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CASO CONCRETO AULA 8

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a) O que é o voto de cabresto e o que é curral eleitoral?
R: o voto de cabresto é um sistema tradicional de controle de poder político através do abuso de autoridade, compra de votos ou utilização da máquina pública. É um mecanismo muito recorrente nos rincões mais pobres do Brasil como característica do coronelismo. Curral Eleitoral é uma expressão que indica uma região, cidade, bairro ou local aonde um político possui grande influência, é bastante conhecido ou aonde é muito bem votado. A origem da expressão vem do tempo em que o voto era aberto. Assim, os coronéis mandavam capangas para os locais de votação, com objetivo de intimidar os eleitores e ganhar votos. As regiões controladas politicamente pelos coronéis eram conhecidas como currais eleitorais. Nesses locais o coronel possuía todo poder em troca de proteção e trabalho.
b) Por que razão, a adoção do voto universal na Constituição de 1891 não possibilitou a eleição de autênticos representantes da vontade popular? 
R:a introdução do sufrágio universal não aconteceu naquele momento, nem pela acepção do termo corrente durante o século XIX (de voto universal masculino, englobando os analfabetos), nem com a compreensão que se tem atualmente (de incorporação de mulheres e analfabetos). A Constituição de 1891 não introduziu esse tipo de voto no país. O sufrágio universal, que não foi adotado naquele momento, não foi, portanto, obra da República recém instalada.Em realidade, o Governo Provisório, via decreto, gerou a eliminação do voto censitário como “innovação”.E também manteve a exclusão do direito de voto ao analfabeto (já constante na Lei Saraiva suas regulamentações). E isso seria chancelado pelo Congresso Constituinte, como se observará em seguida. Por isso não foi um voto de acordo com a vontade popular.
c)É possível afirmar que o chamado "voto de cabresto" ainda seja utilizado em pleno Século XXI? Justifique sua resposta.
R: Atualmente, as práticas de “voto de cabresto” tornaram-se mais sofisticadas e continuam a vigorar, inclusive nos centros urbanos, onde a figura paramilitar a exercer a violência são as milícias. Logo, a vontade do eleitor é violada por narcotraficantes, milícias, líderes religiosos e pela manipulação das massas - e seus imaginários -, por meio do clientelismo gerado pelos programas assistenciais.
Questão 2 (ENEM 2011) 
Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência médica, não lendo jornais, nem revistas, nas quais se limita a ver as figuras, o trabalhador rural, a não ser em casos esporádicos, tem o patrão na conta de benfeitor. No plano político, ele luta com o “coronel” e pelo “coronel”. Aí estão os votos de cabresto, que resultam, em grande parte, da nossa organização econômica rural. (LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Ômega, 1976 — adaptado) 
O coronelismo, fenômeno político da Primeira República (1889-1930), tinha como uma de suas principais características o controle do voto, o que limitava, portanto, o exercício da cidadania. Nesse período, esta prática estava vinculada a uma estrutura social:
A) Igualitária, com um nível satisfatório de distribuição da renda. 
B) Estagnada, com uma relativa harmonia entre as classes. 
C) Tradicional, com a manutenção da escravidão nos engenhos como forma produtiva típica. D) Ditatorial perturbada por um constante clima de opressão mantido pelo exército e polícia. E) Agrária marcada pela concentração da terra e do poder político local e regional.

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