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TRANSTORNO DEPRESSIVO E TRANSTORNO BIPOLAR TRANSTORNO DEPRESSIVO: Distúrbio do humor que leva à persistente sensação de tristeza e perda de interesse pelas coisas. Característica principal: Humor triste, vazio ou irritável, acompanhados de alterações na capacidade de funcionamento do indivíduo. Os sintomas aparecem geralmente entre os 20 e os 40 anos de idade. A doença é duas vezes mais comum entre mulheres do que entre homens. TIPOS: DISRUPTIVO DA DESREGULAÇÃO DO HUMOR Critérios Diagnósticos: Explosões de raiva recorrentes e graves através da linguagem ou comportamento (violência verbal e física); Estas ocorrem pelo menos 3 vezes na semana; As explosões iniciam em torno dos 10 anos de idade, sendo observadas por pais e professores; Característica principal: Irritabilidade crônica grave; Explosões e humor persistentemente irritável. Prevalência: 2 a 5%; Mais comum em crianças; principalmente do sexo masculino e em idade escolar; Consequências para as relações sociais e baixo desenvolvimento escolar DEPRESSIVO MAIOR Critérios Diagnósticos: Cinco ou mais dos seguintes sintomas durante duas semanas (pelo menos um dos sintomas é humor deprimido ou perda de interesse ou prazer); Humor deprimido na maior parte do dia; - Acentuada diminuição do interesse ou prazer; Perda ou ganho significativo de peso sem causa aparente; Insônia quase todos os dias; - Fadiga ou perda de energia; Sentimentos de inutilidade e culpa; Capacidade diminuída para se concentrar ou pensar; Pensamentos recorrentes de morte. Característica principal: Os sintomas devem persistir na maior parte do dia; Em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável ao invés de triste. Prevalência: 7%; entre 18 e 29 anos é 3x maior; Pode ter início em qualquer idade, mas é comum na adolescência; Sexo feminino tem de 1,5 a 3x mais que o masculino; Os prejuízos podem ser leves, passando despercebidos aos familiares ou graves, levando à incapacidade funcional. DEPRESSIVO PERSISTENTE (DISTIMIA) Critérios Diagnósticos: Representa a consolidação do Transtorno Depressivo Maior Crônico; Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, pelo período mínimo de dois anos; Presença de dois ou mais sintomas persistentes; Apetite diminuído ou alimentação em excesso; Insônia; Fadiga; Baixa autoestima; Sentimentos de desesperança; Característica principal: Perturbação por 2 anos (1 ano em crianças), em que o indivíduo não fica 2 meses sem sintomas. Prevalência: 0,5 a 1,5%; Apresenta início precoce (infância, adolescência ou início da fase adulta) e tem curso crônico; Repercussões no funcionamento social e profissional, tendo prejuízos maiores do que o Transtorno Depressivo Maior. DEPRESSIVO PÓS-PARTO Critérios Diagnósticos: Exacerbação dos sintomas depressivos geralmente após o parto, mas pode haver sintomatologia durante a gestação; Mesma sintomatologia dos demais transtornos depressivos, mas agravados pela chegada do bebê, sendo muitos deles voltados à ele: Irritabilidade com o choro do bebê; Sensação de raiva por ter engravidado; Sentimento de incapacidade de cuidar do filho; Não apresentar sentimentos pela criança; Em casos mais graves pode haver o pensamento suicida ou filicida; Característica principal: Humor deprimido e algum sintoma relacionado ao filho, geralmente prejudicial para a interação mãe-bebê. Prevalência: 30% das mulheres desenvolvem depressão, sendo que 5% apresentem a sua forma mais severa Pode agravar: Sem apoio familiar; por conflitos conjugais; Mudanças no estilo de vida. Prejuízos significativos na interação mãe-bebê e principalmente para o desenvolvimento da criança, que não recebe a atenção e os cuidados que necessita. TRANSTORNO BIPOLAR Antes conhecido por "distúrbio maníaco depressivo", é um distúrbio mental em que a pessoa alterna entre períodos de depressão e períodos de elevado ânimo; Ânimo: mania ou Hipomania; Inicia em torno dos 20 a 30 anos, podendo ser diagnosticado mais tarde. MANIA: Distúrbio mental; Humor anormal e persistentemente elevado. Expansivo ou irritável. Sintomas típicos: Euforia e irritabilidade exacerbada. TIPOS BIPOLAR I Caracterizado pela ocorrência de 1 ou mais episódios maníacos. Com frequência, o paciente já teve 1 ou mais episódios depressivos maiores. Episódio maníaco com duração mínima de uma semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias. Três ou mais dos seguintes sintomas:- Elevada autoestima;- Redução da necessidade e sono;- Distrai-se fácil;- Pensamentos acelerados. Cinco ou mais dos seguintes sintomas (2 sem.): Humor deprimido na maior parte do dia; Acentuada diminuição de interesse pelas coisas; Perca ou ganho significativo de peso sem motivo aparente; Insônia diária; Fadiga ou perda de energia; Sentimentos de inutilidade; Pensamentos recorrentes de morte. Delírios de grandeza são comuns; Aumento da socialidade; impulso; humor expansivo; Imprudência. BIPOLAR II Cinco ou mais sintomas do Episódio Depressivo Maior, por pelo menos duas semanas. Marcado pela ocorrência de 1 ou mais episódios depressivos maiores, acompanhados por pelo menos 1 episódio hipomaníaco. Episódio hipomaníaco com duração de pelo menos quatro dias consecutivos, presentes na maior parte do dia, quase todos os dias. Três ou mais sintomas de Hipomania, representando mudança notável ao comportamento habitual. Inicialmente apresentam somente o quadro depressivo; Os episódios hipomaníacos, geralmente, não causam prejuízos; Impulsividade. CICLOMÍTICO Há risco de 15 a 50% de um indivíduo com Transtorno Ciclomítico desenvolver posteriormente o TB I ou II. Perturbação crônica e flutuante do humor, com períodos de sintomas hipomaníacos e períodos de sintomas depressivos, por pelo menos dois anos (um ano em crianças e adolescentes). Características: Cronicidade e oscilações de humor. Início com sintomas persistentes e que não permanecem dois meses sem sintomas. Se o indivíduo apresentar 1 episódio depressivo maior, o diagnóstico muda para Transtorno Depressivo Maior; Os prejuízos se desenvolvem em decorrência do longo período de oscilação de humor; Imprevisível. ABORDAGENS PSICOTERÁPICAS Terapia de Família Comportamental Para Pacientes Bipolares: Estabelecimento de confiança; avaliação do funcionamento familiar; instrumentalizar a família sobre a doença e os cuidados necessários. Psicoterapia Interpessoal: A relação entre papéis sociais e psicopatologia: distúrbios nos papéis sociais, sendo os mais importantes aqueles que ocorrem dentro da família, do grupo de amizades, no trabalho e na comunidade. Psicoterapia Cognitiva: Pacientes deprimidos expressam “pensamentos automáticos negativos” sobre si mesmos, seu mundo e seu futuro. Psicoterapia Comportamental: Os modelos mais praticados são os de autocontrole e de treinamento de habilidades sociais. Terapia de Grupo: Informações sobre a doença; compartilham vivências; oferecem e recebem apoio. BASES PARA O PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À PESSOA PORTADORA DE DEPRESSÃO Avaliar o potencial para realizar atos de autodestruição: Cuidados com o ambiente, tornando-o mais seguro possível; Investigar a motivação/determinação para realizar atos de autodestruição, incluindo o suicídio; Investigar história familiar de suicídio, história de tentativas anteriores. Avaliar o comprometimento das relações sociais, familiares e profissionais da pessoa: O desinteresse geral pode acabar em prejuízo das atividades cotidianas; Investigar a perda da capacidade para realizar atividades habituais no âmbito familiar, social e profissional. Avaliar o comprometimentoda capacidade de concentração e de memória da pessoa: Incentivar a pessoa a participar de atividades sociais e ocupacionais, de tal forma a não exigir além do que o paciente é capaz, para não aumentar sua sensação de fracasso; Adequar o nível de exigência para o desempenho das atividades, de acordo com a capacidade do paciente. Avaliar o estado físico da pessoa: Investigar a preservação e/ou comprometimento das funções orgânicas, uma vez que o desinteresse geral, associado ao descuido da reposição de nutrientes, podem provocar sérios problemas relacionados ao: Sistema Digestivo: pela perda do apetite ou pela constipação, muitas vezes, provocada pela diminuição da atividade física ou pelo efeito colateral da medicação antidepressiva. Sono e Repouso: orientar medidas para facilitar o sono, no caso de insônia. Observar e registrar sonolência excessiva. Integridade Física: observar, registrar e avaliar: propensão à infecção; perda de peso; tendência a automutilação e retraimento. Realizar o cuidado físico, de maneira a promover o sentimento de valorização pessoal do paciente e aumentar sua auto-estima. Avaliar a intensidade e os riscos decorrentes da hipoatividade motora: Avaliar e observar até que ponto, a redução das atividades podem estar comprometendo a saúde do paciente; Estimular o paciente a participar de atividades individuais e grupais, sem esquecer os direitos e dos limites impostos pela própria condição que o paciente vivencia. Observar e orientar o paciente quanto aos sinais indicativos de efeito colateral produzido pela medicação antidepressiva: Secura das Mucosas: aumentar a ingesta hídrica; utilizar goma de mascar; realizar higiene oral frequente Constipação: adequar a dieta à condição física, social e econômica do paciente, priorizando, quando possível, uma dieta rica em fibras, frutas, verduras e legumes; aumentar a ingesta hídrica; realizar alguma atividade física Visão Turva: orientar quanto a possibilidade deste efeito e que o mesmo não será duradouro; auxiliar o paciente na realização das suas atividades, quando necessário Sonolência: quando ocorrer, orientar o paciente a não dirigir, nem operar equipamentos de risco Lipotimia: orientar sobre a probabilidade de ocorrer esta manifestação e para a necessidade de levantar-se lentamente BASES PARA O PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À PESSOA QUE VIVENCIA UMA REAÇÃO MANÍACA Avaliar o comprometimento da capacidade discriminatória e de julgamento: Investigar as repercussões do comportamento do paciente no âmbito financeiro, pois os sentimentos de grandeza e impulsividade podem incentivar a gastos descontrolados; Investigar a perda da capacidade para realizar as atividades cotidianas/habituais, no âmbito familiar, social e profissional. Avaliar a capacidade de concentração e memória: Adequar o nível de exigência para o desempenho das atividades, de acordo com a intensidade do comprometimento destas funções. Avaliar o estado físico: Investigar o grau de comprometimento das condições físicas, em consequência da hiperatividade motora, associada ao aumento de energia; Investigar e controlar a integridade física, porque pode apresentar-se afetada. Avaliar e monitorar a intensidade da agitação psicomotora: Simplificar o ambiente, visando a proteção física do paciente; Planejar atividades capazes de canalizar a energia excessiva, de modo positivo e construtivo. Avaliar as manifestações de instabilidade do humor e do comportamento: Promover atividades que facilitem a interação social, considerando as limitações pelo episódio maníaco/hipomaníaco. Referências DSM-5. American Psychiatric Association. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: Porto Alegre: Artmed, 2014. Videbeck, S.L. Enfermagem em saúde mental e psiquiatria. Porto Alegre: Artmed, 2012. KYES, J. & HOFLING, C.K. Conceitos básicos em enfermagem psiquiátrica. 4ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1986.
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