades morais e espirituais. 
Suas principais obras são na poesia: Panóplias, Via-Láctea, O caçador de esmeraldas, Sarças de fogo, 
Alma inquieta, Sagres, Poesia infantis, Tarde; Na prosa: Crítica e fantasia, Tratado de versificação, escreveu ainda 
vários livros didáticos. 
 
RIO ABAIXO 
Treme o rio, a rolar, de vaga em vaga... 
Quase noite. Ao sabor do curso lento 
Da água, que as margens em redor alaga, 
Seguimos. Curva os bambuais o vento. 
 
Vivo há pouco, de púrpura sangrento, 
Desmaia agora o ocaso. A noite apaga 
A derradeira luz do firmamento... 
Rola o rio, a tremer, de vaga em vaga. 
 
Um silencio tristíssimo por tudo 
Se espalha. Mas a lua lentamente 
Surge na fímbria do horizonte mudo: 
 
E o seu reflexo pálido, embebido 
Como um gládio de prata na corrente, 
Rasga o seio do rio adormecido. 
(Olavo Bilac) 
Vocabulário: 
Púrpura – cor vermelha 
Ocaso – crepúsculo vespertino; desaparecimento de um astro no horizonte, ao entardecer. 
Fímbria – franja, orla 
Gládio – espada de dois gumes 
 
 
 
 
 
 
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ESTUDO DO TEXTO 
 
1. Coloque na ordem direta os seguintes versos: 
a) “Curva os bambuais o vento.” 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
b) “Vivo há pouco, de púrpura sangrento, 
Desmaia agora o ocaso.” 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
Agora, releia o poema para entendê-lo melhor 
 
2. No texto predomina a descrição. Responda: 
a) O que o eu - lírico descreve? 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
b) Nessa descrição, o eu –lírico assume o ponto de vista de quem está num barco em movimento. Que verbo da 
primeira estrofe comprova essa afirmativa? 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
3. Podemos classificar as rimas de um poema em três tipos: 
a) Rima pobre: ocorre quando rimam palavras da mesma classe gramatical. 
b) Rima rica: ocorre quando rimam palavras de classe gramatical diferente. 
c) Rima preciosa: ocorre quando rimam uma palavra e uma combinação de palavras, como em: estrela/ vê-la. 
Copie do poema um exemplo de rima pobre e um exemplo de rima rica. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
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4. Observe alguns vocábulos do texto e seus sinônimos: 
vaga – onda ao sabor de – conforme a vontade de 
púrpura – cor vermelha 
derradeira – última 
firmamento – céu 
fímbria – extremidade inferior; orla 
gládio – espada 
Ao selecionar o vocabulário para seu poema, o autor: 
 
a) escolheu termos de uso comum na linguagem coloquial; 
b) decidiu-se por vocábulos de emprego mais raro. 
Comentário: 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 5. No texto ocorrem algumas das principais características do estilo parnasiano: 
a) descrição pormenorizada; 
b) preferência pela ordem indireta; 
c) emprego de palavras raras; 
d) preferência pela rima rica ou preciosa, desprezando a rima pobre; 
e) preferência por uma forma fixa de expressão; no caso, o poeta optou pelo soneto, forma retomada do Classicismo. 
 
MAIS AUTORES - EXERCÍCIOS 
1. Identifique as características do Parnasianismo nos poemas seguintes: 
a) Vaso grego 
Esta de áureos relevos, trabalhada 
De divas mãos, brilhante capa, um dia, 
Já de aos deuses servir como cansada, 
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. 
 
Era o poeta de Teos que a suspendia 
Então, e, ora repleta ora esvazada, 
A taça amiga aos dedos seus tinia, 
Toda de roxas pétalas colmada. 
 
Depois... Mas o lavor da taça admira, 
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas 
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, 
 
Ignota voz, qual se da antiga lira 
Fosse a encantada música das cordas, 
Qual se essa voz de Anacreonte fosse. 
(Alberto de Oliveira – Vaso grego) 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
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Alberto de Oliveira – É um dos representantes mais típicos do Parnasianismo. Revela excessiva 
preocupação formal, gosto por preciosismos e uma sintaxe rebuscada. São características da sua 
poesia: O exotismo, o sentimento contido, as imagens sugestivas, a linguagem às vezes nobre, mas 
sem arcaísmos; a tendência às descrições da natureza e coisas antigas; a melancolia e a saudade. 
Suas principais obras são na poesia: Canções românticas, Meridionais, Sonetos e poemas, 
Versos e rimas, Ramo de árvore. 
 
 
 
b) Plena nudez 
Eu amo os gregos tipos de escultura; 
Pagãs nuas no mármore entalhadas; 
Não essas produções que a estufa escura 
Das modas cria, tortas e enfezadas. 
 
Quero em pleno esplendor, viço e frescura 
Os corpos nus; as linhas onduladas 
Livres: da carne exuberante e pura 
Todas as saliências destacadas... 
 
Não quero, a Vênus opulenta e bela 
De luxuriantes formas, entrevê-la 
Da transparente túnica através: 
 
Quero vê-la, sem pejo, sem receios, 
Os braços nus, o dorso nu, os seios 
Nus... toda nua, da cabeça aos pés! 
(Raimundo Correia – Plena nudez) 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
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Raimundo Correia – Revela um tom melancólico e pessimista no questionamento da vida 
e sua transitoriedade, mas foi um mestre da construção verbal, caracterizando-se pela 
concisão, pela escolha perfeita do vocábulo e pelo domínio do verso e da língua. Seus 
poemas serviam também à ação social e política e muitas vezes tinham um fundo filosófico 
e ideológico. 
Suas principais obras são na poesia: Primeiros sonhos, Sinfonias, Versos e versões,Aleluias, Poesias. 
 
3. Didaticamente, que obra marca o início do Parnasianismo no Brasil? Indique também seu autor e o ano de 
publicação. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
4. Em que diferiam os parnasianos dos românticos no tratamento poético dado à mulher? 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
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SIMBOLISMO 
Contexto histórico: 
 
A decadência econômica europeia nas últimas décadas do século XIX põe por terra as esperanças 
positivistas e materialistas. Uma nova forma de encarar o mundo faz com que se retomem os valores até então 
adormecidos: o idealismo e o misticismo são revitalizados. Surge o Simbolismo, opondo-se ao objetivismo realista. 
A Europa vivia em estado de alerta, cada país procurava aumentar os seus contingentes militares e 
aperfeiçoar os seus armamentos. Era o fantasma da guerra. 
As consequências desse clima se farão sentir mais profundamente logo no início do século XX, e as últimas 
manifestações simbolistas e as primeiras produções modernistas serão contemporâneas da Primeira Guerra Mundial, 
em 1914, e da Revolução Russa, em 1917. 
O Simbolismo, refletindo esse momento histórico, percebe a falência do racionalismo, do materialismo e do 
positivismo, insuficientes para a compreensão do mundo exterior, e retorna às tendências espiritualistas. O sonho, o 
inconsciente, a metafísica e a religiosidade renascem na procura de um mundo ideal situado ora no interior do 
individuo, ora no sobrenatural. Fugindo ao racionalismo, o artista mergulha então no irracional, cuja expressão exigia 
uma linguagem nova, metafórica e sugestiva. 
As primeiras manifestações simbolistas já estavam presentes na coletânea Parnasse contemporain, com 
poemas de Baudelaire, Mallarmé e Verlaine. Mas é no livro As flores do mal, de Charles Baudelaire, publicado em 
1857, que vamos encontrar as diretrizes da poética simbolista e de praticamente toda a moderna poesia européia. 
Ainda que o símbolo tenha sempre existido em literatura, é no final do século XIX que se intensifica o seu 
uso, libertando a palavra de sua carga lógica para expressar sentimentos profundamente subjetivos. 
 
Características do Simbolismo: 
 
Expressão indireta de ideias e emoções – Par os simbolistas, a realidade deveria ser expressa de maneira 
vaga, nebulosa, imprecisa, ilógica. 
Expressividade sonora – Dotando o poema de expressividade sonora e valorizando o ritmo, a musicalidade, 
as aliterações, as assonâncias e os ecos, os simbolistas procuravam aproximar a poesia da música, afastando o 
poema das referências concretas e instaurando uma atmosfera vaga, misteriosa e indefinida. 
Subjetivismo profundo – Desinteressado pela realidade objetiva, o simbolista voltava-se para o seu próprio 
eu. Tratava-se de buscar a essência do ser humano, o inconsciente, o subconsciente e os estados de alma. 
Misticismo e espiritualidade – O desejo de um mundo ideal, do qual o mundo real é apenas uma 
representação imperfeita, conduz o simbolista a procurar alcança-lo por meio da poesia, vendo na arte uma forma de 
religião. Em alguns autores esse desejo de evasão associa-se a uma visão cristã. 
Abstração e preocupação formal - Nascido no seio do Parnasianismo e com ele convivendo até o nosso 
século, o Simbolismo herdou a preocupação formal e o descompromisso com a realidade mundana, o que o afastou 
os poetas dos problemas sociais, deixando-os envoltos em seu próprio universo. 
 
 
 
 
 
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SIMBOLISMO EM PORTUGAL 
 
1890 – Publicação do livro de poemas Oaristos, de Eugênio de Castro. (Oaristo significa “colóquio terno, 
diálogo amoroso”) 
1915 – Início do Modernismo, com o lançamento da revista Orpheu. 
 
Conforme já vimos, a poesia simbolista tem relação com a recuperação de alguns valores não-materiais 
após a década de 1870. 
Em Portugal registrou-se pelo menos um grande momento de crise econômica nos anos de 90 e 91, 
assinalado pelo descrédito do povo em relação à monarquia. 
É nessa conjuntura que surge o grupo de escritores conhecido como “Os Vencidos da Vida”, denominação 
reveladora do espírito depressivo que se viveu na época. Desse grupo, de curta duração, faziam parte escritores 
realistas, como Eça de Queirós e Guerra Junqueiro. 
 
Principais autores: 
 
Antônio Nobre (1867 – 1900) 
Nasceu em Porto, em 1867. Após duas reprovações sucessivas no curso de Direito em Coimbra, 
mudou-se para Paris, onde frequentou cursos livres. Ingressou na carreira diplomática ao voltar 
para Portugal, mas já com os sinais da tuberculose que o mataria em 1900. 
Obras - Poesia: Só (1892); Despedidas (1902); Primeiros versos (1921). 
 
 
Camilo Pessanha (1867 – 1926) 
Camilo D‟Almeida Pessanha nasceu em Coimbra em 1867. Formou-se em Direito na Universidade 
de Coimbra, e exerceu a advocacia e o magistério em Macau. 
Viveu alternadamente entre as duas cidades. De saúde muito frágil, estado agravado pelo consumo 
de ópio. Morreu tuberculoso em 1926. 
 
 
Obras - Poesia: Clepsidra (1920). A palavra que serve de título ao livro denomina um relógio de água. 
Deixou ainda contos, crônicas, ensaios e poemas dispersos em jornais e revistas. 
A musicalidade e o poder de sugestão são traços simbolistas de sua obra, considerada a mais 
representativa do Simbolismo português. 
Pessanha desliga-se da subjetividade e questiona os grandes problemas universais, como o fluir do tempo, 
a brevidade da vida, a inutilidade do existir, tudo isso conduzindo ao pessimismo que marca sua visão de mundo. 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 68 
 
 
Eugênio de Castro (1869 – 1944) 
Eugênio de castro e Almeida nasceu em Coimbra, em 1869. Formado em Letras, 
ingressou na carreira diplomática, mas logo desistiu dela e passou a exercer o magistério. 
Viveu algum tempo em Paris, onde entrou em contacto com o Simbolismo francês. De 
volta a Portugal, dirigiu o grupo da revista Os Insubmissos. Morreu em 1944, no auge da 
fama. Sua obra Oaristos inaugurou o Simbolismo português. 
Obras - Poesia: Cristalizações da morte (1884); Horas tristes (1888); Oaristos (1890); 
Últimos versos (1938), entre muitas outras. 
O texto que vamos ler é parte de um longo poema extraído do livro que deu início ao Simbolismo português, 
Oaristos, de Eugênio de Castro. 
 
UM SONHO 
 
Na messe, que enlourece, estremece a quermesse... 
O Sol, o celestial girassol, esmorece... 
E as cantilenas de serenos sons amenos 
Fogem fluidas, fluindo à fina flor dos fenos... 
As estrelas em seus halos 
Brilham com brilhos sinistros... 
Cornamusas e crotalos 
Cítolas, cítaras, sistros, 
Soam suaves, sonolentos, 
Sonolentos e suaves, 
Em suaves, 
Suaves, lentos lamentos 
De acentos 
Graves, 
Suaves... 
Flor! enquanto na messe estremece a quermesse 
E o Sol, o celestial girassol, esmorece, 
Deixemos estes sons tam serenos e amenos, 
Fujamos, Flor! à flor destes floridos fenos... 
Soam vesperais as Vésperas... 
Uns com brilhos de alabastros, 
Outros louros como nêsperas, 
No céu pardo ardem os astros... 
 
 
 
 
 
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ESTUDO DO TEXTO 
1. Coloque na ordem direta: 
a) o primeiro verso: 
______________________________________________________________________________________________ 
 
b) toda a última estrofe 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
 
2. Todo o poema é relato de um sonho; há apenas uma estrofe não descritiva, em que o eu-lírico faz um convite à 
mulher (“Flor”). Identifique essa estrofe: 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________ 
 
3. No cenário sonhado pelo eu-lírico, “o Sol... esmorece” para dar lugar às estrelas, que “brilham com brilhos 
sinistros”. Portanto, em que momento do dia ocorreu a cena descrita? 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________ 
 
4. Releia a 4ª estrofe. Que convite o eu-lírico faz à mulher? 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________ 
 
5. Que relação há entre o Simbolismo, o título do poema e o momento do dia que o eu-lírico escolheu para situar a 
cena? 
__________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
6. Releia a 1ª estrofe: 
a) Identifique a aliteração 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
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b) Identifique os dois casos de eco 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________ 
 
c) Explique por que o poeta empregou esses recursos 
______________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________ 
 
SIMBOLISMO NO BRASIL 
 
Didaticamente considera-se o ano de 1893 como o marco definitivo do Simbolismo no Brasil, ainda que 
antes dessa data se possam registrar várias manifestações poéticas ligadas à nova estética. 
1893 – publicação de Missal (poemas em prosa) e Broquéis (poemas em verso), de Cruz e Sousa. 
1902 – publicação de Os sertões, de Euclides da Cunha. 
 
Principais autores simbolistas: 
 
Cruz e Sousa – Um dos maiores poetas do Simbolismo mundial, chamado “O cisne 
negro”, Cruz e Sousa revela em seus primeiros trabalhos a influência parnasiana no que diz 
respeito à temática e à preocupação formal. Sentindo-se como um prisioneiro um 
“emparedado”, em um mundo de privações e infortúnios, aspirava a um outro mundo, 
espiritual, expresso em suas poesias, marcadas por intenso misticismo e religiosidade. Outra 
constante em sua obra é o fascínio pela cor branca, vista ora como simbolização da pureza, 
ora como manifestação de seu complexo racial e desejo de acesso ao mundo dos brancos. A 
pregação do amor, do dever, da caridade, do perdão e da grandeza moral também 
caracterizam a sua obra. 
 
Suas principais obras são na poesia: Broquéis, Faróis, Últimos Sonetos; na prosa: Tropas e fantasias, 
Missal, Evocações. 
 
O texto que vamos ler é parte de um longo poema, dos mais representativos do Simbolismo brasileiro: 
 
 
 
 
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VIOLÕES QUE CHORAM 
 
Ah! Plangentes violões dormentes, mornos, 
Soluços ao luar, choros ao vento... 
Tristes perfis, os mais vagos contornos, 
Bocas murmurejantes de lamento. 
Noites de além, remotas, que eu recordo, 
Noites da solidão, noites remotas 
Que nos azuis da fantasia bordo, 
Vou constelando de visões ignotas. 
Sutis palpitações à luz da lua. 
Anseio de momentos mais saudosos, 
Quando lá choram na deserta rua 
As cordas vivas dos violões chorosos. 
Quando os sons dos violões vão soluçando, 
Quando os sons dos violões nas cordas gemem, 
E vão dilacerando e deliciando, 
Rasgando as almas que nas sombras tremem. 
Harmonias que pungem, que laceram, 
Dedos nervosos e ágeis que percorrem 
Cordas e um mundo de dolências geram, 
Gemidos, prantos, que no espaço morrem... 
E sons soturnos, suspiradas mágoas, 
Mágoas amargas e melancolias, 
No sussurro monótono das águas, 
Noturnamente, entre ramagens frias. 
Vozes veladas, veludosas vozes, 
Volúpias dos violões, vozes veladas, 
Vagam nos velhos vórtices velozes 
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. 
Tudo nas cordas dos violões ecoa 
E vibra e se contorce no ar, convulso... 
Tudo na noite, tudo clama e voa 
Sob a febril agitação de um pulso. 
Que esses violões nevoentos e tristonhos 
São ilhas de degredo atroz, funéreo, 
Para onde vão, fatigadas no sonho, 
Almas que se abismaram no mistério. 
(Cruz E Sousa – Violões que choram) 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 72 
 
 
ESTUDO DO TEXTO 
 
1. Releia a primeira estrofe do poema e identifique todas as metáforas que o poeta empregou para sugerir o som dos 
violões. 
__________________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
2. Na segunda estrofe, o eu-lírico volta ao passado. 
a) Que verbo denota esta evasão? 
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________ 
 
b) A escolha do eu - lírico recai sobre “noites”. Por quê? 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________ 
 
3. Releia a quinta estrofe do poema: 
a) Os violinistas aparecem através de uma metonímia. Transcreva-a. 
_________________________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________________________b) Que sensação a música causa no eu - lírico? Justifique 
_________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________ 
 
4. Uma metáfora da última estrofe resume o efeito que a música provocou no eu - lírico. Identifique essa metáfora. 
_________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
 
5. A sétima estrofe deste poema é considerada como a maior seqüência aliterativa de nossa literatura. 
A – Nessa estrofe predomina: 
a) o sentido lógico do que é descrito; 
b) a sugestão musical. 
B – Que princípio básico do Simbolismo se evidencia nessa estrofe? 
_________________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 73 
 
 
 
Alphonsus de Guimaraens (Pseudônimo de Afonso Henriques da Costa Guimarães) – 
Retomando elementos românticos, sua temática prende-se à evasão da vida, à morte, à 
natureza, à religiosidade e ao amor platônico. A mulher, idealizada e pura, é quase sempre 
divinizada. Em sua evasão da realidade imediata, identifica-se como trovador e com o cavaleiro 
medieval que suspira por sua dama ou cultua a Virgem Maria. 
Suas principais obras são na poesia: Setenário das dores de Nossa Senhora, Câmara ardente, 
Dona Mística, Kiriale, Pauvre lyre; na prosa: Mendigos. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 74 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRAMÁTICA 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 75 
 
 
SUBSTANTIVO 
Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau que dá nome aos seres em geral. São, portanto, 
substantivos: 
a) os nomes de coisas, pessoas, animais, vegetais, lugares, instituições. 
Ex: livro, cadeira, Lúcia, Humberto, cachorro, Paris, júri, divórcio. 
b) os nomes de ações, noções, estados ou qualidades, tomados como seres: 
Ex: trabalho, corrida, justiça, tristeza, beleza. 
 
Classificação Semântica 
 
Do ponto de vista semântico, isto é, considerando a significação, o substantivo pode ser: 
 
Concreto – Nomeia um ser que possui existência própria: terra, palmeira. 
Abstrato – Dá nome a um ser cuja existência depende de outro, como sensações, estados de espírito, 
qualidades: beleza, medo, nostalgia. 
Comum – Nomeia seres da mesma espécie: rio, cidade. 
Próprio – Denomina um ser particular da espécie: Tocantins, Florianópolis, Brasil. 
Coletivo – Nomeia um conjunto visto como unidade: cacho, biblioteca. 
Simples – É formado por um único radical: água, pé, couve. 
Composto – É formado por mais de um radical: água-de-colônia, pé-de-moleque. 
Primitivo – Não é derivado de nenhuma outra palavra da língua portuguesa: pedra, cabeça. 
Derivado – É formado com base em outra palavra da língua portuguesa: apedrejar, cabeçada. 
 
GÊNERO: MASCULINO E FEMININO 
 
Regra geral: Troca-se o o por a, ou acrescenta-se a: advogado-advogada; juiz – juíza; camponês – camponesa. 
Regras especiais: 
a) palavras terminadas em or, coloca-se a, triz, eira: embaixador – embaixadora; ator – atriz; lavador – 
lavadeira; 
b) palavras terminadas em ao, coloca-se ã, ao, ona: campeão – campeã; leão – leoa; folião – foliona; 
c) vocábulos terminados em e coloca-se a: chefe – chefa; mestre – mestra. 
d) emprega-se –esa, -essa ou –isa: barão – baronesa; abade – abadessa; profeta – profetisa. 
 
Algumas palavras possuem formas especiais: avô, avó; galo, galinha; cão, cadela. 
Agora leia: 
Ex: Minha mãe era boa criatura. 
Vários poetas brasileiros atuais são criaturas de Carlos Drummond de Andrade. 
A palavra criatura apresenta um só gênero para designar o masculino e o feminino. 
Esse e outros substantivos pedem mais a nossa atenção. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 76 
 
Vejamos alguns casos: 
 
Substantivos biformes – Designam pessoas ou animais e apresentam duas formas, uma para o 
masculino, outra para o feminino: 
Ex: aluno aluna 
menino menina 
 
Substantivos uniformes – São os que apresentam uma única forma, tanto para o masculino como para o 
feminino. Subdividem-se em epicenos, comuns de dois gêneros e sobrecomuns. 
 
Epicenos – Dependem das palavras macho e fêmea para especificar o sexo. É usado somente para 
animais. 
Ex: a andorinha macho – a andorinha fêmea 
a cobra macho – a cobra fêmea. 
 
Comum de dois gêneros – Tem apenas uma forma, distinguindo-se pela palavra que os acompanha. 
Ex: um colega uma colega 
belo jovem bela jovem 
a pianista o pianista 
 
Sobrecomuns – Tem um só gênero para designar o feminino e o masculino. 
Ex: a testemunha, a vítima, o cônjuge, a pessoa, a criança. 
 
EXERCÍCIO 
 
1. Classifique cada um dos substantivos destacados em comum de dois gêneros, sobrecomuns, ou epicenos: 
 
a) A delegada inquiriu a testemunha sobre o rapto da criança, pois desconfiava de uma jovem que havia sido 
denunciada pela família do menino por criar uma onça no sítio. 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________ 
b) O dentista assiste bem seus clientes. 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
c) O jornalista foi vítima de seus leitores. 
______________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 77 
 
Substantivo: Outras particularidades: 
 
1. alguns substantivos apresentam oscilação de gênero. Por exemplo: 
o diabete(s), a diabete o intérprete, a intérprete 
o personagem, a personagem o trama, a trama. 
 
2. Deve-se observar o gênero correto dos seguintes substantivos; 
Masculinos: 
o alvará o saca-rolhas 
o champanha o eclipse 
o milhar o formicida 
o sabiá o lança-perfume 
o guaraná o pijama 
o suéter o dó 
Femininos: 
a epígrafe a sentinela 
a libido a cal 
a ordenança a dinamite 
a aguardente a elipse 
a derme a ferrugem 
a faringe a omoplata 
 
3. São masculinos os substantivos terminados em –ema e –oma: 
o edema o telefonema o hematoma o emblema 
 
4. Há substantivos que apresentam significações diferentes de acordo com o gênero: 
o cabeça (chefe) a cabeça (parte do corpo) 
o caixa (pessoa) a caixa (objeto) 
o cisma (separação) a cisma (desconfiança) 
o grama (unidade de massa) a grama (relva) 
o moral (brio) a moral (ética) 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Copie as frases substituindo os * por a ou o, conforme convier: 
 
a) Ele era * cabeça da organização. 
______________________________________________________________________________________________b) * guarda de honra formou-se diante do palácio. 
______________________________________________________________________________________________ 
c) * lente da faculdade examinou os manuscritos com * lente. 
______________________________________________________________________________________________ 
d) * guia do passeio informou que todos deveriam preencher * guia de embarque. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 78 
 
 
2. Preencha os espaços em branco utilizando o artigo feminino ou masculino: 
a) O médico recomendou-lhe que deixasse de lado _____aguardente. 
b) Abrimos ____champanha para comemorar a virada do século. 
c) Não sabíamos onde estava _____saca-rolhas. 
d) O capitão chamou _____ordenança e entregou-lhe a mensagem. 
e) A polícia apreendeu _____lança-perfume do rapaz. 
f) _____libido é a energia de toda conduta ativa e criadora do homem. 
 
 
NÚMERO: SINGULAR E PLURAL 
 
1. Regra geral: Acrescenta-se s: casa- casas 
 
2. Regras especiais: 
a) –r, -z, -n coloca-se es: lar – lares, juiz – juízes, hífen – hífens. 
b)-al, -el, -ol, -ul coloca-se is: animal - animais, papel – papéis, anzol – anzóis. 
c) –il (paroxítonos) coloca-se eis: fóssil – fósseis. 
d) –il (oxítonos) coloca-se s: barril – barris. 
e) –m coloca-se ns: armazém – armazéns 
f) –ão coloca-se –ões, -ães: balcão – balcões; capitão – capitães. 
g) –s (oxítonos) coloca-se –es: burguês – burgueses. 
 
Observações: 
1. São invariáveis pires (os pires), lápis (os lápis), ônibus (os ônibus), e os substantivos terminados em –x (som de 
ks), como tórax (os tórax) 
 
2. Alguns substantivos terminados em –ão apresentam mais de um plural; 
aldeão aldeões aldeãos 
anão anões anãos 
vilão vilães vilões 
charlatão charlatões charlatães 
 
Plural dos substantivos compostos 
 
Nos substantivos compostos que apresentam seus elementos ligados por hífen, podem variar ambos os 
elementos, apenas um dos elementos, ou nenhum dos elementos, conforme as seguintes regras: 
a) Nos compostos formados de palavras repetidas (ou muito semelhantes), só o segundo elemento varia: 
Ex: teco-teco teco-tecos tico-tico tico-ticos 
reco-reco reco-recos pingue-pongue pingue-pongues 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 79 
 
 
b) Nos compostos cujos elementos venham unidos por preposição, só o primeiro elemento varia: 
Ex: pão-de-ló pães-de-ló 
mula-sem-cabeça mulas-sem-cabeça 
 
 
c) Nos compostos formados de grão, grã e bel seguidos de substantivo, só varia o segundo elemento: 
Ex: grão-duque grão-duques 
grão-mestre grão-mestres 
grã-duquesa grã- duquesas 
bel-prazer bel-prazeres 
 
d) Nos compostos formados por dois substantivos, se o segundo elemento limita ou determina o primeiro, 
indicando tipo ou finalidade, a variação ocorre somente no primeiro elemento: 
Ex: banana- maçã bananas-maçã 
salário -família salários-família 
peixe - espada peixes-espada 
caneta-tinteiro canetas-tinteiros 
 
e) Nos compostos formados por duas palavras avariadas (substantivo+adjetivo) ou (adjetivo+substantivo), 
todos vão para o plural: 
Ex: 
couve-flor couves-flores 
amor-perfeito amores-perfeitos 
cara-pálida caras-pálidas 
padre-nosso padres-nossos 
 
Observação: Ficam no singular os compostos formados com verbos e palavras invariáveis: 
o bota-fora os bota-fora (verbo+advérbio) 
o chove-não-molha os chove-não-molha 
EXERCÍCIOS 
1. (Acafe - SC) A alternativa em que o plural dos nomes compostos está empregado corretamente é: 
 
a) pé de moleques, beija-flores, obras-primas, navios-escolas 
b) pés de moleques, beija-flores, obras-primas, navios-escolas 
c) pés de moleque, beija-flores, obras-primas, navios-escola 
d) pé de moleques, beija-flores, obras-primas, navios-escola 
e) pés de moleques, beija-flores, obras-prima, navios-escolas 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 80 
 
 
2. De modo a adequá-las de acordo com a variedade padrão da linguagem, observe a orações, tendo em vista o 
plural composto dos termos em evidência. Re-escreva-os adequadamente: 
 
a) O garoto tem cabelos castanho-claro e olhos verde-escuro. 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
b) Aqui, todos serão bem-vindo. 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
c) Dominar o alfabeto dos surdo-mudo está entre as competências que norteiam os educadores. 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
d) Os vestidos são azul-marinho. 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
 
3. Encontram-se a seguir alguns fragmentos poéticos. Analise-os respondendo ao que se pede: 
Nem em pé-d’água 
Em pé-de-atleta 
Em pé-de-cabra 
Em pé-de-boi ou pé-de-galinha 
Em pé-de-meia 
Ou pé de moleque 
Não entra o sapatinho vermelho-sangue 
[...] 
 
a) Como podemos perceber, no poema encontra-se uma série de palavras cuja composição se dá em torno da 
palavra pé. Qual o sentido da partícula “pé” em cada uma dessas palavras? Explique o significado de cada 
expressão. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
b) Aponte como atribuiríamos o plural para as mesmas. 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 81 
 
 
4. Atribua V ou F para as seguintes orações, considerando o emprego correto dos substantivos compostos: 
a) Ele gosta de amores-perfeitos e cultiva-os. ( ) 
b) Há muitos beijas-flores na varanda da casa. ( ) 
c) As saias-balão compuseram a moda antiga. ( ) 
d) Na próxima semana haverá reunião dos vice-diretores. ( ) 
e) As aulas de física serão ministradas nas segundas-feiras. ( ) 
 
GRAU: AUMENTATIVO E DIMINUTIVO 
 
1. Forma analítica: 
casa grande – casa pequena 
boca grande – boca pequena 
 
2. Forma sintética: 
casarão – casinha 
bocarra – boquinha 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Leia o parágrafo final da crônica O diamante: 
“O próprio Jovelino, entrado em anos, era agora um velho sacudido em bem disposto, que tinha mais o que fazer do 
que cuidar de garimpagens. Mas um dia não resistiu: passou a mão na sua enxada, em sem avisar ninguém, o olhar 
reluzente de esperança, partiu à procura do impossível, do irreal, do inexistente diamante de seu sonho”. 
Observe o exemplo e classifique os substantivos destacados, de acordo com estes critérios: comum ou 
próprio, concreto ou abstrato, primitivo ou derivado,simples ou composto. 
 
Garimpagens: comum, abstrato, derivado, simples. 
 
a) Jovelino: __________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
b) enxada: ____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
c) olhar: _____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
d) esperança: _________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 82 
 
 
2. “Minha mãe comprou quatrocentas gramas de queijo ontem” 
Essa frase se encontra gramaticalmente correta? Explique: 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________ 
 
3. Leia o texto. 
O amor e a loucura 
No Amor tudo é mistério: suas flechas e sua aljava, sua chama e sua infância eterna. 
Mas por que o amor é cego? 
Aconteceu que num certo dia o Amor e a Loucura brincavam juntos. Aquele ainda não era cego. Surgiu 
entre eles um desentendimento qualquer. Pretendeu então o Amor que se reunisse para tratar do assunto o conselho 
dos deuses. Mas a loucura, impaciente, deu-lhe uma pancada tão violenta que lhe privou a visão. 
Vênus, mãe e mulher, pôs-se a clamar por vingança, aos gritos. E diante de Júpiter, Nêmesis – a deusa da 
vingança – e de todos os juízes do Inferno, Vênus exigiu que aquele crime fosse reparado. Seu filho não podia ficar 
cego. 
Depois de estudar detalhadamente o caso, a sentença do supremo tribunal celeste consistiu em condenar a 
Loucura a servir de guia do Amor. 
(Jean de La Fontaine) 
a) Destaque e classifique os substantivos presentes no texto. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
b) Explique a moral da história. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 83 
 
MAIS EXERCÍCIOS – REVISANDO SUBSTANTIVO E SUAS FLEXÕES 
 
1. Reescreva o texto abaixo colocando a palavra em destaque no plural. Faça as devidas alterações. 
SONETO DE SEPARAÇÃO 
 
De repente do riso fez-se o pranto 
Silencioso e branco como a bruma 
E das bocas unidas fez-se a espuma 
E das mãos espalmadas fez-se o espanto. 
 
De repente da calma fez-se o vento 
Que dos olhos desfez a última chama 
E da paixão fez-se o pressentimento 
E do momento imóvel fez-se o drama. 
 
De repente, não mais que de repente 
Fez-se de triste o que se fez amante 
E de sozinho o que se fez contente 
 
Fez-se do amigo próximo o distante 
Fez-se da vida uma aventura errante 
De repente, não mais que de repente. 
 
 (Vinícius de Morais) 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
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______________________________________________________________________________________________ 
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______________________________________________________________________________________________ 
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______________________________________________________________________________________________ 
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______________________________________________________________________________________________ 
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______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
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______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 84 
 
ADJETIVO 
 
Adjetivo é a palavra variável em gênero, número e grau que caracteriza o substantivo ou qualquer palavra 
com valor de substantivo, indicando-lhe atributo, estado, modo de ser ou aspecto. 
Ex: Tratava-se de um homem incompetente. 
Encontrei uma pessoa ética. 
Ela é uma mulher honesta. 
 
Classificação dos adjetivos: 
Os adjetivos são classificados em: 
a) simples – apresentam um único radical: 
Ex: momento inesquecível, alimento dietético. 
b) composto – apresentam mais de um radical: 
Ex: acordo luso-brasileiro, causas político-econômicas. 
c) primitivos – não provêm de outra palavra da língua portuguesa: 
Ex: camisa verde, homem leal. 
d) derivados – provêm de outra palavra da língua portuguesa: 
Ex: camisa esverdeada, homem desleal, planície amazônica. 
 
Adjetivos pátrios –são os adjetivos que se referem a países, continentes, cidades, regiões, etc., 
exprimindo a nacionalidade ou a origem do ser. 
Localidade Adjetivo pátrio correspondente País, Estado, cidade ou região 
Acre acreano 
Afeganistão afegane, afegão 
Amapá amapaense 
Angola angolano 
Aracaju aracajuense, aracajuano 
Atenas ateniense 
Belém (Pará) belenense 
Belém (Palestina) belemita 
Belo Horizonte belo-horizontino 
Brasília brasiliense 
Boa Vista boa-vistense 
Cabo Frio cabo-friense 
Catalunha catalão 
Cuiabá cuiabano 
Espírito Santo espírito-santense, capixaba 
Estados Unidos estadunidense, norte-americano, ianque 
Florença florentino 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 85 
 
Florianópolis florianopolitano 
Goiânia gioaniense 
Gália gaulês 
Grécia grego, helênico 
Havana havanês 
Índia indiano, hindu 
Japão japonês 
Jerusalém hierosolimitano, hierosolimita 
Macapá macapaense 
Manaus manauense, manauara 
Natal natalense 
Nova Iguaçu iguaçuano 
Nova Zelândia neozelandês 
Pequim pequinês 
Porto Alegre porto-alegrense 
Porto Rico porto-riquenho 
Recife recifense 
Rio Branco rio-branquense 
Rio de Janeiro (cidade) carioca 
Rio de janeiro (estado) fluminense 
Rio Grande do Norte rio-grandense-do-norte, potiguar, norte-rio-grandense 
Romênia romeno 
Rondônia rondoniano, rondoniense 
Salvador salvadorense, soteropolitano 
São Paulo (cidade) paulistano 
São Paulo (estado) paulista 
Sardenha sardo 
Sergipe sergipano 
Teresina teresinense 
Tibete tibetano 
Tocantins tocantinense 
Três Corações tricordiano 
Vitória Vitoriense 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 86 
 
Locução adjetiva – é a expressão formada de preposição mais substantivo (ou advérbio) com valor de um 
adjetivo: 
Ex.: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FLEXÃO DE GÊNERO: 
 
Como os substantivos, os adjetivos podem ser do gênero masculino ou feminino: 
aluno 
atento 
 
aluna 
atenta 
 
dia 
ensolarado 
 
tarde 
ensolarada 
 
 
Dependendo da forma que assumem, os adjetivos se classificam em uniformes e biformes: 
a) uniformes – apresentam uma única forma para os dois gêneros: 
homem inteligente mulher inteligente 
homem simples mulher simples 
 
b) biformes – possuem uma forma para o masculino, outra para o feminino: 
homem magro mulher magra 
homem obeso mulher obesa 
 
 
da alma anímico 
de abelha apícola 
de águia aquilino 
de aluno discente 
de professor docente 
de verão estival 
de garganta gutural 
do inverno hibernal 
do fogo ígneo 
de morte letal 
do sonho onírico 
de peixe písceo 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 87 
 
FLEXÃO DE NÚMERO: 
 
a) adjetivo simples: Concordam com o substantivo a que se referem: 
sapato macio – sapatos macios 
comida salgada – comidas salgadas 
 
b) adjetivo composto: apenas o último elemento varia: 
histórico- geográfico histórico-geográficos 
latino-americano latino-americanos 
 
Observações: 
1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis quando o segundo elemento é um 
substantivo: 
lente verde-garrafa lentes verde-garrafa 
papel azul-piscina papéis azul-piscina 
 
2) O plural de surdo-mudo é surdos-mudos, assim como surdas-mudas, embora não devamos usar essas 
expressões, as quais devem ser substituídas por deficiente auditivo, deficiente oral. 
Latino-americano latino-americanos 
 
3) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste são invariáveis: 
blusa azul-marinho blusas azul-marinho 
camisa azul-celeste camisas azul-celeste 
 
FLEXÃO DE GRAU 
 
Grau comparativo: Pode ser de igualdade, superioridade ou de inferioridade. 
 
Comparativo de igualdade – a qualidade expressa pelo adjetivo aparece com a mesma intensidade 
nos elementos que se comparam. 
Ex: Esta casa é tão arejada quanto (como) aquela. 
 
Comparativo de superioridade – a qualidade expressa pelo adjetivo aparece mais intensificada no 
primeiro elemento da relação de comparação. 
Ex: Este alimento é mais saudável (do) que aquele. 
 
Comparativo de inferioridade – a qualidade expressa pelo adjetivo aparece menos intensificada no 
primeiro elemento da relação de comparação. 
Ex: Esta casa é menos arejada (do) que aquela. 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 88 
 
Grau superlativo: Pode ser absoluto ou relativo: 
 
Superlativo absoluto – a qualidade expressa pelo adjetivo não é posta em relação a outros 
elementos. Subdivide-se em absoluto analítico e absoluto sintético: 
Ex: Este exercício é muito fácil. (superlativo absoluto analítico) 
Este exercício é facílimo. (superlativo absoluto sintético) 
 
Superlativo relativo – a qualidade expressa pelo adjetivo é posta em relação a outros elementos. 
Subdivide-se em relativo de superioridade e relativo de inferioridade: 
Ex: Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala. (superlativo relativo de superioridade) 
Este exercício é o menos fácil da lição. (superlativo relativo de inferioridade) 
 
Os adjetivos bom, mau, grande e pequeno possuem para o comparativo as seguintes formas especiais: 
 Bom Mau Grande Pequeno 
Comparativo de 
superioridade 
melhor Pior Maior Menor 
Superlativo 
absoluto 
Ótimo Péssimo Máximo Mínimo 
Superlativo 
relativo 
o melhor o pior o maior o menor 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Dependendo do contexto em que se encontre, uma mesma palavra pode ser substantivo ou adjetivo. Dê a 
classificação das palavras destacadas nas orações abaixo: 
a) Se o tempo continuar feio não sairemos. 
______________________________________________________________________________________________ 
b) Entre um e outro, escolheu o feio. 
______________________________________________________________________________________________ 
c) É preciso separar o bom e o mau. 
______________________________________________________________________________________________ 
d) As crianças acreditavam que ele era um homem mau. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
2. Escreva no plural: 
a) camisa azul-marinho: __________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________________________ 
 
b) solenidade cívico-religiosa: _____________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 89 
 
c) posto médico-cirúrgico: _________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
d) farda verde-oliva: _____________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
e) camisa rubro-negra: ___________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________________ 
f) menino surdo-mudo: ___________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
g) literatura luso-brasileira:________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
h) conflito sino-russo-americano: ___________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
3. Marque AU para os adjetivos uniformes; AB para os adjetivos biformes: 
a) inteligente _______ 
b) arejado _______ 
c) alto _______ 
d) rasgado _______ 
e) quente _______ 
f) florido _______ 
g) flexível _______ 
h) esperançoso _______ 
 
4. Indique em que grau se encontram os adjetivos das frases abaixo: 
 
a) Era uma pessoa honestíssima. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
b) Era uma pessoa bastante honesta. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
c) Este lugar é mais confortável que aquele. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
d) Flávia era a aluna mais simpática da classe. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
e) Esta substância é tão prejudicial quanto a outra. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
f) Ele era o menos esforçado de todos. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 90 
 
 
5. Dê os adjetivos correspondentes às locuções adjetivas destacadas: 
a) Alimentava-se graças à fauna do lago. 
______________________________________________________________________________________________ 
b) As águas do rio permitem a navegação. 
______________________________________________________________________________________________ 
c) Amanhã haverá reunião do corpo de professores. 
______________________________________________________________________________________________ 
d) Refugiava-se num mundo de sonhos. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
As questões de 6 a 8 referem-se ao texto que segue. 
 
Progresso engole fábrica de linhas em SP 
 
A fachada da velha fábrica confunde a visão de quem passa pela rua de sobrados na Pompéia (zona oeste 
de SP). O telhado em ziguezague, a fachada de tijolo pintada de salmão. Dentro, a surpresa é ainda maior: máquinas 
da década de 20 ainda trabalham, com as engrenagens cobertas de poeira, enrolando os últimos fios coloridos 
produzidos pela Fábrica de Linhas Pavão. 
A fábrica parece ter perdido o “fio da meada” em algum ponto do novelo do tempo e enroscado em 1930, 
quando foi inaugurada pelo imigrante armênio Camilo Siufi. Pelo visto, jamais sairá daqueles anos – o prédio foi 
vendido a uma imobiliária e deve ser entregue no mês que vem para cumprir seu destino de edifício. 
(Folha de S. Paulo, 9 set. 2001.) 
6. O primeiro parágrafo do texto é descritivo. Isso se comprova pela 
I - predominância de verbos no presente. 
II - predominância de frases nominais. 
III - perspectiva adotada em todo texto descritivo: do geral para o particular e de fora para dentro. 
IV - abundância de adjetivação. 
São corretas apenas: 
a) II e IV. b) III e IV. c) II e III. d) I e III. e) I e IV. 
 
7. Reflita: “Pelo visto, jamais sairá daqueles anos – o prédio foi vendido a uma imobiliária e deve ser entregue no mês 
que vem para cumprir seu destino de edifício.” 
 
No trecho acima estabelece-se uma relação de 
a) causa, e o travessão pode ser substituído por porque. 
b) condição, e o travessão pode ser substituído por pois. 
c) tempo, e o travessão pode ser substituído por quando. 
d) comparação, e o travessão pode ser substituído por onde. 
e) finalidade, e o travessão pode ser substituído por depois que. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 91 
 
 
 
ARTIGO 
 
Artigo é a palavra variável em gênero e número que precede o substantivo, determinando-o de modo 
preciso ou vago, indicando-lhe o gênero e o número. 
 
Classificação dos artigos: 
 
Os artigos são classificados em: 
a) artigo definido – determina o substantivo de modo preciso. Pode ser singular (o, a) ou plural (os, as). 
Ex: O menino resolveu a questão. 
Os meninos resolveram as questões. 
 
b) artigo indefinido – determina os substantivos de modo vago, impreciso. Pode ser singular (um, uma) ou 
plural (uns, umas). 
Ex: Um menino resolveu uma questão. 
Uns meninos resolveram umas questões. 
 
Observações: 
1) Não se usa artigo: 
a) Antes de expressões de tratamento: Vossa Senhoria, Vossa Excelência, etc: 
Ex: Vossa Excelência deverá adiar a decisão. 
 
b) Antes da palavra casa, quando esta se refere ao próprio lar, e da palavra terra, em oposição a bordo: 
Ex: vou para casa. 
 
 
2) Usa-se artigo: 
a) Entre o numeral ambas e o substantivo: 
Ex: Ambos os veículos estão enguiçados. 
 
b) Nas expressões todo o, toda a, em que o artigo designa totalidade, inteireza: 
Ex: Recebi toda a correspondência. (a correspondência por completo) 
Toda correspondência pode extraviar-se. (qualquer correspondência) 
 
c) Depois das palavras todos ou todas, seguidas de numeral mais substantivo: 
Ex: Todos os quatro candidatos foram contratados. 
 
d) Anteposto a um numeral, o artigo indefinido designa quantidade aproximada: 
Ex: Não o vejo há uns dez anos. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 92 
 
 
3) O artigo definido pode ter valor de: 
 
a) pronome demonstrativo: 
Ex: Estou muito ocupado no momento. (= neste momento) 
 
b) pronome possessivo: 
Ex: Ao vê-la, sentiu o coração em chamas. (= seu coração) 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Explique a diferença de sentido entre as frases abaixo: 
a) O time da cidade ia jogar com o time da cidade vizinha. 
________________________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________________________ 
b) Um time da cidade ia jogar com um time da cidade vizinha. 
________________________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________________________ 
 
2. Indique se os artigos destacados têm valor de pronome possessivo ou demonstrativo: 
a) Ficou ali coçando a cabeça sem saber como começar a redação. 
________________________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________________________ 
b) No momento estou desempregado. 
________________________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________________________ 
 
3. Empregue, se necessário, o artigo definido antes das palavras destacadas: 
a) Ambos computadores estão conectados a um telefone. 
b) Todos quatro alunos representaram a escola no concurso de poesias. 
c) Todo jogador gostaria de fazer parte da seleção brasileira. 
d) Todos três são honestos. 
 
4. “Ela queria ser reconhecida como dona da casa e não como dona-de-casa”. Explique a diferença de sentido entre 
dona da casa e dona-de-casa: 
________________________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________________________LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 93 
 
5. Assinale a alternativa em que há erro no emprego do artigo: 
a) ( ) São pessoas cujas as aspirações não merecem consideração. 
b) ( ) Eles estavam na casa dos pais. 
c) ( ) Ambos os casos merecem consideração. 
d) ( ) Eles não conheciam a velha Roma. 
e) ( ) Convidei a Filomena para a festa. 
 
6. Explique a diferença de significação das expressões em destaque: 
a) Ele leu todo o livro. 
b) Todo o livro deve ser bem conservado. 
________________________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________________________ 
 
7. Rescreva as frases abaixo, corrigindo-as, se necessário: 
 
a) Todos os três foram reprovados em Matemática. 
________________________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________________________ 
b) A notícia foi veiculada pelo Estado de São Paulo. 
________________________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________________________ 
c) Discutia os assuntos os mais profundos. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
d) Todas as duas vezes que viajei para a Itália visitei Florença. 
_____________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
e) Haverá hoje uma reunião com a Sua Majestade. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
f) Não conheço a escola cuja a diretora se aposentou. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 94 
 
8. Há alguns anos, as duas frases a seguir eram utilizadas nas campanhas publicitárias da cerveja Kaiser. Leia-as 
atentamente: 
a) “Kaiser: a cerveja”. 
b) “A Kaiser é uma grande cerveja”. 
Comparando o sentido de ambas, é possível afirmar que entre elas há uma certa contradição? Explique sua 
resposta: 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
9. No texto seguinte selecione os artigos: 
“O ponteiro marca 150 
 Tudo passa ainda mais depressa 
 O amor, a felicidade 
 O vento afasta uma lágrima 
 Que começa a rolar no meu rosto 
 Estou a 160 
 Vou acender os faróis, já é noite 
 Agora são as luzes que passam por mim 
 Sinto um vazio imenso 
 Estou só na escuridão 
 A 180 
 Estou fugindo de você” 
 (Roberto Carlos – 120... 150... 200 km por hora) 
 
 
10. Nos textos seguintes, aponte os artigos que estão sendo usados para substantivar palavras que primitivamente 
não eram substantivos. 
a)“Quando a gente tá contente 
 Tanto faz o quente, tanto faz o frio 
 Que eu me esqueça do meu compromisso 
 Com isso e aquilo que acontece dez minutos atrás. 
 Dez minutos atrás de uma ideia já deu pra 
 Uma teia de aranha crescer 
 Sua vida na cadeia do pensamento” (Gilberto Gil) 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 95 
 
b)”O quereres e o estares sempre a fim 
 Do que em mim é de mim tãodesigual 
 Faz-me querer-te bem, querer-te mal 
 Bem a ti, mal ao quereres assim 
 Infinitamente pessoal 
 E eu querendo querer-te sem ter fim 
 E, querendo, aprender o total 
 Do querer que há e do que não há em mim” (Caetano Veloso) 
 
 
 
NUMERAL 
 
Numeral é a palavra que indica a quantidade exata de seres, ou a posição que um ser ocupa numa 
determinada série. 
 
Classificação dos numerais: 
 
a) cardinais – indicam quantidade determinada: 
Ex: zero, um, dois, três, quatro, cinco. 
 
b) ordinais – indicam ordem de sucessão: 
Ex: primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto. 
 
c) multiplicativos – indicam multiplicação: 
Ex: dobro triplo, quádruplo, quíntuplo. 
 
d) fracionários – indicam divisão, fração: 
Ex: meio, metade, terço, quarto. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 96 
 
Quadro dos numerais: 
CARDINAIS ORDINAIS MULTIPLICATIVOS FRACIONÁRIOS 
um primeiro (simples) --------- 
dois segundo Dobro, duplo meio 
três terceiro Triplo, tríplice terço 
quatro quarto quádruplo quarto 
cinco quinto quíntuplo quinto 
seis sexto sêxtuplo sexto 
sete sétimo sétuplo sétimo 
oito oitavo óctuplo oitavo 
nove nono nônuplo nono 
dez décimo décuplo décimo 
onze décimo primeiro onze avos 
doze décimo segundo doze avos 
treze décimo terceiro treze avos 
catorze décimo quarto catorze avos 
quinze décimo quinto quinze avos 
dezesseis décimo sexto dezesseis avos 
dezessete décimo sétimo dezessete avos 
dezoito décimo oitavo dezoito avos 
dezenove décimo nono dezenove avos 
vinte vigésimo vinte avos 
trinta trigésimo trinta avos 
quarenta quadragésimo quarenta avos 
cinquenta quinquagésimo cinqüenta avos 
sessenta sexagésimo sessenta avos 
setenta septuagésimo setenta avos 
oitenta octogésimo oitenta avos 
noventa nonagésimo noventa avos 
cem centésimo cêntuplo centésimo 
duzentos ducentésimo ducentésimo 
trezentos trecentésimo trecentésimo 
quatrocentos quadringentésimo quadringentésimo 
quinhentos quingentésimo quingentésimo 
seiscentos sexcentésimo sexcentésimo 
setecentos septingentésimo septingentésimo 
oitocentos octingentésimo octingentésimo 
novecentos nongentésimo nongentésimo 
mil milésimo milésimo 
milhão milionésimo milionésimo 
bilhão bilionésimo bilionésimo 
 
Emprego e leitura dos numerais 
 
1. Depois de um substantivo designativo de papas, soberanos, séculos ou partes de uma obra, empregam-se 
os numerais ordinais até o décimo. Daí por diante, deve-se usar os cardinais: 
Pedro I (primeiro) Século V (quinto) 
Volume VI (sexto) João VI (sexto) 
Pio X (décimo) João XXIII (vinte e três) 
Canto XVI (dezesseis) Ato XII (doze) 
Antes de substantivo, emprega-se o ordinal: quinto século; sexto volume. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 97 
 
2. Na indicação de páginas, folhas, casas são usados os cardinais, que devem concordar com a palavra 
“número”: 
Página 202 (duzentos e dois) 
Folha 121 (cento e vinte e um) 
 
Dando-se a antecipação do numeral, deve-se empregar osordinais: ducentésima segunda página; centésima 
vigésima segunda folha. 
 
3. Referindo-se a leis, decretos, portarias, empregam-se o ordinal até nove e o cardinal de dez em diante: 
Parágrafo I (primeiro) Artigo 9º (nono) 
Artigo 10 (dez) Parágrafo 11 (onze) 
 
4. as palavras que designam um conjunto exato de seres são chamadas de numerais coletivos e têm valor de 
substantivo. Entre elas: par, dezena, década, dúzia, milênio, resma (quinhentas folhas de papel), grosa (doze dúzias), 
etc. 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Classifique os numerais destacados nas frases seguintes: 
a) Mal deu o primeiro passo, desistiu. 
______________________________________________________________________________________________ 
b) ela chegou meia hora atrasada. 
______________________________________________________________________________________________ 
c) Pagamos o dobro do valor real. 
______________________________________________________________________________________________ 
d) Este veículo completou uma década. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
2. Cardinais ou ordinais? Escreva por extenso: 
a) Luís XVI: 
_____________________________________________________________________________________________ 
b) Dom João VI: 
_____________________________________________________________________________________________ 
c) João XVII: 
______________________________________________________________________________________________ 
d) Pio XII: 
______________________________________________________________________________________________ 
e) Henrique VI: 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 98 
 
f) capítulo II: 
______________________________________________________________________________________________ 
g) capítulo XXXIII: 
______________________________________________________________________________________________ 
 
3. Reescreva as frases grafando os algarismos por extenso: 
a) Esta é a 30ª vez que venho aqui. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
b) Ela mora no 22º andar. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
c) Ela foi a 88ª classificada. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
d) Amanhã ele completará o 76º aniversário. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
e) Ela foi a 555ª colocada. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
4. Leia o texto a seguir e responda ás questões propostas: 
O ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, 60 anos, tem quase quatro décadas como 
diplomata. 
(Veja, 12 set.) 
Destaque os numerais presentes no texto e classifique-os. 
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________ 
 
5. Observe: 
 
I. "Essa atitude de certo modo religiosa de 'um' homem engajado no trabalho..." 
II. "Pedro comprou 'um' jornal" 
III. "Maria mora no apartamento 'um'." 
IV. "Quantos namorados você tem?" 'Um'. 
 
A palavra "um" nas frases acima é, no plano morfológico, respectivamente: 
 
a) artigo indefinido em I e numeral em II, III e IV. 
b) artigo indefinido em I e II e numeral em III e IV. 
c) artigo indefinido em I e III e numeral em II e IV. 
d) artigo indefinido em I, II, III e IV. 
e) artigo indefinido em III e IV e numeral em I e II. 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 99 
 
PRONOME 
 
Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa que representa ou acompanha o substantivo, 
indicando-o como pessoa do discurso ou situando-o no espaço e no tempo. 
 
Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome substantivo: 
Ex: Ele chegou. 
Convidei-o. 
 
Quando o pronome determina o substantivo, restringindo a extensão de seu significado, dizemos tratar-se 
de pronome adjetivo: 
Ex: Esta casa é antiga. 
Meu livro é antigo. 
 
Há em português seis espécies de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos, indefinidos, 
interrogativos. 
As pessoas do discurso: 
São três as pessoas do discurso 
a) 1ª pessoa – aquela que fala; 
b) 2ª pessoa – aquela com quem se fala; 
c) 3ª pessoa – aquela de quem se fala (ou de que ) se fala. 
 
 
1. Pronomes Pessoais: 
Designam as pessoas do discurso: a 1ª (eu, nós); a 2ª (tu,vós); a 3ª (ele, ela, eles,elas). 
Os pronomes pessoais podem ser retos, oblíquos ou de tratamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Retos Oblíquo 
 Eu me, mim, comigo 
Singular Tu te, ti, contigo 
 Ele, Ela o, a se, lhe, si, consigo 
 Nós nos, conosco 
Plural Vós vos, convosco 
 Eles, Elas Os, as, se, lhe, si, consigo 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 100 
 
Observações: 
 
a) Os pronomes eu e tu não devem vir regidos de preposição. 
Ex: Não há desavenças entre mim e ti. (e não entre eu e tu) 
 
b) O pronome poderá vir precedido de preposição quando vier seguido de verbo no infinitivo, do qual é 
sujeito: 
Ex: Ela trouxe frutas para eu comer 
Ele deu ordens para tu ires depressa. 
 
c) Não se deve combinar o pronome ele (ela, eles, elas) com a preposição de, quando esta preposição 
reger o verbo. 
Ex: Era hora de eles decidirem. (e não deles decidirem) 
 
d) Pronomes de tratamento – Referem-se à pessoa a quem se fala (portanto segunda pessoa), mas a 
concordância gramatical deve ser feita com a terceira pessoa. 
Veja alguns desses pronomes: 
Pronome Abreviatura Emprego 
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques 
Vossa Eminência V. Emª cardeais 
Vossa Excelência V. Exª altas autoridades em 
geral 
Vossa Magnificência V. Magª reitores de 
universidades 
Vossa Reverendíssima V. Revª sacerdotes em geral 
Vossa Santidade V. S. papas 
Vossa Senhoria V. Sª funcionários graduados 
Vossa Majestade V. M. reis, imperadores 
 
 
2. Pronomes Possessivos 
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, indicando idéia de posse: 
Ex: Eu emprestei meus livros e minhas fitas. 
Eu não sou da sua rua. 
 
Pessoa Singular Plural 
1ª Meu, minha, meus, minhas Nosso, nossa, nossos, nossas 
2ª Teu, tua, teus, tuas Vosso, vossa, vossos, vossas 
3ª Seu, sua, seus, suas seu,sua, seus, suas 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 101 
 
3. Demonstrativos: 
São aqueles que indicam a posição do ser no tempo e no espaço, tomando-o em relação às pessoas do 
discurso. 
Os pronomes demonstrativos são os seguintes: 
Pessoa Variáveis Invariáveis 
1ª Este, esta, estes, estas isto 
2ª Esse, essa, esses, essasisso 
3ª Aquele, aquela, aqueles, aquelas aquilo 
 
 
Observações: 
a) Este (e flexões) marca um tempo contemporâneo (ou imediato) ao ato da fala: 
Ex: Neste momento, ele está descendo as escadas. 
 
b) Esse (e flexões) marca um tempo proximamente anterior ao ato da fala: 
Ex: Nesse dia estivemos com ela. 
 
c) Aquele (e flexões) marca um tempo remotamente anterior ao ato da fala: 
Ex: Muitos poetas românticos escreveram sobre a valsa, pois naquela época a valsa dominava os salões. 
 
d) Quando estão no lugar de isso, isto ou aquilo (e flexões), os pronomes o, a, os, as são demonstrativos: 
Ex: Meu livro é o que está sobre a mesa. 
Não tenho o que queres. 
 
e) No interior do discurso, este (e flexões) faz referência àquilo que vai ser dito posteriormente. Esse (e 
flexões) faz referência àquilo que já foi dito: 
Ex: Os simbolistas seguiam este preceito. 
“A música antes de qualquer coisa”. Estas palavras são de um poema de Verlaine. 
 
4. Indefinidos: 
Referem-se à 3ª pessoa, de modo vago ou indeterminado: 
Variáveis Invariáveis 
alguém, ninguém, 
tudo, outrem, nada, 
cada, algo. 
algum, nenhum, todo, 
muito, pouco, certo, 
vário, tanto, quanto, 
qualquer (e variações) 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 102 
 
5. Relativos: Referem-se a um nome antecedente: 
Ex: Recebeu os livros que esperava. 
Visitaremos a cidade onde ele mora. 
Estudamos tudo quanto nosso escasso tempo nos permitiu. 
Este é o autor cujas obras serão publicadas 
Invariáveis Variáveis 
que, quem, onde o qual, cujo, 
quanto 
 
6. Interrogativos: São os pronomes indefinidos que, quem e quanto, empregados em interrogações diretas 
ou indiretas: 
Ex: Quantos foram premiados? 
Quero saber quantos foram premiados. 
 
EXERCÍCIOS 
1. Indique se o pronome destacado é substantivo ou adjetivo: 
a) Encontrei nosso companheiro de infância. 
______________________________________________________________________________________________ 
b) Enviamos tudo pelo correio. 
______________________________________________________________________________________________ 
c) Aquelas terras são improdutivas. 
______________________________________________________________________________________________ 
d) Alguém acaba de chegar. 
______________________________________________________________________________________________ 
e) Certas pessoas são inconvenientes. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
2. Preencha os espaços em branco pelos pronomes eu, tu, mim ou ti: 
a) Não se esqueça de trazer um café para _________. 
b) Trouxe o vinho para ________ provar. 
c) Entre ______ e você não pode haver segredos. 
d) Este é um trabalho para ________ realizar. 
e) Não há mais nada entre ________ e _______. 
f) Este é o momento para ________ tomares a iniciativa. 
 
3. Marque um X na frase que o pronome destacado tem valor possessivo: 
a) ( ) Espero que o cargo lhe convenha. 
b) ( ) Vi quando ele lhe beijou as mãos respeitosamente. 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 103 
 
4. Substitua os espaços em branco pelos pronomes demonstrativos: este, esse, aquele (ou flexões): 
a) José de Alencar e Castro Alves foram os que mais sobressaíram na época romântica; _____na prosa; ______na 
poesia. 
b) Guarde bem _______palavras que acabo de dizer. 
c) __________na mala que trago comigo pertence ao Fernando. 
d) Anote _______recomendações: fechar o portão às dez horas. 
 
5. Leia: 
“No discurso de posse, tu deves reafirmar que não te esquecerás dos compromissos que assumiste com teus 
colaboradores”. 
Fazendo as adaptações necessárias, reescreva a frase substituindo o pronome tu por Vossa Excelência. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
6. Classifique os pronomes destacados de acordo com o seguinte código: 
PR – pessoal reto PO – pessoa oblíquo P – possessivo D – demonstrativo 
a) Cesse tudo o que a Musa antiga canta. ___________ 
b) Encontrei-o em casa. ___________ 
c) Não o esperava tão cedo. ___________ 
d) Ele deixou a sala apressado. ___________ 
e) não encontrei meus amigos em parte alguma. ___________ 
f) Achei-o num canto qualquer. ___________ 
 
7. Nas frases seguintes, classifique os termos destacados em: 
(I) pronome relativo 
(II) pronome indefinido 
(III) pronome demonstrativo 
(IV) pronome interrogativo 
 
( ) O Cruzeiro, que a linda Sofia não quis fitar, como lhe pedia Rubião, está assaz alto para não discernir os risos e 
as lágrimas dos homens. 
( ) Nada lhes escapava, nem mesmo as escadas dos pedreiros, os cavalos de pau, o banco ou a ferramenta dos 
marceneiros. 
( ) Aquele peru comido a sós, redescobria em cada um o que a quotidianidade abafara por completo. 
( ) Madalena procurava convencê-lo, mas não percebi o que dizia. 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 104 
 
COLOCAÇÃO PRONOMINAL 
Os pronomes oblíquos átonos podem aparecer antes, depois ou no meio do verbo. Quando aparece antes, 
ocorre a próclise; quando aparece no meio, ocorre mesóclise; quando aparece depôs, ênclise. 
 
Próclise: 
Quando ocorre próclise, o pronome oblíquo átono é denominado proclítico. 
A próclise deve ser a colocação adotada nos seguintes casos: 
 Nas orações exclamativas e optativas: 
Exemplo: Deus te faça feliz! 
 Nas orações negativas: 
Exemplo: Não me deixe sozinha. 
 Quando o verbo vem acompanhado dos pronomes relativo, indefinido, interrogativo; advérbio e 
conjunção subordinativa: 
Exemplo: Alguém me pediu um livro. 
Quem lhe trouxe esses brinquedos? 
Quando me perguntarem, direi toda a verdade. 
 
Mesóclise: 
Na mesóclise, o pronome oblíquo átono é denominado mesoclítico. 
Só se usa o pronome átono mesoclítico com verbos no futuro do presente e do pretérito do indicativo, se 
não houver, na frase, um termo que determine próclise: 
Exemplo: Se Roberto quisesse, levar-te-ia para a viagem. 
Realizar-te-á no próximo sábado a feira de Ciências. 
 
Ênclise: 
Na ênclise, o pronome oblíquo átono é denominado enclítico. 
Usa-se a ênclise nos seguintes casos: 
 Nas frases iniciadas por verbo: 
Exemplo: Dê-me um beijo. 
 
 Com o verbo no gerúndio: 
Exemplo: enganou o irmão, dizendo-lhe que não sairia de casa naquela noite. 
 
 Com o verbo no imperativo afirmativo: 
Exemplo: Por favor, sente-se aqui. 
 
 Com o verbo no infinitivo: 
Exemplo: O bom é que ele pode esquecer-se de tudo o que aconteceu. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 105 
 
EXERCÍCIOS 
1. Identifique a colocação pronominal, indicando se é um caso de próclise, ênclise ou mesóclise: 
a) Quando as crianças acordarem, avise-me. 
______________________________________________________________________________________________ 
b) Quem nos mandou esses documentos? 
______________________________________________________________________________________________ 
c) Alguém me contou uma história interessante. 
______________________________________________________________________________________________ 
d) Por favor, traga-me um copo d‟água. 
______________________________________________________________________________________________ 
e) Perguntar-lhe-ei se irá à praia. 
______________________________________________________________________________________________2. Re-escreva as frases empregando os pronomes entre parênteses: 
a) Pedirei a sua transferência. (lhe) 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
b) Diga o seu segredo e direi o meu. (me) (lhe) 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
c) Tenho convicção de que ajudei. (o) 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
d) Nunca entendemos bem. (nos) 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
e) Se tivesse condições, daria o livro que pedes. (te) (me) 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
f) Por gentileza, dê um copo d‟água. (me) 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
g) Encontrarei na praia mais tarde. (te) 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 106 
 
3. Rescreva as frases a seguir, substituindo as palavras em destaque por pronomes pessoais do caso oblíquo. Atente 
para a colocação pronominal adequada: 
a) Deixaram os irmãos preocupados. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
b) Minha mãe recebeu meus amigos com delicadeza. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
c) Não conte nada à mamãe. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
d) Devolva o brinquedo ao amiguinho. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
e) Mandarei os livros amanhã. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
VERBO 
Verbo é a palavra que, numa perspectiva de tempo, exprime ação, estado ou fenômeno, indicando também 
o modo, o número, a pessoa e a voz: 
Ex: Plantamos uma árvore no jardim. (ação) 
Os copos estão vazios. (estado) 
Relampejou durante a noite. (fenômeno). 
 
Flexão (número e pessoa) 
 
Pessoa Número 
Singular Plural 
1ª Pessoa Eu passeio Nós passeamos 
2ª Pessoa Tu passeias Vós passeais 
3ª Pessoa Ele passeia Eles passeiam 
 
Modo 
Indicativo – Indica um fato real: 
Ex: Ele viajou hoje. 
Subjuntivo - Indica um fato provável, duvidoso, hipotético: 
Ex: Talvez ele viaje ainda hoje. 
Imperativo – Exprime ordem, pedido, convite, súplica: 
Ex: viaje hoje à noite. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 107 
 
EXERCÍCIOS 
1. (Fuvest) Passe o texto para a forma negativa: 
“Sai daqui! Foge! Abandona o que é teu e esquece-me”. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
2. A frase a seguir se encontra no imperativo negativo. Assim, de forma a manter a mesma pessoa gramatical, mude-
a para o imperativo afirmativo: 
Não traga más recordações e não venha munido de mágoas e ressentimentos de outrora. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
3. Analise o uso dos verbos na canção a seguir e indique se há predominância do modo indicativo, subjuntivo ou 
imperativo. Discuta o efeito de sentido dado por esse modo verbal. 
Faltando um Pedaço 
Djavan 
Composição: Djavan 
 
O amor é um grande laço, um passo pr'uma armadilha 
Um lobo correndo em círculos pra alimentar a matilha 
Comparo sua chegada com a fuga de uma ilha: 
Tanto engorda quanto mata feito desgosto de filha 
 
O amor é como um raio galopando em desafio 
Abre fendas cobre vales, revolta as águas dos rios 
Quem tentar seguir seu rastro se perderá no caminho 
Na pureza de um limão ou na solidão do espinho 
 
O amor e a agonia cerraram fogo no espaço 
Brigando horas a fio, o cio vence o cansaço 
E o coração de quem ama fica faltando um pedaço 
Que nem a lua minguando, que nem o meu nos seus 
braços
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
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___________________________________________
___________________________________________
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___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
 
3. Dos verbos destacados no exercício anterior, indique a pessoa em que este aparece conjugado. (1ª, 2ª ou 3ª 
pessoa do discurso). 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 108 
 
Tempo 
 
Presente – Fato que ocorre no momento ou época em que falamos: 
Ex: Eu estudo. 
Tu trabalhas. 
 
Pretérito – Fato que o correu num momento ou época anterior ao momento em que falamos: 
 
 Perfeito – Ação iniciada e terminada no passado: 
Ex: O rapaz estudou muito para o vestibular. 
 
 Imperfeito – ação iniciada, mas não concluída: 
Ex: Ele estudava quando o telefone tocou. 
 
 Mais-que-perfeito – Anterior a outra ação também no passado: 
Ex: Nem bem terminara, deram-lhe outra tarefa. 
 
Futuro – Fato que poderá ocorrer em um momento ou época vindoura: 
 
 Futuro do presente – Indica um fato real. 
Ex: Todos receberão os livros. 
 
 Futuro do pretérito – Indica um fato possível, situado no futuro, mas vinculado aum momento 
passado: 
Ex: Eu estudaria com ele. 
 
Conjugação de verbos regulares: paradigmas de 1ª, 2ª e 3ª conjugação: 
 
MODO INDICATIVO 
 
PRESENTE 
canto Bato parto ponho 
cantas Bates partes pões 
canta Bate parte põe 
cantamos Batemos partimos pomos 
cantais Bateis partis pondes 
cantam Batem partem põem 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 109 
 
PRETÉRITO PERFEITO 
cantei Bati parti pus 
cantaste Bateste partiste puseste 
cantou Bateu partiu pôs 
cantamos Batemos partimos pusemos 
cantaste Batestes partistes pusestes 
cantaram Bateram partiram puseram 
 
 
PRETÉRITO IMPERFEITO 
cantava batia partia punha 
cantavas batias partias punhas 
cantava batia partia punha 
cantávamos batíamos partíamos púnhamos 
cantáveis batíeis partíeis púnheis 
cantavam batiam partiam punham 
 
 
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO 
cantara batera partira pusera 
cantaras bateras partiras puseras 
cantara batera partira pusera 
cantáramos batêramos partíramos puséreis 
cantareis batêreis patíreis puséreis 
cantaram bateram partiram puseram 
 
 
FUTURO DO PRESENTE 
cantarei baterei partirei porei 
cantarás baterás partirás porás 
cantará baterá partirá porá 
cantaremos bateremos partiremos poremos 
cantareis batereis partireis poreis 
cantarão baterão partirão porã 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 110 
 
FUTURO DO PRETÉRITO 
cantaria bateria partiria poria 
cantarias baterias partirias porias 
cantaria bateria partiria poria 
cantaríamos bateríamos partiríamos poríamos 
cantaríeis bateríeis partiríeis poríeis 
cantariam bateriam partiriam poriam 
 
 
MODO SUBJUNTIVO 
PRESENTE 
cante bata parta ponha 
cantes batas partas ponhas 
cante bata parta ponha 
cantemos batamos partamos ponhamos 
canteis batais partais ponhais 
cantem batam partam ponham 
 
 
PRETÉRITO IMPERFEITO 
cantasse batesse partisse pusesse 
cantasses batesses partisses pusesses 
cantasse batesse partisse pusesse 
cantássemos batêssemos partíssemos puséssemos 
cantásseis batêsseis partísseis pusésseis 
cantassem batessem partissem pusessem 
 
 
FUTURO 
cantar bater partir puser 
cantares bateres partires puseres 
cantar bater partir puser 
cantarmos batermos partirmos pusermos 
cantardes baterdes partirdes puserdes 
cantarem baterem partirem puserem 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 111 
 
 
MODO IMPERATIVO (O imperativo deriva do presente do subjuntivo, com exceção das 2ª pessoas do imperativo 
afirmativo, que provêm do presente do indicativo sem o s no final (cantas, cantais) 
 
AFIRMATIVO 
canta (tu) bate (tu) parte (tu) põe (tu) 
cante (você) bata (você) parta (você) ponha (você) 
cantemos (nós) batamos (nós) partamos (nós) ponhamos (nós) 
cantai (vós) batei (vós) parti (vós) ponde (vós) 
cantem (vocês) batam (vocês) partam (vocês) ponham (vocês) 
 
 
NEGATIVO 
Não cantes (tu) Não batas (tu) Não partas (tu) Não ponhas (tu) 
Não cante (você) Não bata (você) Não parta (você) Não ponha (você) 
Não cantemos (nós) Não batamos (nós) Não partamos (nós) Não ponhamos (nós) 
Não canteis (vós) Não batais (vós) Não partais (vós) Não ponhais (vós) 
não cantem (vocês) Não batam (vocês) Não partam (vocês) Não ponham (vocês) 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 112 
 
EXERCÍCIOS 
1. (TRF- RJ) Considerando as formas verbais destacadas nas três frases abaixo, a opção com a correta classificação 
de tempos e modos é, respectivamente: 
1 – Pelo menos não descumpra suas obrigações. 
2 – Talvez chova no final do dia. 
3 – Digita este documento, por gentileza, Teresinha. 
a) imperativo negativo/presente do subjuntivo/ imperativo afirmativo. 
b) presente do subjuntivo/presente do subjuntivo/ imperativo afirmativo 
c) imperativo negativo/presente do subjuntivo/presente do indicativo 
d) presente do subjuntivo/presente do subjuntivo/presente do indicativo 
e) imperativo negativo/presente do indicativo/imperativo afirmativo 
 
2. Acerca dos enunciados que seguem, sua tarefa consistirá em analisá-los e preencher cada lacuna em branco com 
uma forma do presente do indicativo ou do presente do subjuntivo do verbo indicado entre parênteses: 
a) Nosso planejamento já ___________________ pronto. Esperamos que o seu também ___________________. 
(estar) 
b) Aqui ___________________ muito bem recebidos. Acreditamos que eles ___________________. (ser) 
c) Esses exercícios não ___________________ toda a pontuação atribuída, mas a pesquisa talvez 
___________________ .(valer) 
d) ___________________ as ideias alheias, por isso, faz-se necessário que ela também as ___________________ 
(respeitar) 
e) A bagagens pequenas___________________ no porta-malas do seu carro, mas é pouco provável que as grandes 
___________________ no carro dela. (caber) 
3. Mapofei) Pôr os verbos seguintes no presente do subjuntivo, começando a frase com as palavras: É preciso que 
nós. 
a) Nascer ___________________ 
b) Ver ___________________ 
c) Divertir-se ___________________ 
d) Cantar ___________________ 
 
4. Explicite o conhecimento de que dispõe acerca dos tempos e modos verbais. Para tanto, procure preencher as 
lacunas fazendo uso do presente do subjuntivo do verbo expresso entre parênteses: 
a) O diretor espera que todos os professores ___________________ ao novo sistema o mais rápido possível. 
(aderir) 
b) Quero muito que você ___________________ à palestra, pois assim pode se inteirar um pouco mais das novas 
propostas. (ir) 
c) É bem possível que os alunos veteranos ___________________ o pedido de isenção de disciplinas. (requerer) 
d) Ainda que eles não ___________________ ao meu aniversário, convide-os, por favor. (comparecer) 
e) Acredito que eles ___________________ a opinião acerca das decisões tomadas no conselho de classe. (expor) 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 113 
 
 
Vozes do verbo 
 
Ativa – O sujeito pratica a ação: 
Ex: O rapaz abriu o envelope. 
 
Passiva – O sujeito recebe a ação: 
Ex: O envelope foi aberto pelo rapaz. 
Observação: 
- A voz passiva pode ser analítica, quando é constituída por dois verbos, sendo um auxiliar e o 
outro principal: 
Ex: O envelope foi aberto. 
-A voz passiva pode ser sintética, quando é constituída por um pronome apassivador (se): 
Ex: Abriu-se o envelope. 
 
Reflexiva – O sujeito pratica a ação, a qual recai sobre ele próprio: 
Ex: O rapaz machucou-se. 
EXERCÍCIOS 
 
1. (Fundação Carlos Chagas) Transpondo para a voz passiva a oração “O faro dos cães guiava os caçadores”, 
obtém-se a forma verbal: 
a) guiava-se 
b) ia guiando 
c) guiavam 
d) eram guiados 
e) foram guiados 
 
2. (TRT – RJ) “Tudo isso pode ser comprovado por qualquer cidadão”. A forma ativa dessa mesma frase é: 
a) Qualquer cidadão pode comprovar tudo isso. 
b) Tudo pode comprovar-se. 
c) Qualquer cidadão se pode comprovar tudo isso. 
d) Pode comprovar-se tudo isso. 
e) Qualquer cidadão pode ter tudo isso comprovado. 
 
3. Acerca das orações que seguem, perceba que todas elas se encontram na voz ativa. Dessa forma, ative todo o 
seu conhecimento e passe-as para a voz passiva: 
a) O garoto leu o livro. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
b) A professoraministrou a disciplina de Língua Portuguesa. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
c) Venderam muitos livros na mostra cultural. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
d) Marcou o dia da exposição. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
e) Ela desenvolverá um trabalho espetacular de pesquisa. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 114 
 
Formas nominais do verbo 
 
Particípio – Indica uma ação já acabada, desempenhando função semelhante à dos adjetivos. O particípio 
admite flexão de gênero e número: 
Ex: Revelado o motivo, puderam sair. 
Reveladas as razões, puderam sair. 
 
Gerúndio – Indica uma ação em curso, desempenhando semelhante à dos adjetivos e advérbios. O 
gerúndio não apresenta flexão: 
Ex: Conhecendo o caminho, chegarás a tempo. 
Os meninos, brincando na grama, pareciam tranquilos. 
 
Observação: O uso do gerúndio não é sempre condenável, mas, em muitas situações, tornou-se um vício ocasionado 
por traduções malfeitas do inglês. 
Ex: “Amanhã vou estar enviando para o senhor a proposta de adesão, que vai estar chegando em 
dez dias. Agradeceria se o senhor estivesse me dando retorno assim que estiver recebendo a 
proposta.” 
É muito mais simples e mais correto expressar-se assim: 
“Amanhã enviarei para o senhor a proposta de adesão, que chegará em dez dias. Agradeceria se o senhor 
me der retorno assim que receber a proposta. “ 
 
Infinitivo – Indica a ação propriamente dita, sem situá-la no tempo, desempenhando função semelhante à 
do substantivo. O infinitivo é a única forma nominal que admite flexão de pessoa. 
Ex: Convém apresentar as soluções. 
 
Classificação: 
Regular – É o que não se afasta do paradigma (modelo) de conjugação. Todas as formas destes verbos 
têm o mesmo radical: 
Ex.: 
Canto vendo parto 
Cantei vendi partes 
Cantaria venderia partirá 
 
Irregular – É o que sofre alterações no radical ou tem desinências diferentes das que aparecem no verbo 
paradigma de sua conjugação: 
Ex.: 
Sinto posso ouço 
Sentes podes ouves 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 115 
 
 
Anômalo – É o verbo que apresenta profunda irregularidade: 
Ex: verbo ser (sou, és, é, somos, sois, são). 
 
Defectivo – É o que não possui determinados tempos, modos ou pessoas: 
Ex: 
Presente do indicativo 
Pessoa Reaver Abolir Falir 
Eu ----- ------- ------- 
Tu ----- aboles ------- 
Ele ----- abole ------- 
Nós reavemos abolimos falimos 
Vós reaveis abolis falis 
Eles ------- abolem ------- 
 
 
Abundante – É aquele que apresenta mais de uma forma para o mesmo tempo e pessoa. Ocorre com 
maior frequencia no particípio: 
Ex: acender – acendido ou aceso 
exprimir – exprimido ou expresso 
Deve-se usar a forma regular com os auxiliares ter e haver e a irregular com ser e estar: 
Ex: tinham acendido – estava aceso 
haviam exprimido – era expresso 
 
Alguns verbos abundantes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Locução Verbal 
 
Damos o nome de locução verbal ao conjunto formado por um verbo auxiliar seguido de uma forma nominal 
(gerúndio, particípio, infinitivo). 
Ex: Amanhã poderá chover. 
O candidato deverá trazer os documentos solicitados. 
É importante notar que, nas locuções verbais, o verbo auxiliar amplia a significação do verbo principal. 
 
INFINITIVO PARTICÍPIO 
REGULAR 
PARTICÍPIO 
IRREGULAR 
juntar juntado junto 
limpar limpado limpo 
matar matado morto 
pagar pagado pago 
pegar pegado pego 
secar secado seco 
segurar segurado seguro 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 116 
 
Os principais verbos auxiliares são: ter, haver, ser, estar cujas conjugações mostramos a seguir: 
 
MODO INDICATIVO 
PRESENTE 
tenho hei sou estou 
tens hás és estás 
tem há é está 
temos havemos somos estamos 
tendes haveis sois estais 
têm hão são estão 
 
PRETÉRITO IMPERFEITO 
tinha havia era estava 
tinhas havias eras estavas 
tinha havia era estava 
tínhamos havíamos éramos estávamos 
tínheis havíeis éreis estáveis 
tinham haviam eram estavam 
 
 
PRETÉRITO PERFEITO 
tive houve fui estive 
tiveste houveste foste estiveste 
teve houve foi esteve 
tivemos houvemos fomos estivemos 
tivestes houvestes fostes estivestes 
tiveram houveram foram estiveram 
 
 
PRETÉRITO-MAIS-QUE-PERFEITO 
tivera houver fora estivera 
tiveras houveras foras estiveras 
tivera houvera fora estivera 
tivéramos houvéramos fôramos estivéramos 
tivéreis houvéreis fôreis estivéreis 
tiveram houveram foram estiveram 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 117 
 
FUTURO DO PRESENTE 
terei haverei serei estarei 
terás haverás serás estarás 
terá haverá será estará 
teremos haveremos seremos estaremos 
tereis havereis sereis estareis 
terão haverão serão estarão 
 
FUTURO DO PRETÉRITO 
teria haveria seria estaria 
terias haverias serias estarias 
teria haveria seria estaria 
teríamos haveríamos seríamos estaríamos 
teríeis haveríeis serieis estaríeis 
teriam haveriam seriam estariam 
 
 
MODO SUBJUNTIVO 
PRESENTE 
tenha haja seja esteja 
tenhas hajas sejas estejas 
tenha haja seja esteja 
tenhamos hajamos sejamos estejamos 
tenhais hajais sejais estejais 
tenham hajam sejam estejam 
 
 
PRETÉRITO IMPERFEITO 
tivesse houvesse fosse estivesse 
tivesses houvesses fosses estivesses 
tivesse houvesse fosse estivesse 
tivéssemos houvéssemos fôssemos estivéssemos 
tivésseis houvésseis fôsseis estivésseis 
tivessem houvessem fossem estivessem 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 118 
 
FUTURO 
tiver houver for estiver 
tiveres houveres fores estiveres 
tiver houver for estiver 
tivermos houvermos formos estivermos 
tiverdes houverdes fordes estiverdes 
tiverem houverem forem estiverem 
 
 
MODO IMPERATIVO 
AFIRMATIVO 
tem (tu) (desusado) sê (tu) está (tu) 
tenha (você) haja (você) seja (você) esteja (você) 
tenhamos (nós) hajamos (nós) sejamos (nós) estejamos (nós) 
tende (vós) havei (vós) sede (vós) estai (vós) 
tenham (vocês) hajam (vocês) sejam (vocês) estejam (vocês) 
 
NEGATIVO 
não tenhas (tu) não hajas (tu) não sejas (tu) não estejas (tu) 
não tenha (você) não haja (você) não seja (você) não esteja (você) 
não tenhamos (nós) não hajamos (nós) não sejamos (nós) não estejamos (nós 
não tenhais (vós) não hajais (vós) não sejais (vós) não estejais (vós) 
não tenham (vocês) não hajam (vocês) não sejam (vocês) não estejam (vocês 
 
 
EXERCÍCIOS 
1. Indique se os verbos destacados nas orações abaixo, exprimem ação, estado, fenômeno ou mudança de estado: 
a) Quando se retiraram, riu-se ele pelo caminho à vontade. 
______________________________________________________________________________________________ 
b) Relampejava quando os dois saíram. 
______________________________________________________________________________________________ 
c) Luisinha tornara-se uma bela moça. 
______________________________________________________________________________________________d) Leonardo viu que esta observação era verdadeira. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
2. Indique se os verbos destacados nas orações abaixo estão no modo indicativo, subjuntivo ou imperativo: 
a) Eu porei tudo no seu devido lugar. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 119 
 
b) Espero que peças desculpas a ele. 
______________________________________________________________________________________________ 
c) Não ponhas os vasos no parapeito da janela. 
______________________________________________________________________________________________ 
d) Começarei os trabalhos hoje. 
______________________________________________________________________________________________ 
e) Talvez viajarei no fim do ano. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
3. Indique em que voz verbal estão os verbos abaixo: 
a) A prova será adiada. 
______________________________________________________________________________________________ 
b) Crianças brincavam na neve. 
______________________________________________________________________________________________ 
c) Reformam-se roupas. 
______________________________________________________________________________________________ 
d) As aulas deverão ser ministradas pelo professor Eduardo Pontes. 
______________________________________________________________________________________________ 
e) Os jornais são impressos em máquinas estrangeiras. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
4. Mude as frases para a voz passiva analítica: 
a) O fumo da chuva afoga a cidade. 
______________________________________________________________________________________________ 
b) A chuva embaça o óculo do míope. 
______________________________________________________________________________________________ 
c) A chuva molha a formiga de trouxa na cabeça. 
______________________________________________________________________________________________ 
d) Os turcos vendem a maçã. 
______________________________________________________________________________________________ 
e) Joaquim abriu o armazém ao meio-dia. 
______________________________________________________________________________________________ 
f) Os cães arranham a porta. 
______________________________________________________________________________________________ 
g) O sorveteiro faz o sorvete. 
______________________________________________________________________________________________ 
h) O vento despenteia a cabeleira da chuva. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 120 
 
5. Mude as frases para a voz passiva sintética: 
a) A casa foi vendida muito barato. 
______________________________________________________________________________________________ 
b) As jóias roubadas foram recuperadas. 
______________________________________________________________________________________________ 
c) As matas secas foram queimadas. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
6. Rescreva a frases flexionando os verbos nos tempos solicitados: 
D. Maria chamou por sua sobrinha, e esta apareceu. 
a) Futuro do presente do indicativo. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
b) Futuro do pretérito do indicativo. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
c) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
7. Preencha e coloque o tempo verbal adequado: 
Ex: Ele discutia e você concordava com tudo 
a) Tu _____________e ele ___________com tudo. 
b) Nós __________e você ___________com tudo. 
c) Eu ____________e vocês __________com tudo. 
 
8. Classifique os verbos sublinhados das seguintes orações quanto ao tempo: 
a) O professor corrigiu rapidamente os exercícios. 
______________________________________________________________________________________________ 
b) O vaso está florido. 
______________________________________________________________________________________________ 
c) As histórias de aventuras agradarão as crianças. 
______________________________________________________________________________________________ 
d) Toda a cidade ficara destruída com as chuvas. 
______________________________________________________________________________________________ 
e) Karen gostaria de saber seu tipo sanguíneo. 
______________________________________________________________________________________________ 
f) Nas férias os meninos jogaram bola. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 121 
 
g) O conhecimento ampliaria a pesquisa. 
______________________________________________________________________________________________ 
h) João e Maria ficaram para recuperação 
______________________________________________________________________________________________ 
 
9. Conjugue no Modo Indicativo o verbo parar: 
Pretérito perfeito 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
Pretérito mais-que-perfeito 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
Futuro do pretérito 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
10. Coloque a pessoa, o tempo e modo dos verbos destacados: 
a) Jamais falaria tamanha asneira. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
b) Quando entrares em casa, encontrarás a surpresa. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
c) Iremos à praia se as crianças acordarem cedo. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 122 
 
ADVÉRBIO 
Advérbio é uma palavra invariável que se junta a um verbo, a um adjetivo, a outroadvérbio ou a uma frase 
inteira para modificar-lhe o sentido. 
 Quando modifica o sentido de um verbo, o advérbio exprime a circunstância de um fato: 
Ex: O menino saiu apressadamente. 
 
 Quando modifica o sentido de um adjetivo, intensifica-o: 
Ex: Suas palavras foram muito claras. 
 
 Ao modificar o próprio advérbio, reforça seu sentido: 
Ex: Ele foi andando bem devagar. 
 
 Advérbio modificando oração inteira: 
Ex: Felizmente, o jantar foi servido ainda quente. 
 
Locução adverbial: 
É o grupo de palavras que desempenha a função de advérbio: 
Ex: À noite, preferia uma refeição leve. 
Nos campos floridos, vicejam os girassóis. 
 
Classificação dos advérbios: 
 
Segundo a circunstância que expressam, os advérbios podem ser, entre outros: 
 
a) de afirmação – sim, certamente, efetivamente, etc 
 
b) de dúvida – acaso, porventura, possivelmente, etc 
 
c) de intensidade – assaz, bastante, muito, pouco, etc 
 
d) de lugar – abaixo, adiante, além, junto, onde, etc 
 
e) de modo – assim, depressa, devagar, melhor, claramente, etc 
 
f) de negação – não, tampouco. 
 
g) de tempo – agora, hoje, breve, cedo, depois nunca, etc. 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 123 
 
Advérbios interrogativos: 
 
As palavras onde, como, quanto e quando usadas em frases interrogativas (diretas ou indiretas) são 
chamadas de advérbios interrogativos: 
Ex: Onde você mora? 
Perguntei como ele fez isso. 
Quando você volta? 
Quanto custa a mercadoria? 
 
Graus do advérbio: 
 
de igualdade: Acordou tão cedo quanto eu. 
de superioridade: Acordou mais cedo do que eu. 
de inferioridade: Acordou menos cedo do que eu. 
sintético: Acordei cedíssimo. 
analítico: Acordei muito cedo. 
 
Palavras denotativas: 
Certas palavras ou locuções, que não se enquadram em nenhuma das classes de palavras, recebem o 
nome de palavras ou locuções denotativas. Para reconhecê-las, é preciso observar o sentido da oração. As principais 
são: 
a) de exclusão – só, somente, apenas, unicamente, sequer, exclusivamente, salvo, senão, etc. 
Ex: Correu apenas para chegar cedo. 
b) de inclusão – inclusive, também, até, mesmo, etc. 
Ex: Até Pedro foi contra a medida. 
c) de designação – eis. 
Ex: Eis o nosso mestre! 
d) de realce – cá, só, é que, mas, não, etc. 
Ex: Eu é que sei como é trabalhoso. 
e) de retificação – aliás, digo, isto é, perdão, antes, não, etc. 
Ex: Aliás, eu nunca disse isso. 
f) de situação – mas, afinal, agora, então, etc. 
Ex: Afinal, quem é ele? 
 
Atenção: Algumas palavras podem ser empregadas como advérbios ou adjetivos: 
Quando empregadas como advérbios, são invariáveis. 
Ex: As meninas falam alto. 
Quando empregadas como adjetivos, são variáveis: 
Ex: Ele era um rapaz alto. 
Ela também é alta. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 124 
 
EXERCÍCIOS 
1. Nas frases a seguir, identifique e classifique os advérbios e locuções adverbiais: 
a) Você com certeza não sabe o que está dizendo agora. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
b) Denise não é pessoa de dizer as coisas sem mais nem menos. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
c) Aqui talvez seja o lugar mais indicado para acampar. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
d) Depois do casamento, todos festejaram muito. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
e) Jamais prometa o que, sem dúvida, não poderá cumprir. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
2. Em cada frase a seguir, indique se a palavra destacada é advérbio ou adjetivo: 
a) Vagner é um homem baixo, mas alto! 
b) A montanha era muito alta. 
c) Aquele perfume tem um aroma suave. 
d) Fico feliz quando você fala assim suave. 
e) Um homem sério fala sério. 
f) Meu caro colega, você pagou caro por esse CD. 
3. Mau é adjetivo; mal é advérbio. Reescreva as frases, completando-as com a forma adequada: 
a) Se ele joga ________, é porque teve um ________ treinador. 
b) Falar ______ das pessoas é um _______ hábito. 
c) Até que este pudim não está nada _________. 
d) Quem paga ________ aos empregados acaba lançando um ______ produto. 
e) ________ é o contrário de bem; _______ é o contrário de bom. 
 
4.(UFV-MG) Em todas as alternativas há dois advérbios, exceto em: 
a) Ele permaneceu muito calado. 
b) Amanhã, não iremos ao cinema. 
c) O menino, ontem, cantou desafinadamente. 
d) Tranquilamente, realizou-se, hoje, o jogo. 
e) Ela falou calma e sabiamente. 
 
5. Analise os advérbios em destaque, classificando-os de acordo com a circunstância que a eles se referem: 
a) Hoje fomos surpreendidos com a chegada dos visitantes. 
b) Não me incomodo com sua impaciência. 
c) Talvez eu compareça ao seu aniversário. 
d) Estamos muito contentes com sua aprovação. 
e) Alegremente Pedro se despediu de sua família. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 125 
 
6. Atenha-se aos excertos poéticos em evidência e, em seguida, responda às questões: 
 
Poema só para Jaime Ovalle 
 
Quando hoje acordei, ainda fazia escuro 
(Embora a manhã já estivesse avançada). 
Chovia. 
Chovia uma triste chuva de resignação 
Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite. 
Então me levantei, 
Bebi o café que eu mesmo preparei, 
Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei pensando...(grifos nossos) 
- Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei. (idem) 
 Manuel Bandeira 
a) Os termos em destaque classificam-se como advérbios? No caso de uma reposta afirmativa, procure justificá-la, 
indicando também a circunstância expressa por eles. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
b) Transforme-os em locuções adverbiais correspondentes. 
 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
7. (FGV-2003) Leia o texto abaixo, fragmento de um conto chamado “A nova Califórnia”, de Lima Barreto. 
Depois, responda à pergunta correspondente. Ninguém sabia donde viera aquele homem. O agente do 
correio pudera apenas informar que acudia ao nome de Raimundo Flamel (..........). Quase diariamente, o carteiro lá 
ia a um dos extremos da cidade, onde morava o desconhecido, sopesando um maço alentado decartas vindas do 
mundo inteiro, grossas revistas em línguas arrevesadas, livros, pacotes... 
Quando Fabrício, o pedreiro, voltou de um serviço em casa do novo habitante, todos na venda perguntaram-
lhe que trabalho lhe tinha sido determinado. 
- Vou fazer um forno, disse o preto, na sala de jantar. Imaginem o espanto da pequena cidade de 
Tubiacanga, ao saber de tão extravagante construção: um forno na sala de jantar! E, pelos dias seguintes, Fabrício 
pôde contar que vira balões de vidros, facas sem corte, copos como os da farmácia - um rol de coisas esquisitas a se 
mostrarem pelas mesas e prateleiras como utensílios de uma bateria de cozinha em que o próprio diabo cozinhasse. 
 
Explique o uso que têm os advérbios donde (‘Ninguém sabia donde viera aquele homem’), onde e aonde, segundo a 
norma culta da língua portuguesa. Formule uma frase para cada um desses advérbios. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 126 
 
CONJUNÇÃO 
“Não se diga que os parnasianos se mostram inalteravelmente satisfeitos de sua arte e nunca lhe sentiram 
nenhuma insuficiência ou estreiteza”. (João Pacheco) 
No texto acima destacamos palavras que ligam orações e termos de orações. A essas palavras dá-se o 
nome de conjunções. 
Conjunção é a palavra que serve para unir duas orações ou dois elementos que exercem a mesma função 
sintática. 
Ele só quer sombra e água fresca. 
Esperei-o até tarde, mas ele não veio. 
Todos sabiam que ele viria. 
 
No primeiro exemplo, a conjunção e relaciona duas palavras com mesmo valor gramatical. No segundo, a 
conjunção coordenativa mas liga orações de sentido completo. No terceiro, a conjunção que liga duas orações, a 
segunda dependente da primeira, pois tem sentido completo. Neste último exemplo, temos uma conjunção 
subordinativa. 
 
Locução conjuntiva: 
 
Quando duas ou mais palavras apresentam valor de uma conjunção, temos uma locução conjuntiva: antes 
que, contanto que, desde que, de modo que, à medida que etc. 
 
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS 
 
As conjunções coordenativas ligam orações que têm sentido por si mesmas, sem dependência sintática 
uma da outra, estabelecendo entre elas apenas uma sucessão de ideias. Ligam também palavras de idêntica função 
gramatical. 
As conjunções coordenativas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas e 
são classificadas de acordo com o sentido que possuem no contexto. 
 
ADITIVAS: Ligam palavras ou orações, dando-lhes idéia de soma ou adição: e, nem (= e não), mas 
também: 
Ex: Ele falava e eu ficava ouvindo. 
Pedro e Antonio foram assistir ao jogo. 
 
ADVERSATIVAS: Ligam dois termos ou duas orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de 
contraste: mas, porém, contudo, todavia, senão, entretanto, no entanto etc: 
Ex: Pedro é distraído, mas competente. 
Apressou-se, contudo não chegou a tempo. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 127 
 
 
ALTERNATIVAS: Ligam dois termos ou orações de sentido separado, dando ideia de exclusão ou 
alternância: ou, ou..., já... já, ora... ora, quer... quer etc. 
Ex: Compre um jipe ou um caminhão. 
Ora respondia, ora ficava mudo. 
 
CONCLUSIVAS: Ligam à oração anterior outra que exprime conclusão: logo, pois, portanto, por 
conseguinte, por isso, assim, de modo que etc: 
Ex: O céu está estrelado, logo não choverá. 
Respondi com segurança a todas as questões, portanto devo tirar boa nota. 
 
EXPLICATIVAS: Ligam a uma oração outra que a explica, dando um motivo: pois, porque, porquanto, que 
(= porque) etc 
Ex: Alegra-te, que estou aqui. 
Não me aguardem, porque não poderei chegar a tempo. 
 
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS: 
 
As conjunções subordinativas ligam orações sintaticamente dependentes, estabelecendo uma relação de 
subordinação. Podem ser integrantes, causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, 
consecutivas, finais, proporcionais ou temporais. 
 
INTEGRANTES: Introduzem orações subordinadas substantivas subjetivas, objetivas diretas, objetivas 
indiretas, completivas nominais, predicativas e apositivas: que, se. 
Ex: É indispensável que conquistemos o mundo. 
Não sei se ele viajará amanhã. 
 
CAUSAIS: Iniciam orações subordinadas denotadoras de causa: porque, pois, como (=porque), porquanto, 
visto que, uma vez que, que etc 
Ex: Ele pegou a doença porque andava descalço. 
 
COMPARATIVAS: Iniciam uma oração subordinada que encerra o segundo elemento de uma comparação: 
que, do que (depois de mais, menos, melhor, pior), qual (depois de tal), quanto (depois de tanto), como, assim como, 
bem como etc: 
Ex: O espetáculo não foi como se esperava. 
 
CONCESSIVAS: Introduzem orações subordinadas nas quais dá-se a entender que se admite ou se 
concede um fato contrário à declaração contida na oração principal: ainda que, apesar de que, embora, mesmo que, 
posto que, por mais que, se bem que, por pouco que, nem que etc. 
Ex: Defendeu o amigo embora discordasse das suas ideias. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 128 
 
CONDICIONAIS: Iniciam uma oração subordinada em que se estabelece uma hipótese ou condição: se, 
caso, sem que (= se não), contanto que, desde que, a menos que, a não ser que, que etc. 
Ex: Se não reduzirmos a inflação, teremos o caos econômico. 
 
CONFORMATIVAS: Iniciam uma oração subordinada que exprime conformidade com o que se declara na 
oração anterior: conforme, como (= conforme), segundo, consoante etc. 
Ex: tudo foi feito conforme combinamos. 
 
CONSECUTIVAS: Iniciam uma oração subordinada na qual se expressa a conseqüência do que foi 
declarado na oração principal: que, (combinada com uma destas palavras: tal, tanto, tão ou tamanho, presentes na 
oração anterior. 
Ex: Ele falava tanto que lhe cassaram a palavra. 
 
FINAIS: Iniciam uma oração subordinada que indica a finalidade do que está expresso na oração principal: 
para que, a fim de que, que (= para que) etc: 
Ex: Ele trabalhou muito para que o irmão pudesse estudar. 
 
PROPORCIONAIS: Iniciam uma oração subordinada em que se menciona o fato realizado ou para realizar-
se proporcionalmente ao que está expresso na oração principal: à medida que, à proporção que, ao passo que, 
quanto mais... mais, quanto menos... menos etc: 
Ex: À medida que iam chegando, ocupavam as poltronas. 
 
TEMPORAIS: Iniciam uma oração subordinada com ideia de tempo: quando, enquanto, antes que, depois 
que, desde que, logo que, assim que, até que, que (= desde que), apenas, mal, sempre que, tanto que etc 
Ex: Todos já estavam a postos quando ele chegou. 
EXERCÍCIOS 
1. Destaque e classifique as conjunções coordenativas dos seguintes períodos: 
a) Pagou a mercadoria e recebeu o troco. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
b) Pagou a mais, porém não lhe deram o troco. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
c) Pagou a mais, portanto deverão lhe dar o troco. 
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
d) Recebeu o troco, porque pagou a mais. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 129 
 
e) Pague a mercadoria ou deixe-a. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
f) Vou contar só mais uma, que está na hora de dormir. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
g) Não levou o embrulho grande nem o pequeno. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
h) Ele não entendeu ou não gostou do filme. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
i) Arrumou as malas e disse adeus. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
j) Ele não recebeu o pedido, logo não entregará a mercadoria. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
2. Reúna, por meio de uma conjunção, as orações de cada grupo, estabelecendo uma relação de coordenação que 
achar possível. Indique o tipo de relação estabelecida. 
Veja o exemplo: 
 Provavelmente, amanhã não teremos bom tempo. O céu está nublado. 
Coordenando: Provavelmente, amanhã não teremos bom tempo, pois o céu está nublado. 
Tipo de relação: Explicativa. 
a) Trabalhe. Carregue o peso de uma existência vazia. 
Coordenando: __________________________________________________________________________________ 
Tipo de relação: ________________________________________________________________________________ 
 
b) Não conhecíamos aquele bairro. Encontramos facilmente a casa deles. 
Coordenando: __________________________________________________________________________________ 
Tipo de relação: ________________________________________________________________________________ 
 
c) Descobri os minérios em minhas terras. Eles me pertencem. 
Coordenando: __________________________________________________________________________________ 
Tipo de relação: ________________________________________________________________________________ 
 
d) Não julguemos pelas aparências. As aparências enganam. 
Coordenando: __________________________________________________________________________________ 
Tipo de relação: ________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 130 
 
e) Eles saíram daqui muito cedo. Deverão chegar ao estádio antes do início do jogo. 
Coordenando: __________________________________________________________________________________ 
Tipo de relação: ________________________________________________________________________________ 
 
3. Classifique as conjunções ou locuções subordinativas dos períodos seguintes: 
a) Por mais que lhe recomende, ele continua em más companhias. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
b) Ele pegou o resfriado porque dormiu ao relento. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
c) Convém que o recebas cordialmente. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
d) Se você não puder ir à praia, avise-me. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
e) Ele gritou como um tarzã gritaria. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
f) Ele não compareceu, apesar de que tivéssemos insistido. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
g) Caso continuasse a tirar notas baixas, o pai lhe cortaria a mesada. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
h) Não sei se devemos ir à praia amanhã. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
i) Correu tanto que quase desmaiou. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
j) Saberemos o que contém a caixa quando retirarmos o cadeado. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
k) Faremos de tudo como combinamos. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 131 
 
l) Age com cautela, segundo convém aos precavidos. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
4. Indique e classifique as conjunções subordinativas dos seguintes períodos: 
a) É inútil tentar convencê-lo de que esta lei prejudica seus próprios interesses. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
b) Ele não tomaria nenhuma providência caso não fosse alertado. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
c) Confesso que sempre tive medo de viajar de avião. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
d) Ainda que chova, viajaremos para a serra. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________e) As luzes começavam a brilhar, à proporção que anoitecia. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
5. Considere estas duas orações: 
I – Marcos é um bom amigo. 
II – Marcos é muito mentiroso. 
Reúna-as em uma só frase, usando a conjunção mas e ordenando-as de tal modo a ficar claro que o falante: 
a) considera mais importante a pessoa ser boa amiga do que ser sincera. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
b) Considera mais importante a pessoa ser sincera do que ser boa amiga. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 132 
 
 
PREPOSIÇÃO 
Preposição é a palavra invariável que introduz uma palavra ou grupos de palavras que têm a função de 
completar ou explicar o sentido de outra, indicando uma relação entre elas. 
 
A preposição pode introduzir: 
 Um nome: Viajante sem bagagem 
 Um pronome: Eu creio em ti. 
 Um verbo no infinitivo: Eles não param de correr. 
 Um grupo nominal: Casa d + o Alexandre. 
 
A preposição pode ser: 
a) essencial – quando se trata de palavras que funciona sempre como preposição: 
Ex: a, ante, após, até, com ,contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. 
 
b) acidental – quando se trata de palavra que pertencendo normalmente a outra classe, funciona às vezes 
como preposição. 
Ex: afora, conforme, consoante, durante, mediante, não obstante, senão, etc. 
 
Locução Prepositiva: 
 
Ocorre quando duas ou mais palavras funcionam como preposição: 
Ex: ao lado de, antes de, depois de, além de, em vez de, à custa de, através de, rente a, de acordo com, 
junto de, etc. 
Observe que a última palavra de uma locução prepositiva é sempre uma preposição simples. 
 
Combinação ou contração: 
Pode ocorrer ainda a combinação ou contração da preposição com outras palavras: 
Ex: donde (de + onde), do (de + o), no (em + o), pela (per + a), deste (de + este), daquele (de + aquele), 
àquele (a + aquele), à (a + a), aos (a + os). 
 
Preposição mais preposição: 
Uma preposição ou locução prepositiva pode vir regida de outra preposição: 
Ex: Passou por sobre o telhado. 
Foi por entre as pernas do goleiro. 
Entretanto é errado dizer: 
Proibido para menores de até 18 anos. 
Financiamento em até 24 meses. 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 133 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Indique se as relações estabelecidas pelas preposições nas frases abaixo são de lugar, tempo, assunto, 
companhia, modo, fim, matéria ou causa: 
a) Esperei até agora. 
______________________________________________________________________________________________ 
b) Venho do colégio. 
______________________________________________________________________________________________ 
c) Estudei para os exames. 
______________________________________________________________________________________________ 
d) Dormiu de bruços. 
______________________________________________________________________________________________ 
e) Falamos de política. 
______________________________________________________________________________________________ 
f) Quase morreu de frio. 
______________________________________________________________________________________________ 
g) Bebi um licor de laranja. 
______________________________________________________________________________________________ 
h) Fiz o trabalho com o Fernando. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
2. Nas orações abaixo, indique se as preposições estabelecem uma relação espacial ou temporal: 
a) Viajamos do Rio a São Paulo. 
______________________________________________________________________________________________ 
b) O menino correu até a esquina. 
______________________________________________________________________________________________ 
c) Não o vejo desde ontem. 
______________________________________________________________________________________________ 
d) Trabalhamos de 8 às 6. 
______________________________________________________________________________________________ 
e) Saí de casa bem cedo. 
______________________________________________________________________________________________ 
 
3. Explique a diferença de sentido entre: 
a) Ele queria vender a antiguidade no museu. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
b) Ele queria vender a antiguidade ao museu. 
______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 134 
 
CLASSES DE PALAVRAS 
Cada palavra existente na língua portuguesa pertence a uma categoria, a um nome pertecente às Classes 
de Palavras. 
As classes gramaticais da língua portuguesa são: 
SUBSTANTIVO: 
Palavra com que nomeamos tudo aquilo que tem existência real ou imaginária. 
Ex: maça, pia, mãe. 
 
ADJETIVO: 
Palavra que caracteriza os seres ou as coisas. 
Ex: belas (maçãs), (prato) limpo. 
 
ARTIGO: 
Palavra que se antepõe a um substantivo para caracterizá-lo como um ser determinado ou indeterminado: 
Ex: o (prato), a (casa), uma (fruta), as (bactérias). 
 
NUMERAL: 
Palavra que indica quantidade ou ordem numérica. 
Ex: três, primeira, segunda. 
 
PRONOME: 
Palavra que representa ou acompanha o substantivo, considerando-o apenas como pessoa do discurso. 
Ex: Mamãe não sabia... 
Ela não sabia... (Ela representa o substantivo mãe e indica a 3ª pessoa do singular). 
 
VERBO: 
Palavra que numa perspectiva de tempo, exprime ação, estado ou fenômeno. 
Ex: haver, lavar, ingerir, descascar, errar, saber, migrar, contaminar. 
 
ADVÉRBIO: 
Palavra que expressa circunstância de lugar, tempo, modo, intensidade, etc. Pode acompanhar um verbo, 
um adjetivo ou outro advérbio. 
Ex: Iria descascá-la depois. 
A maçã não estava limpa. 
A pia estava muito limpa. 
 
PREPOSIÇÃO: 
Palavra que estabelece um vínculo entre dois termos dois termos de uma oração. 
Ex: Havia três belas maçãs sobre o prato. 
Iria com o Alfredo. 
Podem migrar para o interior. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 135 
 
CONJUNÇÃO: 
Palavra que relaciona duas orações ou dois termos de uma mesma oração. 
Ex: A mãe lavou uma, mas não lavou as outras. 
As maçãs e as peras estavam sobre a pia. 
 
INTERJEIÇÃO: 
Palavra ou expressão que exprime reação emotiva. 
Ex: Viva! Ah! Bravo! Oh! 
 
Dessas dez classes de palavras: 
Seis são variáveis (apresentam mudança de forma): substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome e 
verbo; 
Quatro são invariáveis (não apresentam mudança de forma): preposição, conjunção, advérbio e 
interjeição. 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Informe a classe gramatical a que pertencem as palavras destacadas: 
a) As filhas da vizinha são moças habilidosas. 
As: ___________________________________________________________________________________ 
Filhas: ________________________________________________________________________________Moças: ________________________________________________________________________________ 
Habilidosas: ____________________________________________________________________________ 
 
b) A má alimentação causa sérios problemas de estômago. 
Má: __________________________________________________________________________________ 
Causa: _______________________________________________________________________________ 
Sérios: ________________________________________________________________________________ 
Problemas: ____________________________________________________________________________ 
 
c) Meu filho voltou logo do passeio. 
Meu: _________________________________________________________________________________ 
Filho: _________________________________________________________________________________ 
Voltou: ________________________________________________________________________________ 
Logo: _________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 136 
 
d) Foi à feira e comprou uma dúzia de laranjas, mas esqueceu o essencial, a outra sacola cheia de 
verduras. 
e: ____________________________________________________________________________________ 
uma: _________________________________________________________________________________ 
mas: __________________________________________________________________________________ 
esqueceu: _____________________________________________________________________________ 
 
2. Observe as palavras grifadas da seguinte frase: “Encaminhamos a V. Senhoria cópia autêntica do Edital 
nº 19/82”. Elas são, respectivamente: 
a) verbo, substantivo, substantivo; 
b) verbo, substantivo, advérbio; 
c) verbo, substantivo, adjetivo; 
d) pronome, adjetivo, substantivo; 
e) pronome, adjetivo, adjetivo. 
 
3. Assinale a alternativa correspondente à classe gramatical da palavra a, respectivamente: 
“Esta gravata é a que recebi; Estou disposto a tudo; Fiquei contente com a nota; Comprei-a logo que a vi”. 
a) artigo – artigo – preposição – preposição. 
b) preposição – artigo – pronome demonstrativo – artigo 
c) pronome demonstrativo – preposição – artigo – pronome pessoal 
d) pronome pessoal – preposição – artigo – pronome pessoal 
e) nenhuma das alternativas 
 
4. Assinale o item que só contenha preposições: 
a) durante, entre, sobre; 
b) em, caso, após; 
c) com, sob, depois; 
d) após, sobre, acima; 
e) para, atrás, por. 
 
5. Assinale o par de frases em que as palavras sublinhadas são substantivo e pronome, respectivamente: 
a) A imigração tornou-se necessária. / É dever cristão praticar o bem. 
b) A Inglaterra é responsável por sua economia. / Havia muito movimento na praça. 
c) Fale sobre tudo o que for preciso. / O consumo de drogas é condenável. 
d) Pessoas inconformadas lutaram pela abolição. / Pesca-se muito em Angra dos Reis. 
e) Os prejudicados não tinham o direito de reclamar. / Não entendi o que você disse. 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 137 
 
6. Na frase: “Passaram dois homens a discutir, um a gesticular e o outro com a cara vermelha”, o termo a 
está empregado, sucessivamente, como: 
a) artigo, preposição, preposição; 
b) pronome, preposição, artigo; 
c) preposição, preposição, artigo; 
d) preposição, pronome, preposição; 
e) preposição, artigo, preposição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO TÉCNICO – 2016 138 
 
Referências 
SARMENTO, Leila Lauar. Português: literatura, gramática, produção de texto. / Leila Lauar Sarmento, 
Douglas tufano. – 1.ed – São Paulo: Moderna, 2010. 
CUNHA, Celso. Nova Gramática do Português Comtemporâneo. / Celso Cunha, Luís F. Lindley Cintra. – 
5.ed. – Rio de Janeiro: Lexikon, 2008. 
CÂNDIDO, Antônio. Formação da Literatura Brasileira. 3.ed. – São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora 
S.A. 
CÂNDIDO, Antonio. Presença da Literatura Brasileira: das origens ao Romantismo./ Antonio Candido, José 
Aderaldo Castello. – 6.ed. – São Paulo: DIFEL. 
MAIA, João Domingues. Português: volume único. 2.ed. – São Paulo: Ática, 2005. 
Google Imagens (http://www.google.com.br/ ) 
Brasil Escola (http://www.brasilescola.com) 
SACCONI, Luiz Antônio. Grande Dicionário da Língua Portuguesa. 
CARVALHO, José Augusto. Gramática Superior da Língua Portuguesa. 2.ed. rev.- Brasília: Centro Editorial/ 
Theasaurus, 2011.

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