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RESUMO - Contratos - Prof. Piazzetta - 1º BI ²

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1º Bimestre
Professor Marcelo Piazzetta Antunes
CONTRATOS 
Princípios:
Autonomia da Vontade - Trata-se da liberdade para contratar, podendo ser vista sobre o aspecto da liberdade conforme suas necessidades (contratos atípicos) ou escolher uma modalidade contratual descrita em nosso ordenamento (contratos típicos), sendo que só sofrerá algum tipo de limitação perante uma norma de ordem pública - o Art. 421 fala que a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Força Obrigatória dos Contratos - “Pacta Sunt Servanda” (os pactos devem ser respeitados/ os acordos devem ser cumpridos), ou seja, para ser valido e eficaz, deve ser cumprido pelas partes, tanto que o ordenamento regula normas para que o contrato seja cumprido e se uma das partes não “fizer a sua parte”, será responsabilizado por perdas e danos. Aqui ocorre a intangibilidade dos contratos (a parte não pode, unilateralmente, alterar o contrato, nem mesmo por decisão do juiz). 
Princípio da Relatividade dos Contratos - “res inter alios acta, aliis neque nocet neque potest”, ou seja, o contrato só obriga aqueles que fazem parte dele, não atingindo terceiros (seja para prejudicar ou aproveitar), logo, podemos concluir que é “inter partes”. Todavia, pode haver casos em que o terceiro possa ser atingido de forma indireta com relação aos seus interesses, sendo efeitos externos.
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade.
	Esse princípio se aplicará, além das partes, ao objeto, só atingindo terceiros nos casos previstos em lei. 
Princípio da boa-fé nos contratos - Aqui se verifica o caráter subjetivo de cada contrato, o dever das partes de agir de forma correta, eticamente aceita – antes, durante e depois do contrato. Faz-se isso porque a uma das partes pode estar já de início não querendo cumprir integralmente com um contrato, ou pode ser que por alguma razão venha a não conseguir cumprir com o mesmo, então aqui quem vai decidir se houve má-fé é o próprio juiz. 
Boa fé subjetiva - O manifestante acredita que aquilo que está fazendo é o mais correto a se fazer devido a sua experiência sobre aquele negócio (ex.: Casamento putativo [bigamia] – possibilidade de anulação (Art. 1.561 do CC)– “Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória” – para alguns fins, tem validade.). A boa fé de hoje não é subjetiva. 
Boa fé objetiva - O intérprete vai levar em conta o padrão de conduta comum (homem médio) naquele determinado caso levando em consideração os aspectos sociais envolvidos. Pode ser identificado como uma regra de conduta, um dever de agir de acordo com padrões sociais. É uma consequência da função social, 
Possui 3 funções distintas:
Função Interpretativa (art. 112 e 113) - os contratos devem ser entendidos de acordo com a boa-fé e com os usos do lugar. Ela é o mecanismo de interpretação dos contratos, com base na ética, sem dar prevalência a palavras ambíguas, observando-se qual seria o impacto desse contrato no meio social.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Vedação do abuso de direito (Art. 187) - “Vinire Contra Facto Pro” significa a prática de dois atos que isoladamente são lícitos, mas em conjunto o segundo quebra a expectativa que foi gerado pelo primeiro, exemplo: os tomates da Cica, onde a empresa doou por 5 anos seguidos as sementes para os agricultores e logo depois comprava. Mas no quinto ano apenas doou e não comprou de volta. Gerou expectativas de venda, sendo injusto e inadmissível. Visa à credibilidade e a segurança das relações sociais, uma vez que se tem como base o fato de que a conduta anterior gerou, obviamente, confiança em quem recebeu reflexos dela. 
O uso deste princípio não necessita de dano efetivo, mas a possibilidade. 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
		
		Supressio: prescrição gerada pelo comportamento omissivo da parte contrária (omissão contumaz) - usar por muito tempo determinada coisa de forma ilícita, mas nunca foi reclamada, ex.: invadir uma área do condomínio e esta só ser reclamada depois de 15 anos. 
		Adimplemento substancial do contrato - comprei um carro e não paguei a 1ª parcela, banco toma o carro. Agora digamos que só faltou a ultima parcela, mas mesmo assim o banco tomou meu carro, ai vai existir abuso de direito.
		Vedação ao benefício da própria torpeza – Impede que a parte se beneficie de uma ilegalidade que ela mesmo criou. Ex.: Pai que entrega um cheque em que a filha assinou para uma pessoa e depois diz que nada teve a ver com isso, objetivando a sustação do cheque. Não poderá alegar que não assinou, pois entregou o cheque sabendo quem havia assinado.
Criação dos Deveres Anexos/ Laterais (Art. 422) - quem contrata, não contrata mais apenas o que contrata. Traz para o contrato deveres implícitos, anexos, que as partes não precisam estabelecer. Pode-se dividir os deveres anexos em grupos: os deveres de proteção, os de lealdade e cooperação e os de esclarecimento e informação. Ex.: Ir ao mercado e deixar o carro no estacionamento, se ele for roubado, o mercado tem que se responsabilizar, pois ele é responsável pela segurança do local. 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Princípio da Liberdade Contratual – As partes tem liberdade para contratarem o que, quem e como quiserem, dentro do permitido na lei.
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana – Não se analisa mais somente o indivíduo, mas a pessoa no seu contexto social. Entretanto, não tem como fazer uma conceituação precisa, pois tem um suporte fático muito amplo.[1: Acontecimento moldural fático ciado através de normas, atribuído consequências (ex.: fazer 18 anos – suporte fático, gerando um preceito [consequência jurídica dada à um fato] que é a maioridade civil e penal)]
Função Social dos Contratos
	Ocupa o lugar da autonomia da vontade, mas as pessoas não podem simplesmente fazer aquilo que tem vontade se esta não estiver em sincronia com a função social. Faz-se isso porque se preocupa em resguardar os direitos de todos (trata-se de um filtro para atos de contratar), e é por isso que não se utiliza mais o termo autonomia da vontade, pois hoje tem-se limites para contratar uma pessoa (temos horas máximas de tarefas diárias, tem-se um salário mínimo, etc.), e a isso chamamos de autonomia privada, sendo que seu fundamento constitucional são: o princípio da função social do contrato latu sensu, principio da proteção da dignidade da pessoa humana, busca de uma sociedade justa e solidária e da isonomia. [2: “Quem manda é a vontade”]
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
	Divide-se em eficácia extrínseca/ externa e intrínseca/ interna:
Eficácia Extrínseca – É a relativização da relatividade do contrato, onde a pessoa quecontrata, não contrata mais apenas com quem contrata. Quem não faz parte do contrato pode ser atingido nos efeitos, não podendo se comportar como se aquele contrato não tivesse existido – 3ºs NÃO SÃO EFETIVOS CONTRATANTES. Ex.: Eu tenho um contrato com uma seguradora, mas ai um motoqueiro bate no meu carro. Ele não sabe que eu tenho seguro, mas a batida gera a obrigação entre ele e a seguradora. 
Eficácia Intrínseca – Se caracteriza pela aplicação de 3 subprincípios: I) Da Justiça Social (equidade); II) Da Igualdade Substancial (Igualdade Material); III) Da Boa-Fé Objetiva. 
Negócio Jurídico 
Ato advindo de uma declaração de vontade, lícita, que tenha por fim imediato: adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. Sendo o meio de realização da autonomia privada, e o contrato seu símbolo. Embora o código possua normas gerais de contrato, as verdadeiras regras gerias do direito contratual são as mesmas para todos os negócios jurídicos – aplica-se as regras sobre a capacidade do agente, forma e objeto assim como em relação aos vícios de vontade e vícios sociais. 
Fatos Jurídicos
	Todo comportamento/ acontecimento que acarreta em algo relevante para o direito, tendo que este fato estar previsto em uma norma jurídica. Como isso é muito abrangente, classificou-se os fatos jurídicos a partir da necessidade do comportamento humano.
Fato jurídico natural/ sentido estrito – aquilo que é importante pro direito, mas não depende da conduta humana (terremoto, nascimento, morte etc.).
Atos Jurídicos Latu Sensu - fatos que dependem do comportamento humano com sua respectiva vontade (reconhecimento de paternidade).
MELHORAR
Conceito de Contrato e Requisitos de Validade
Contrato é o acordo da manifestação de vontade de duas ou mais partes, em conformidade com a lei, destinados a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial, surgindo em qualquer tipo de manifestação: escrito, falado, sinais etc. 
Seus requisitos de validade:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
	Capaz no sentido de ser pessoa. Sendo que a capacidade se divide em duas espécies, a genérica e a Relativa ou de Legitimação. 
 Genérica é o mesmo que exercer direitos por si, logo o ato praticado pelo absolutamente incapaz (Art. 3º do CC) sem a devida representação será nulo (CC, art. 167, I) e o realizado pelo relativamente incapaz (Art. 4º do CC)sem assistência será anulável (CC, art. 171, I) 
Relativa, ou legitimação é quando se é requerida a capacidade para a validade de certos negócios em dadas circunstâncias (Ex., pessoa casada, teoricamente é capaz como indivíduo, mas não tem capacidade para vender imóvel sem autorização do outro). 
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável, ou seja, o conteúdo deve ser legalmente permitido (não posso comprar coisa roubada se não é invalido), tem que ser viável conforme as leis da natureza e com a lei (posso vender um lote de terra em irati, mas não posso vender terras localizadas no céu), e ser determinado ou determinável. (Ir a loja e comprar um celular). Se a característica for superveniente, se aplicará a teoria dos riscos.
Teoria dos Riscos: as consequências decorrentes da impossibilidade superveniente (Que vem depois) do objeto:
Res perit domino –(aqui a coisa é certa) - a coisa perece para o dono (ele que arca c/ perda da coisa)
Há variantes quando a coisa se perde:
Por culpa do devedor – Credor pode exigir o equivalente mais perdas e danos. 
Sem culpa do devedor – Resolve-se a obrigação – sem perdas e danos. [3: Resolução é o meio de dissolução do contrato em caso de inadimplemento culposo ou fortuito. Quando há descumprimento do contrato, ele deve ser tecnicamente resolvido.Rescisão é uma palavra com plurissignificados, podendo inclusive ter o significado de resolução em caso de inadimplemento. Há também o sentido de ser a extinção do contrato em caso de nulidade (lesão ou estado de perigo).Resilição é o desfazimento de um contrato por simples manifestação de vontade, de uma ou de ambas as partes. Ressalte-se que não pode ser confundido com descumprimento ou inadimplemento, pois na resilição as partes apenas não querem mais prosseguir. A resilição pode ser bilateral (distrato, art. 472 , CC) ou unilateral (denúncia, art. 473 , CC).]
Quando a coisa está deteriorada, a coisa ainda existe, mas já não tem mais a mesma funcionalidade de antes, dessa forma, há novamente variantes: 
Depois da tradição: quem arca é o credor/ dono do bem.
Antes da tradição:
Com culpa do devedor – Cumpre-se a obrigação, mas com abatimento do valor ou extinção da obrigação. Pode pedir indenização por perdas e danos. 
Sem culpa do devedor – cumpre a prestação com abatimento no preço. 
Na obrigação de dar, se a deterioração se deu sem a culpa do devedor o credor tem direito a receber o bem deteriorado e só isso, agora se houve culpa do devedor, ai o credor pode exigir o objeto mais perdas e danos, ou exigir o equivalente mais perdas e danos. 
Quando a coisa é certa e o bem se perde por culpa do devedor, ele terá que restituir a coisa, ou seja, terá que devolver algo que não era seu. 
Se for incerto:
Antes da escolha: o gênero nunca perece, ou seja, o devedor não pode invocar perda ou deterioração da coisa. 
Depois da escolha: Aplica-se a regra de dar coisa certa. 
Forma prescrita ou não defesa em lei - O princípio geral é que a declaração de vontade independe de forma especial (CC, art. 107), sendo suficiente que se manifeste de modo a tornar conhecida a intentio do declarante, dentro dos limites em que seus direitos podem ser exercidos. Apenas, excepcionalmente, a lei vem a exigir determinada forma, cuja inobservância invalidará o negócio. O contrato que a lei determina uma forma denomina-se de solene. Ex.:
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Formação dos Contratos
	Os dois elementos fundamentais para a formação de contrato são: solicitação ou proposta e a aceitação. Segue mais ou menos a seguinte ordem:
Fase das Tratativas (Negociação Preliminar) – É uma fase de especulações, que não gera qualquer tipo de obrigação/ vinculação (não gera direito nem dever). A proposta até pode ser feita (ex.: me oferece um moto de 5 mil), posso fazer indagações sobre a coisa, visitas, ligação, mas ainda sim, não estou vinculado a coisa. É o período que precede a formação de um contrato (fase de tratativas ou pontuação).
CUIDADO – Não pode gerar expectativas!!! 
Ex.: Acho um apartamento bom, ele custa 250 mil reais. Eu torno público os principais pontos da negociação e aponto indícios que pactuarei com o vendedor. O vendedor, vendo que a coisa tem tudo para dar certo começa a se mexer, e realizar atos, mas dai acho outro, o apartamento dos meus sonhos, boa localização, bom tamanho, e o melhor, custa apenas 200 mil reais e desisto da compra. O vendedor tem algum direito? Sim, apenas indenização, pois aqui gerou-se a expectativa de um contrato, mas que fique claro, apenas indenizar, pois não podem me forçar a comprar a força algo que não desejo mais.
Responsabilidade pré-contratual – É o caso do exemplo anterior. Como pode-se ver, surge eventualmente das negociações preliminares, se uma das partes age culposamente, causando prejuízo À outra parte. Essa responsabilidade está relacionada com o dever dos contratantes de atuar conforme o princípio da boa-fé objetiva, prevista no art. 422.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
 É por causa da boa-fé objetiva que há a responsabilidade pré-contratual.Feriu a boa-fé? Há um dever de indenizar! Mas como dito, indenizar não significa a responsabilidade em efetivar o contrato! Só se paga indenização, SE gerou expectativa e não será o valor que seria do contrato.
Fase Contratual – Iniciada por negócio jurídico unilateral denominado de proposta ou oferta que é uma declaração recíproca de vontade por meio da qual uma pessoa (ofertante ou proponente/ solicitador) manifesta a outra (aceitante ou oblato/ solicitado) a intenção séria e concreta de se vincular contratualmente.
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Formas de Proposta
Escrita – carta, e-mail, guardanapo, mensagem de celular etc.
Oral – além da voz, pode se dar de maneira tácita considera-se que a proposta é seria e inequívoca de contratar – ex.: Mercado deixa um produto em uma estante e coloca um valor embaixo do produto, pressupõem-se que é aquele o valor da coisa. Já quanto silêncio – Depende do que se entende por silencio, neste caso é inação, ou seja, não ter qualquer tipo de ação. NÃO É POSSÍVEL POR INAÇÃO!!! TEM QUE SE TER ALGUM COMPORTAMENTO QUE LEVE A VER AQUELA COISA.
Afasta-se a obrigatoriedade quando:
A própria proposta admitir retratação 
Quando a não obrigatoriedade resulta da natureza do negócio (ex.: “oferta válida até os estoques se esgotarem”, não é necessária uma vez que só se vende o que se tem, ou casos substanciais, onde são anulados ex.2: vende-se uma televisão na internet que custa 15 mil reais em todas as lojas, mas naquela custa 1.500, trata-se de erro, se a pessoa que compra não sabia e nem tinha como saber, ai não será anulado).
Quando a não obrigatoriedade resulta das circunstancias do caso concreto – tudo aquilo que não for da própria proposta ou natureza do caso é resultado das circunstancias.
Com o decurso do tempo (prazo de validade) - depende se foi uma proposta entre presentes ou entre ausentes (existência ou não de uma comunicação direta e simultânea determina qual dos dois é). 
Entre presente há uma proposta direta e simultânea, feita em um contexto de imediata conversação, ex.: vendedora na lojas americanas do Shopping Curitiba me vendendo um livro.
Entre ausentes é quando há um lapso temporal entre os diálogos, ex.: e-mail, carta, telegrama etc. 
Entre presentes, o prazo de validade é imediato, salvo se a própria proposta não contiver outro prazo. 
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I – se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante. 
Entre os ausentes há duas situações:
NÃO faz referência a prazo de resposta, dito prazo moral: art. 428, II
Art. 428. (...)
II – se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar à resposta ao conhecimento do proponente.
FAZ referência a prazo de resposta: o prazo é o da própria proposta.
 Se a resposta se der dentro do prazo de forma positiva, cumpre-se.
 É possível haver retratação da proposta se antes ou em conjunto, chegar a conhecimento da outra parte, conforme Art. 428, IV, do CC
Art. 428. (...)
IV – Se, antes dela, ou simultaneamente, chegar a conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
 Proponente faz a proposta, porém logo vêm a óbito: haverá a necessidade de cumprir com a proposta, se aceita pelo oblato. Por exemplo: se a proposta for de compra de um carro, esse deverá ser vendido ao aceitante da proposta do até então vivo proponente.
 Se à proposta for de um serviço, em especial de uma determinada pessoa, isto é, uma obrigação personalíssima, resolverá a obrigação, se não cumprida por motivos de falecimento, por perda superveniente do objeto.
 Envio uma carta para Ivan uma carta vendendo um lápis com um prazo de 3 dias. Se a pessoa, depois de receber, postar a carta dentro dos 3 dias, mesmo que demorasse um certo tempo para o ofertante receber por conta dos correios, como eu enviei dentro do tempo, seria valido (mesmo que protocolo)
 Agora se passasse muito tempo, mesmo que eu já tivesse me desfeito da coisa, ai teria que notificar a parte que queria, e por não ter recebido a resposta da proposta, acabei vendendo o objeto para outro.
Aceitação
	Aceitação é a manifestação de vontade aderente à proposta. O contrato inicia com alguém que tenha a vontade de contratar, precisando, dessa forma, que a outra pessoa além de ter vontade, aceite a proposta. Uma vez firmada a aceitação, dentro do prazo de validade e nos termos da proposta, o contrato esta concluído, não podendo haver emendas ou condições. Se não aceitar, pode-se fazer uma contrapro-posta (ex.: Apartamento que custa 250 mil. Está meio caro e como contraproposta, para levar, falo que dou 230 mil).
	*** Cuidar aqui quando se tratar por exemplo de casos em que a negociação se deu por carta ou por e-mail sobre a compra de um terno para um casamento, onde eu recebi a proposta e respondi no prazo estipulado pelo vendedor, mas por algum motivo a carta ou o e-mail chegou 20 dias após e está em cima da hora. O Estilista não é obrigado a cumprir com a proposta devido a mora no recebimento, mas é obrigado a notificar sobre a demora no recebimento, sendo este o motivo do não cumprimento. Se não notificar tem que responder por perdas e danos, pois quebra a legitima expectativa. Se o e-mail não chegou para ele por culpa de terceiros ou culpa dela, ai nada acontece e resolve-se o conflito.
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos. 
	Pode haver aceitação tácita da coisa, exemplo: começar a ler o jornal na banquinha, que tem preço descrito, ou entrar dentro do ônibus. Pode haver aceitação no silencio também, segundo Art. 111 do CC, mas vai depender de cada caso. 
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. 
Art. 432. Se o negócio for daqueles e que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo de recusa.
	Mas quando é que um contrato nasce ao certo?
	Há duas teorias:
Cognição - O contrato só nasce quando o proponente tiver o absoluto conhecimento da aceita-ção – teoria “furada”, pois para ela quando fala que o proponente tiver o absoluto conhecimento a pessoa tem que ter lido de fato aquilo, mas não há necessidade de conhecimento absoluto.
Agnição – Não exige o efetivo conhecimento da aceitação pelo proponente, se dividindo em 3 subteorias:
Da Declaração Propriamente Dita – Contrato é firmado no momento em que a aceitação é redigida, mas é uma teoria absurda, pois se eu assinei um contrato, mas ainda em casa rasgo, ele já era um contrato válido. 
Da Expedição - o contrato é considerado formado no momento em que a aceitação é expedi-da. Ex.: escrevi, pus no correio, já tem contrato – subteoria aceita, mas não unanime.
Art. 428 (...)
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
Da Recepção – Contrato formado no momento em que a aceitação é recebida pelo proponen-te. 
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: (...)
Estipulações contratuais relacionados com terceiros
	Regra geral: Contratos não vinculam terceiros. O contrato vincula as partes que a ele estão arroladas, mas esta regra não é absoluta, pois existe um princípio que relativiza a relativização (eficácia extrínseca da função social) - os terceiros não podem se comportar como se o contrato não tivesse existido. Há 3 exceções para a eficácia relativa dos contratos:[4: Pag. 3 deste resumo.]
Estipulação em favorde terceiro - Quem sofre as vantagens é um terceiro que não faz parte do contrato (Art. 436 a 438), Exemplo: Acordo de divórcio, seguro de vida, seguro contra terceiros. [5: Pag. 1 deste resumo.]
	Aqui aparece a figura do estipulante (o que estabelece a obrigação - segurado) e o promitente ou devedor (que irá cumprir com a obrigação - seguradora). Ex.: Pai que faz o seguro de vida em favor do filho é o estipulante, enquanto que a seguradora é quem terá que cumprir com a obrigação. O terceiro beneficiário é aquele a quem a prestação deve ser cumprida (é o titular – art. 794 do CC).
	Pelo Art. 436 (legitimidade concorrente), o terceiro tem legitimidade para pedir o cumprimento da obrigação. Não significa que e estipulante pode pedir em favor dele mesmo, pois ele não vira credor, e o terceiro tem que executar o contrato nas condições descritas nele. 
	Ex.: Agora digamos que um pai autônomo preocupado com os filhos faça um seguro para que se ele, ao se tornar incapaz, os filhos recebam o valor de 5 mil por mês. Ele esta dando o valor para os filhos. Acontece que o pai sofreu um acidente e tornou-se incapaz, mas a seguradora não quer pagar o valor estipulado. O pai não pode entrar com uma ação pedindo o valor para ele, mas pode entrar pedindo para os filhos, assim como os próprios filhos podem pedir o valor para a seguradora (que é deles), pois eles são os terceiros beneficiários. *** Tem que ser observada as condições do contrato.
Substituição (ou exoneração) do terceiro:
Antes da aceitação do terceiro: Sim!
Depois da aceitação do terceiro: Não (Art. 437 do CC); 
	Se o terceiro não souber do contrato feito, pode-se haver a troca, pois não integrou a coisa em seu patrimônio, mas se o terceiro sabia, não se pode exonerar nem alterar o que foi estipulado, mas claro que há uma exceção, conforme Art. 438 do CC. Ex.: Doação com encargo em favor de terceiro. O terceiro beneficiário vai receber o benefício de forma gratuita, pois não se pode estipular um contrato com cobrança sobre terceiro.
Promessa de Fato de Terceiro - é o contrário da estipulação em favor de 3º. Negócio jurídico em que a prestação acertada não é exigida do estipulante, mas sim de um 3º, estranho a relação obrigacional. O melhor exemplo para explanar este tópico é a contratação de um artista para se fazer um show, onde o promitente é o garantidor do fato alheio – no caso, o produtor, que me garante que o show acontecerá com aquele artista, ele me garante a anuência do cantor. Antes da anuência tenho uma relação entre promitente e promissário, depois da anuência tenho uma relação entre terceiro e promissário. 
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.
Há Exceções:
terceiro cônjuge + ato dependa da anuência + indenização sobre bens. (ex.: garanto que minha mulher transferirá o imóvel – ninguém irá responder, uma vez que o patrimônio também é dela e o 3º não pode ser prejudicado por não aceitar). 
3º expressamente anui com a prestação (Art. 440).
Como efeito, se estipulante não consegue o convencimento, responde pela inexecução do terceiro (Art. 339), exceto, como dito, se for com cônjuge!! Já quando o terceiro anui com o contrato, mas não cumpre, a responsabilidade é do terceiro.
Contrato com Pessoa a Declarar - negócio jurídico por meio da qual um dos contratantes se compromete a indicar, no prazo assinado, com qual pessoa a outra parte se relacionará, exigindo-se a partir daí o cumprimento dos direitos e obrigações decorrentes. Assim, um terceiro ingressará na relação contratual que, por motivos quaisquer, não foi desde a conclusão do negócio identificado perante a outra pessoa.
Na realidade, não é interessante o 3º (contratante) apareça, pois caso ele fosse comprar algo diretamente, pagaria mais caro, por ser quem é. Ex.: Eu vou comprar um apartamento de 250 mil reais, vou a procura... Por ser um réles mortal insignificante na sociedade, pagarei aquele valor, agora se o Neymar for querer comprar o mesmo apartamento, e for diretamente comprar, pagará só 1 milhão de reais por ser quem é. Entendeu porquê não compensa? Então contrata-se alguém, para as negociações e quando for fechar, revela quem é o verdadeiro comprador.
	Se não for estipulado prazo para revelação do cidadão que está comprando, aplicar-se-á o estipulado em Art. 468 do CC. 
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado.
	Efeitos: Contrato vincula apenas os contratantes.
Quando o terceiro não é indicado;
Se o terceiro recusar o contrato; 
Se o terceiro era insolvente ou incapaz.
Sendo possível fixar qualquer prazo e a iniciação da contagem deste. 
Vícios Redibitórios
Os vícios redibitórios são falhas existentes na coisa alienada, objeto de contrato comutativo ou doação onerosa, não comuns às congêneres, que a tornam imprópria ao uso a que se destina ou lhe diminuem sensivelmente o valor, de tal modo que o ato negocial não se realizaria se esses defeitos fossem conhecidos, dando ao adquirente ação para redibir o contrato ou para obter abatimento no preço. Ou seja, são diferentes de apenas vícios ocultos, pois permitem a redibição, ou seja, extinção do contrato por meio de vício no objeto.[6: Vício é quando o objeto já não tem mais a mesma funcionalidade/ características que dele se espera, não se trata de defeito, pois defeito atenta contra a saúde e segurança do consumidor]
Se o vício era aparente e mesmo assim eu comprei, não posso alegar vício na coisa por essa razão. Ex.: Mouse portátil, onde o professor vende pro Mário e no dia seguinte ele volta e fala pro professor que quer redibir o negócio, porque o objeto vendido não tinha tampa. (mas foi possível ver que estava sem a tampa), logo, por ser um vício aparente, a pessoa viu e anuiu com o defeito, logo, não se pode reclamar. Dessa forma, para poder ser vício redibitório, o vício não pode, de forma alguma, ser aparente. 
Características: Ser oculto e anterior à tradição, e ter seu valor econômico reduzido ou zerado.[7: Deve-se existir antes da tradição, e não aparecer. Aparecer pode ser culpa do comprador/ contratante, enquanto que existir é quando o vício já estava lá, mas não era de conhecimento do contratante. ]
Há 3 teorias que podem explicar o fundamento da garantia contra os vícios redibitórios:
Teoria da Evicção Parcial: verifica-se quando o adquirente é privado de parcela da coisa alienada. Tal situação assemelha-se com os vícios redibitórios e o legislador lhe oferece solução parecida. Se ao adquirente convém guardar o remanescente da coisa, é cabível a restituição de parte do valor da coisa, correspondente ao prejuízo sofrido. Entretanto, se apenas o todo o interessa, de forma que o menor desmembramento da coisa não mais o satisfaça, é possível à rescisão do contrato.
Teoria do Erro: considerando a vontade do adquirente viciada por erro sobre uma das qualidades essenciais do objeto, sustenta que, se ela soubesse da existência do defeito oculto, não contrataria (erro substancial). Mas e se ele, mesmo sabendo, contrata-se? Ai se trata de um erro acidental.
Teoria do Risco: afirma que a responsabilidade pelo vício ou defeito da coisa não é consequência da inexecução da obrigação da alienante, mas imposição da lei, ao determinar que o risco deve ser por ele suportado. A perda deve ser do contraente que entregou a coisa, seja totalmente, se o adquirente a enjeita, seja parcialmente, se a conserva com abatimento de preço.[8: Dei uma breve relembrada no que foi dito na Pg. 4. Releia, pois trata lá sobre os defeitos. ]
Recall: perigo!Atenta contra a vida. Requer aviso em todos os meios de comunicação. Processo em que chama o consumidor por defeito no produto. Precisa comunicar o DPDC.
Efeitos
Adquirente Recusar a coisa: Há resolução do contrato, além de se aceitar a redibição do mesmo, tendo que indenizar por perdas e danos. 
Adiquirente Aceita a coisa: Abate-se ou desconta-se valor original por conta do vício, ou seja, uma ação estimatória ou “quanti minoris”.
Prazo
Prazos para redibição é decadencial, já quando se postula perdas e danos o prazo é prescricional. 
Antes, será feita a analise da natureza jurídica do negócio. Se for consumerista, os prazos são os prescritos no CDC, agora se for civil, aplica-se os prazos descritos no CC (Art. 445). 
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1º Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2º Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
	No CDC os prazos são de 30 dias os não duráveis e 90 dias os duráveis, a contar da data de aquisição. 
Macete: artigos 205 e 206, CC. são prazos prescricionais. O restante é prazo decadencial.
	Nas relações de consumo, não existe essa de redibição ou abatimento de preço. A princípio o comerciante tem que primeiro ter a chance de tentar arrumar a coisa dentro de 30 dias. Se nesse período ele não arrumar, aí sim é que posso pedir o abatimento do valor ou outro produto igual. 
	Exceção: produtos ou bens essenciais o fornecedor não tem prazo para arrumar, o consumidor pode exigir qualquer uma das alternativas na mesma hora.
Evicção
	É a perda da coisa em virtude da decisão judicial ou administrativa que concentra o direito (total ou parcial) sobre ela a um terceiro estranho à relação contratual em que se deu a aquisição. Essa teoria tem 3 premissas que devem ser ressaltadas:
Perda da propriedade da posse (perdeu para um terceiro).
Reconhecimento do que a propriedade é de um terceiro.
Por fato anterior a aquisição.
Adquirir um bem imóvel que foi penhorado em leilão não é evicção. 
Partes
Alienante: Participa do negócio transferindo a propriedade (o que vende).
Adquirente/Evicto: É a pessoa prejudicada pela evicção, que perde o bem adquirido.
Terceiro/ Evictor: Interpõe a evicção contra o evicto. Pessoa em favor de quem a propriedade foi reconhecida. 
Requisitos
Perda da propriedade ou da posse deve atingir a própria rigidez do próprio título aquisitivo. Não há necessidade de sentença transitada em julgado, uma decisão administrativa é o suficiente. 
Anterioridade do direito do 3º. A perda da propriedade pelo evicto deve se dar a partir de um fato anterior ao contrato. 
Existência de um contrato oneroso. Traz impacto patrimonial para ambas as partes (negócios gratuitos não poderão dar origem à garantia por evicção, pois não sofrerá redução do patrimônio se for gratuito). Ex.: Contratos gratuitos, doações modais/ doações com encargos. O encargo não se considera como contrapres-tação/ pagamento, sendo apenas um ônus.
Denunciação a lide. Art. 456 do CC.
Clausulas de Exclusão de Garantia
	A exclusão de responsabilidade só faz com que o alienante não pague por perdas e danos, mas não tira o direito do evicto (comprador) de receber o bem ou o equivalente a aquilo que perdeu. Mesmo que o vendedor alerte os riscos para o comprador e esse, ainda sim, adquire a coisa, os efeitos continuam a ter o mesmo efeito. 
Contrato Preliminar
	Basicamente, a ideia é a mesma do que pudemos observar com relação as fases contratuais (negociação preliminar ou fase pré-contratual), MAS NÃO É A MESMA COISA, AQUI VINCULA, ou seja, antes de concluído os esforços, as partes não chegaram a firmar um negócio em sua plenitude, mas aqui é um pouco diferente das fases tratativas, pois neste caso, pode uma das parte exigir o cumprimento de um contrato apenas projetado. É a ideia de contrato montado em cima de um outro contrato, para que não se perca aquilo que já fora outrora projetado.
Teoria da Conversão Substancial do Negócio Jurídico 
	É o fenômeno em que o intérprete ou a lei consideram um negócio que é nulo, anulável ou ineficaz como sendo de tipo diferente do celebrado, objetivando, através deste artifício, que um negócio seja considerado válido. Mesmo sem a pretensão de esgotar o tema nem de trazer algo de inédito acerca da dogmática da conversão.
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