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Cap 64

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Cap. 64 – Guyton - Funções secretoras do trato alimentar (Aratti Cândido Simões)
	As glândulas secretoras servem a duas funções no trato gastrointestinal: primeiro enzimas digestivas são secretadas na maioria das áreas do trato alimentar, desde a boca até a extremidade distal do íleo; em segundo lugar, glândulas mucosas, desde a boca até o anus, provêem muco para lubrificar e proteger todas as partes do trato alimentar.
	A maioria das secreções digestivas é formada apenas em resposta à presença de alimento no trato alimentar, e a quantidade secretada em cada segmento corresponde à necessária para a boa digestão.
Princípios gerais da secreção no trato alimentar
	Na superfície do epitélio de grande parte do trato gastrointestinal encontra-se as células caliciformes, que secretam muco. Além disso, diversas áreas superficiais desse trato contem invaginações do epitélio da submucosa, as criptas de Lieberkuhn, onde estão células secretoras especializadas. No estômago e no duodeno superior há um grande numero de glândulas tubulares profundas, como, por exemplo, as glândulas oxínticas. Por último, existem glândulas complexas como pâncreas e o fígado que também produzem secreções para digestão e emulsificação de gorduras, mas essas se localizam fora do trato gastrointestinal.
Mecanismos básicos de estimulação das glândulas do trato alimentar
	A presença de alimento em um dado segmento do trato gastrointestinal faz com que as glândulas dessa região e de regiões adjacentes produzam os sucos, sendo que isso se deve ao contato direto das células glandulares superficiais com o alimento e também devido a estimulação epitelial do sistema nervoso entérico, que vai estimular as glândulas profundas e superficiais. Essa estimulação epitelial ocorre por contato, irritação química e distensão da parede do trato gastrointestinal.
	Os reflexos nervosos resultantes estimulam tanto as células mucosas da superfície epitelial como as glândulas profundas da parede do trato gastrointestinal a aumentarem a sua secreção.
Estimulação autônoma da secreção
	Estimulação parassimpática: A estimulação parassimpática do trato alimentar quase sempre aumenta as taxas de secreção das glândulas, o que é particularmente verdadeiro nas glândulas da porção superior do trato alimentar, tais como nas glândulas salivares, esofágicas, gástricas, no pâncreas e nas glândulas de Brunner no duodeno. Isso somente não ocorre nos primeiros dois terços do intestino grosso, jejuno e íleo. Nesses locais a secreção recebe estímulos locais neurais e hormonais.
	Estimulação simpática: A estimulação simpática causa um aumento de brando a moderado na secreção de algumas glândulas locais, mas também promove vasoconstrição nos vasos que irrigam essas glândulas. Logo, a estimulação simpática possui um efeito duplo, primeiro ela pode por si só aumentar um pouco a secreção; contudo, em segundo lugar, se a estimulação parassimpática ou hormonal já estiver causando uma secreção fraca pelas glândulas, a estimulação simpática sobreposta geralmente reduz a secreção, as vezes de modo significativo, principalmente devido à redução do suprimento sanguíneo pela vasoconstrição.
Regulação da secreção glandular pelos hormônios
	Diversos hormônios também controlam a secreção, principalmente regulando o volume e as características químicas das secreções. Esse tipo de estimulação é particularmente importante para aumentar a produção de suco gástrico e suco pancreático, quando o alimento entra no estômago ou no duodeno. Em termos químicos os hormônios gastrointestinais são polipeptídeos ou derivados destes.
Mecanismo básico de secreção pelas células glandulares
	Os princípios básicos da secreção de substâncias orgânicas são:
O material nutriente necessário à formação da secreção deve se difundir ou ser transportado ativamente para a base da célula glandular;
Muitas mitocôndrias produzem a energia na forma de ATP necessária para a síntese das substancias orgânicas no reticulo endoplasmático e no complexo de golgi.
Depois de passarem pelo golgi as substancias são armazenadas e concentradas em vesículas secretoras na região apical da célula, onde ficam até que sinais nervosos ou hormonais permitem a exocitose.
O sinal de controle inicialmente aumenta a permeabilidade ao cálcio. O aumento da concentração de cálcio faz com muitas vesículas se fundam à membrana apical da célula. Abrindo para o exterior num processo denominado exocitose.
	Os princípios básicos da secreção de água e eletrólitos são:
A secreção glandular deve conter eletrólitos e água suficiente para diluir as substâncias orgânicas, essa secreção ocorre da seguinte forma: a estimulação nervosa provoca um aumento da concentração de cloreto no citoplasma, que vai deixar as células por canais na membrana apical, gerando uma diferença de potencial. Essa diferença provoca a saída de sódio, já que a luz está negativa. Com a secreção de cloreto de sódio na luz, a pressão osmótica aumenta nesse local e então ocorre a atração da água por osmose. A água é secretada por canais específicos na membrana apical das células e ocasionalmente em algumas glândulas via paracelular.
Propriedades lubrificantes e protetoras e importância do muco no trato gastrointestinal
	O muco é uma secreção espessa composta por água, eletrólitos e diversas glicoproteínas. Ele é um eficiente aderente, o que o possibilita aderir ao alimento formando um filme fino sobre as partículas, também possui consistência suficiente para revestir a parede gastrointestinal evitando o contato entre o epitélio e o alimento, além disso, possibilita que as partículas deslizem por esse epitélio com facilidade. O muco faz com que as partículas fecais adiram para formar o bolo fecal. Ele resiste à digestão pelas enzimas gastrointestinais e, por último, ele apresenta atividade tamponante, devido as suas glicoproteínas anfóteras.
Secreção de saliva
	As principais glândulas salivares são as glândulas parótidas, as submandibulares e sublinguais. A saliva possui dos tipos de secreção protéica: a primeira que é serosa que contém ptialina ((-amilase) e a segunda é mucosa contendo a mucina para lubrificar e proteger as superfícies, sendo que a parótida secreta quase que totalmente a do tipo seroso, já as outras duas glândulas secretam os dois tipos.
	Secreção de íons na saliva: além de proteínas, a saliva contém elevadas concentrações de potássio e bicarbonato, já as concentrações de sódio e cloreto são menores que a do plasma. A secreção da saliva ocorre em dois estágios: o primeiro envolve os ácinos, que produzem uma secreção primária contendo ptialina e/ou mucina em uma solução de íons similar com o meio extracelular.
À medida que essa secreção passa pelos ductos os íons sódios são reabsorvidos ativamente, e o potássio é excretado ativamente em troca de sódio, portanto a concentração de sódio na saliva é reduzida, enquanto a concentração de potássio aumenta.
Entretanto, a reabsorção de sódio é maior, o que cria uma negatividade nos ductos, então, o cloreto é reabsorvido passivamente, o que faz com que sua concentração na saliva caia a valores muito baixos similares a concentração de sódio.
Os íons bicarbonatos são trocados com o cloreto e também secretados ativamente.
Quando a secreção salivar atinge a taxa máxima as concentrações iônicas são alteradas, já que o liquido flui pelo ducto rapidamente o que diminui essa reabsorção e secreção de íons.
	Função da saliva na higiene oral: a saliva ajuda a evitar processos de deterioração de diversas maneiras. Primeiramente, o fluxo da saliva ajuda a lavar a boca das bactérias patogênicas assim como dos restos de alimentos que servem de nutrição a elas; segundo, a saliva contém diversos fatores como o tiocianato e a lisozima (que ataca bactérias, auxilia o tiocianato na entrada nas bactérias, onde é bactericida, e digere partícula de alimento), que atacam as bactérias e, por último, ela possui quantidades significativas de anticorpos protéicos.
Regulaçãonervosa da secreção salivar
	As glândulas salivares são controladas principalmente por sinais parassimpáticos, que se origina nos núcleos salivares superior e inferior do tronco cerebral. Esses núcleos são excitados por estímulos gustativos e táteis da língua e de outras áreas da boca e da faringe, mas essa excitação pode ser inibida ou estimulada por centros superiores do sistema nervoso central. A salivação também pode ser estimulada por reflexos estomacais e/ou da parte superior do intestino delgado, particularmente quando alimentos irritativos são ingeridos ou quando a pessoa está nauseada.
	A estimulação simpática pode aumentar um pouco a salivação, porém bem menos que a estimulação parassimpática. Um fator secundário que regula a salivação é o suprimento de sangue para as glândulas, logo, o estímulo parassimpático, que provoque a estimulação das glândulas também realiza uma vasodilatação moderada.
Secreção esofágica
	As secreções esofágicas são inteiramente mucosas e fornecem principalmente a lubrificação para a deglutição, sendo que a maioria das glândulas no corpo são simples. Somente as glândulas no terminal gástrico e em uma pequena extensão na porção inicial são compostas, sendo que o muco produzido por essas glândulas compostas no esôfago superior evita a escoriação mucosa causada pela entrada de alimento, e as glândulas compostos próximas à junção esofagogástrica protege a parede do suco gástrico que geralmente refluem do estômago para o esôfago inferior.
Secreção gástrica
	Além das células secretoras de muco, que revestem toda a superfície do estômago, na mucosa gástrica encontra-se as glândulas oxínticas (ou gástricas) no corpo e no fundo, e as glândulas pilóricas, no antro.
	As glândulas oxínticas secretam ácido clorídrico, pepsinogênio, fator intrínseco e muco, já as pilóricas secretam principalmente muco, mas também gastrina.
	 A glândula oxíntica é composta por três tipos de células:
Células mucosas do pescoço, que secretam muco;
Células pépticas (ou principais), que secretam pepsinogênio;
Células parietais (ou oxínticas), que secretam ácido clorídrico e fator intrínseco.
Mecanismo básico de secreção de HCl
	O mecanismo de secreção de ácido clorídrico se dá da seguinte forma: o íon cloreto é transportado ativamente do citoplasma da célula para o canalículo, já o sódio é transportado do canalículo para a célula.
	Essa movimentação cria uma negatividade no canalículo, o que faz o potássio se difundir para o canalículo, assim como quantidades menores de sódio.
	A água dissocia-se em hidrogênio e íons hidroxil, o íon hidrogênio é secretado ativamente no canalículo em troca de potássio, além disso, o sódio é reabsorvido por uma bomba. A água passa para o canalículo por osmose, devido à secreção de íons no canalículo, logo, a secreção final possui água e ácido clorídrico.
	O dióxido de carbono formado no metabolismo reage com o íon hidroxil formando bicarbonato, que vai para o liquido extracelular no lugar do cloreto que entrou.
Secreção e ativação de pepsinogênio
	Existem diversos tipos de pepsinogênio, mas todo com a mesma função, sendo que ele não possui atividade digestiva. Entretanto, quando entra em contato com o HCl o pepsinogênio forma pepsina, que vai atuar como uma enzima proteolítica ativa em meio muito ácido.
Secreção de fator intrínseco
	O fator intrínseco, secretado pelas células parietais juntamente com HCl, é essencial para a absorção da vitamina B12 no íleo. Sua falta pode levar o individuo a quadros de anemia perniciosa.
Glândulas pilóricas – secreção de muco e gastrina
	As glândulas pilóricas são estruturas semelhantes às glândulas oxínticas, mas possuem poucas células pépticas e quase nenhuma célula parietal, entretanto, contem grande quantidade de células mucosas. Entre as glândulas há uma camada de células mucosas superficiais, que secretam um muco viscoso responsável por formar uma barreira alcalina de proteção para a parede estomacal, além de contribuir para lubrificação do transporte do alimento. Elas ainda secretam gastrina e pequenas quantidades de pepsinogênio.
Células mucosas superficiais
	Na superfície da mucosa estomacal, entre as glândulas, há uma camada de células mucosas superficiais, que secretam um muco viscoso responsável por formar uma barreira alcalina de proteção para a parede estomacal, além de contribuir para lubrificação do transporte do alimento.
Estimulação da secreção de ácido pelo estômago
	As células parietais das glândulas oxínticas são as únicas que secretam HCl. A secreção desse ácido é controlada por sinais endócrinos, nervosos e pelas células enterocromafins (ECL).
	Essas células ECL, cuja função é secretar histamina, se localizam na submucosa bem próximo às glândulas oxínticas, e por isso liberam a histamina no espaço adjacente as células parietais. A taxa de secreção de ácido clorídrico pelas células parietais está diretamente associada a quantidade de histamina secretada pelas ECL.
	Essa secreção de histamina é estimulada mais fortemente pela gastrina (formada na porção antral do estômago em resposta a proteínas nos alimentos em digestão); pela acetilcolina liberada pelas terminações vagais do plexo entérico do estômago; e também por outros hormônios secretados pelo sistema nervoso entérico da parede estomacal.
	Estimulação da secreção de ácido pela gastrina: A gastrina é secretada pelas células das gastrina (ou células G), que estão nas glândulas pilóricas, mediante a presença de alimentos protéicos na dieta, sendo que a mistura dos sucos gástricos transporta a gastrina para as células ECL no corpo do estômago, causando a liberação de histamina que age diretamente nas glândulas oxínticas profundas provocando a secreção de HCl.
Regulação da secreção de pepsinogênio
	A secreção de pepsinogênio é feita de duas formas: através da estimulação das células pépticas por acetilcolina liberada pelo plexo mioentérico; e pela quantidade de ácido no estômago.
Fases da secreção gástrica
	Fase cefálica: ocorre enquanto o alimento está sendo ingerido e resulta da visão, odor, lembrança, do sabor do alimento e do apetite. O estímulo é oriundo do sistema nervoso central e contribui com 20% da secreção gástrica associada à ingestão de uma refeição.
	Fase gástrica: ocorre quando o alimento entra no estômago, o que excita os reflexos vasovagais do estômago para o cérebro e de volta ao estômago; excita os reflexos entéricos locais; e excita o mecanismo da gastrina. Tudo isso contribui com 70% da secreção gástrica
	Fase intestinal: ocorre quando o alimento está na porção superior do intestino delgado, particularmente no duodeno, o que continua provocando a secreção estomacal de pequenas quantidades de suco gástrico.
Inibição da secreção gástrica por outros fatores intestinais pós-estomacais
	Embora o quimo estimule a secreção gástrica no início da fase intestinal, em outros momentos ele inibe essa mesma secreção. Essa inibição ocorre porque a distensão da parede do intestino delgado, assim como a presença de ácido ou de produtos da hidrólise de proteína, ou, ainda, a irritação da mucosa intestinal ativam o reflexo enterogástrico reverso.
	Além disso, a presença de líquidos hiperosmóticos ou hiposmóticos ou qualquer fator que provoque a irritação da mucosa causa a liberação de vários hormônios como a secretina, especialmente importante no controle da secreção pancreática e que inibe a secreção estomacal.
	Três outros hormônios, o peptídeo inibidor gástrico, polipeptídeo intestinal vasoativo (VIP) e somatostatina também têm efeitos de leves a moderados na inibição da secreção gástrica. Essa inibição causada pelo intestino tem como objetivo retardar a passagem de quimo do estômago quando o intestino delgado já estiver cheio ou hiperativo. Além de reduzir a secreção gástrica, essas ações costumam diminuir a motilidade estomacal.
	O estômago secreta pouca quantidade de suco gástrico nos períodos interdigestivos, esse possui basicamente muco, mas estímulosemocionais podem elevar a quantidade de ácido secretado, o que pode estar associado a quadros de ulceras pépticas.
Secreção pancreática 
	O pâncreas é uma grande glândula composta, sendo que as enzimas pancreáticas digestivas são secretadas pelos ácinos pancreáticos e o bicarbonato pelos ductos que começam nesses ácinos. O bicarbonato mais as enzimas fluem através do ducto pancreático, que vai encontrar o ducto hepático e abrir-se do duodeno através da ampola de Vater. A secreção pancreática possui enzimas capazes de digerir os principais grupos de alimento: proteínas, carboidratos e gorduras. Além disso, o bicarbonato possui a função de neutralizar a acidez do quimo.
Enzimas digestivas pancreáticas
	As enzimas responsáveis pela digestão de proteínas são: tripsina, quimiotripsina e carboxipolipeptidase, sendo que a mais abundante é a tripsina. Tripsina e quimiotripsina hidrolisam proteínas no meio da cadeia, sem formar aminoácidos individuais, o que é feito pela carboxipolipeptidase, uma vez que hidrolisa proteínas nas extremidades da cadeia completando, assim, a digestão de proteínas até aminoácidos individuais.
	A amilase pancreática é a mais importante na digestão dos carboidratos formando principalmente dissacarídeos e trissacarídeos.
	As principais enzimas para a digestão de gorduras são: a lipase pancreática, capaz de hidrolisar gorduras neutras em ácidos graxos e monoglicerídeos; a colesterol esterase, que hidrolisa os ésteres de colesterol; e a fosfolipase, que cliva os ácidos graxos dos fosfolipídeos.
	As enzimas proteolíticas encontram-se na forma inativa e somente tornam-se ativadas no trato intestinal. Essa ativação no caso do tripsinogênio se dá pela enterocinase secretada pela mucosa intestinal, e também autocataliticamente pela tripsina já formada, que também ativa a quimiotripsinogênio.
	A inativação dessas enzimas é de suma importância para que elas não ataquem o pâncreas, dessa forma as mesmas células que as secretam também produzem um inibidor de tripsina.
Secreção de íons bicarbonato
	A água e o bicarbonato do suco pancreático são secretados pelas células epiteliais dos ductos, sendo que a secreção do bicarbonato ocorre da seguinte forma: o dióxido de carbono difunde-se para a célula e sob a ação da anidrase carbônica reage com a água produzindo hidrogênio e bicarbonato. Esse bicarbonato vai ser jogado no lúmen juntamente com o sódio, e esse sódio é trocado pelo hidrogênio produzido na reação anterior, através de um transporte ativo secundário. O movimento do sódio e do bicarbonato cria um gradiente de pressão osmótica, que puxa a água para o lúmen.
Regulação da secreção pancreática 
	A secreção pancreática depende dos estímulos da acetilcolina, liberada pelo vago; colecistocinina, secretada pelo duodeno mediante entrada de quimo; e secretina, também secretada pela mucosa duodenal devido a presença de ácido.
	Os dois primeiros efeitos estimulam as células acinares do pâncreas levando a grande produção de enzimas digestivas pancreáticas, mas quantidades bem reduzidas de eletrólitos e água. A secretina, em contrapartida, estimula a secreção de grandes volumes de solução aquosa de bicarbonato de sódio. Além disso, se os três estímulos atuarem juntos, a secreção é muito maior, por isso se diz que os diversos estímulos multiplicam uns aos outros.
Fases da secreção pancreática
	A secreção pancreática também consiste em três fases: durante a fase cefálica os sinais nervosos do cérebro causam liberação de acetilcolina, o que aumenta a secreção de enzimas, mas pouca secreção flui porque somente pequenas quantidade de água e bicarbonato são produzidas. Na fase gástrica, essa situação se mantém.
	Na fase intestinal a secreção pancreática torna-se abundante, em resposta a ação da secretina. A secretina é secretada pelas células S na mucosa do duodeno e do jejuno, sendo que o verdadeiro estimulante da sua secreção é o ácido clorídrico presente no quimo. A sua função é de fazer com que o suco pancreático possua bastante bicarbonato para neutralizar a acidez, com isso a atividade digestiva peptídica é bloqueada. Essa neutralização é fundamental para proteger a mucosa duodenal da formação de ulceras duodenais.
	A presença do quimo no duodeno e a presença de proteoses, peptonas e ácidos graxos de cadeia longa estimulam a secreção de colecistocinina pelas células I, localizadas na mucosa duodenal e jejunal. No pâncreas, a CCK estimula a secreção de mais enzimas digestivas pancreáticas, sendo que essa ação responde por 80% da secreção dessas enzimas.
Secreção da bile pelo fígado
	Uma das funções do fígado é secretar a bile, essa por sua vez tem papel importante na digestão e na absorção de gorduras, já que os sais biliares emulsificam as gorduras e formam as micelas com os ácidos graxos, monoglicerídeos, colesterol e outros lipídios facilitando a absorção. Além disso, a bile é um meio de excreção de produtos como a bilirrubina e excessos de colesterol.
	Essa secreção biliar passa por dois estágios: o primeiro é a secreção pelos hepatócitos nos canalículos biliares, depois ela segue pelos ductos onde ocorre uma secreção de sódio e bicarbonato, que é estimulada pela secretina. A bile é produzida continuadamente pelos hepatócitos e armazenada na vesícula biliar, mas na vesícula a água, sódio, cloreto e outros eletrólitos são absorvidos, concentrando os sais biliares, colesterol, lecitina e bilirrubina, além de possibilitar maior capacidade de armazenamento.
	Grande parte da absorção na vesícula biliar é causada pelo transporte ativo de sódio através do epitélio a vesícula biliar, seguido pela absorção secundaria de íons cloreto, água e muitos outros constituintes difusíveis. A bile é comumente concentrada em cerca de 5 vezes, mas podendo atingir 20 vezes.
	A bile é composta basicamente por sais biliares, mas também encontra-se bilirrubina, colesterol, lecitina e eletrólitos.
	A vesícula esvazia-se através das contrações de sua parede e do relaxamento do esfíncter de Oddi, sendo que o estímulo mais potente para a contração da vesícula é a colecistocinina, que é liberada pela presença de alimentos gordurosos. Entretanto ela também é estimulada pela acetilcolina tanto do nervo vago quanto do sistema nervoso entérico.
Função dos sais biliares na digestão e absorção de gorduras
	O precursor dos sais biliares é o colesterol, esses sais têm a capacidade de diminuir a tensão superficial das gotas de gordura e permite que a agitação do trato intestinal quebre-as em partículas menores, o que é denominado emulsificação.
	Os sais biliares ajudam na absorção de ácidos graxos, monoglicerídeos, colesterol, e outros lipídeos. Eles conseguem exercer essa função ao formar complexos físicos bem pequenos com esses lipídeos denominados micelas. Os lipídeos são então “carregados” para a mucosa intestinal, onde serão absorvidos. Sem a presença de sais biliares até 40% das gorduras ingeridas serão perdidas nas fezes.
	Cerca de 94% dos sais biliares são reabsorvidos pelo intestino delgado através de difusão nas porções iniciais, e por transporte ativo no íleo distal. Depois eles retornam ao fígado, onde serão secretados na bile novamente. Por isso, a secreção de sais biliares pelo fígado depende muito da disponibilidade dos mesmos. Essa recirculação é denominada circulação entero-hepática dos sais biliares.
	A secretina também promove um aumento da secreção biliar, uma vez que intensifica a secreção da solução aquosa rica em bicarbonato, que se une ao bicarbonato pancreático para neutralizar o quimo. Sob condições anormais, o colesterol pode precipitar-se na vesícula formando os cálculos biliares de colesterol, isso pode acontecer quando há uma reabsorção acentuada da vesícula biliar. 
Secreções do intestino delgado
	Secreções de muco pelas glândulas de Brunner no duodeno: As glândulas de Brunner, localizadas no duodeno principalmente entre o piloro e a papila de Vater, secretam grande quantidade de muco alcalino em resposta a estímulos táteis ou irritativosna mucosa, a estimulação vagal e aos hormônios gastrointestinais (especialmente a secretina). Esse muco protege a parede duodenal da digestão pelo suco gástrico e também ajuda a neutralizar o ácido clorídrico do quimo. As glândulas de Brunner são inibidas por estimulação simpática.
	Secreções de sucos digestivos intestinais pelas criptas de Lieberkühn:
Na superfície do intestino delgado há depressões denominadas criptas de Lieberkühn, que assim como as vilosidades possuem o epitélio recoberto pelas células calificiformes; e os enterócitos, que, nas criptas, secretam grandes quantidades de água e eletrólitos, e nas vilosidades absorvem a água, eletrólitos e produtos finais da digestão.
Logo, essas secreções saem das criptas e são reabsorvidas nas vilosidades, isso cria um fluxo que proporciona um veiculo aquoso para a absorção de substancias do quimo. Esse fluido se forma com a secreção ativa de cloreto e bicarbonato, isso gera um potencial elétrico para a secreção de sódio e água passa por osmose.
Os enterócitos possuem enzimas que digerem substancias especificas como as peptidases, hidrolisam pequenos peptídeos a aminoácidos; quatro enzimas: a sucrase, maltase, isomaltase e lactase, que hidrolisam dissacarídeos em monossacarídeos; e a lipase intestinal, que cliva gorduras neutras em glicerol e ácidos graxos.
As células epiteliais intestinais têm um curto período de vida, por isso as epiteliais mais profundas nas criptas sofrem mitose contínua repondo as células mortas. A principal via de regulação do intestino delgado são os reflexos nervosos entéricos.
Secreções do intestino grosso
	A mucosa do intestino grosso também possui as criptas de Lieberkühn, mas não possui vilos e as células epiteliais não possuem enzimas, logo, tem a função de produzir muco. A taxa de secreção do muco é regulada pela estimulação tátil direta das células epiteliais e por reflexos nervosos locais. 
	A estimulação dos nervos pélvicos também aumenta a secreção de muco, juntamente com o aumento da motilidade. Esse muco protege a parede intestinal contra escoriações, proporciona um meio adesivo para o material fecal, protege a parede da atividade bacteriana e sua alcalinidade protege dos ácidos formados nas fezes.
	Quando há uma irritação do intestino grosso a mucosa secreta quantidades de água e eletrólitos além do muco alcalino e viscoso normal, com o intuito de diluir os fatores irritantes e causar o movimento rápido das fezes, mas acaba provocando a diarréia.

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