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Estudo Dirigido Elementos do Processo Civil

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1 
Elementos de Processo Civil 
Estudo Dirigido 
Elaboração: Profa. Daniele Assad 
Sugestões de melhoria? Utilize o link Tutoria 
 
Prezado aluno, prezada aluna, olá! 
É uma honra ter você conosco para mais um agradável e proveitoso estudo 
dirigido! 
Trazemos com uma abordagem diferente, e de forma resumida, alguns dos 
temas que consideramos mais importantes para sua revisão! 
A obra-base da disciplina, que você não deve deixar de ler, é: ALCANTARA, 
Silvano Alves. Processo de Conhecimento In: VENERAL, Débora Cristina (org.). Juizados 
especiais, processo de conhecimento e processo eletrônico. 2. ed. Curitiba: InterSaberes, 
2017. 
1 Conflito de interesses 
O conflito de interesses se instala quando as partes envolvidas não conseguem, 
por si mesmas, resolver determinada situação ocorrida entre elas, sendo-lhes proibida 
a autotutela. Uma vez que a autotutela é fazer a justiça com as próprias mãos. Sabemos 
que alguns conflitos de interesses geram grandes desgastes em todos os envolvidos por 
isso, pode ocorrer de um deles queira praticar a autotutela que conforme a obra da 
disciplina, em regra é proibida, porque o Estado avocou para si o poder de proteger os 
direitos das pessoas. A regra é clara quando proíbe a autotutela, mas em algumas 
situações ela é permitida no Brasil, como “o direito de ser mantido na posse em caso de 
turbação, restituído no caso de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo 
receio de ser molestado”. (Código Civil, art. 1.210). 
Para solucionar o conflito de interesses quando não há acordo, pode-se buscar 
o Poder Judiciário. Com o protocolo de uma petição inicial, ele se transforma em uma 
lide: um litígio que possibilita o autor a levar ao conhecimento do juiz as questões do 
conflito existente, requerendo a sua solução. 
Para que o juiz venha a conferir uma solução para o conflito, é necessário que 
o processo seja levado a julgamento pelo Judiciário. O processo, então, tem início com 
a distribuição da petição inicial. 
Falamos em litígio, mas afinal, o que significa litígio? 
“A palavra litígio vem do latim ‘litigu’, que significa disputa, ou demanda, sendo 
caracterizada por um conflito de interesses. É o momento em que ocorre a pretensão 
2 
de um dos interessados e a resistência da outra parte, gerando o que conhecemos como 
lide.”1 
Para que seja instaurado o litígio, em regra devem existir três sujeitos 
essenciais, sem os quais não há a formação da lide: autor, juiz e réu. 
2 Legitimidade das partes 
O juiz, para aferir se o processo tem condições de ser julgado, verifica a 
existência das condições da ação. Uma das condições da ação é a legitimidade das 
partes: as partes do processo devem ser legítimas interessadas no direito discutido. 
Por exemplo: Camilla trabalhava para Carlos, seu ex-empregador, o qual deixou 
de pagar alguns meses de salário. Ao saber da situação, Pedro, namorado de Camilla, 
querendo ajudá-la, ingressa com uma ação trabalhista requerendo os direitos dela, sem 
que ela soubesse. Pedro não tem legitimidade para requerer o pagamento de salários, 
pois não é ele o detentor do direito. O juiz não deverá dar seguimento ao processo, que 
tem um vício (uma falha), a falta de legitimidade do autor. Se essa falha não for sanada 
(por outorga de uma procuração a Pedro, por exemplo), o juiz extinguirá o processo sem 
resolução do mérito. 
3 Deveres das partes 
As partes, seus advogados e também todos os envolvidos no processo têm 
deveres processuais. Muitos dos deveres são decorrentes dos princípios basilares do 
convívio social, como a honestidade, a boa-fé e a lealdade. Pode haver sanção em caso 
de descumprimento desses deveres. Como exemplo, o princípio da boa-fé preconiza que 
as partes e seus advogados devem agir de forma honesta e verdadeira. Se houver 
comprovação de má-fé, o sujeito poderá sofrer condenação por litigância de má-fé. 
4 Representação judicial 
A capacidade de representar a parte no processo civil e por ela postular é 
exclusiva do advogado legalmente habilitado, isto é, o bacharel em direito inscrito em 
uma seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 
Em regra, as pessoas envolvidas em um processo se valem do trabalho de um 
advogado. Excepcionalmente, pode-se postular em causa própria, sem uma terceira 
pessoa para representá-la. A parte poderá postular em causa própria nas seguintes 
hipóteses: 
 
1 LITÍGIO x Acordo – Como escolher entre um ou outro. Disponível em: 
<http://blog.juridicocerto.com/2016/12/litigio-x-acordo-como-escolher-entre-um-ou-outro.html>. 
Acesso em: 11 ago. 2017 
3 
- No juizado especial, em casos de até 20 salários mínimos; 
- Quando for habilitada (ou seja, quando for advogada); 
 
Exemplificando a representação judicial, Alberto procurou um advogado para 
defendê-lo em um processo cível no qual demanda prestação alimentícia (pensão 
mensal). Para a representá-lo judicialmente, o advogado elaborou uma procuração na 
qual Alberto dará a ele “poderes gerais para atuação no foro judicial”, chamada 
tecnicamente de cláusula ad judicia.2 
Com essa procuração, o advogado tem poderes gerais para a prática dos atos 
do processo. Há poderes especiais que o advogado somente pode exercer em nome 
da parte se constarem em cláusula específica na procuração. Esses poderes são: 
receber citação inicial, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, 
desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar 
compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica (art. 105 do CPC). 
Esses atos demandam poderes especiais, de forma que devem ser ditos explicitamente 
na procuração. 
A procuração pode ser revogada pela parte representada ou pelo advogado. 
Sendo revogada pela parte, esta deverá, de imediato, constituir novo patrocinador, sob 
pena de extinção do processo (se for o autor) ou de revelia, se for o réu. Já quando a 
procuração for revogada pelo próprio advogado, ele terá de informar o mandante para 
que constitua outro patrocinador, e deverá representá-lo ainda durante os dez dias 
consecutivos seguintes, se assim for necessário para evitar-lhe algum prejuízo. 
5 Intervenção de terceiros 
Sabemos que, quando há uma demanda judicial, litigam duas partes (autor e 
réu), sendo o processo presidido pelo Estado, na figura do juiz. 
Existe a possibilidade, no processo civil brasileiro, de terceiros intervirem no 
processo, tanto ao lado do autor quanto ao lado do réu. 
Por exemplo, o proprietário de um imóvel ingressou com ação de despejo 
contra o locatário de seu imóvel, por falta de pagamento. 
Há um terceiro habitando nesse imóvel, o sublocatário (que locou o imóvel do 
locatário original). Como a ação de despejo poderá afetá-lo, ele resolveu intervir na 
ação, como um auxiliar na defesa do locatário. 
 
2 Se você já assinou uma procuração para que um advogado o represente em juízo, 
possivelmente essa procuração faz menção à “cláusula ad judicia”, que significa que o advogado tem 
poderes gerais de representá-lo judicialmente, falar em seu nome em juízo. Semelhante a ela, e também 
comum, é a “cláusula ad judicia et extra”, que, além de dar poderes para falar em seu nome em juízo, 
também dá poder para representação fora do juízo, como no INSS e outros órgãos administrativos ou 
estabelecimentos privados. 
4 
Nesse caso, a intervenção do sublocatário é legal porque o sublocatário poderá 
intervir como assistente a favor do réu (locatário), pois o resultado do processo irá afetar 
a situação dele. 
Outro exemplo: Kamada dirigia o automóvel de sua colega de trabalho,Harumi, 
e se envolveu em um acidente com vítima. Um dos passageiros do carro atingido 
posteriormente ajuizou ação cobrando a proprietária do automóvel, Harumi, ao 
ressarcimento dos danos causados pelo uso de seu veículo. 
Kamada é o causador do dano, “o verdadeiro responsável por indenizar o dano 
causado”, mas a vítima processou a proprietário do veículo, que responde pelo uso que 
se faz dele. (Algo comum, talvez porque não pôde ser identificado o motorista no 
momento do acidente). Harumi pode denunciar Kamada à lide, para que ambos 
respondam. 
6 Desconsideração da personalidade jurídica 
“O incidente de desconsideração da personalidade jurídica é uma inovação do 
CPC/2015, pois seu regramento só constava em legislações de direito material, como o 
Código Civil e o Código de defesa do Consumidor.” ALCANTARA, Silvano Alves. Processo 
de Conhecimento In: VENERAL, Débora Cristina (org.). Juizados especiais, processo de 
conhecimento e processo eletrônico. 2. ed. Curitiba: InterSaberes, 2017). 
O incidente de desconsideração da personalidade jurídica poderá ser pedido 
pela parte ou pelo Ministério Público conforme estabelece o art. 133 do CPC “O 
incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da 
parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo”. 
7 Os atos em geral e os atos do juiz 
Os atos processuais possuem forma para que eles sejam eficazes temos de 
observar as solenidades que cada um deles exige para esse resultado. Esses atos podem 
ser solenes ou não solenes. Ato solene é aquele que, para ter validade, tem seu 
protocolo determinado por lei. O ato não solene não tem forma legal determinada. 
Via de regra, todos os atos são públicos inclusive as audiências determinação 
presente na Constituição Federal de 1988, no art. 93, inciso IX. Exceto os processos que 
correm em segredo de justiça, nas situações dispostas no art. 189 do Código de Processo 
Civil e os de foro íntimo que se referem a casamento, separação, divórcio, alimentos, 
filiação e guarda de menores, assim como os que constem protegidos pelo direito 
constitucional à intimidade ou que versem sobre arbitragem, inclusive no cumprimento 
da carta arbitral, desde que a confidencialidade seja comprovada perante o juízo. Desde 
2006, os processos ganharam o meio eletrônico, porém nem todas as esferas do 
judiciário a utilizam. Entretanto, em um período de tempo curto essa prática será 
5 
obrigatória em todo o país. Porém, os atos a serem praticados serão os mesmo com a 
devida adequação ao novo sistema. 
A relação jurídica processual é triangular, ou seja, é composta pelo juiz e pelas 
duas partes. O juiz procurará terminar o litígio e, para isso, praticará inúmeros atos 
dentro do processo, resguardando também um desenvolvimento dentro da 
normalidade e da legalidade. 
No Código de Processo Civil no art. 203 estão previstos os atos do juiz que 
consistem em despachos, decisões interlocutórias e sentenças. 
 Despacho: É todo ato do juiz que impulsiona o processo mediante sua 
provocação que é realizada pela parte por meio da distribuição da 
petição inicial. 
 Decisão interlocutória: É o ato do juiz que ocorre durante o curso do 
processo que resolve uma questão, mas sem decidir o mérito. 
 Sentença: A sentença representa o final do processo de conhecimento. 
É a decisão sobre o litígio, o momento em que o Estado-juiz presta a 
tutela jurisdicional, encerrando a discussão. 
 
Os atos meramente ordinatórios independem de despacho (do juiz), podem ser 
praticados diretamente pelos servidores, da mesma forma que os atos de expediente 
sem caráter decisório. Exemplos: determinação da intimação de testemunhas e 
designação da data de audiência. 
 
8 Início do processo 
Somos sabedores de que o processo se inicia com a propositura da demanda. 
O autor, exercendo o seu direito de ação, distribui sua petição inicial, requerendo ao juiz 
a tutela do seu direito. 
A propositura da demanda é feita pelo protocolo da petição inicial, cujos 
requisitos estão no art. 319 do CPC. São eles: 
I - o juízo a que é dirigida;3 
II - A qualificação (identificação) das partes: os nomes, os prenomes, o estado 
civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de 
 
3 Não confundir com o nome do juiz, que a parte não deve especificar na petição inicial. O 
direcionamento ao juízo a que faz menção este inciso é o endereçamento da competência, como 
“Excelentíssimo Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de Plácido de Castro/AC”. E não “Excelentíssimo 
Juiz José Almeida”. Ainda que seja ele o juiz titular, não se deve chamá-lo pelo nome na petição. 
6 
Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o 
domicílio e a residência do autor e do réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV - o pedido com as suas especificações; 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos 
alegados; 
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de 
mediação. 
Na prática, a falta de endereço eletrônico (e-mail) da parte (inciso II) ou o 
silêncio sobre a audiência de conciliação ou de mediação (inciso VII) não obstam o 
prosseguimento do processo, mas a lei os estabelece, sim, como requisitos. 
9 Respostas do réu 
Protocolada a petição inicial e não havendo nada de errado com ela, cita-se o 
réu para responder ao processo. 
A citação é o primeiro momento em que o réu fica sabendo que contra ele há 
um processo, abrindo-se a possibilidade de ele se defender. Sempre que possível, a 
citação deverá ser realizada pessoalmente, em qualquer lugar em que se encontre o réu, 
a seu representante legal, ou mesmo a seu procurador legalmente autorizado. A citação 
pode ser realizada de quatro formas: pelo correio, por oficial de justiça, por edital e por 
meio eletrônico, sendo a citação pelo correio a mais usual. 
Ao receber a citação, o réu pode se defender no processo, dirigindo uma 
petição escrita ao juiz da causa, dentro do prazo de 15 dias. De acordo com os arts. 335 
e 343 do novo CPC, a resposta do réu pode consistir em contestação ou reconvenção. 
A principal peça de defesa do réu no processo civil, devendo conter todos os 
argumentos e provas que ele possua, é a contestação. 
A contestação é o meio de resistência direta à pretensão do autor, tanto por 
motivos de mérito como processuais. Ao optar pela contestação, o réu pode alegar tudo 
o que entenda necessário à sua defesa. 
Já a reconvenção, na verdade, não é defesa, mas contra-ataque do réu, por 
meio da propositura de uma outra ação contra o autor, dentro do mesmo processo. O 
réu pode propor reconvenção independentemente de apresentar contestação. 
Agora, se o réu, regularmente citado em um processo civil, não se defende, 
podem ocorrer os efeitos da revelia. Como efeito da revelia, presumem-se verdadeiras 
as alegações do autor na petição inicial. Mesmo sendo revel, o réu poderá ingressar no 
processo, recebendo-o no estado em que se encontra e praticando atos posteriores (não 
7 
podendo, entretanto, voltar àqueles atos cujo prazo deixou escoar em branco, sem se 
manifestar).4 
Em algumas situações, mesmo que o réu abra mão de sua defesa e fique inerte, 
“não apareça” no processo, não ocorrem os efeitos da revelia. 
São as exceções aos efeitos da revelia. Os casos em que o réu não se manifesta 
no processo, e mesmo assim não são presumidos verdadeiros os fatos alegados pelo 
autor, são: 
 Quando há mais de um réu, e apenas um deles contestar a ação, se a 
matéria de defesa for comum aoréu que não se manifestou.5 
 Quando a lide tratar de direitos indisponíveis. 
 Quando a lei exigir instrumento público como elemento indispensável à 
prova do direito alegado e o autor não o houver juntado na petição 
inicial. 
 Quando as alegações de fato formuladas pelo autor forem 
inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos 
autos. 
10 Audiência de instrução e julgamento 
A audiência de instrução e julgamento é ato da fase instrutória no qual são 
colhidas as provas orais, como o esclarecimento do perito e de assistentes técnicos, o 
depoimento pessoal das partes, a inquirição de testemunhas. 
Como regra, a audiência de instrução é una e contínua. Porém, uma vez 
iniciada, a audiência de instrução pode ser adiada quando as partes o decidirem em 
comum acordo ou se algum dos envolvidos não puder comparecer e, justificadamente, 
requerer o adiamento. 
Em regra, as audiências judiciais são públicas, excetuando-se aqueles casos em 
que o processo se desenvolve em segredo de justiça. 
11 Tempo de prática dos atos 
Teoricamente, todo ato a ser praticado dentro do processo tem um momento 
certo e um local apropriado para sua prática. 
 
4 Por exemplo, o réu foi citado mas não ofereceu a contestação, tendo-se passado o prazo para 
isso. Ele continua sendo o réu, portanto, poderá se manifestar no processo posteriormente (poderá, se 
quiser, fazer alegações finais no tempo devido). Porém, não poderá mais oferecer a contestação, porque 
precluiu seu direito pelo decurso do tempo. 
5 Por exemplo, C cobra uma dívida comum de A e B. B não contesta a ação, mas A contesta e 
prova que a dívida deles já foi paga. Em a dívida inexistindo, B não será condenado a pagá-la, mesmo 
sendo revel (ausente do processo). 
8 
Como regra de tempo, os atos são praticados somente em dias úteis (entendido 
como útil o dia em que haja expediente forense, das 6 às 20 horas). No entanto, os atos 
podem extrapolar esse horário, se houverem sido iniciados antes e forem inadiáveis, de 
forma a não prejudicar determinada diligência ou em hipóteses em que seu adiamento 
possa causar algum dano grave. 
Já quanto aos prazos, eles podem advir da lei, do juiz ou das partes, sendo 
chamados, respectivamente, de legais, judiciais e convencionais. Ou a lei já estabelece 
o prazo, ou o juiz o faz, ou mesmo as partes podem, em comum acordo, fixar um prazo 
para a prática de determinado ato processual. 
Quando um ato deixa de ser praticado no prazo designado, ocorre a preclusão, 
que é a impossibilidade do exercício de ato que deveria ter sido praticado 
anteriormente. 
Para o juízo, no entanto, o descumprimento de prazo não acarreta nenhum 
efeito. Ao juiz e a seus auxiliares, o descumprimento de prazo não acarreta sanção 
processual alguma, a não ser que seja causado dano maior a alguma das partes, caso em 
que poderá haver responsabilização pelo atraso danoso. 
Os prazos podem ser suspensos; várias são as causas que podem fazer com que 
o processo fique paralisado por algum tempo, como a morte e a perda da capacidade 
processual: por exemplo, por um acidente que afete a capacidade cognitiva da parte ou 
a coloque em coma. 
12 Sentença 
O processo de conhecimento compõe-se de um quadrinômio: Demanda 
(início), defesa, cognição e sentença (final). 
A sentença representa o final do processo de conhecimento. É a decisão sobre 
o litígio, o momento em que o Estado-juiz presta a tutela jurisdicional, encerrando o 
processo ou uma fase processual. 
A sentença deve apresentar três elementos ou requisitos, são eles: 
1. Relatório: Consiste em um breve relato de todos os atos praticados no 
processo. 
2. Fundamentos de fato e de direito: É a verdadeira motivação que fará 
com que o juiz determine o julgamento do litígio. É a análise das 
alegações das partes à luz das normas. 
3. Dispositivo: É a conclusão da sentença. É o ponto no qual o juiz decide, 
com a procedência ou improcedência do pedido (se analisar o mérito). 
 
*Falar de sentença terminativa e extintiva (com ou sem resolução do mérito) 
 
9 
O juiz não pode julgar além ou aquém do pedido do autor. É o se denomina de 
princípio da adstrição, princípio da congruência ou princípio da conformidade. 
As decisões que não se atêm ao conteúdo que devem julgar são conhecidas 
como: extra, ultra e citra petita: 
“Ultra petita. Do latim: ultra (além de) + petita (pedido) é a sentença 
que vai além do pedido, isto é, concede algo a mais, quantitativamente, do que 
foi pretendido. 
Um exemplo prático é o caso de a sentença decretar a anulação de um 
negócio jurídico, e também condenar o requerido a uma indenização por dano 
material ou moral, o que não foi pedido pelo autor. Deduz-se que se o 
requerente não fez pedido de indenizações é porque o mesmo não a queria. 
Outro exemplo seria o de uma parte que pede uma indenização de um valor 
"X" e o juiz concede uma indenização no valor de "2X", ou seja, duas vezes 
superior ao que foi pedido. 
A decisão ultra petita difere da decisão extra petita pela natureza da 
coisa concedida. Assim, no primeiro caso o juiz concede mais do que se pede, 
mas concede coisas da mesma natureza. Assim, haverá decisão ultra petita se 
A pede que lhe sejam entregues vinte maçãs e o juiz determina que lhe sejam 
entregues quarenta. 
Na hipótese de uma decisão extra petita a natureza da coisa é diversa 
da pedida. Se A pede ao juiz para que B seja condenado a entregar-lhe trinta 
pares de sapato e o juiz condena B a entregar trinta garrafas de refrigerante, 
teremos aí uma decisão que foi não além do pedido, mas fora do pedido. 
Essa hipótese está asseverada nos artigos 492 do Código de Processo 
Civil Brasileiro vigente. O julgamento ultra petita acarreta a nulidade da 
sentença na parte em que se excedeu.” (Fonte: Wikipédia, adaptado.) 
 
Caso a sentença apresente algum desses defeitos, um recurso pode requerer a 
sua correção ou sua anulação. 
Ao final do processo, é proferida uma sentença, da qual as partes podem 
recorrer. 
Com a publicação da sentença, a parte insatisfeita com a decisão pode tentar 
modificá-la por meio de recurso, como a apelação. Se não houver recurso no tempo 
oportuno, ocorre o fenômeno da coisa julgada, a partir do qual o processo não pode 
mais ser modificado. 
Por exemplo: Antonella e Samara ingressaram com um litígio perante o Poder 
Judiciário. A sentença do juiz condenou Antonella a indenizar Samara em R$ 2.500. 
Samara não gostou da decisão, porque esperava uma condenação de R$ 4.000,00, 
porém, ela perdeu o prazo de recursos, e assim nenhuma parte recorreu no tempo 
10 
oportuno. Na situação narrada, nem Samara nem Antonella poderão mais recorrer, 
porque o processo fez coisa julgada, isto é, passou o prazo de qualquer recurso. Dessa 
maneira, quando se esgotam as possibilidades de recurso, a decisão transitou em 
julgado, tornando-se, em regra, imutável para as partes. (É possível, no entanto, 
excepcionalmente, intentar ação rescisória.) 
 
Que tal algumas dicas de estudo? 
 Leia todo o livro, pelo menos de acordo com o roteiro semanal de estudos, disponível 
no Material Complementar da disciplina. Pode ser primeiro passando os olhos (o que 
é chamado de skimming)6 para depois focar no que julgar mais importante. Assim 
você estará com o conhecimento em dia. Se deixar para a última hora, ou não dará 
tempo de ver tudo, ou o estudo não vai se consolidar, os pensamentos vão ficar mais 
perdidos. Ensino Superior é para quem gosta de estudar e não tem medo de utilizar 
seu tempo para o aprendizado! 
 Faça cada Apol com atenção, primeiro marcando a resposta sem procurar a 
referência, esó depois conferindo no material. Fazendo com a máxima dedicação 
(“a meia hora da Apol é a meia hora da Apol”; não do celular, da televisão), depois 
você lembrará melhor conteúdo da questão sem precisar se esforçar muito. Depois 
esse conteúdo pode ser cobrado novamente, então veja o gabarito após o prazo de 
entrega para conferir as respostas e a referência no material, mesmo que tenha 
acertado. 
 
6 Para saber mais de skimming, visite: “Técnicas de Leitura: Skimming e Scanning" em 
http://www.galaor.com.br/tecnicas-de-leitura/.

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