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Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
Letícia Fonseca 
Castro
Aula 1
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Apresentação da aula
1.1. Educação Popular e Educação de Adultos no 
Período Colonial e Imperial da História do Brasil
Período Colonial e Imperial que vai até o final do século XIX.
1.2. A Educação Popular e a Educação de 
Adultos a partir do século XX.
Período a partir do século XX até o início dos anos de 1990 que coincidem com o processo de redemocratização do país. 
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Definições: Educação Popular e Educação de Jovens e Adultos
Educação Popular
 Educação oferecida a toda a população. Deve ser gratuita e universal. Por vezes compreendida como destinada às chamadas “camadas populares” da sociedade: a instrução elementar e ensino técnico profissional.
Educação de Jovens e Adultos
Parte da educação popular. Muitas vezes tratada como alfabetização e educação de base.
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Histórico: Educação Popular e Educação de jovens e adultos
Vinda dos primeiros jesuítas ao Brasil em 1549. Os jesuítas passam a organizar as primeiras escolas de “ler e escrever”, destinadas inicialmente às crianças.
A organização das escolas na colônia está diretamente ligada à “política colonizadora dos portugueses”. 
Para catequese era necessária a alfabetização e a transmissão da língua portuguesa. 
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Educação Popular e Catequese
Sistema de ensino cada vez mais direcionado às elites coloniais.
1759: Companhia de Jesus foi expulsa de Portugal e da colônia brasileira ( Reformas Marques de Pombal: transformações econômicas, políticas e culturais – Iluminismo).
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 “Montado o sistema da educação popular com base no objetivo primordial da catequese e recrutamento de vocações religiosas necessárias à difusão da fé e consolidação do domínio português, puderam os jesuítas, uma vez lograda essas metas, enfatizar o ensino das elites: além da escola de ler e escrever, eles mantinham na época de sua expulsão diversos seminários e 24 colégios para a formação das elites.”
(Paiva, 2003) 
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Educação Popular
As inovações reforçavam o caráter elitista e aristocrático da educação. 
A situação do ensino elementar ainda era precário. 
Independência do Brasil: Constituição 1824 que definiu a “gratuidade da instrução primária para todos os cidadãos.” (Paiva, 2003, p. 61). 
1854 criação de escolas noturnas para adultos (províncias e município da corte) - pouco frequentadas.
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Reforma Leôncio Carvalho
Transformada em lei por decreto em 1879. Obrigatoriedade do ensino entre 7 e 14 anos e eliminava a proibição aos escravos. 
Criação de escolas noturnas para a educação de adultos e cursos para o ensino primário de adultos analfabetos.
 
Reforma eleitoral (Lei Saraiva), década de 1880, as escolas noturnas voltam a ser estimuladas. 
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Segundo Paiva (2003):
 A Educação Brasileira, em especial a Educação Popular, anterior às primeiras décadas do século XX não apresenta uniformidade e o traço comum foi a precariedade quantitativa e qualitativa do sistema de ensino elementar e a realização de poucos esforços para sua expansão. Da mesma forma, com raras exceções, a Educação de Adultos não se distingue de maneira especial da problemática mais geral da Educação Popular.
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A Educação Popular e a Educação de Adultos: Século XX
Nos primeiros anos da República será a continuidade da política imperial destinada à educação, isto é, a manutenção da descentralização do ensino elementar.
Analfabetismo associado
à incompetência: analfabeto visto como incapaz.
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A Educação Popular e a Educação de Adultos: Século XX
Apesar da orientação descentralizadora, vemos surgir os primeiros trabalhos em torno da temática da educação nacional. 
 Década de1920 inicia-se uma intensa campanha contra o analfabetismo - relacionada com as mudanças nos setores econômico, social e político do Brasil, ao fortalecimento do grupo industrial-urbano.
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A Educação Popular e a Educação de Adultos: Século XX
Podemos afirmar que a educação no Brasil, durante o Período Imperial, esteve ligado aos interesses da elite.
Para as eleições, a constituição republicana eliminou o voto censitário, isto é, a exclusão pela renda, mas manteve a seleção pela instrução e deu origem ao preceito contra o analfabeto.
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Referências
PAIVA, V. História da Educação Popular no Brasil – 6 ed. – São Paulo: Edições Loyola, 2003.
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Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
Letícia Fonseca 
Castro
Atividade 1
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Até o final do Império [...] “o não saber ler não afetava o bom senso, a dignidade, o conhecimento, a perspicácia, a inteligência do indivíduo [...] Somente quando a instrução se converte em instrumento de identificação das classes dominantes e que se torna preciso justificar a medida da seleção
 é que o analfabetismo passa a ser 
 associado à incompetência. 
(Paiva, 2003)
Analise o trecho acima e reflita: Qual a relação entre o analfabetismo e os interesses elitistas?
Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
Leticia Fonseca 
Castro
Aula 2
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Apresentação da aula
1.2. A Educação Popular e a Educação de Adultos a partir do século XX
Período a partir do século XX até o início dos anos de 1990 que coincidem com o processo de redemocratização do país. 
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A Educação Popular e a Educação de Adultos: século XX
O sistema de ensino popular se mostrava no início do século XX profundamente insatisfatório (investimento financeiro baixo).
As mobilizações não promoveram resultados satisfatórios e a educação popular na primeira república mantinha os mesmos níveis do período imperial. 
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Cursos Populares Noturnos
Distrito Federal em 1928: reorganização dos cursos elementares noturnos que passaram a ser chamados de Cursos Populares Noturnos.
Cursos Populares Noturnos: ministrar o ensino primário elementar no período de dois anos para os adultos analfabetos, o ensino técnico elementar e o ensino de cultura geral.
Esta reforma não foi totalmente posta em prática em virtude da Revolução de 1930, mas gerou um aumento do número de matrículas.
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(Re)democratização do ensino
Em 1932, Anísio Teixeira terminou a implementação desta reforma, introduzindo algumas modificações. 
Após a Revolução de 1930, intensificam-se as “reivindicações em favor da democratização do ensino e da responsabilidade da União pela educação em todos os níveis através de uma política nacional.” 
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 Constituição de 1934
A educação passa a ser um direito de todos e o ensino primário deve ser integral, gratuito, de frequência obrigatória e extensivo aos adultos. 
1939 - Getúlio Vargas: campanha de “Alfabetização do povo”.
1942 - Fundo Nacional do Ensino Primário (FNEP): destinado à ampliação e melhoria do ensino primário em todo o país. 
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Cenário: Educação de Jovens 
e Adultos
1945 - EJA: passa a ter mais autonomia e ganha importância no cenário nacional. 
1947: aprovado o plano para a Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA). 
 “Preparar mão de obra alfabetizada nas cidades, de penetrar no campo e de integrar os imigrantes e seus descendentes [...] instrumento para melhorar a situação do Brasil nas estatísticas mundiais de analfabetismo.” 
 (Paiva, 2003, p.206). 
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Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA)
A CEAA se orientou a partir das ideias de funcionamento da democracia liberal e da ampliação das bases eleitorais.
A CEAA desenvolveu suas atividades a partir de um plano de ensino supletivo para adolescentes e adultos.
Crítica: “Preparo de eleitores”.
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1954
- inicia-se a fase de declínio da campanha e, em 1963, ela foi extinta.
Razões: 
escassez dos recursos e verbas;
baixos resultados na alfabetização de adolescentes e adultos;
inexistente/ baixa remuneração dos professores;
alto índice de evasão.
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Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA)
www.araras.sp.gov.br
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Campanha Nacional de Educação Rural (CNER)
Em 1952, foi criada a Campanha Nacional de Educação Rural (CNER).
Missões educativas penetravam no interior para incentivar a elevação dos padrões de vida e a solução dos problemas coletivos através da organização comunitária.
A campanha foi extinta em 1963.
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Nova perspectiva sobre Educação Popular
1961 - foi aprovada a Lei 4024 que estabelecia a LDB, que trouxe o Plano Nacional de Educação, e as Campanhas Nacionais de Alfabetização foram extintas.
Criação do Movimento de Educação de Base (MEB), Centros Populares de Cultura (CPC) e os Movimentos de Cultura Popular (MCP).
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Segundo Paiva (2003), os movimentos ligados à promoção da cultura popular que surgiram na primeira metade da década de 1960 estavam preocupados com a possibilidade de promover a participação política da sociedade e da tomada de consciência sobre os problemas da realidade brasileira.
Portanto, indo além da erradicação do analfabetismo.
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Nova perspectiva sobre 
Educação Popular
Pretendia-se a “promoção do homem, sua conscientização e emergência na vida política brasileira através de uma ação pedagógica não diretiva.” 
 (PAIVA, 2003, p. 279) 
O pensamento do educador pernambucano, Paulo Freire, por sua ampla difusão e pela publicação Educação como prática da liberdade, exerceu grande influência sobre os profissionais da educação neste período.
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No entanto...
Com o Golpe Militar de 1964, a maior parte dos programas de educação de adultos desaparece ou sofre a repressão do governo militar.
Os programas de alfabetização promovidos pelos movimentos de educação popular representavam uma ameaça ao novo governo ditatorial – um perigo à estabilidade do regime político que se impunha naquele momento.
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Mobral
Em dezembro de 1967, foi criado pela Lei 5379 o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) – a proposta era erradicar o analfabetismo, através de uma alfabetização funcional.
 Em 1985, o MOBRAL foi extinto sob fortes denúncias de desvio de recursos e não tendo cumprido sua meta que era a erradicação do analfabetismo. Fim do período militar.
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Referências
PAIVA, V. História da Educação Popular no Brasil. 6 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2003.
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Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
Leticia Fonseca 
Castro
Atividade 2
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A partir de meados da década de 1960, podemos afirmar que a Educação de Jovens e Adultos viveu a ascensão de uma nova perspectiva, fundamentada na:
 ( ) participação política da sociedade e da tomada de consciência sobre os problemas da realidade brasileira.
 ( ) participação eleitoral da sociedade nas eleições diretas.
 ( ) participação crítica através de uma alfabetização funcional.
Letícia Fonseca 
Castro
Aula 3
Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
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Apresentação da aula
Nesta aula veremos como a Educação de Jovens e Adultos foi contemplada na Constituição de 1988 e na Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional de 1996.
A Educação de Jovens e Adultos no contexto das Conferencias Internacionais promovidas pela UNESCO.
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EJA na Lei 
Em 1988 foi promulgada a nova Constituição brasileira. 
A Educação de Jovens e Adultos é contemplada nos artigos 208 e 214.
De acordo com o artigo 208 da Constituição Federal é dever do Estado garantir a oferta gratuita, a todos àqueles que não tiveram acesso à educação na idade adequada.
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EJA na Lei
No artigo 214 fica estabelecido que deverá ser elaborado um Plano Nacional de Educação para conduzir:
erradicação do analfabetismo;
universalização do atendimento escolar.
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http://carlos-luz.blogspot.com.br
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LDB
Em 1996- Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDBEN) contempla a educação de Jovens e Adultos:
IV. acesso público e gratuito aos ensinos 
fundamental e médio para todos os que não os 
concluíram na idade própria;
VII. oferta de educação escolar regular para jovens 
e adultos, com características e modalidades 
adequadas às suas necessidades e 
disponibilidades, garantindo-se aos que forem 
trabalhadores as condições de acesso e 
permanência na escola.
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Direitos e Deveres
A Constituição de 1988 e a LDB prevê que a educação deve ser garantida a Todos como um direito público subjetivo.
A partir dessa promulgação a Educação de Jovens e Adultos passa a ser uma modalidade da educação básica nas etapas do Ensino Fundamental e Médio.
 Além da garantia legal as instâncias competentes elaboraram documentos com diretrizes educacionais dirigidas a esta modalidade de ensino.
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Plano Nacional de Educação (PNE)
Pensado a partir da necessidade de se estabelecer metas para Educação para os próximos 10 anos. 
De acordo com o PNE os Estados, Municípios e o Distrito Federal deveriam elaborar “planos decenais” correspondentes para adequação do PNE em suas localidades.
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http://noticias.ufsc.br
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Alguns objetivos e metas relacionados a Educação de Jovens e Adultos
Alfabetizar 10 milhões de jovens e adultos, em cinco anos e, até o final da década, erradicar o analfabetismo.
Fornecimento, pelo MEC, de material didático-pedagógico, adequado à clientela.
Realizar, anualmente, levantamento e avaliação de experiências em alfabetização de jovens e adultos.
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Alguns objetivos e metas relacionados a Educação de Jovens e Adultos
Programas de formação de educadores de jovens e adultos, capacitados para atuar de acordo com o perfil da clientela.
Estabelecer políticas que facilitem parcerias para com a comunidade.
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Plano Nacional de Educação (PNE)
O PNE foi eficaz para a obtenção de melhorias na manutenção e desenvolvimento da educação – EJA, mas muitas metas estabelecidas não foram cumpridas por motivos relacionados a falta de recurso.
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EJA no contexto das Conferencias Internacionais promovidas pela UNESCO
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) foi fundada em  16 de Novembro de 1945, após o final da II Guerra Mundial com o objetivo de contribuir para a paz e segurança no mundo mediante a educação, a ciência, a cultura e as comunicações.
Em 1990 foi realizada a Conferência Mundial sobre Educação para Todos, em Jomtiem na Tailândia.
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Educação para todos - UNESCO
“A educação é um direito fundamental de todos, mulheres e homens, de todas as idades, no mundo inteiro” 
(UNESCO, 1990, p.2) 
“ A educação básica adequada é fundamental para fortalecer os níveis superiores de educação e de ensino, a formação científica e tecnológica e, por conseguinte, para alcançar um desenvolvimento autônomo” 
(UNESCO, 1990, p.2).
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Conferência Internacional sobre Educação de Adultos - CONFITEA
Em 1997 foi realizada em Hamburgo, na Alemanha, a V Conferência Internacional sobre Educação de Adultos - V CONFITEA, com o tema “A educação das pessoas adultas, uma chave para o século XXI”. 
Segundo tal conferência cabe à EJA suscitar a
autonomia e o sentido de responsabilidade nos indivíduos e comunidades para que sejam capazes de lidar com as mudanças socioeconômicas e culturais ocorridas na contemporaneidade.
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Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Brasília. 2000. 
______. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Contém as emendas constitucionais posteriores. Brasília, DF: Senado, 1988.
LIBÂNEO, J.C.; OLIVEIRA, J.F.de; TOSCHI, M.S. Educação Escolar: Políticas, Estruturas e Organização. São Paulo:Cortez, 2012.
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Letícia Fonseca 
Castro
Atividade 3
Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
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Reflexão
Vimos que o Plano Nacional de Educação propõe importantes objetivos e metas. 
Podemos dizer que ele foi eficaz nos 
 aspectos que tangem a EJA?
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O PNAE foi eficaz para a obtenção de melhorias na manutenção e desenvolvimento da educação – EJA, mas muitas metas estabelecidas não foram cumpridas por motivos relacionados a falta de recurso.
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Resposta – Comentário
Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
Letícia Fonseca 
Castro
Aula 4
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Apresentação da aula
 2.3 - O Parecer CNE/CEB 11/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos
 
 Nesta aula faremos uma analise do Parecer CNE/CEB 11/2000 que delibera sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. 
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CNE/CEB 
O Parecer CNE/CEB 11/2000 delibera sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos que foi proposto pelo Ministério da Educação. Este documento foi resultado de inúmeras reuniões, audiências públicas e teleconferências.
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www.araras.sp.gov.br
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O Parecer esclarece e regulamenta as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos para os “sistemas de ensino e seus respectivos estabelecimentos que venham a se ocupar da educação de jovens e adultos sob a forma presencial e semi-presencial de cursos e tenham como objetivo o fornecimento de certificados de conclusão de etapas da educação básica.” 
(Brasil, 2000, p.4)
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http://carlos-luz.blogspot.com.br
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Importante
Parecer considera que o Brasil ainda mantém um alto índice de analfabetismo e o mesmo se concentra no grupo de pessoas com “mais idade, de regiões pobres e interioranas e provenientes dos grupos afro-brasileiros.”					 (Brasil, 2000, p. 5). 
Desta forma a Educação de Jovens e Adultos significa uma dívida social que ainda não foi reparada.
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Crítica 
Crítica à visão que se tem do adulto não alfabetizado:
 "Muitos destes jovens e adultos dentro da pluralidade e diversidade de regiões do país, dentro dos mais diferentes estratos sociais, desenvolveram uma rica cultura baseada na oralidade da qual nos dão prova, entre muitos outros, a literatura de cordel, o teatro popular, o cancioneiro regional, os repentistas, as festas populares, as festas religiosas e os registros de memória das culturas afro-brasileira e indígena." 
(Brasil, 2000, p. 5)
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Funções da EJA: reparadora, equalizadora e permanente.
Função reparadora:
articula-se com o pleito postulado por inúmeras pessoas que não tiveram uma adequada correlação idade/ano escolar em seu itinerário educacional e nem a possibilidade de prosseguimento de estudos.
Função equalizadora:
- igualdade perante a Lei para se chegar a igualdade de oportunidades. 
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Função permanente ou qualificadora:
- poder se qualificar, se requalificar e descobrir novos campos de atuação como realização de si. 
Nesta linha, a educação de jovens e adultos representa uma promessa de efetivar um caminho de desenvolvimento de todas as pessoas, de todas as idades.
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Para conhecer mais sobre o conceito de conscientização, em Paulo Freire, você pode ler a obra: FREIRE, P. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Cortez & Moraes, 1979. 
A obra completa está disponível em: http://www.dhnet.org.br
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É muito importante que esta política pública seja articulada entre todas as esferas de governo e com a sociedade civil a fim de que a EJA seja assumida, nas suas três funções, como obrigação peremptória, regular, contínua e articulada dos sistemas de ensino dos Municípios, envolvendo os Estados e a União sob a égide da colaboração recíproca. 
(Brasil, 2000, p. 53) 
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Diretrizes e Atenção específicas
As Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental e Médio valem para a Educação de Jovens e Adultos, porém “não significa uma reprodução descontextualizada face ao caráter específico da Educação de Jovens e Adultos”, mas adoção dos “princípios da contextualização e do reconhecimento de identidades pessoais e das diversidades coletivas constituem-se em diretrizes nacionais dos conteúdos curriculares.”
(Brasil, 2000, p.61)
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Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Brasília. 2000. 
______. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Contém as emendas constitucionais posteriores. Brasília, DF: Senado, 1988.
_______. Ministério da Educação. Plano Nacional de Educação. Brasília. 2001.
_______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9394/96. Brasília, 20 dez. 1996.
______. Parecer CEB/CNE 11/2000. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, 2000.
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Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
Letícia Fonseca 
Castro
Atividade 4
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O Parecer CNE/CEB 11/2000 destaca três funções da Educação de Jovens e Adultos, quais são elas?
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Resposta
1- reparadora;
2- equalizadora; e,
3- permanente ou qualificadora.
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Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
Letícia Fonseca 
Castro
Aula 5
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Apresentação da aula
 3.1. Trajetória intelectual de Paulo Freire: Vida e Obra
	Nesta aula, tomaremos contato com a trajetória de Paulo Freire, abordando sua biografia, suas obras e suas contribuições à educação.
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A vida de Paulo Freire
 Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921, no Recife.
 Cursou Direito na Universidade de Recife, mas não exerceu. Dedicou-se à filosofia da linguagem e preferiu trabalhar como professor.
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http://cloud-ead.programmers.com.br
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A vida de Paulo Freire
 Em 1946, Freire é indicado diretor do Departamento de Educação e Cultura do Serviço Social em Pernambuco.
Em 1960, cria-se em Recife o MCP – Movimento de Cultura Popular - Freire desenvolve a sua metodologia de alfabetização de adultos.
 Em 1963, Freire desenvolve o Programa Nacional de Alfabetização de Adultos.
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Golpe Militar de 1964: extinção de vários movimentos relacionados à educação e da cultura popular.
MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização)
- Paulo Freire sempre afirmou que o Mobral havia sido criado para negar o seu método e para silenciar o seu discurso.
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A vida de Paulo Freire
 Em 1980, com a anistia, morando em Genebra, ele volta ao Brasil e filia-se ao PT, e trabalha como supervisor do programa do partido para a alfabetização de adultos de 1980 a 1986.
Em 1988, o PT foi bem sucedido nas eleições municipais e Freire foi indicado Secretário da Educação de São Paulo.
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A vida de Freire
 Em 1997, Freire morre por problemas cardíacos em São Paulo.
Com o intuito de dar continuidade e reinventar o legado de Freire, em 1991 foi criado o Instituto Paulo Freire.
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O Instituto Paulo Freire - IPF
 É uma associação civil, sem fins lucrativos, criada em 1991 e fundada oficialmente em 1992. Atualmente, há diversos IPF pelo mundo.
O IPF é uma rede internacional que integra pessoas e instituições distribuídas em mais de 90 países, com o objetivo principal de dar continuidade e reinventar o legado de Paulo Freire.
http://www.paulofreire.org
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Obra: Pedagogia do Oprimido
 Em 1966, Freire publicou vários livros, dentre eles o livro “Pedagogia do Oprimido”, seu livro mais famoso. Publicado no Brasil apenas em 1974.
 O livro foi traduzido para 17 línguas e revelou-se sucesso editorial em todos os países devido à perenidade e relevância das questões que aborda. 
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Paulo Freire
 Destacou-se por trabalhar na área da educação popular e um de seus objetivos centrais era a formação da consciência crítica. É considerado um dos educadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.
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Indicação de Vídeo
As contribuições de Paulo Freire para a alfabetização de adultos: 
http://youtu.be/zeFogTRJiOs
 
 Especialistas como Emilia Ferreiro, José Eustáquio Romão, Vera Barreto e Vera Masagão comentam como o trabalho de Paulo Freire contribuiu para o desenvolvimento da teoria e da prática da Alfabetização de Jovens e Adultos.
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Vídeo: Paulo Freire Contemporâneo
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Referências
 - GADOTTI, M. & ROMÃO, J. "Educação de Jovens e Adultos: teoria, prática e proposta" São Paulo: Cortez, 2001.   
OLIVEIRA, I. Leituras freireanas sobre a educação. São Paulo: Ed. UNESP, 2003.
Vídeo: Paulo Freire Contemporâneo - Direção: Toni Ventura. Disponível em www.dominiopublico.gov.br
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Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
Letícia Fonseca 
Castro
Atividade 5
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De acordo com o trecho do filme, ainda em meados da década de 50, Paulo Freire teve como objeto de estudo e investigação:
( ) especializar-se em métodos de Alfabetização de jovens e adultos.
( ) estabelecer uma crítica mais ampla e profunda à educação brasileira.
Reflexão
Letícia Fonseca 
Castro
Aula 6
Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
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Apresentação da aula
3.2. Conceitos freireanos de autonomia, conscientização e libertação.
A concepção problematizadora da educação e de libertação.
Conscientização: consciência crítica e consciência ingênua.
3.3. A EJA e a Educação Popular numa perspectiva freireana.
Breve histórico do processo de alfabetização de jovens e adultos no Brasil.
Paulo Freire e o sentido da alfabetização.
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A concepção problematizadora da educação e de libertação
Pedagogia libertadora: estudos e propostas de Paulo Freire.
 Contrapõe-se à concepção “bancária” de educação.
- Os educandos têm o papel de receber os depósitos e arquivá-los. 
	
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Educação “bancária”
Paulo Freire nos alerta que nessa concepção de educação os grandes arquivados são os homens, pois estão alijados da busca, da práxis, e sem isto “os homens não podem ser”. 
Ambos, educador e educando, arquivam-se nesse processo equivocado de educação isento de criatividade e de potencial transformador.
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Concepções: Bancária X Problematizadora/Libertadora
Concepção Bancária: reflete a sociedade opressora, mantendo e estimulando a contradição. Os homens são vistos como seres da adaptação, bem ajustados.
Concepção Problematizadora/ Libertadora: parte do pressuposto de que os homens são seres da busca e sua vocação ontológica é humanizar-se.
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Reconhece que a realidade é mutável, é indagadora, ama o diálogo e nutre-se dele.
Conscientização é mais do que saber o que se passa ao seu redor, é acima de tudo um processo histórico.
O homem se cria, se realiza como sujeito, porque esta resposta exige dele reflexão, crítica, invenção, eleição, decisão, organização, ação. 
Freire (1980) 
Consciência crítica
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http://kobieta.onet.pl
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Consciência ingênua
Simplicidade na interpretação de problemas, tendência a aceitar formas massificadoras de comportamento, satisfaz-se com as experiências, afirma que a realidade é estática e é propensa a cair no fanatismo.
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http://s3.amazonaws.com
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Autonomia
Freire pontua a autonomia como um ponto de equilíbrio que estabelece a legitimidade da autoridade e liberdade.
O fim da opressão do ser humano e a sua libertação e o respeito à dimensão humana do educando, passam pela construção da autonomia do mesmo, que deve “estar centrada em experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade, vale dizer, em experiências respeitosas da liberdade” 
(FREIRE, 1997, p. 121).
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Interessou-se em conhecer mais sobre o conceito de autonomia, em Paulo Freire?
Você pode ler a obra: Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Paulo Freire. A obra completa está disponível em:
http://forumeja.org.br/files/Autonomia.pdf
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Alfabetização de jovens e 
adultos no Brasil
A alfabetização de jovens e adultos acompanha a história da educação no Brasil, que por sua vez, acompanha a história dos modelos políticos e econômicos.
EJA ganhou maior destaque após a ditadura militar de Getúlio Vargas em 1945, em que o país vivenciava a efervescência política da redemocratização.
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Em 1947, é lançada a Campanha de Educação de Adultos: concepção de que o analfabetismo era a causa e não o efeito da situação econômica, social e cultural do país. Visão do adulto analfabeto como incapaz e marginal. Em 1950 a campanha se extinguiu.
Paulo Freire: sua pedagogia inspirou os principais programas de Alfabetização e Educação Popular no início dos anos de 1960.
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Alfabetização de jovens e 
adultos no Brasil
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Paulo Freire e o sentido da alfabetização 
A alfabetização é um ato de criação construído por alfabetizando e educador. 
O papel do educador é fundamental: ensina, mas jamais anula o esforço criador do educando.
É necessário tomar a alfabetização como consequência de uma ordem social injusta.
• Compreender que o aprendizado da leitura e da escrita não pode ser feito como algo paralelo à realidade concreta dos alfabetizandos.
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Paulo Freire: propostas e ações 
para alfabetização
Carteiras em círculos, não enfileiradas.
Valorização do diálogo entre educador, educando e objeto do conhecimento.
O conhecimento dos educandos deve ser transformado em palavras geradoras, para participação de todos.
Apresentação de imagens relacionadas com os temas estudados como recursos facilitadores para o diálogo.
O educador tem o papel de problematizar a situação, estimulando a relação dialógica.
*
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Reflexão 
Paulo Freire inverteu a lógica das décadas anteriores ao trabalhar com a concepção de que o adulto analfabeto não era a causa do subdesenvolvimento do país, mas era a sua consequência. Ele inverte também a visão do analfabeto como um sujeito sem cultura. A metodologia utilizada por Freire consistia em trazer a discussão do que é cultura e fazer com que as pessoas se reconhecessem como produtoras de cultura a partir de suas próprias situações cotidianas, nas quais a alfabetização e a concepção problematizadora de educação são utilizadas como instrumentos para a leitura do mundo em que se vive.
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Referências
BARRETO, Vera. Paulo Freire para educadores. São Paulo: Arte & Ciência, 2004.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997.
____________. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
GADOTTI, Moacir (org). Paulo Freire: uma biobibliografia. São Paulo: Cortez, 1996.
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Letícia Fonseca
Castro
Atividade 6
Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
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Reflita sobre os conceitos que definem o que é consciência crítica e ingênua de acordo com Paulo Freire e estabeça uma comparação entre ambas.
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“A consciência crítica é a representação das coisas e dos fatos como se dão na existência empírica. Nas suas correlações causais e circunstanciais. A consciência ingênua (pelo contrário) se crê superior aos fatos, dominando-os de fora e, por isso, se julga livre para entendê-los conforme melhor lhe agradar”
Freire (1994, p.113). 
Consciência crítica e consciência ingênua
Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
Letícia Fonseca 
Castro
Aula 7
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Apresentação da aula
	Nesta aula iremos discutir sobre o perfil dos alunos que frequentam a EJA nas escolas brasileiras, buscando compreender as necessidades específicas para este segmento educacional, refletindo sobre as melhores maneiras de organizar novas aprendizagens e propor novos desafios aos estudantes que precisam conciliar o mundo do trabalho com o universo escolar.
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Perfil do aluno EJA
 São, na maioria, trabalhadores ou momentaneamente desempregados, idosos, donas de casa e também jovens, com as diferenças culturais, 
etnias, religião e 
crenças que por 
motivos diversos 
não puderam dar 
continuidade aos 
estudos no período 
comum.
© Lisa F. Young | Dreamstime.com
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Perfil do aluno EJA
É importante perceber que existem necessidades específicas para este perfil e para garantir frequência e empenho de tais alunos nos processos de aprendizagem é necessário que os professores tragam para a sala de aula assuntos sobre os quais eles se interessam e que estejam relacionados com o seu universo. 
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 Jovens na EJA
http://www2.camarabarradogarcas.mt.gov.br/
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Quase 20% dos matriculados na EJA têm de 15 a 17 anos. 
Muitos jovens deixam os estudos no período comum para inserção no mercado de trabalho, buscando por uma identidade e independência financeira.
Quando retornam aos estudos,
 optam pela modalidade 
 da EJA devido aos horários 
 de aula (geralmente 
 noturnos) que favorecem
 a continuidade no trabalho.
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Idosos na EJA
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Representam cerca de 3% das matrículas do segmento no país e fazem parte de uma parcela da população que não teve oportunidade de frequentar a sala de aula na idade certa.
http://cantinhodesugestoesparaeja.blogspot.com.br
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Idosos na EJA
http://cantinhodesugestoesparaeja.blogspot.com.br
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Saber ler e escrever, aprender conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática é associado a uma possibilidade de avanços e condição de vida melhor. 
Papel da escola: não apenas conduzir ao mercado de trabalho e possibilitar ascensão.
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Desafios da EJA
Preparar alunos para um mundo em transformação tem sido o maior desafio a ser enfrentado.
O preparo destes alunos para as necessidades atuais da sociedade está diretamente relacionado à inserção de jovens e a permanência de adultos no mercado de trabalho.
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Evasão e Taxas de Permanência
Necessário:
 Criação de projetos pedagógicos diferenciados e específicos, que sejam capazes de atender à enorme diversidade do público que compõe esta modalidade de ensino.
 Criação e manutenção de políticas públicas e governamentais, para que a escola possa se fazer um ambiente interessante para a construção de experiências significativas.
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Desafio EJA: PROEJA
Integração entre a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e segmentos da Educação Profissional - PROEJA (Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos), em todo o país, aplicado nas instâncias federal, estadual e municipal.
O número de alunos matriculados no programa PROEJA ainda está muito abaixo da meta prevista.
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EJA Integrada com qualificação profissional 
(Educação e o mundo do trabalho 
 parte 01)
 
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Referências
CIAVATTA, M. Trabalho como princípio educativo na sociedade contemporânea.
 Disponível em: http://www.tvbrasil.org.
ESTEBAN, M. T. Educação popular: desafio à democratização da escola pública. Cad. CEDES [online]. 2007, vol.27, n.71, pp. 9-17. ISSN 0101-3262.   
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Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
Letícia Fonseca 
Castro
Atividade 7
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Quais os principais desafios atuais para modalidade da EJA? Coloque V ou F.
( ) Preparar alunos para um mundo com poucas transformações.
( ) Combater a evasão e aumentar as taxas permanência.
( ) Criação de projetos pedagógicos diferenciados e específicos.
( ) Aumentar o número de matrículas no PROEJA.
Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
Letícia Fonseca 
Castro
Aula 8
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Apresentação da aula
Nesta aula vamos dialogar sobre o currículo e as práticas curriculares de alfabetização na Educação de Jovens e Adultos, tentando compreender os desafios
enfrentados pela EJA 
atualmente.
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http://s.libertaddigital.com
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EJA atualmente
Segundo Ireland (2012), a EJA atualmente tem tido importantes avanços curriculares, possuindo agora objetivos maiores do que a simples alfabetização de jovens e adultos. 
Para o especialista inglês, na atualidade o maior desafio da modalidade de ensino é o de preparar jovens e adultos para um mercado de trabalho concorrente em um mundo em constante transformação.
 
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Indo além da alfabetização
A alfabetização é uma parte fundamental quando se fala em EJA, mas não é a única e mais importante. Sabemos que tal questão associa-se ao fato de que no Brasil, a EJA tem sido, em geral, associada à escolaridade compensatória para pessoas que não conseguiram ir para a escola quando crianças, no entanto, tal perspectiva não se coloca coerente com o que se preconiza nas metas e princípios educacionais atuais. 
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Investimentos na EJA
Existe uma força política muito forte para reduzir as estatísticas de analfabetismo, visto que tal índice está relacionado a busca de um crescimento econômico e social - IDH
EJA - incluída no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) fonte estável de recursos para investimentos. 
Mas... ainda existem graves problemas referentes aos investimentos que muitas vezes não são distribuídos devidamente nas modalidades educacionais.
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Desafios EJA - Matrículas
A queda nas matrículas em EJA suscita um leque de hipóteses relacionadas aos desafios para sua plena implementação no Brasil. 
 “Existe uma multiplicidade de respostas para a questão, baseadas em fatores que atuam em conjunto: o formato ainda muito convencional da escola, poucos esforços e falta de estímulos a estados e municípios para investir em EJA, além da escassez de políticas intersetoriais das áreas de saúde, transporte, assistência social” 
(Catelli, apud, Sanches 2012)
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Uma nova cultura para EJA
A cultura da educação de adultos ainda está por se construir, a demanda social é tênue e desorganizada. Para esta população, a são pensados programas simples, seguindo o modelo tradicional da escolarização, que acaba gerando evasão e resultados insatisfatórios.
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Desafios na prática
Segundo a pesquisadora Francisca Izabel Pereira Maciel - do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale), o desafio para coordenadores de projetos e professores de EJA está em propiciar a articulação do ensinar a ler e escrever com suas funções e usos na sociedade. A começar por uma diferenciação da alfabetização para jovens e adultos em relação à que é destinada e formatada para crianças.
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Portanto...
O desafio: 
Educação de Jovens e Adultos precisa ampliar a oferta, chegar aos lugares certos e encontrar maneiras de ensinar seu público respeitando sua experiência de vida.
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Dica
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Assista ao vídeo 
 “Os desafios da Educação de Jovens e Adultos ” disponível no link abaixo: http://youtu.be/vOyWBZuMHBQ 
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Referências
IRELAND, T. Uma prática educativa com operários em construção. In: Construção Coletiva: Contribuições para a educação de Jovens e adultos. Brasília: UNESCO, MEC, RAAAB, 2005.   
SANCHES. L. O desafio da EJA nos dias atuais. In: Revista Escola Pública Uol. Disponível em http://revistaescolapublica.uol.com.br/
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Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
Letícia Fonseca 
Castro
Atividade 8
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Um dos desafios, talvez o principal, para a modalidade da EJA atualmente, está relacionado as taxas de matrículas.
 Sobre isso, quais os principais fatores que dificultam o acesso dos alunos nesta modalidade?
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“Existe uma multiplicidade de respostas para a questão, baseadas em fatores que atuam em conjunto: o formato ainda muito convencional da escola, poucos esforços e falta de estímulos a estados e municípios para investir em EJA, além da escassez de políticas intersetoriais das áreas de saúde, transporte, assistência social”.
(Catelli, apud, Sanches 2012)
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Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
Letícia Fonseca 
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Aula 9
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Apresentação da aula
Neste capítulo será possível refletir sobre os principais pontos que caracterizam a identidade do professor que trabalha com a Educação de Jovens e Adultos no Brasil.
Poderemos compreender como os professores desta modalidade educacional devem pensar e organizar sua prática pedagógica e sua postura no cotidiano escolar.
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Especificidades do professor da EJA
 Os profissionais comprometidos com a pluralidade e com respeito à diversidade das culturas apresentadas pelos jovens e adultos precisam participar de uma formação continuada permanente, para poder ir de encontro às especificidades de cada educando na EJA.
Arroyo (2006) "se esse perfil de educação de jovens e adultos não for bem conhecido, dificilmente estaremos formando um educador desses jovens e adultos" (p. 22).
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Em busca do próprio perfil
Da mesma maneira, o professor da EJA deve buscar por si próprio traçar seu perfil na busca de ampliar suas habilidades e competências especificas para desenvolver uma boa prática pedagógica em seu trabalho, garantindo sua formação contínua também por meio de uma busca pessoal e particular.
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http://memoriaeja.blogspot.com.br/
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Algumas características peculiares à EJA, relacionadas às vivências dos alunos e outras questões de ordem emocional, interferem diretamente na postura e ação pedagógica do professor de adultos e jovens.
Estes alunos são sujeitos de 
direito que têm responsabilidades 
sociais e familiares e tem já 
formados seus valores éticos 
e morais através de experiências
e da realidade cultural em que 
estão inseridos.
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Freire (1996, p. 30),
“Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos, por isso mesmo pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente à escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos, sobretudo os das classes populares, chegam a ela saberes socialmente construídos na prática comunitária – mas também, como há mais de trinta anos venho sugerindo, discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes em relação com o ensino dos conteúdos. (...) Por que não estabelecer uma “intimidade” entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos?”.
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Identidade do professor
Dentre as habilidades e outras atribuições que compõem o perfil do professor de jovens e adultos está o compromisso em mostrar que a EJA é uma educação possível e capaz de mudar significativamente a vida das pessoas, permitindo que ela possa reescrever sua história, motivando por tanto o aluno a buscar o seu crescimento pessoal e profissional.
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 A construção de uma proposta de trabalho que reconheça as especificidades do público da EJA perpassa diversos aspectos como, por exemplo:
A diversidade de educandos com características de vida específicas;
A preocupação com a organização geral escolar que acolha a realidade desse público;
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Propostas curriculares que vão ao encontro das necessidades e interesses dos alunos;
A disponibilidade de recursos didáticos que atendam e desenvolvam as potencialidades desses sujeitos; 
Iniciativas de formação inicial e continuada aos educadores que trabalham com a EJA especificamente;
Implementação de políticas compensatórias de alimentação e transporte que favoreçam a permanência dos educandos.
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Referências
ARROYO, M. G. Formar educadoras e educadores de jovens e adultos. In: Seminário Nacional Sobre Formação do Educador de Jovens e Adultos. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. 
  
IMBERNÓN, F. Formação docente e profissional: Formar-se para a mudança e a incerteza. São Paulo: Cortez, 2009.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
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Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
Letícia Fonseca 
Castro
Atividade 9
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Reflexão...
Defina quais os principais pontos para um perfil profissional coerente com as necessidades da EJA atual.
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Foi possível perceber que é fundamental na prática pedagógica preservar as particularidades que envolvem a EJA, destacando as relações dialógicas entre educador e educando e tomando como ponto de partida para a ação pedagógica o respeito pelo conhecimento prévio e vivências do educando.
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Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
Letícia Fonseca 
Castro
Aula 10
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Apresentação da aula
Pretendemos aqui refletir e pensar sobre as melhores maneiras de organizar novas aprendizagens e propor aos alunos da EJA atividades que sejam contextualizadas com suas experiências e vivências, bem como com os interesses e necessidades dos educandos. 
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Experiências curriculares
É necessário estabelecer uma relação direta com as especificidades que compõe toda esta modalidade, ou seja, paradigmas que relacionam o saber da experiência e vivências dos alunos e o mundo do trabalho.
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Organização de projetos e atividades 
Conteúdos disciplinares: não fragmentados e diferentes daqueles baseados na programação já estabelecida na modalidade de ensino para crianças e adolescentes.
Organização curricular: Integração e não aglutinação das disciplinas.
Temas transversais e interdisciplinaridade devem ser ponto de partida das propostas curriculares para EJA.
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Sugestão de atividade sequenciada
(Adaptação da sequência publicada pelo Programa Escola que Vale, uma parceira entre Comunidade Educativa CEDAC e Fundação Vale)
Literatura e leitura na EJA: leitura para os filhos ou netos na hora de dormir.
Pretende-se trabalhar com os alunos da EJA a importância do hábito da leitura. Demonstrando que este hábito pode ser desenvolvido a partir de práticas cotidianas como ler histórias para as crianças na hora de dormir. 
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Sugestão de atividade sequenciada
Esta atividade também propõe apontar a relevância da leitura em voz alta para quem lê, como para quem ouve, de forma subjetiva e também compartilhada.
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Condição didática
www.araras.sp.gov.br
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A realização da leitura pelo professor de narrativas literárias é condição didática necessária para que esta sequência ocorra de maneira adequada. Além disso o professor deve realizar leitura habitual para os alunos, utilizando gêneros diversificados. 
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Desenvolvimento da sequência didática: Literatura e leitura na EJA 
Reflexão sobre a importância da leitura; 
Apresentação da proposta aos alunos;
Em contato com a leitura (e leitores) em voz alta;
Escolha e preparação dos textos a serem lidos pelos alunos em voz alta;
Leitura e Comentários;
Fechamento e continuidade.
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Trabalhar a linguagem oral com os alunos da EJA
Cobramos muitos textos escritos, mas não consideramos o que costuma ser dito pelos alunos. É natural que haja essa ênfase, uma vez que um dos objetivos centrais do Ensino Fundamental é a alfabetização e aquisição de autonomia na leitura e na escrita. 
Mas...
A oralidade é fundamental e deve ser considerada como tal!
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Saber oral e escrito
É preciso distinguir o aluno que não aprendeu determinado conteúdo daquele que sabe, mas não consegue demonstrar isso por escrito. Esses dois tipos têm necessidades distintas e requerem intervenções diferentes do professor.
Auxiliar esses jovens e adultos a aprenderem a se expressar melhor no trabalho; a não se intimidar em situações mais formais e a adequar sua fala ao meio onde está. 
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Vídeo 
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Minhas tardes com Margueritte
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Referências
HADDAD, S. Por uma nova cultura de Educação de Jovens e Adultos, um balanço de experiências de poder local. Novos caminhos em Educação de Jovens e Adultos - EJA. São Paulo: Global, 2007.
MOURA, T. A formação de professores (as) para a Educação de Jovens e Adultos em questão. São Paulo: Edufa, 2007.
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Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular
Letícia Fonseca 
Castro
Atividade 10
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Reflexão
Após assistir o trailer do filme “Minhas tardes com Margueritte” é possível afirmar que os adultos ditos analfabetos podem ter conhecimentos a respeito da escrita/leitura?
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Pelo que vimos em nossa aula e no trailer do filme, pode-se dizer que mesmo não sabendo formalmente a ler e escrever, os adultos tem em sua bagagem muita sabedoria devido suas experiências e vivências, e que isto deve ser considerado e valorizado no momento do processo de ensino e aprendizagem. 
... Afinal “ter memória auditiva é o mesmo que lembrar de tudo que ouve”!

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