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direito e cultura - J. J. calmon de passos

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DIREITO E CULTURA
Ele fala da questão do conhecimento, quando um assunto não é do repertório da pessoa é como se esse conhecimento não existe, para ele o conhecimento é o saber, é o poder. Calmon também retrata que o conhecimento é algo inerente ao ser humano e este não pode ser passado para outrem, cada um produz o seu saber. NENHUM SABER É NEUTRO (possui objetivos, interesses), NENHUM SABER É DEFINITIVO (as coisas mudam por exemplo: antigamente acreditava-se que a terra era quadrada, hoje já sabemos que essa afirmativa é equivocada), NENHUM SABER É ABSOLUTO (ninguém sabe tudo sobre tudo sempre haverá interpretações diferentes e novos “olhares” sobre um assunto).
Existem coisas que existem independente da vontade do homem, exemplo o sol, o homem não é o criador de tudo, porém ele é o grande “dono” das coisas pois utiliza destas. Existem dois grupos de “objetos” os criados pelo homem e os criados pelo “criador”, o direito se encaixa nesse primeiro grupo.
O homem precisa ter conhecimento suficiente dos elementos, sejam eles naturais ou artificiais, para que após esse conhecimento possa usufruir e aproveitar o máximo deste. O homem precisa saber o porquê e o para que aquilo existe, o objeto criado (ente) sempre será um resultado de um operar do homem. Mesmo o que não foi criado pelo homem precisa ser investigado para saber o porquê e o para que daquele objeto. É válido ressaltar que para saber mais sobre o objeto o homem deve pesquisar também um pouco sobre a história do seu criador e o contexto que esse foi criado.
O ser humano é ao mesmo tempo um ser que vive do passado, o qual é inatingível por nossas decisões, e um ser não realizado, que vive do futuro e antecipa os seus projetos mesmos estes sendo impossível de ser predeterminados. A existência do ser humano é indeterminada, livre e responsável.
O homem é o único ser racional e isso é o que distingue ele dos outros seres, o animal é dotado de uma determinação total, pois por não ser dotado de racionalidade esse ser vive sempre no presente, ele não sofre com o passado e nem planeja o futuro. O animal ele usa o mundo como um suporte para as suas ações predeterminadas (instintos), é claro que o homem é o oposto de todas essas características atribuídas aos animais.
No mundo da necessidade todos de situam parcialmente, já no mundo da liberdade apenas o homem tem a possibilidade de escolher seus atos com consciência, é como se houvesse um mundo do determinismo e outro mundo da causalidade. Duas dimensões da realidade, primeiro o mundo do ser (causalidade e necessidade) e a outra o mundo do dever-ser (impulsos e vontade). Ser livre é estar vivo na condição humana, o homem ele precisa tomar decisões durante toda a sua vida, sem essa liberdade o homem se encontra em um nível inferior do animal pois não tem a força e segurança do animal as quais são baseadas no inconsciente dos instintos. 
O animal sabe o seu agir o homem precisa se propor aio seu agir, é por esse motivo que o homem é livre, porém pode-se apresentar duas dimensões a liberdade, uma que se relaciona com o indivíduo (livre arbítrio) e a outra que trata das interações do indivíduo com a natureza. Nenhum ato do homem é gratuito, sempre busca algum objetivo.
Trata da causa e consequência, da causa e do efeito. A atividade do homem se baseia em motivações, Intenções e objetivos. Calmon diz que há entre as razões e os resultados uma razão lógica. 
Caso algo atrapalhe a sua razão, você terá uma nova razão para não fazer algo e com essa nova razão irá criar um efeito novo. A ação humana só pode intervir no pré-determinado caso seja possível uma bifurcação, ou seja, se aquecer a agua ela vira vapor (não há bifurcação).
Trata da questão da responsabilidade, algo que ainda é indeterminado muda de estado pois o homem interferiu e qualquer consequência que venha após essa ação é uma responsabilidade. 
A responsabilidade em si mesmo leva a uma exigência do futuro, pois todas as ações feitas no presente vão interferir no futuro.
Não é possível pensar no presente sem ter referências do passado, o homem cria história vivendo o passado e pensando no futuro. Sempre estamos deferentes, as pessoas evoluem e somos hoje o resultado do que fomos ontem.
O homem ele precisa ser individual, ele com ele mesmo, e plural, ele com os seus semelhantes, o homem precisa ter a sua moral e ética em sintonia, e para alcançar os seus objetivos precisa encontrar os meios mais adequados. 
Calmon também retrata do pensamento de Hannah Arendt, o labor, o trabalho e a ação. – labor, processo biológico do corpo humano, homens = animais, o trabalho, faz do homem construtor do mundo.
A ação, não se trata mais da natureza e do mundo, mas só do ser humano. Hannah diz que a pluralidade humana é a condição básica da ação e do discurso e esta tem duplo aspecto da desigualdade e da diferença. Somos iguais, porém diferentes e assim que deve ser.
O homem não criou tudo mas deu significado a esses objetos.
O direito existe para auxiliar a necessidade da convivência social, o direito não tem corpo ou forma, ela apenas é. O direito foi criado pelo homem, mas não é um produto (material), pelo motivo do direito não ser autónomo, ele precisará do seu produtor enquanto processo.
O direito não são os textos, as normas, as leis.... o direito somente é enquanto processo, seja de criação ou aplicação, no concreto da sociedade humana.

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