Buscar

05.Procedimentos Comuns e Especiais


Continue navegando


Prévia do material em texto

20/10/2017
1
CURSO: Direito
DISCIPLINA: Processo Penal-II
UNIDADE –V
DOS PROCEDIMENTOS
(2017.2) Prof. Esp. Júlio Ugalde
julio.ugalde@uniron.edu.br
SUMÁRIO
DIREITO
1Introdução aos Procedimentos
2 Procedimento Comum Ordinário
3 Procedimento Comum Sumário
4 Procedimento Comum Sumaríssimo
5 Procedimento do Júri (Especial)
DOS PROCEDIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
DIREITO
1.1 PROCESSO X PROCEDIMENTO
a) Definição de processo:
b) Definição de procedimento:
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
2
1 INTRODUÇÃO
DIREITO
1.1 PROCESSO X PROCEDIMENTO
a) Definição de processo:
É o instrumento por meio do qual se manifesta a
jurisdição com a solução da controvérsia (PACELLI)
É o instrumento que tem o Estado para realizar o
direito de punir, que deve ser desenvolvido debaixo
de um conjunto de regras e princípios que formam
o direito processual, hoje direito processual
constitucional (AVENA)
DOS PROCEDIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
DIREITO
1.1 PROCESSO X PROCEDIMENTO
a) Definição de processo:
É uma sequência de atos vinculados entre si,
tendentes a alcançar a finalidade de propiciar ao
juiz a aplicação da lei ao caso concreto (NUCCI).
DOS PROCEDIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
DIREITO
1.1 PROCESSO X PROCEDIMENTO
b) Definição de procedimento:
É a forma de desenvolvimento do processo,
delimitando os caminhos a serem seguidos na
apuração judicial do caso penal; é o rito processual
(PACELLI);
É a sucessão, o ordenamento, a concatenação dos
atos processuais do processo (MIRABETE);
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
3
1 INTRODUÇÃO
DIREITO
1.1 PROCESSO X PROCEDIMENTO
b) Definição de procedimento:
É a sequência de atos definidos em lei (é matéria de
ordem pública) que devem ser realizados durante a
ação penal; é o modo pelo qual se desenvolve o
processo (NUCCI).
É o conjunto de normas reguladoras do processo ou
ainda o caminho (iter), itinerário que percorrem a
pretensão acusatória e a resistência defensiva
(AURY)
DOS PROCEDIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
DIREITO
1.1 PROCESSO X PROCEDIMENTO
Imaginemos uma bala (doce): o processo é o
conteúdo; o procedimento a embalagem.
(PACELLI)
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
2 CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS
O sistema procedimental do Processo Penal sofreu
mudanças consideráveis:
- Lei 11.689/08 (alterou o procedimento do júri)
- Lei 11.719/08 (alterou o procedimento comum).
O artigo 394 do CPP diz que :
“O procedimento será comum ou especial”.
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
4
DIREITO
2 CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS
Os procedimentos especiais são aqueles com
regras próprias, previstos para hipóteses legais
específicas.
Ex.: Lei Antidrogas, Júri, Crimes contra honra,
crimes cometidos por funcionários públicos, etc.
Já o procedimento comum é o rito padrão do
CPP, cabível quando não existir lei determinando a
adoção de procedimento especial.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
2 CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS
O procedimento comum são três segundo o CPP,
394, §1º:
Ordinário, quando a pena máxima abstrata
cominada for igual ou superior a 04 anos; (394, §1º, I)
Sumário, quando a pena máxima abstrata cominada
for inferior a 04 e superior a 02 anos; (394, §1º, II)
Sumaríssimo, no caso das infrações de menor
potencial ofensivo; ou seja, quando a pena máxima abstrata
cominada for inferior ou igual a 02 anos (inclusive
contravenção penal); (394, §1º, III c/c Lei 9.099/95, 61).
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
2 CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS
OBS.:
i) Para definição do procedimento em relação
aos crimes, leva-se em conta o montante da pena
máxima, e não sua espécie.
ii) Há, no entanto, procedimentos adotados em
certas ocasiões que por força de lei, não observam o
critério da pena máxima em abstrato (AVENA):
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
5
DIREITO
2 CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS
a) Estatuto do idoso (Lei 10.741/03, art. 94). Nos crimes em
que as penas não ultrapassam 04 anos aplica-se o
procedimento sumaríssimo.
b) Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06, art. 41): Não se aplica
o procedimento da Lei 9.099/05. Logo será aplicado o
procedimento comum ordinário ou sumário e
procedimento especial, conforme o caso;
c) Lei de Falência (Lei 11.101/05, art. 185): manda aplicar o
procedimento sumário (previsto antigamente nos arts. 531
a 540, hoje 531 a 536).
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
2 CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS
iii) As disposições dos arts. 395 a 397 do Código
aplicam-se a todos os procedimentos penais de
primeiro grau, porque são normas de generalidade
plena (GRECO FILHO).
DOS PROCEDIMENTOS
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
DIREITO
3.1 APLICAÇÃO
Para compreensão do procedimento comum
ordinário previsto no CPP, precisamos partir de duas
premissas:
a) sua aplicação:
pena máxima em abstrato igual/superior a 04
anos (e não cabimento de rito especial).
b) admissibilidade e instrução
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
6
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.1 Oferecimento da inicial: rejeição/recebimento
(395)
Haverá um juízo de prelibação onde o juiz rejeitará
ou receberá a inicial acusatória. (CPP, 395).
Temos a rejeição preliminar quando:
-Inicial for inepta;
- Houver ausência de condições da ação e
pressupostos processuais;
- Ausência de justa causa.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.1 Oferecimento da inicial: rejeição (395)
A rejeição preliminar da denúncia ou queixa
ocorrerá quando:
a) for manifestamente inepta: quando faltar os
requisitos essenciais do CPP, 41.
Inépcia: defeito formal grave.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.1 Oferecimento da inicial: rejeição (395)
b) faltarem pressupostos processuais ou condições
da ação:
b.1. Pressupostos processuais (são requisitos para
que o processo exista e seja válido).
Pressupostos de existência:
Propositura da demanda (aplicação do princípio da
demanda/inércia): é preciso que o Judiciário seja
provocado;
Órgão investido (aplicação do princípio da
investidura): o juiz tem que está investido na jurisdição.
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
7
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.1 Oferecimento da inicial: rejeição (395)
b.1. Pressupostos processuais
Pressupostos de validade:
Subjetivos:
1º) juiz capaz ou seja, competente e imparcial:
(capacidade objetiva – competência; capacidade subjetiva –
imparcialidade)
2º ) partes com capacidade para estar em juízo.
Objetivos:
Ausência de litispendência e coisa julgada;
originalidade da demanda; citação válida e regularidade
formal da peça acusatória.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.1 Oferecimento da inicial: rejeição (395)
b.2. Condições da ação: (são os requisitos
necessários para que a ação exista).
1ª) Genéricas:
•Legitimidade da parte/ad causam (APPI iniciado por
queixa;);
•Interesse de agir (a ação penal tem que ser
necessária, o que não ocorre se houver um furto de
uma agulha – princípio da insignificância; não há
utilidade para a sociedade um processo-crime pelo
furto de uma agulha);
•Possibilidade jurídica do pedido (o pedido de
condenação tem que ser possível – crime prescrito:
condenação impossível; condenação por adultério).
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.1 Oferecimento da inicial: rejeição (395)
b.2. Condições da ação: (são os requisitos
necessários para que a ação exista).
2ª) Específicas: (Ex.:)
• Representação da vítima na ação penal pública
condicionada;
• Requisição do Ministro da Justiça; (Ex.: CP, 141, I)
• Laudo de constatação provisória na Lei Antidrogas.
(LAD, 50/56);
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
8
DIREITO
3 PROCEDIMENTOCOMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.1 Oferecimento da inicial: rejeição (395)
b.2. Condições da ação: (LOPES Jr.).
CPP, 395 c/c 43
• Fumus comissi delicti
• Legitimidade
• Justa causa
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.1 Oferecimento da inicial: rejeição (395)
c) quando faltar justa causa: que é o fumus
comissi delicti (indícios de autoria, materialidade e não
extinção da punibilidade).
É “um lastro probatório mínimo que torne idônea a
imputação realizada na denúncia ou na queixa” (AVENA).
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.1 Oferecimento da inicial: rejeição (395)
Se não rejeitada a inicial o juiz a receberá, devendo
proferir decisão no prazo de 05 dias (800, I).
OBS.:
(i) Trata-se de uma decisão interlocutória.
(ii) Com o recebimento da inicial acusatória, temos
interrupção da prescrição (CP, 117, I).
(iii) Contra decisão que rejeita a inicial cabe RESE,
581, I.
(iv) O recebimento da inicial é irrecorrível. Contudo,
pode ser combatido por HC (647).
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
9
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.2 CITAÇÃO (396, 2ª parte)
Citação é o ato de comunicação processual que tem por
escopo dar ciência ao demandado do processo em curso do
teor da acusação e abrir prazo de 10 dias para resposta à
acusação.
OBS.:
Revelia: ocorre quando o acusado não atende ao chamado do juiz.
Se torna revel, é contumaz.
Efeitos: deixar de ser intimado dos atos processuais subsequentes,
exceto a sentença.
Ocorrência:
a) no júri, quando não comparecer a sessão de julgamento (CPP,
457)
b) em todo caso quando citado/intimado pessoalmente não
comparecer, sem motivo justificado; não comunicar ao juízo alteração de
residência. (CPP, 367)
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.2 CITAÇÃO (396, 2ª parte)
a) Citação real ou pessoal: é a citação que ocorre
através do oficial de justiça à pessoa do réu.
Pode ser: por mandado, precatória, rogatória,
carta de ordem.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.2 CITAÇÃO (396, 2ª parte)
Por mandado (351, ss): é a regra geral do CPP,
feita pelo oficial de justiça, que procura o acusado para
tomar conhecimento da acusação e para que ele,
pessoalmente, dê ciência no mandado.
Por precatória: quando o réu residir fora da
comarca distinta do juiz natural do processo.
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
10
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.2 CITAÇÃO (396, 2ª parte)
Por rogatória: a citação por carta rogatória ocorre
quando o réu estiver no exterior em lugar sabido, ou
quando a citação tiver que ser realizada em legações
estrangeiras.
Por carta de ordem: é feita nas hipóteses de
julgamento originário pelo Tribunal, quando o acusado
gozar de foro por prerrogativa da função. Nada mais é que
uma ordem ao juízo de 1ª instância da comarca onde reside
o acusado, para realizar a citação.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.2 CITAÇÃO (396, 2ª parte)
b) Citação ficta ou presumida:
Citação por hora certa (362): ocorre nos casos em
que o réu se oculta para não ser citado;
(analogia ao CPC, 252; Atenção ao “p.ú.”!).
Se não comparecer o juiz nomeia um defensor
dativo (362, parágrafo único).
Citação por edital: CPP, 363, §1º - Quando o acusado
não é encontrado: ocorre a citação por edital. O prazo de
15 dias. (361)
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.2 CITAÇÃO (396, 2ª parte)
b) Citação ficta ou presumida: Citação por edital:
OBS.:
Se o réu não comparece, nem constituir
advogado, o juiz deve suspender o processo e prazo
prescricional (CPP, 366).
Contagem do prazo: STJ, 415: O período de
suspensão do prazo prescricional é regulado pelo
máximo da pena cominada.
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
11
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.3 RESPOSTA (396-A)
Resposta à inicial acusatória é o primeiro
momento em que o acusado poderá alegar tudo o que
quiser na sua defesa.
Conforme §1º, a exceção será processada em
apartado, nos termos do CPP, 95, ss e 112.
Segundo o §2º: a defesa é obrigatória, sob pena
de nulidade absoluta, uma vez que o juiz nomeará
defensor com vistas dos autos, no prazo de 10 dias,
caso o réu não apresente a resposta.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.3 RESPOSTA (396-A)
OBS.:
(i) Por haver possibilidade do juiz absolver
sumariamente o acusado, convém a defesa já nessa
fase, adentrar no mérito antecipando a tese do réu
(AVENA).
(ii) TÁVORA/ALENCAR: a defesa deve tomar cuidar ao
expor a tese, pois se o juiz não absolver o réu, a
acusação já saberá a estratégia da defesa.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.4 ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (397)
Trata-se de uma antecipação do julgamento do
mérito penal, onde o magistrado se convence que é
caso de absolvição do réu. (TÁVORA/ALENCAR).
Em outras palavras, julgamento antecipado lide
penal. (RANGEL)
Ocorre quando o juiz verificar a presença de:
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
12
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.4 ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (397)
a) Manifesta excludente de ilicitude: nesse caso é exigido
certeza absoluta do juízo de que o acusado praticou o fato
debaixo de uma excludente de ilicitude; caso haja dúvidas, o juiz
não pode absolver e deve permitir a instrução probatória para
dirimi-la. (I)
b) Manifesta excludente de culpabilidade (salvo
inimputabilidade, que é caso de absolvição imprópria e aplicação
de medida de segurança – internação ou tratamento
ambulatorial): são elas: erro de proibição inevitável, coação
irresistível, embriaguez fortuita e completa. (II)
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.4 ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (397)
c) Fato atípico: ou seja, não há infração penal. Teríamos nesse
caso, um pedido impossível juridicamente falando. Ex.: incesto,
quando se pensava que era estupro (não é crime); furto de uma
agulha. (III).
d) Extinção da punibilidade (IV) (Ex.: morte do réu, prescrição).
Deve o juiz declarar nos autos, independente de um veredicto
absolutório.
OBS.:
(i)Dúvidas?
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.4 ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (397)
OBS.:
(ii) Recursos:
Contra a decisão que absolve o réu: cabe
apelação (593);
Se a decisão for de causa extintiva de
punibilidade: cabe RESE (581)
Contra a decisão que nega a absolvição sumária:
não cabe recurso, cabível, no entanto, HC (647);
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
13
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.5 Designação de audiência para inquirição (CPP, 399)
Nesta fase temos que o juiz está diante da
petição inicial acusatória que, não foi rejeitada
preliminarmente e que não precisa de julgamento
antecipado do mérito penal. (TÁVORA/ALENCAR)
Assim, juiz designa dia e hora para audiência
una.
É a aplicação do princípio da concentração dos
atos que decorre do princípio da oralidade.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.5 Designação de audiência para inquirição (CPP, 399)
OBS.:
(i) §1º O acusado preso será requisitado para comparecer
ao interrogatório, devendo o poder público providenciar sua
apresentação.
(ii) O CPP, 399, §2º, versa sobre o princípio da identidade
física do juiz.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.6 Fase de Instrução, debates e julgamento (CPP, 400)
Art.400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser
realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à
tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas
arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o
disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos
dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas,
interrogando-se, em seguida, o acusado.
O que ocorre na fase do CPP, 400?
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
14
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.6 Fase de Instrução, debates e julgamento (CPP, 400)
a) Declarações do ofendido: tomadas pelo juiz; o
MP e o defensor podem perguntar diretamente.
(analogia ao art. 212)
Admite-se condução coercitiva se houver ausência
do ofendido. No caso de ação penal privada o não
comparecimento injustificado implica perempção (CPP,
60, III).
Se o ofendido se sentir intimidado com a presença
do réu, admite-se videoconferência.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.6 Fase de Instrução, debates e julgamento (CPP, 400)
b) Oitiva das testemunhas de acusação, depois de
defesa:
Sistema do CPP, 212: exame “direct e cross
examination”; perguntas diretas e cruzadas.
O juiz trabalha como fiscal, se a pergunta for
impertinente ele impede a resposta pela testemunha.
OBS.:
Pelo CPP, 401: tanto a acusação quanto a defesa
podem arrolar 08 testemunhas para cada réu (e para cada
fato);
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.6 Fase de Instrução, debates e julgamento (CPP, 400)
c) Outras provas do caput do art. 400:
-Esclarecimentos do perito;
-Acareações;
-Reconhecimento de pessoas e coisas (nos moldes do CPP,
arts. 226 a 228)
OBS.:
(i) CPP, 159, §5º, I: para ouvir o perito em audiência ele deve ser
intimado com 10 dias de antecedência, e saber quais são os quesitos.
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
15
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.6 Fase de Instrução, debates e julgamento (CPP, 400)
d) Interrogatório do acusado:
Este ato foi deslocado para o final da instrução; há um
prestígio ao princípio da ampla defesa, uma vez que o réu só fala
em juízo após ter contato com o que foi apresentado em
audiência, tendo mais suporte para sua autodefesa.
(CPP 185 a 196).
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.6 Fase de Instrução, debates e julgamento (CPP, 400)
e) Após o interrogatório podemos ter duas
situações:
1º) Debates orais e sentença (inexistência de
requerimento ou indeferido):
Conforme o CPP, 403: temos debates orais em:
- 20min
- prorrogáveis por 10min.
Se houver mais de um acusado o prazo é contado de forma
individual para cada um.
O assistente tem o prazo de 10min.
Em seguida o juiz proferirá sentença.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.6 Fase de Instrução, debates e julgamento (CPP, 400)
e) Após o interrogatório podemos ter duas situações:
2º) Requerimento de diligências (“fase do art. 402”):
As diligências necessárias que se origine da instrução
poderão ser requeridas pelas partes ou poderão, caso o juiz as
repute imprescindíveis, ser determinadas de ofício, conforme
redação do art. 404 do CPP.
A audiência será concluída sem debates orais.
Neste caso, após a realização da diligência, teremos o prazo
de 05 dias para alegações finais por meio de memoriais.
O juiz sentenciará em 10 dias. (CPP, 404)
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
16
DIREITO
3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
3.2 Sequência de atos
3.2.6 Fase de Instrução, debates e julgamento (CPP, 400)
f) Situações de complexidade ou pluralidade de réus:
CPP, 403, §3º:
Substituição dos debates orais por memoriais em 05 dias.
Nesse caso o juiz em 10 dias deve proferir sentença.
§ 3o O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o
número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias
sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o
prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.
OBS.:
(i) Toda a audiência deve ser registrada em ata ou termo.
(405)
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
4 PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO
4.1 ADMISSIBILIDADE
Adota-se os artigos 395 a 397, já estudados.
procedimento sumário é aquele aplicado aos
crimes cuja pena máxima é superior a 02 anos e
inferior a 04 anos e ainda, que não haja previsão de
procedimento especial.
OBS.:
(i) Por força do CPP, 538, as infrações de menor potencial
ofensivo que são remetidas pelo JECRIM ao Juízo comum devem
adotar o procedimento sumário.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
4 PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO
4.2 Fase de Instrução, debates e julgamento (CPP, 531)
Art. 531. Na audiência de instrução e julgamento, a ser
realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias, proceder-se-á à
tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das
testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta
ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem
como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao
reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em
seguida, o acusado e procedendo-se, finalmente, ao debate.
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
17
DIREITO
4 PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO
4.2 Fase de Instrução, debates e julgamento (CPP, 531)
Prazo: 30 dias.
Testemunhas: CPP, 532: 05 (para cada réu). 
Tanto acusação quanto defesa.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
4 PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO
4.2 Fase de Instrução, debates e julgamento (CPP, 531)
4.2.1 Sequência de atos:
a) Declarações do ofendido;
b) Oitiva de testemunhas: primeiro acusação e depois
defesa (CPP, 212);
c) Outras provas: esclarecimentos do perito; acareações;
reconhecimento de pessoas e coisas, assistentes técnicos, etc.
(159, §5º, I);
d) Interrogatório do acusado;
e) Após o interrogatório, como no procedimento
ordinário: podemos ter duas situações:
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
4 PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO
4.2 Fase de Instrução, debates e julgamento (CPP, 531)
4.2.1 Sequência de atos:
1ª) Debates orais e sentença (CPP, 534):
Se não houver requerimento de diligências (ou se indeferidas)
depois de realizado, os debates no prazo de 20min, prorrogáveis por
mais 10min, o juiz proferirá sentença.
2ª) Requerimento de diligências (535) ou de ofício: quando
imprescindível.
Art. 535. Nenhum ato será adiado, salvo quando
imprescindível a prova faltante, determinando o juiz a condução
coercitiva de quemdeva comparecer.
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
18
DIREITO
4 PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO
4.2 Fase de Instrução, debates e julgamento (CPP, 531)
4.2.1 Sequência de atos:
OBS.:
(i) No procedimento sumário é possível alegações finais
por meio de memoriais, muito embora o CPP não contemple
expressamente.
A aplicação é por analogia ao procedimento ordinário;
A Doutrina/Jurisprudência admitem os memoriais,
porque aumenta o prazo para a defesa.
Não há nulidade!
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O Juizado Especial Criminal - JECRIM, previsto na
CF, art. 98, foi instituído com competência para
processar as infrações penais de menor potencial
ofensivo, na forma da lei.
As infrações de menor potencial ofensivo são: as
contravenções penais e os crimes cuja pena máxima
não supere 02 anos, com ou sem multa cumulada. (art.
61)
OBS.: Aplicam-se ao rito do JECRIM os critérios da
celeridade, oralidade, informalidade, economia
processual. (62).
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O rito do JECRIM, para fins de estudo pode ser
dividido em duas fases:
a) preliminar (policial e judicial)
b) procedimento sumaríssimo.DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
19
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.2 FASE PRELIMINAR
5.2.1 FASE POLICIAL (Lei 9.099/95, 69: lavratura de TC)
Pelo artigo 69 da Lei, o delegado deve lavrar TC
em vez de IP.
Se for caso para lavratura de TC a autoridade
policial não pode instaurar IP (porque não tem
discricionariedade).
Esta é a posição do STF. Cabe HC para trancar o
Inquérito Policial.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.2 FASE PRELIMINAR
5.2.1 FASE POLICIAL (Lei 9.099/95, 69: lavratura de TC)
Há casos que se instaura o IP para crimes de
menor potencial ofensivo, como por exemplo, quando
não se tem autoria, ou quando há dúvida da infração
cometida.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.2 FASE PRELIMINAR
5.2.1 FASE POLICIAL (Lei 9.099/95, 69: lavratura de TC)
5.2.1.1Conteúdo do TC:
O TC é um procedimento simples que deve
conter qualificação dos envolvidos e das testemunhas;
resumo das versões; requisição de exames periciais;
termo de compromisso.
OBS.: O autor do fato, flagrado na prática de infração
de menor potencial, deve se comprometer a
comparecer no JECRIM, para não ser preso em
flagrante.
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
20
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.2 FASE PRELIMINAR
5.2.2 FASE JUDICIAL (72 a 76)
Nesta fase preliminar busca-se a reparação de
danos ou a aplicação direta de “pena alternativa”.
Está prevista nos arts. 72 a 76.
Busca-se a composição civil ou transação penal.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.2 FASE PRELIMINAR
5.2.2 FASE JUDICIAL (72 a 76)
5.2.2.1 Composição civil (Lei 9.099/95, 72/74)
a) Audiência preliminar (72): devem estar
presentes o autor do fato (e o responsável civil – CC,
927/932), a vítima, acompanhados do advogado e o
membro do MP, o juiz explicará sobre a composição
dos danos civis e buscará uma conciliação (mediante
indenização ou retratação), além de informar da
possibilidade de aplicação imediata de pena não PPL.
Pode ser feita por conciliador – 73.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.2 FASE PRELIMINAR
5.2.2 FASE JUDICIAL (72 a 76)
5.2.2.1 Composição civil (Lei 9.099/95, 72/74)
b) Ocorrência de Acordo:
Existindo acordo o juiz o homologará.
A sentença é irrecorrível e servirá como título
executivo judicial (Lei, 74 e CPC, 475-N);
OBS.:
Art. 74, § ún.: se a infração for de ação penal
privada ou condicionada à representação, o acordo civil
equivale à renúncia e gera extinção da punibilidade.
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
21
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.2 FASE PRELIMINAR
5.2.2 FASE JUDICIAL (72 a 76)
c) Não ocorrência de composição civil (75)
Se for ação penal condicionada (após ratificação
da representação – art. 75) ou incondicionada:
MP pode propor transação penal, segundo art.
76.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.2 FASE PRELIMINAR
5.2.2 FASE JUDICIAL (72 a 76)
c) Não ocorrência de composição civil (75)
Se ação penal privada: o juiz deve advertir que o
ofendido deve oferecer queixa-crime antes do decurso
do prazo decadencial (admite-se na própria audiência,
na forma oral).
O prazo é de 06 meses a contar do conhecimento
da autoria do fato.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.2 FASE PRELIMINAR
5.2.2 FASE JUDICIAL (72 a 76)
5.2.2.2 Transação Penal (76)
É uma antecipação de medida (“pena
alternativa”) para que o autor do fato evite o processo.
a) Cabimento: Segundo a Lei só cabe transação
na ação penal pública (condicionada /incondicionada).
OBS.: (i) a doutrina e a jurisprudência entendem que é cabível
transação na ação penal privada (STJ). Neste caso, quem faz a
proposta é própria vítima/representante legal.
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
22
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.2 FASE PRELIMINAR
5.2.2 FASE JUDICIAL (72 a 76)
5.2.2.2 Transação Penal (76)
(ii) Para o MP existe um poder/dever: Súmula
696, STF. Se o MP não fizer a proposta, o juiz não
poderá fazer de ofício, por isso aplicará, por analogia, o
CPP, 28. (Súmula 696, STF)
(iii) A vítima/representante legal tem
discricionariedade, i.e., não está obrigada a propor a
transação.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.2 FASE PRELIMINAR
5.2.2 FASE JUDICIAL (72 a 76)
5.2.2.2 Transação Penal (76)
b) Requisitos: Lei 9.099/95, 76, caput e §2.º:
•Não seja caso de arquivamento;
•Inexistência de condenação definitiva por PPL;
•Não concessão do benefício ao autor, nos
últimos 05 anos;
•Bons antecedentes.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.2 FASE PRELIMINAR
5.2.2 FASE JUDICIAL (72 a 76)
5.2.2.2 Transação Penal (76)
c) Proposta:
Multa e PRD (CP, 43): Lei 9.099/95, 76, §1º.
Aceita a proposta pelo autor do fato e seu
defensor, ocorre a homologação pelo juiz, nos termos
do art. 76, §4º.
A homologação da transação não gera: 1º)
reincidência; 2º) antecedentes criminais; 3º) efeitos civis.
Contudo, 4º) impede novo benefício no prazo de 05 anos.
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
23
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.2 FASE PRELIMINAR
5.2.2 FASE JUDICIAL (72 a 76)
5.2.2.2 Transação Penal (76)
d) Recurso: da sentença da homologação cabe:
apelação. (76, §5º).
Se o juiz não homologar não há previsão na Lei. A
doutrina entende que cabe apelação por analogia.
Também há entendimento pelo cabimento de
HC/MS.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.2 FASE PRELIMINAR
5.2.2 FASE JUDICIAL (72 a 76)
5.2.2.2 Transação Penal (76)
e) Descumprimento da transação:
Prevalece o entendimento que o MP deve oferecer
denúncia e buscar a condenação do infrator. (STF, STJ).
No caso de descumprimento de multas ou PRDs em
razão da transação, a solução será o desencadeamento da
ação penal (RIOS/GONÇALVES).
SV, 35: A homologação da transação penal prevista
no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada
material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a
situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a
continuidade da persecução penal mediante oferecimento
de denúncia ou requisição de inquérito policial.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.3 PROCEDIMENTO
5.3.1 CABIMENTO
Aplica-se o procedimento sumaríssimo quando
não houver composição civil, nem transação penal,
para as infrações de menor potencial ofensivo. (77)
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
24
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.3 PROCEDIMENTO
5.3.2 SEQUÊNCIA DE ATOS (77, caput e 77, §3º)
a) denúncia ou queixa-crime na forma oral (77):
A inicial será reduzida a termo.
OBS.:
(i) Segundo o artigo 34 se admite até 03 testemunhas.
(ii) Art. 77, §§ 2º e 3º: se complexidade ou circunstância não
permitirem a denúncia/queixa o caso será encaminhado para
juízo comum (art. 66, parágrafo único), onde seguirá o
procedimento sumário, sendo possível a composição e
transação. (CPP, 538)
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.3 PROCEDIMENTO
5.3.2 SEQUÊNCIA DE ATOS (77, caput e 77, §3º)
b) Citação/Intimação:
Artigo 78, oferecida a inicial, esta é reduzida a termo,
sendo entregue cópia ao acusado que será citado e
intimado em tal momento para audiência de instrução e
julgamento, designada pelo juiz.
Se o acusado não estiver presente será citado nos
termos do artigo 66 (Lei 9.099/95, 78,§1º).
Essa citação é pessoal (por mandado).
Se não for o acusado achado os autos são
encaminhados ao juízo comum para seguir o procedimento
sumário, uma vez que não existe citação por edital no
JECRIM.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.3 PROCEDIMENTO
5.3.2 SEQUÊNCIA DE ATOS (77, caput e 77, §3º)
c) Prova da defesa:
A defesa,segundo o art. 78, §1º, deve apresentar
as testemunhas ou indicá-las para intimação com pelo
menos 05 dias de antecedência. (Se tiver documentos
para juntar, aplica-se o CPP, 238.)
d) Audiência una: ou seja, numa única audiência
teremos a instrução, os debates e julgamentos (79 a
83)
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
25
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.3 PROCEDIMENTO
5.3.2 SEQUÊNCIA DE ATOS (77, caput e 77, §3º)
d) Audiência una:
Na audiência, há a possibilidade de nova
tentativa de composição civil ou transação penal (79,
caput).
Não ocorrendo, a defesa deve provocar o juiz
sobre as matérias do CPP, 395 e 397;
(rejeição/absolvição).
Só então o juiz: deve rejeitar ou receber a inicial.
Da rejeição cabe apelação em 10 dias.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.3 PROCEDIMENTO
5.3.2 SEQUÊNCIA DE ATOS (77, caput e 77, §3º)
d) Audiência una:
Recebida a denúncia/queixa, teremos a
instrução:
1º) oitiva da vítima.
2º) inquirição das testemunhas (acusação e depois de
defesa; aplica-se o CPP, 212);
3º) interrogatório do acusado (CPP, 185 e ss);
4º) debates orais: acusação depois defesa.
5º) Sentença:
A sentença é proferida no termo de audiência e
dispensa relatório (81, §3º).
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.3 PROCEDIMENTO
5.3.2 SEQUÊNCIA DE ATOS (77, caput e 77, §3º)
d) Audiência una:
OBS.:
(i) A lei não estabelece o tempo. Utiliza-se por isso, o rito
sumário (534), por analogia: 20min para cada parte
(prorrogáveis por mais 10min).
(ii) A Lei 9.099/95, 81, §2º exige breve resumo dos debates
(não há memoriais).
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
26
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.3 PROCEDIMENTO
5.3.3 RECURSOS
1º) Lei 9.099/95, 82, caput: Apelação (caberá da
rejeição da inicial e sentença) para a Turma Recursal. O
prazo é de 10 dias;
2º) Lei 9.099/95, 83: Embargos de Declaração
(quando houver obscuridade, contradição, omissão ou
dúvida). O prazo é de 05 dias (83, 1º). Contra sentença
os embargos suspendem o prazo para recurso.
OBS. Art. 83, §3º, cabe correção de erros materiais de
ofício.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.3 PROCEDIMENTO
5.3.3 RECURSOS
3º) outros recursos:
•RESE
•RE
•RC, HC, MS
Os recursos advindos do JECRIM são julgados por
TURMAS RECURSAIS (composta de 03 juízes de 1ª
grau).
DOS PROCEDIMENTOS
Avena
DIREITO
20/10/2017
27
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.4 SUSPENSÃO DO PROCESSO (SURSIS PROCESSUAL)
5.4.1 CONCEITO: (Lei 9.099/95, 89)
Trata-se de “transação processual” entre
MP ou ofendido/representante legal e o
acusado pelo qual os primeiros abrem mão de
uma condenação criminal mediante aceitação e
cumprimento, pelo acusado, de certas condições
durante prazo fixado pelo juiz, findo o qual, não
revogado o benefício, extingue-se a
punibilidade.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.4 SUSPENSÃO DO PROCESSO (SURSIS PROCESSUAL)
5.4.2 NATUREZA JURÍDICA
Natureza híbrida, porque há conteúdo penal e
processual ao mesmo tempo.
Quando o juiz homologa a sursis processual
suspende o processo (direito instrumental) e ao final
extingue a punibilidade (direito material).
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.4 SUSPENSÃO DO PROCESSO (SURSIS PROCESSUAL)
5.4.3 CABIMENTO
Cabe para toda infração cuja pena mínima abstrata
seja igual ou inferior a 01 ano.
OBS.:
a) Agravantes/atenuantes: STJ, 231, não são
levadas em consideração.
b) Qualificadoras: são consideradas.
c) Causa de aumento/diminuição de pena: são
consideradas.
Na sursis processual considera-se o aumento
mínimo e diminuição máxima.
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
28
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.4 SUSPENSÃO DO PROCESSO (SURSIS
PROCESSUAL)
5.4.3 CABIMENTO
d) Concurso crimes: STJ, 243, STF, 723. Só é possível
no concurso se os crimes tiverem pena mínima de 06
meses. Não pode ultrapassar 01 ano.
e) Infração de menor potencial: é possível a
suspensão processual, inclusive para contravenção. Deve-se
constar que foi oferecida a transação e o réu não quis. Há a
preclusão consumativa (STJ)
f) Crimes do Tribunal do Júri: admite-se a suspensão.
g) Cabe em crimes de ação penal privada. STJ, HC
60933: a legitimidade para a proposta é do querelante.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.4 SUSPENSÃO DO PROCESSO (SURSIS PROCESSUAL)
5.4.4 PROPOSTA
a) Iniciativa: MP (STF, 696) e o querelante (STJ).
b) Momento: na propositura da ação.
Pela súmula STJ, 337 a qualquer momento pode
se dar oportunidade para a suspensão do processo.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.4 SUSPENSÃO DO PROCESSO (SURSIS PROCESSUAL)
5.4.4 PROPOSTA
c) Requisitos:
1º) recebimento da denúncia;
2º) pena igual/inferior a 01 ano;
3º) o acusado não pode está sendo processado;
4º) não pode ter sido condenado - recincidência.
(Aplica-se o CP, 64, I);
5º) condições pessoais favoráveis (CP, 77);
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
29
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.4 SUSPENSÃO DO PROCESSO (SURSIS PROCESSUAL)
5.4.4 PROPOSTA
d) Condições:
1ª) Obrigatórias: (Lei 9.099/95, 89, §1º)
I – reparação do dano, salvo impossibilidade de
fazê-lo;
II – proibição de frequentar determinados lugares;
III – proibição de ausentar-se da comarca onde
reside, sem autorização do Juiz;
IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,
mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.4 SUSPENSÃO DO PROCESSO (SURSIS PROCESSUAL)
5.4.4 PROPOSTA
d) Condições:
2ª) Facultativas:(Lei 9.099/95, 89, §2º).
O Juiz poderá especificar outras condições a que
fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao
fato e à situação pessoal do acusado.
STJ, HC 98.989: admitiu o “toque de recolher”.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.4 SUSPENSÃO DO PROCESSO (SURSIS
PROCESSUAL)
5.4.5 PROCESSAMENTO
a) Oferecimento da proposta
- Ocorre com a denúncia;
OBS.: Momento posterior:
-em casos de desclassificação (STJ, 337);
-procedência parcial da acusação;
-emendatio e mutatio libelli;
-desclassificação do júri;
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
30
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.4 SUSPENSÃO DO PROCESSO (SURSIS PROCESSUAL)
5.4.5 PROCESSAMENTO
b) Audiência:
Acusado e defensor
b.1) não aceita: o processo segue (Lei 9.099/95, 89,
§7º)
b.2) aceita: (Lei 9.099/95, 89, §1º): período de
provas.
b.3) suspensão da prescrição, Lei 9.099/95, 89, §6º.
c) Homologação:
Recurso: Segundo o STJ, cabe RESE, por analogia ao
CPP, 581, XI.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.4 SUSPENSÃO DO PROCESSO (SURSIS PROCESSUAL)
5.4.6 CUMPRIMENTO
a) Fiscalização: é feita pelo juízo processante.
STJ, CC 83.613, CC, 90.339
b) Revogação:
b.1 obrigatória: Lei 9.099/95, 89, §3º.
A suspensão será revogada se, no curso do
prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro
crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a
reparação do dano.
DOS PROCEDIMENTOS
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.4 SUSPENSÃO DO PROCESSO (SURSIS PROCESSUAL)
5.4.6 CUMPRIMENTO
b) Revogação:
b.2 facultativa: Lei 9.099/95 ,89, §4º.
A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier
a ser processado, no curso do prazo, por
contravenção, ou descumprir qualquer outra
condição imposta.
c) Não revogação: extingue a punibilidade, Lei
9.099/95, 89,§5º.
DOS PROCEDIMENTOS
20/10/2017
31
DIREITO
5 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO
5.4 SUSPENSÃO DO PROCESSO (SURSIS PROCESSUAL)
5.4.6 CUMPRIMENTO
5.4.6.1 Efeitos:
a) não gera reincidência;
b) não gera antecedentes;
c) não gera efeitos civis;
d) possibilitaoutra sursis processual.
Não pode constar como antecedente na folha de
antecedentes do beneficiado.(STF,HC 87.454)
DOS PROCEDIMENTOS
CURSO: Direito
DISCIPLINA: Processo Penal-II
UNIDADE – IV
TRIBUNAL DO JÚRI
Prof. Esp. Júlio Ugalde
julio.ugalde@uniron.edu.br
I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
DIREITO
1 PRINCÍPIOS
Para estudarmos o procedimento do júri é
necessário conhecer o Tribunal do Júri, sua instituição,
princípios constitucionais, características.
Como ponto de partida do estudo, temos a CF,
Art. 5º, XXXVIII, que institui o júri e menciona 04
princípios.
O CPP trata do Júri nos Arts. 406 a 497.
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
32
I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
DIREITO
1 PRINCÍPIOS
1.1) PLENITUDE DE DEFESA (CF, 5º, XXXVIII,
“a”)
Por este princípio é assegurado no Tribunal do
Júri a plena defesa, i.e., uma defesa com maior eficácia,
disponibilizando-se um número maior de meios e
recursos para seu exercício.
A plena defesa é repleta, completa, absoluta,
cabal, perfeita; abrange a ampla defesa. (NUCCI)
TRIBUNAL DO JÚRI
I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
DIREITO
1 PRINCÍPIOS
1.1) PLENITUDE DE DEFESA
Reflexos:
1º) Liberdade de argumentação: permite argumentos
metajurídicos:o advogado pode apelar para o sentimento.
2º) O juiz-presidente deve submeter aos jurados as
teses alegadas pela defesa técnica e pela autodefesa, ainda que
contraditórias (CPP, 482, parágrafo único, parte final).
3º) O juiz-presidente deve dissolver o Conselho de
Sentença se verificar que o réu se encontra indefeso. (CPP,
497,V)
4º) Quesito obrigatório: “o jurado absolve o
acusado?”: (483)
TRIBUNAL DO JÚRI
I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
DIREITO
1 PRINCÍPIOS
1.2) SIGILO DAS VOTAÇÕES (CF, 5º, XXXVIII,
“b”)
Por este princípio temos que o jurado não pode
fundamentar o seu voto, pois atua no sistema da íntima
convicção.
Justificativa do sigilo: interesse de resguardar
a liberdade de consciência do jurado.
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
33
I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
DIREITO
1 PRINCÍPIOS
1.2) SIGILO DAS VOTAÇÕES (CF, 5º, XXXVIII,
“b”)
O CPP dispõe sobre os instrumentos para
garantia o sigilo da votação:
Sala especial.(485).
Não viola a CF, 93, pois esta regra não se aplica a
votação do Tribunal do Júri por questão de
especialidade.
O Tribunal do Júri tem regra especial que afasta a
incidência do art. 93, IX, CF no tocante a votação.
TRIBUNAL DO JÚRI
I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
DIREITO
1 PRINCÍPIOS
1.2) SIGILO DAS VOTAÇÕES (CF, 5º, XXXVIII,“b”)
Incomunicabilidade (466, §1º): impede o
jurado de manifestar a sua opinião acerca do processo.
Se o jurado fizer isso dará causa a anulação do
julgamento. O juiz terá que dissolver o Conselho de
Sentença; esta incomunicabilidade proíbe os jurados de
conversarem com outras pessoas sobre o processo.
TRIBUNAL DO JÚRI
I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
DIREITO
1 PRINCÍPIOS
1.2) SIGILO DAS VOTAÇÕES (CF, 5º, XXXVIII,“b”)
Votação Unânime: 07 jurados participam do
julgamento, mas este não exige unanimidade de votos.
O júri julga por maioria.
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
34
I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
DIREITO
1 PRINCÍPIOS
1.3) SOBERANIA DOSVEREDICTOS (CF, 5º, XXXVIII,“c”)
Consiste na impossibilidade de os juízes
togados se substituírem aos jurados na decisão
da causa. O mérito de um crime de competência do
Júri é atribuição dos juízes leigos (MARQUES).
Em outras palavras, o juiz togado (Presidente do Júri
ou Presidente do TJ) jamais pode sobrepor o seu
entendimento sobre o do Júri. (STF, HC 85.904-SP, Rel.
Min. Joaquim Barbosa)
TRIBUNAL DO JÚRI
I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
DIREITO
1 PRINCÍPIOS
1.3) SOBERANIA DOS VEREDICTOS (CF, 5º, XXXVIII,
“c”)
OBS.:
A soberania dos veredictos não é um princípio absoluto. É
mitigada no caso de:
a) Absolvição sumária (415, CPP):
A exceção é justificável porque a absolvição
exige prova cabal da inocência do acusado.
O juiz de direito só pode julgar o mérito se o
fizer a favor do réu em casos claros de absolvição e
isto, se alinha ao princípio da plenitude de defesa.
TRIBUNAL DO JÚRI
I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
DIREITO
1 PRINCÍPIOS
1.3) SOBERANIA DOS VEREDICTOS (CF, 5º, XXXVIII,
“c”)
b) Revisão Criminal (621 e ss, CPP):
É a ação rescisória de coisa julgada penal, cabível
apenas em favor do réu; se alinha ao princípio da
plenitude de defesa.
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
35
I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
DIREITO
1 PRINCÍPIOS
1.3) SOBERANIA DOSVEREDICTOS (CF, 5º, XXXVIII,“c”)
OBS.:
CPP, 593, III, “d”: (apelação contra decisões do
Júri).
O CPP por força da soberania dos veredictos faz
restrições a este recurso:
•a apelação só será provida se a decisão for
arbitrária;
•se o recurso for provido, o Tribunal mandará o réu a
novo júri; Portanto, o TJ não pode alterar o
veredicto;
•com fundamento na letra “d” só cabe uma única
apelação.
TRIBUNAL DO JÚRI
I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
DIREITO
1 PRINCÍPIOS
1.4) COMPETÊNCIA PARA JULGAR OS CRIMES
DOLOSOS CONTRA VIDA (COMPETÊNCIA MÍNIMA,
(CF, 5º, XXXVIII,“d”)
Trata-se de competência mínima porque não pode
ser reduzida (suprimida). Contudo pode ser ampliada,
nos termos da Lei.
Crimes dolosos contra a vida: são os crimes
previstos no CP, 121 a 127 (consumados ou tentados).
TRIBUNAL DO JÚRI
I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
DIREITO
1 PRINCÍPIOS
1.4) COMPETÊNCIA PARA JULGAR OS CRIMES DOLOSOS
CONTRA VIDA (COMPETÊNCIA MÍNIMA, (CF, 5º, XXXVIII,
“d”)
OBS.:
i) Latrocínio não é crime de competência do Tribunal do
Júri, mas do juiz singular. (Súmula 603 STF).
ii) Genocídio (Lei nº 2.889/56,) não é de competência do
Júri. Segundo o STJ é julgado pelo juiz singular da Justiça
Federal.
iii)O CPP, art. 78, I, amplia a competência do Júri para
além dos crimes dolosos a vida.
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
36
II – ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1 ÓRGÃO DO PODER JUDICIÁRIO
Muito embora o Tribunal do Júri esteja previsto
no art. 5º (direitos e garantias) e não conste no rol do
art. 92 da CF, ele pertence à Justiça Comum (estadual
ou federal): CF, 109 e 125.
Vale lembrar que é órgão com competência para
julgar os crimes dolosos contra vida e os conexos
(art. 78, I); sua decisão pode ser atacada por meio da
apelação; além do mais é órgão é composto por juiz
togado, além dos leigos.
TRIBUNAL DO JÚRI
II – ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2 CARACTERÍSTICAS DO TRIBUNAL DO
JÚRI
a) Colegiado: é composto de 26 membros: 01 juiz
de direito (juiz-presidente) e 25 jurados (juízes leigos – CPP,
433).
b) heterogêneo: possui juiz de direito e juízes
leigos.
c) temporário: os 25 jurados são renovados a cada
período de tempo, chamado de REUNIÃO PERIÓDICA.
d) horizontal: não há hierarquia entre os juízes
integrantes.
TRIBUNAL DO JÚRI
II – ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
3 PROCEDIMENTO DE ESCOLHA DOS
JURADOS
O recrutamento de jurados incumbe ao juiz-
presidente,conforme artigo 425 do CPP.
a) lista geral provisória: deve ser publicada até
10/10 de cada ano no Diário de Justiça e porta do
Fórum. (art. 426)
b) lista geral definitiva: publicada até 10/11 (426,
§1º). O intervalo é para possibilitar impugnação,
feita por qualquer pessoa.
O impugnante não é intimado, logo só saberá
se a pessoa foi excluída se ler a lista definitiva.
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
37
II – ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
3 PROCEDIMENTO DE ESCOLHA
DOS JURADOS
c) sorteio dos 25 jurados (CPP, 432): os nomes são
escritos em cédulas e postos numa urna geral, cuja
chave fica em poder do juiz.
Entre o 15º dia e 10º útil antecedente à
instalação da reunião é realizado o sorteio dos 25
jurados pelo juiz.
Deve ocorrer em AUDIÊNCIA PÚBLICA com a
participaçãodo MP, Defensoria Pública, advogado
indicado pela secção local da OAB (426, §3º).
TRIBUNAL DO JÚRI
II – ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
3 PROCEDIMENTO DE ESCOLHA DOS
JURADOS
d) convocação (434): os jurados são convocados via
correio ou outro meio hábil.
O cidadão convocado que não comparecer
estará sujeito a multa de 01 a 10 salários. (CPP, 436.
§2º).
Para que o júri possa se realizar é necessário a
presença de pelo menos 15 jurados.
TRIBUNAL DO JÚRI
II – ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
4 REQUISITOS PARA SER JURADO (436)
a) cidadão (nato/naturalizado; no gozo
dos direitos políticos).
b) maior de 18 anos.
c) notória idoneidade (verificação de
antecedentes).
d) alfabetizado (480, §3º).
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
38
II – ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
5 ISENÇÕES (437)
O artigo 437 dispõe sobre as isenções obrigatórias e facultativas.
a) obrigatórias:
•agentes políticos.
•servidores que atuam na justiça.
•autoridades policiais, servidores da polícia e da
segurança pública.
b) facultativa a critério do jurado: maior de 70 anos que
requerer dispensa.
c) facultativa a critério do juiz: qualquer pessoa que
demonstre justo impedimento (trata-se de uma causa genérica).
TRIBUNAL DO JÚRI
II – ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
5 ISENÇÕES (437)
OBS.: ESCUSA DE CONSCIÊNCIA (438)
Segundo o art. 437, o júri é obrigatório, mas há uma
ressalva: a escusa de consciência conforme previsão do art. 438.
(CF, 5º,VIII e 15,V; CPP, 438)
a) se a recusa ao júri for por convicções: política;
religiosa; filosófica: há o dever de prestar serviço alternativo
social (438, §1º).
b) duração: com base nos critérios da
proporcionalidade e razoabilidade. Reunião periódica de 01 mês
(equivalente a 08 sessões do júri).
(i) ocorre a suspensão dos direitos políticos
enquanto o cidadão não cumprir a obrigação. CF, 15, IV.
TRIBUNAL DO JÚRI
II – ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
6VANTAGENS (439/440)
O júri constituem serviço público relevante e o
fato do cidadão exercer efetivamente tal serviço, i.e.,
figurar entre os 25 jurados, lhe dá as seguintes
vantagens:
a) direito a prisão especial (295,X).
b) presunção de idoneidade moral.
c) preferência nas licitações, promoções,
concursos públicos, se houver igualdade de condições.
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
39
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
O procedimento do Júri, como já mencionamos, é
especial, pois contém regras específicas.
É um procedimento escalonado com duas fases:
1ª) sumário da culpa ou juízo de
admissibilidade (judicium accusationis – onde é
verificado se a acusação é admissível; guarda
semelhança com o rito ordinário);
TRIBUNAL DO JÚRI
III– PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2º) juízo da causa (judicium causae – julgamento
do mérito pelos jurados sob a presidência do juiz
togado; ocorre quando o acusado é pronunciado).
OBS.: Segundo NUCCI, entre o juízo de admissibilidade e o da
causa, há outra fase: preparação do processo para julgamento em
plenário. Esta se inicia após o trânsito em julgado da pronúncia e
se estende até o momento da instalação da sessão plenária.
TRIBUNAL DO JÚRI
III– PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1 SUMÁRIO DA CULPA / JUÍZO DE
ADMISSIBILIDADE
O sumário da culpa é previsto nos artigos
406 a 421 do CPP.
Os atos são semelhantes aos do
procedimento comum ordinário, mas em artigos
próprios.Vejamos:
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
40
III– PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1 SUMÁRIO DA CULPA / JUÍZO DE
ADMISSIBILIDADE
1.1. SEQUÊNCIA DE ATOS
1) Oferecimento da denúncia/queixa subsidiária → 2) 
Juiz recebe (despacho preliminar) → 3) citação → 4) 
resposta escrita → 5) réplica da acusação → 6) 
audiência una (instrução; debates orais; julgamento)
TRIBUNAL DO JÚRI
III– PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1 SUMÁRIO DA CULPA / JUÍZO DE
ADMISSIBILIDADE
1.1. SEQUÊNCIA DE ATOS
a) Recebimento: o juiz primeiro recebe a
denúncia/queixa, depois ordena a citação, nos termos do art.406.
Para o recebimento o juiz deve analisar o art. 41 (e 395).
b) Citação: pessoal ou real; ficta ou presumida.
Se realizada por edital o réu não comparecer nem o
defensor constituído, aplica-se o art. 366.
c) Resposta:
Após a citação corre prazo de 10 dias para a resposta
escrita (também chamada de defesa prévia).
TRIBUNAL DO JÚRI
III– PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1 SUMÁRIO DA CULPA / JUÍZO DE
ADMISSIBILIDADE
1.1. SEQUÊNCIA DE ATOS
c) Resposta:
OBS.: (i) Se o réu não apresentar a resposta no prazo estipulado, o
juiz nomeará defensor dativo para, em 10 dias, realizar a defesa
(408).
(ii) Réplica da acusação (409): manifestação do MP/querelante
sobre preliminares e documentos. (Prazo de 05 dias).
(iii) Audiência de instrução no prazo máximo de 10 dias. (410)
(iv) As exceções (defesas indiretas oferecidas por qualquer das
partes, com o fim de resolver questão processual relevante) serão
processadas em apartados (407)
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
41
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO 
JÚRI
DIREITO
1 SUMÁRIO DA CULPA / JUÍZO DE
ADMISSIBILIDADE
1.1. SEQUÊNCIA DE ATOS
d) Audiência una (411): é uma audiência de instrução
e julgamento; concentrada, semelhante ao
procedimento ordinário.
•Instrução (oitivas do ofendido, se possível; testemunhas – 1º
acusação, depois defesa – máximo 08, art. 406, §§ 2º e 3º);
•Outras provas do 411, como esclarecimentos dos peritos,
reconhecimentos de coisa, etc.;
•Interrogatório do acusado nos termos do art. 185 e ss;
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO 
JÚRI
DIREITO
1 SUMÁRIO DA CULPA / JUÍZO DE
ADMISSIBILIDADE
1.1. SEQUÊNCIA DE ATOS
d) Audiência una (411):
•Debates orais: 20min + 10min (411, §4º); existindo
assistente de acusação este terá 10min (411, §6º).
•Julgamento: sentença prolatada na hora ou no
prazo de 10 dias, sendo os autos conclusos ao juiz
(411,§9º).
OBS.:
(i) Ao final da instrução o juiz pode aplicar o 384.
TRIBUNAL DO JÚRI
III– PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1 SUMÁRIO DA CULPA / JUÍZO DE
ADMISSIBILIDADE
1.2. CONCLUSÃO DO SUMÁRIO DA CULPA
O juiz pode encerrar o sumário da culpa decidindo pela:
a) Pronúncia (413).
b) Impronúncia (414).
c) Absolvição sumária (415).
d) Desclassificação (419).
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
42
III– PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1.2. CONCLUSÃO DO SUMÁRIO DA CULPA
1ª) PRONÚNCIA (413)
a) Conceito: é decisão que declara admissível a
acusação perante o Tribunal do Júri.
b) natureza jurídica: é decisão interlocutória mista não
terminativa, logo é atacada pelo RESE (581, IV).
Na sua estrutura o juiz deve observar os requisitos do
CPP, 381; deve conter relatório, fundamentação e dispositivo.
c) Pressupostos:
•existência de prova da materialidade delitiva
•indícios de autoria/participação
Em outras palavras: certeza do fato e probabilidade da
autoria/participação.
TRIBUNAL DO JÚRI
III– PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1.2. CONCLUSÃO DO SUMÁRIO DA CULPA
1ª) PRONÚNCIA (413)
OBS.:
(i) Vigora o princípio do in dubio pro societate, válido perante
a dúvida da autoria/participação. Quanto a materialidade é
necessária a prova do crime (i.e., certeza); se houver dúvida o juiz
deverá impronunciar o réu.
(ii) Requisitos da fundamentação:(413,§1º)
•indicação da materialidade e indícios suficientes de
autoria/participação. O juiz não pode analisar o mérito, uma vez
que este é da competência dos jurados (Tribunal do Júri); se
houver análise profunda a decisão é nula.
•O juiz deve analisar as teses de acusaçãoe defesa com “linguagem
comedida” (singela; discreta), de modo que não influencie os
jurados.
TRIBUNAL DO JÚRI
III– PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1.2. CONCLUSÃO DO SUMÁRIO DA CULPA
1ª) PRONÚNCIA (413)
d) efeitos:
1º) Submeter o réu a julgamento peloTribunal do Júri;
2º) Fixar a classificação jurídica do fato: tipo penal,
qualificadoras e causas de aumento.
3º) Manutenção, revogação ou decretação da prisão
(preventiva) ou medida restritiva da liberdade (413,§3º).
4º Interrupção do prazo prescricional (CP, 117, II)
Nos termos do art. 117, II do CP a pronúncia interrompe a
prescrição.
OBS.: O acórdão que confirma a pronúncia também interrompe a
prescrição.
STJ, 191: A pronúncia interrompe a prescrição ainda que
ocorra a desclassificação peloTribunal do Júri.
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
43
III– PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1.2. CONCLUSÃO DO SUMÁRIO DA CULPA
1ª) PRONÚNCIA (413)
e) intimação (420):
O réu deve ser intimado pessoalmente.
Se não for encontrado deve ser intimado por
edital.
O julgamento segue à revelia. (420)
TRIBUNAL DO JÚRI
III– PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1.2. CONCLUSÃO DO SUMÁRIO DA CULPA
1ª) PRONÚNCIA (413)
e) intimação: (RIOS/GONÇALVES)
TRIBUNAL DO JÚRI
III– PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1.2. CONCLUSÃO DO SUMÁRIO DA CULPA
1ª) PRONÚNCIA (413)
OBS.:
“Despronúncia”: é a decisão que revoga a
pronúncia, declarando inadmissível a acusação. Pode
ocorrer de duas formas:
1ª) Juízo positivo de retratação.
Pronúncia → RESE → retratação (efeito regressivo) →
despronúncia
2ª) Provimento do RESE pelo TJ.
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
44
III– PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1.2. CONCLUSÃO DO SUMÁRIO DA CULPA
2ª) IMPRONÚNCIA (414)
a) Conceito: é a decisão que declara
inadmissível a acusação perante o Tribunal do Júri,
quando não houver prova da materialidade ou indícios
suficientes de autoria/participação.
Inexistindo prova da materialidade do fato ou
não havendo indícios suficientes de autoria, deve o
magistrado impronunciar o réu, que significa julgar
improcedente a denúncia e não a pretensão punitiva do
Estado. (NUCCI)
TRIBUNAL DO JÚRI
III– PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1.2. CONCLUSÃO DO SUMÁRIO DA CULPA
2ª) IMPRONÚNCIA (414)
b) Natureza jurídica: é decisão interlocutória
mista terminativa. A impronúncia acarreta a extinção do
processo, ou seja, encerra o juízo de admissibilidade
sem inaugurar a 2ª fase.
Cabe APELAÇÃO, por força do art. 416, contra a
impronúncia.
TRIBUNAL DO JÚRI
III– PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1.2. CONCLUSÃO DO SUMÁRIO DA CULPA
2ª) IMPRONÚNCIA (414)
c) Efeito:
A decisão de impronúncia faz coisa julgada
formal (art. 414, parágrafo único). É formal porque
“provas novas” podem ocasionar a reabertura da ação
penal. (CPP, 18 e STF, 524).
Contudo há um limite caso apareça provas novas:
a ocorrência da extinção da punibilidade.
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
45
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1.2. CONCLUSÃO DO SUMÁRIO DA CULPA
2ª) IMPRONÚNCIA (414)
d) Crimes conexos:
CPP, 81, parágrafo único: o juiz deve remeter
os autos ao juízo singular. Não há perpetuatio
jurisdictionis (perpetuação da jurisdição).
A remessa é após o trânsito em julgado da
impronúncia.
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1.2. CONCLUSÃO DO SUMÁRIO DA CULPA
3ª) ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (415)
a) Conceito: é uma decisão de mérito
que põe termo ao processo, absolvendo o
acusado; julga improcedente a pretensão punitiva
do Estado.
b) Natureza: é sentença; não acolhe a
pretensão punitiva (analisa o mérito penal).
Cabe APELAÇÃO, conforme previsão do
CPP, 416.
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1.2. CONCLUSÃO DO SUMÁRIO DA CULPA
3ª) ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (415)
c) Hipóteses:
1ª) Certeza da Inexistência de fato: se há
comprovação de que o fato não existiu o réu deve ser
absolvido e o processo encerrado.
Ex.: Fulano é acusado de matar Beltrano; este
durante a 1ª fase do rito do júri aparecer vivo.
2ª) Certeza da Negativa de autoria: o réu não
concorreu para o crime como autor/partícipe.
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
46
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1.2. CONCLUSÃO DO SUMÁRIO DA CULPA
3ª) ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (415)
c) Hipóteses:
3ª) Certeza da Atipicidade do fato: o fato parecia
ser típico (aborto provocado), mas restou comprovado
que era atípico (aborto espontâneo, provado por meio
de laudo pericial).
4ª) Certeza de causa que exclua o crime
(excludente de ilicitude)
5ª) Certeza de causa de isenção de pena
(excludente de culpabilidade).
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1.2. CONCLUSÃO DO SUMÁRIO DA CULPA
3ª) ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (415)
d) Crimes conexos: o crime conexo não
poderá ser julgado pelo juiz-presidente, devendo ser o
processo remetido ao juízo comum (CPP, 81, parágrafo
único).Também não ocorre a perpetuatio jurisdictionis.
Se houver só uma vara o juiz não pode julgar
logo o crime conexo, tem que aguardar o trânsito em
julgado da absolvição sumária.
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1.2. CONCLUSÃO DO SUMÁRIO DA CULPA
4ª) DESCLASSIFICAÇÃO (419)
a) Conceito: é a decisão interlocutória,
proferida quando o juiz tem certeza de que o fato não
se trata de crime doloso contra a vida, que modifica a
competência do juízo, sem adentrar no mérito ou
encerrar o processo.
b) Natureza: É decisão interlocutória mista
não-terminativa.
Contra essa decisão cabe RESE (CPP, 581, II).
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
47
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
1.2. CONCLUSÃO DO SUMÁRIO DA CULPA
4ª) DESCLASSIFICAÇÃO (419)
c) Efeito: deslocamento da competência do tribunal
do júri para o juiz singular.
d) Procedimento:
•aguardar o trânsito em julgado da desclassificação;
•remessa ao juízo competente;
•observância do CPP, 384 – mutatio libelli.
TRIBUNAL DO JÚRI
III– PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2 JUÍZO DA CAUSA (judicium causae)
Trata-se da 2ª fase do rito do Júri. É onde ocorre
o julgamento do mérito pelos jurados sob a presidência
do juiz togado.
Divide-se em dois momentos: 1) Fase
preparatória; 2) Sessão de julgamento.
Inicia-se com a preclusão da pronúncia sendo
concluída com a sessão de julgamento.
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2 JUÍZO DA CAUSA (judicium causae)
2.1. FASE PREPARATÓRIA
1º. Requerimento da acusação/defesa (art. 422)
Recebidos os autos do processo o juiz-
presidente deve abrir prazo: 05 dias para:
a) Requerimento de diligências
b) Juntada de documentos: o juiz deve cientificar
a parte contrária.
O limite se encontra no CPP, 479; no mínimo 03 dias de
antecedência do julgamento.
c) Apresentar rol de testemunhas (limitadas a 05
para cada parte).
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
48
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.1. FASE PREPARATÓRIA
2º. Despacho saneador (423)
O juiz, segundo o art. 423 deve apreciar os
requerimentos e:
1º) Sanar eventuais nulidades (falhas/vícios);
2º) Determinar diligências necessárias ao
esclarecimento da causa.
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.1. FASE PREPARATÓRIA
2º. Despacho saneador (423)
3º) Relatório do Processo: o juiz fará um
relatório sucinto do processo, mencionando as teses da
acusação/defesa (denúncia e resposta), mencionando as
provas colhidas no inquérito e no sumário da culpa,
interrogatório, alegações finais,pronúncia, determinando
sua inclusão em pauta.
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.1. FASE PREPARATÓRIA
3º. Pauta (CPP, 429)
A pauta, conforme art. 429 segue a seguinte ordem:
I – os acusados presos;
II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais
tempo na prisão;
III – em igualdade de condições, os precedentemente
pronunciados.
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
49
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.1. FASE PREPARATÓRIA
4º. DESAFORAMENTO (CPP, 427, 428)
a) Conceito: É o ato pelo qual o julgamento da
causa pelo Tribunal do Júri é submetido a um foro
estranho ao do delito.
b) Natureza jurídica: é cláusula de
prorrogação legal de competência.
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.1. FASE PREPARATÓRIA
4º. DESAFORAMENTO (CPP, 427, 428)
c) Hipóteses:
1ª) Dúvida sobre a imparcialidade dos jurados. Se o
problema se referir ao juiz-presidente não cabe desaforamento, mas
exceção de suspeição.
2ª) Risco à segurança do réu. (ex.: n. insuficiente de
policiais para garantia a segurança).
3ª) Quando por interesse de ordem pública for
determinada (distúrbio, intranquilidade social).
4ª) Quando transcorrer mais de 06 meses da preclusão
da pronúncia sem ocorrer o julgamento, por excesso de
trabalhos.
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.1. FASE PREPARATÓRIA
4º. DESAFORAMENTO (CPP, 427, 428)
d) Procedimento:
1º) Requerimento das partes (MP, assistente de acusação
ou defesa) ou representação do juiz;
2º) Distribuição perante o TJ/TRF; o julgamento é feito
pelo Tribunal.
3º) Requisição de informações ao juiz-presidente pelo
Relator; este pode dar efeito suspensivo ao processo até o
julgamento do desaforamento.
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
50
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.1. FASE PREPARATÓRIA
4º. DESAFORAMENTO (CPP, 427, 428)
d) Procedimento:
4º) Manifestação da defesa (STF, Súmula 712: é nula a
decisão que determina o desaforamento de processo da competência
do júri sem audiência da defesa.)
5º) Parecer do MP (do que oficia no TJ/TRF)
6º) Decisão.
Deferimento: foro mais próximo em que o julgamento
tenha condições de ser realizado.
OBS.: (i) Novo desaforamento: É possível, mas se ocorrer novos
motivos.
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
Estamos na 2ª fase do judicium causae:
1º. Instalação da sessão de instrução e
julgamento
A instalação da sessão sofre o controle do juiz-
presidente. Até o momento da abertura dos trabalhos
da sessão o juiz deve:
a) Decidir: (454)
•sobre isenções e dispensa de jurados;
•pedido de adiamento;
b) Verificar a presença das partes e
testemunhas;
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
1º. Instalação da sessão de instrução e
julgamento
c) Realizar a conferência das cédulas (com os 25 nomes
dos jurados); (462)
d) Realizar a chamada dos jurados: (462)
•quórum mínimo para instalação: 15 jurados; (computa-
se inclusive os jurados impedidos/suspeitos); (463)
•convocar suplentes. Nesse caso, o juiz deve adiar a
sessão, constando em ata os nomes dos jurados
suplentes. (464/465).
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
51
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
1º. Instalação da sessão de instrução e
julgamento
e) Em seguida o juiz deve realizar o anúncio do processo
submetido a julgamento, instalando a sessão (463).
f) Pregão: (463, §1º) feito pelo Oficial de Justiça.
É o momento fatal para a arguição de nulidades relativas
posteriores à pronúncia (571).
Devem ser arguidas imediatamente.
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
1º. Instalação da sessão de instrução e
julgamento
OBS.: Ausências e consequências:
1) MP: (455) adiamento. Ausência justificada; marcar
para a próxima pauta; injustificada: comunicação ao PGJ/PGR. O
juiz remete peças e requer outro promotor (CPP, 28, por
analogia).
2) Defensor: (456) adiamento. Ausência justificada:
adiamento; injustificada: nomear defensor público com no
mínimo 10 dias de antecedência do julgamento, para que ele
possa se preparar. O juiz deve comunicar o fato a OAB.
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
1º. Instalação da sessão de instrução e
julgamento
OBS.: Ausência e consequências:
3) Réu: verificar se está preso ou solto. Se preso, haverá
adiamento do júri (457, §2º); se solto: ausência justificada:
adiamento; ausência injustificada: julgamento à revelia. O CPP
autoriza o julgamento do réu preso sem a sua presença,
desde que haja requerimento escrito e assinado pelo
acusado e seu defensor.
4) Assistente de acusação/querelante: o julgamento é
realizado. (457)
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
52
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
Estamos na 2ª fase do judicium causae:
2º. Formação do Conselho de Sentença
a) advertência do juiz aos jurados (466) :
•incompatibilidades: impedimentos (252); suspeição
(254); relação de parentesco entre jurados (448); atuação
anterior no mesmo caso (449: baseava-se na súmula 506
do STF);
•incomunicabilidades: princípio do sigilo das votações:
os jurados não pode manifestar opiniões; conversar sobre
o caso. (multa de 01 a 10sm – 436, §2º). Todos devem
fiscalizar porque se trata de princípios oficiais.
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
Estamos na 2ª fase do judicium causae:
2º. Formação do Conselho de Sentença
b) sorteio:
Devem ser sorteados pelo menos 15 jurados. Para ser
aceito no Conselho de Sentença, o jurado deve ser sorteado e
aceito pelas partes. (463)
c) Recusas: da defesa e do MP.
(i) Recusa peremptória ou imotivada: cada parte pode recusar 03
jurados sem a necessidade de justificativa; (468, caput)
(ii) Recusa motivada ou justificada: sem limites, se necessárias. Tem
que ser comprovada; ouve-se a outra parte e o juiz decide com fundamentos
possíveis (Ex.: incompatibilidade).
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
2º. Formação do Conselho de Sentença
c) Recusas: da defesa e do MP.
(iii) Estouro de urna: ocorre quando há um número
elevado de recusas de modo que não é possível formar o
Conselho de Sentença.
(iv) Recusa, mais de um réu. Quando há mais de um réu e
estão representados por advogados diferentes, eles podem
combinar que só um falará em nome dos dois ou cada um falará
em nome do réu que defende (469).
Se o juiz verificar que houve o “estouro de urna”, há a
cisão do julgamento. (469, §§)
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
53
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
3º. Instrução (473)
a) Declarações do ofendido, se possível.
b) Testemunhas de acusação
c) Testemunhas de defesa (§1º)
d) Outras provas e Leitura de peças: só podem ser
lidos testemunhos que se refiram sobre provas colhidas
por precatória, provas cautelares antecipadas e não
repetidas. Esta restrição é só para essa fase de instrução do
processo.
e) Interrogatório: (474) É proibido fazer referência ao
silêncio do réu no interrogatório. As perguntas ao réu serão
feitas diretas.
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
3º. Instrução (473)
f) Debates: (aplica-se os arts. 477 a 480)
Ordem:
1.Acusação:
01 réu: 1h30min;
02 ou mais: 2h30min;
2. Defesa:
01 réu: 1h30min;02 ou mais: 2h30min;
3. Réplica: 01 réu: 1h; 02 ou mais: 02h;
4.Tréplica: 01 réu: 1h; 02 ou mais: 02h;
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
3º. Instrução (473)
f) Debates: (aplica-se os arts. 477 a 480)
OBS.:
Havendo mais de um orador o tempo será divido entre eles
livremente.
Acusação: deve inicialmente esclarecer aos jurados a tese que irá
demonstrar (os pontos principais). Contudo deve observar limites no
plenário:
1º Pronúncia e eventuais decisões confirmatórias (não pode incluir
qualificadora que não foi aceita pelo juiz na pronúncia);
2º Limite argumentativo, CPP, 478: proibição a referência à pronúncia
como argumento de autoridade, i.e., referir-se a um trecho da decisão,
alegando que é verdade, porque foi o juiz que disse, ou ao uso de algemas.
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
54
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
3º. Instrução (473)
f) Debates: (aplica-se os arts. 477 a 480)
3º CPP, 478, II: Silêncio do réu ou a falta de interrogatório:
Se houve desrespeito ao CPP, 478 há nulidade relativa
(deve ser arguida imediatamente, para que conste na ata do
julgamento, sob pena de preclusão).
Réplica e tréplica: Réplica é uma faculdade do MP. Não existindo
réplica, não há tréplica. Se o MP não quiser fazer uso da réplica, não poderá
criticar a fala da defesa, pois do contrário haverá a o direito a tréplica.
Ocorrendo a réplica, o juiz passa a palavra a defesa. Na tréplica é possível uma
inovação substancial da tese defensiva (ex. apresentação de legítima defesa e
na tréplica domínio de violenta emoção)
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
3º. Instrução (473)
f) Debates: (aplica-se os arts. 477 a 480)
OBS.:
(i) CPP, 474, §3º: regra é o não uso de algema durante o
julgamento, salvo, se necessária a segurança pessoal das
testemunhas ou de terceiros, ou risco de fuga. Disposição em
harmonia com a SV 11.
(ii) STF, SV 11: regra é não usar algema sob, pena de
nulidade. Para usar tem que ser fundamentado por escrito, sob
pena de responsabilidade civil, penal, administrativa (crime de
abuso de autoridade).
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
4º. FASE DE JULGAMENTO
Tecnicamente se inicia quando os jurados
informam que estão aptos a julgar. Nesta fase temos os
seguintes atos:
a) Leitura e explicação dos quesitos: devem
ocorrer no plenário. Após a leitura o juiz pergunta a
acusação e a defesa sem querem fazer alguma
observação.
b) Julgamento na sala especial: A sala especial
só pode ser ocupada pelo juiz, MP, defesa, jurados e
serventuários.
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
55
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
4º. FASE DE JULGAMENTO
c) Quesitação
Fontes
i. Pronúncia e decisão confirmatória (verificação dos
crimes, qualificadoras e causas de aumento);
ii. Debates: acusação pode inserir agravantes; a defesa
teses defensivas (qualquer uma);
iii. Interrogatório do réu: expressa previsão legal, CPP,
482.
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
4º. FASE DE JULGAMENTO
c) Quesitação
Regras
1) os quesitos devem ser elaborados de forma
simples e clara, em proposições afirmativas. (482, p.u.)
Pergunta negativa anula o júri (nulidade absoluta). Ex. O réu
é inimputável?;
2) Necessidade de quesito obrigatório: a sua
ausência gera nulidade absoluta. Ex. “O jurado absolve o
acusado?
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
4º. FASE DE JULGAMENTO
c) Quesitação
Regras
3) se houver mais de um réu o juiz deve elaborar
um questionário para cada réu.
4) se houver mais de um crime, o juiz deverá
elaborar uma série de quesitos para cada crime;
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
56
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
4º. FASE DE JULGAMENTO
c) Quesitação
Ordem (CPP, 483)
1) Materialidade: existência do fato;
2) Autoria ou participação;
3) Teses desclassificatórias; (483, §4º)
4) O animus necandi ou tentativa (483, §5º);
5) Quesito ABSOLUTÓRIO: “O jurado absolve o
acusado?” (§2º)
6) Causas de diminuição de pena: ex. privilégio; (§3º, I)
7) Qualificadoras ou Causas de aumento. (§3º,II)
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
4º. FASE DE JULGAMENTO
c) Quesitação
Ordem (CPP, 483)
OBS.:
(i) O juiz deve elaborar quesitos individualizados para
cada qualificadora (§6º);
(ii) Nos dois primeiros quesitos pode haver absolvição do
réu e os demais serão prejudicados; em suma o réu pode ser
absolvido com a negação dos dois primeiros quesitos ou
afirmando o quesito obrigatório da absolvição.
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
4º. FASE DE JULGAMENTO
d) Sentença
Após a votação dos jurados o juiz proferirá a sentença.
1.º) Veredicto absolutório: o juiz deverá fundamentar a
absolvição num dos incisos do CPP, 386;
2.º) Veredicto condenatório: o juiz deverá realizar a
dosimetria da pena (reconhecer as qualificadoras, causas de
aumento e diminuição, com base nas respostas dos quesitos).
Caberá, no entanto ao juiz decidir as agravantes,
atenuantes, as circunstâncias judiciais, concurso de
crimes.
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
57
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
4º. FASE DE JULGAMENTO
d) Sentença
3.º) Veredicto desclassificatório: O juiz-presidente julga o
fato, mesmo que haja desclassificação para um crime de menor
potencial ofensivo, devendo aplicar no caso, a Lei 9.099/95. (CPP,
492, §1º).
OBS.:
(i) Crimes conexos: Se os jurados
absolverem/condenarem o réu no crime doloso contra a vida,
também julgarão o crime conexo. Havendo desclassificação, no
entanto, os crimes serão julgados pelo juiz-presidente (492, §2º).
TRIBUNAL DO JÚRI
III – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
2.2. SESSÃO DE JULGAMENTO
4º. FASE DE JULGAMENTO
d) Sentença
OBS.:
(ii) No caso de desclassificação para crime militar o juiz-
presidente não poderá julgar o processo, será obrigatória a
remessa ao juízo militar (castrense);
e) Leitura da sentença em plenário (493)
OBS.:
(i) Lavratura da Ata da audiência. (494 e ss)
TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO
TRIBUNAL DO JÚRI
20/10/2017
58
REFERÊNCIASDIREITO
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 21. Ed. São Paulo:
Atlas, 2017.
NUCCI, Guilherme de Sousa. Código de Processo Penal comentado. 16. Ed.
São Paulo: Forense, 2017.
LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal. 13. Ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
TÁVORA, Nestor e ALENCAR, Rosmar. Curso de Direito Processual Penal.
12ª Ed. Bahia. JusPODIVM, 2017.
AVENA, Noberto. Processo Penal esquematizado. 9. Ed. São Paulo: Método,
2017.
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de Processo penal. 16 Ed.
São Paulo: Saraiva, 2013.
CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 24. Ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
MESSA, Ana Flávia. Curso de direito processual penal. 2.ed. São Paulo:
Saraiva, 2014.
REIS, Alexandre Cebrian Araújo. GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito
processual penal esquematizado. 5.ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2016.
GIACOMOLLI, Nereu José. O devido processo penal: abordagem conforme a
Constituição Federal e o Pacto de São José da Costa Rica. Atlas, 03/2014. VitalBook
file.