Buscar

ALEGAÇÕES FINAIS SOB FORMA DE MEMORIASI

Prévia do material em texto

EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO______TRIBUNAL DO JURI DA COMARCA DA 
CAPITAL/XXXX 
 
 
 
 
 
PROCESSO Nº______ 
 
 
 
 
 
 
 
 
TICIO, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem na presença de 
vossa excelência através de seu advogado infra-assinado, com fundamento no art. 411, § 4º C/C art. 
403 § 3º todos do Código de Processo Penal, oferecer as: 
 
 
ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAS 
 
 
Pelos com base nos fatos e argumentos ora expostos: 
 
I - DOS FATOS 
 
O réu foi denunciado pela suposta pratica do crime previsto no art. 125 do Código penal, pois 
ele teria causado resultado abortivo contra a vítima de nome Maria após dirigir o veículo em 
velocidade excessiva de forma imprudente sem observar o seu dever de cuidado pois queria chegar 
a tempo de assistir ao jogo de futebol. um acidente automobilístico. 
 
 
II - DO MERITO 
 
II- A - DO FATO ATÍICO 
 
Segunda a denúncia do Ministério Público, o denunciado encontra se incurso nas sanções do 
crime prescrito no art. 411 do Código de Processo Penal posto que: O denunciado, solidário a gravidez 
de sua amiga Maria, ofereceu carona a mesma após mais um dia de trabalho na empresa em que 
trabalham juntos. Ocorre que o denunciado, de forma imprudente no caminho de volta, imprime 
velocidade excessiva, sem observar o seu dever de cuidado, pois queria chegar a tempo de assistir ao 
jogo de futebol do seu time do coração que seria transmitido naquela noite. Assim, o acusado, ao fazer 
uma curva fechada, perdeu o controle do veículo automotor que capotou. Os bombeiros que 
prestaram socorro ao acidente encaminharam a vítima para o Hospital mais próximo onde ficou 
constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. Contudo, na mesma ocasião constatou -
se que a gravidez da vítima havia sido interrompida em razão da violência do acidente automobilístico, 
conforme comprovou o laudo do Instituto Médico LegaL. 
O art. 125 do código penal diz que provocar aborto sem consentimento da gestante é 
crime mais no caso em tela o réu não teve a intenção de praticar tal ato. Segundo o Art. 18 
do CP - Diz que se o crime que Crime doloso é quando o agente quis o resultado ou assumiu 
o risco de produzi-lo e Crime culposo é quando o agente deu causa ao resultado por 
imprudência, negligência ou imperícia no parágrafo único diz que salvo os casos expressos em 
lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica 
dolosamente. 
Segundo a doutrina Para melhor entendermos o crime doloso, antes de mais nada, 
devemos nos ater ao conceito de dolo estabelecido por Fernando Capez (2001,p.153): “é a 
vontade e a consciência de realizar os elementos constantes do tipo legal. Mais amplamente, 
é a vontade manifestada pela pessoa humana de realizar a conduta”. Via de regra, os crimes 
são sempre dolosos. Baseando-se nessa afirmativa não se deve considerar como culpa o que, 
na realidade, é dolo e vice-versa. Há de se ressaltar que, a punição para esses crimes são 
distintas. 
A Culpa é o elemento da conduta.. É assim chamada porque sua verificação necessita 
de um prévio juízo de valor, sem o qual não se sabe se ela está presente ou não. Numa 
primeira fase, devemos examinar qual o cuidado exigível de uma pessoa prudente e de 
discernimento diante da situação concreta do sujeito. 
A partir desse exame encontraremos o cuidado objetivo necessário, fundado na 
previsibilidade objetiva. Nesse aspecto compara-se esse cuidado genérico com a conduta do 
sujeito, conduta imposta pelo dever genérico de cuidado com o comportamento do sujeito. 
Se ele não se conduziu da forma imposta pelo dever de cuidado, o fato é típico. 
 
 
Ementa: Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. 
PENAL. CRIME DE HOMICÍDIO. PLEITO DE 
DESCLASSIFICAÇÃO DE DOLOSO PARA CULPOSO. 
DEBATE ACERCA DO ELEMENTO VOLITIVO DO 
AGENTE. CULPA CONSCIENTEX DOLO EVENTUAL. 
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI. 
CIRCUNSTÂNCIA QUE OBSTA O 
ENFRENTAMENTO DA QUESTÃO. REEXAME DE 
PROVA. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 
I - O órgão constitucionalmente competente para 
julgar os crimes contra a vida e, portanto, 
apreciar as questões atinentes ao elemento 
subjetivo da conduta do agente aqui suscitadas é 
o Tribunal do Júri, vedada a esta Corte avocar tal 
competência. II - A jurisprudência do STF está 
assentada no sentido de que o pleito de 
desclassificação de crime não tem lugar na 
estreita via do habeas corpus por demandar 
aprofundado exame do conjunto fático-
probatório da causa, e não mera revaloração. 
Precedentes. 
 
O caso em questão é um fato atípico uma vez que o réu não tinha a intenção de 
provocar o aborto na vítima. Neste caso não há de se falar em crime previsto no art. 125 do 
CP. 
 
 
III - DO PEDIDO 
 
Isto posto requer a vossa excelência a absolvição sumária do réu com base no art. 415, III do CPP. 
 
 
 
NESTES TERMOS 
 
PEDE DEFERIMENTO 
 
LOCAL, 14/02/2017 
 
ADVOGADO/UF 
 
OAB

Continue navegando