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Aulas I e II Procedimentos Especiais

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Aula I - Procedimentos Especiais
Procedimentos Especiais no CPC/73: 
Ação de consignação em pagamento: mantida pelo NCPC;
ação de depósito: excluído. Agora é veiculada pelo procedimento comum. A sua especialidade era formar uma liminar (uma espécie de tutela de evidência). Agora tal possibilidade é expressa no artigo 311, III, Ncpc, exatamente na parte de tutela de evidência. Assim, faz todo sentido retirar o procedimento especial. 
ação de substituição de título ao portador: também excluído. A sua única especialidade foi para o artigo 259, ii (citação por edital), por isso tal procedimento especial Tb não é mais necessário, podendo ser tutelado pelo procedimento comum. 
ação de prestação de contas: ela foi remodelada no Ncpc. Eram duas ações: ação de dar contas e de exigir contas. O legislador percebeu que a ação de dar contas não tinha nada de especial, por isso ela foi excluída. Atualmente, então, temos apenas a ação de exigir contas.  Então, a ação de dar contas foi para o procedimento comum. 
Ações Possessórias: procedimento mantido. 
Ação de nunciação de obra nova: excluída pelo NCPC. Era uma ação para embargar obra vizinha que gerasse algum prejuízo ao autor. Ela tinha uma restrição de cabimento, porque ela qualificava o ato ilícito. A outra especialidade era o embargo extrajudicial da obra. 
Ação de usucapião de terras particulares: também excluída pelo NCPC. Tínhamos duas especialidades: (I) citação por edital. Essa exigência continua entre nós, no artigo 259, I, Ncpc; (II) formação de um litisconsórcio ativo necessário. Isso ocorre porque na ação de usucapião terei sempre, no mínimo, dois réus, porque o antigo proprietário sempre será réu + os confrontantes. Hoje eu tenho o artigo 246, parágrafo terceiro, que prevê a citação pessoal dos confrontantes. O artigo diz, portanto, que os confrontantes são necessariamente réus na ação de usucapião.  
Ação de divisão e demarcação de terras particulares: mantida pelo NCPC. 
Ação de Inventário e Partilha: mantida; 
Embargos de terceiro: mantida; 
Ação de habilitação: mantida; 
Ação de restauração de autos; 
Ação de vendas à crédito com reserva de domínio: ação excluída pelo NCPC. 
Ação Monitória: mantida pelo NCPC. 
Ações de procedimentos especiais incluídas pelo NCPC: 
Ação de dissolução parcial de sociedade; 
Ação de regulação de avaria grossa; 
O artigo 1.218 do CPC/73 falava que essas ações seguiriam o procedimento do código revogado (CPC/39) até a criação de uma norma específica. Só que tal lei nunca veio. Por isso, o CPC/2015 decidiu regular a matéria. O inciso VII ficou com a ação de dissolução e o XIV ficou com a ação de regulação. 
Ação de oposição: a oposição não é uma novidade absoluta, pq ela exigia no CPC/73. Ela estava prevista como espécie de intervenção de terceiro típica. O legislador mudou a natureza jurídica, pois deixou de ser intervenção de terceiro e passou a ser uma ação de procedimento especial;
Ação de homologação do penhor legal: no CPC/73 ela estava prevista como ação cautelar típica. Então o legislador acabou com as cautelares típicas e ela também teve sua natureza jurídica alterada para uma ação de procedimento especial; 
Ações de Família: segundo o professor, não é um procedimento especial. São técnicas procedimentais aplicáveis em determinadas hipóteses de procedimento comum é especial, a depender da matéria. 
Estudo dos procedimentos especiais: 
Ação de consignação em pagamento (539 a 549, NCPC) 
No CC eu tenho o tratamento do tema de extinção das obrigações. Temos a previsão da extinção normal (pagamento), só que também há formas anômalas de extinção da obrigação. Entre as formas anômalas aparece a ação de consignação em pagamento. Ou  seja, ela é um instituto de direito material. 
É necessário um procedimento especial para que se tenha a certeza jurídica de que a obrigação foi extinta pela consignação em pagamento. Ela tem natureza meramente declaratória. 
(?) Por que havendo uma forma normal eu precisarei utilizar uma forma anômala? Pode ser porque, por exemplo, o credor não aceita o pagamento. Tenho um obstáculo de fato ou jurídico alheio à vontade do devedor. Esse obstáculo impede um pagamento eficaz. 
Essa ação é fundada em um direito que não associamos diretamente à obrigação. Pois é titulada pelo devedor, pois ele tem o direito de pagar. Ele quer pagar para evitar os efeitos da mora. 
Consignação extrajudicial: prevista no artigo 539 do NCPC. 
Essa consignação extrajudicial deve preencher alguns requisitos: (I) só cabe na obrigação de pagar. Ou seja, só cabe quando o objeto da obrigação é dinheiro; (II) no local de pagamento é necessário ter uma agência bancária (a instituição financeira pública prefere à particular). Ou seja, só vai para banco privado quando faltar o banco público; (iii) conhecimento do endereço do credor. O banco vai ter que notificar o credor e tal notificação só será possível se tiver o endereço do credor; (iv) credor conhecido; (v) credor tem que ser certo; (vi) necessidade de credor capaz; (VII) credor solvente; (viii) o objeto da consignação precisa ser não litigioso. 
Obs: a ação de consignação extrajudicial é apenas e tão somente uma opção do devedor. 
Procedimento: 
Credor vai até a agência bancária e abre uma conta em favor do credor e realiza o depósito do valor. 
Posteriormente vem a cientificação do credor da existência do depósito, por meio de uma carta AR. Cientificado o credor, ele terá um prazo de 10 dias para se manifestar. Termo inicial do prazo: devolução do AR, na forma do artigo 539, parágrafo segundo, NCPC. 
Reações do credor: ele pode comparecer ao banco e levantar o deposito. Se ele assim o fizer, teremos a extinção da obrigação. Segunda hipótese: inércia. Passam-se os 10 dias e o credor não se manifesta. Aqui também há a extinção da obrigação, pois o silêncio do credor significa sua ciência tácita do valor. O dinheiro fica na conta e quando ele quiser ele levanta. Terceira hipótese: credor vai levantar o depósito com ressalva do valor. Se ele fizer isso, tem direito de cobrar a diferença. Quarta reação: recusa do depósito, mesmo imotivada. Se houver a recusa, conta-se um prazo de 30 dias a partir de tal momento. Não é um prazo processual, então contarei 30 dias contínuos. São 30 dias para o ingresso da ação de consignação. Esse prazo, obviamente, não é decadencial. Ou seja, ele pode entrar com a ação quando quiser. Só que, respeitado o prazo, aquele depósito extrajudicial se converte em depósito judicial. Quando há essa conversão o devedor não entra em mora. Essa é a vantagem. 
Competência: artigo 540, NCPC. É o foro do pagamento, ou seja, o foro do cumprimento da obrigação. Dívida quesível: aquela que deve ser cumprida no domicílio do devedor (autor da ação). Dívida portável: aquela que deve ser cumprida no domicílio do credor (réu da ação). 
Obs: STJ, 2 seção, CC 31.408/MG. Reconhece a possibilidade de uma cláusula de eleição de foro.  
legitimidade: 
Ativa: devedor e eventualmente seus sucessores. 
(?) um terceiro tem legitimidade para consignar em pagamento? Resposta: sim, o terceiro tem legitimidade. Se esse terceiro tiver interesse jurídico na obrigação, teremos o fenômeno da sub-rogação. Também é possível que um terceiro sem interesse jurídico faça o pagamento. Quando não há interesse jurídico a consignação em pagamento é vista como ato de mera liberalidade. 
Passiva: credor. 
Obs: ideia de que, na dúvida de quem seja o credor, teremos uma hipótese de litisconsórcio passivo necessário. 
Obs2: é possível ter o credor desconhecido. Ex: morte do credor original. Aí será uma ação sem réu. Então será feita uma citação por edital. 
Objeto da consignação
Obrigação: 
(I) pagar: dinheiro. (STJ, 3T, Resp 436.842/RS) quando se tem uma obrigação de pagar o valor não precisa ser necessariamente o contratualmente previsto entre as partes. Ex: o sujeito pode entrar com a consignação em pagamento e de forma incidental pode discutir a validadede cláusula contratual. 
(II) entregar coisa: o objeto da consignação é a coisa. O STJ já teve a oportunidade de decidir que, se a obrigação for de entregar a coisa, não cabe depósito em dinheiro em valor correspondente à coisa. Basicamente o STJ está dizendo que o devedor não pode mudar unilateralmente a natureza da obrigação. Não podendo mais consignar a coisa, você não terá mais acesso à ação consignatória. 
Procedimento: 
A) petição inicial: artigo 319, NCPC. A única exigência especial é que o autor faça um requerimento para depósito. Ele ingressa com a ação e pede para o juiz deferir o depósito (artigo 542, I). 
B) posturas do juiz: é possível que haja emenda ou indeferimento da PI. O juiz quando recebe essa inicial e acha que ela está ok, ou seja, formalmente perfeita, ele não manda citar o réu, mas sim intimar o autor, para que ele, no prazo de cinco dias, realize o depósito. 
Obs: o STJ (3t, Resp. 702.739/PB) decidiu que esse prazo de 05 dias é impróprio. Se o depósito não for realizado, é causa de extinção do processo. Entretanto, passados os 5 dias e não tendo sido proferida sentença de extinção do processo, se o autor atravessar uma petição com o depósito tal depósito será considerado válido. 
C) Citação do réu: ao citar o réu, será dado um prazo de 15 dias para contestar ou para levantar o dinheiro. 
Obs: não cabe a audiência do 334, NCPC aqui. 
D) reações possíveis do réu: primeira: levantar o dinheiro. Se ele levanta o dinheiro, ele estará reconhecendo juridicamente o pedido do autor. Há um sentença homologatória (artigo 487, III), colocando fim ao processo com julgamento do mérito. 
Segunda possibilidade: revelia. Se tivermos a revelia, adotaremos o procedimento comum dali para frente. 
Aula II - Procedimentos Especiais
Terceira possibilidade: contestação. O artigo 544, NCPC, prevê uma limitação nas matérias de defesa. A primeira matéria prevista é que não houve recusa em receber o pagamento. A clássica defesa de que o autor não precisava ter entrado com a ação porque nunca houve recusa em receber o pagamento. Segunda matéria: recusa justa; terceira matéria: defesa do depósito parcial. O réu deve, então, indicar o valor que entende ser devido. 
Obs: a partir do momento em que o STJ admite como questão prejudicial a nulidade de cláusulas contratuais, você acaba tendo que alargar a ideia de matérias defensivas. Na hora em que o autor inclui tal matéria, é óbvio que o devedor poderá contestar tal matéria. Se quiser, ainda nesse caso, respeitar o 544 é só jogar na defesa da hipótese do depósito parcial. 
Obs2: seria cabível reconvenção na contestação. Após essas reações do réu, adota-se o procedimento comum. 
Obs3: sentença de procedência: essa sentença, em regra, é uma sentença meramente declaratória. Ela declara a extinção da obrigação. Só que, excepcionalmente, essa sentença pode ter, ao menos em um capítulo, uma natureza condenatória. Isso é possível, nos termos do artigo 545, parágrafo segundo, NCPC, quando o juiz condena o autor a pagar a diferença, na hipótese de depósito a menor. 
depósito em valor inferior ao devido:   Tudo começa na contestação. Nela o réu vai ter o ônus de indicar a diferença de valor entre o consignado e o devido (artigo 544, p.u, Ncpc). O juiz, nesse primeiro momento, não faz qualquer juízo de valor. Ele se limita a requerer a intimação do autor e dá ao mesmo 10 dias de prazo para ele, ou concordar com o réu, aí ele complementa o valor. Aqui há uma sentença de procedência. Não é utilizado aqui a regra da sucumbência, mas sim a da causalidade. Nesse caso quem deu causa foi o autor, pois o valor era inferior, então mesmo ele ganhando o processo ele será condenado ao pagamento de honorários e custas. O autor pode, também, discordar do valor apresentado pelo réu. Aqui teremos um procedimento que estará limitado a discutir eventual diferença. O valor incontroverso terá levantamento imediato pelo réu (artigo 545, parágrafo primeiro). Aí o processo segue para tratar da eventual diferença. Aí temos a possibilidade de uma condenação a pagar. O STJ quando enfrentou tal possibilidade resolveu que a ação de consignação em pagamento tem natureza dúplice. O STJ disse que ela é dúplice inclusive quando há objeto condenatório. Resumo: em ação dúplice não há pedido do réu contra o autor. 
Consignação de prestações sucessivas: 
Aqui temos uma obrigação de trato continuado. Tem-se prestações vencidas. As prestações vencidas serão objeto do depósito judicial. Mas nós teremos prestações vincendas. Teremos prestações que vencem durante o processo. Então a lei estabelece a possibilidade de depósitos incidentais, incidentais porque eles são feitos durante o processo. Vão se vencendo as prestações e são feitas as devidas consignações. 
Esse depósito incidental independe de pedido do autor. 
O artigo 541, NCPC, da um prazo para esse deposito incidental de 05 dias do vencimento. Ele terá até 05 dias, contado do respectivo vencimento da prestação, para fazer a consignação em juízo.  
Não há, a cada depósito, uma nova defesa do réu. Há a intimação do réu, pois essa é indispensável, pois ele precisa ser informado que essas consignações estão sendo feitas. Obviamente, é fato que o réu possa falar sobre os depósitos realizados. 
Prazo preclusivo: significa dizer que ninguém está perdendo o direito de consignar. Está perdendo o direito de consignar naquele processo. Então seria absolutamente possível a propositura de uma nova ação. 
Termo final dessas consignações: surge uma corrente doutrinária que defende ser o termo final a sentença. Ou seja, antes mesmo de quem defende ser o termo final o trânsito em julgado.  Esse momento, até a sentença, está previsto no artigo 57, iii, lei de locações. Essa doutrina tenta, então, a aplicação por analogia de tal  dispositivo. O STJ, quando foi chamado a falar sobre tal tema decidiu autorizar a consignação até o trânsito em julgado, com base na economia processual. 
Consignatória quando há dúvida da titularidade da obrigação: 
Ou seja, há uma dúvida a quem pagar. Então é necessário formar um litisconsórcio passivo necessário entre os possíveis credores. 
Possíveis reações dos réus nesse tipo de processo: (i) inércia de ambos. Nesse caso teremos uma sentença de procedência e quanto ao bem terei a chamada "arrecadação de bem de ausente". Vai para onde a lei determinar que deve ir; (II) posso ter a inércia de um dos réus e a contestação de outro. Aqui posso ter a entrega para o contestante, se o juiz se convencer de suas razões, ou posso ter a "arrecadação de bem de ausente"; (iii) ambos contestam. Deve-se verificar se a titularidade do direito é a única matéria alegada por eles ou se há outras matérias. Se eu tiver alegação de outras matérias além da titularidade, vamos seguir pelo procedimento comum. Ja se a titularidade for a única matéria, o juiz irá excluir o autor do processo. Ele será excluído porque terá seu pedido acolhido. Então acabei de ter uma decisão de procedência (decisão interlocutória de mérito). Quem deu causa ao processo são os réus, então o autor terá direito a honorários. O código determina que sairá 20% do valor depositado para os honorários. O réu que perder terá que pagar os 20% para o réu que vencer.  
ação consignatória locatícia: 
Artigo 67, Lei 8.245/91. Há duas possibilidades: (I) consignação do aluguel; e (II) consignação de chaves.  
Competência: local do imóvel (artigo 58, II, lei de locações). Hipótese de competência relativa, então é possível cláusula de eleição de foro. 
Valor da causa: 12 vezes o aluguel. (Artigo 58, inciso III). 
Depósito inicial: prazo de 24 horas. 
Há uma previsão de que a citação deve ser feita por AR. Há a possibilidade de ser feita por fax ou telex, desde que conste no contrato de locação e que o réu seja PJ. (Hoje em dia posso falar no e-mail, desde que esteja no contrato e que seja PJ). 
Reconvenção: (artigo 67, vi) - aqui será cabível pedido de despejo.
Obs: Se o pedido não for feito, será necessáriopegar a sentença de improcedência, que irá declarar a dívida, então será um título executivo judicial. Eu teria que tirar daqui uma obrigação de fazer (despejo), embora o juiz tenha declarado apenas que existe a dívida (obrigação de pagar). Então, não é certo que irá conseguir o despejo por tal via. 
Depósito incidental: o momento é o do vencimento da obrigação. O termo final é a sentença. Se ela seguir para um Tribunal em grau de recurso, será necessário fazer outra ação de consignação para depositar as parcelas ainda pendentes de pagamento. 
Complementação de depósito: é possível, mas o prazo aqui é de 05 dias. Aqui ainda há uma aplicação de multa, de 10% sobre o valor da diferença.    
# Ação de exigir contas: (550 a 553, NCPC). 
Introdução: para que tenha a prestação de contas é necessário ter antes dela uma administração de bens, valores ou interesses conduzida por terceiros. Dessa administração nós criamos uma relação jurídica de direito material complexa, pois envolve operações de crédito e débito. 
Pela ação de exigir contas eu vou ter um acertamento econômico definitivo entre as partes. Vamos definir, ao final, quem deve para quem e condenar ao pagamento. 
Obs: STJ, 4T, Ag.Regimental 739.700/RS). O STJ não admite cumulação de prestação de contas com revisão contratual. Diferentemente da consignação em pagamento, o STJ exige que as partes estejam de acordo com o contrato. 
legitimidade: (I) ativa: o sujeito que tem o seu patrimônio administrado. (II) Passiva: é do sujeito que administrou o patrimônio. 
Obs: a regra é a legitimidade comportar a sucessão dos herdeiros do legitimado. Só que o STJ diz que o mandato é um contrato personalíssimo, então a obrigação de prestar contas também vai ser. Aí o STJ em tal precedente diz que não tem legitimidade passiva o espólio do mandatário. Então só vai poder ser réu aquele que efetivamente administrou o patrimônio. 
Interesse de agir: 
Se estabelece pela lide. O acertamento econômico pode ser obtido sem ação judicial. A ação de prestação de contas pode ser uma ação obrigatória. Isso significa dizer que ela pode ser imposta pela lei e, por consequência óbvia, ela vai independer da lide. Eu tenho isso para os administradores judiciais. (Ex: tutor e curador, administrador depositário - são pessoas em que a lei obriga a prestação de contas). 
Obs: sócio/cooperado/condômino: se eu tiver contas já aprovadas pelo órgão competente, falta interesse de agir desses legitimados para propositura da ação. 
Natureza dúplice: 
Se tudo der certo, a ação de prestação de contas terá duas fases procedimentais sucessivas, de natureza cognitiva, ou seja, teremos nas duas fases um processo de conhecimento. Terei em um primeiro momento uma obrigação de fazer, qual seja prestar as contas. Não há natureza dúplice aqui. Só que na segunda fase o objeto muda. Após prestadas as contas, o objeto passa a ser de pagar. Pagar o eventual saldo. Esse saldo pode ser em favor do autor ou do réu. Nesse segundo momento nós temos a natureza dúplice. Ou seja, o juiz pode condenar o autor a pagar o réu mesmo sem pedido do réu, justamente em razão da natureza dúplice da ação.

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