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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA AMAZÔNIA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA AMAZÔNIA
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
AMANDA MARIA DE SOUZA ANICETO
JUCINELMA SILMÕES CARVALHO
MILEID DA SILVA BOMFIM
SEGURO
Boa Vista -
RR
AMANDA MARIA DE SOUZA ANICETO
JUCINELMA SILMÕES CARVALHO
MILEID DA SILVA BOMFIM
SEGURO
Trabalho de Graduação Interdisciplinar apresentado como parte obrigatória no 4° semestre do Curso de Bacharelado em Direito, Turma: 2001, do Centro Universitário Estácio da Amazônia, sob a orientação Warner Velasque Ribeiro.
Boa Vista -
RR
ORIGEM HISTÓRICA
 A história do seguro remonta a séculos antes de Cristo, com a comercialização de camelos no Oriente, bem como no ramo da navegação, pois o comércio exterior entre os países se dava apenas por mar.
Em 3.000 a.C., na Mesopotâmia, informações gravadas em tábuas de argila, em escrita cuneiforme, relatam que em 2.300 a.C. os mercadores babilônicos já tinham sua forma de se proteger dos eventos que poderiam ocorrer às caravanas nas travessias dos desertos, no caso da perda de camelos ao longo da viagem, os mercadores uniam-se nessas travessias de maneira a garantir o pagamento dos animais perdidos.
Com o desenvolvimento do comércio marítimo, as convenções se aperfeiçoam visando à proteção contra riscos futuros. Em 1.600 a.C., os fenícios tinham convenções que garantiam construções de novos barcos para os armadores em substituição aos que fossem perdidos e, criaram, ainda, um fundo de reserva formado de parte dos lucros de maneira a fazer frente a eventuais prejuízos de viagens futuras.
A talassacrossia grega também foi responsável por avanços nas formas embrionárias de seguro. Data de 900 a.C., na Ilha de Rodes, o surgimento da Lex Rhodia de Jactu de proteção contra os perigos do mar, chamada de Lei de Rodes, que formavam o Código Navale Rhodorium, adotado por várias potências marítimas, que dentre as regras tinha a de que no caso de ser indispensável atirar mercadorias no mar, o prejuízo resultante deveria ser reparado pela contribuição de todos os envolvidos na empreitada.
Em 600 a. C., as Leis de Atenas criavam caixas de auxílio mútuo, corporativas ou religiosas, visando a prevenção de gastos inesperados e me 500 a. C, gregos e fenícios passam a agrupar diversas pessoas de maneira a juntos formarem uma reserva de recursos, de modo que, no caso de infortúnios, ninguém arcaria sozinho com as despesas.
Com o início da Baixa Idade Média, com o reaquecimento do comércio marítimo, os seguros ganham mais importância. Em 1.115, o Papa Alexandre IV torna obrigatório segurar os bens eclesiásticos contra roubos. Em 1.190, o rei Ricardo Coração de Leão faz melhorais na Lex Rhodia de Jactu, passando os seguros marítimos a gozar de certa importância. Em 1.293, o rei D. Diniz de Portugal institui a primeira fora de seguro, exclusivamente para atividades marítimas. Em 1.300, na Inglaterra e Itália já se poderia “segurar” a vida humana com um seguro marítimo que garantia um pagamento no caso de perda de um homem no mar.
Em 1.318, surge a Ordenança de Pisam a primeira legislação sobre seguros nos moldes atuais. Para os historiadores, foi em 1.347, que se deu o primeiro contrato de seguro, que era referente a um transporte de mercadorias entre Gênova e a ilha de Maiorca, e, com o qual, surgiu a primeira apólice de seguro.
Devido às condições históricas, foi em Portugal, em 1.383, ano da Revolução de Avis, que ocorreu o grande desenvolvimento do seguro, com a subida ao trono de D. João (Mestre de Avis), representante da classe mercantil, com a publicação da primeira lei nacional sobre seguros.
Somente em 1.488 é que se tem notícia da primeira apólice de seguros terrestres, em favor do Rei de Nápoles referente a uma valiosa coroa a ser transportada de Florença até seu reino e em 1.583, é emitida a primeira apólice de seguro de vida pela Real Bolsa de Londres, referente à vida de um londrino proprietário de salinas, William Gybbons.
Com o desenvolvimento dos cálculos de probabilidade, tornou-se possível avaliar melhor os riscos referentes ao interesse a ser segurado. Em 1.654, com o trabalho “Geometria do Acaso” de Pascal, foi possível a elaboração de “tábuas de mortalidade” e, com base nesse trabalho, em 1.671, o holandês Johan de Witt calculou a probabilidade de uma pessoa, em cada ano de sua vida, morrer num determinado período de tempo.
Em 1.660, em Londres, Edward Lloyd abre um café, ponto de encontro de navegadores e de pessoas interessadas em negócios de seguros e, a partir deste café, em 1.678, surge a “Lloyd’s Underwriters” (tomadores de riscos), corporação que se tornou uma bolsa de seguros existente até hoje. Em 1.666, antes de converter-se em corporação, houve o grande incêndio de Londres, que poupou o então, ainda café “Lloyd’s”, que logo em seguida logo em seguida passou a negociar também os primeiros seguros contra incêndios. Fato que marca o surgimento de um novo e vultoso filão para os seguros ao lado dos de comércio marítimo.
Em 1.846, com a criação da Colônia de Resseguros na Alemanha, passa-se a poder segurar os mais variados interesses, e ainda, na primeira metade do século XX, amplia-se o campo de abrangência de seguros, por obra de países como os EUA, podendo-se, atualmente, segurar até contra divórcios e o nascimento de gêmeos.
No Brasil, o contrato de seguro, teve início com D. João, que, em 1.808, assinou o decreto que autorizava o funcionamento da primeira companhia de seguros do país, a Companhia de Seguros Boa Fé, na Capitania da Bahia, seguida, no mesmo ano e capitania, pela Companhia de Seguros Conceito Pública, ambas voltadas para o mercado de seguros marítimos.
Após a independência, foi autorizado, 1.828, o funcionamento da primeira companhia de seguros do Império, a Sociedade de Seguros Mútuos Brasileiros, também voltados para o mercado marítimo. No ano seguinte surgem seguros de cartas e maços de papeis para o caso de extravio. Após a promulgação, em 1.850, do Código Comercial Brasileiro, que regulou os seguros marítimos, surgem onze seguradoras nacionais atuando nesse ramo. Na mesma época começam a atuar no ramo de incêndios e de vida, sendo duas delas especializadas em atuar contra a mortalidade de escravos, que eram segurados como mercadorias ou bens.
Em 1.860, antes de ser autorizado o funcionamento de companhias estrangeiras no país, o governo imperial, por meio de dois decretos começou a exercer certo controle no ramo de seguros. Com o início da República, em 1.901, por meio do Regulamento Murtinho, cria-se o primeiro órgão fiscalizador da atividade de seguros, a Superintendência Geral de Seguros.
Em 1.919 torna-se obrigatório o seguro de acidentes de trabalho em todas as empresas industriais e na década de 30, é fundada a Atlântica Companhia Nacional de Seguros, atual Bradesco Seguros, que viria a se tornar a maior companhia no setor na América Latina. No ano de 1.939, é criado o Instituto de Resseguros do Brasil, existente até hoje, grande responsável pelo desenvolvimento da atividade securitária no mercado nacional. 
No ano de 1.966, tem início a reforma do setor de seguros, sendo criado o Sistema Nacional de Seguros Privados (Decreto-Lei n. 73), composto pelo conselho Nacional de Seguros Privados, pela Superintendência de Seguros Privados, pelo Instituto de Resseguros do Brasil, pelas seguradoras e corretores.
Conceitos
O contrato de seguro está disciplinado no Código Civil Brasileiro, nos artigos 757 a 802, como sendo uma espécie contratual em que uma parte denominada segurador, assume os riscos de terceiro, denominado segurado, mediante o pagamento de um prêmio.
Dessa forma, possui cinco elementos distintos, quais sejam, o segurador, o segurado, o sinistro, o prêmio e o risco segurado.
O segurador é pessoa jurídica de direito privado, constituído na forma de Sociedade Anônima que só pode funcional mediante autorização do Poder Público e assume no contrato os riscos provenientes de eventual sinistro.
O segurado pode ser pessoa física oujurídica que transfere o risco sobre um bem jurídico, que vai desde a própria vida até o seu patrimônio, ao segurador que assumirá a obrigação de indenizar na hipótese de ocorrer sinistro previsto em contrato.
O sinistro é qualquer evento previsto capaz de lesar o bem jurídico protegido.
O prêmio é o valor pago pelo segurado ao segurador para que este assuma os riscos de eventual ocorrência de um sinistro.
O risco segurado trata dos limites de cobertura do contrato de seguro.
CARACTERÍSTICAS
 Contrato de natureza bilateral ou sinalagmático: constitui obrigações para ambos os contraentes. As partes são sujeitos de direitos e deveres, um tem como uma de suas prestações a de pagar o prêmio e o outro tem como contraprestação pagar a indenização em se concretizando o risco.
 Oneroso: traz prestações e contraprestações para as partes.
 Aleatório: por não haver equivalência entre as prestações, o segurado não poderá antever, de imediato, o que receberá em troca da sua prestação, pois o segurador assume o risco, devendo ressarcir o dano sofrido pelo segurado, se o evento incerto e previsto no contrato ocorrer. O ganho ou a perda dos contraentes dependerá de fatos futuros e incertos, previstos no contrato.
 Consensual: a forma escrita não é mais exigida. Apesar de previsto a forno Código Civil de 2002, em seu artigo 760, para a maioria dos doutrinadores a formalidade não é a substância do ato, tendo apenas caráter probatório. O seguro surge do acordo de vontades, concluindo-se o contrato com o consentimento das partes, coforme prevê o art. 758: ‘O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete do seguro, e, na falta destes, por documento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio’.
 Por adesão: as cláusulas já estão impressas, sendo impostas ao segurado, e este não as discute.
 Boa-Fé Objetiva: Não haverá contrato se um dos contratantes não estiver utilizando-se de boa-fé. Conforme prevê o artigo 768, do Código Civil: “ Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar intencionalmente o risco objeto do contrato.” E também os artigos 765 e 766 do mesmo Diploma Legal: “Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados a guardar na conclusão e na execução do contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade, tanto a respeito do objeto como das circunstâncias e declarações a ele concorrentes. Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito a garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido. Parágrafo Único. Se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do segurado, o segurador terá direito a resolver o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro, a diferença do prêmio.” 
 Execução continuada: o contrato deve subsistir por algum tempo, mesmo que exíguo. O risco depende do lapso temporal, sendo ele maior ou menor.
Requisitos - Objeto e boa-fé 
 Subjetivos: Relacionado às partes integrantes do contrato. Para ser segurador, não poderá ser pessoa física, já para ser segurado são admitidas quaisquer pessoas, contanto que possuam os requisitos necessários a qualquer contrato, segundo previsão do artigo 104, CC.
 Objetivos: Relacionado ao objeto do contrato. As partes convencionarão a espécie ou a combinação das espécies.
 Formais: Refere-se aos documentos gerados por este contrato. Como, sua comprovação através do pagamento, o instrumento do contrato ser a apólice que o torna perfeito.
 São dois: 
O risco ou um interesse segurável (objeto) e a boa-fé dos contratantes.
No tocante ao risco, o artigo 757 dispõe que o pelo contrato de seguro pode-se "garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados". Isto é,  o objeto do contrato - a garantia de interesse legítimo é aquele que está descrito na apólice do seguro, devendo ser lícito, possível. Seu valor deve ser determinado. A boa-fé é uma das principais exigências em um contrato de seguro, conforme a redação do artigo 765 do CC: "O segurado e o segurador são obrigados a guardar na conclusão e na execução do contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade, tanto a respeito do objeto como das circunstâncias e declarações a ele concernentes". Isto é, "se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito à garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido" (art. 766, CC).
Risco: O risco é um acontecimento futuro e incerto, mas que o segurado tenha certo receio que aconteça e que deseja dar garantia a esse bem. Esse será o objeto do contrato.
Sujeitos:
Segurador: é aquele que suporta o risco, assumindo mediante o recebimento do prêmio, obrigando-se a pagar uma indenização. Assim, o prêmio é a garantia pecuniária que o segurado paga à seguradora para obter o direito a uma indenização se ocorrer o sinistro oriundo do risco garantido e previsto no contrato, o risco constituirá num acontecimento futuro e incerto, que poderá prejudicar os interesses do segurado, provocando-lhe uma diminuição patrimonial evitável pelo seguro, e a indenização é a importância paga pela seguradora ao segurado, compensando-lhe o prejuízo econômico decorrente do risco e assumido na apólice da seguradora. A atividade do segurador é exercida por companhias especializadas, isto é, por sociedades anônimas, mediante prévia autorização do governo federal (ASSP,1.852:74; CF 88,art.192,II, com redação da EC 13/96; lei nº 8.177/91, art. 21;CC, art.757, paragrafo único), ou cooperativas devidamente autorizadas (Dec- Lei nº 73166, art.24; Regulamento nº 59.195/66), porém tais cooperativas só poderão operar em seguros agrícolas e seguros de saúde.
Segurado: é o que tem interesse direto na conservação da coisa ou da pessoa, fornecendo uma contribuição periódica e moderada, isto é, o prêmio, em troca do risco que o segurador assumirá de, em caso se incêndio, abalroamento, naufrágio, furto, falência, acidente, morte, perda das faculdades humanas, etc. indenizá-los pelos danos sofridos. Dessa forma, ao contrário do que se dá com o segurador, qualquer pessoa pode figurar na posição de segurado, sendo necessário, em princípio ter capacidade civil.
Beneficiário: é uma figura que exsurge nos contratos de seguro de vida e no obrigatório de acidentes pessoais em que ocorre morte por acidente e que consiste na pessoa a quem é pago o valor do seguro, a “indenização”. Nos casos em que o beneficiário é um terceiro, ou seja, um estranho a relação contratual estaremos diante de um caso de estipulação em favor de terceiro. Tal estipulação ocorre quando uma pessoa convenciona com outra que está concederá uma vantagem ou benefício em favor daquele que não é parte no contrato. É o que ocorre nos seguros de vida em favos de terceiro: o estipulante convenciona com o segurador que ocorrendo o sinistro, o valor do seguro será pago a um terceiro. Não é qualquer pessoa que pode figurar como beneficiário.
Co-segurador: no caso de seguros vultosos, pode acontecer de uma pluralidade de seguradores dar cobertura simultaneamente e a um mesmo risco, configurando-se a multiplicidade de seguros. Contudo o art.778, CC, dispõe que “nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato...”. Dessa maneira, é defeso ao segurador celebrar mais de um contrato relativo ao mesmo bem, pelos mesmos riscos de maneira que, em ocorrendo o sinistro, receba-se a indenização integral de todos os seguradores. Isto se dá, pois o contrato não é instrumento de lucro.
Ressegurador: a figura do resseguro consiste na transferência de parte ou toda responsabilidade do segurador para o ressegurador, com a finalidade de distribuir para mais de um segurador a responsabilidade pelo adimplemento da contraprestação.Na verdade, o resseguro consiste no “seguro do seguro”, uma vez que é o segurador que transfere a sua responsabilidade ou “um seguro mediato”, na medida em que é um seguro assumido entre o segurador e a resseguradora.
 Objeto
Interesse: Sílvio Venosa aponta como objeto do seguro o interesse segurável, sendo o posicionamento mais correto entre os doutrinadores, na medida em que é o mais abrangente. Sob o rótulo de interesse segurável pode--se colocar qualquer relação econômica ameaçada ou posta em risco. Ou seja, tudo o que puder ser passível de apreciação econômica e até aquilo que não pode como a doutrina aponta, a vida pode ser objeto de seguro. Atualmente, praticamente todos os interesses são passíveis de cobertura, com exceção dos excluídos pela lei, tais como, os relativos a atos dolosos ou ilícitos e os de valor superior ao do bem.
 Risco: consiste o risco no acontecimento futuro é incerto previsto no contrato, suscetível de causar dano. Quando este evento ocorre, a técnica securitária o denomina sinistro. A obrigação de garantia contida no seguro, só obriga a seguradora a pagar a indenização quando o risco se concretiza, de maneira que este acontecimento torna-se essencial.
Forma: como já dissemos anteriormente ao tratarmos das características do contrato de seguro, grande parte da doutrina defende que ele é consensual, ou seja, basta o acordo de vontades, para a conclusão do contrato. A posição defendida por alguns doutrinadores, como Maria Helena Diniz, é de que o seguro é formal. O novo código civil deu uma redação mais clara ao dispositivo que trata da importância da apólice, adotando o posicionamento da maioria da doutrina, quanto ao caráter probatório deste instrumento. Importante observar o que diz o art. 758, CC – “o contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete do seguro, e, na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio”. Em relação ao contrato de seguro, podemos identificar a presença de requisitos subjetivos, objetivos e formais. Os requisitos subjetivos relacionam-se com as partes que integram o contrato. Desse modo, o segurador não poderá ser pessoa física, já o segurado admite-se que seja qualquer pessoa, desde que possua os requisitos necessários exigidos pelo Código Civil, ou seja, é necessária a capacidade geral. Em relação aos requisitos objetivos, ainda de acordo com o autor supracitado, estes se relacionam com o objeto do contrato, sendo que a espécie ou a combinação das espécies serão convencionadas pelas partes.
Por fim, os requisitos formais referem-se a documentos, posto que o instrumento seja sempre escrito, gerado por este contrato, sendo a apólice o referido instrumento. Dessa maneira, observamos a existência de quatro tipos de apólices: simples, flutuante, portador e nominativa. As apólices simples são as que determinam com precisão o objeto do seguro. As apólices flutuantes são as que definem as condições gerais do seguro. As apólices portadoras são as que se transferem por tradição simples. Já as nominativas são as que mencionam o nome do segurado.
Contrato de seguro de pessoa
 O seguro de pessoa tem por finalidade beneficiar a vida e as faculdades humanas. Diferentemente do seguro de dano, não tem caráter indenitário. Seu valor não depende de qualquer limitação e varia de acordo com a vontade e as condições financeiras do segurado, que pode fazer tantos seguros quantos desejar. O seguro de pessoa, portanto, visa resguardar, estabelecendo-se um valor fixado em contrato, a vida, incapacidades e de acidentes pessoais. Diferentemente do seguro de danos, no seguro de pessoa se fala em prestação, que é o valor estipulado em contrato. Desta forma, admitem-se dois seguros de vida, eis que não se fala em indenização, sendo perfeitamente permitido diante de condições financeiras do segurado.
Ressalta-se que há, também, o seguro saúde, que é tratado em lei específica e não está regulado no Código Civil, lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998. 
Quando contratada como se fosse garantia adicional do seguro de vida, a garantia para morte acidental denomina-se indenização especial por acidente (IEA) e a garantia de invalidez passa a ser denominada invalidez permanente por acidente (IPA). “No seguro de vida, o interesse segurado é a duração da vida humana; já no seguro de acidentes pessoais, o risco é a morte ou invalidez do segurado em decorrência de um acidente. Além disso, no seguro de vida vitalício, o evento temido é a morte, que é certa, sendo, contudo, incerto o momento em que ela irá ocorrer. Por outro lado, no caso do seguro de acidentes, a incerteza diz respeito tanto ao quando e se irá ocorrer a morte violenta, a qual é exigida nesta espécie de seguro”. Vale a pena ressaltar que o contrato de seguro de pessoa pode-se estabelecer um terceiro beneficiário para receber a indenização em caso de morte do segurado, por exemplo. E, conforme regra do artigo 791 do Código Civil, se o segurado não renunciar à faculdade, ou se o seguro não mencionar como causa declarada a garantia de alguma obrigação, é legal a substituição do beneficiário por ato em vida ou de última vontade. Nos seguros de vida presume-se o interesse quando o segurado for cônjuge, ascendente ou descendente do proponente, entendendo a doutrina a existência de possibilidade de uma extensão ao companheiro (a) dessa regra estipulada no artigo 790, do Código Civil, conforme Enunciado número 186 do CJF/STJ, da III Jornada de Direito Civil, “o companheiro deve ser considerado implicitamente incluído no rol das pessoas tratadas no art. 790, parágrafo único, por possuir interesse legítimo no seguro da pessoa do outro companheiro”.
Na falta de pessoa ou beneficiário indicado, ou não prevalecer a que foi estipulada por motivo qualquer, o capital segurado será pago pela metade ao cônjuge não separado judicialmente, e o restante aos herdeiros do segurado, na falta destes, receberão os que comprovarem judicialmente a relação com o segurado e a necessidade de subsistência (artigo 792 do Código Civil).
É também de grande importância mencionar, que a prestação objeto do seguro não está sujeita às dívidas do segurado, não se considerando como herança ou mesmo constituindo espólio do segurado. Tratando-se do seguro de vida em grupo ou coletivo: Nos seguros de vida em grupo, o cálculo atuarial do prêmio e do capital é feito como na generalidade dos produtos securitários. Computa-se a quantidade de sinistros que devem se verificar no transcorrer do prazo do contrato e a partir dela se definem os valores do seguro. O fator relevante considerado nesse cálculo é, claro, a idade dos segurados. Os mais jovens do grupo pagam prêmio mais alto do que o diretamente relacionado ao risco de sua morte. Isso possibilita que os segurados mais velhos do mesmo grupo possam pagar prêmio mais baixo do que o de risco a eles associado. E diferenciando-se, traz o seguro de vida individual, sendo: “Nos seguros de vida individual”, parte do prêmio pago no início do contrato é destinada à constituição de uma provisão vinculada ao segurado denominada reserva matemática. Ela se destina a viabilizar um prêmio em valor acessível ao mesmo segurado no fim do contrato, quando o risco de sua morte é mais elevado. Se o segurado quiser resolver o contrato, ele pode resgatar a reserva matemática (resgate). Além disso, à sua opção, pode proporcionalizar o capital devido aos prêmios pagos (saldamento).
Seguro de Pessoas
Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipulado pelo proponente, que pode contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos seguradores. No seguro sobre a vida de outros, o proponente é obrigado a declarar, sob pena de falsidade, o seu interesse pela preservação da vida do segurado. Até prova em contrário, presume-se o interesse, quando o segurado é cônjuge, ascendente ou descendente do proponente.
Beneficiário
Na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou se por qualquer motivo não prevalecer a que for feita, o capitalsegurado será pago por metade ao cônjuge não separado judicialmente, e o restante aos herdeiros do segurado, obedecida a ordem da vocação hereditária. Na falta das pessoas indicadas como beneficiários, serão beneficiários os que provarem que a morte do segurado os privou dos meios necessários à subsistência. É válida a instituição do companheiro como beneficiário, se ao tempo do contrato o segurado era separado judicialmente, ou já se encontrava separado de fato.
Substituição de Beneficiário
Se o segurado não renunciar à faculdade, ou se o seguro não tiver como causa declarada a garantia de alguma obrigação, é lícita a substituição do beneficiário, por ato entre vivos ou de última vontade. O segurador, que não for cientificado oportunamente da substituição, desobrigar-se-á pagando o capital segurado ao antigo beneficiário.
Não Sujeição à Dívida ou Herança
No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de morte, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança para todos os efeitos de direito. É nula, no seguro de pessoa, qualquer transação para pagamento reduzido do capital segurado.
Prazos
O prêmio, no seguro de vida, será conveniado por prazo limitado, ou por toda a vida do segurado. No seguro de vida para o caso de morte, é lícito estipular-se um prazo de carência, durante o qual o segurador não responde pela ocorrência do sinistro. Neste caso o segurador é obrigado a devolver ao beneficiário o montante da reserva técnica já formada.
Falta de Pagamento
Em qualquer hipótese, no seguro individual, o segurador não terá ação para cobrar o prêmio vencido, cuja falta de pagamento, nos prazos previstos, acarretará, conforme se estipular, a resolução do contrato, com a restituição da reserva já formada, ou a redução do capital garantido proporcionalmente ao prêmio pago.
Suicídio
O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência inicial do contrato, ou da sua recondução depois de suspenso, observado a restituição da reserva já formada, ou a redução do capital garantido proporcionalmente ao prêmio pago. Ressalvada a hipótese prevista no parágrafo anterior, é nula a cláusula contratual que exclui o pagamento do capital por suicídio do segurado.
Condições Gerais
O segurador não pode eximir-se ao pagamento do seguro, ainda que da apólice conste a restrição, se a morte ou a incapacidade do segurado provier da utilização de meio de transporte mais arriscado, da prestação de serviço militar, da prática de esporte, ou de atos de humanidade em auxílio de outrem. Nos seguros de pessoas, o segurador não pode sub-rogar-se nos direitos e ações do segurado, ou do beneficiário, contra o causador do sinistro.
Seguro em Grupo
O seguro de pessoas pode ser estipulado por pessoa natural ou jurídica em proveito de grupo que a ela, de qualquer modo, se vincule. O estipulante não representa o segurador perante o grupo segurado, e é o único responsável, para com o segurador, pelo cumprimento de todas as obrigações contratuais. A modificação da apólice em vigor dependerá da anuência expressa de segurados que representem três quartos do grupo.
 Inaplicabilidade
Não se compreende nas disposições deste tópico a garantia do reembolso de despesas hospitalares ou de tratamento médico, nem o custeio das despesas de luto e de funeral do segurado.
A natureza jurídica do contrato de Co-Seguro
 O co-seguro é comumente definido como uma modalidade de seguro múltiplo ou pluralidade de seguros, o que em verdade, não retrata com muita precisão sua natureza jurídica. Existem diversos contratos de seguros plúrimos, razão pela qual é necessário fazer a distinção entre o co-seguro e os demais. Como é cediço, para os seguros de danos vige o princípio informativo de que o contrato não pode ser fonte de enriquecimento para o segurado, devendo a reparação estar limitada ao valor do dano experimentado, observado o limite de cobertura estipulado na respectiva apólice. Com efeito, o seguro de dano possui caráter indenizatório, vale dizer, visa propiciar uma reparação ou ressarcimento em virtude do surgimento do sinistro cujo risco de sua ocorrência se encontrava coberto pelo contrato de seguro.1 Em face de referido princípio, a realização de mais de um seguro cobrindo o mesmo risco, num mesmo espaço de tempo, e pelo mesmo valor, implicará na perda do direito à indenização, subsistindo o dever de pagamento do valor integral do prêmio, conforme o capitulado nos artigos 778 e 766, do Código Civil. A doutrina denomina-os de seguros cumulativos, sobre-seguros ou seguros duplos, proibidos pelo ordenamento jurídico.2 De tal sorte, o seguro cumulativo vedado pela lei consiste na estipulação de diversas coberturas sobre um único risco, no mesmo valor e com vigência simultânea. De outro modo, é admissível a celebração de mais de um seguro, cada qual resguardando um dos riscos a que se expõe o bem segurado. Acresce salientar que o co-seguro não se confunde com o resseguro, o qual descreve-se como “um instrumento de distribuição de cobertura de risco entre duas companhias, sendo uma delas a seguradora, que contrata com os segurados, e a outra, a resseguradora, que cobre parte da prestação na hipótese de verificação de sinistro”, conforme Fábio Ulhoa Coelho. 3 Verifica-se, portanto, que no resseguro, não existe relação jurídica alguma entre o segurado e a resseguradora, mas, somente entre a seguradora e a empresa resseguradora. Esta última responderá perante a seguradora, quando do sinistro, dentro da parcela do risco que tiver assumido.4 O quanto esclarecido até aqui não se aplica aos seguros de vida, pois para qualquer de suas modalidades não há impedimento para a celebração de diversas coberturas, porque à vida não se pode estabelecer um valor, ficando ao alvedrio do segurado ou estipulante fixar o valor da importância a ser recebida quando suceder o fato objeto da apólice. O co-seguro, por sua vez, caracteriza-se por haver uma repartição dos riscos entre mais de uma companhia seguradora, geralmente, para atender aos interesses das próprias seguradoras, tendo em vista ser o objeto segurado de montante bastante expressivo. Assim, as diversas empresas seguradoras se cotizam, cada qual respondendo por um porcentual ou quota referente à importância segurada.5 Há nesta espécie de seguro um único contrato, conquanto realizado com mais de uma companhia, estando facultado a emissão de apenas uma apólice ou mais de uma, entretanto, todas elas devem possuir as mesmas cláusulas e condições, ressalvada a participação individual de cada uma na garantia oferecida.
 Os efeitos materiais e processuais da representação no Co-Seguro 
Conforme acima mencionado, até a inclusão no ordenamento jurídico pátrio da norma do artigo 761, a regulamentação do seguro era lacunosa, tendo como o ponto de maior tensão a existência, ou não, de solidariedade entre os co-seguradores em face do segurado. O Pretório Excelso, em meados dos anos 1970 e na esteira da legislação vigente, decidiu que, como a solidariedade não se presume, devendo decorrer da lei ou de convenção, razão pela qual, ausente esta última, não há solidariedade entre os co- 12 a representação no negócio jurídico. São Paulo: RT, 2001, pp. 124/5. Seguradores (RE nº 82.392/SP, v.u., 2ª T.; Rel. Min. Thompson Flores, j. 07.05.1976, DJ 08.07.1976). A análise do direito estrangeiro demonstra não haver unanimidade no tratamento legislativo sobre o tema. O Código Civil italiano estabelece em seu artigo 191113, que cada segurador está obrigado ao pagamento da indenização segurada somente na proporção da respectiva quota, mesmo quando um único for o contrato assinado por todos os seguradores. Perante a legislação argentina, cada seguradora arca com o montante pelo qual se responsabilizou salvo havendo estipulação especial no contrato de seguro ou entre os diversos seguradores. Leciona Halperin que frequentemente os seguradores elegem um dentre eles para atuar como representante de todos. 14 Na Espanha,igualmente, salvo estipulação em sentido contrário, cada segurador é obrigado a pagar a indenização do seguro na proporção de sua quota respectiva. A despeito desta regra, a lei criou a figura do(s) segurador(es) delegado(s) legitimado(s) a assinar todos os documentos pertinentes ao seguro, exigir o seu cumprimento, e receber as reclamações feitas pelo segurado.15 13 Art. 1911 - “Coassicurazione - Qualora la medesima.
     Espécie de Seguros
Leciona Gonçalves[23]:
“Os seguros privados podem ser divididos em terrestres, marítimos e aéreos”. Os primeiros subdividem-se em seguro de coisas e seguro de pessoas e podem especializar-se em operações de seguros de vida, de seguros mútuos, de seguro agrário, dos ramos elementares e de capitalização. Podem-se classificar ainda, em seguros individuais e coletivos ou em grupo. O seguro de ramos elementares cobre os riscos de fogo, transporte, acidentes e outros eventos danosos a coisas ou pessoas. [...] O Código Civil de 2002 trata dos seguros terrestres, de coisas e pessoas respectivamente nas seções ‘Do seguro de dano’ e ‘Do seguro de pessoa’. O primeiro subdivide-se em: a) seguro de coisas, cuidando da cobertura de danos a bens imóveis, móveis propriamente ditos e semoventes; e b) seguro de responsabilidade civil, concernente à cobertura por danos a terceiros. O seguro de pessoa, por sua vez, desdobra-se em: a) seguro de vida; e b) seguro de acidentes pessoais.
         Seguro da pessoa
O contrato de seguro da pessoa é explanado nos arts. 789 a 802 do Novo Diploma Civil.
Seguindo a ideologia de Gonçalves, notamos que o seguro da pessoa compreende o seguro de vida, de acidentes pessoais, de natalidade, de pensão, de aposentadoria e de invalidez.
Conforme disposto no artigo 789 do Código Civil de 2002, averiguamos:
“Art. 789. Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipulado pelo proponente, que pode contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos seguradores.” 
O artigo 795, CC, anuncia que é nula nesta espécie de seguro, qualquer tipo de transação para pagamento reduzido do capital segurado.
A respeito do prazo do prêmio no contrato de seguro de vida, leciona o artigo 796, CC:
“Art. 796. O prêmio, no seguro de vida, será conveniado por prazo limitado, ou por toda a vida do segurado.”  
As partes que podem pactuar um contrato de seguro solidariamente, art. 801, CC.
“Art. 801. O seguro de pessoas pode ser estipulado por pessoa natural ou jurídica em proveito de grupo que a ela, de qualquer modo se vincule.”  
Assim sendo, o artigo 802 do Código Civil de 2002 explana as limitações do contrato de seguro de pessoa:
“Art. 802. Não se compreende nas disposições desta Seção a garantia do reembolso de despesas hospitalares ou de tratamento médico, nem custeio das despesas de luto e de funeral do segurado.” 
     Morte voluntária
Seguindo a ideologia de Venosa, o seguro de vida tem como objeto a morte involuntária do segurado. Entende-se como premeditada a auto supressão da vida com predeterminação. Entretanto, se houverem fatores externos, alterações de saúde e psiquismo daí decorrentes, provocadores do suicídio, não isentam a seguradora de indenizar o segurado.
Ressalta-se que se entende a cláusula que exclui o pagamento de indenização como abusiva. O artigo 798, CC, veio para diminuir a discussão sobre esse assunto:
“Art. 798. O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência inicial do contrato, ou de sua recondução depois de suspenso, observado o disposto no parágrafo único do artigo antecedente.
Art. 797. No Seguro de vida para o caso de morte, é lícito estipular-se um prazo de carência, durante o qual o segurador não responde pela ocorrência do sinistro.
Parágrafo único. No caso deste artigo o segurador é obrigado a devolver ao beneficiário o montante da reserva técnica já formada.”  
     Seguro de Vida
No prosseguimento ideológico de Caio Mário, esta espécie de seguro está sendo cada vez mais utilizada.
Este seguro pode abranger a vida do próprio segurado ou de outrem, desde que se comprove legítimo interesse da parte, presumido nos casos de ascendente, descendente e cônjuge do proponente, conforme disposição do artigo 790, Parágrafo Único, do Código Civil:
“Art. 790. No seguro sobre a vida de outros, o proponente é obrigado a declarar, sob pena de falsidade, o seu interesse pela preservação da vida do segurado.
Parágrafo Único. Até a prova em contrário, presume-se o interesse, quando o segurado é cônjuge, ascendente ou descente do proponente. ” 
Existem duas espécies de seguro de vida:
         Seguro de vida propriamente dito: o segurado paga o prêmio indefinidamente ou por tempo limitado e o segurador assume a obrigação de pagar aos beneficiários o valor em função da álea específica da morte do segurado;
       
  Seguro de sobrevivência: convenciona-se a liquidação do contrato antes da morte do segurado, após certo termo ou na ocorrência de certo evento. E.G. seguro para custeio de estudos.
É direito do segurado substituir o beneficiário, independentemente de sua anuência, mas terá o ônus de informar ao segurador sobre a substituição, sob pena de ser válido o pagamento efetivado ao beneficiário substituído.
Conforme menciona Venosa,  o capital segurado é livremente estipulado pelas partes, sendo que o proponente pode convencionar mais de um contrato desta mesma espécie com o mesmo segurador ou outro diverso.
O Código Civil de 2002 inovou na ideologia do pagamento do prêmio no caso de o(s) beneficiário(s) não forem declarados, ou falecerem, quando da redação do art. 792 que disciplina:
“Art. 792”. Na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou se por qualquer motivo não prevalecer a que for feita, o capital segurado será pago por metade ao cônjuge não separado judicialmente, e o restante aos herdeiros do segurado, obedecida a ordem de vocação hereditária.
Parágrafo Único. “Na falta das pessoas indicadas neste artigo, serão beneficiários os que provarem que a morte do segurado os privou dos meios necessários à subsistência.”
“No seguro de vida, o interesse do segurado não é somente egoístico, qual seja, o de permanecer vivo, como também altruístico, no intuito de proteger a família e os entes que lhe estão próximos. No seguro de vida em favor de terceiro, o interesse do contraente é de que ele viva durante a existência do terceiro.” 
Deve-se ressaltar o que institui o artigo 802, do Código Civil de 2002:
“Art. 802. Não se compreende nas disposições desta Seção a garantia do reembolso de despesas hospitalares ou de tratamento médico, nem o custeio de despesas de luto e de funeral do segurado.”  
As espécies de seguro que serão elencadas abaixo serão elucidadas pela magnífica e completa doutrina de Caio Mário.
         Seguro de Dano
Proclama o art. 778 do Novo Diploma Civil:
“Art. 778. Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato, sob pena do disposto no art. 766, e sem prejuízo da ação penal que no caso couber.”  
            Diferentemente do que acontece no contrato de seguro de pessoa, no seguro de dano, o segurado que pretende obter um novo seguro, com o mesmo objeto e contra o mesmo risco, durante a vigência de um contrato, deverá comunicar previamente o segurador a sua pretensão, por escrito, indicando a soma que pretende segurar-se, para comprovar sua obediência ao art. 778, é o que explana o artigo 782 do Código Civil de 2002.
            A regra do artigo 781 Novo Código Civil, no que tange a indenização é clara:
“Art. 781. A indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento do sinistro, e, em hipótese alguma, o limite máximo da garantia fixado na apólice, salvo em caso de mora do segurador.”  
     Seguro contra acidentes
Existem dois tipos de seguro contra acidentes.
       
    Seguro contra acidentes pessoais
Tempor objetivo cobrir os riscos de morte ou de lesão, consequente de um acidente o qual o segurado se exponha. O segurador pagará o valor determinado aos beneficiários se o segurado não sobreviver, ou ao próprio segurado se este estiver acidentado. O artigo 794, do Novo Diploma Civil estabelece uma peculiaridade a este tipo de seguro:
“Art. 794. No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de mote, o capital estipulado não está sujeito às dividas do segurado, nem se considera herança para todos os efeitos de direito.”  
 
        
  Seguro contra acidentes de trabalho
Obrigatório a todo empregador e sua finalidade é a de cobrir os riscos de morte ou de lesão provocados direta ou indiretamente pelo exercício do trabalho. Este contrato é mais bem estudado no Direito do Trabalho no que diz respeito ao contrato de trabalho.
 Seguro de fogo
É a espécie de seguro que cobre os riscos de incêndio, raios e suas consequências. Pode ser facultativo ou obrigatório. É obrigatório nos casos de pessoas físicas ou jurídicas que desempenhem a função de comerciantes, indústrias ou concessionárias de serviços públicos (Decreto nº 5.901, de 29 de junho de 1940), para os bens móveis e imóveis de sua propriedade, que sejam melindrosos a danificação por tais riscos.
 
         Seguro de transporte
Visa assegurar bens ou mercadorias transportadas pelas vias terrestre, marítima, fluvial, lacustre e aérea. Há maior simplicidade na sua realização, imposta pela natureza com que se celebra este contrato, se adere e completa. Institui o artigo 780 do Novo Código Civil:
“Art. 780. A vigência da garantia, no seguro de coisas transportadas, começa no momento em que são pelo transportador recebido, e cessa com a sua entrega ao destinatário.”
 
         Seguro agrário
É o seguro que se destina à preservação das colheitas e dos rebanhos contra a eventualidade de riscos que lhe são peculiares e instituídos em todo o país pela Lei nº 2.168 de 11 de Janeiro de 1954, que surgiu com a finalidade de proteger o patrimônio rural, e estimular vantagens, benefícios e favores aos agricultores. Poderá ser realizado por empresas privadas ou por sociedades cooperativas, conforme disposto no Decreto-lei nº 2.063, de 1940, art. 1º, e deverá ser objeto de uma sociedade de economia mista, sob a denominação “Companhia Nacional de Seguros Agrícolas” [40]
 
         Seguro Mútuo
Regido por leis especiais, é objeto de ajuste entre várias pessoas que se propõem a assumir os riscos que todos estejam correndo, e figuram ao mesmo tempo como segurados e seguradores. Cada um dos segurados se obriga às cotas necessárias às despesas de administração e indenização dos sinistros, seja com a partilha dos encargos pro rata seja mediante o pagamento de quantias fixas, substituindo, entretanto, neste último caso, a obrigação de se cotizarem pela diferença se os fundos arrecadados forem insuficientes.
Não se deve confundir seguro de mútuo com práticas adotadas entre pessoas ligadas por uma relação de natureza profissional ou outra, as quais ajustam entre si cotizarem-se e oferecer à família da que falecer uma quantia formada pela soma das cotas de todo. Há uma inspiração securitária, ou uma ideia de operação mútua de seguro, mas a falta dos requisitos não se compadece com esta espécie.
 
         
  Seguro de responsabilidade civil
Tem por objeto transferir para o segurador as consequências de danos causados a terceiros, pelos quais possa o segurado responder civilmente. Conforme disposição do artigo 787 do Código Civil de 2002:
“Art. 787. No seguro de responsabilidade civil, o segurador garante o pagamento de perdas e danos devidos pelo segurado a terceiro.”
Nesta mesma, há cobertura de risco a que se exponha de sofrer prejuízo pelo ato ilícito de quem não tenha resistência econômica para suportar as consequências, compreendendo, ainda, o seguro contra furto ou roubo.
“Art. 788. Nos Seguros de responsabilidade legalmente obrigatórios, a indenização por sinistro será paga pelo segurador diretamente ao terceiro prejudicado.”
 
         
 Performance Bond
É a modalidade de seguro com a finalidade de garantir a perfeição ou acabamento de uma obra. Habitualmente, é contratado por um empreiteiro ou qualquer pessoa que se obriga pela realização de uma obra, obrigando-se o segurador pela perfeição do serviço, que deve ser realizado, na conformidade dos planos ou projetos e a sua execução. 
 SEGURO DE DANOS (COISAS)
 (artigos 778 a 788 do Código Civil)
 Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato, sob pena deste perder o direito à garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido, e sem prejuízo da ação penal que no caso couber.
O risco do seguro compreenderá todos os prejuízos resultantes ou consequentes, como sejam os estragos ocasionados para evitar o sinistro, minorar o dano, ou salvar a coisa.
SEGURO DE TRANSPORTE
A vigência da garantia, no seguro de coisas transportadas, começa no momento em que são pelo transportador recebido, e cessa com a sua entrega ao destinatário.
 LIMITE DE INDENIZAÇÃO
A indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento do sinistro, e, em hipótese alguma, o limite máximo da garantia fixado na apólice, salvo em caso de mora do segurador.
 
 NOVO SEGURO
O segurado que, na vigência do contrato, pretender obter novo seguro sobre o mesmo interesse, e contra o mesmo risco junto a outro segurador, deve previamente comunicar sua intenção por escrito ao primeiro, indicando a soma por que pretende segurar-se, a fim de se comprovar a obediência ao limite do interesse segurado.
Salvo disposição em contrário, o seguro de um interesse por menos do que valha acarreta a redução proporcional da indenização, no caso de sinistro parcial.
 VÍCIO INTRÍNSECO
Não se inclui na garantia o sinistro provocado por vício intrínseco da coisa segurada, não declarado pelo segurado.
Entende-se por vício intrínseco o defeito próprio da coisa, que se não encontra normalmente em outras da mesma espécie.
 TRANSFERÊNCIA A TERCEIROS
Salvo disposição em contrário, admite-se a transferência do contrato a terceiro com a alienação ou cessão do interesse segurado.
Se o instrumento contratual é nominativo, a transferência só produz efeitos em relação ao segurador mediante aviso escrito assinado pelo cedente e pelo cessionário.
A apólice ou o bilhete à ordem só se transfere por endosso em preto, datado e assinado pelo endossante e pelo endossatário.
 SUB-ROGAÇÃO
Paga a indenização, o segurador sub-roga-se, nos limites do valor respectivo, nos direitos e ações que competirem ao segurado contra o autor do dano.
Salvo dolo, a sub-rogação não tem lugar se o dano foi causado pelo cônjuge do segurado, seus descendentes ou ascendentes, consanguíneos ou afins.
É ineficaz qualquer ato do segurado que diminua ou extinga, em prejuízo do segurador, os direitos de sub-rogação.
 SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL
No seguro de responsabilidade civil, o segurador garante o pagamento de perdas e danos devidos pelo segurado a terceiro.
Tão logo saiba o segurado das consequências de ato seu, suscetível de lhe acarretar a responsabilidade incluída na garantia, comunicará o fato ao segurador.
É defeso (proibido) ao segurado reconhecer sua responsabilidade ou confessar a ação, bem como transigir com o terceiro prejudicado, ou indenizá-lo diretamente, sem anuência expressa do segurador.
Intentada a ação contra o segurado, dará este ciência da lide ao segurador.
Subsistirá a responsabilidade do segurado perante o terceiro, se o segurador for insolvente.
Nos seguros de responsabilidade legalmente obrigatórios, a indenização por sinistro será paga pelo segurador diretamente ao terceiro prejudicado.
Demandado em ação direta pela vítima do dano, o segurador não poderá opor a exceção de contrato não cumprido pelo segurado, sem promover a citação deste para integraro contraditório.
 RESSEGURO
	O Resseguro é conceituado como a operação pela qual o segurador, com o fito de diminuir sua responsabilidade na aceitação de um risco, considerado excessivo ou perigoso, cede a um ressegurador uma parte da responsabilidade e do prêmio recebido.
O resseguro compreende na esfera contratual um ato jurídico bilateral, oneroso, aleatório, consensual, de execução continuada e tipicamente comercial. É bilateral poi é sempre feito entre um ressegurador e um segurador, sendo separado do contrato existente entre o segurador primário e o segurado. É oneroso haja vista que a diminuição patrimonial de uma parte vai acompanhada, seguida ou precedida de uma vantagem correspondente. É aleatório, já que a vantagem da qual resulta sua onerosidade não pode ser determinada no momento do celebração do contrato, dependendo da realização ou não de um evento futuro e incerto ou certo (nos casos de resseguro de seguros de vida).
	Para a formação do contrato de resseguro é necessário a formalidade escrita, delimitando na apólice de resseguro, as carteiras que serão objetos de proteção ressecuritária, o prazo da vigência da proteção e os pormenores de sua caracterização, bem como, o consenso das partes na limitação das cláusulas principais.
	Outro aspecto importante é o princípio da boa-fé, pois no resseguro, sua presença se torna mais marcante, pois é indispensável que as partes confiem nos interesses e documentos uma da outra. 
	Diferenças entre o seguro e o resseguro:
No contrato de seguro o contratante não é uma empresa seguradora, já no resseguro, o contratante será sempre uma empresa seguradora e o contratado empresas especializadas em resseguro.
O objeto contratual do seguro pode ser uma propriedade, pessoa ou benefícios expostos à perda ou destruição, ou, ainda, alguma responsabilidade civil que o segurado está exposto em decorrência de sua atividade. Já o objeto do resseguro está tão somente no dever de indenizar o segurador, que sofreu redução financeira no seu patrimônio. Todo contrato de resseguro é um contrato de indenização que pressupõe a existência de um ou mais contratos de seguro, estando o resseguro limitado ao montante de prêmio pago pela seguradora cedente sob as apólices subscritas, com uma parte assumida pela própria cedente.
Os direitos dos contratos de resseguros extrapolam o âmbito de um país, são contratos transfronteiriços onde um ressegurador pode proteger a capacidade financeira de vários seguradores de diversas partes do mundo, enquanto que o seguro se apresenta como garantia de proteção para bens situados e com riscos expostos dentro do país da contratação.
REFERÊNCIAS
__________, Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. 15.ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
CAMELO, Joice Bier. Contrato de Resseguro. Disponível em: <http://www3.pucrs.br/pucrs/files/uni/poa/direito/graduacao/tcc/tcc2/trabalhos2006_1/joice.pdf> Acesso em: 30/10/2017.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil esquematizado. v. 1 / Carlos Roberto Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. – 4.ed.rev. e atual. – São Paulo: Saraiva. 2014. 
PIMENTA NETO, Marcilio Diniz. O contrato de Seguro e a Responsabilidade Civil. Disponível em: <https://marcilioberserk.jusbrasil.com.br/artigos/184253390/o-contrato-de-seguro-e-a-responsabilidade-civil>. Acesso em: 30/10/2017.
SCHWEIKART, Larissa. Contrato de Seguro. Disponível em: <http://direitonet.com.br/artigos/exibir/9321/Contrato-de-seguro>. Acesso em: 30/10/2017.

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