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DIREITO CIVIL - contratos - SEGURO (3) 4

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DIREITO CIVIL
CONTRATOS
CONTRATO DE SEGURO
Artigos 757 a 802
Se já existisse SEGURO naquela época... 
Antonio não teria passado esse “perrengue”
Conforme Anderson Schreiber, o SEGURO era desconhecido no direito Romano. 
O contrato de seguro teve origem no seguro marítimo, desenvolvido na Idade Media, para cobrir os riscos de perda de cargas em navios.
Com a intensificação do comércio marítimo após o século XVI, cada vez mais pequenos comerciantes tiveram acesso às navegações. Era imprescindível a criação de novos mecanismos de proteção ao comercio, daí surge o Contrato de Seguro Marítimo, no qual passou a existir a figura do segurador que assumia o risco financeiro de uma operação, mediante o pagamento de um valor.
O CC reserva o capítulo XV aos contratos de seguro, dispondo uma definição implícita da seguinte maneira 
“Art. 757: Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do premio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados.”
	parágrafo único) Somente pode ser parte, no contrato de seguro, como segurador, entidade para tal fim legalmente autorizada.
Na grande maioria das vezes, o seguro constitui um CONTRATO POR ADESÃO pois o seu conteúdo é imposto pelas partes, geralmente a seguradora. 
Assim sendo, prevê o Enunciado n. 370, aprovado na IV Jornada de Direito Civil, que “nos contratos de seguro por adesão, os riscos predeterminados indicados no art. 757, parte final, devem ser interpretados de acordo com os arts. 421, 422, 424, 759 e 799 do Código Civil e 1º, III, da Constituição Federal.
Em outras palavras, essa determinação dos riscos deve ser analisada à luz da função social dos contratos, da boa-fé objetiva e da proteção da dignidade humana, não podendo colocar o segurado aderente em situação de extrema desvantagem ou de onerosidade excessiva
Mesmo sendo um contrato de adesão que, na maioria dos casos, envolve uma relação de consumo, a “parte mais fraca” (segurado), precisará cumprir de maneira inequívoca seus deveres contratuais e extracontratuais, a fim de não romper com o frágil equilíbrio e mutualismo dessa espécie contratual. Não seria possível a sobrevivência das garantias oferecidas pelas seguradoras se, legalmente, a única obrigação do segurado fosse a de pagar o prêmio para receber a indenização, sem estar comprometido com a veracidade das informações e de seu comportamento, bem como seria insustentável que não houvesse uma proteção a esses segurados em relação ao pagamento da indenização, já que ela depende de um acontecimento futuro e incerto, mas necessita de uma prestação imediata.
NATUREZA JURÍDICA E CARACTERÍSTICAS
Bilateral criam obrigações para as duas partes ; as partes (segurado e segurador) são sujeitos de direitos e deveres. Um tem como prestação pagar o premio e o outro tem como contraprestação pagar a indenização em se concretizando o risco
Oneroso criam vantagens a ambos os contratantes; Pela presença de remuneração, denominada premio, a ser pago pelo segurado ao segurador 
Aleatório Pois o RISCO é fator determinante do negocio em decorrência da possibilidade de ocorrência do sinistro, evento furo e incerto. Aléa – possibilidade de prejuízo simultaneamente à de lucro. já que a contraprestação pecuniária dependerá da ocorrência do sinistro, que é eventual.
Formal Apólice ou bilhete
Execução Continuada de duração
Adesão Conteúdo imposto por uma das partes, geralmente seguradora
Boa fé é dever imposto às partes: agir com lealdade e retidão durante todas as fase do contrato (desde as tratativas ate a conclusão)
Consensual tem aperfeiçoamento com a manifestação de vontades das partes 
Existem doutrinadores que defendem a tese que o seguro é um contrato comutativo, mas não foi aceito, e para Flávio Tartuce, entra em conflito com o art. 421 CC
Comutativo é o contrato em que cada uma das partes fazem prestações equivalentes, e tem conhecimento destes atos. É o caso da compra e venda em que se equivalem geralmente às prestações dos dois contratantes, que bem podem aferir a equivalência.
SEGURADOR atividade exercida por companhias especializadas, por sociedades anônimas mediante prévia autorização do Governo Federal (arts. 192, II, da CF, e 29 da Lei n. 8.177/91) ou cooperativas devidamente autorizadas (art. 24 do Dec.-lei n. 73/66); porém tais cooperativas só poderão operar nos seguros agrícolas e seguros de saúde. 
PREMIO 
é o valor que o segurado paga à seguradora para obter o direito a uma indenização, se ocorrer o sinistro oriundo do risco garantido e previsto no contrato. 
APOLICE
É o instrumento do contrato de seguro, contendo as regras gerais do negócio celebrado e devendo a sua emissão ser precedida de proposta escrita com a declaração dos elementos essenciais do interesse a ser garantido e do risco. 
BILHETE
É o instrumento simplificado do negócio
PARTES
SEGURADO
SEGURADOR
Aquele cujo interesse é protegido
Quem protege o interesse
A apólice de seguros ou bilhete, nos termos do artigo 758 do Código Civil, configura-se como prova do contrato de seguro, uma vez que poderá ser suprida por outro meio, como o comprovante de pagamento do respectivo prêmio. 
O Código coloca a apólice como um elemento de suma importância na dinâmica contratual dos seguros, já que é por meio dela que serão delimitados os riscos sobre os quais a seguradora assumirá responsabilidade, bem como o detalhamento da garantia do segurado, em concordância com a proposta escrita, a qual obrigatoriamente precederá a emissão da apólice, conforme art. 759.
Art. 760. A apólice ou o bilhete de seguro serão nominativos, à ordem ou ao portador, e mencionarão os riscos assumidos, o início e o fim de sua validade, o limite da garantia e o prêmio devido, e, quando for o caso, o nome do segurado e o do beneficiário. Parágrafo único. No seguro de pessoas, a apólice ou o bilhete não podem ser ao portador.
Art. 761. Quando o risco for assumido em cosseguro*, a apólice indicará o segurador que administrará o contrato e representará os demais, para todos os seus efeitos. *mais de uma seguradora divide o risco total
O decreto-lei 73/66, assim como o art. 761 do CC, permite que as seguradoras diluam essa responsabilidade de pagar a indenização, por meio dos cosseguros, nos quais diversas seguradoras se reúnem para cobrir, cada uma, uma fração do risco que incide em um só objeto; e dos resseguros, que funcionam como uma garantia da seguradora. No Brasil, essa prática é feita através do chamado “Instituto de Resseguros do Brasil”, o IRB, sendo, inclusive, obrigatória, para seguradoras que efetuarem contratos que comprometam excessivamente suas reservas técnicas.
Art. 762. Nulo será o contrato para garantia de risco proveniente de ato doloso do segurado, do beneficiário, ou de representante de um ou de outro.
Art. 763. Não terá direito a indenização o segurado que estiver em mora no pagamento do prêmio, se ocorrer o sinistro antes de sua purgação.
IV Jornada de Direito Civil -Enunciado 371 do CJF/STJ – Art. 763: A mora do segurado, sendo de escassa importância, não autoriza a resolução do contrato, por atentar ao princípio da boa-fé objetiva. *
IV Jornada de Direito Civil -Enunciado 376 do CJF/STJ – Art. 763: Para efeito de aplicação do art. 763 do Código Civil, a resolução do contrato depende de prévia interpelação. 
STJ - Súmula 616 - A indenização securitária é devida quando ausente a comunicação prévia do segurado acerca do atraso no pagamento do prêmio, por constituir requisito essencial para a suspensão ou resolução do contrato de seguro. (Súmula 616, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 23/05/2018, DJe 28/05/2018)
Nos contratos de seguro, deve haver constante atenção ao equilíbrio normativo e econômico da relação negocial “mediante a observância da sua função social e da boa-fé objetiva, de modo que a rescisão contratual pelo simples inadimplemento deve ser mitigada” 
Em alguns casos não terá o segurado direito a esse pagamento. Um deles é em caso de mora do mesmo, a não serque haja sua purgação anteriormente ao sinistro. Quanto à interpretação dessa regra, deve-se atentar ao entendimento atual do STJ de que é necessário que, antes que essa mora seja configurada, seja o devedor notificado, bem como à teoria do adimplemento substancial *, aludida no enunciado 376.
Em suma, não se pode aceitar a extinção automática do contrato de seguro, pela simples mora, deverá ser observada a extensão da dívida e se esta é significativa diante das peculiaridades do caso e de prévia interpelação do segurado devedor.
Jurisprudência REsp Nº 1.838.830/RS, 3ª turma, Rel. Min. Marco Aurelio Bellizze, 18/08/2020 
 
Art. 764. Salvo disposição especial, o fato de se não ter verificado o risco, em previsão do qual se faz o seguro, não exime o segurado de pagar o prêmio.
Esse dispositivo demonstra que o contrato é aleatório, não importando a ocorrência ou não do sinistro, pois o premio, em qualquer caso, deve ser pago pelo segurado.
Tendo isso em vista, o artigo 764 do Código Civil estabelece sanção caso o risco do segurado não seja incerto para a seguradora nos seguintes termos: “O segurador que, ao mesmo tempo do contrato, sabe ter passado o risco de que o segurado pretende cobrir e, não obstante, expede a apólice, pagará em dobro o prêmio estipulado”.
Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados a guardar na conclusão e na execução do contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade, tanto a respeito do objeto como das circunstâncias e declarações a ele concernentes.
Esse dispositivo consagra expressamente o dever anexo de informar, o que não afasta a aplicação dos demais deveres anexos. A quebra desses deveres no contrato gera violação positiva do contrato e a responsabilização independentemente da culpa daquele que descumpriu.
Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito à garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido.
Parágrafo único. Se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do segurado, o segurador terá direito a resolver o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro, a diferença do prêmio.
Diferença entre Erro e Vício Redibitório
 DO VÍCIO REDIBITÓRIO: vício adquirido por algo oneroso no contrato, chamado também de vício oculto. Podendo se tornar IMPRÓPRIA para o fim a que se destina (dinheiro de volta) ou pode diminuir o valor. Se o alienante sábio do defeito cabe indenização (lucro cessante e dano emergente)
diferença conceitual
consequências
prazos
exemplos (joia dourada x livro faltando páginas) segurador, deve previamente comunicar sua intenção por escrito ao primeiro, indicando a soma por que pretende segurar-se, afim de comprovar a obediência ao disposto no art. 778.
Diferença entre Erro e Vício Redibitório
 Vício redibitório x erro (vício do consentimento): no redibitório o problema atinge diretamente a coisa objeto do contrato, enquanto no erro a parte engana-se sozinha. 
 Requisito para se caracterizar como vício redibitório:
 A) Decorrente de CONTRATO COMUTATIVO ou DOAÇÃO ONEROSA; 
B) Que os defeitos sejam OCULTOS (no momento da contratação); 
C) Que os defeitos existam no momento da celebração do contrato e que perdure até o momento da reclamação;
 D) Que os defeitos sejam DESCONHECIDOS pelo adquirente; 
E) Que os defeitos sejam GRAVES. Efeitos: 
Se agido de boa-fé: deverá restituir o valor recebido, mais as despesas do contrato; 
 Se agido de má-fé: responde também por perdas e danos no s termos do artigo 443, CC.
 
Diferença entre Erro e Vício Redibitório
 Ações recorrentes do vício redibitório:
 A) Ação redibitória: o adquirente pode desfazer o negocio, exigindo a devolução do valor;
 B) Ação “quanti minoris” ou estimatória: o adquirente pode conservar a coisa em seu poder, e pode exigir apenas um abatimento no valor.
 DA EVICÇÃO: perda da coisa alienada por sentença judicial.
 Art. 778: Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato, sob pena do disposto no art. 776, e, sem prejuízo da ação penal que no caso couber.
 Art. 766: Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito à garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido.
Parágrafo Único: Se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do segurado, o segurador terá direito a resolver o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro, a diferença do prêmio.
A indenização não pode ser estipulada para prejuízos decorrentes de atos dolosos:
Limites da responsabilidade em face da ausência de boa-fé
De acordo com Rousenvald (2007, p.81) o princípio da boa-fé é justificado no interesse coletivo de que as pessoas pautem seu agir na cooperação e retidão, é a representação mental do indivíduo que atua honestamente, sem lesar os direitos alheios.
O novo código civil de 2002 manteve a disposição expressa da utilização da boa-fé aos contratos de seguro, conforme prevê o artigo 765: “O segurado e o segurador são obrigados a guardar na conclusão e na execução do contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade, tanto a respeito do objeto como das circunstâncias e declarações a ele concernentes” (BRASIL, 2002).
De acordo com Marques (1998, p.73) vivemos em um momento de “uma crescente importância da fase pré-contratual, onde nascem as expectativas legítimas das partes e de uma exigente fase contratual de realização da confiança despertada, com o aparecimento mesmo de alguma pós-eficácia dos contratos já cumpridos.”
É, igualmente, primado calcado na boa-fé a previsão contida no artigo 769 do Código Civil: “Art. 769. O segurado é obrigado a comunicar ao segurador, logo que saiba, todo incidente suscetível de agravar consideravelmente o risco coberto, sob pena de perder o direito à garantia, se provar que silenciou de má-fé. § 1º O segurador, desde que o faça nos quinze dias seguintes ao recebimento do aviso da agravação do risco sem culpa do segurado, poderá dar-lhe ciência, por escrito, de sua decisão de resolver o contrato. § 2º A resolução só será eficaz trinta dias após a notificação, devendo ser restituída pelo segurador a diferença do prêmio (BRASIL, 2002).”
Desta forma, a ausência da boa-fé na proposta consiste em causa de limitação da responsabilidade da seguradora, eis que esta não poderá ser responsabilizada por riscos que desconhece em virtude da ausência de boa-fé impetrada pelo segurado durante a proposta
Segue na mesma linha a previsão contida no artigo 768 do Código Civil de 2002 que determina que a seguradora não terá a obrigatoriedade de indenizar o segurado quando este agravar intencionalmente o risco objeto do contrato.
É, igualmente, primado calcado na boa-fé a previsão contida no artigo 769 do Código Civil: 
“Art. 769. O segurado é obrigado a comunicar ao segurador, logo que saiba, todo incidente suscetível de agravar consideravelmente o risco coberto, sob pena de perder o direito à garantia, se provar que silenciou de má-fé. § 1º O segurador, desde que o faça nos quinze dias seguintes ao recebimento do aviso da agravação do risco sem culpa do segurado, poderá dar-lhe ciência, por escrito, de sua decisão de resolver o contrato. § 2º A resolução só será eficaz trinta dias após a notificação, devendo ser restituída pelo segurador a diferença do prêmio (BRASIL, 2002).”
Preceitos legais limitantes da responsabilidade
Portanto, conforme assevera Martins (2004, p.8) percebe-se que a boa-fé sempre figurará como pano de fundo nos contratos, devendo ser observada rigorosamente pelas partes, não somente durante a o interregno e conclusão do contrato, assim como, na proposta.
Além dos limites impostos pela aplicabilidade do princípio da boa-fé aos contratos de seguro, são encontrados igualmente, limites explícitosna legislação civil que, ao serem aplicados no caso concreto, irão balizar as relações entre seguradora e segurado.
Entre estes está a previsão contida no artigo 763 do Código Civil a qual determina que não terá direito à indenização o segurado que estiver em mora no pagamento do prêmio. Para Matiello (2008, p.393), o prêmio é o valor em dinheiro pago pelo segurado ao segurador relativo à garantia pretendida. Assevera ainda que quando o prêmio for pago em parcelas, impõe-se ao segurado a estrita observância do pagamento dos valores no tempo certo, eis que disso dependerá a conservação da cobertura fixada na apólice, ressalta ainda, que o simples atraso no pagamento do prêmio suspende imediatamente a cobertura até a sua purgação.
Preceitos legais limitantes da responsabilidade
Porém, destaca-se que este dispositivo legal não é interpretado de forma análoga pelo STJ. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça majoritariamente assinala que, havendo cumprimento substancial das obrigações, a indenização deve ser paga ao segurado, não importando o adimplemento pontual do valor do prêmio.
Inclusive, com relação ao seguro de veículos terrestres obrigatório, o STJ editou a Súmula nº 257, a qual determina que: “A falta de pagamento do prêmio do seguro obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) não é motivo para a recusa do pagamento da indenização”, corroborando com a tendência jurisprudencial.
 Portanto, inobstante a determinação legal, é perceptível uma tendência jurisprudencial a considerar o não pagamento da indenização, em virtude da mora do prêmio, conduta abusiva de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (Art. 47), assim, não pode ser negada a indenização na ocorrência de sinistro por motivo de inadimplemento do prêmio.
Segurado
— Art. 1.439, CC de 1916: Salvo o disposto no art. 1.437, o segundo seguro da coisa já segura pelo mesmo risco e no seu valor integral pode ser anulado por qualquer das partes. O segundo segurador que ignorava o primeiro contrato pode, sem restituir o prêmio recebido, recusar o pagamento do objeto seguro, ou recobrar o que por ele pagou, na parte excedente ao seu valor real, ainda que não tenha reclamado contra o contrato antes do sinistro.
O Novo Código Civil não trouxe dispositivos específicos como esses, mas a solução é a mesma, como se pode inferir do disposto nos artigos 766, 778 e 782:
— Art. 782: O segurado que, na vigência do contrato, pretender obter novo seguro sobre o mesmo interesse, e, contra o mesmo risco junto a outro segurador, deve previamente comunicar sua intenção por escrito ao primeiro, indicando a soma por que pretende segurar-se, a fim m de comprovar a obediência ao disposto no art. 778
Segurado
— Art. 778: Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato, sob pena do disposto no art. 776, e, sem prejuízo da ação penal que no caso couber.
— Art. 766: Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir na aceitação da
proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito à garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido.
Parágrafo Único: Se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do segurado, o segurador terá direito a resolver o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro, a diferença do prêmio.
A indenização não pode ser estipulada para prejuízos decorrentes de atos dolosos:
Segurado
-Art. 762: Nulo será o contrato para garantia de risco proveniente de ato doloso do segurado, do beneficiário, ou de representante de um ou de outro.
O direito à indenização é, em regra, transmissível:
- Art. 785: Salvo disposição em contrário, admite-se a transferência do contrato a terceiro com a alienação ou cessão do interesse segurado.
Premio
Quando o seguro é daqueles que se fazem em atenção às peculiaridades da pessoa do segurado, a apólice não permite a cessão sem a autorização da seguradora, com é o caso dos seguros de veículos e pessoais, por exemplo;
Prêmio:
“É a importância paga pelo segurado, ou estipulante, à seguradora em troca da transferência do risco a que ele está exposto. Em princípio, o prêmio resulta da aplicação de uma percentagem (taxa) à importância segurada.
O prêmio deve corresponder ao preço do risco transferido à seguradora” (Dicionário de Seguros): o verbete é impreciso ao referir ao prêmio como contrapartida da ‘transferência de risco’ que, como se viu, não é o que sempre se verifica.
Em tese deveria se limitar ao valor exato para repor os prejuízos decorrentes do sinistro (prime pure).
Mas nele se inclui a taxa de administração e o lucro da intermediação no caso de seguros não-mútuos (prime chargée).
Forma
Forma: A doutrina discute se o contrato de seguro dependeria ou não de forma específica para sua validade.
Para Silvio Rodrigues (também Arnaldo Rizzardo e Maria Helena Diniz), é um contrato formal ou solene e a forma é da substância do contrato (ad solemnitatem), pois a lei impõe a forma escrita que se materializa na apólice, para a validade do negócio. Sem a forma escrita, o contrato não se perfaz.
Para Orlando Gomes (também Washington de Barros Monteiro), a forma já não é ad substantiam/solemnitatem, mas meramente ad probationem., que seria necessária apenas para a prova da existência do contrato. Sem o escrito, o contrato não se prova.
Caio Mario parece considerá-lo não-formal, pois diz que se poderia provar o contrato pela perícia nos livros do segurador. Diz que essa é a tendência atual.
Forma
E, de fato, a tendência se verificou e foi consolidada pelo legislador do
Novo Código Civil:
— Art. 758: O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete do seguro e, na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do prêmio.
Diante disso, é possível dizer que a forma escrita (apólice) nem mesmo é ad probationem, pois não é exclusiva para a prova do contrato.
De qualquer maneira, assim como o instrumento do mandato é a procuração, o instrumento, por excelência, do contrato de seguro é a apólice (embora esta possa ser substituída em alguns casos pelo bilhete de seguro (ex.: DPVAT)):
Conteúdo Mínimo (pode haver mais estipulações — arts. 1.434, 760):
(i) Riscos Assumidos;
(ii) Início e Fim da Validade (termos a quo e ad quem)
(iii) Limite da garantia;
(iv) Prêmio devido;
(v) Nome do Segurado (quando cabível);
(vi) Nome do Beneficiário (quando cabível).
Art. 776. O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o prejuízo resultante do risco assumido, salvo se convencionada a reposição da coisa.
Exemplo: veiculo será reposto
Essa clausula de reposição não pode trazer situação de injustiça ao aderente ou ao consumidor
Art. 777. O disposto no presente Capítulo aplica-se, no que couber, aos seguros regidos por leis próprias.
	Exemplo: Lei 9.656/1998 que trata dos planos de saúde e seguros privados de assistência a saude
SEGURO DE DANO Arts 778 a 788
SEGURO DE PESSOA Arts 789 a 802
ESPÉCIES
1. SEGURO DE DANO Arts 778 a 788
Tem por finalidade acautelar o risco de lesões materiais
Art. 778. Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato, sob pena do disposto no art. 766, e sem prejuízo da ação penal que no caso couber.
Art. 779. O risco do seguro compreenderá todos os prejuízos resultantes ou consequentes, como sejam os estragos ocasionados para evitar o sinistro, minorar o dano, ou salvar a coisa.
A norma deve ser considerada cogente, não admitindo previsão em contrario.
Art. 780. A vigência da garantia, no seguro de coisas transportadas, começa no momento em que são pelo transportador recebidas, e cessa com a sua entrega ao destinatário.
A hipótese é de contratos coligados ou de contratos conexos (seguro + transporte), fazendo que a obrigação da seguradora seja de resultado (assim como ocorre no transporte da coisa – art. 750 CC)
Art. 781. A indenização não pode ultrapassar o valor do interessesegurado no momento do sinistro, e, em hipótese alguma, o limite máximo da garantia fixado na apólice, salvo em caso de mora do segurador.
Exemplo tabela Fipe para veículos x valor mercado x valor apólice
Art. 782. O segurado que, na vigência do contrato, pretender obter novo seguro sobre o mesmo interesse, e contra o mesmo risco junto a outro segurador, deve previamente comunicar sua intenção por escrito ao primeiro, indicando a soma por que pretende segurar-se, a fim de se comprovar a obediência ao disposto no art. 778.
Pode determinada coisa ser segurada mais de uma vez (ou seguro duplo), desde que o segurado comunique previamente a 1ª seguradora indicando a soma pretendida. O valor do seguro não pode ser superior ao interesse do segurado.
Art. 783. Salvo disposição em contrário, o seguro de um interesse por menos do que valha acarreta a redução proporcional da indenização, no caso de sinistro parcial.
Autoriza seguro parcial ( a indenização a ser paga também devera ser reduzida proporcionalmente, por meio da clausula de rateio), salvo as partes convencionar contrario
Art. 784. Não se inclui na garantia o sinistro provocado por vício intrínseco da coisa segurada, não declarado pelo segurado. Parágrafo único. Entende-se por vício intrínseco o defeito próprio da coisa, que se não encontra normalmente em outras da mesma espécie.
No tocante à garantia, esta não inclui o sinistro provocado por vício intrínseco da coisa segurada e não declarada pelo segurado quando da celebração do contrato. O vicio intrínseco, denominado vicio próprio ou vicio corpóreo, é aquele defeito próprio da coisa, que não se encontra normalmente em outras da mesma espécie.
Exemplo: um carro segurado apresenta serio problema de freio, vicio de fabricação, fazendo que ocorra o acidente, não há o que se falar em responsabilidade da seguradora.
SEGURO DE DANO
Art. 785. Salvo disposição em contrário, admite-se a transferência do contrato a terceiro com a alienação ou cessão do interesse segurado. 
Em regra contrato de seguro não é personalíssimo admitindo-se a transferência do contrato a terceiro com a alienação ou cessão do interesse do segurado. 
§ 1º Se o instrumento contratual é nominativo, a transferência só produz efeitos em relação ao segurador mediante aviso escrito assinado pelo cedente e pelo cessionário.
§ 2º A apólice ou o bilhete à ordem só se transfere por endosso em preto, datado e assinado pelo endossante e pelo endossatário.
Endosso em preto ou nominativo é aquele em que há menção expressa pelo endossante de quem seja o endossatário
Art. 786. Paga a indenização, o segurador sub-roga-se, nos limites do valor respectivo, nos direitos e ações que competirem ao segurado contra o autor do dano.
§ 1º Salvo dolo, a sub-rogação não tem lugar se o dano foi causado pelo cônjuge do segurado, seus descendentes ou ascendentes, consanguíneos ou afins.
A sub-rogação terá eficácia se o evento foi causado de forma dolosa por essas pessoas
§ 2º É ineficaz qualquer ato do segurado que diminua ou extinga, em prejuízo do segurador, os direitos a que se refere este artigo.
É ineficaz qualquer ato do segurado que diminua ou extinga, em prejuízo do segurador, esse direito de regresso
SEGURO DE DANO
Art. 787. No seguro de responsabilidade civil, o segurador garante o pagamento de perdas e danos devidos pelo segurado a terceiro.
§ 1º Tão logo saiba o segurado das consequências de ato seu, suscetível de lhe acarretar a responsabilidade incluída na garantia, comunicará o fato ao segurador.
O desrespeito a esse dever é motivo para o não pagamento da indenização.
§ 2º É defeso ao segurado reconhecer sua responsabilidade ou confessar a ação, bem como transigir com o terceiro prejudicado, ou indenizá-lo diretamente, sem anuência expressa do segurador.
Nessa clausula entra em conflito com preceitos do próprio CC e do CDC a afastar a sua aplicação
Enunciado 373 – Art. 787: Embora sejam defesos pelo § 2º do art. 787 do Código Civil, o reconhecimento da responsabilidade, a confissão da ação ou a transação não retiram do segurado o direito à garantia, sendo apenas ineficazes perante a seguradora. 
Enunciado 546 – O § 2º do art. 787 do Código Civil deve ser interpretado em consonância com o art. 422 do mesmo diploma legal, não obstando o direito à indenização e ao reembolso. Artigos: 787, § 2º, e 422
§ 3º Intentada a ação contra o segurado, dará este ciência da lide ao segurador.
§ 4º Subsistirá a responsabilidade do segurado perante o terceiro, se o segurador for insolvente.
Os riscos sobre o negocio, particularmente quanto à celebração do contrato de seguro, correm por conta do segurado (repara o dano sofrido pela vitima, não importando a insolvência da seguradora.
SEGURO DE DANO
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Art. 788. Nos seguros de responsabilidade legalmente obrigatórios, a indenização por sinistro será paga pelo segurador diretamente ao terceiro prejudicado.
Parágrafo único. Demandado em ação direta pela vítima do dano, o segurador não poderá opor a exceção de contrato não cumprido pelo segurado, sem promover a citação deste para integrar o contraditório.
Exemplo: DPVAT, nesses seguros de responsabilidade legalmente obrigatórios, a indenização por sinistro será paga pelo segurador diretamente ao terceiro prejudicado
SEGURO DE DANO
2. SEGURO PESSOA Arts 789 a 802 
Tem por finalidade acautelar o risco de lesões
SEGURADO
DIREITOS
Receber a indenização: nos limites descritos pela apólice; 
Reter os prêmios: na hipótese de o segurador falir antes de passado o risco; 
Não ver aumentado o prêmio, sem justa causa; 
Denunciar a lide à seguradora; 
Optar pela não utilização do seguro, nos casos em que o pequeno valor do dano não compensa acionar o seguro. 
DEVERES
Pagar o prêmio convencionado; 
Responder por juros moratórios, independentemente de interpelação do segurador; 
Abster-se de tudo que possa aumentar os riscos; 
Comunicar ao segurador todo incidente; 
Levar, imediatamente, ao conhecimento do segurador a ocorrência do sinistro. 
DO SEGURO DE DANO
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Art. 788. Nos seguros de responsabilidade legalmente obrigatórios, a indenização por sinistro será paga pelo segurador diretamente ao terceiro prejudicado.
Parágrafo único. Demandado em ação direta pela vítima do dano, o segurador não poderá opor a exceção de contrato não cumprido pelo segurado, sem promover a citação deste para integrar o contraditório.
EXTINÇÃO
Pelo decurso do prazo estipulado (cumprimento); 
Resolução;
Pelo distrato: quando as partes concordam em dissolver os vínculos contratuais; 
Pela rescisão: decorrente do inadimplemento da obrigação legal ou de cláusula contratual; 
Pela superveniência do risco que faça perecer o bem segurado: pago o valor pela seguradora, o contrato perde seu objeto; 
Declaração de nulidade: imperfeição antecedente que torna o contrato ineficaz.
RENOVAÇÃO 
O Art. 774 CC autoriza a renovação tácita do contrato pelo mesmo prazo, se houver cláusula expressa nesse sentido no contrato original.
Contudo a renovação tácita só poderá ocorrer uma vez
SEGURADOR
DIREITOS
Receber o premio a que o segurado se obrigou, durante a vigência do contrato
Isentar-se do pagamento da indenização se:
Segurado agiu com dolo
Segurado deu à coisa segurada valor superior ao real
Existir vicio, no contrato, que possa tirar sua eficácia
Ocorrer caducidade da apólice, pelo não pagamento do premio
DEVERES
Indenizar o segurado; 
Pagar a indenização a terceiro quando assim estipulado; 
Constituir reservas para garantir as obrigações assumidas: são os fundos especiais; 
Restituir o prêmio, em dobro, se expediu apólice sabendo ter passado o risco; 
Tomar medidas para eliminar ou diminuir os riscos que podem afetar a coisa segurada; 
Tomar as providências necessárias assim que souber do sinistro. 
Código civil
CAPÍTULO XV
DO SEGURO
Seção I
Disposições Gerais
Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados.
	Parágrafoúnico. Somente pode ser parte, no contrato de seguro, como segurador, entidade para tal fim legalmente autorizada.
Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete do seguro, e, na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio.
Art. 759. A emissão da apólice deverá ser precedida de proposta escrita com a declaração dos elementos essenciais do interesse a ser garantido e do risco.
Art. 760. A apólice ou o bilhete de seguro serão nominativos, à ordem ou ao portador, e mencionarão os riscos assumidos, o início e o fim de sua validade, o limite da garantia e o prêmio devido, e, quando for o caso, o nome do segurado e o do beneficiário.
Parágrafo único. No seguro de pessoas, a apólice ou o bilhete não podem ser ao portador.
Art. 761. Quando o risco for assumido em cosseguro, a apólice indicará o segurador que administrará o contrato e representará os demais, para todos os seus efeitos.
Art. 762. Nulo será o contrato para garantia de risco proveniente de ato doloso do segurado, do beneficiário, ou de representante de um ou de outro.
Art. 763. Não terá direito a indenização o segurado que estiver em mora no pagamento do prêmio, se ocorrer o sinistro antes de sua purgação.
Art. 764. Salvo disposição especial, o fato de se não ter verificado o risco, em previsão do qual se faz o seguro, não exime o segurado de pagar o prêmio.
Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados a guardar na conclusão e na execução do contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade, tanto a respeito do objeto como das circunstâncias e declarações a ele concernentes.
Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito à garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido.
Parágrafo único. Se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do segurado, o segurador terá direito a resolver o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro, a diferença do prêmio.
Art. 767. No seguro à conta de outrem, o segurador pode opor ao segurado quaisquer defesas que tenha contra o estipulante, por descumprimento das normas de conclusão do contrato, ou de pagamento do prêmio.
Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar intencionalmente o risco objeto do contrato.
Art. 769. O segurado é obrigado a comunicar ao segurador, logo que saiba, todo incidente suscetível de agravar consideravelmente o risco coberto, sob pena de perder o direito à garantia, se provar que silenciou de má-fé.
§ 1 o O segurador, desde que o faça nos quinze dias seguintes ao recebimento do aviso da agravação do risco sem culpa do segurado, poderá dar-lhe ciência, por escrito, de sua decisão de resolver o contrato.
§ 2 o A resolução só será eficaz trinta dias após a notificação, devendo ser restituída pelo segurador a diferença do prêmio.
Art. 770. Salvo disposição em contrário, a diminuição do risco no curso do contrato não acarreta a redução do prêmio estipulado; mas, se a redução do risco for considerável, o segurado poderá exigir a revisão do prêmio, ou a resolução do contrato.
Art. 771. Sob pena de perder o direito à indenização, o segurado participará o sinistro ao segurador, logo que o saiba, e tomará as providências imediatas para min orar-lhe as consequências.
Parágrafo único. Correm à conta do segurador, até o limite fixado no contrato, as despesas de salvamento consequente ao sinistro.
Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga à atualização monetária da indenização devida segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, sem prejuízo dos juros moratórios.
Art. 773. O segurador que, ao tempo do contrato, sabe estar passado o risco de que o segurado se pretende cobrir, e, não obstante, expede a apólice, pagará em dobro o prêmio estipulado.
Art. 774. A recondução tácita do contrato pelo mesmo prazo, mediante expressa cláusula contratual, não poderá operar mais de uma vez.
Art. 775. Os agentes autorizados do segurador presumem-se seus representantes para todos os atos relativos aos contratos que agenciarem.
Art. 776. O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o prejuízo resultante do risco assumido, salvo se convencionada a reposição da coisa.
Art. 777. O disposto no presente Capítulo aplica-se, no que couber, aos seguros regidos por leis próprias.
Seção II
Do Seguro de Dano
Art. 778. Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato, sob pena do disposto no art. 766, e sem prejuízo da ação penal que no caso couber.
Art. 779. O risco do seguro compreenderá todos os prejuízos resultantes ou consequentes, como sejam os estragos ocasionados para evitar o sinistro, minorar o dano, ou salvar a coisa.
Art. 780. A vigência da garantia, no seguro de coisas transportadas, começa no momento em que são pelo transportador recebidas, e cessa com a sua entrega ao destinatário.
Art. 781. A indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento do sinistro, e, em hipótese alguma, o limite máximo da garantia fixado na apólice, salvo em caso de mora do segurador.
Art. 782. O segurado que, na vigência do contrato, pretender obter novo seguro sobre o mesmo interesse, e contra o mesmo risco junto a outro segurador, deve previamente comunicar sua intenção por escrito ao primeiro, indicando a soma por que pretende segurar-se, a fim de se comprovar a obediência ao disposto no art. 778.
Art. 783. Salvo disposição em contrário, o seguro de um interesse por menos do que valha acarreta a redução proporcional da indenização, no caso de sinistro parcial.
Art. 784. Não se inclui na garantia o sinistro provocado por vício intrínseco da coisa segurada, não declarado pelo segurado.
Parágrafo único. Entende-se por vício intrínseco o defeito próprio da coisa, que se não encontra normalmente em outras da mesma espécie.
Art. 785. Salvo disposição em contrário, admite-se a transferência do contrato a terceiro com a alienação ou cessão do interesse segurado.
§ 1º Se o instrumento contratual é nominativo, a transferência só produz efeitos em relação ao segurador mediante aviso escrito assinado pelo cedente e pelo cessionário.
§ 2º A apólice ou o bilhete à ordem só se transfere por endosso em preto, datado e assinado pelo endossante e pelo endossatário.
Art. 786. Paga a indenização, o segurador sub-roga-se, nos limites do valor respectivo, nos direitos e ações que competirem ao segurado contra o autor do dano.
§ 1º Salvo dolo, a sub-rogação não tem lugar se o dano foi causado pelo cônjuge do segurado, seus descendentes ou ascendentes, consanguíneos ou afins.
§ 2º É ineficaz qualquer ato do segurado que diminua ou extinga, em prejuízo do segurador, os direitos a que se refere este artigo.
Art. 787. No seguro de responsabilidade civil, o segurador garante o pagamento de perdas e danos devidos pelo segurado a terceiro.
§ 1º Tão logo saiba o segurado das consequências de ato seu, suscetível de lhe acarretar a responsabilidade incluída na garantia, comunicará o fato ao segurador.
§ 2º É defeso ao segurado reconhecer sua responsabilidade ou confessar a ação, bem como transigir com o terceiro prejudicado, ou indenizá-lo diretamente, sem anuência expressa do segurador.
§ 3º Intentada a ação contra o segurado, dará este ciência da lide ao segurador.
§ 4º Subsistirá a responsabilidade do segurado perante o terceiro, se o segurador for insolvente.
Art. 788. Nos seguros de responsabilidade legalmente obrigatórios, a indenização por sinistro será paga pelo segurador diretamente ao terceiro prejudicado.
Parágrafo único. Demandado em ação direta pela vítima do dano, o segurador não poderá opor a exceção de contrato não cumprido pelo segurado, sem promover a citação deste para integrar o contraditório.
Seção III
Do Seguro de Pessoa
Art. 789. Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipulado pelo proponente, que pode contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse,com o mesmo ou diversos seguradores.
Art. 790. No seguro sobre a vida de outros, o proponente é obrigado a declarar, sob pena de falsidade, o seu interesse pela preservação da vida do segurado.
Parágrafo único. Até prova em contrário, presume-se o interesse, quando o segurado é cônjuge, ascendente ou descendente do proponente.
Art. 791. Se o segurado não renunciar à faculdade, ou se o seguro não tiver como causa declarada a garantia de alguma obrigação, é lícita a substituição do beneficiário, por ato entre vivos ou de última vontade.
Parágrafo único. O segurador, que não for cientificado oportunamente da substituição, desobrigar-se-á pagando o capital segurado ao antigo beneficiário.
Art. 792. Na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou se por qualquer motivo não prevalecer a que for feita, o capital segurado será pago por metade ao cônjuge não separado judicialmente, e o restante aos herdeiros do segurado, obedecida a ordem da vocação hereditária.
Parágrafo único. Na falta das pessoas indicadas neste artigo, serão beneficiários os que provarem que a morte do segurado os privou dos meios necessários à subsistência.
Art. 793. É válida a instituição do companheiro como beneficiário, se ao tempo do contrato o segurado era separado judicialmente, ou já se encontrava separado de fato.
Art. 794. No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de morte, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança para todos os efeitos de direito.
Art. 795. É nula, no seguro de pessoa, qualquer transação para pagamento reduzido do capital segurado.
Art. 796. O prêmio, no seguro de vida, será conveniado por prazo limitado, ou por toda a vida do segurado.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, no seguro individual, o segurador não terá ação para cobrar o prêmio vencido, cuja falta de pagamento, nos prazos previstos, acarretará, conforme se estipular, a resolução do contrato, com a restituição da reserva já formada, ou a redução do capital garantido proporcionalmente ao prêmio pago.
Art. 797. No seguro de vida para o caso de morte, é lícito estipular-se um prazo de carência, durante o qual o segurador não responde pela ocorrência do sinistro.
Parágrafo único. No caso deste artigo o segurador é obrigado a devolver ao beneficiário o montante da reserva técnica já formada.
Art. 798. O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência inicial do contrato, ou da sua recondução depois de suspenso, observado o disposto no parágrafo único do artigo antecedente.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese prevista neste artigo, é nula a cláusula contratual que exclui o pagamento do capital por suicídio do segurado.
Art. 799. O segurador não pode eximir-se ao pagamento do seguro, ainda que da apólice conste a restrição, se a morte ou a incapacidade do segurado provier da utilização de meio de transporte mais arriscado, da prestação de serviço militar, da prática de esporte, ou de atos de humanidade em auxílio de outrem.
Art. 800. Nos seguros de pessoas, o segurador não pode sub-rogar-se nos direitos e ações do segurado, ou do beneficiário, contra o causador do sinistro.
Art. 801. O seguro de pessoas pode ser estipulado por pessoa natural ou jurídica em proveito de grupo que a ela, de qualquer modo, se vincule.
§ 1 o O estipulante não representa o segurador perante o grupo segurado, e é o único responsável, para com o segurador, pelo cumprimento de todas as obrigações contratuais.
§ 2 o A modificação da apólice em vigor dependerá da anuência expressa de segurados que representem três quartos do grupo.
Art. 802. Não se compreende nas disposições desta Seção a garantia do reembolso de despesas hospitalares ou de tratamento médico, nem o custeio das despesas de luto e de funeral do segurado.
	Aluno	Artigos
	Luciana Bonanni	757 a 766
	Vanessa Teodoro	767 a 775
	Diogo Garcia	776 a 784
	Luanna Borges	785 a 793
	Stenio 	794 a 802

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