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Aula 12 Direito Processual Penal p/ TRF 5ª Região (Analista Judiciário- Área Judiciária) Pós-Edital Professor: Renan Araujo 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo AULA 12: JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS SUMçRIO 1 JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS ........................................................................ 2 1.1 Consideraes gerais ..................................................................................... 2 1.2 Princpios e Objetivos .................................................................................... 3 1.3 Competncia .................................................................................................. 4 1.4 Atos chamatrios ........................................................................................... 5 1.5 Da Fase Preliminar ......................................................................................... 6 1.5.1 Termo circunstanciado e priso em flagrante ..................................................... 6 1.5.2 Audincia preliminar e composio civil dos danos .............................................. 6 1.5.3 Transao penal ............................................................................................ 8 1.6 Do Procedimento Sumarssimo propriamente dito ......................................... 9 1.7 Suspenso condicional do processo ............................................................. 12 1.7.1 Conceito e cabimento ................................................................................... 12 1.7.2 Revogao do benefcio ................................................................................ 15 1.8 Juizados Especiais Criminais Federais (Lei 10.259/01) ................................ 16 2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 17 3 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 22 3.1 Smulas vinculantes .................................................................................... 22 3.2 Smulas do STF ............................................................................................ 22 3.3 Smulas do STJ ............................................................................................ 23 4 RESUMO .............................................................................................................. 24 5 LISTA DE EXERCêCIOS ........................................................................................ 30 6 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 40 7 GABARITO .......................................................................................................... 60 Ol, meu povo! Na aula de hoje vamos estudar o procedimento previsto na Lei 9.099/95, que estabeleceu o rito sumarssimo no processo penal brasileiro, criando os Juizados Especiais Criminais. Bons estudos! Prof. Renan Araujo 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo 1! JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 1.1!Consideraes gerais Os Juizados Especiais Criminais foram institudos pela Lei 9.099/95, estabelecendo um rito prprio para o processo e julgamento de determinadas infraes penais, consideradas de MENOR POTENCIAL OFENSIVO. Este rito prprio foi chamado pelo CPP de rito SUMARêSSIMO. Vejamos o art. 394, ¤1¡, III do CPP: Art. 394. O procedimento ser comum ou especial. (Redao dada pela Lei n¼ 11.719, de 2008). ¤ 1o O procedimento comum ser ordinrio, sumrio ou sumarssimo: (Includo pela Lei n¼ 11.719, de 2008). (...) III - sumarssimo, para as infraes penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei. (Includo pela Lei n¼ 11.719, de 2008). Os Juizados Especiais Criminais, em nvel estadual, esto regulamentados pela Lei 9.099/95, e, em nvel federal, pela Lei 10.259/01, aplicando-se, subsidiariamente, a Lei 9.099/95 quando no houver previso na Lei 10.259/01. Os Juizados Criminais so competentes para processar e julgar as infraes de menor potencial ofensivo, que, nos termos do art. 61 da Lei 9.099/95, so as contravenes (quaisquer) e crimes cuja pena mxima no seja superior a dois anos, cumulada ou no com multa. Vejamos: Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juzes togados ou togados e leigos, tem competncia para a conciliao, o julgamento e a execuo das infraes penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexo e continncia. (Redao dada pela Lei n¼ 11.313, de 2006) Pargrafo nico. Na reunio de processos, perante o juzo comum ou o tribunal do jri, decorrentes da aplicao das regras de conexo e continncia, observar-se-o os institutos da transao penal e da composio dos danos civis. (Includo pela Lei n¼ 11.313, de 2006) Art. 61. Consideram-se infraes penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenes penais e os crimes a que a lei comine pena mxima no superior a 2 (dois) anos, cumulada ou no com multa. (Redao dada pela Lei n¼ 11.313, de 2006) INFRAÍES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO CONTRAVENÍES PENAIS CRIMES TODAS APENAS AQUELES CUJA PENA MçXIMA NÌO SEJA SUPERIOR A 02 ANOS 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo O ¤ nico do art. 60, como vocs podem ver, tambm foi alterado em 2006, de forma que havendo de ser julgada uma IMPO (Infrao de menor potencial ofensivo) perante outro Juzo (em razo de regras de conexo ou continncia), devem ser observados os institutos da Transao Penal e da composio dos danos civis. RESUMINDO: Se o infrator cometer uma IMPO em conexo com um crime do Jri, por exemplo (Homicdio), ambos sero julgados pelo Jri, pois a competncia deste prevalece (segundo as regras de conexo do CPP), mas infrao de menor potencial ofensivo devem ser aplicados os institutos despenalizadores previstos na Lei 9.099;95, conforme preconiza o art. 60, ¤ nico da Lei 9.099/95. 1.2!Princpios e Objetivos Os princpios e objetivos dos Juizados Especiais Criminais esto previstos no art. 62 da Lei: Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se- pelos critrios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possvel, a reparao dos danos sofridos pela vtima e a aplicao de pena no privativa de liberdade. Assim, os Juizados possuem como princpios: ü! Oralidade Ð Os atos processuais, sempre que possvel, sero praticados oralmente, sendo reduzidos a termo; ü! Informalidade Ð Os processos perante os Juizados Especiais no seguem formalidade to rigorosa quanto aqueles julgados pelo Juzo comum. No toa que temos as previses dos arts. 64 e 65 da Lei: Art. 64. Os atos processuais sero pblicos e podero realizar-se em horrio noturno e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas de organizao judiciria. Art. 65. Os atos processuais sero vlidos sempre que preencherem as finalidades para as quais foram realizados, atendidos os critrios indicados no art. 62 desta Lei.ü! Economia Processual Ð Deve-se buscar sempre a mxima efetividade dos atos processuais, concentrando-os de forma a garantir a economia do processo, ou seja, a maior eficincia possvel, com o menor gasto de tempo e dinheiro do Poder Pblico; ü! Celeridade Processual Ð A busca pela celeridade (rapidez) processual um princpio do Juizado, notadamente quando se analisa que neste rito (sumarssimo) diversas fases processuais so atropeladas, de forma a garantir o desfecho clere do processo. Os objetivos, por sua vez, so: 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo ü! Reparao dos danos sofridos pela vtima Ð a chamada Òcomposio dos danos civisÓ, ou seja, objetiva-se sempre a reparao do dano causado pelo infrator, de forma a garantir que a vtima seja indenizada pelo prejuzo que sofreu, seja ele de ordem material ou moral; ü! Aplicao de pena no-privativa de liberdade Ð Busca-se, sempre, aplicar pena que no seja a privativa de liberdade, como forma de evitar a priso de pessoas que tenham cometido infraes que no causam leso to grave sociedade, podendo ser punidas de outras formas. Friso a vocs que isso no se confunde com impunidade, pois o infrator seria punido, s que com uma pena que no seria privativa de liberdade. 1.3!Competncia A competncia dos Juizados Especiais, como vimos, para o processo e julgamento dos crimes cuja pena mxima no seja superior a dois anos (art. 60 da Lei). Entretanto, qual a competncia ratione loci (competncia territorial)? A competncia territorial est definida no art. 63 da Lei: Art. 63. A competncia do Juizado ser determinada pelo lugar em que foi praticada a infrao penal. Vejam, portanto, que foi adotada a teoria da ATIVIDADE. Porm, existem determinados crimes que no se submetem ao rito dos Juizados Especiais. So eles: ü! Crimes militares Ð No importa qual a pena cominada (se menor que dois anos ou no), no se aplica o rito sumarssimo aos crimes militares. Vejamos o art. 90-A da Lei 9.099/95: Art. 90-A. As disposies desta Lei no se aplicam no mbito da Justia Militar. (Artigo includo pela Lei n¼ 9.839, de 27.9.1999) CUIDADO! Em relao aos crimes de violncia domstica, o STF e o STJ entendem que possvel o julgamento pelo rito sumarssimo, o que no possvel a aplicao dos institutos despenalizadores (transao penal, suspenso condicional do processo, etc.) 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo 1.4!Atos chamatrios Os atos chamatrios no rito sumarssimo (citao e intimaes) tambm seguem um regramento especfico. Nos termos do art. 66 da Lei, a citao ser NECESSARIAMENTE PESSOAL, no havendo possibilidade de citao editalcia. Entenderam? NÌO POSSêVEL CITAÌO POR EDITAL NOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS! A Doutrina entende ser inadmissvel tambm, por analogia, a citao por hora certa. Vejamos o art. 66 da Lei: Art. 66. A citao ser pessoal e far-se- no prprio Juizado, sempre que possvel, ou por mandado. Mas, professor, e se o acusado no for encontrado? Nesse caso, o ¤ nico do art. 66 determina que sejam remetidas as peas do processo ao Juzo comum, seguindo-se o processo, no Juzo comum, pelo rito sumrio. Vejamos: Pargrafo nico. No encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhar as peas existentes ao Juzo comum para adoo do procedimento previsto em lei. Quanto s intimaes, seguindo a linha do PRINCêPIO DA INFORMALIDADE, poder elas ser enviadas por correspondncia com aviso de recebimento: Art. 67. A intimao far-se- por correspondncia, com aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurdica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepo, que ser obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessrio, por oficial de justia, independentemente de mandado ou carta precatria, ou ainda por qualquer meio idneo de comunicao. Tendo sido o ato praticado em audincia, as partes so consideradas cientes, nos termos do art. 67, ¤ nico da Lei: Pargrafo nico. Dos atos praticados em audincia considerar-se-o desde logo cientes as partes, os interessados e defensores. Da intimao do autor do fato ou citao do acusado, dever constar a necessidade de acompanhamento por advogado e, caso ele no constitua um, os autos sero remetidos Defensoria Pblica: Art. 68. Do ato de intimao do autor do fato e do mandado de citao do acusado, constar a necessidade de seu comparecimento acompanhado de advogado, com a advertncia de que, na sua falta, ser-lhe- designado defensor pblico. 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo 1.5!Da Fase Preliminar 1.5.1!Termo circunstanciado e priso em flagrante Tomando cincia da ocorrncia de uma IMPO, a autoridade policial NÌO INSTAURARç INQURITO POLICIAL, essa a primeira distino. A autoridade, nestes casos, dever lavrar o que se chama de TERMO CIRCUNSTANCIADO. Vejamos: Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrncia lavrar termo circunstanciado e o encaminhar imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vtima, providenciando-se as requisies dos exames periciais necessrios. ATENÌO! O termo circunstanciado ser utilizado, posteriormente, como subsdio para a ao penal, dispensando-se o inqurito policial1. Alm disso, ser dispensvel o exame de corpo de delito (em regra ele seria necessrio, nos crimes que deixam vestgios, por fora do art. 158 do CPP), desde que o termo circunstanciado esteja acompanhado por boletim mdico ou prova equivalente, atestando a materialidade do fato (art. 77, ¤1¼ da Lei 9.099/95). Se o autor do fato se comprometer a comparecer a todos os atos do processo, NUNCA PODERç SER PRESO EM FLAGRANTE, nos termos do ¤ nico do art. 69: Art. 69. (...) Pargrafo nico. Ao autor do fato que, aps a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, no se impor priso em flagrante, nem se exigir fiana. Em caso de violncia domstica, o juiz poder determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domiclio ou local de convivncia com a vtima. (Redao dada pela Lei n¼ 10.455, de 13.5.2002) 1.5.2!Audincia preliminar e composio civil dos danos Aps esta etapa em sede policial, ser designada audincia preliminar (art. 70), na qual o Juiz dever cientificar as partes acerca da convenincia da composio civil dos danos. Vejamos: Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vtima, e no sendo possvel a realizao imediata da audincia preliminar, ser designada data prxima, da qual ambos sairo cientes. Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secretaria providenciar sua intimao e, se for o caso, a do responsvel civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei. Art. 72. Na audincia preliminar, presente o representante do Ministrio Pblico, o autor do fato e a vtima e, se possvel, o responsvel civil, acompanhados por seus 1 Sabemos que o IP um procedimento DISPENSçVEL parao ajuizamento da ao penal. O que este dispositivo quer dizer que nas infraes de menor potencial ofensivo no teremos IP, mesmo em se tratando de crime de ao pblica. 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo advogados, o Juiz esclarecer sobre a possibilidade da composio dos danos e da aceitao da proposta de aplicao imediata de pena no privativa de liberdade. Interessante notar que essa audincia de conciliao pode ser presidida pelo Juiz ou pelo conciliador, que um auxiliar da Justia, sob orientao do Juiz: Art. 73. A conciliao ser conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientao. Pargrafo nico. Os conciliadores so auxiliares da Justia, recrutados, na forma da lei local, preferentemente entre bacharis em Direito, excludos os que exeram funes na administrao da Justia Criminal. Obtida a composio civil dos danos causados, o Juiz a homologar por sentena, que ser IRRECORRêVEL, eis que nenhuma das partes sucumbiu. Nesse caso, a sentena valer como ttulo executivo na seara cvel: Art. 74. A composio dos danos civis ser reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentena irrecorrvel, ter eficcia de ttulo a ser executado no juzo civil competente. Se o crime for de ao penal pblica CONDICIONADA ou de ao penal privada, a composio civil dos danos acarreta a RENòNCIA DO DIREITO DE OFERECER REPRESENTAÌO OU QUEIXA. Nos termos do ¤ nico do art. 74: Pargrafo nico. Tratando-se de ao penal de iniciativa privada ou de ao penal pblica condicionada representao, o acordo homologado acarreta a renncia ao direito de queixa ou representao. Caso no seja obtida a composio civil dos danos, e sendo caso de ao penal privada ou pblica condicionada representao, o Juiz dar oportunidade ao ofendido para que apresente a sua representao ou oferea a queixa: Art. 75. No obtida a composio dos danos civis, ser dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representao verbal, que ser reduzida a termo. Caso o ofendido no a exera no momento, poder exercer esse direito posteriormente (oferecimento de queixa ou representao), desde que dentro do perodo legal: Pargrafo nico. O no oferecimento da representao na audincia preliminar no implica decadncia do direito, que poder ser exercido no prazo previsto em lei. Caso o ofendido oferea a representao (crimes de ao penal pblica condicionada) ou sendo crime de ao penal pblica incondicionada, o Juiz dar vista ao MP para que proponha, se for cabvel, a TRANSAÌO PENAL. 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo 1.5.3!Transao penal Art. 76. Havendo representao ou tratando-se de crime de ao penal pblica incondicionada, no sendo caso de arquivamento, o Ministrio Pblico poder propor a aplicao imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. Esta proposta de TRANSAÌO PENAL no poder ser oferecida se ocorrer uma das hipteses do ¤ 2¡ do art. 76 da Lei: ¤ 2¼ No se admitir a proposta se ficar comprovado: I - ter sido o autor da infrao condenado, pela prtica de crime, pena privativa de liberdade, por sentena definitiva; II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicao de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo; III - no indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstncias, ser necessria e suficiente a adoo da medida. Assim: TRANSAÌO PENAL Ð INADMISSIBILIDADE ¥! Se o autor do fato tiver sido condenado, pela prtica de crime, pena privativa de liberdade, por sentena definitiva ¥! Se o autor do fato tiver sido beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, com a transao penal ¥! Os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstncias no indicarem ser necessria e suficiente a adoo da medida Sendo aceita a proposta, ela ser submetida ao Juiz, para que a acolha ou no. Caso o Juiz acolha a proposta, aplicar a pena restritiva de direitos ou multa, mas essa sano no considerada uma condenao, nem levada em conta para fins de reincidncia, sendo apenas um ÒACORDOÓ entre o MP e o acusado, de forma que o MP deixa de oferecer a ao penal e solicita, em troca disso, que o acusado pague alguma multa ou cumpra uma pena restritiva de direitos. Da deciso do Juiz que acolhe ou no a proposta, caber APELAÌO: ¤ 3¼ Aceita a proposta pelo autor da infrao e seu defensor, ser submetida apreciao do Juiz. ¤ 4¼ Acolhendo a proposta do Ministrio Pblico aceita pelo autor da infrao, o Juiz aplicar a pena restritiva de direitos ou multa, que no importar em reincidncia, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefcio no prazo de cinco anos. ¤ 5¼ Da sentena prevista no pargrafo anterior caber a apelao referida no art. 82 desta Lei. 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo ¤ 6¼ A imposio da sano de que trata o ¤ 4¼ deste artigo no constar de certido de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e no ter efeitos civis, cabendo aos interessados propor ao cabvel no juzo cvel. A transao penal direito subjetivo do ru? O STJ entende que no (AgRg no REsp 1356229 / PR). Mas, professor, e se o acusado NÌO ACEITAR a proposta de transao penal? Nesse caso, o MP oferecer denncia oral, se no for caso de realizao de alguma diligncia. Vejamos: Art. 77. Na ao penal de iniciativa pblica, quando no houver aplicao de pena, pela ausncia do autor do fato, ou pela no ocorrncia da hiptese prevista no art. 76 desta Lei, o Ministrio Pblico oferecer ao Juiz, de imediato, denncia oral, se no houver necessidade de diligncias imprescindveis. Se a ao penal for privada, o ofendido poder oferecer a queixa, nos termos do art. 77, ¤3¡ da Lei: ¤ 3¼ Na ao penal de iniciativa do ofendido poder ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as circunstncias do caso determinam a adoo das providncias previstas no pargrafo nico do art. 66 desta Lei. CUIDADO! A Lei no prev possibilidade de TRANSAÌO PENAL nos crimes de ao penal privada. Entretanto, a Jurisprudncia vem admitindo esta possibilidade, cabendo ao prprio ofendido o seu oferecimento. Por fim, deve ser ressaltado que se a causa for complexa, os autos podero ser remetidos ao Juzo comum, para que seja processado pelo rito sumrio. Esse pedido dever ser feito pelo MP (se for caso de ao penal pblica) ou verificado de ofcio pelo Juiz, se for caso de ao penal privada. Vejamos: Art. 77. (...) ¤ 2¼ Se a complexidade ou circunstncias do caso no permitirem a formulao da denncia, o Ministrio Pblico poder requerer ao Juiz o encaminhamento das peas existentes, na forma do pargrafo nico do art. 66 desta Lei. ¤ 3¼ Na ao penal de iniciativa do ofendido poder ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidadee as circunstncias do caso determinam a adoo das providncias previstas no pargrafo nico do art. 66 desta Lei. 1.6!Do Procedimento Sumarssimo propriamente dito um procedimento bastante simples, objetivo, previsto nos arts. 77 a 81 da Lei. 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo A nica discusso relevante quanto ao procedimento sumarssimo se d no que se refere aplicabilidade, ou no, do art. 394, ¤4¡ do CPP. Vejamos: Art. 394 (...) ¤ 4o As disposies dos arts. 395 a 398 deste Cdigo aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que no regulados neste Cdigo. (Includo pela Lei n¼ 11.719, de 2008). Esses arts. 395 a 397 (o art. 398 est revogado) tratam do recebimento ou rejeio da inicial acusatria e, ainda, da absolvio sumria do acusado. A Doutrina e Jurisprudncia so pacficas no que se refere aplicao dos arts. 395, 396-A e 397 do CPP ao rito sumarssimo, havendo impasse, apenas, com relao aplicabilidade, ou no, do art. 396 do CPP. Vejamos: Art. 396. Nos procedimentos ordinrio e sumrio, oferecida a denncia ou queixa, o juiz, se no a rejeitar liminarmente, receb-la- e ordenar a citao do acusado para responder acusao, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. (Redao dada pela Lei n¼ 11.719, de 2008). Vejam, portanto, que o CPP determina que o acusado ser citado para responder acusao APîS O RECEBIMENTO DA DENòNCIA. Agora, vejamos o que diz o art. 81 da Lei 9.099/95: Art. 81. Aberta a audincia, ser dada a palavra ao defensor para responder acusao, aps o que o Juiz receber, ou no, a denncia ou queixa; havendo recebimento, sero ouvidas a vtima e as testemunhas de acusao e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e prolao da sentena. Vejam, assim, que no procedimento previsto na Lei 9.099/95, a resposta acusao ANTERIOR ao recebimento da denncia ou queixa. Como conciliar? Prevalece o entendimento de que NÌO SE APLICA AO PROCEDIMENTO SUMARêSSIMO O ART. 396, pois a redao do art. 396 clara ao dizer que Ònos procedimentos ordinrio e sumrio...Ó, de forma que se entende que no a inteno da lei aplic-lo ao rito da Lei 9.099/95. Oferecida a denncia ou queixa, dispensa-se exame de corpo de delito, caso os vestgios estejam documentados por boletim mdico ou prova equivalente (art. 77, ¤1¡ da Lei). Devem ser arroladas as testemunhas, cujo nmero a Lei no diz. Aplica-se, por analogia, o art. 532 do CPP (nmero de testemunhas no rito sumrio), considerando-se que o nmero mximo de testemunhas, aqui, seja de CINCO. Aps esse momento, proceder-se- citao do acusado. Se ele estiver presente audincia preliminar, e sendo oferecida a inicial acusatria na audincia preliminar, considerar-se- citado, sendo cientificado da data da audincia de instruo e julgamento, nos termos do art. 78 da Lei: Art. 78. Oferecida a denncia ou queixa, ser reduzida a termo, entregando-se cpia ao acusado, que com ela ficar citado e imediatamente cientificado da designao de 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo dia e hora para a audincia de instruo e julgamento, da qual tambm tomaro cincia o Ministrio Pblico, o ofendido, o responsvel civil e seus advogados. ¤ 1¼ Se o acusado no estiver presente, ser citado na forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da data da audincia de instruo e julgamento, devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar requerimento para intimao, no mnimo cinco dias antes de sua realizao. ¤ 2¼ No estando presentes o ofendido e o responsvel civil, sero intimados nos termos do art. 67 desta Lei para comparecerem audincia de instruo e julgamento. ¤ 3¼ As testemunhas arroladas sero intimadas na forma prevista no art. 67 desta Lei. Caso o acusado no esteja presente, ser citado pessoalmente e, caso isso no seja possvel, as peas sero remetidas ao Juzo comum para que l o processo seja julgado, nos termos do art. 78, ¤1¡ da Lei. Na audincia de instruo e julgamento o Juiz: ⇒! Facultar defesa responder acusao Ð Est previsto no art. 81 da Lei. O teor da resposta seguir o que prev o art. 396-A do CPP. ⇒!O Juiz rejeita ou recebe a inicial acusatria Ð Aqui, ou o Juiz verifica estarem presentes todos os requisitos e recebe a inicial, ou verifica que h alguma das hipteses do art. 395 e REJEITA LIMINARMENTE A INICIAL ACUSATîRIA. ⇒! Recebendo a inicial, o Juiz pode absolver sumariamente o ru Ð Aqui o Juiz verificar se est presente alguma situao do art. 397 do CPP, hiptese na qual dever ABSOLVER SUMARIAMENTE O ACUSADO. No sendo o caso, prosseguir com a audincia de instruo e julgamento. ⇒!Ouvir a vtima, as testemunhas de acusao e defesa e, por ltimo, proceder ao interrogatrio do acusado (NESTA ORDEM); ⇒! Aps isso, passa-se fase dos debates orais Ð No h previso de substituio dos debates orais por alegaes finais escritas, mas muito comum acontecer isto na prtica. ⇒! Aps os debates orais, o Juiz profere sentena Ð A sentena no rito sumarssimo DISPENSA RELATîRIO, at pelo princpio da INFORMALIDADE. Vejamos o ¤3¡ do art. 81 da Lei: ¤ 3¼ A sentena, dispensado o relatrio, mencionar os elementos de convico do Juiz. Da sentena final ou da deciso de rejeio da inicial acusatria caber APELAÌO, nos termos do art. 82 do CPP: Art. 82. Da deciso de rejeio da denncia ou queixa e da sentena caber apelao, que poder ser julgada por turma composta de trs Juzes em exerccio no primeiro grau de jurisdio, reunidos na sede do Juizado. ¤ 1¼ A apelao ser interposta no prazo de dez dias, contados da cincia da sentena pelo Ministrio Pblico, pelo ru e seu defensor, por petio escrita, da qual constaro as razes e o pedido do recorrente. ¤ 2¼ O recorrido ser intimado para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias. 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo O prazo para a interposio da apelao ser de 10 dias. So cabveis, ainda, EMBARGOS DE DECLARAÌO, caso haja omisso, obscuridade ou contradio na sentena ou acrdo, nos termos do art. 83 da Lei: Art. 83. Cabem embargos de declarao quando, em sentena ou acrdo, houver obscuridade, contradio ou omisso. (Redao dada pela Lei n¼ 13.105, de 2015) (Vigncia) Esses embargos INTERROMPEM2 o prazo para interposio da APELAÌO, e podem ser opostos por escrito ou oralmente, no prazo de CINCO DIAS: ¤ 1¼ Os embargos de declarao sero opostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da cincia da deciso. ¤ 2o Os embargos de declarao interrompem o prazo para a interposio de recurso. (Redao dada pela Lei n¼ 13.105, de 2015) (Vigncia) Por fim, a Jurisprudncia tem admitido a interposio de RECURSO EXTRAORDINçRIO DA DECISÌO DAS TURMAS RECURSAIS (rgo colegiado que julga os recursos das decises de primeiro grau), mas no se admite a interposio de RECURSO ESPECIAL, nos termos do art. 102, III c/c art. 105, III da CRFB/88) e smulas 640 doSTF3 e 203 do STJ. 1.7!Suspenso condicional do processo 1.7.1!Conceito e cabimento Embora sejam consideradas IMPO os crimes aos quais a Lei comine pena mxima no superior a dois anos (alm das contravenes penais), somente podem ser beneficiadas com a SUSPENSÌO CONDICIONAL DO PROCESSO aquelas infraes cuja pena mnima no seja superior a 01 ano. Vejamos o art. 89 da Lei 9.0999/95: Art. 89. Nos crimes em que a pena mnima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou no por esta Lei, o Ministrio Pblico, ao oferecer a denncia, poder propor a suspenso do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado no esteja sendo processado ou no tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspenso condicional da pena (art. 77 do Cdigo Penal). 2 Trata-se de alterao promovida pelo Novo CPC. Antes, os embargos de declarao nos Juizados apenas SUSPENDIAM o prazo para os demais recursos. 3 Smula 640 do STF: " cabvel recurso extraordinrio contra deciso proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alada, ou por turma recursal de juizado especial cvel ou criminal." 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo Da se conclui que NEM TODA INFRAÌO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO poder ensejar a suspenso condicional do processo, mas somente aquelas cuja pena mnima no seja superior a um ano. Mas e se h previso de alguma causa de aumento de pena? Ela considerada para o clculo da pena mnima? Sim. Neste caso a pena mnima ser a pena-base mnima acrescida do aumento mnimo. EXEMPLO: Jos denunciado por um crime X, cuja pena prevista de 06 meses a 02 anos de deteno. Contudo, Jos praticou o delito em uma determinada circunstncia, que implica aumento de pena que varia de 1/3 a 2/3. Assim, a pena mnima (para fins de concesso do benefcio) ser a soma da pena-base mnima (06 meses) com o acrscimo mnimo (1/3). Logo, a pena mnima ser de 08 meses, inferior a um ano. Portanto, ser cabvel a suspenso condicional do processo. Este entendimento serviu de fundamento para o enunciado de smula n¼ 723 do STF: Smula 723 do STF ÒNo se admite a suspenso condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mnima da infrao mais grave com o aumento mnimo de um sexto for superior a um ano.Ó E se o autor do fato no aceitar a proposta de suspenso condicional do processo? O processo seguir normalmente. Aceita a proposta de suspenso do processo pelo acusado e por seu defensor, na presena do Juiz, ser submetida a apreciao deste (Juiz) que, suspendendo o processo, submeter o acusado a perodo de prova, sob determinadas condies previstas na lei e OUTRAS que reputar pertinentes: ¤ 1¼ Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presena do Juiz, este, recebendo a denncia, poder suspender o processo, submetendo o acusado a perodo de prova, sob as seguintes condies: I - reparao do dano, salvo impossibilidade de faz-lo; II - proibio de freqentar determinados lugares; III - proibio de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorizao do Juiz; IV - comparecimento pessoal e obrigatrio a juzo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. ¤ 2¼ O Juiz poder especificar outras condies a que fica subordinada a suspenso, desde que adequadas ao fato e situao pessoal do acusado. CUIDADO! A jurisprudncia entende que uma vez oferecida a proposta e aceita pelo acusado e seu defensor, o Juiz no tem margem para atuao, ele DEVE suspender o processo. H jurisprudncia entendendo, ainda, que se o Juiz 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo discordar da proposta oferecida pelo MP dever aplicar o art. 28 do CPP, ou seja, remeter os autos ao chefe do MP para que decida a questo em definitivo. CUIDADO II! H divergncia na Doutrina e na Jurisprudncia quanto possibilidade de o Juiz fixar, como Òoutras condiesÓ, alguma das medidas cautelares do CPP. H quem entenda que possvel e h quem entenda que no possvel, pois estas possuem o especfico carter cautelar. Mas o titular da ao penal est obrigado a oferecer a proposta de suspenso condicional do processo? Sempre se entendeu que no se tratava de direito subjetivo do ru. Contudo, h decises mais recentes do STJ que levam a crer ter se alterado o entendimento daquela Corte. Vejamos: (...) II - O Ministrio Pblico ao no ofertar a suspenso condicional do processo, deve fundamentar adequadamente a sua recusa. A recusa concretamente motivada no acarreta, por si, ilegalidade sob o aspecto formal. (Precedentes). Recurso ordinrio desprovido. (RHC 55.792/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 07/05/2015, DJe 15/05/2015) Resumidamente, embora o STJ tenha certo ÒreceioÓ em usar a expresso Òdireito subjetivoÓ, este Tribunal entende que: ¥! A deciso do MP em no ofertar a proposta de suspenso deve ser fundamentada na ausncia dos requisitos previstos na Lei para sua concesso. ¥! O Juiz pode (e deve) avaliar a conduta do MP ao no ofertar a proposta, para verificar se ela est devidamente fundamentada. Podemos entender, que se o ru preenche devidamente todos os requisitos para a obteno do benefcio, este deveria (em tese) ser oferecido pelo MP. Mas e se no for? Trs correntes existem: ¥! O Juiz pode conceder de ofcio ¥! O Juiz pode conceder, a pedido do ru ¥! O Juiz dever remeter o caso apreciao do PGJ, em analogia ao art. 28 do CPP Prevalece no STJ o entendimento de que, em sendo cumpridos os requisitos e no havendo proposta do MP, o Juiz deve aplicar, por analogia, o art. 28 do 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo CPP, ou seja, remeter os autos ao PGJ, para que este decida pelo oferecimento, ou no, da proposta.4 O STF mais explcito em seu entendimento solidificado, no sentido de que NÌO se trata de direito subjetivo do acusado.5 1.7.2!Revogao do benefcio A suspenso condicional do processo, uma vez estabelecida, poder ser REVOGADA: ⇒!Obrigatoriamente Ð Quando o acusado for processado por outro crime ou no reparar o dano, de maneira injustificada. Nos termos do art. 89, ¤3¡ da Lei: ¤ 3¼ A suspenso ser revogada se, no curso do prazo, o beneficirio vier a ser processado por outro crime ou no efetuar, sem motivo justificado, a reparao do dano. ⇒! Facultativamente Ð Aqui o Juiz pode ou no revog-la. Ocorrer caso o acusado for processado por contraveno ou descumprir qualquer outra condio imposta. Nos termos do ¤4¡ do art. 89 da Lei: ¤ 4¼ A suspenso poder ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contraveno, ou descumprir qualquer outra condio imposta. REVOGAÌO DA SUSPENSÌO CONDICIONAL DO PROCESSO OBRIGATîRIA FACULTATIVA ¥! Ausncia de reparao do dano (sem justo motivo) ¥! Acusado vier a ser processado por novo CRIME (ainda que tenha sido praticado antes da suspenso - HC 62401/ES- STJ) ¥! Descumprimento de qualquer outra condio¥! Acusado vier a ser processado por contraveno (ainda que tenha sido praticada antes) Durante o prazo da suspenso condicional do processo NÌO CORRE A PRESCRIÌO. Findo o prazo sem revogao, estar EXTINTA A PUNIBILIDADE. Vejamos: ¤ 5¼ Expirado o prazo sem revogao, o Juiz declarar extinta a punibilidade. 4 Ver, neste sentido: RHC 55792 / SP. Em sentido CONTRçRIO (pela concesso ex officio) ver: HC 131108 / RJ 5 RHC 115997, Relator(a): Min. CçRMEN LòCIA, Segunda Turma, julgado em 12/11/2013, PROCESSO ELETRïNICO DJe-228 DIVULG 19-11-2013 PUBLIC 20-11-2013 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo ¤ 6¼ No correr a prescrio durante o prazo de suspenso do processo. A extino da punibilidade, contudo, deve ser declarada pelo Juiz. 1.8!Juizados Especiais Criminais Federais (Lei 10.259/01) Os Juizados Criminais na Justia Federal foram criados pela Lei 10.259/01, conforme previso de seu art. 1¡: Art. 1o So institudos os Juizados Especiais Cveis e Criminais da Justia Federal, aos quais se aplica, no que no conflitar com esta Lei, o disposto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995. O art. 2¡ da Lei 10.259/01 estabeleceu a competncia dos Juizados Criminais Federais, estabelecendo regra praticamente idntica do art. 60 da Lei 9.099/95: Art. 2o Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar os feitos de competncia da Justia Federal relativos s infraes de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexo e continncia. (Redao dada pela Lei n¼ 11.313, de 2006) Entretanto, uma observao deve ser feita. Vejamos a redao do art. 61 da Lei 9.099/95 Art. 61. Consideram-se infraes penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenes penais e os crimes a que a lei comine pena mxima no superior a 2 (dois) anos, cumulada ou no com multa. (Redao dada pela Lei n¼ 11.313, de 2006) Este artigo diz que infraes de menor potencial ofensivo (IMPO) um gnero do qual existem duas espcies: ¥! Contravenes penais ¥! Crimes aos quais a lei comine pena mxima NÌO SUPERIOR A DOIS ANOS. Estas duas, portanto, so as espcies de infrao de menor potencial ofensivo. No entanto, no bojo dos Juizados Federais Criminais, no h julgamento de CONTRAVENÍES PENAIS, pois a Justia Federal NÌO POSSUI COMPETæNCIA para o processo e julgamento de contravenes penais. O conceito do que seria infrao de menor potencial ofensivo consta, como vimos, no art. 61 da Lei 9.099/95, com a redao dada pela Lei 11.313/06. Este, como vrios outros artigos da Lei 9.099/95, aplicam-se aos Juizados Federais Criminais, pois a Lei 10.259/01 no estabelece um rito sumarssimo prprio para os Juizados Criminais Federais, limitando-se a prever que deva ser aplicada a Lei 9.099/95. Vejamos o art. 1¡ da Lei 10.259/01: 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo Art. 1o So institudos os Juizados Especiais Cveis e Criminais da Justia Federal, aos quais se aplica, no que no conflitar com esta Lei, o disposto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995. Como no h rito processual penal prprio na Lei 10.259/01, o procedimento em ambos os Juizados o mesmo, ou seja, o previsto na Lei 9.099/95, j estudado. ______________ Bons estudos! Prof. Renan Araujo 2! DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES LEI 9.099/95 Ä Arts. 60 a 92 da Lei 9.099/95 Ð Regulamentam os Juizados Especiais Criminais e o rito sumarssimo aplicvel s infraes de menor potencial ofensivo: Captulo III Dos Juizados Especiais Criminais Disposies Gerais Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juzes togados ou togados e leigos, tem competncia para a conciliao, o julgamento e a execuo das infraes penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexo e continncia. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006) Pargrafo nico. Na reunio de processos, perante o juzo comum ou o tribunal do jri, decorrentes da aplicao das regras de conexo e continncia, observar-se- o os institutos da transao penal e da composio dos danos civis. (Incluído pela Lei nº 11.313, de 2006) Art. 61. Consideram-se infraes penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenes penais e os crimes a que a lei comine pena mxima no superior a 2 (dois) anos, cumulada ou no com multa. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006) Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se- pelos critrios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possvel, a reparao dos danos sofridos pela vtima e a aplicao de pena no privativa de liberdade. Seo I Da Competncia e dos Atos Processuais Art. 63. A competncia do Juizado ser determinada pelo lugar em que foi praticada a infrao penal. Art. 64. Os atos processuais sero pblicos e podero realizar-se em horrio noturno e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas de organizao judiciria. Art. 65. Os atos processuais sero vlidos sempre que preencherem as finalidades para as quais foram realizados, atendidos os critrios indicados no art. 62 desta Lei. 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo ¤ 1¼ No se pronunciar qualquer nulidade sem que tenha havido prejuzo. ¤ 2¼ A prtica de atos processuais em outras comarcas poder ser solicitada por qualquer meio hbil de comunicao. ¤ 3¼ Sero objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audincia de instruo e julgamento podero ser gravados em fita magntica ou equivalente. Art. 66. A citao ser pessoal e far-se- no prprio Juizado, sempre que possvel, ou por mandado. Pargrafo nico. No encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhar as peas existentes ao Juzo comum para adoo do procedimento previsto em lei. Art. 67. A intimao far-se- por correspondncia, com aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurdica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepo, que ser obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessrio, por oficial de justia, independentemente de mandado ou carta precatria, ou ainda por qualquer meio idneo de comunicao. Pargrafo nico. Dos atos praticados em audincia considerar-se-o desde logo cientes as partes, os interessados e defensores. Art. 68. Do ato de intimao do autor do fato e do mandado de citao do acusado, constar a necessidade de seu comparecimento acompanhado de advogado, com a advertncia de que, na sua falta, ser-lhe- designado defensor pblico. Seo II Da Fase Preliminar Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrncia lavrar termo circunstanciado e o encaminhar imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vtima, providenciando-se as requisies dos exames periciais necessrios. Pargrafo nico. Ao autordo fato que, aps a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, no se impor priso em flagrante, nem se exigir fiana. Em caso de violncia domstica, o juiz poder determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domiclio ou local de convivncia com a vtima. (Redação dada pela Lei nº 10.455, de 13.5.2002)) Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vtima, e no sendo possvel a realizao imediata da audincia preliminar, ser designada data prxima, da qual ambos sairo cientes. Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secretaria providenciar sua intimao e, se for o caso, a do responsvel civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei. Art. 72. Na audincia preliminar, presente o representante do Ministrio Pblico, o autor do fato e a vtima e, se possvel, o responsvel civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecer sobre a possibilidade da composio dos danos e da aceitao da proposta de aplicao imediata de pena no privativa de liberdade. Art. 73. A conciliao ser conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientao. Pargrafo nico. Os conciliadores so auxiliares da Justia, recrutados, na forma da lei local, preferentemente entre bacharis em Direito, excludos os que exeram funes na administrao da Justia Criminal. 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo Art. 74. A composio dos danos civis ser reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentena irrecorrvel, ter eficcia de ttulo a ser executado no juzo civil competente. Pargrafo nico. Tratando-se de ao penal de iniciativa privada ou de ao penal pblica condicionada representao, o acordo homologado acarreta a renncia ao direito de queixa ou representao. Art. 75. No obtida a composio dos danos civis, ser dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representao verbal, que ser reduzida a termo. Pargrafo nico. O no oferecimento da representao na audincia preliminar no implica decadncia do direito, que poder ser exercido no prazo previsto em lei. Art. 76. Havendo representao ou tratando-se de crime de ao penal pblica incondicionada, no sendo caso de arquivamento, o Ministrio Pblico poder propor a aplicao imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. ¤ 1¼ Nas hipteses de ser a pena de multa a nica aplicvel, o Juiz poder reduzi- la at a metade. ¤ 2¼ No se admitir a proposta se ficar comprovado: I - ter sido o autor da infrao condenado, pela prtica de crime, pena privativa de liberdade, por sentena definitiva; II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicao de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo; III - no indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstncias, ser necessria e suficiente a adoo da medida. ¤ 3¼ Aceita a proposta pelo autor da infrao e seu defensor, ser submetida apreciao do Juiz. ¤ 4¼ Acolhendo a proposta do Ministrio Pblico aceita pelo autor da infrao, o Juiz aplicar a pena restritiva de direitos ou multa, que no importar em reincidncia, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefcio no prazo de cinco anos. ¤ 5¼ Da sentena prevista no pargrafo anterior caber a apelao referida no art. 82 desta Lei. ¤ 6¼ A imposio da sano de que trata o ¤ 4¼ deste artigo no constar de certido de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e no ter efeitos civis, cabendo aos interessados propor ao cabvel no juzo cvel. Seo III Do Procedimento Sumarissimo Art. 77. Na ao penal de iniciativa pblica, quando no houver aplicao de pena, pela ausncia do autor do fato, ou pela no ocorrncia da hiptese prevista no art. 76 desta Lei, o Ministrio Pblico oferecer ao Juiz, de imediato, denncia oral, se no houver necessidade de diligncias imprescindveis. ¤ 1¼ Para o oferecimento da denncia, que ser elaborada com base no termo de ocorrncia referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inqurito policial, prescindir-se- do exame do corpo de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim mdico ou prova equivalente. ¤ 2¼ Se a complexidade ou circunstncias do caso no permitirem a formulao da denncia, o Ministrio Pblico poder requerer ao Juiz o encaminhamento das peas existentes, na forma do pargrafo nico do art. 66 desta Lei. 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte b Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo ¤ 3¼ Na ao penal de iniciativa do ofendido poder ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as circunstncias do caso determinam a adoo das providncias previstas no pargrafo nico do art. 66 desta Lei. Art. 78. Oferecida a denncia ou queixa, ser reduzida a termo, entregando-se cpia ao acusado, que com ela ficar citado e imediatamente cientificado da designao de dia e hora para a audincia de instruo e julgamento, da qual tambm tomaro cincia o Ministrio Pblico, o ofendido, o responsvel civil e seus advogados. ¤ 1¼ Se o acusado no estiver presente, ser citado na forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da data da audincia de instruo e julgamento, devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar requerimento para intimao, no mnimo cinco dias antes de sua realizao. ¤ 2¼ No estando presentes o ofendido e o responsvel civil, sero intimados nos termos do art. 67 desta Lei para comparecerem audincia de instruo e julgamento. ¤ 3¼ As testemunhas arroladas sero intimadas na forma prevista no art. 67 desta Lei. Art. 79. No dia e hora designados para a audincia de instruo e julgamento, se na fase preliminar no tiver havido possibilidade de tentativa de conciliao e de oferecimento de proposta pelo Ministrio Pblico, proceder-se- nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei. Art. 80. Nenhum ato ser adiado, determinando o Juiz, quando imprescindvel, a conduo coercitiva de quem deva comparecer. Art. 81. Aberta a audincia, ser dada a palavra ao defensor para responder acusao, aps o que o Juiz receber, ou no, a denncia ou queixa; havendo recebimento, sero ouvidas a vtima e as testemunhas de acusao e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e prolao da sentena. ¤ 1¼ Todas as provas sero produzidas na audincia de instruo e julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatrias. ¤ 2¼ De todo o ocorrido na audincia ser lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audincia e a sentena. ¤ 3¼ A sentena, dispensado o relatrio, mencionar os elementos de convico do Juiz. Art. 82. Da deciso de rejeio da denncia ou queixa e da sentena caber apelao, que poder ser julgada por turma composta de trs Juzesem exerccio no primeiro grau de jurisdio, reunidos na sede do Juizado. ¤ 1¼ A apelao ser interposta no prazo de dez dias, contados da cincia da sentena pelo Ministrio Pblico, pelo ru e seu defensor, por petio escrita, da qual constaro as razes e o pedido do recorrente. ¤ 2¼ O recorrido ser intimado para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias. ¤ 3¼ As partes podero requerer a transcrio da gravao da fita magntica a que alude o ¤ 3¼ do art. 65 desta Lei. ¤ 4¼ As partes sero intimadas da data da sesso de julgamento pela imprensa. ¤ 5¼ Se a sentena for confirmada pelos prprios fundamentos, a smula do julgamento servir de acrdo. 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte a Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo Art. 83. Cabem embargos de declarao quando, em sentena ou acrdo, houver obscuridade, contradio ou omisso. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) ¤ 1¼ Os embargos de declarao sero opostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da cincia da deciso. ¤ 2o Os embargos de declarao interrompem o prazo para a interposio de recurso. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) ¤ 3¼ Os erros materiais podem ser corrigidos de ofcio. Seo IV Da Execuo Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-se- mediante pagamento na Secretaria do Juizado. Pargrafo nico. Efetuado o pagamento, o Juiz declarar extinta a punibilidade, determinando que a condenao no fique constando dos registros criminais, exceto para fins de requisio judicial. Art. 85. No efetuado o pagamento de multa, ser feita a converso em pena privativa da liberdade, ou restritiva de direitos, nos termos previstos em lei. Art. 86. A execuo das penas privativas de liberdade e restritivas de direitos, ou de multa cumulada com estas, ser processada perante o rgo competente, nos termos da lei. Seo V Das Despesas Processuais Art. 87. Nos casos de homologao do acordo civil e aplicao de pena restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e 76, ¤ 4¼), as despesas processuais sero reduzidas, conforme dispuser lei estadual. Seo VI Disposies Finais Art. 88. Alm das hipteses do Cdigo Penal e da legislao especial, depender de representao a ao penal relativa aos crimes de leses corporais leves e leses culposas. Art. 89. Nos crimes em que a pena mnima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou no por esta Lei, o Ministrio Pblico, ao oferecer a denncia, poder propor a suspenso do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado no esteja sendo processado ou no tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspenso condicional da pena (art. 77 do Código Penal). ¤ 1¼ Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presena do Juiz, este, recebendo a denncia, poder suspender o processo, submetendo o acusado a perodo de prova, sob as seguintes condies: I - reparao do dano, salvo impossibilidade de faz-lo; II - proibio de freqentar determinados lugares; III - proibio de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorizao do Juiz; IV - comparecimento pessoal e obrigatrio a juzo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte 3 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo ¤ 2¼ O Juiz poder especificar outras condies a que fica subordinada a suspenso, desde que adequadas ao fato e situao pessoal do acusado. ¤ 3¼ A suspenso ser revogada se, no curso do prazo, o beneficirio vier a ser processado por outro crime ou no efetuar, sem motivo justificado, a reparao do dano. ¤ 4¼ A suspenso poder ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contraveno, ou descumprir qualquer outra condio imposta. ¤ 5¼ Expirado o prazo sem revogao, o Juiz declarar extinta a punibilidade. ¤ 6¼ No correr a prescrio durante o prazo de suspenso do processo. ¤ 7¼ Se o acusado no aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguir em seus ulteriores termos. Art. 90. As disposies desta Lei no se aplicam aos processos penais cuja instruo j estiver iniciada. (Vide ADIN nº 1.719-9) Art. 90-A. As disposies desta Lei no se aplicam no mbito da Justia Militar. (Artigo incluído pela Lei nº 9.839, de 27.9.1999) Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representao para a propositura da ao penal pblica, o ofendido ou seu representante legal ser intimado para oferec-la no prazo de trinta dias, sob pena de decadncia. Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposies dos Cdigos Penal e de Processo Penal, no que no forem incompatveis com esta Lei. 3! SòMULAS PERTINENTES 3.1!Smulas vinculantes Ä Smula Vinculante 35 Ð O STF havia sumulou entendimento no sentido de que a sentena que homologa a transao penal no produz coisa julgada material, de maneira que, uma vez descumpridas as condies, retorna-se ao status quo, situao anterior, e o MP pode dar prosseguimento persecuo penal: Smula Vinculante 35 ÒA HOMOLOGAÇÌO DA TRANSAÇÌO PENAL PREVISTA NO ARTIGO 76 DA LEI 9.099/1995 NÌO FAZ COISA JULGADA MATERIAL E, DESCUMPRIDAS SUAS CLçUSULAS, RETOMA-SE A SITUAC ̧ÌO ANTERIOR, POSSIBILITANDO-SE AO MINISTRIO PòBLICO A CONTINUIDADE DA PERSECUC ̧ÌO PENAL MEDIANTE OFERECIMENTO DE DENòNCIA OU REQUISIC ̧ÌO DE INQURITO POLICIAL. Ó 3.2!Smulas do STF Ä Smula 690 do STF Ð SòMULA SUPERADA. O STF havia sumulado entendimento no sentido de que competia a ele, STF, o julgamento de habeas corpus contra deciso de turma recursal de juizados especiais criminais. Contudo, a Doutrina entende que esta smula perdeu sua razo de existir, pois o entendimento Jurisprudencial do STF se modificou, cabendo ao Tribunal de Justia, ou TRF, o julgamento do HC em nesses casos: Smula 690 do STF 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte 4 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo ÒCompete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de habeas corpus contra deciso de turma recursal de juizados especiais criminaisÓ Ä Smula 696 do STF Ð O STF sumulou entendimento no sentido de que, caso haja recusa de oferecimento da proposta de suspenso condicional do processo, o Juiz dever, caso discorde do MP, encaminhar os autos ao Chefe do MP, por analogia ao art. 28 do CPP (aplicvel ao arquivamento do Inqurito Policial): Smula 696 do STF ÒReunidos os pressupostos legais permissivos da suspenso condicional do processo, mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeter a questo ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Cdigo de Processo Penal.Ó Ä Smula 640 do STF Ð O STF sumulou entendimento no sentido de que, embora no caiba recurso especial para o STJ contra deciso proferida por Turma Recursal, cabe recurso extraordinriopara o STF. Verbete de smula n¼ 640 do STF: Smula 640 do STF " cabvel recurso extraordinrio contra deciso proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alada, ou por turma recursal de juizado especial cvel ou criminal." Ä Smula 723 do STF Ð O STF sumulou entendimento no sentido de que, em se tratando de crime continuado, o patamar para o cabimento da suspenso condicional do processo (pena mnima no superior a 01 ano) aferido tendo como base a pena mnima prevista, acrescida do percentual mnimo de aumento decorrente da continuidade delitiva (1/6). Nesse sentido o verbete n¼ 723 da smula do STF: Smula 723 do STF ÒNo se admite a suspenso condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mnima da infrao mais grave com o aumento mnimo de um sexto for superior a um ano.Ó 3.3!Smulas do STJ Ä Smula 376 do STJ Ð O STJ sumulou entendimento no sentido de que cabe Turma Recursal processar e julgar o mandado de segurana contra ato proferido pelo Juizado Especial: Smula 376 do STJ COMPETE A TURMA RECURSAL PROCESSAR E JULGAR O MANDADO DE SEGURANC ̧A CONTRA ATO DE JUIZADO ESPECIAL. Ä Smula 203 do STJ Ð O STJ sumulou entendimento no sentido de que no cabe recurso especial contra deciso proferida por rgo de segundo grau de jurisdio dos Juizados Especiais: 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte f Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo Smula 203 do STJ - NÌO CABE RECURSO ESPECIAL CONTRA DECISÌO PROFERIDA POR îRGÌO DE SEGUNDO GRAU DOS JUIZADOS ESPECIAIS. Ä Smula 428 do STJ Ð O STJ alterou seu entendimento, passando a entender que cabe ao prprio TRF decidir o conflito de competncia entre Juzo Federal e Juizado Federal que estejam a ele vinculados. O novo entendimento foi sumulado atravs do verbete de nmero 428: Smula 428 do STJ COMPETE AO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DECIDIR OS CONFLITOS DE COMPETE ̂NCIA ENTRE JUIZADO ESPECIAL FEDERAL E JUêZO FEDERAL DA MESMA SEC ̧ÌO JUDICIçRIA. Ä Smula 536 do STJ Ð O STJ sumulou entendimento no sentido de que, apesar de poder ser utilizado o rito sumarssimo da Lei 9.099/95 no processo e julgamento dos crimes que envolvam violncia domstica e familiar contra a mulher (Lei Maria da Penha), no ser possvel a aplicao da suspenso condicional do processo e da transao penal (institutos despenalizadores): Smula 536 do STJ A suspenso condicional do processo e a transao penal no se aplicam na hiptese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. 4! RESUMO Para finalizar o estudo da matria, trazemos um resumo dos principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa sugesto a de que esse resumo seja estudado sempre previamente ao incio da aula seguinte, como forma de ÒrefrescarÓ a memria. Alm disso, segundo a organizao de estudos de vocs, a cada ciclo de estudos fundamental retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em compreender alguma informao, no deixem de retornar aula. JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS Competncia Ð Processo e julgamento das infraes de menor potencial ofensivo. Infraes de menor potencial ofensivo: INFRAÍES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO CONTRAVENÍES PENAIS CRIMES TODAS APENAS AQUELES CUJA PENA MçXIMA NÌO SEJA SUPERIOR A 02 ANOS 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo OBS.: Determinados crimes no se submetem aos Juizados: §! Crimes militares Ð No importa qual a pena cominada (se menor que dois anos ou no), no se aplica o rito sumarssimo aos crimes militares. CUIDADO! Em relao aos crimes de violncia domstica, o STF e o STJ entendem que possvel o julgamento pelo rito sumarssimo, o que no possvel a aplicao dos institutos despenalizadores (transao penal, suspenso condicional do processo, etc.) OBS.: Se a IMPO tiver de ser julgada por outro Juzo (por razes de conexo ou continncia), devero ser aplicados os procedimentos relativos s IMPOs (transao penal, etc.). Competncia territorial - A competncia territorial ser determinada pelo lugar em que foi praticada a infrao penal Ð TEORIA DA ATIVIDADE. Princpios §! Oralidade §! Informalidade §! Economia Processual §! Celeridade Processual Objetivos §! Reparao dos danos sofridos pela vtima §! Aplicao de pena no-privativa de liberdade Procedimento Atos chamatrios A citao ser NECESSARIAMENTE PESSOAL. No cabe citao por edital! A Doutrina entende ser inadmissvel tambm, por analogia, a citao por hora certa. Se for necessria citao ficta (edital ou hora certa) = processo vai para o Juzo comum (adota-se o rito sumrio). Fase preliminar Termo circunstanciado e priso em flagrante Ð No h instaurao de IP em relao s IMPOs, devendo ser lavrado termo circunstanciado. 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo OBS.: Ser dispensvel o exame de corpo de delito, desde que o termo circunstanciado esteja acompanhado por boletim mdico ou prova equivalente, atestando a materialidade do fato. OBS.: Se o autor do fato se comprometer a comparecer a todos os atos do processo, no poder ser lavrado auto de priso em flagrante. Audincia preliminar e composio civil dos danos §! Aps a etapa em sede policial, ser designada audincia preliminar §! Obtida a composio civil dos danos causados, o Juiz a homologar por sentena, que ser IRRECORRêVEL. Esta sentena valer como ttulo executivo na seara cvel. §! Se o crime for de ao penal pblica CONDICIONADA ou de ao penal privada, a composio civil dos danos acarreta a RENòNCIA DO DIREITO DE OFERECER REPRESENTAÌO OU QUEIXA. §! Caso no seja obtida a composio civil dos danos, e sendo caso de ao penal privada ou pblica condicionada representao, o Juiz dar oportunidade ao ofendido para que apresente a sua representao ou oferea a queixa. §! Caso o ofendido no a exera no momento, poder exercer esse direito posteriormente (oferecimento de queixa ou representao), desde que dentro do perodo legal. §! Caso o ofendido oferea a representao (crimes de ao penal pblica condicionada) ou sendo crime de ao penal pblica incondicionada, o Juiz dar vista ao MP para que proponha, se for cabvel, a TRANSAÌO PENAL. Transao penal Conceito Ð Proposta de aplicao imediata de pena restritiva de direitos ou multas (a ser especificada na proposta). Em troca, o MP deixa de ajuizar a ao penal. Espcie de ÒacordoÓ entre o suposto infrator e o MP. Inadmissibilidade TRANSAÌO PENAL Ð INADMISSIBILIDADE ¥! Se o autor do fato tiver sido condenado, pela prtica de crime, pena privativa de liberdade, por sentena definitiva ¥! Se o autor do fato tiver sido beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, com a transao penal ¥! Os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstncias no indicarem ser necessria e suficiente a adoo da medida Aceitao §! Sendo aceita a proposta, ela ser submetida ao Juiz, para que a acolha ou no. 09279989200 - Maria Deusa Amorim DuarteProf. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo §! Caso o Juiz acolha a proposta, aplicar a pena restritiva de direitos ou multa, mas essa sano no considerada uma condenao, nem levada em conta para fins de reincidncia. §! Da deciso do Juiz que acolhe ou no a proposta, caber APELAÌO. §! E se o acusado NÌO ACEITAR a proposta de transao penal? Nesse caso, o MP oferecer denncia oral, se no for caso de realizao de alguma diligncia. Se a ao penal for privada, o ofendido poder oferecer a queixa (ao penal privada). §! A transao penal direito subjetivo do ru? O STJ entende que no (AgRg no REsp 1356229 / PR). §! Cabe transao penal em ao penal privada? Sim, e neste caso o ofendido quem deve oferecer a proposta. Procedimento sumarssimo propriamente dito §! Na inicial acusatria devem ser arroladas as testemunhas, cujo nmero a Lei no diz. Aplica-se, por analogia o nmero de testemunhas do rito sumrio = mximo de 05 testemunhas. §! Aps esse momento, proceder-se- citao do acusado. §! Na audincia de instruo e julgamento o Juiz: ü! Dar a palavra defesa responder acusao ü! O Juiz rejeita ou recebe a inicial acusatria ü! Recebendo a inicial, o Juiz pode absolver sumariamente o ru ü! No havendo absolvio sumria, ouvir a vtima, as testemunhas de acusao e defesa e, por ltimo, proceder ao interrogatrio do acusado (NESTA ORDEM). ü! Aps isso, passa-se fase dos debates orais ü! Aps os debates orais, o Juiz profere sentena ! Da sentena final ou da deciso de rejeio da inicial acusatria caber APELAÌO, no prazo de 10 dias. ! So cabveis, ainda, EMBARGOS DE DECLARAÌO, no prazo de 05 dias, caso haja omisso, obscuridade ou contradio na sentena ou acrdo. Os embargos INTERROMPEM o prazo para interposio da apelao. 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo ATENÌO! Como regra, em face da deciso de rejeio da inicial acusatria (denncia ou queixa) cabe RESE (recurso em sentido estrito). No rito sumarssimo o recurso cabvel para este caso a apelao, no prazo de 10 dias. Suspenso condicional do processo Conceito - Suspenso do processo, por 02 a 04 anos, durante os quais o acusado ficar Òsob provaÓ. S cabvel se o acusado no estiver sendo processado ou no tiver sido condenado por outro crime. Devem estar presentes os demais requisitos que autorizariam a suspenso condicional da pena. Cabimento - Somente pode haver SUSPENSÌO CONDICIONAL DO PROCESSO em relao s infraes penais cuja pena mnima no seja superior a 01 ano. ! Mas e se h previso de alguma causa de aumento de pena? Ela considerada para o clculo da pena mnima? Sim. Neste caso a pena mnima ser a pena-base mnima acrescida do aumento mnimo. ! E se o autor do fato no aceitar a proposta de suspenso condicional do processo? O processo seguir normalmente. Aceitao da proposta Aceita a proposta de suspenso do processo pelo acusado e por seu defensor, na presena do Juiz, ser submetida a apreciao deste (Juiz) que, suspendendo o processo, submeter o acusado a perodo de prova, sob determinadas condies: §! Reparao do dano, salvo se no tiver condies. §! Proibio de frequentar determinados lugares. §! Proibio de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorizao do Juiz. §! Comparecimento pessoal e obrigatrio a juzo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. §! Outras condies especificadas pelo Juiz. O titular da ao penal est obrigado a oferecer a proposta de suspenso condicional do processo? O STJ possui o seguinte entendimento: 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo ¥! A deciso do MP em no ofertar a proposta de suspenso deve ser fundamentada na ausncia dos requisitos previstos na Lei para sua concesso. ¥! O Juiz pode (e deve) avaliar a conduta do MP ao no ofertar a proposta, para verificar se ela est devidamente fundamentada. E se o ru preenche devidamente todos os requisitos para a obteno do benefcio, mas o benefcio no proposto? Prevalece o entendimento de que o Juiz dever remeter o caso apreciao do PGJ, em analogia ao art. 28 do CPP Revogao do benefcio REVOGAÌO DA SUSPENSÌO CONDICIONAL DO PROCESSO OBRIGATîRIA FACULTATIVA ¥! Ausncia de reparao do dano (sem justo motivo) ¥! Acusado vier a ser processado por novo CRIME (ainda que tenha sido praticado antes da suspenso - HC 62401 / ES - STJ) ¥! Descumprimento de qualquer outra condio ¥! Acusado vier a ser processado por contraveno (ainda que tenha sido praticada antes) OBS.: Durante o prazo da suspenso condicional do processo NÌO CORRE A PRESCRIÌO. Findo o prazo sem revogao, estar EXTINTA A PUNIBILIDADE. A extino da punibilidade, contudo, deve ser declarada pelo Juiz. Juizados especiais criminais federais Procedimento - Mesmas regras dos Juizados Especiais Criminais. EXCEÌO: Nos Juizados Federais Criminais, no h julgamento de CONTRAVENÍES PENAIS, pois a Justia Federal NÌO POSSUI COMPETæNCIA para o processo e julgamento de contravenes penais. _______________ Bons estudos! Prof. Renan Araujo 09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 60 D. PROCESSUAL PENAL PARA TRF 5¡ REGIÌO (2017) Ð AJAJ Teoria e questes Aula 12 Ð Prof. Renan Araujo 5! LISTA DE EXERCêCIOS 01.! (FCC Ð 2017 Ð TRE-SP Ð ANALISTA JUDICIçRIO çREA JUDICIçRIA) Nos termos preconizados pelas Leis no 9.099/1995 e no 10.259/2001, que regulam os Juizados Especiais Criminais, considere: I. A homologao da transao penal prevista no artigo 76 da Lei no 9.099/1995 no faz coisa julgada material e, descumpridas suas clusulas, retoma-se a situao anterior, possibilitando-se ao Ministrio Pblico a continuidade da persecuo penal mediante oferecimento de denncia ou requisio de inqurito policial. II. O Ministrio Pblico poder oferecer proposta de transao penal a Ricardo, primrio e de bons antecedentes, acusado de cometer crime eleitoral previsto no artigo 39, da Lei no 9.507/1997, ao ser surpreendido realizando propaganda de boca de urna no ltimo pleito, crime este punvel com deteno de 6 meses a 1 ano e multa. III. O Ministrio Pblico no poder oferecer proposta de transao penal a Rodolfo, primrio e de bons antecedentes, e acusado de cometer crime de usurpao de funo pblica, previsto no artigo 328, do Cdigo Penal, que prev pena de deteno de 3 meses a 2 anos e multa. Est correto o que consta APENAS em (A) II e III. (B) II. (C) I e III. (D) I e II. (E) I. 02.! (FCC Ð 2017 Ð TRE-SP Ð ANALISTA JUDICIçRIO çREA ADMINISTRATIVA) Considere as seguintes situaes hipotticas: I. Marcos denunciado pelo Ministrio Pblico pelo crime de falso testemunho na sua forma simples, com pena prevista de recluso de 2 a 4 anos e multa. II. Jlio denunciado pelo Ministrio Pblico pelo crime de descaminho, com pena prevista de 1 a 4 anos. III. Juliana denunciada
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