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SISTEMA DE ENSINO
LEGISLAÇÃO 
PENAL ESPECIAL
Juizados Especiais Criminais
Livro Eletrônico
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Sérgio Bautzer
Juizados Especiais Criminais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Sumário
Apresentação ...............................................................................................................................4
Juizados Especiais Criminais .......................................................................................................5
Fundamento Constitucional ........................................................................................................5
Finalidades dos Juizados Especiais Criminais .......................................................................... 7
Competência ................................................................................................................................. 7
Conceito de Infrações Penais de Menor Potencial Ofensivo ..................................................9
Princípios Norteadores dos Juizados Especiais Criminais .................................................... 10
Atos Processuais ....................................................................................................................... 12
Intimação .................................................................................................................................... 12
Citação ......................................................................................................................................... 12
Termo Circunstanciado .............................................................................................................. 13
Medidas Despenalizadoras ou Alternativas Previstas na Lei dos Juizados Especiais 
Criminais ..................................................................................................................................... 16
Representação nos Crimes de Lesão Corporal Leve e Lesão Corporal Culposa ...............17
Representação e o Crime de Lesão Corporal Culposa por Acidente de Trânsito ............. 18
Representação e Contravenção de Vias de Fato ................................................................... 18
Transação Penal ........................................................................................................................ 20
Suspensão Condicional do Processo ...................................................................................... 25
Suspensão Condicional do Processo e Crimes cuja Pena Mínima Superior a 1 ano e 
Multa Alternativa ...................................................................................................................... 28
Suspensão Condicional do Processo e Crimes Ambientais .................................................33
“Emendatio Libelli” e Suspensão Condicional do Processo ................................................ 38
Suspensão Condicional do Processo e Crime Doloso Contra a Vida ................................. 39
Procedimento nos Juizados Especiais Criminais .................................................................... 41
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Sérgio Bautzer
Juizados Especiais Criminais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Recursos Cabíveis ......................................................................................................................43
Apelação .....................................................................................................................................43
Embargos de Declaração .........................................................................................................44
Resumo .......................................................................................................................................47
Exercícios ................................................................................................................................... 53
Gabarito .......................................................................................................................................74
Gabarito Comentado ..................................................................................................................75
Anexo .......................................................................................................................................... 117
Referências ............................................................................................................................... 124
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Sérgio Bautzer
Juizados Especiais Criminais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
ApresentAção
Olá, meu(minha) caro(a) aluno(a), eu sou o Professor Sérgio Bautzer, e ministro as Leis 
Penais e Processuais Penais no Gran Curso Online, que é o maior, melhor e mais completo 
curso virtual preparatório para concursos públicos do país.
Quando o assunto é a Lei n. 9.099/1995, o tema mais cobrado em provas de concursos 
públicos é a medida alternativa conhecida como suspensão condicional do processo ou “sur-
sis” processual.
As questões são formuladas com base na jurisprudência do STJ e do STF, letra de lei, che-
gando o examinador a elaborar até perguntas com base na doutrina processualista.
Depois do “sursis” processual, outro assunto de muita relevância em provas de concursos 
púbicos é a “transação penal”. As perguntas ou assertivas são elaboradas pelo examinador 
da mesma forma exposta: julgados e a letra da lei.
Em seguida, os certames cobram os reflexos do art. 88 da Lei dos Juizados Especiais 
Criminais em outras Leis Especiais como o CTB, a Lei de Contravenções Penais e a Lei Maria 
da Penha.
A composição civil, a questão do procedimento de julgamento (salvo em perguntas feitas 
sobre o art. 94 do Estatuto do Idoso), a sentença, recursos e ações impugnativas possuem 
igual incidência em provas de primeira fase.
Nos concursos de Delegado de Polícia Civil e Federal, você deverá priorizar os estudos 
referentes ao TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA.
Boa aula. Bons estudos. Qualquer dúvida, eu estarei no Fórum, pois a tua dúvida “é o nos-
so negócio”.
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Juizados Especiais Criminais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS
FundAmento ConstituCionAl
O art. 98, I, da Carta Magna rege que
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e nos Estados criarão:
I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a con-
ciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de 
menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóte-
ses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau. 
(Grifei)
Ainda no mesmo artigo em comento, mas em seu § 1º, prescreve que “Lei federal disporá 
sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal.”
Atendendoo dispositivo constitucional, foi promulgada a Lei n. 9.099/1995, que cria os 
Juizados Especiais Cíveis e os Juizados Especiais Criminais, que por sua vez possuem a 
competência por processar e julgar as infrações penais de menor potencial ofensivo, no âm-
bito estadual.
A Lei n. 10.259/2001 criou o Juizado Especial Criminal Federal, cuja competência vem 
descrita no art. 2º:
Art. 2º Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar os feitos de competência 
da Justiça Federal relativos às infrações de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de 
conexão e continência. (Redação dada pela Lei n. 11.313, de 2006)
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrente 
da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da transação penal 
e da composição dos danos civis. (Redação dada pela Lei n. 11.313, de 2006)
Entendo não ser possível a aplicação do Juizado Especial Criminal aos delitos tentados 
cuja pena máxima em abstrato, após a devida dedução de 1/3, não ultrapasse os dois anos 
estipulados pela Lei n. 9.099/1995.
Em sentido contrário, afirma Guilherme Nucci (2008, p. 744) que “será de menor potencial 
ofensivo a infração tentada e que se tome o máximo em abstrato previsto no tipo incrimina-
dor, deduzindo-se o mínimo de um terço (art. 14, parágrafo único, CP).”
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Juizados Especiais Criminais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Você deverá memorizar que a Justiça Federal, segundo o artigo 109 da Lei Fundamental, 
não julga as contravenções penais.
Sobre o assunto, o STJ editou a súmula n. 38 sobre o assunto:
Súmula n. 38 do STJ
COMPETE A JUSTIÇA ESTADUAL COMUM, NA VIGÊNCIA DA CONSTITUIÇÃO DE 1988, 
O PROCESSO POR CONTRAVENÇÃO PENAL, AINDA QUE PRATICADA EM DETRIMENTO 
DE BENS, SERVIÇOS OU INTERESSE DA UNIÃO OU DE SUAS ENTIDADES.
Na Representação n. 179/DF – 1999/0112430, o STJ entendeu ser o competente para 
julgar contravenções penais quando o autor do fato tiver foro por prerrogativa de função:
Penal e Processual Penal. Contravenções (art. 31). Representação. Subprocurador-Geral 
do Trabalho. Competência STJ. Recebimento da Denúncia. Suspensão do Processo. C.F., ar-
tigo 105, I, a. Lei n. 9.009/95, artigos 60, 61, 72, 73, 74, 76, 77, 89 e 92. CPP, artigo 41. 1. O STJ 
tem competência para processar e julgar Subprocurador-Geral do Trabalho denunciado pela 
prática de contravenção penal. 2. Superada a fase de composição amigável dos danos civis 
e não ocorrendo a transação, é recebida a denúncia formalmente apresentada. 3. Suspensão 
do processo (art. 31, LCP; arts. 89, Lei n. 9.009/95; art. 77, Cód. Penal).
Sobre a Lei dos Juizados Especiais Criminais Federais, o STJ ainda editou uma tese:
A Lei n. 10.259/2001, ao considerar como infrações de menor potencial ofensivo as con-
travenções e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, não alterou 
o requisito objetivo exigido para a concessão da suspensão condicional do processo prevista 
no artigo 89 da Lei n. 9.099/1995, que continua sendo aplicado apenas aos crimes cuja pena 
mínima não seja superior a um ano.
Professor Paulo Queiroz diz que1:
Apesar disso, pode ocorrer de a justiça federal (TRF) julgar contravenção se e quando prati-
cada por autoridade com prerrogativa de foro (juiz federal, procurador da república etc.) no 
exercício da função.
1 Disponível em https://www.pauloqueiroz.net/competencia-da-justica-federal/. Acesso às 21h, do dia 1º de 
abril de 2020.
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Juizados Especiais Criminais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Você deve memorizar que a nova Lei de Abuso de Autoridade (Lei n. 13.869/2019) não 
afasta a aplicação dos benefícios previstos na Lei dos Juizados Especiais Criminais.
FinAlidAdes dos JuizAdos espeCiAis CriminAis
Rege o art. 62 da Lei dos Juizados Especiais Criminais:
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplici-
dade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a repa-
ração dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. (Redação 
dada pela Lei n. 13.603, de 2018)
Pela leitura da norma em comento posso inferir que Lei tem duas finalidades:
• a justa reparação do prejuízo causado contra a vítima.
• Para se evitar a “promiscuidade” no sistema penitenciários, evita-se o encarceramento 
de autores de infrações penais de menor potencial ofensivo com criminosos que come-
teram delitos graves, hediondos ou equiparados.
CompetênCiA
De acordo com o art. 60 da Lei n. 9.099/1995, compete aos Juizados Especiais Criminais 
a conciliação, o julgamento e a execução das infrações de menor potencial ofensivo:
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem compe-
tência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofen-
sivo, respeitadas as regras de conexão e continência. (Redação dada pela Lei n. 11.313, de 2006)
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes 
da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da transação penal 
e da composição dos danos civis. (Incluído pela Lei n. 11.313, de 2006)
Trata-se de competência em razão da matéria.
E qual o local para se julgar a infração penal de menor potencial ofensivo?
Foro competente, portanto, vem a ser a circunscrição territorial (seção judiciária ou co-
marca) onde determinada causa deve ser proposta.
Já o juiz competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição, que 
deve tornar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13603.htm#art2
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11313.htm#art1
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Juizados Especiais Criminais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
O art. 63 da Lei n. 9.099/1995 diz:
Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração 
penal.
Para melhor entendimento da matéria segue lição de Guilherme de Souza Nucci (2008, 
p. 254):
Menciona o art. 63 da Lei n. 9.099/1995, que “a competência do Juizado será determinada pelo 
lugar em que foi praticada a infração penal.” Surgiu, então, a polêmica doutrinária acerca do foro 
competente para apurar a infração, tendo em vista a dubiedade do termo “praticada”. Alguns pre-
ferem interpretá-lo como o lugar onde ocorreu a ação ou omissão (Ada Pellegrini Grinover, Antonio 
Magalhães Gomes Filho, Antonio Scarance Fernandes e Luiz Flávio Gomes, Juizados Especiais 
Criminais: comentáriosà Lei n. 9.099, de 26/9/1995, p. 81), outros veem como certo o local onde 
ocorreu o resultado, crendo que o termo “praticada” é sinônimo de “consumada” (Tourinho Filho, 
Código de Processo Penal comentado, v. 1, p. 179; Rodão Oliveira de Carvalho e Algomiro Carvalho 
Neto, Comentários à Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, p. 127).
Posicionamo-nos pela teoria da ubiquidade, podendo ser tanto o lugar da ação ou omissão quanto 
o lugar do resultado. O termo “praticar” quer dizer tanto “levar a efeito” ou “realizar” – que daria o 
sentido de consumação –, quanto “executar” – conferindo a impressão de ser ação, motivo pelo 
qual o melhor a fazer é acolher a teoria mista, aceitando como foro competente ambos os lugares, 
certamente quando a infração penal comportar essa divisão entre ação e resultado.
A 1ª Turma Recursal do TJDFT assim se posicionou sobre o assunto:
Ementa
Reclamação. Crime contra a honra. Processamento no domicílio do réu. Opção do ofen-
dido. Reclamação conhecida e provida. 1. A despeito do art. 63 da Lei n. 9.099/1995 
determinar que a competência para o julgamento de infração penal é do lugar onde ela 
foi praticada, o art. 73 do CPP, o qual aplica-se subsidiariamente aos processos dos Jui-
zados Especiais, confere aos ofendidos a escolha do domicílio dos réus para processar 
a ação própria. 2. À vista dos princípios norteadores dos juizados especiais, o proces-
samento da causa junto ao Terceiro Juizado Criminal de Brasília mostra-se mais pro-
ducente especialmente porque ofensores, ofendidos e aqueles que tomaram conheci-
mento da carta difamatória residem em Brasília. 3. Reclamação conhecida e provida. 
(Grifo Nosso) (TJDFT, Processo n. 20050160006148DVJ/DF, 1ª Turma Recursal dos Jui-
zados Especiais Cíveis e Criminais do DF, julg. em 4/4/2006, DJU de 2/6/2006. Pág.: 364)
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Juizados Especiais Criminais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
ConCeito de inFrAções penAis de menor potenCiAl oFensivo
O art. 61 desta lei estabelece que:
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta lei, 
as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, 
cumulada ou não com multa.
O artigo “supra” teve sua redação alterada pela Lei n. 11.313/2006, passando a abran-
ger todas as contravenções penais, independentemente de adotarem ou não rito especial (o 
que incluiu o “jogo do bicho”, e crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois 
anos, sem qualquer exceção a procedimento especial (o que à época incluiu a revogada Lei n. 
4898/65 – a antiga Lei de Abuso de Autoridade).
O ilustre Desembargador Dr Edson Smaniotto do Tribunal de Justiça do Distrito Federal 
mencionou em seu voto a o conceito de infração de menor potencial ofensivo, em um proces-
so que versava sobre crime contra ordem tributária:
Ementa
Conflito de competência. Juizado Especial Criminal e Vara Criminal Comum. Art.  2º, 
inciso I, da Lei n. 8.137/1990. Crime de menor potencial ofensivo. Competência do Jui-
zado Especial Criminal.
1. Segundo o art. 61 da Lei n. 9.099/1995, com a redação que lhe deu a Lei n. 11.313/2006, 
“consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta lei, 
as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 
(dois) anos, cumulada ou não com multa.”
2. O delito capitulado no art, 2º, I, da Lei n. 8.137/1990, cuja pena de detenção é de 6 (seis) 
meses a 2 (dois) anos, é crime de menor potencial ofensivo, estando sujeito à compe-
tência dos Juizados Especiais Criminais. (TJDFT, Processo n. 20060020152617CCP/DF, 
Rel. Edson Alfredo Smaniotto, julg. em 19/11/2007, DJU: 7/2/2008. Pág.: 2022) (Grifo 
nosso)
É de suma importância que você memorize para as provas o conceito de infração penal 
de menor potencial ofensivo.
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Juizados Especiais Criminais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Quando houver complexidade apurada no Termo Circunstanciado, o  Ministério Público 
poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças ao juízo comum. É o que rege o art. 77, 
§ 2º, da Lei n. 9.099/1995:
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da denúncia, o Mi-
nistério Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma do 
parágrafo único do art. 66 desta lei.
Você deve memorizar que se o Jecrim encaminhar o feito ao juízo comum, observar-se-á 
o rito sumário. Rege o art. 538 do Código de Processo Penal:
Art. 538. Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o juizado especial criminal 
encaminhar ao juízo comum as peças existentes para a adoção de outro procedimento, observar-
-se-á o procedimento sumário previsto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008)
prinCípios norteAdores dos JuizAdos espeCiAis CriminAis
Os princípios que regem os Juizados Especiais Criminais estão contidos no art. 62 da Lei 
n. 9.099/1995, valendo a pena transcrevê-lo:
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informali-
dade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos 
sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.
Oralidade - O Princípio da Oralidade consiste no predomínio da palavra oral sobre a escri-
ta, para que se traga uma maior celeridade ao processo criminal. Cumpre observar que ape-
sar da oralidade ser um dos princípios norteadores desta lei, poderá haver registros escritos, 
como previsto no § 3º do art. 65 da Lei n. 9.099/1995, senão vejamos:
Art.  65, §  3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por essenciais. 
Os atos realizados em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magné-
tica ou equivalente. (Grifei)
O princípio da oralidade está intimamente ligado a outros, quais sejam, princípio do ime-
diatismo (produção de provas pelas partes e coleta imediata delas pelo magistrado que 
preside o feito), princípio da identidade física do juiz (o juiz que preside a instrução criminal, 
que é a fase de produção de provas em juízo, deve ser o mesmo que sentencia), princípio da 
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concentração (maior número de atos praticados no mesmo momento processual) e o princí-
pio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias (não cabe recurso das referidas)
Informalidade - O Princípio da Informalidade quer dizer que o ato processual pode ser exe-
cutado sem tanto rigor formal, de acordo com o expresso no art. 65, § 2º, da Lei n. 9.099/1995:
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais 
foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta lei.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquermeio 
hábil de comunicação. (Grifo nosso)
Economia processual - O Princípio da Economia Processual orienta os atos  processu-
ais na tentativa de que a atividade jurisdicional deva ser prestada sempre com a intenção de 
produzir o máximo de resultados com o mínimo de dispêndio, evitando-se, assim, gasto de 
tempo e de valores, de maneira inútil
Celeridade - O Princípio da Celeridade é aquele que deve nortear o caminhar do processo, 
que não podendo ficar à “disposição” das partes, que podem requerer provas ou praticar atos 
inúteis ou desnecessários. Por isso, caberá ao Magistrado, com base no feixe de normas em 
estudo, indeferir as diligências inúteis ou meramente protelatórias.
O mais novo dos princípios é o Simplicidade, e de acordo com Tauã Lima Verdan Rangel2:
Assim, refletindo mais celeridade e eficiência nas soluções processuais dentro do ordenamento 
jurídico. Cabe destacar que o princípio da simplicidade reflete diretamente na celeridade processu-
al, minando de forma excepcional as burocratizações dos procedimentos processuais. Com isso, 
a causas a ser pleiteada em tal procedimento são causas com níveis reduzidos de complexidades, 
para que se garanta um julgamento justo. Assim, a simplicidade do ato é uniforme, ou seja, quanto 
mais simples forem as causas, mais simples serão os procedimentos para sanarem os conflitos. 
Ao passo que a simplificação da linguagem jurídica também auxiliar no acesso a justiça, pelo fato 
que a linguagem utilizada pelos os operadores do direito, tem sido uma barreira para as classes 
menos favorecidas, tendo em vista que na maioria das vezes o vocábulo usado dentro dos tribunais 
não traz compreensão para as partes dentro do processo.
2 De acordo com https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/juizado-especial-civel-e-o-principio-
-da-simplicidade-linguagem-compreensivel-como-paradigma-do-acesso-a-justica/ Acesso em 02 de abril de 2020, 
às 21h13
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Juizados Especiais Criminais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Atos proCessuAis
intimAção
A Intimação é o ato processual em que o Magistrado determina que a parte seja cientifi-
cada da prática de um ato passado.
Você não pode confundir a intimação com a notificação, que é o ato que determina que a 
parte compareça em Juízo, para a participação em uma ato processual.
Rege o art. 67 da Lei n. 9.099/1995,
Art. 67. Quando se tratar de pessoa jurídica ou firma, será realizado mediante entrega ao encar-
regado da recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de 
justiça, independentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de 
comunicação.
Pela leitura do dispositivo em apreço é possível chegar a conclusão de que a intimação 
pode ser feita pelo telefone, por aplicativos como o WPP, por e-mail etc.
CitAção
A citação no Processo Penal é o ato em que há o chamamento do réu a juízo, dando-lhe 
ciência do ajuizamento de ação penal, que lhe imputando a prática de uma ou mais infrações 
penais, possibilitando assim a oportunidade de se defender pessoalmente, além de ser assis-
tido por defesa técnica.
Rege o art. 66 da Lei dos Juizados Especiais Criminais:
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por manda-
do.
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existen-
tes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.
Se o acusado estiver em local incerto e não sabido haverá a declinação de competência 
do Juizado Especial Criminal para a Vara Criminal, de acordo com o que rege o p. único do 
art. 66 da Lei em estudo:
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existen-
tes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei. (Grifei).
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Juizados Especiais Criminais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
termo CirCunstAnCiAdo
Rege o art. 69 da Lei n. 9.099/1995:
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado 
e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as 
requisições dos exames periciais necessários.
Conceito - É o procedimento administrativo, inquisitivo, presidido por autoridade poli-
cial que tem como finalidade a apuração das infrações penais de menor potencial ofensivo. 
As mesmas características do inquérito policial são vistas no termo circunstanciado.
Acredito que a parte final do p. único do art. 69 da Lei n. 9.099/1995 possa ser aplicado no 
caso de vítimas de violência doméstica do sexo masculino:
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou 
assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso 
de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou 
local de convivência com a vítima. (Redação dada pela Lei n. 10.455, de 13.5.2002)
Caso você se inscreva em concursos públicos no Distrito Federal e haja no edital a previ-
são dos Juizados Especiais Criminais, fique atento pois por ato normativo do Tribunal de Jus-
tiça do Distrito Federal e Territórios, os agentes do D.E.R./DF, agentes do Detran – DF, policiais 
militares do DF, e membros da PRF podem lavrar termo circunstanciado.
Procedimento de Lavratura do Termo Circunstanciado
O autor, depois de assinar o termo de compromisso de comparecimento ao juizado, será 
liberado, não sendo imposta prisão em flagrante.
O termo de compromisso de comparecimento é uma peça que faz parte do termo circuns-
tanciado.
Se o autor se recusar a assinar o termo de compromisso de comparecimento, será lavrado 
o auto de prisão em flagrante e será arbitrada a fiança, se for o caso.
A Lei n. 9.099/1995 fala que será imposta a prisão em flagrante, quando na verdade deve-
ria estar escrito que será lavrado um auto de prisão em flagrante.
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Juizados Especiais Criminais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Se o usuário, autuado em flagrante pela prática do crime previsto no art.  28 da Lei n. 
11.343/2006 (Lei de Drogas) se recusar a assinar o termo de comparecimento, ele não poderá 
ser preso em flagrante, pois é proibida a detenção do usuário, de acordo com o que rege o 
art. 48 da mesma lei.
No termo circunstanciado, deve conter os seguintes dados:
• a qualificação dos envolvidos;• data e hora da comunicação;
• local e natureza da ocorrência;
• indicação de eventuais perícias necessárias;
• resumo dos fatos.
Termo Circunstanciado e Lei Maria da Penha
Como não se aplica a Lei n. 9.099 para os crimes e contravenções praticados em situação 
de violência doméstica, tais infrações, mesmo de menor potencial ofensivo, não poderão ser 
apuradas mediante termo circunstanciado, mas sim por inquérito policial.
De acordo com a jurisprudência do STF e do STJ, as contravenções penais praticadas em 
situação de violência doméstica serão apuradas por meio de inquérito policial.
Termo Circunstanciado e o Crime de Lesão Corporal Culposa por Acidente 
de Trânsito
A última alteração no CTB não alterou o modo de investigação do crime de lesão corporal 
culposa ocorrida por acidente de trânsito. Em regra, tal delito será apurado por termo circuns-
tanciado. Será apurado por inquérito policial quando: 
• o condutor estiver embriagado ou sob efeito de substâncias entorpecentes;
• o condutor estiver participando de competição ou exibição não autorizadas;
• o condutor transitar em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km.
Em regra, o crime de lesão corporal culposa em virtude acidente de trânsito é julgado pelo 
Juizado Especial Criminal. O TJDF já decidiu acerca do assunto.
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Juizados Especiais Criminais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Audiência Preliminar
Você não pode confundir a audiência preliminar que ocorre nos Juizados Especiais Cri-
minais com a audiência de justificação ou de conciliação, que está prevista no art. 16 da Lei 
Maria da Penha.
Na audiência preliminar haverá a tentativa de realização de composição civil. Caso não 
haja a tal medida alternativa, será oferecida transação penal, se for o caso.
O STJ entende que se opera a preclusão se o oferecimento da proposta de suspensão 
condicional do processo ou de transação penal se der após a prolação da sentença penal 
condenatória.
Rege o art. 72 da Lei n. 9.099/1995:
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor do fato e 
a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá 
sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata 
de pena não privativa de liberdade.
Caso ocorra o encaminhamento, pelo Delegado de Polícia, do autor do fato e da vítima 
ao Juizado Especial Criminal, com objetivo de se aplicar as medidas despenalizadoras, e não 
sendo possível a realização da audiência preliminar, as partes sairão cientes da próxima data 
designada para o ato pré processual.
Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a realização imediata da 
audiência preliminar, será designada data próxima, da qual ambos sairão cientes.
Se ocorrer o não comparecimento de qualquer dos envolvidos, será designada uma data 
para uma nova audiência, providenciando a intimação nos termos do art. 67 e 68.
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secretaria providenciará sua 
intimação e, se for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta lei.
Vale a pena mencionar interessante de decisão da 3ª Seção do STJ sobre o assunto em 
estudo:
AUDIÊNCIA PRELIMINAR. NÃO COMPARECIMENTO. AUTOR. DELITO.
Trata-se de conflito negativo de competência travado entre o juízo da vara de inquéritos 
policiais (suscitante) e o juízo da vara do juizado especial criminal (suscitado), ambos 
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Juizados Especiais Criminais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
da mesma comarca. Noticiam os autos que fora lavrado termo circunstanciado pela 
prática, em tese, do delito tipificado no art. 28 da Lei n. 11.343/2006 (usuário de droga/
pequena quantia) e, sendo designada audiência preliminar para oferecimento de tran-
sação penal, ela não se realizou em razão do não comparecimento do acusado. Então, 
o juízo suscitado acolheu manifestação do MP estadual e determinou a remessa dos 
autos ao juízo da vara criminal, com fundamento no art. 66, parágrafo único, da Lei n. 
9.099/1995 e, por sua vez, o juízo da vara de inquéritos policiais suscitou o conflito de 
competência, alegando que não foi cumprido o art. 77, caput e § 1º, da Lei n. 9.099/1995, 
pois o MP deveria ter oferecido denúncia oral ao juízo suscitado. Explica o Min. Relator 
que, não comparecendo o acusado à audiência preliminar designada para oferecimento 
de transação penal e não havendo a necessidade de diligências imprescindíveis, o MP 
deve oferecer de imediato a denúncia oral nos termos do art. 77 da Lei n. 9.099/1995 e, 
somente após a apresentação dessa exordial acusatória, é que poderiam ser remetidos 
os autos ao juízo comum para proceder à citação editalícia, conforme dispõe expres-
samente o art. 78, § 1º, da referida lei. Diante do exposto, a Seção conheceu do conflito 
e declarou a competência do juízo suscitado. Precedente citado: CC 102.240-PB, DJe 
30/4/2009. CC 104.225-PR, Rel. Min. Haroldo Rodrigues (Desembargador convocado do 
TJ-CE), julgado em 25
medidAs despenAlizAdorAs ou AlternAtivAs previstAs nA lei dos JuizAdos 
espeCiAis CriminAis
Você deve memorizar que Não se aplicam no âmbito da Justiça Militar os princípios e os 
institutos dos Juizados Especiais, tendo em vista expressa disposição legal:
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar.
Segundo o STJ é constitucional o artigo 90-A da Lei n. 9.099/1995, que veda a aplicação 
desta aos crimes militares3.
3 Disponível em https://www.conjur.com.br/2018-fev-06/stj-divulga-12-teses-juizados-especiais-criminais 
Acesso às 19h47, de 26/03/2020.
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representAção nos Crimes de lesão CorporAl leve e lesão CorporAl 
CulposA
Antes de entrarmos no assunto, vale a pena você memorizar o mapa mental abaixo, que 
retrata as espécies de Ação Penal no sistema Processual Penal:
Vale lembrar que no ano de 2014 vigorou a Lei Geral da Copa que previa crimes cuja ação 
pública condicionada à representação da FIFA.
A representação é uma manifestação de vontade da vítima ou de seu representante legal 
em processar criminalmente o autor do fato.
Observando-se o art. 75 da lei, “não obtida a composição dos danos civis, será dada ime-
diatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será 
reduzida a termo”. Conforme leciona Ricardo Antonio Andreucci (2008, p. 425):
(...) a teor desse artigo, evidencia-se a primazia da reparação do dano sobre a punição criminal, 
fazendo com que o ofendido somente possa exercer seu direitode representação após frustrada a 
composição civil.
A Lei dos Juizados também criou a necessidade de representação para o oferecimento de 
ação penal nos delitos de lesões corporais leves e lesões culposas, que antes eram delitos de 
ação penal pública incondicionada, sendo válida a transcrição do art. 88:
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Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação 
a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.
Interessante que a vítima do crime de lesão corporal leve ou de lesão corporal culposa 
pode provar que o delito deixou vestígio juntando aos autos foto, vídeo, atestado médico, 
prontuário etc., tendo em vista os Princípios que norteiam os trabalhos dos Juizados Espe-
ciais Criminais.
Afirma o art. 91 da lei que, quando for necessária a representação para a propositura da 
ação penal pública, o ofendido ou seu representante legal será intimado para oferecê-la no 
prazo de trinta dias, sob pena de decadência.
Art. 91. Nos casos em que esta lei passa a exigir representação para a propositura da ação penal 
pública, o ofendido ou seu representante legal será intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias, 
sob pena de decadência.
Há época da edição, houve quem chamasse a condição prevista no art.  91 da Lei n. 
9099/1995 de condição de prosseguibilidade da Ação Penal.
Assim, se a pessoa fosse vítima de lesão corporal leve ou lesão corporal culposa antes do 
advento da Lei n. 9.099/1995, se o termo circunstanciado e o processo estivessem em curso, 
ela deveria se manifestar em 30 dias se desejava o prosseguimento da persecução penal.
representAção e o Crime de lesão CorporAl CulposA por ACidente de 
trânsito
O crime de lesão corporal culposa decorrente de acidente de trânsito em regra é de ação 
penal pública condicionada à representação. Porém será de ação penal pública incondicio-
nada quando:
• o condutor estiver embriagado ou sob efeito de substâncias entorpecentes;
• o condutor estiver participando de competição ou exibição não autorizadas;
• condutor transitar em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km.
representAção e ContrAvenção de viAs de FAto
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Sustentamos que a contravenção de vias de fato é de ação penal pública condicionada, 
pois se a lesão corporal de natureza leve exige representação, com mais razão o “delito-anão” 
exigirá.
O STF tem entendimento em sentido contrário ao nosso:
Tratando-se de contravenção penal, a ação é pública incondicionada devendo o Ministé-
rio Público oferecer denúncia independentemente de representação da vítima. Com esse 
entendimento, a Turma indeferiu habeas corpus que objetivava o trancamento de ação 
penal instaurada pelo Ministério Público pela prática da contravenção penal de vias de 
fato (LCP, art. 21), no qual se sustentava a decadência do direito de representação da 
vítima. Considerou-se que permanece em vigor a primeira parte do art. 17 da LCP (“A 
ação penal é pública,...”), não se aplicando o art. 88 da Lei n. 9.099/95, que tornou condi-
cionada à representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves (HC 
n 80.617/MG, rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. em 20/03/01)
Pedro Henrique Demercian e Jorge Assaf Maluly em sua obra Teoria e Prática dos Juiza-
dos Especiais Criminais, 4ª edição, Ed. Forense, 2008 nos ensinam:
Por fim, com inteira propriedade, Ada Pellegrini Grinover, Antonio Magalhães Gomes Filho, Antonio 
Scarance Fernandes e Luiz Flávio Gomes deixaram assentado que: “A contravenção prevista no 
art. 21 da Lei das Contravenções Penais (vias de fato), embora implique menor ofensa ao bem ju-
rídico integridade física, continua sendo de ação penal pública incondicionada. Aqui não prevalece 
a regra, intocável do ponto de vista lógico, de que se a lei exige representação para o mais (lesão 
corporal) também se faz necessária para o menos (vias de fato). O raciocínio não é válido tendo em 
vista o disposto no art.100, § 1º, do CP, que diz: A ação pública é promovida pelo Ministério Público, 
dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da 
Justiça. Por falta de previsão legal expressa a referida contravenção, em síntese, continua “incon-
dicionada” (Juizados Especiais Criminais, Editora Revista dos Tribunais, 1995, página 180).
Composição dos Danos Civis
A composição dos danos civis assegura à vítima de infração de menor potencial ofensivo 
a reparação do prejuízo sofrido.
Rege o art. 74 da Lei em estudo:
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Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante 
sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condi-
cionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou repre-
sentação.
Você deverá memorizar que a sentença que homologa a composição civil é irrecorrível, 
enquanto a decisão que homologa a transação penal cabe apelação.
Uma vez feita a composição civil, a vítima renunciará ao direito de queixa ou de represen-
tação.
Se o autor da infração de menor potencial ofensivo não cumprir com o acordo celebrado 
na composição civil, a sentença será executada no Juízo Cível.
trAnsAção penAl
O saudoso professor de todos nós, Luiz Flávio Gomes4, sobre a Lei n. 9099 e suas medidas 
despenalizadoras nos ensinou:
É uma verdadeira revolução (jurídica e de mentalidade), porque quebra a inflexibilidade do clássico 
princípio da obrigatoriedade da ação penal. (...) Um novo modelo de Justiça Criminal será testado: 
a preocupação central agora já não deve ser só a decisão (formalista) do caso, senão a busca de 
solução para o conflito.
A transação penal é um acordo feito entre o autor da infração de menor potencial ofensivo 
e o Órgão Ministerial com atribuição para oficiar nos feitos do JECRIM, em que haverá a ime-
diata aplicação de pena de multa ou pena restritiva de direito ao beneficiário.
Como não houve processo, uma vez que a transação penal foi oferecida pelo MP na audi-
ência preliminar, o correto seria que a lei, ao invés de usar os termos “pena de multa” e “pena 
restritiva de direito”, deveria ter usado medida alternativa.
Como veremos logo abaixo em nossa aula se houve o descumprimento da transação, não 
poderá em hipótese algum haver a conversão da pena de multa ou da pena restritiva de direito 
em pena privativa de liberdade.
4 1. GOMES, Luiz Flávio. Suspensão Condicional do Processo Penal. 2ª ed. rev. atua. e amp., São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 1997, p.9.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Entendo que quando o Órgão Ministerial não oferece a transação penal quando o autor do 
fato faz jus, caberá aplicação analógica ao artigo 28 do CPP, devendo os autos serem remeti-
dos ao Procurador-Geral de Justiça.
Por fim, resta esclarecer que o indivíduo não poderá ser beneficiado novamente com a 
transação penal pelo prazo de 5 anos, conforme preceitua o art. 76 e seu § 4º:
Art. 76, § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz 
aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo re-
gistrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
A doutrina predominante entende que o oferecimento da Transação Penal não se trata de 
prerrogativa do Ministério Público, dependendo da discricionariedade do Órgão Ministerial, 
mas sim de que, preenchidos todos os requisitos por parte do autor da infração penal de me-
nor potencial ofensivo para fazer jus à aplicação do instituto, aquele tem o dever da proposi-
ção do instituto. Fernando da Costa Tourinho Filho aborda:
Uma vez satisfeitas as condições objetivas e subjetivas para que se faça a transação, aquele 
poderá converter-se e deverá, surgindo para o autor do fato um direito a ser necessariamente 
satisfeito. O Promotor não tem a liberdade de optar entre ofertar a denúncia e propor simples 
multa ou pena restritiva de direitos. Não se trata de discricionariedade. Formular ou não a 
proposta não fica à sua discrição. Ele é obrigado a formulá-la. E esse deverá é da Instituição. 
Nem teria sentido que a proposta ficasse subordinada ao bel-prazer, à vontade, às vezes ca-
prichosa e frívola, do Ministério Público. (TOURINHO FILHO, 2011, p. 92).
Transação Penal e Ação Penal Privada
A doutrina e a jurisprudência majoritária entendem que é cabível a transação penal em 
crimes de menor potencial ofensivo de ação penal privada.
A Quinta Turma do STJ, no HC n. 13.337/RJ, entendeu que:
A Lei n. 9.099/95, desde que obedecidos os requisitos autorizadores, permite a tran-
sação e a suspensão condicional do processo, inclusive nas ações penais de iniciativa 
exclusivamente privada.
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Juizados Especiais Criminais
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Antes da alteração do art. 61 da Lei em estudo, no julgamento do HC n. 34.085/SP, a Quin-
ta Turma do STJ citou julgado da Terceira Seção da Corte sobre o assunto em comento:
A Terceira Seção desta Egrégia Corte firmou o entendimento no sentido de que, preenchi-
dos os requisitos autorizadores, a Lei dos Juizados Especiais Criminais aplica-se aos crimes 
sujeitos a ritos especiais, inclusive aqueles apurados mediante ação penal exclusivamente 
privada. Ressalte-se que tal aplicação se estende, até mesmo, aos  institutos da transação 
penal e da suspensão do processo.
Descumprimento da Transação Penal
De acordo com a Súmula Vinculante n. 35 do STF a homologação da transação penal 
prevista no artigo 76 da Lei n. 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas 
suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a con-
tinuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito 
policial.
Requisitos para o Oferecimento da Transação Penal
Não será admitida a transação penal quando ficar comprovado:
• ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liber-
dade, por sentença definitiva;
• ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de 
pena restritiva ou multa, nos termos do art. 76 da Lei n. 9.099/1995;
• não indicarem os antecedentes, a  conduta social e a personalidade do agente, bem 
como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
Mitigação do Princípio da Obrigatoriedade
O Princípio da Obrigatoriedade diz a respeito de o dever de agir do Ministério Público, não 
lhe conferindo discricionariedade para se valer de quaisquer critérios de discricionariedade 
na propositura da ação penal. Com a edição da Constituição de 88 a questão da vigência do 
Princípio da Obrigatoriedade do exercício da ação penal pelo Ministério Público se tornou 
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controvertida entre os doutrinadores, sobretudo, uma vez que a Lei Fundamental conferiu in-
dependência funcional aos membros do parquet e ainda criou os Juizados Especiais.
Com a instituição da transação penal, Antônio Scarance Fernandes5 nos ensina:
Tem-se afirmado que, com a transação, adotou-se o princípio da discricionariedade regrada 
ou, ainda, houve mitigação do princípio da obrigatoriedade. Em suma, permanece o princípio 
da obrigatoriedade, mas no tocante às infrações de menor potencial ofensivo, se presentes 
os pressupostos, não deve o promotor acusar e sim propor a transação penal. Abriu-se a ele 
nova alternativa.
Transação Penal e o Concurso de Crimes
Você deverá memorizar que o STJ entende que na hipótese de apuração de delitos de 
menor potencial ofensivo, deve-se considerar a soma das penas máximas em abstrato em 
concurso material, ou, ainda, a devida exasperação, no caso de crime continuado ou de con-
curso formal, e ao se verificar que o resultado da adição é superior a dois anos, afasta-se a 
competência do Juizado Especial Criminal.
Transação Penal nos Crimes Ambientais
Os mestres Pedro Henrique Demercian e Jorge Assaf Maluy, em sua obra Teoria e Prática 
dos Juizados Especiais Criminais – 4ª Edição – Ed. Forense, 2008, ensinam:
Seguindo uma tendência que, no Brasil, já se iniciara com o advento da Lei dos Juizados Es-
peciais Criminais, a Lei dos Crimes Ambientais dá ênfase à reparação do dano causado pela 
infração, ampliou o rol das penas alternativas à privação da liberdade e alterou parcialmente 
as medidas despenalizadoras já conhecidas, ou seja, a transação penal e a suspensão condi-
cional do processo.
(...)
O art. 27 da Lei n. 9.605/98, além de todos esses requisitos objetivos e subjetivos, condicio-
na a proposta de transação à prévia composição do dano ambiental, ou seja, a existência de 
acordo entre o Ministério Público e o infrator, que, uma vez homologado judicialmente, valerá 
como título executivo judicial (cf.art. 74 da Lei n. 9.099/95). É  importante salientar que não 
há necessidade da reparação efetiva nesse momento, basta a existência de acordo nesse 
sentido.
5 FERNANDES, Antonio Scarance. Processo Penal Constitucional. 2ª ed. rev. e atua., São Paulo: Revista dos Tribunais, 
2000, p.206.
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Essa nova legislação, no entanto, não prevê a designação de audiência para a tentativa de 
conciliação. Não nos parece o caso de se aplicar extensivamente a Lei dos Juizados Especiais 
Criminais, pois não se exige que o acordo quanto à composição dos danos seja realizado pe-
rante o Magistrado — over table — basta que ele seja submetido à homologação.
(...)
Se, por um lado, o legislador — com a transação — procurou atenuar as consequências jurídicas 
dos ilícitos penais, jamais prescindiu da rigorosa aferição do juízo de suficiência, que leva em conta 
a biografia do possível beneficiário e, mais do que isso, principalmente na presente lei, as conse-
quências do dano provocado.
(...)
De todo modo, a  teor do art.  27 da Lei n. 9.605/98, nos crimes ambientais de menor potencial 
ofensivo, a proposta de transação penal somente poderá ser formulada pelo Ministério Público 
desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da Lei dos 
Juizados, salvo em caso de comprovada impossibilidade. Dessa forma, a lei dos crimes ambientais 
introduziu mais um requisito impeditivo para a transação penal – a não-efetivação da composição 
da reparação do dano ambiental.
Importante ressaltar, contudo, que o próprio art. 27 da lei ambiental excepciona essa regra, admi-
tindo a proposta de acordo na esfera penal, quando for impossível a realização da conciliação de 
reparação do dano na audiência preliminar. Cumpre ao representante do Ministério Público, em 
um primeiro momento, avaliar os motivos que impossibilitaram a composição, principalmente se 
opostos pelo autor do fato.
Se o Juiz de Direito discordar do órgão do Ministério Público e entender que as razões aparentes 
não afastam a conciliação do dano ambiental, deverá indeferir a homologação, com o consequente 
prosseguimento da ação penal contra o acusado e sujeitando sua decisão, naturalmente, ao duplo 
grau de jurisdição, pela via recursal.
Por outro lado, se o magistrado discordar das razões invocadas pelo Promotor de Justiça para não 
propor a transação penal, remeterá os autos ao Procurador-geral de Justiça para a revisão de seu 
posicionamento, com a aplicação analógica do art. 28 do CPP.
Transação penal e Responsabilidade da Pessoa Jurídica
Os festejados doutrinadores Pedro Henrique Demercian e Jorge Assaf Maluly em obra já 
citada professam:
A Constituição Federal inovou no art. 225, §3º, e estabeleceu a responsabilidade penal da pessoa 
jurídica pela prática de crimes ambientais. Nesse esteio, a Lei n. 9.605/98, no seu art. 3º, expres-
samente atribui à pessoa jurídica a responsabilidade penal, nos casos em que a infração penal 
seja cometida por decisão do seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no 
interesse ou benefício de sua entidade.
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Da mesma forma, como se viu, a Lei dos Crimes Ambientais previu regras próprias para as medidas 
despenalizadoras da transação penal e da suspensão condicional do processo (arts. 76 e 89 da Lei 
n. 9.099/95).
A Lei Ambiental não tratou especificamente da ação penal e do processo-crime quando o acusado 
é uma pessoa jurídica. O Código de Processo Penal, de 1941, também não dispõe de qualquer regra 
sobre espécie de procedimento.
Desse modo, na ausência de regras próprias na área criminal, para viabilizar a aplicação da lei 
penal, é necessário que o operador do direito tome por empréstimo do Direito processual civil as 
normas existentes sobre a representação em juízo das pessoas jurídicas.
Com efeito, o silêncio do legislador sobre esse aspecto faz supor que pretendia ver aplicadas as 
regras processuais já existentes. O artigo 12, inciso VI, do CPC dispõe que as pessoas jurídicas 
serão representadas, ativa e passivamente, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, 
não os designando, por seus diretores. O art. 9º da Lei n. 9.099/95, ao dispor sobre os Juiza-
dos Especiais Cíveis, admite que o réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, seja 
representado por preposto credenciado. Entendemos prescindível a presença dos diretores da 
empresa investigada, para fins de composição cível ou transação penal, se eles outorgarem ex-
pressamente a seu mandatário ou preposto poderes para realizar esses acordos.
Aliás, a  jurisprudência tem admitido no processo civil que a representação da pessoa jurídica 
seja realizada por mandatário ou mesmo preposto, para fins do depoimento pessoal da parte, 
desde que o representante possua poderes especiais e os necessários conhecimentos da causa 
(RT 672/123). Não se pode olvidar da importância desse ato processual porque dele pode decor-
rer a declaração de confissão da parte.
suspensão CondiCionAl do proCesso
CUIDADO! Você não pode confundir suspensão condicional da pena com suspensão con-
dicional do processo.
A  Suspensão Condicional do Processo  ou sursis processual é uma medida despenali-
zadora cabível, sob determinadas condições, em crimes de menor potencial ofensivo e com 
pena de até um ano.
O beneficiário ficará submetido a determinadas condições (daí a nomenclatura “condicio-
nal”) por um período de prova de 2 a 4 anos.
Se o beneficiário não der causa à revogação do benefício, o juiz decretará extinta a puni-
bilidade.
De acordo com o § 6º do art. 89 da Lei n. 9.099/1995, uma vez suspenso o processo, sus-
pende-se o prazo prescricional.
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O Princípio da Indisponibilidade da Ação Penal diz que O Ministério Público tem o dever de 
ajuizar a ação penal pública incondicionada, não podendo, portanto, desistir da ação, transi-
gindo ou acordando (o que vale tanto para a ação penal pública incondicionada como para a 
condicionada).
Ocorre que a suspensão do processo veio para mitigar tal princípio. Uma vez reunidos os 
pressupostos, o MP ao oferecer a denúncia, vai propor, na cota ministerial, a suspensão con-
dicional do processo, havendo então uma verdadeira disponibilidade da ação penal.
A Súmula n. 337 do STJ diz que é cabível a suspensão condicional do processo na des-
classificação do crime e na procedência parcial da pretensão punitiva. Imagine que num pro-
cesso-crime por crime de roubo simples depois da instrução, chega-se à conclusão de que o 
réu na verdade praticou crime de furto simples. Como a pena mínima do último delito é de 1 
ano, é possível que o MP ofereça o benefício do “sursis” processual no estado em que o pro-
cesso estiver.
Memorize que desde que o Plenário do STF declarou que a constitucionalidade do art. 41 
da Lei Maria da Penha, não é possível aplicar a suspensão condicional do processo nos cri-
mes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher.
Assunto recorrente em provas, você deverá memorizar que a suspensão condicional do 
processo não é direito público subjetivo do réu, mas um poder-dever do Ministério Público, 
e o magistrado, casodiscorde do não oferecimento da benesse, deve aplicar, por analogia, 
a norma do art. 28 do CPP e remeter os autos à Procuradoria-Geral de Justiça. O STF editou 
a Súmula n. 696 que assim dispõe:
Súmula n. 696 do STF
Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, 
mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o  Juiz, dissentindo, remeterá a 
questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo 
Penal.
Vamos relembrar o que dispõe o art. 28 do Código de Processo Penal:
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A partir da Súmula n. 696 do STF, você deve memorizar que se o Órgão Ministerial deixar 
de oferecer o “sursis” processual e o Magistrado discordar, o Juiz deverá remeter os autos ao 
Procurador Geral de Justiça que terá três caminhos:
• oferecer o “sursis” processual,
• designar outro Promotor de Justiça para oferecer ou
• insistir no não oferecimento.
Memorize que segundo a jurisprudência do STJ a existência de inquérito policial em curso 
não é circunstância idônea a obstar o oferecimento de proposta de suspensão condicional do 
processo.
Há julgado antigo do STF dizendo que é possível que o querelante ofereça o “sursis” pro-
cessual:
STF – HC n. 81.720/SP
Ementa: I. Suspensão condicional do processo e recebimento de denúncia. Cabível, em 
tese, a suspensão condicional do processo, é válido o acórdão que – não a tendo pro-
posto o autor da ação – recebe a denúncia ou queixa e determina que se abra vista ao 
MP ou ao querelante para que proponha ou não a suspensão: não faria sentido provocar 
a respeito o autor da ação penal antes de verificada a viabilidade da instauração do pro-
cesso. II. Suspensão condicional do processo instaurado mediante ação penal privada: 
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acertada, no caso, a admissibilidade, em tese, da suspensão, a legitimação para propô-
-la ou nela assentir é do querelante, não, do Ministério Público.
O Superior Tribunal de Justiça também já se posicionou nesse sentido, senão vejamos:
STJ – RHC n. 17.061
Ementa: Recurso ordinário em habeas corpus. Processual penal. Crimes contra a honra. 
Lei de imprensa. Ação penal privada. Suspensão condicional do processo. Legitimidade 
para o seu oferecimento. Aplicação analógica do art. 89, da Lei n. 9.099/1995.
1. O benefício processual previsto no art. 89, da Lei n. 9.099/1995, mediante a aplicação 
da analogia in bonam partem, prevista no art. 3º do Código de Processo Penal, é cabível 
também nos casos de crimes de ação penal privada. Precedentes do STJ.
2. Recurso provido.
Cuidado o STJ entende que é inadmissível o pleito da suspensão condicional do processo 
após a prolação da sentença, ressalvadas as hipóteses de desclassificação ou procedência 
parcial da pretensão punitiva estatal.
suspensão CondiCionAl do proCesso e Crimes CuJA penA mínimA 
superior A 1 Ano e multA AlternAtivA
Sobre o assunto, você deve memorizar que o STJ entende que é cabível a suspensão 
condicional do processo e a transação penal aos delitos que preveem a pena de multa alter-
nativamente à privativa de liberdade, ainda que o preceito secundário da norma legal comine 
pena mínima superior a um ano.
O STF ao julgar o HC-83926 decidiu que é possível a concessão de suspensão condicional 
do processo em crimes cuja pena mínima seja superior a 1 ano desde que seja cumulada de 
maneira alternada a pena de multa. Senão vejamos:
Suspensão Condicional do Processo: Pena Mínima Superior a 1 Ano e Multa Alternativa 
(Transcrições) (v. Informativo 475) HC 83926/RJ* RELATOR: MIN. CEZAR PELUSO 
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EMENTA: AÇÃO PENAL. Crime contra relações de consumo. Pena. Previsão alternativa 
de multa. Suspensão condicional do processo. Admissibilidade. Recusa de proposta 
pelo Ministério Público. Constrangimento ilegal caracterizado. HC concedido para que o 
MP examine os demais requisitos da medida. Interpretação do art. 89 da Lei n. 9.099/95. 
Quando para o crime seja prevista, alternativamente, pena de multa, que é menos gra-
vosa do que qualquer pena privativa de liberdade ou restritiva de direito, tem-se por 
satisfeito um dos requisitos legais para a suspensão condicional do processo. RELATÓ-
RIO: 1. Trata-se de habeas corpus impetrado em favor de DAMIÃO PEDROSA VICENTE, 
contra acórdão proferido pela Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça que lhe 
denegou a ordem nos autos do HC n. 24.158. O paciente foi denunciado, juntamente com 
José Hercílio Cabral, pela prática do delito previsto no art. 7º, inc. IX, da Lei n. 8.137/90, 
porque teria, na qualidade de gerente geral da filial Vila da Penha de Casas Sendas, 
exposto à venda mercadorias em condições impróprias ao consumo. Recebida a denún-
cia, a  defesa do paciente requereu fosse analisada, pelo representante do Ministério 
Público, a possibilidade de suspensão condicional do processo, nos termos do art. 89 da 
Lei n. 9.099/95, porque ao delito imputado é cominada, alternativamente à privativa de 
liberdade, pena de multa. O representante do Ministério Público, todavia, reputou inapli-
cável a suspensão condicional do processo, e o juiz, acatando tal entendimento, desig-
nou data para o interrogatório do paciente. A defesa impetrou, então, habeas corpus ao 
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. A ordem foi parcialmente concedida, 
nos seguintes termos: “HABEAS CORPUS – Paciente condenado por infração aos arts. 7º, 
IX da Lei n. 8.137 de 27/12/1990. Os impetrantes requerem a concessão da Ordem no 
sentido de determinar a formulação de proposta de suspensão condicional do processo. 
Procurador de Justiça opinou pela denegação da ordem. Concessão de Liminar. Con-
cessão parcial da Ordem, por unanimidade, no sentido de desconstituir o Juízo mono-
crático que recebera a denúncia, aplicando-se in casu o que preceitua o art. 28 do CPP, 
com remessa dos autos a consideração do Exmo. Sr. Procurador-Geral de Justiça” (fls. 
223-228). A Procuradoria-Geral de Justiça, entretanto, insistiu no não oferecimento da 
proposta de transação penal ou de suspensão condicional do processo (fls. 302-314), 
e este retomou seu curso. A defesa impetrou novo habeas corpus, agora perante o Supe-
rior Tribunal de Justiça, para aplicação imediata do rito sumaríssimo ao feito, com a 
consequente formulação de proposta de transação penal, ou, alternativamente, de sus-
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pensão condicional do processo. O Superior Tribunal de Justiça denegou-lhe a ordem, 
nos termos desta ementa: “PENAL E PROCESSUAL PENAL – EXPOSIÇÃO À VENDA DE 
PRODUTOS IMPRÓPRIOS PARA CONSUMO (art. 7º da LEI 8.137/90) – SUSPENSÃO CON-
DICIONAL DO PROCESSO – ADVENTO DA LEI 10.259/01 – MODIFICAÇÃO – INOCOR-
RÊNCIA – DELITO NÃO CONSIDERADO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO – RITO DA LEI 
10.259/01 INAPLICÁVEL. – O art.  89 da Lei n. 9.099/95 não foi alterado pela Lei n. 
10.259/01, restando este aplicável, somente, às  infrações penais com pena mínima 
cominada igual ou inferior a 01 ano. – De outro lado, o delito em questão não pode ser 
considerado como de menor potencial ofensivo, porquanto a pena máxima cominada é 
de 05 anos de detenção (ex vi art. 2º, parágrafo único da Lei n. 10.259/01). – Ordem 
denegada, cassando-se a liminar concedida” (fls. 261). Neste habeas corpus, os impe-
trantes requerem concessão da ordem tão-só para que “seja reconhecida a aplicabili-
dade da suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei n.. 9.099/95) ao delito tipifi-
cado no art. 7º, inc. XI, da Lei n. 8.137/90”. Pleiteam liminar que determine suspensão do 
processo da Ação Penal n. 2002.01.022343-8, em trâmite perante a 25ª Vara Criminal do 
foro da comarca do Rio de Janeiro-RJ, o que foi deferido (fls. 26-28). A Procuradoria-Ge-
ral da República, que inicialmente pugnara pelo deferimento parcial, depois retificou o 
parecer, opinando pela concessão da ordem (fls. 318-325), verbis: “3. Como se vê, o Pro-
motor de Justiça, desprezando a alegação da cominação alternativa da pena de multa, 
manifestou-se contrário à suspensão condicional do processo. O Tribunal de Justiça do 
Estado do Rio de Janeiro, embora não aceitando a tese da infração de menor potencial 
ofensivo, para efeitos da transação e da transferência da competência para o Juizado 
Especial Criminal, determinou a remessa do processo ao Procurador-Geral de Justiça, 
por aplicação analógica do art. 28 do Código de Processo Penal, para fins de exame da 
proposta de suspensão condicional do processo. 4. A  Procuradoria-Geral de Justiça, 
entretanto, argumentando que o mínimo cominado para a pena privativa da liberdade é 
de dois anos de reclusão, afastou a hipótese da suspensão condicional do processo. 5. 
A impetração, no que lhe assiste razão, insiste na tese do cabimento da suspensão con-
dicional do processo. Com efeito, para os delitos do art. 7º da Lei n. 8.137/90 são comi-
nadas penas alternativas de reclusão, de 2 a 5 anos, ou de multa. Tais as circunstâncias, 
bem demonstra a esmerada petição que, para fins de aplicação do art.  89 da Lei n. 
9.099/95, a pena mínima a ser considerada é a de multa que, em tese, pode ser a única 
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a ser aplicada. [...] 6. Tal o quadro, resulta caracterizado o constrangimento ilegal decor-
rente do ato do Procurador-Geral de Justiça que, incorretamente, afirmou a impossibili-
dade jurídica da suspensão condicional do processo. 7. Isso posto, retificando a mani-
festação anterior, opino pelo deferimento da ordem, com extensão de ofício ao corréu, 
para que, reconhecida em tese a possibilidade de suspensão condicional do processo, 
cuja proposta foi indevidamente recusada, gerando ameaça à liberdade do paciente, 
retornem os autos ao Ministério Público estadual para manifestação fundamentada do 
Promotor de Justiça sobre a oportunidade ou não da proposta de suspensão do pro-
cesso” (fls. 323-325). É o relatório. VOTO: 1. Para a suspensão condicional do processo, 
a Lei n. 9.099/95 exige que a infração imputada ao réu tenha mínima cominada igual ou 
inferior a 1 (um) ano. Entendo que entra no âmbito de admissibilidade da suspensão 
condicional a imputação de delito que comine pena de multa de forma alternativa à pri-
vativa de liberdade, ainda que esta tenha limite mínimo superior a 1 (um) ano. Nesses 
casos, a pena mínima cominada, parece-me óbvio, é a de multa, em tudo e por tudo, 
menor em escala e menos gravosa do que qualquer pena privativa de liberdade ou res-
tritiva de direito. É o que se tira ao artigo 32 do Código Penal, onde as penas privativas 
de liberdade, restritivas de direito e de multa são capituladas na ordem decrescente de 
gravidade. Por isso, se prevista, alternativamente, pena de multa, tem-se por satisfeito 
um dos requisitos legais para admissibilidade de suspensão condicional do processo. 
É o que convém ao caso. A denúncia oferecida contra o paciente e seu co-réu, JOSÉ 
HERCÍLIO CABRAL, imputa-lhes a prática do delito descrito no art. 7º, inc. IX, da Lei n. 
8.137/90, assim tipificado: “Art. 7º. Constitui crime contra as relações de consumo: [...] 
IX – vender, ter em depósito, para vender ou expor à venda, ou de qualquer forma, entre-
gar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo. Pena – deten-
ção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa” (grifos nossos). Não discuto a desproporcio-
nalidade entre as penas cominadas e as condutas previstas no artigo 7º da Lei n. 
8.137/90. O fato é que, contemplada, de forma alternativa, a aplicação exclusiva da pena 
de multa, abre-se ao acusado a possibilidade de suspensão condicional do processo. É, 
aliás, o que sustentam os idealizadores da Lei: “Nas hipóteses em que penas diversas 
vêm cominadas alternativamente (prisão mínima acima de um ano ou multa, ad exem-
plum, arts. 4º, 5º e 7º da Lei n. 8.137/90), nos parece muito evidente o cabimento da 
suspensão do processo, pela seguinte razão: a pena mínima cominada é a de multa. Se 
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a lei (art. 89) autoriza a suspensão condicional do processo em caso de pena privativa 
de liberdade mínima até um ano, a fortiori, conclui-se que, quando a pena mínima comi-
nada é a multa, também cabe tal instituto. Pouco importa que a multa seja, no caso, 
alternativa. Se o legislador previu tal pena como alternativa possível é porque, no seu 
entender, o delito não é daqueles que necessariamente devam ser punidos com pena de 
prisão. Se, para os efeitos de prevenção geral, contentou-se a lei, em nível de cominação 
abstrata, com a multa alternativa, é porque, conforme seu entendimento, não se trata de 
delito de alta reprovabilidade. Sendo assim, entra no amplo espectro da sua nova polí-
tica criminal de priorizar a ressocialização do infrator por outras vias, que não a prisio-
nal. Na essência da suspensão condicional, ademais, outros interesses estão presentes: 
reparação da vítima, desburocratização da Justiça etc. Para os crimes de média gravi-
dade (e dentro desse conceito entram evidentemente os delitos punidos em abstrato 
com pena – alternativa – de prisão ou multa) a resposta estatal adequada é a de que 
acaba de ser descrita”. 2. Ante o exposto, concedo a ordem, para que o representante do 
Ministério Público estadual estime se o paciente, bem como o corréu JOSÉ HERCÍLIO 
CABRAL, preenchem, ou não, os demais requisitos necessários à suspensão condicional 
do processo, formulando lhes proposta, se seja o caso. A ordem é de ofício estendida ao 
corréu.
O STJ também

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