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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 6ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BOA VISTA/RR
 
 
                                   O Promotor de justiça, que esta subscreve, com fundamento no artigo 593, I co CPP, não se conformando com a respeitável decisão de fls. 161/170, proferida por vossa Excelência nos autos do processo crime nº 010.10.459.934-02, em que a justiça publica move em relação ao réu GUSTAVO LEON, que resolveu com fundamento no artigo 386, V do CPP, vem interpor recurso de apelação objetivando a condenação deste nas penas do artigo art. 155, §4 , art. 171 c/c art. 14, II , art. 299 e art. 307 do CPB, sem a outorga de qualquer benesse legal, nos termos das razões a serem apresentados separadamente.
Recebido o presente recurso, requer-se seu regular processamento com vistas dos autos para o oferecimento das razões e oportuna remessa a instancia superior
Nesses termos,
Pede deferimento.
10 de Abril de 2013
Boa Vista - Roraima
 
_______________________________________
Elcio Antonio Garcia Junior
Promotor de Justiça
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RORAIMA
AUTOS Nº.: 010.10.004567-02
Colenda Turma
Ínclitos Julgadores
RAZÕES DE APELAÇÃO
Trata-se de Ação Penal em que o apelado foi denunciado como incurso nos crimes de furto qualificado, tentativa de estelionato, falsidade ideológica e falsa identidade. Ao final do curso do processo o magistrado a quo absolveu o apelado. Inconformado com a decisão o órgão do Ministério Público interpôs recurso de apelação.
Apresenta-se neste momento, portanto, a razões recursais.
Inicialmente, considerando que tratam os autos de crimes diversos, passa-se a análise de cada tipo penal individualmente em tópicos distintos.
I - DO CRIME DE ESTELIONATO:
Em conformidade com as provas juntadas, na data dos delitos o réu foi preso em flagrante tentando comprar um televisor, entregando como forma de pagamento um cheque que foi produto de subtração anterior, fazendo-se passar por outra pessoa, com o intuito de obter vantagem ilícita em prejuízo alheio.
Ao fim do processamento da causa, o juízo a quo absolveu o apelado dizendo que a conduta a ele imputada se configura como sendo crime impossível que está tipificado no artigo 17 do CPB.
Em relação a esse tipo específico de crime, vale ressaltar que o Código Penal adotou a teoria objetiva temperada no que diz respeito a impossibilidade de consumação de um delito. De acordo com essa teoria um crime só será considerado impossível quando houver a ineficácia absoluta do meio ou absoluta impropriedade do objeto. 
Dessa forma só há como se falar em crime impossível, se o agente após iniciada a conduta, independente de sua ação, o agente nunca conseguiria atingir o objetivo pretendido.
No caso em analise, os meios utilizados pelo apelado eram eficazes, pois procurou enganar outrem com um titulo de crédito verdadeiro, que no caso foi o chegue, mas tal titulo foi adquirido num furto. A consumação do delito não ocorreu por circunstâncias acidentais, uma falha de execução do caso concreto. Percebe-se que não se trata de crime impossível, pois não foi utilizado um meio absolutamente ineficaz para ludibriar a vítima. O entendimento é pacifico, na doutrina e na jurisprudência, de que se a fraude no documento for grosseira e incapaz de enganar, não ha estelionato, uma vez que o meio e absolutamente inidôneo para iludir. 
Assim sendo, comprovada a materialidade e autoria do crime de estelionato, a condenação do apelado também por este crime é de extrema necessidade. 
Porém é de grande valia, ressaltar que a consumação do crime não ocorreu, configurando o crime na sua forma tentada, tendo que se aplicar a causa de diminuição de pena que está disposto no artigo 14, parágrafo único do Código Penal.
II - DA FALSA IDENTIDADE E DA FALSIDADE IDEOLÓGICA:
Em relação a esse dois delitos o Ministério público entende que o entendimento do juízo a quo, que decretou que esses dois delitos foram absolvidos pelo crime de estelionato é correto. Entende-se que os delitos foram utilizados como meio para o cometimento de um delito de maior reprovação, que no caso é o estelionato. O agente com o objetivo ludibriar a vítima falsificou o documento de identidade fazendo passar por outra pessoa. 
Diante do exposto, vale ressaltar que considerando que as falsidade se esgotaram no golpe aplicado, ocorrerá a incidência que está prevista na súmula nº 17 do STJ :
“STJ Súmula nº 17 - 20/11/1990 - DJ 28.11.1990 Estelionato - Potencialidade Lesiva”
    “Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido”
Sobre a súmula, vale ressaltar que está só é aplicado quando o crime pode ser absolvido. A jurisprudência vem estipulando a forma de utilização dessa súmula: 
	1ª Turma Criminal
	Apelação Criminal 20080111022979APR
	CLAUDIO SANTANA MACHADO
	MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
	Desembargador MARIO MACHADO
	Desembargador GEORGE LOPES LEITE
	408.211
E M E N T A
PENAL. USO DE DOCUMENTO FALSO. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. ESTELIONATO. SÚMULA Nº 17/STJ.
Certa a configuração do crime do art. 304 do Código Penal, não cabendo desclassificação para o crime de estelionato. A Súmula nº 17 do stj só se aplica quando o falso se exaure no estelionato, perecendo sua potencialidade lesiva. In casu, havendo a possibilidade de uso da carteira de identidade falsificada para a prática de outras infrações penais, subsiste a potencialidade lesiva. Ademais, para aplicação do princípio da consunção é necessário que o crime-meio seja menos grave que o crime-fim e a lesão provocada por aquele integre o iter criminis deste.
Apelação desprovida.
 Dessa forma, podemos comprovar que no caso em análise é certa a aplicação do que está previsto na Súmula nº 17 do STJ.
III - DO CRIME DE FURTO:
De acordo com o que consta na denúncia, o apelado subtraiu para si um cartão bancário e talonário de cheque da residência da vítima dias antes de ser preso em flagrante, quando cometia o crime de estelionato.
Em sentença de fls. 160/163 O magistrado absolveu o réu com fundamento de que o furto consistiu um antefato impunível, considerando-o como ato preparatório para o posterior estelionato.
Há um entendimento pacifico na jurisprudência e na doutrina que um delito que é cometido num momento anterior, bem como o dolo é um crime autônomo. Dessa forma independente do fato posterior, a pratica do delito será considera e julgada como um crime, não sendo desclassificado por outro delito que ocorrerá após a pratica do primeiro.
Considerando o caso em analise, percebe se que o furto foi cometido em contexto diverso ao crime de estelionato, dessa forma não há que se falar em absorção ou conflito aparente de normas a ser resolvido pela consumação. É evidente que se trata de concurso material de crime que está definido no artigo 69 do Código Penal.
Também houve o a subtração de outros bens além do cartão e do talonário de chegue, assim há um impedimento do reconhecimento do furto como um ato anterior impunível ao estelionato, pois resta comprovada que o furto não foi um meio utilizado para o cometimento do segundo delito.
Ultrapassado o argumento da inexistência de conflito aparente de normas, conclui-se o apelado deve ser condenado pelo crime de furto, na medida em que há prova da materialidade e prova da autoria, do cometimento do delito.
Da mesma forma há prova da presença da circunstância qualificadora do art. 155, §4, I do CP, vez que conforme o constante em fls. 20 restou comprovado que o apelado invadiu a residência da vítima mediante o arrombamento de uma janela.
Portanto demonstrada a materialidade e autoria do crime, bem como a circunstância de rompimento de obstáculo, entende-se que o apelado deve ser condenado pela prática de furto qualificado.
 IV - DOS PEDIDOS
                       Pelo exposto, o Ministério Público requer o recebimento do presente recurso de apelação para, aofinal, dar-lhe provimento, reformando-se a sentença do juízo a quo para então:
1 –  condenar o apelado pela prática dos crimes de furto qualificado tipificado no artigo 155, §4º, I do Código Penal Brasileiro
2 – Condenar o apelado pela pratica do crime de estelionato na sua forma tentada tipificado nos artigos 171 c/c com artigo 14, II do Código Penal Brasileiro
3 – manter a absolvição do apelado no que concerne a pratica dos crimes de falsidade ideológica e falsa identidade
4 - Requer, ainda, o reconhecimento da isenção do pagamento das custas processuais e a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita nos termos do art. 4º da Lei 1.060/50.
                       
10 de abril de 2013
Boa Vista – Roraima
_______________________________________
Elcio Antonio Garcia Junior
Promotor de Justiça

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