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CADERNO COMPLETO - Direito Penal II - Pof. Guilherme Oliveira ²

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Direito Penal II
Prof. Guilherme
Chamada antes
Avaliação
Prova 1 - 8 questões (meio a meio objetiva e discursiva) - valendo 8 pontos
Atividades - 2 atividades valendo 1 ponto cada
Prova
Bibliografia - O que NÃO usar
Julio Fabbrile Mirabeti (defasado)
Damasio Evangelista de Jesus (defasado)
Fernando Cappes (ruim)
O que usar:
Manual de Direito Penal Brasileiro - Eugenio Raul Zaffaroni (Difícil) 
Tratado de Direito Penal vol. 1- Cezar Roberto Bittencourt (Intermediário)
Curso de Direito Penal - Luiz Regis Prado (objetivo, mas mais raso)
Outras opções
paulo cezar busato
Juarez dos santos 
Curso de Direito Penal - Rogerio Greco
Fernando Galvão
Ementa
Teoria do Crime ou Teoria do Delito
Conceito de Crime
Formal: é a conduta que viola a lei penal
Material: é a conduta que ofende os bens jurídicos mais importantes para uma vida livre pacifica e 
comunitária
Analítico: é um conduta típica antijurídica e culpável
Tipicidade
Antijuridicidade
Culpabilidade
Tentativa
Concurso de agentes/pessoas
Aula 1 - 15/02/17
Aula inaugural
*pegar código
Aula 2 - 17/02/17
Faltei - formatura Ana
Reposto com Material Alaide Bergamo
Teoria do crime/delito.
Crime: conduta típica antijurídica e culpável.
I. Conceito formal – crime é a conduta que viola a lei penal;
II. Conceito material – crime é a conduta que ofende os bens jurídicos mais importantes 
para uma vida livre, pacifica e comunitária na comunidade;
III. Conceito analítico - método analítico significa eu quero saber o que é algo e divido ele 
em seus elementos essenciais. Vou olhar o crime e vou estuda-lo a partir da sua 
decomposição.
❖ Tipicidade.
➢ Tipo e tipicidade.
✶ Tipo penal – é um instrumento legal logicamente necessário e de natureza 
predominantemente descritiva que tem por função a individualização de condutas 
penalmente relevantes. Tipos penais não se praticam.
• Tipo penal é um instrumento legal: é algo que existe apenas como uma parte de um texto legal, 
nada mais é que um trecho de uma determinada lei, ato normativo, único lugar para encontrar é 
na lei e por tanto eles são previsões legais abstratas, que já mais pode ser confundido com aquilo 
que está no mundo concreto. 
Tipo como figura abstrata ≠ conduta como figura concreta.
• Ela tem natureza predominantemente descritiva, todo tipo penal haverá a descrição de uma 
conduta abstrata hipotético.
• Tipo penal ele tem como função ele tem como individualização as condutas descritas, quando o 
legislador descreve algo no tipo ele esta falando algo pra gente.
➔ Tipo penal é a descrição na lei de uma conduta relevante para o direito penal.
Todo tipo penal é composto por dois preceitos:
I. Preceito primário: é a descrição da conduta incriminada.
II. Preceito secundário: previsão da pena para quem pratica a conduta.
✶ Tipicidade – é a adequação de uma conduta praticada, á descrição que dela de faz na lei 
penal. Adequação da conduta ao tipo. 
Tipicidade é uma relação que liga de alguma forma duas coisas diferentes (conduta ao tipo 
penal).
A adequação típica acontece sempre que se pratica no mundo uma conduta que corresponde á 
aquilo que está descrito no tipo penal.
Entre a conduta e o tipo, forma-se uma relação que se chama tipicidade ou adequação do tipo.
Se a conduta não se adequa ao tipo penal ela é uma conduta atípica.
• Atipicidade é a ausência de tipicidade.
Existe duas espécies de tipicidade:
I. Tipicidade direta ou imediata: ela vai acontecer sempre que a conduta corresponde 
perfeitamente ao tipo penal, ocorre uma sincronia perfeita. 
II. Tipicidade indireta ou medita: ela vai existir sempre que a conduta não corresponde 
perfeitamente ao tipo, sendo necessária a utilização de uma segunda norma penal para 
que a adequação ocorra. Norma de extensão, porque ela dilata o campo de aplicação 
do tipo penal, quando é praticado algum crime e ele não se encaixa perfeitamente no 
tipo é utilizado uma norma de extensão para se chegar no tipo, sendo assim uma 
tipicidade indireta. Normas de extensão permitidas:
a. Norma que permite que a tentativa seja punida de modo indireto, Art. 14 §único.
b. Norma que permite a punição da participação, aquele que não pratica o tipo penal, 
mas ele colabora para a pratica do tipo, Art. 29.
➢ Funções dos tipos penais.
Os tipos penais exercem algumas funções importantes.
✶ Função de proteção ou função protetiva – está relacionada com a função que a dada ao 
tipo penal no momento da sua criação, demonstrando o porquê que se cria os tipos penais. 
O legislador cria tipos penais para proteger bens jurídicos, ele vai identificar a existência de um 
bem jurídico que precisa de uma proteção, é a partir disto que o legislador que vai inicializar o 
processo de criminalização.
I. É proibido alguma coisa.
II. É obrigatório alguma coisa.
III. É permitido alguma coisa.
Na busca dessa proteção desse bem jurídico, ele pensa qual é a normal que ele vai impor. A lei 
não define a norma e sim o crime (por causa do principio da legalidade).
A partir da norma o legislador descreve o tipo.
✶ Função de garantia – está relacionada com as segurança jurídica dos cidadãos. Eu não 
posso ser surpreendido por uma punição que não estava prevista quando pratiquei.
✶ Função indiciaria – ela indica algo(..).
➢ Elementos dos tipos penais.
Todo tipo penal é composto por elementos, são as palavras ou as expressões utilizadas pela lei 
para descrever a conduta. Esses elementos estão dizendo o que é necessário acontecer para que 
a conduta se adeque ao tipo.
✶ Elementos objetivos-descritivos – são aqueles cuja presença no caso concreto será 
verificada através da utilização dos sentidos (olfato, paladar..) 
O legislador ele descreve algo que ele percebe, utilizando sobretudo elementos objetivos-
descritivos, quando eu olho para o caso concreto eu também tenho que utilizar meus sentidos. 
✶ Elementos normativos – são aqueles cuja a percepção no caso concreto demanda a 
realização de uma atividade valorativa com base em parâmetros jurídicos ou culturais.
Ele exige que o sujeito que esta aplicando o direito naquele caso, faça uma valoração 
interpretando a partir de determinados critérios.
✶ Elementos subjetivos – são aqueles que se referem a algo que existe no interior da mente 
do agente no momento da pratica da conduta. Também podem ser chamado de elementos 
psicológicos.
São elementos que iram fazer referencias a intenções, finalidade e motivo.
As vezes o tipo penal coloca na descrição referencias a intenção, finalidade e motivo.
Aula 3 - 22/03/17
Classificação dos tipos penais
1ª Classificação de Tipos Penais: Básicos x Derivados
- Básicos
Tipo básico é aquele que descreve da forma mais genérica uma determinada conduta incriminada.
Sempre que existem dois ou mais tipos penais para a mesma conduta, o que tem a descrição 
mais genérica, é chamado de tipo básico e os demais, são chamados de derivados. Exemplo: no 
caso do homicídio, o tipo básico é "matar alguém". 
- Derivados
É aquele que surge pela inclusão de novas elementares a um tipo penal pré-existente.
Legislador 
(olhando)
Bem jurídico Norma Tipo
Se o legislador quer dar um tratamento diferente do tipo básico a mesma conduta, deve criar um 
novo tipo, derivado do tipo básico. Adiciona-se uma parte elementar chamada de especializante 
ao tipo básico. Exemplo, quero dar uma pena diferente de 6 a 20 anos de prisão para homicídio, 
deve-se criar um novo tipo para homicídio, então "matar alguém mediante o emprego de veneno".
"Matar alguém" é o tipo básico e "mediante o emprego de veneno" é a parte elementar 
especializante.
Na vigência de ambos os tipos, a conduta se enquadra no tipo derivado (se se adequar, claro) 
Norma especial afasta norma geral. O tipo básico só é aplicado quando não se enquadra nos 
derivados
OBS: Elementares X Circunstâncias 
Elementares podem ser do crime ou do tipo. Elementar é tudoaquilo que é indispensável para 
que uma conduta se adeque a um tipo penal. É tudo aquilo que necessariamente precisa estar 
presente no caso concreto para que uma conduta se adeque a um tipo. Exemplo: no tipo "matar 
alguém" é necessário que haja uma conduta de matar e que o objeto seja alguém. 
As circunstâncias são todas as particularidades do caso concreto que não influenciam na 
adequação típica. São os detalhes que estão presentes na realidade, mas são secundários. São 
elementos que se inexistentes não modificam a tipicidade do crime. Exemplo: A mata B em um bar 
com uma garrafada no sábado. A matar B é elementar, todo o resto é circunstância. 
Circunstâncias não fazem parte da tipicidade, não influem no tipo (nesse caso, matar alguém) 
somente fazem parte do crime. Circunstâncias não servem para identificar tipo, mas servem para 
dosar pena. 
Classificação de Tipos Derivados
Tipo Qualificado
Tipo qualificado é aquele cujo crime é mais grave do que o crime do tipo básico. O legislador cria 
esse tipo, porque acredita que essa conduta é mais séria, mais grave, de maior reprovabilidade. 
Ex: o roubo é um tipo qualificado de furto
Tipo Privilegiado
É um tipo derivado cujo crime é menos grave que o crime do tipo básico. Raro. Ex: infanticidio 
sob estado puerperal em relação ao homicídio, a pena é quase um terço a menos.
Art. 123 CP
Matar, sob influência do estado puerperal, o próprio filho durante o parto ou logo após.
- Pena - detenção, de 2 a 6 anos
- Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento.
2ª Classificação de Tipos Penais: Simples X Misto
Tipo simples 
É aquele que possui um único núcleo*. Quando tenho um núcleo, somente a prática desse 
núcleo leva a tipicidade da conduta
*Núcleo do tipo é a palavra ou expressão que representa a ação ou omissão típica. Ex: no 
homicídio "matar alguém", o núcleo é "matar". No tipo "ter em depósito x", o núcleo é a expressão 
"ter em depósito". 
Tipo Misto
É aquele que possuiu mais de um núcleo. O maior que temos inclui 18 núcleos diferente, é o tipo 
de tráfico de drogas (importar, produzir, expor a venda, trazer consigo, etc.), art. 33 da Lei 
11.343/2016. Basta que apenas um núcleo seja praticado, para configurar a tipicidade. Via de 
regra, se vários núcleos são cometidos, tem-se apenas um crime.
Tipo Misto
Tipos Mistos Alternativos
Mais comum. Praticar um ou vários núcleos de um crime, somente um crime é cometido. Ocorre 
quando a prática de de mais de um núcleo representa uma única lesão ao bem jurídico. Ex: tráfico 
de drogas
Tipo Misto Cumulativo
Nesse tipo, os núcleos possuem independência, portanto tem-se um crime para cada núcleo. 
Ocorrem quando a prática de mais de um núcleo representa mais de uma lesão ao bem jurídico. *
Ex: Art. 208 e 242
Art. 208 CP
Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar 
cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso;
Art. 242
Dar parto alheio como próprio; registrar como deu filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, 
suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil;
* Macete: geralmente os núcleos que estão separados por vírgulas, são alternativos. Quando for 
cumulativo, geralmente vai ter os núcleos separados por ponto e vírgula.
Estrutura da Tipicidade ou Estrutura dos Tipos Penais
Grupos
1 - Tipos Ativos Dolosos
2 - Tipos Ativos Culposos
3 - Tipos Omissivos Dolosos
4 - Tipos Omissivos Culposos
Estrutura da Tipicidade Ativa Dolosa
Tipicidade Legal
Tipicidade legal é adequação da conduta ao tipo penal descrito na lei em seus elementos 
explícitos e implícitos. A conduta está descrita na lei incluindo elementos implícitos? (Ex: dolo é 
implícito do homicídio)
Elementos da Tipicidade Legal
Tem-se tipicidade legal quando existe tipicidade objetiva e subjetiva.
1. Tipicidade Objetiva
Tipo objetivo é o conjunto dos elementos descritivos e normativos do tipo penal. Sempre 
que a conduta preencher esse tipo objetivo, pode-se falar que existe tipicidade objetiva.
1.1 Núcleo 
Tipicidade indireta
A conduta não corresponde ao núcleo, nesses casos o núcleo é substituído pela norma de 
extensão. Tipicidade se liga a norma de extensão e depois ao núcleo
Acontece na tentativa de homicídio e na participação.
1.2 Elementos acidentais
São todos os elementos descritivos e normativos que tem na função de delimitar a abrangência do 
tipo penal. Restringem abrangência do tipo penal; quanto mais elementos acidentais, mais restrito 
é o tipo (mais raro de acontecer e mais difícil de provar).
1.3 Resultado naturalístico
Resultado naturalístico é a modificação objetiva do mundo exterior provocada pela conduta do 
agente e que com ela não se confunde. Só existem nos crimes materiais ou de resultado.
Crime de mera conduta - não está presente o resultado. A mera prática da conduta é crime. Ex: 
dirigir embriagado.
Crimes materiais ou crimes de resultado - além da conduta, é necessário o resultado para serem 
crimes. Ex: homicídio, lesão, aborto. É necessário que além de tentar matar, a morte seja 
consumada para que seja homicídio.
1.4 Nexo causal ou nexo de causalidade 
É a relação de causa e feito existente em a conduta do agente e o resultado naturalístico. Só 
existem nos crimes materiais ou de resultado. 
Nos crimes que tem resultado, só posso responsabilizar aquele que cuja conduta foi causa do 
resultado.
Teoria da equivalência dos antecedentes ou da equivalência das causas ou Teoria Condition Sine 
Qua Non - o resultado não é decorrência de uma causa ou de um fator, decorre de várias causas. 
Existindo várias causas, todas contribuem de forma equivalente para o resultado. Todas as 
causas são igualmente importantes.
Art. 13 CP
O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-
se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.*
* causa é tudo aquilo que sem aquilo, o resultado não teria acontecido. Se não é causa, não é 
crime. 
1.4.1Processo de eliminação hipotética
Ele é um método de raciocínio para olhar um caso concreto e observar o que é e o que não é 
causa. 
1.4.1.1 Isolar
Separa elementos.
1.4.1.2 Eliminar
Elimina aquilo que foi isolado e se pergunta se o resultado se modifica ou não se modifica. Se 
modifica, é porque é relevante, então é causa.
Regresso ao infinito - é uma consequência dessa teoria, cada causa, tem pelo menos uma causa 
até o infinito. Esse encadeamento de causas é uma corrente causal ou cadeia causal. Ex: A mata 
B com um revólver. A fabricação do revólver é causa, a invenção do revólver é causa, o 
nascimento de quem inventou o revólver é causa, etc.
1.4.1.3 Verificar
Teoria da causalidade adequada
Art. 13 CP parágrafo 1º
$ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu 
o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
Em situações de exceção, a conduta ainda que seja causa do resultado, é afastada por fato 
externo que muda radicalmente o cenário. 
Para usar essa teoria, o primeiro passo é isolar a conduta e verificar quais os resultados naturais/ 
previsíveis sem o fato externo. Ex: A dá um tiro em B e B morre de hemorragia (normal, 
previsível). A dá um tiro em B e B morre eletrocutado (não é normal)
Se independente do fato externo, o resultado era previsível, mantém o nexo com a conduta, se 
não, é afastada a conduta. 
Aula - 03/03/17
1.5 Critérios de imputação objetiva
Teorias da imputação objetiva
Imputar significa atribuir algo a alguém. Essa teoria estuda quando se pode imputar um resultado 
jurídico a partir de parâmetros objetivos algo a alguém. 
Resultado jurídico é a ofensa ao bem jurídico. É a lesão ou o perigo de lesão ao bem jurídico. 
Quero saber quem eu posso responsabilizar e quais requisitos tenho que verificarpara 
responsabilizar esse alguém. 
Existem várias teorias sobre esse tema, mas observaremos a mais aceita de Claus Roxin. Sua 
teoria parte de dois conceitos de risco.
Conceito: Risco
São os perigos a bens jurídicos decorrentes das atividades humanas. Em todas as atividades há 
risco, mas existem leis para diminuir esses riscos
Risco permitido: é todo aquele risco criado dentro dos padrões aceitos pelo direito. 
Risco proibido: riscos proibidos pelo direito
A partir desses conceitos de riscos permitido e proibido que Claus Roxin desenvolve a Teoria da 
Imputação Objetiva. 
Critério 1 - Criação de risco proibido
Só posso atribuir responsabilidade a alguém quando o sujeito praticou conduta com risco proibido. 
Pode ser a criação de um novo risco ou aumento de um risco já existente. Ex: crio um incêndio ou 
jogo gasolina em um incêndio que já existia. 
Não existe criação de risco proibido em 4 casos:
- Quando a conduta do agente promove uma diminuição do risco
Ex: A recebe tiros e precisa ser operado. Se a pessoa morre por causa da cirurgia, o médico não 
pode ser responsabilizado penalmente, pois sua conduta diminuiu o risco. 
- Substituição do risco por outro equivalente
Alteram configuração dos fatos, sem alterar risco. Ex: há desmoronamento em trilho de trem. 
Funcionário da empresa de trens vê que um trem vai se chocar, muda de trilho, mas o outro 
também sofreu com desmoronamento. Não é responsabilizado. 
- Criação de risco permitido
Só há responsabilidade em risco proibido. Ex: pessoas estava dirigindo carro em velocidade 
permitida e pessoa passa correndo na frente. Não é responsabilizado. 
- Criação de riscos juridicamente irrelevantes
Um risco é irrelevante quando ele é extremamente improvável, imprevisível e incontrolável. São 
fatalidades, casos fortuitos. Ainda que gerem resultados, o sujeito não é imputável pelas 
consequências. 
Critério 2 - Realização do risco no resultado 
Para que se tenha responsabilidade jurídica , além de criar o risco proibido, é preciso que esse 
risco proibido se concretize e cause um resultado, seja o resultado uma lesão ou um perigo. 
Não existe realização do risco do resultado em 2 hipóteses:
- Quando o resultado não é a realização do risco proibido criado. A conduta cria risco proibido e 
verifica-se que um resultado foi produzido. No entanto, é preciso observar se o resultado tem ou 
não relação com o risco proibido. Ex: estou dirigindo em alta velocidade, passo perto de um 
senhor que leva um susto e tem um infarto, não sou culpado. Dirigir em alta velocidade gera 
risco de atropelar alguém, não de matar alguém de infarte.
- Quando o resultado não decorre diretamente do risco proibido criado. A conduta cria risco 
proibido e verifica-se que um resultado foi produzido. o resultado corresponde ao risco criado, 
mas é preciso verificar se o resultado decorre desse risco. É preciso se perguntar se o 
resultado aconteceria independentemente do risco proibido criado. Ex: estou dirigindo em alta 
velocidade (em 70km/h numa via de 40km/h) e atropelei um suicida que se joga de cima de 
uma arvore, e ele morre. Se o resultado morte é decorrente do excesso de velocidade (os 
30km/h acima da velocidade), posso responsabilizar. Se a morte fosse ocorrer mesmo que ele 
estivesse a 40km/h, não posso responsabilizar o condutor. Essa resposta, geralmente será 
dada pela perícia. 
Proxima aula - trabalho 
Aula - 08/03/17
Não teve aula - tribunal do juri
Aula - 10/03/17
Trabalho
Aula - 15/03/17
2. Tipicidade Subjetiva
Tipo subjetivo é o conjunto dos elementos subjetivos do tipo. Sempre que a conduta 
preencher os elementos subjetivos do tipo, pode-se falar que existe tipicidade subjetiva. 
Elementos da tipicidade subjetiva
2.1. Dolo
Presente em todos os tipos ativos dolosos. 
A regra geral é que só existe crime, se existe dolo. Em razão do art. 18 parágrafo único, o dolo é 
implícito nos tipos penais
Art. 18 CP
Parágrafo único a Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, 
senão quando o pratica dolosamente.
Art. 121 CP Parágrafo 3º
Se o homicídio é culposo:
- Pena - detenção, de um a três anos.
- Aumento de pena
Tipos culposos que podem ser punidos mais recorrentes:
Homicídio 
Lesão corporal
Receptação culposa 
Espécies de Dolo
- Dolo direto
Dolo direto é a consciência e a vontade de realizar os elementos objetivos do tipo
Teoria da vontade: existe dolo quando o agente tem vontade, tem intenção, quer praticar o ato.
Ex: matar alguém - matar (elemento obj.) + alguém (elemento objetivo) + consciência + vontade = 
homicídio com dolo direito
Ex: furto - subtrair (elemento obj.) para si ou para outrem (elemento subj.) coisa (elemento obj.) 
alheia (elemento obj.) móvel (elemento obj.)
Então furto com dolo direto = subtrair (elemento obj.) coisa (elemento obj.) alheia (elemento obj.) 
móvel (elemento obj.) + consciência + vontade
Elementos do Dolo Direto
- Elemento cognitivo
Consciência 
Consciência é o conhecimento pelo agente daquilo que a sua conduta representa no mundo. É o 
sujeito saber o que está fazendo, compreender a sua conduta.
No caso de matar alguém, é quando o sujeito sabe que sua conduta efetivamente mata alguém.
É um conhecimento sobre a realidade, sobre o que o fato é, não é um conhecimento deontológico, 
não é um conhecimento jurídico, não é saber que o fato é proibido. 
À consciência se refere a prática do ato e não da ilicitude do ato.
Ex: A porta droga, sabe que porta, mas acha que na quantidade que têm não é crime. Tem dolo 
direto.
A porta droga, mas acha que é talco. Não tem dolo direto.
- Elemento volitivo
Vontade
- Dolo eventual
Dolo eventual é a representação e o consentimento com a possibilidade de realizar os 
elementos objetivos do tipo.
Teoria do consentimento: representa e consente com a possibilidade de praticar a conduta típica
Elemento cognitivo = Representação da possibilidade
Previsão, cogitação que algo pode acontecer.
Existe representação quando ao praticar conduta X eu imagino que algo pode dar errado e 
acontecer a possibilidade Y (realizar elementos objetivos do tipo).
Não confundir representação ou previsão com previsibilidade. Não interessa se ele poderia ter 
previsto e sim se ele previu. O dolo surge do que é previsto. 
Elemento volitico = consentimento
Estou disposto a correr esse risco, uma aceitação do risco. 
Geralmente está junto com a representação, no entanto em casos raros o sujeito representa, mas 
refuta/rejeita os riscos. 
Uma das situações, seria que o sujeito confia tanto na sua habilidade rejeitando os riscos.
Ex: atirador de facas erra e mata a mulher 
Outra possibilidade, é o sujeito refletir sobre os acontecimentos e acreditar que nada vai acontecer 
, porque nunca acontece.
Ex: ver celular enquanto está dirigindo
2.2. Elemento Subjetivo Diverso do Dolo
Aula - 21/03/17 - 1ª aula 4MB matutino
2.2. Elemento Subjetivo Diverso do Dolo
Às vezes encontra com o nome específico ou dolo especial, mas não é dolo e essa nomenclatura 
deve ser evitada. 
Presente apenas em alguns tipos ativos dolosos, mas nos que tem é indispensável 
Geralmente estão explícitos 
Elemento Subjetivo Diverso do Dolo pode ser:
- Tendência Interna Transcendente (TIT)
É o elemento subjetivo diverso do dolo presente em alguns tipos penais que exige que a conduta 
seja praticada com a intenção de atingir um determinado resultado. 
Geralmente descrevem uma conduta de fazer alguma coisa. No entanto, alguns tipos penais tem 
uma estrutura mais complexa, porque a conduta descrita será fazer algo com o fim de atingir um 
determinado resultado.
Ex: art. 159 -sequestrar pessoa (fazer algo) com o fim de obter, para si ou para outrem, 
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate (fim).
O que importa é a intenção. É um elemento subjetivo. O resgate não precisa ser pago, nem 
mesmo pedido, e ainda sim é sequestrose houver a intenção. 
Ex: associação criminosa: associar 3 ou + com intenção criminosa
- Tendência Interna Peculiar (TIP)
É o elemento subjetivo verso do dolo presente em alguns tipos penais que exige que a conduta 
seja praticada em razão de um estado anímico específico.
Geralmente são tipos penais que exigem um motivo que já está presente no momento da 
conduta. Se refere a algo que aconteceu antes, não a algo que o agente quer que ocorra depois. 
Ex: matar alguém por motivo fútil 
Ex: matar alguém mediante paga ou promessa de dívida. (A promessa existe antes da conduta). 
Ex: Matar alguém mediante paga ou promessa de recompensa 
Se refere a algo que aconteceu antes, não algo que o agente quer que ocorra de depois.
Aula - 22/03/17 
Erro de tipo 
Divergência entre o que era desejado pelo agente e aquilo que acontece. Diferença entre a 
conduta desejada e a praticada.
Grupos de Erro de Tipo
Erro de tipo essencial
Erro de tipo acidental 
Erro de tipo permissivo 
Erro de tipo essencial
É o fenômeno que implica a ausência de dolo quando havendo uma tipicidade objetiva falta ou é 
falso o conhecimento da presença dos elementos objetivos do tipo no caso concreto.
Quando o sujeito pratica uma conduta que preenche um tipo penal, no entanto, quando ele estava 
praticando a conduta, não tinha a consciência de pelo menos um dos resultados.
Ex: dois amigos vão caçar. Um se fantasia de urso, o outro se assusta e mata o que se fantasiou. 
Objetivamente é homicídio, mas falta consciência. 
Ex: A envia via correio para B uma embalagem com drogas. Carteiro que faz entrega, 
objetivamente pratica crime de tráfico de drogas, mas falta elemento consciência. 
Ex: Vou a casa de alguém. Várias pessoas penduram seus casacos. Na hora de pegar o casaco, 
pego o casaco de outra pessoa achando que é o meu. Objetivamente é furto, mas falta 
consciência. 
Art. 20 CP
O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui* o dolo, mas permite a punição por crime 
culposo**, se previsto em lei. 
* a lei fala que se excluiu o dolo, mas na verdade não há dolo. 
** Apenas em alguns casos permite a punição por crime culposo.
Erro Invencível/ Inevitável
Erro de tipo invencível é aquele que o agente nas condições em que se encontrava não podia ter 
evitado, ainda que tivesse agido com toda a cautela juridicamente exigível. 
O agente imaginava que a realidade era diversa do que era de fatos. 
O erro invencível excluiu culpa e dolo. Não há nenhuma punição criminal. 
Ex: A envia via correio para B uma embalagem com drogas. Carteiro que faz entrega, 
objetivamente pratica crime de tráfico de drogas, mas falta elemento consciência. 
Erro Vencível/ Evitável 
É aquele que o agente nas condições em que se encontrava podia ter evitado caso tivesse agido 
com a cautela juridicamente exigível. 
O sujeito só cometeu por falta de cuidado, falta de atenção.
Exclui o dolo, mas permite punição de crime culposo se previsto em lei. 
Ex: Vou a casa de alguém. Várias pessoas penduram seus casacos. Na hora de pegar o casaco, 
pego o casaco de outra pessoa achando que é o meu. Objetivamente é furto, mas falta 
consciência. Sujeito não tomou, todo o cuidado necessário, podia ter percebido que não era o 
casaco dele. Aqui não pode ser punido, pois não há furto culposo. Na prática, nos crimes sem 
forma culposa não faz diferença se é vencível ou invencível. 
** no caso do urso, apesar de um cuidado ser exigido, ao observar o que seria exigido da pessoa 
Crimes com forma culposa
- Homicídio
- Lesão
- Receptação
Erro de tipo acidental:
Divergência entre a conduta objetiva real e a conduta pretendida. O que acontece é diferente do 
que o sujeito queria ou pensava.
1. Erro sobre a pessoa - error in persona
Art. 20 parágrafo 3º
3º - o erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste 
caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o 
crime.
Só valem para crimes praticados diretamente contra a pessoa (homicídio, lesão)
É o erro que ocorre quando o agente querendo praticar a conduta contra uma vítima determinada 
e acreditando estar agindo contra esta pratica a conduta contra pessoa diversa. Erro na 
identificação de quem é a vítima do crime. 
Ex: A queria matar o pai, mas mata vizinho. 
Não exclui o dolo e, consequentemente, não exclui o crime. No entanto, deve-se levar as 
características da vítima pretendida, não da pessoa atingida. 
Ex: A queria matar o pai, mas mata vizinho. Aplica-se agravante de matar ascendente/
descendente/cônjuge/irmão.
Ex: A queria matar vizinho, mas mata pai. Não aplica-se agravante de matar ascendente
Macete: agente é ruim de vista
2. Erro sobre o objeto
Não é regulamentado na lei.
Ocorre quando um sujeito queria praticar um crime contra um objeto determinado, mas acaba 
atingindo diverso.
É o erro de identificação no objeto. Não se exclui o crime. O entendimento majoritário é que não 
se aplica por analogia o erro sobre a pessoa para o objeto. Se legislador quisesse que se 
aplica-se a mesma regra, deixaria explícito na lei. Então, na existência de erro sobre objeto deve-
se levar em conta as características do objeto efetivamente atingido. 
Ex: A queria furtar um quadro de alto valor, mas acaba levando foto da família do sujeito que não 
tem valor econômico nenhum. Leva-se em conta o furto da foto e aplica-se princípio da 
insignificância. 
3. Erro na execução - aberratio ictus
Art. 73
Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que 
pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, 
atendendo-se ao disposto no parágrafo 3º do art. 20 deste código. No caso de ser também atingida a 
pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste código.
Ocorre quando o agente querendo praticar o crime contra uma vítima determinada por erro ou 
acidente no uso dos meios de execução, atinge pessoa diversa. Só há erro na execução em 
relação a pessoas, deseja-se atingir uma pessoa, mas atinge-se outra. 
Sujeito identifica corretamente a pessoa, mas há um erro ou acidente que atinge pessoa diferente.
Ex: A queria matar pai, mas erra o tiro e acerta o pipoqueiro. 
Macete: agente é ruim de mira
A) Unidade Simples
Situação na qual o sujeito não atinge a vítima pretendida e atinge apenas a vítima não pretendida. 
Tem um único resultado, então há um único crime.
Aplicar regra art. 20 parágrafo 3º, leva-se em conta as características da pessoa pretendida. 
Ex: A queria matar pai, mas erra o tiro e acerta e mata o pipoqueiro. Há apenas um crime, o 
homicídio doloso do pipoqueiro levando em conta as características do pai, ou seja, há agravante 
de matar descendente. 
Ex: A queria matar pai, mas erra o tiro e acerta e o pipoqueiro que não morre. Há apenas um 
crime, a tentativa de homicídio do pipoqueiro levando em conta as características do pai, ou seja, 
pode ter agravante do pai.
B) Unidade Complexa
Atinge a vítima pretendida e também atinge a vítima não pretendida 
Tenho dois ou mais resultados, ou seja, dois ou mais crimes. 
Separar os crimes, e via de regra, tratar dolosamente o resultado produzido na vítima pretendida e 
culposamente o resultado da vítima não pretendida. Apenas o resultado contra a vítima pretendida 
leva em conta a característica da vítima pretendida. 
À única ressalva, é que se houver dolo eventual, será dolo para todos os resultados. 
4. Resultado Diferente do Pretendido - aberratio criminis/ aberratio delicti
Art. 74 CP
Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado 
diverso do pretendido, o gente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre 
também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste código.
Ocorre quando o agente praticaa conduta querendo produzir um determinado resultado, mas por 
erro ou acidente nos meios de execução produz um resultado diverso do pretendido. O resultado 
tem uma diferença qualificativa.
Ex: A quer atingir uma pessoa e atinge ou coisa, ou vice-versa.
A) Unidade Simples
Sempre que o agente não produz o resultado pretendido e produz apenas o resultado diverso do 
pretendido.
Apenas um resultado, há apenas um crime.
No resultado pretendido há uma tentativa, e no resultado diverso do pretendido há crime culposo. 
Como só ha um crime, via de regra só é levado em conta o resultado pretendido, o crime culposo, 
sendo absorvida a tentativa.
Ex: A queria jogar pedra no ônibus, erra ônibus e acerta João. É lesão culposa e o dano é 
ignorado.
Nos casos que não existe forma culposa:
Se o resultado diverso do pretendido não for punível na forma culposa por falta de previsão legal, 
pune-se a tentativa de produzir o resultado pretendido.
Ex: A queria jogar pedra em João, erra e acerta ônibus. É tentativa de lesão, ignora-se o dano 
porque não existe dano culposo. 
B) Unidade Complexa
Produz resultado que pretendia e também o diverso do pretendido.
Dois ou mais resultados, dois ou mais crimes.
Vítima pretendida Vítima não pretendida Crime
Não acerto Mato Homicídio doloso
Não acerto Leso Tentativa de Homicídio
Vítima pretendida Vítima não pretendida Crime
Mata Mata Homicídio doloso + Homicidio 
culposo
Mata Lesa Homicídio doloso + Lesão 
Corporal Culposa
Lesa Mata Tentativa de Homicídio + 
Homicídio Culposo
Lesa Lesa Tentativa de Homicídio + Lesão 
Corporal Culposa
Via de regra, dolo no pretendido e culpa no não pretendido. Exceção: dolo eventual, é tudo 
eventual.
Quando não há previsão de dolo culposo do resultado não pretendido, pune apenas o resultado 
pretendido.
Ex: A queria jogar pedra em João. Além de acertar João, acerta ônibus. Responde por lesão 
corporal dolosa, e responderia por dano culposo. Como não há previsão legal de dano culposo, 
responde apenas por lesão corporal dolosa
Aula - 28/03/17 
Erro de tipo acidental:
5. Erro na causalidade - aberratio causae
Não é regulado pelo código 
Pode ser usado para se referir a duas coisas diferentes:
a) A primeira forma de erro na causalidade ocorre quando o agente pratica uma conduta visando a 
produção de um resultado e este se produz mediante uma causalidade diversa da prevista.
Sujeito quer atingir o resultado e escolhe uma conduta que imagina que atingirá o seu objetivo. A 
conduta chega no resultado pretendido, mas por um caminho diferente. 
Ex: vou dar um tiro na cabeça de alguém, pessoa se levanta, acabo acertando pescoço, morre a 
caminho do hospital.
Não exclui dolo, portanto não exclui crime. 
b) A segunda forma de erro na causalidade ocorre quando o agente pratica uma primeira conduta 
visando a produção de um resultado e após supor equivocadamente que ela se produziu, pratica 
uma segunda conduta, com finalidade diversa produzindo-se o resultado apenas em decorrência 
dessa. 
A pratica uma conduta querendo um resultado, não atinge o resultado, mas acha que atingiu. 
Achando que atingiu, pratica segunda conduta com outra finalidade, que por fim atinge o resultado 
pretendido.
Ex: A atira em B. A acha que B morreu, mas não morreu. A enterra B, visando esconder o corpo, 
mas com isso acaba matando B.
Conduta 1 - (tentativa de homicídio)
Erro - não mata 
Conduta 2 - (homicídio culposo)
Resultado - morte
Como resolver?
Zaffaroni - Depende: 
Dolus generalis é a existência desde o princípio da intenção de praticar as duas condutas. Existe 
dolus generalis quando o sujeito decide que vai praticar as duas condutas. Ex: A decidiu antes de 
fazer qualquer coisa que iria matar B e depois enterra-lo. Antes de mata-lo já tinha comprado pá e 
cavado a cova. O resultado é homicídio doloso, desconsidero o erro. 
Não existe dolus generalis quando o agente apenas decide praticar a segunda conduta após 
supor equivocadamente que o resultado já se produziu. Ex: A tenta matar B, acha que matou. Se 
desespera e decide enterrar. Vai no Balaroti compra pá, cava cova e enterra. B morre enterrado. 
São consideradas as duas condutas, a segunda sem dolo: tentativa de homicídio + homicídio 
culposo. Exclui-se o dolo da segunda conduta. 
Tipicidade Material
É a relação de ofensividade existente entre a conduta do agente e o bem jurídico protegido pelo 
tipo. Se a conduta ofender o bem jurídico protegido, existe tipicidade material. Se não ofender, não 
existe tipicidade material e é um caso de atipicidade material.
Ofensa abrange lesão e perigo de lesão ao bem jurídico.
a) Não existe crime quando a conduta não gera nenhuma ofensa ao bem jurídico protegido pelo 
tipo. É uma conduta que preenche o tipo penal, mas não gera ofensa ao bem jurídico. Ex: porte de 
arma de fogo. A tem uma arma desmontada com peças faltantes no carro. Sem essas peças, a 
arma não atira. Não gera ofensa ao bem jurídico.
b) Não existe crime se a conduta conduz a uma ofensa insignificante ao bem jurídico protegido. 
Princípio da insignificância. Ofensas que devem ser desconsideradas pelo direito. A lesão 
insignificante equivale a não existência de ofensa.
Os crimes patrimoniais praticados com grave ameaça ou violência são considerados ainda que o 
dano patrimonial seja insignificante. 
Aula - 29/03/17
Trabalho
1- erro de tipo essencial - erro vencível - lesão corporal culposa
Resultado diverso do pretendido - unidade complexa - dano culposo (não existe)
2 - erro sobre pessoa 
Erro na execução - unidade simples - homicídio doloso características do pai
3 - separar os dois crimes. Resolver primeiro o que acontece primeiro 
A morte da empregada - erro na execução com unidade simples - homicídio doloso com 
características da vítima pretendida
Morte do carteiro - erro na execução com unidade complexa - homicídio doloso com 
características da vítima pretendida + homicídio culposo 
Aula - 04/04/17
Tipos Ativos Culposos
Os ativos dolosos e culposos tem uma grande diferença. No doloso, o elemento central é o dolo 
(intenção), que é um elemento subjetivo. Já no crime culposo, o foco é um elemento objetivo, a 
intenção do agente é ignorada, observamos a maneira como o agente executa a conduta. 
Enquanto no crime doloso a conduta é incriminada por seu aspecto subjetivo, no crime culposo, 
ela é incriminada pelo seu aspecto objetivo. 
Definição de Culpa: é a violação de um dever de cuidado manifestada em uma conduta produtora 
de um resultado não desejado, nem consentido, mas objetivamente previsível. Culpa é uma 
violação de um dever de cuidado.
Existem condutas que são lícitas, mas que se eu desejar pratica-las, devo cumprir algumas regras 
de cuidado. O agente tem deveres de cuidados. 
A culpa não está na conduta em si e sim prática dessas condutas sem cumprir o cuidado 
devido. 
Culpa expressa x Culpa implícita 
Os deveres de cuidado podem estar expressos (lei, portaria, etc.) Ex: dirigir é lícito, mas existem 
normas jurídicas que me dizem como devo dirigir, por exemplo, respeitar sinalização, limite de 
velocidade, etc. 
Posso também ter regras que não são expressas, não estão descritas no ato normativo, decorrem 
da natureza da atividade exercida. Apesar de não ter norma expressa, não significa que não seja 
um dever jurídico. Ex: cozinhar em casa, deixar cabo da panela virado para fora com crianças em 
cada. Não tem norma expressa contra isso, mas é um cuidado que se deve ter. 
Ex: guardar produtos de limpeza fora do alcance das crianças. 
Violação de cuidado não é crime em si mesma, só é crime quando produzem resultados. 
Esse resultado não era nem desejado (falta intenção), nem consentido (dolo eventual). O 
resultado tem que ser previsível, se o resultado for imprevisível não há culpa. 
Estrutura da tipicidade ativa culposa
Tipicidade Material
Igual em todos os tipos (igual doloso) 
TipicidadeLegal
Tipicidade Subjetiva
Não existe elemento subjetivo no elemento culposo
Típico Objetiva
Existem 5. Todas estão presentes em todos os crimes ativos culposos.
1 - Resultado naturalístico
Diferente de resultado jurídico. Ex: se eu pulo um muro, não há resultado no mundo exterior, 
apenas no direito (invasão)
Para existir culpa, tem de ter resultado real. Se não tem resultado, é apenas violação de dever de 
cuidado, não é crime.
Preciso de um resultado, mas mais do que isso, preciso de um resultado específico. Tem que ter 
previsão de forma culposa*. 
Fator de azar: as mesmas condutas podem gerar resultados diversos, tendo ou não crime. Ex: A 
fura 10 sinais todos os dias, mas não produz resultado, não tem crime. B fura um único sinal, bate 
e mata alguém, é crime. 
Obs: Crime de embriaguez ao volante é um crime em si mesmo, crime doloso que não precisa de 
resultado. Mas se eu mato alguém, é homicídio culposo. 
*Responsabilidade culposa: lesão, homicídio, incêndio, epidemia. 
2 - Nexo de causalidade
Igual dos artigos ativos dolosos (rever lá).
Art. 13
3 - Violação do dever de cuidado
Só existe crime culposo se existe violação do dever de cuidar. Descumprimento de deve de 
cuidado ou inobservância do dever de cuidado. Se o sujeito, ao praticar a conduta, está cumprindo 
os deveres de cuidado, acontece um resultado, sujeito não pode ser culpado.
A dificuldade da violação no dever de cuidado do caso concreto está em identificar se existiam 
deveres de cuidados, quais eram e se foram cumpridos. 
3.1 Parâmetros para a verificação da violação do dever de cuidado
A dificuldade da violação no dever de cuidado do caso concreto está em identificar se existiam 
deveres de cuidados, quais eram e se foram cumpridos.
3.1.1 Violação de norma jurídica de contenção de riscos
Sempre que existir uma norma jurídica, uma norma expressa, criada com a função de conter 
riscos, essa norma está impondo um dever de cuidado. 
Ex: muitas (não todas) as regras de trânsito envolvem contenção de risco. Mesmo regra de 
estacionamento, podem envolver dever de cuidado. Ex: é proibido estacionar há menos de 3 
metros da esquina. A estaciona a 1,5 da esquina. B tem que avançar seu carro devido a 
visibilidade reduzida, acaba atropelando ciclista C. A pode ser responsabilizado por homicídio 
culposo.
3.1.2 Violação de regulamentos técnicos ou desportivos
Atividades específicas. Ex: medicina, engenharia. 
São técnicas porque o sujeito deve empregar técnicas corretas para realizar uma atividade 
técnica. Independentemente de norma escrita, tem que seguir a técnica. 
Entidades criam atos normativos, mas não necessariamente precisam estar descritas aqui.
Vale também para tudo que diz respeito sobre a segurança no esporte. Cada modalidade 
esportiva se auto regulamenta 
Aula - 05/04/17
Não teve aula, prof. Doente. 
Aula - 11/04/17
3.1.3 Dever de informação e dever de omissão 
Relacionamentos com atividades que exigem do agente algum conhecimento. Exigem condutas 
que exigem do sujeito um determinado conhecimento para que ele posso exercer da forma 
correta. Ex: pilotar um avião. 
O sujeito que deseja praticar uma dessas atividades, mas não tem o conhecimento para realiza-
las, deve se informar antes, obter conhecimento para a prática. Enquanto eu não consigo a 
informação, devo não praticar a conduta, esse é o dever de informação. 
Obtém informação suficiente 
Deve Obtém informação insuficiente
Não obtém informação 
3.1.4 Princípio da Confiança 
Aquele que age cumprindo os seus deveres de cuidado pode confiar que os outros também o 
farão. Sujeito só precisa agir corretamente, não precisa fiscalizar os outros. Quem cumpre seu 
dever de cuidado, pode confiar que os outros estão agindo corretamente. É aplicado nessas duas 
situações:
Situação de cooperação
Várias pessoas agindo em conjunto, exercendo uma atividade comum a elas, com divisão de 
tarefa. Cada um se preocupa em fazer a sua parte corretamente. Ex: equipe médica, equipe de 
construção civil. 
Situação de 
Várias pessoas agindo individualmente ao mesmo tempo. Cada um age sozinho, mas há 
interferência recíproca. Ex: trânsito. 
Exceções (não aplica princípio da confiança)
A) Quando sujeito tem dever de fiscalização ou supervisão. Quem supervisiona, não pode confiar 
em quem é supervisionado. Ex: professor de auto-escola e aluno de auto-escola 
Agente
Não 
Sabe 
Fazer
Se 
Informar
Pode
Fazer
Dever de 
Omissão 
B) Sempre que existem indícios concretos de que alguém violou, está violando ou irá violar seus 
deveres de cuidado. Ex: médico vê bisturi com sangue seco (não pode usar baseado no princípio 
da confiança). 
4 - Relação de determinabilidade
É uma relação ente a violação do dever do cuidado e o resultado naturalístico. Existe relação de 
determinabilidade quando a violação do dever de cuidado foi determinante para a ocorrência do 
resultado; não existe relação de determinabilidade quando o resultado se produziu 
independentemente da violação do dever de cuidado. 
Dessa forma, nem sempre que o agente viola o dever de cuidado e se produz um resultado, ele 
será culpado.
Ex: sujeito está dirigindo acima da velocidade permitida. Criança estava brincando em árvore, cai. 
Ele atropela. O resultado acontece ou não em razão do excesso de velocidade? Deve ser 
chamada a perícia. Se ocorreu em razão da velocidade acima (os 10km acima da velocidade por 
exemplo), tem crime culposo. Se não, não existe crime culposo. 
5 - Previsibilidade objetiva
É a possibilidade que o agente ou qualquer outra pessoa nas mesmas condições tinha de 
prever a possibilidade da ocorrência do resultado como consequência de sua conduta. 
Preciso saber se o agente tinha condições de prever. Não interessa se de fato ele previu ou não. 
Previsão X Previsibilidade 
Já no dolo eventual é indispensável a previsão (pessoa tem que prever), no culposo a previsão é 
indispensável, mas a previsibilidade é indispensável.
Previsível - Previsão = Culpa inconsciente 
Ex: pai deixa a criança no sofá, não imagina que ela ia cair. 
Previsível + Previsão - Consentimento = Culpa consciente
Ex: pai deixa a criança no sofá, pensa que criança pode cair, mas pensa que vai ser rápido, ela 
não vai cair. 
Previsível + Previsão + Consentimento = Dolo eventual 
Ex: pai deixa a criança no sofá, imagina que criança pode cair, e pensa "se cair melhor, aprende"
*** situações imprevisíveis não geram crimes culposo.
Aula - 12/04/17
Prova
Aula - 18/04/17
Correção da prova
1 descrição da conduta relevante para o direito penal na lei 
2 ambos são ativos e dolosos. resultado só é necessário em crimes materiais. 
3 
4 
5)
a) querer é dolo direto
b) além da criação de risco, precisa prever e consciência 
c) isso seria a culpa, para ser dolo eventual precisa da previsão e consentimento
6)
Erro essencial, modalidade invencível (não era exigível pelo direito que ele abrisse o envelope), 
exclui dolo e culpa. 
7)
8) Não é típica. Tem tipicidade legal, mas falta tipicidade material devido à princípio insignificância. 
9) Não, falta relação de determinabilidade. Não pode falar de nexo de causalidade, pois ha nexo 
entre dirigir e o acidente
Aula - 19/04/17
Modalidades de culpa
São formas de violação de um dever de cuidado
Art. 18 II CP
Art. 18 - Diz-se o crime:
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Imprudência 
Culpa ativa. Agir com excesso. Fazer mais do que aquilo que é permitido ou fazer algo que não 
era permitido. Ex: dirigir acima da velocidade permitida, ultrapassagem em local não permitida. 
Negligência 
Culpa omissiva. Fazer menos do que aquilo que era devido ou não fazer aquilo que era 
obrigatório. Ex: sujeito não liga os faróis dirigindo a noite
Imperícia 
Falta de perícia. Falta de conhecimento técnico, especializado. Sujeito pratica conduta sem osconhecimentos necessários para praticá-lo. Ausência de conhecimento. Também pode aparecer 
quando sujeito tem o conhecimento, mas usa o conhecimento errado ou viola uma técnica, 
descumpre. 
Concorrência de culpas
Duas ou mais pessoas contribuem culposamente para a ocorrência de um mesmo resultado. 
Então duas ou mais pessoas violam dever de cuidado e suas ações juntas levam a um resultado. 
Todos aqueles que concorrem para um resultado, serão imputados pelo resultado. 
Ex: durante a noite um motorista está dirigindo com faróis apagados, atravessa sinal verde, mas 
outro veículo fura o sinal e lhe acerta. Ambos serão responsáveis
Ambos violaram dever de cuidado. A responde por lesão corporal de C e homicídio culposo de D. 
B responde por lesão corporal de A, lesão corporal de C e homicídio culposo de D.
*Não há crime contra si mesmo.
Crime no qual só a vítima é culpada. Naquele caso, se apenas um motorista violasse dever de 
cuidado e fosse a única vítima.
Crimes Omissivos
Omissão é descumprimento de norma impositiva. Omissão é um estado jurídico, não um estado 
físico.
Opõe-se ao Crime ativo - norma proibitiva 
CARRO 1
Motorista A 
(Lesão corporal)
Passageiro C
(Lesão corporal)
COLISÃO 
Ambos
violam dever
de cuidado
CARRO 2
Motorista B
(Nada)
Passageiro D
(Morre)
Crimes ativos estão sempre ligados a uma norma penal incriminadora proibitiva, uma norma que 
diz para o sujeito não fazer, pune quem faz. Cada norma proibitiva proíbe uma conduta, sendo 
todas outras condutas permitidas. 
Norma impositiva/ mandamental
Norma que manda fazer algo, obrigada prática de conduta. Pune-se quem não faz. Violação de 
normas impositivas geram crimes omissivos. Torna todas as outras proibidas. A norma impositiva 
é muito mais dura que a proibitiva, por isso existem muito mais normas proibitivas do que normas 
impositivas.
Ex: Omissão de socorro - é obrigado a prestar assistência sempre que não colocar em risco.
Art. 135 CP
Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou 
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir; 
nesses casos, o socorro da autoridade pública.
Modalidades de Crimes Omissivos
Omissão própria
Está relacionada com as normas impositivas contidas em um tipo omissivo. Violação de tipo 
omissivo. Geralmente começam com expressão "deixar de ...".
Ex: art. 135
Características da Omissão Própria
1. Sempre traz crime que não exige resultado naturalístico. Nos crimes 
omissivos próprios pune-se a própria omissão. Ex: na omissão de socorro do art. 135, a mera 
omissão é crime, não precisa ter resultado nenhum. 
2. Dever geral de solidariedade. É um dever imposto a todos. As normas 
impositivas criam deveres gerais de solidariedade. Alguns deveres gerais recaem sobre todo 
mundo, outros recaem sobre grupos de pessoas (ex. Médicos).
Ex: Art. 269 CP
Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória: Pena - detenção, 
de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Aula - 26/04/17
Faltei
Omissão imprópria
- n. Impositiva contida em um tipo ativo
- n. Proibitiva - manda não fazer - pune quem faz - CR ativo
Tipo ativo - n. Impositiva - mandou fazer - pune quem não faz - CR omissivo impróprio
2º dever agir para evitar a ocorrência de um resultado. 
Garante ou garantidor
Omissão e ocorrência do Resultado
Pune-se pelo resultado como se tivesse ativamente causado
Estrutura da tipicidade na omissão própria 
TL - elementos comuns - 1/ 2 /3 (igual próprios)
 - elementos subjetivos 
T 
TM =
Elementos comuns: aparecem na omissão própria e imprópria
1 - Situação típica = é a situação fática que faz que determinada norma impositiva incida no caso 
concreto, tornando devida determinada conduta pelo sujeito.
S/ situação típica não há dever. 
2 - possibilidade física de agir =
3 - exteriorização de conduta diversa = sujeito que tem dever de fazer algo, faz algo diferente, ou 
seja, descumprimento da norma impositiva.
Elemento subjetivo 
Dolo 
Presente nos crimes dolosos. Tem de existir dolo do resultado.
Para que tenha dolo na omissão imprópria o sujeito tem que ter dolo direto ou eventual de 
produzir o resultado. Sujeito se omite para produzir o resultado (dolo direto), ou, no mínimo, 
consente para produzir o resultado (dolo eventual).
Ex 1: João, salva-vida, vê seu inimigo Carlos se afogando no mar. João deixa Carlos se afogar 
porque quer que ele morra. Atribui resultado dolosamente (dolo direto). 
Ex 2: João está com preguiça de ir trabalhar. Ele pensa que existe a possibilidade de alguém 
morrer porque ele não vai, mas mesmo assim decide não ir. João representou e consentiu com a 
possibilidade de acontecer uma morte. Atribui resultado dolosamente (dolo eventual).
Culpa - nos crimes culposos
Ex: João acorda e vê que está muito frio. Pensa que ninguém vai para o mar com esse frio. 
Decide voluntariamente não ir, certo que ninguém irá à praia. Uma pessoa vai lá e morre afogada. 
Atribui resultado culposamente (era previsível)
Aula - 02/05/17
Antijuridicidade 
Tipicidade deve ser analisada antes da antijuridicidade. Dessa forma, somente condutas típicas 
serão analisadas. 
Antijuridicidade é a relação de contrariedade existente entre a conduta do agente e o 
ordenamento jurídico compreendido na sua totalidade. Saio da relação tipo e conduta e passo 
para relação entre conduta e direito. Uma conduta é antijurídica quando ofende o ordenamento 
jurídico. Uma conduta não é antijurídica quando está conforme, em harmonia com o direito. 
Antijuridicidade é a mesma coisa que ilicitude. 
A conduta que não é a antijurídica é chamada de conduta lícita ou permitida. 
Toda conduta típica viola uma norma jurídica, dessa forma, via de regra, toda conduta típica é 
antijurídica. Ela só vai ser lícita quando existir uma norma permissiva.
Normas permissivas são aquelas que derrogam uma norma incriminadora tornando lícita a prática 
de uma conduta típica sob determinadas circunstâncias. Abrem exceções das condutas típicas. 
Derrogação - norma especial derroga norma geral. Tira parcialmente a validade da norma.
Ex: aborto é proibido em todos os casos. No entanto há regra que permite que se pratique aborto 
caso não existe outra maneira de salvar a vida da gestante. 
Ex: legítima defesa. Permite praticar lesão corporal em circunstâncias específicas. 
Causas excludentes das Antijuridicidade 
Também chamadas de causas justificantes ou causa de justificação 
São os conjuntos de circunstâncias que fazem que uma norma permissiva incida sobre um caso 
concreto. 
Causa legal: causa que está expressão positivada na lei.
- Legitima defesa (regulamentado no art. 25)
- Estado de necessidade (regulamentado no art. 24)
- Estrito cumprimento de dever legal (aberto, não regulamenta seu funcionamento, não diz o que 
é estrito cumprimento de dever legal)
- Exercício regular de direito (aberto, não regulamenta seu funcionamento, não diz o que é estrito 
cumprimento de dever legal)
Art. 23 CP
Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou 
culposo.
Art. 24 CP
Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou 
por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era razoável exigir-se.
Art. 25 CP
Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta 
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
Causas supralegais: não tem previsão legal expressa. Não prevista em lei, mas que em alguns 
casos atua comoexcludente.
Consentimento do ofendido: 
Ex: tatuagem seria lesão corporal, mas como é consentido não é.
Mecanismos pré-ordenado de defesa: 
Ex: colocar vidro no muro, colocar cachorro para defender casa.
Aula - 03/05/17
Trabalho 3
1 - crime de omissão imprópria - deixar de notificar doença de notificação compulsória, não 
precisa de resultado. Decorre de geral de responsabilidade. Praticou crime do artigo 269
2 - garante contratual, se omite, ocorre resultado. Garante responde pelo resultado, no caso 
subtração, crime de furto. No entanto não há o elemento dolo (nem deseja nem consente). Não 
vai responder por crime pois não há forma culposa de furto. 
Aula - 09/05/17
Consentimento do ofendido
Consentimento do ofendido é um ato pelo qual o titular do bem jurídico consente/ autoriza com a 
prática de uma conduta ofensiva a esse bem jurídico.
Via de regra, o consentimento do ofendido produz exclusão de antijuridicidade. Em alguns 
casos, o consentimento age como causa de excludente de tipicidade.
Alguns tipos penais tem a seguinte elementar dentre suas elementares: "sem consentimento do 
ofendido". O tipo penal pode ter essa elementar expressa ou implicitamente. A presença do 
consentimento nesses casos retira uma elementar do tipo retirando a tipicidade, então a conduta 
se torna atípica.
Ex: 
Crime de aborto provocado por terceiro:
Art. 125 CP
Provocar aborto, sem o consentimento da gestante.
Violação de Domicílio - está implícito a necessidade de não ter consentimento
Art. 150 CP
Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de 
direito, em casa alheia ou em suas dependências. 
Violação de correspondência - está implícito a necessidade de não ter consentimento
Art. 151 CP
Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem.
Vários tipos que trazem verbo "constranger" implicam na falta de consentimento, pois constranger 
significa obrigar, forçar contra a vontade. Ex: estupro. 
Crimes que não têm a elementar "sem consentimento do ofendido", a falta de consentimento no 
lugar de excluir a tipicidade, vai excluir a antijuridicidade. Ex: pessoa capaz me pede para dar um 
soco nela. O consentimento dela exclui a antijuridicidade. Outro exemplo, pessoa pede para 
destruir alguma coisa. O consentimento dela exclui a antijuridicidade.
Requisitos para que consentimento produza efeitos
1) Consentimento pelo titular do bem jurídico 
Somente o titular pode consentir. Por isso, consentimento nunca vai envolver bens jurídicos 
coletivos. 
2) Disponibilidade do bem jurídico 
Via de regra, bens jurídicos são disponíveis. No entanto, existem duas exceções.
Vida
A vida é um bem jurídico indisponível, dessa forma, não produz nenhum efeito o consentimento. 
Integridade Física
Integridade física = corpo + saúde
A integridade física é relativamente indisponível, ou seja, sua disponibilidade é limitada. A 
integridade física pode ser violada com nesses casos:
Exigência médica
Art. 13 CC 
Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo quando importar diminuição 
permanente da integridade física*, ou contrariar os bons costumes.
Transplante
Transplante só pode ser de partes que se regeneram ou órgãos que temos em duplicidade.
Art. 13 CC Parágrafo único 
Parágrafo único. O ato previsto nesse artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida 
em lei especial.
Esterilização voluntária 
3) Capacidade jurídica para consentir 
O consentimento só é válido quando é dado por capaz. Essa regra deve ser vista sob ótica de 
bom senso. Ex. Adolescente de 15 anos convida colega para ir na sua casa. Apesar do seu 
consentimento ser inválido, não se pode considerar que seu colega está invadindo domicílio.
Em geral veda consentimento de menores de 18 anos, com exceção de exercício sexual. 
Consentimento é inválido apenas para menor de 14 anos.
Art. 217 A CP
Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos. 
4) Manifestação livre do consentimento
Expressão da autonomia da vontade. Consentimento via coação, indução ao erro torna 
consentimento inválido.
5) Correspondência entre o ato consentido e o ato praticado 
O consentimento deve ser em relação a um ato minimamente determinado. 
6) Consentimento anterior ou simultâneo ao ato
Consentimento posterior não produz efeito, não exclui nem tipicidade nem antijuridicidade. 
7) Elemento subjetivo 
É o conhecimento pelo autor da conduta da existência do consentimento. 
Aula 10/05/2017
Legítima defesa 
Reação lícita a uma agressão ilícita.
Agressão ilícita = agressão injusta - ofende o direito e ofende um bem jurídico. Direito permite que 
qualquer pessoa intervenha para impedir a ofensa do bem jurídico. Visa proteção das normas e do 
bem jurídico. É lícita porque atinge resultados juridicamente desejáveis: proteção das normas e do 
bem jurídico. Ela impede que uma ofensa chegue a suas últimas consequências.
Art. 25 CP
Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta 
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Finalidade da Legítima Defesa
Considera-se em legítima defesa quem usando moderadamente os meios necessários repele 
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Finalidade da legítima defesa: repelir. injusta agressão. Repelir é interromper e fazer cessar. 
Finalidades que não são da Legítima Defesa 
A legítima defesa não tem finalidade sancionatória, não é castigo, não é fazer o sujeito pagar pelo 
o que ele fez. Quem aplica a sanção é o Estado que não pode delegar.
A legítima defesa não tem finalidade preventiva. Não tem carácter educatório . 
Requisitos da Legítima Defesa
São necessários cinco requisitos. 4 expressos no art. 25 e o outro implícito.
1) Agressão injusta 
Agressão
Só existe legítima defesa se existir injusta agressão. Agressão deve ser entendida como conduta 
humana. Só existe legítima defesa como reação de uma conduta humana. Então não existe 
legítima defesa contra ataques de animais, fenômenos da natureza.
Ex: se alguém for atacado por cachorro e machucar o cachorro não é legítima defesa.
Obs. Atos gerados quando a pessoa está inconsciente NÃO é considerado conduta. Não entra 
aqui sujeito alcoolizado, sob efeito de entorpecentes etc. Ex: sonambulismo. 
Injusta
Injusta significa que o ofensor deve praticar uma conduta ilícita. Não existe legítima defesa como 
resposta a ação lícita. Ex: oficial de justiça tem mandato para pegar carro. Dono do carro não 
pode agredir oficial para defender seu bem. 
2) Agressão atual ou iminente 
Agressão atual é aquela que está acontecendo, ou seja, que já se iniciou e ainda não se encerrou. 
Está acontecendo no presente. Se a agressão ainda não começou ou já terminou, não é legítima 
defesa.
No entanto, abre-se a possibilidade de legítima defesa contra agressão iminente. Para que seja 
iminente, tem que ser extremamente provável é poder acontecer a qualquer momento. Não seria 
exigível que ela esperasse o resultado. 
Ex: Situação de faroeste. Não precisa esperar o outro cowboy atirar.
Nunca existe legítima defesa depois que a agressão terminou. 
3) A Direto próprio ou alheio
Legítima Defesa Própria
Quando sujeito atua em defesa própria
Legítima Defesa de Terceiro
Quando sujeito atua em defesa de terceiro.
Agressão injusta + Agressão atual ou iminente + a defesa de direito próprio ou alheio = causa
Causa = Situação justificante 
Fato que quando acontece faz nascer o direito de agir em legítima defesa. 
4) Uso moderado dos Meios Necessários
Tudo aquilo que for necessário. 
Se existirem dois ou mais meios suficientes, devo usar o meio menos lesivo.
Uso moderado do meio é o uso suficiente para repelir.
O exigível é que não se faça nada evidentemente desnecessário e/ou excessivo
5) Elemento subjetivoO sujeito que está agindo em legítima defesa deve saber que está agindo em legítima defesa.
Aula 16/05/17
Estado de necessidade 
Situação de perigo independentemente da fonte do perigo. Se aplica a toda situação que não se 
aplica a legitima defesa.
Protejo um bem jurídico ofendendo outro.
Finalidade: Salvar. (Na legítima defesa era repelir)
Art. 24 CP
Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não 
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era razoável exigir-se.
$ 1º não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo
$ 2º Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a 
dois terços.
Vai ser lícito quando estiverem presentes os requisitos de estado de necessidade.
Elementos ou Requisitos do Estado de Necessidade.
1 - Situação de Perigo Atual a Direito Próprio ou Alheio
Qualquer causa, qualquer fonte. Não precisa ter ação humana. Não ajo contra pessoa/fonte 
causadora do perigo e sim contra o perigo em si.
O perigo já precisar existir, não significa que precisa já ter lesão 
2 - Não provocação voluntária do perigo
Quem criou o perigo por sua vontade está excluído do estado de necessidade.
Quem cria o risco vira garante. 
Ex: solto cachorro em crianças que estão me incomodando. Acho que as crianças iam correr, mas 
uma congela. Dou um tiro no cachorro. Vou responder pelo tiro, não posso configurar como estado 
de necessidade. 
3 - Inevitabiliade do perigo por outro meio menos lesivo
Posso lesar um bem para salvar outro? Sim se for a única forma. Se tenho opções, tenho que 
escolher a menos lesiva.
4 - Ponderação entre os bens jurídicos em perigo
Se o bem jurídico a ser lesado vale mais que outro, deve-se suportar o seu sacrifício.
Ex: tem 15 crianças passando enquanto estou dirigindo. Ou bato o carro na árvore ou atropelo 15 
crianças. Tenho que suportar bater o carro (lesão a patrimônio).
- Caso 1: leso um bem menor, salvando um bem maior
Lícito
Ganho de proteção nos bens jurídicos. 
Ex: Leso patrimônio para salvar vida.
- Caso 2: leso um bem maior, salvando um bem menor
Ilícito
Perda de proteção nos bens jurídicos. 
Ex: Leso vida para salvar patrimônio.
- Caso 3: lesar e salvar patrimônio de valores semelhantes 
Não há estado de necessidade para bens do mesmo valor
Ex: o caso dos náufragos ou o caso da tábua de salvação. Um navio naufraga. Salvam-se duas 
pessoas, mas há apenas uma boia que suporta apenas uma pessoa. Se eu matar a outra pessoa 
para ficar com a boia, não é estado de necessidade.
Aula 17/05/17
Faltei 
Aula 23/05/17
4) Excesso exculpante
Exculpar: retirar culpabilidade. Os atos praticados em excesso, são ilícitos, mas excluem a culpa. 
Quando decorrem de susto, medo ou perturbação psíquica 
Ex: caso marido Ana Hickman
Culpabilidade
Culpabilidade como elemento do crime. Juízo de reprovação.
3 Teorias da Culpabilidade 
1) Teoria Psicológica da Culpabilidade 
Para a teoria psicológica a culpabilidade é composta apenas por elementos psicológicos = 
elementos subjetivos.
A culpabilidade é composta por dois elementos: dolo nos crimes dolosos e culpa nos crimes 
culposos.
Nosso ordenamento, entende que dolo e culpa fazem parte da tipicidade.
2) Teoria psicológico-normativa
Para essa teoria a culpabilidade é composta por elementos psicológicos e por elementos 
normativos
3) Teoria normativa da culpabilidade 
Nessa teoria, a culpabilidade é composta por elementos apenas normativos.
Frank, alemão, encontrou contradição na lei penal alemã. 
Culpar: atribuir culpa, conduta reprovável. 
Requisitos da culpabilidade 
Para que eu possa reprovar algo, preciso de dois requisitos:
1) Possibilidade de compreender a norma jurídica 
As pessoas precisam conhecer e compreender a norma. 
2) Possibilidade concreta de cumprir a norma
ex: A tinha que entregar documentos na Receita Federal, mas não consegue porque é atropelado 
e fica em coma.
Culpabilidade 
Sabe que é proibido + escolhe a conduta contra a norma = reprovação 
Reprovável é o agente, não a conduta, pois o agente que pode conhecer a norma e escolher não 
segui-la. No entanto, reprovo o sujeito por algo que ele faz e não pelo o que ele é.
É o juízo de reprovação que recai sobre o autor de uma conduta típica e antijurídica porque 
podendo compreender a ilicitude do fato e podendo cumprir a norma jurídica ainda assim optou 
por prática-la.
Elementos da culpabilidade
1) Imputabilidade
Imputar: atribuir responsabilidade. Imputável é a capacidade de ser responsabilizado. 
Inimputabilidade é a ausência de imputabilidade. 
Capacidade cognitiva: capacidade de compreender a ilicitude dos seus atos. Capacidade de 
julgamento dos próprios atos.
Capacidade volitiva: capacidade de se autodeterminar a partir da compreensão da ilicitude. 
Capacidade de auto-controle.
Todas as pessoas que tem saúde mental e nível de maturidade tem essas duas capacidades 
(cognitiva e volitiva), presumida nas pessoas adultas.
Aula 24/05/17
Inimputabilidade 
a) Menoridade
São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos. Essa é uma regra absoluta, gera 
presunção absoluta, a única regra absoluta de inimputabilidade. Nesse caso, lei adota critério 
biológico de inimputabilidade. 
Art. 27 CP 
Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas 
na legislação especial.
Art. 228 CF
São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas de legislação especial. 
b) Doença mental, desenvolvimento mental incompleto e desenvolvimento mental 
retardado 
É isento de pena = é inimputável. Não é regra absoluta, nem todos que tem doença mental ou 
desenvolvimento mental ou incompleto são inimputáveis, depende da perícia para observar seu 
estado mental no momento da prática do fato. O que importa é o estado do sujeito no momento 
da prática do crime, não importa sua capacidade durante o julgamento. Precisa de requisito 
causal e de requisito consequencial. Em razão do requisito causal, agente deve ser desprovido 
totalmente da capacidade volitiva e/ou cognitiva. Precisa que pelo menos uma capacidade esteja 
completamente afetada. Aqui se adota um sistema/critério biopsicológico 
Art. 26 CP
É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardo, era, 
ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento.
Semi-imputabilidade
Quando pelo menos uma das capacidades estava parcialmente afetada. Indivíduo só irá ser 
imputável quando tiver ambas capacidades completas.
Art. 26 CP
Parágrafo único: A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de 
saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
c) Embriaguez completa involuntária
Via de regra, embriaguez não exclui imputabilidade.
Embriaguez é a perturbação do sistema nervoso central provocada pela ingestão de álcool ou 
substâncias de efeitos análogos. É um intoxicação que promove a alteração no sistema nervoso 
central. Não necessariamente precisa ser embriaguez alcoólica, pode ser por medicamentos não 
controlados que geram esse mesmo efeito (ex. antialérgico). Essa regra não se aplica para 
perturbações provocadas por drogas ilícitas e medicamentos controlados (tem regra própria). 
Para que sujeito seja inimputável por embriaguez incompleta, precisa perder pelo menos uma das 
capacidades completamente durante a ação. Aqui se adota um sistema/critério biopsicológico
Embriaguez completa: Depressão, confusão mental, freio ilibitório. Para que seja completa, só 
precisaestar no estágio da depressão.
Embriaguez involuntária: embriaguez decorre de caso fortuito ou força maior. 
Embriaguez Involuntária por Força Maior
Na embriaguez involuntária por força maior, não existe ingestão voluntária da substância. Ex: 
funcionário que limpa containers usa produto com álcool no vap que cria fumaça alcoólica. Ele usa 
máscara para se proteger do álcool, mas a máscara estava com defeito. 
Embriaguez Involuntária por Caso fortuito
Sujeito ingere substância sem saber que essa substância pode embriaga-lo. Ex: interações 
medicamentosas. Ex: bebe bebida alcoólica sem saber que tem álcool. 
Art. 28 CP
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior,
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Assim como no caso da doença mental, também tem semi-imputabilidade. 
Art. 28 CP
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso 
fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o 
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
d) Dependência psicológica e drogadição involuntária 
Art. 45 11.343/2006 Lei de droga
As drogas são definidas pela portaria 344/98 SVS/M. Medicamentos controlados estão incluídos 
nessa regra. A grosso modo, a dependência psicológica é tratada como doença mental. Trata 
ingestão involuntária de droga da mesma que embriaguez. ex: interação entre medicamentos 
controlados. Ex: alguém coloca uma droga na bebida do sujeito sem que ele saiba.
Para que sujeito seja inimputável por dependência ou drogadição involuntária, precisa perder pelo 
menos uma das capacidades completamente durante a ação. Aqui se adota um sistema/critério 
biopsicológico
Art. 46 11.343/2006 - regra de semi-imputabilidade 
2) Potencial consciência da ilicitude 
3) Exigibilidade de conduta conforme o direito
Aula 30/05/17
2) Potencial consciência da ilicitude 
Art. 21 CP
O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se 
evitável, poderá diminui-la de um sexto a um terço.
Conhecimento da lei: Desconhece tratamento jurídico, legal que é dado para um fato. Irrelevante.
Consciência da ilicitude: Compreender que aquela conduta é contrário ao direito, mas em sentido 
amplo. Não precisa de conhecimento jurídico específico.
Nesse sentido, observar essas três situações:
1) Sujeito tem consciência da ilicitude. 
A mais comum.
Será culpado.
2) Sujeito não tem consciência da ilicitude, mas tem potencial consciência da ilicitude
Não sabia, mas tinha condições de saber. Se o sujeito através de suas experiências sócio-
culturais, poderia refletir, tinha condições de ter a consciência sobre a ilicitude. Tem erro de 
proibição direta vencível.
É possível punir criminalmente o sujeito que não tenha consciência da ilicitude? Sim, desde que 
ele tenha potencial consciência da ilicitude.
3) Sujeito não tem consciência da ilicitude e não tem nem potencial consciência da ilicitude
Não tinha consciência, nem alguma possibilidade concreta de ter consciência. Não é imputável. 
Tem erro de proibição direta invencível.
1 - O sujeito tinha razão para refletir sobre a ilicitude?
Se o sujeito não tinha nenhuma condição de refletir sobre a ilicitude da sua conduta, o erro é 
invencível. Se o sujeito tinha condição de refletir, o erro é vencível.
Situações que geram motivos para refletir:
a) quando alguém provoca o sujeito a refletir
b) sujeito sabe que está fazendo algo que lesa alguém ou a coletividade
c) praticar um conduta em área que sabe ser regulada
2 - O sujeito realizou esforços suficientes para descobrir se a conduta era ilícita?
Se o sujeito fez esforços suficientes para descobrir a ilicitude, o erro era invencível. Se o sujeito 
não fez esforços suficientes, o erro é vencível.
3 - O sujeito tinha ou não tinha condições de obter a consciência correta caso tivesse realizado 
esforços suficientes?
Não - invencível 
Sim - vencível 
3) Exigibilidade de conduta conforme o direito
Exigibilidade de conduta diversa
Via de regra, existe exigibilidade de conduta conforme o direito, exigir que as normas sejam 
cumpridas. 
Inexigibilidade de conduta conforme o direito
Sempre que houver uma situação que torne o cumprimento da norma impossível ou 
extremamente oneroso, a conduta conforme o direito deixa de ser exigida. O cumprimento da 
norma traz sofrimento para o sujeito.
O código penal traz dois casos de inexigibilidade da conduta, mas não necessariamente são só 
esses dois.
Ex: furto famélico
Casos na lei:
a) Coação moral irresistível 
Coação moral é tudo aquilo que pressiona a mente de alguém, reduzindo ou suprimindo a sua 
liberdade de decisão para condiciona-lo a praticar determinada conduta.
A coação moral irresistível retira do sujeito a possibilidade de escolha. Por isso, é excluída a 
culpabilidade do coagido. A culpa é transferida para o autor da coação.
b) Obediência hierárquica 
Sujeito tem consciência 
da ilicitude 
Sujeito tem potencial 
consciência da ilicitude
Não existe erro de 
proibição direta
Sujeito tem culpabilidade
Sujeito não tem 
consciência da ilicitude
Sujeito tem potencial 
consciência da ilicitude
Existe erro de proibição 
direta vencível 
Sujeito tem culpabilidade 
com redução de pena 
1/6 a 1/3
Sujeito não tem 
consciência da ilicitude
Sujeito não tem 
potencial consciência da 
ilicitude
Existe erro de proibição 
direta invencível 
Sujeito não tem 
culpabilidade
Não existe culpabilidade no agente que pratica a conduta no cumprimento de uma ordem não 
manifestadamente ilegal proferida por seu superior hierárquico. 
Manifestadamente ilegal: subordinado tem certeza que ordem é ilegal. Ele e superior podem ser 
punidos.
Não manifestadamente ilegal: ordem é ilegal, mas tem aparência de ser legal. Subordinado não 
pode ser punido, somente superior. Ex: sujeito recebe ordem de destruir documentos
Art. 22 CP
Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestadamente ilegal, 
do superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem
Aula 31/05/17
Faltei
Requisitos da tentativas
Aula 06/06/17
Tentativa
Necessário que o crime não se consuma por circunstâncias alheias a vontade do agente
Abandono da vontade de consumar
O crime pode não se consumar devido ao abandono da vontade de consumar o crime. O que 
impede a consumação é o abandono da vontade e não uma circunstância alheia da vontade. 
Nesse caso não há tentativa e se aplica regra do art. 15 Cp. Agente não responde pela tentativa, é 
apenas punido pelos atos consumados
Art. 15 CP
O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, 
só responde pelos atos já praticados.
Ex: dou tiro em alguém, se fere, mas não morre, desisto de dar mais tiros. Não sou imputado por 
tentativa de homicídio, apenas por lesão corporal. 
Ex: decido furtar a casa de alguém. Quebro uma janela, entro na casa, mas descubro que é do 
meu ídolo de infância. Desisto de roubar. Não respondo por tentativa de furto, apenas por invasão 
de domicílio e dano.
Desistência voluntária 
Desiste de prosseguir quando era necessário prosseguir para consumar crime. Garante que crime 
não se consume
Arrependimento eficaz
Sujeito já fez tudo que precisava ser feito. Se agente quiser parar o resultado, tem que fazer algo 
para impedir o resultado, tenho que reverter o que eu já fiz. Se não for eficaz o arrependimento, 
ou seja, se ainda sim o resultado é gerado, agente é imputado com o crime consumado. Ex: dei 
vários tiros na pessoa,

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