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intervanção de terceiro


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Intervenção de Terceiros
Conceito: É o ingresso autorizado por lei em processo
alheio de quem não é parte originária.
Modalidades:
 Voluntária ou espontânea – exemplos: assistência e
oposição;
Forçada - quando provocada pela parte(nunca de
ofício) – exemplos: nomeação à autoria, denunciação da
lide e chamamento ao processo.
I. Assistência – arts. 50 a 55, CPC.
Assistência simples – art. 50, CPC
características:
 Objetiva-se a colaboração a uma das partes: o assistente intervém para
ajudar o assistido, para que a sentença lhe seja favorável; é a assistência
propriamente dita;
 Não há defesa processual nem pretensão;
 Não há outra lide – o juiz examina apenas uma lide: a lide originária; 
 Interesse jurídico – não o econômico nem o moral: há uma relação jurídica
entre o assistido e o assistente que reflexamente será atingida pela
sentença; o interesse liga-se ao direito substancial;
 O assistente torce pelo sucesso do assistido;
 Entre assistente e assistido, não há relação controvertida.
 Exemplo: ação de despejo movida pelo locador, por falta de pagamento,
em face do locatário, para retomada do imóvel, onde o sublocatário é
assistente do locatário-réu (art. 59, § 2º, Lei 8.245/91).
Assistência – art. 54, CPC
Assistência litisconsorcial – art. 54, CPC – características:
 Há interesse jurídico próprio, onde o assistente exerce pretensão própria
ou autônoma, que, isoladamente, poderia ser ajuizada contra o adversário
do assistido, mas não foi e, assim será julgada pela sentença;
 A figura se aproxima do regime de litisconsórcio facultativo unitário(plano
processual ou material);
 O terceiro é titular ou co-titular (com o assistido) do direito material
discutido em juízo e, a sentença o alcança com força de coisa julgada
material – exceção ao art. 472, primeira parte, CPC;
 Portanto, há relação jurídica entre o assistente e o adversário do assistido:
a coisa julgada proferida no processo em que ingressa afeta diretamente
a sua esfera jurídica.
 Exemplos: (a) em ação movida pelo co-condômino em defesa da
propriedade comum (art. 1.314 CC), nada impede que outros condôminos
ingressem, posteriormente, no processo, como assistentes litisconsorciais,
sendo, portanto, atingidos pela coisa julgada; (b) em ação proposta por
sócios de uma empresa contra o Estado, a empresa pode ingressar, no
processo, como assistente litisconsorcial, pois, também, é titular do direito
material, sendo, no caso, parte principal e não mero coadjuvante.
Quadro comparativo: poderes arts. 52 e 53, CPC
Simples 
 Sua atividade (processual) é
subordinada à do assistido: impedido
de praticar atos contrários ao do
assistido; sempre como “...auxiliar do
assistido...” – art. 52,CPC;
 Pode oferecer contestação, pedir a
produção de provas, participar de
audiência de instrução e julgamento,
recorrer, porém, sempre com a
vontade tácita ou expressa do
assistido;
 Atos proibidos: a disposição de
direitos do assistido, como renúncia à
pretensão ou transação sobre diretos
controvertidos, porque a lide é do
assistido – art. 53, CPC.
Litisconsorcial
 O conteúdo do debate no processo -
plano material - também pertence ao
assistente litisconsorcial: seus
poderes são os mesmos de um
litisconsorte facultativo;
 Atua com total independência e
autonomia: sua atividade não está
subordinada à do assistido;
 Mesmo que o assistido renuncie à
pretensão ou tansija, pode o
assistente atuar de modo contrário,
porém, desprovido de eficácia;
 Somente a anuência do assistente
tem efeito a desistência da ação,
transação, renúncia ao direito,
reconhecimento jurídico do pedido,
pois o direito que se discute é de
todos ao mesmo tempo;
 Praticados por um, são desprovidos
de eficácia, já que mereciam a
anuência dos demais litisconsortes;
Procedimento:
 Cabível em qualquer procedimento e em qualquer tempo ou
grau de jurisdição, desde que não transitada em julgado a sentença
– art. 50, § único, CPC;
 Preclusão – art. 50, § único, segunda parte, CPC;
 Impugnação ao pedido de ingresso do assistente – art. 51, CPC;
 Coisa julgada limites: art. 55, CPC – aplicável apenas à assistência
simples – não se permite discutir “a justiça da decisão”, salvo as
hipóteses previstas na lei;
 Quanto à assistência litisconsorcial, é indiscutível que a coisa
julgada o alcança - exceção ao art. 472, primeira parte, CPC.
II. Oposição: arts. 56 a 61, CPC.
 Noções: O terceiro opoente se considera titular de direito ou
coisa sobre os quais controvertem as partes originárias em
processo em curso.
 Conceito: “É uma verdadeira ação em que alguém ingressa em
processo alheio pretendendo, no todo ou em parte, a coisa ou o
direito discutidos entre autor e réu (Vicente Greco Filho).
 Exemplo: “Caio propõe ação reivindicatória em face de Tício, e
Mévio se acha o verdadeiro proprietário do bem, podendo oferecer
oposição em face dos primitivos sujeitos da demanda originária,
para que seja reconhecido como o real titular do direito
controvertido”. (Alexandre Freitas Câmara).
Procedimento: arts. 57 a 60, CPC.
Formam-se duas ações: oposição e principal - a primeira prejudicial 
da segunda – art. 61, CPC; Há, em regra, duas relações jurídicas: 
declaratória em relação ao autor da ação principal e, condenatória 
em face do primitivo réu.
Cabível em qualquer tempo, antes da sentença; após, admite-se 
ação autônoma;
Oposição e ação serão julgadas pela mesma sentença, se a primeira 
for oferecida antes da audiência; se após, a oposição terá rito 
ordinário, julgada por sentença distinta, sem prejuízo da ação 
principal, podendo, a critério do juiz, ser julgada em conjunto com a 
oposição (arts. 59 e 60, CPC). 
III. Nomeação à autoria: arts. 62/69, CPC.
 Conceito: Instituto por meio do qual se introduz no processo
aquele que deveria ter sido originariamente demandado, na
condição de réu, deixando de ser terceiro.
 Finalidade: correção da legitimação passiva, autorizada por lei,
do contrário, o processo seria extinto sem resolução de mérito( art.
267, VI, CPC). Portanto, a lei autoriza ao réu ilegítimo indicar o
verdadeiro réu.
 Hipóteses: (i) detentor de coisa alheia, se demandado em nome
próprio (art. 62) – Exemplo: ação de despejo contra
detentor(sublocatário)/administrador de imóvel; (ii) ação de
indenização por dano causado à coisa, por orientação de outro (art.
63) – Exemplo: ação de indenização movida contra caseiro que
cumpriu instrução do dono podando árvores junto ao muro.
Procedimento
 A legitimidade é exclusiva do réu, que detém a coisa em nome
alheio, como, por exemplo, nos casos do detentor, zelador e
caseiro.
 Procedimento: arts. 64/68, CPC;
IV. Denunciação da lide – arts. 70/76, CPC.
Objetivos: “...embutir no mesmo procedimento a solução de um
segundo conflito, em que sendo sucumbente o réu, nasce
simultaneamente à sua condenação e a condenação do terceiro
denunciado”, como afirma Luiz Rodrigues Wambier e Outros (Curso
avançado de processo civil, v. 1, 10ª. Ed., 2008, p. 296).
Evita-se, assim, eventual ação de regresso do réu face ao
denunciado, observando o princípio da economia processual.
Hipóteses previstas no CPC:
(i) Art. 70, I, CPC - Evicção – art. 447 do CC/2002 – é a perda da coisa ou 
direito real para outrem por decisão judicial transitada em julgado. 
Exemplo: Caio reivindica a coisa(bem) de Mévio que, por sua vez, recebeu 
de Tício a coisa(bem). Mévio funciona como denunciante de Tício, 
denunciado, ambos, porém, são litisconsortes perante o autor. Caso 
Mévio seja condenado em perdas e danos, este executará Tício.
(ii) Art. 70, II, CPC – prescreve a faculdade de denunciação da lide ao 
proprietário ou ao possuidor indireto, nos casos de obrigação ou direito. 
Exemplo: A, proprietário vizinho, move ação de indenização contra B, por 
prejuízos causadosao seu imóvel. Sendo B mero locatário, possuidor 
direto do imóvel, deve denunciar C, proprietário do imóvel ou possuidor 
indireto.
Obs.: Denunciação da lide e nomeação à autoria: na denunciação, 
denunciante e denunciado ficam no processo, enquanto na nomeação, 
o nomeado assume o pólo passivo da ação.
(iii) Art. 70, III, CPC – Agrega-se as hipóteses de ação de regresso ou 
ações de garantia, previstas em lei ou contrato.
Exemplo: ação de indenização, por colisão de veículos, movida pela 
vítima em face do causador do acidente e, este denuncia a lide a 
seguradora.
Em síntese: Das hipóteses examinadas, apenas a primeira(i) é 
obrigatória a denunciação da lide – art. 70, I, CPC, para se resguardar 
dos efeitos da evicção, em conformidade com o art. 456, caput, do 
CC/2002; as demais hipóteses podem se valer de ação autônoma de 
pretensão condenatória. Portanto, essa últimas são facultativas. 
Procedimento: arts. 71/75, CPC.
. A denunciação da lide é verdadeira ação incidental, cujo 
julgamento está condicionado à sucumbência do 
litisdenunciante na ação principal;
. Ambas são julgadas numa única sentença;
.Há entre elas relação de prejudicialidade, onde a ação principal 
é julgada primeiro(art. 76, CPC). 
V. Chamamento ao processo – arts. 77/80, CPC.
 Conceito: Meio de formação de litisconsórcio passivo, por
iniciativa do réu. É uma exceção, pois a facultatividade do
litisconsórcio é sempre ligada à figura do autor.
 Finalidade: Criação de título executivo(art. 80, CPC) para
posterior sub-rogação, prestigiando o princípio da economia
processual.
 Em síntese: objetiva a liquidação da responsabilidade
recíproca dos devedores.
 Características: Cabível em processos de conhecimento e de
natureza condenatória.
 Exemplos: Fiança e solidariedade passiva (art. 77, I, II e III,
CPC).
Anteprojeto CPC – Projeto de Lei 
166/2010(SF)
 Propõe a introdução do amicus curiae como 
hipótese de intervenção de terceiros (art. 320);
Mantém a assistência (arts. 321 a 326);
Funde os casos de denunciação da lide e de 
chamamento ao processo sob o nome de 
“chamamento” (arts. 327 a 332);
Extingue a oposição e a nomeação à autoria.