Direito e poder - J.J Calmon de Passos

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Direito e poder
Só o homem como ser racional tem destino e sabe da sua própria morte.
O pensar, em qualquer de suas manifestações como conhecer, julgar, essas são atividades do homem. 
O homem e a sociedade estão entrelaçados, pois o homem sem a sociedade é um homem só, um homem que não se comunica, não troca vivencias. 
A ordem social precede qualquer desenvolvimento individual. 
A liberdade do homem é moldada pela ordem social.
Qual veio primeiro o indivíduo ou a sociedade? A sociedade é formada pelos indivíduos, ela não foi dada a nós e sim construída. Porém a sociedade cria o indivíduo, é como se um dependesse do outro.
A sociedade nem sempre existiu assim, e a sociedade futura depende das opções da sociedade do presente. 
Faz uma referência ao tecido, todos os fios (sociedade e indivíduo) devem estar entrelaçados e em plena sintonia, pois se os fios não estiverem entrelaçados o tecido não será tecido.
O homem apresenta duas características principais, a sociedade e a liberdade. O homem é livre pois pode optar e não é biologicamente programado, e a sociedade pois não podemos pensar no homem fora da sociedade.
Organizações – conjunto de indivíduos e de atividades que interagem.
Ponto positivo das organizações – melhor entendimento das necessidades.
Ponto negativo das organizações – desigualdade e hierarquização dos homens.
O poder estar presente em toda a sociedade. 
Poder como capacidade de levar alguém a fazer o que entregue a si mesmo, ele não faria.
Caso o poder seja um mal, infelizmente é um mal inevitável. 
O poder político assegura em última instância a efetividade da ordem de dominação.
O poder econômico assegura a divisão de trabalho social e apropriação do produto desse trabalho. 
O Poder ideológico procura o consenso, justificando-se para os dominados. 
É necessária para a existência da ordem social a integração dos três poderes. 
Sentidos do poder em cada ramo:
Antropológico: origina-se da desigualdade dos seres humanos e trabalha com a teoria das atitudes.
Sociológico: é impositiva para organizar o meio social.
Político: relação comando/obediência, uma vez como poder estatal, passa a constituir uma energia suprema.
Jurídico: é a própria energia criadora do direito. 
Ideológico: mecanismos de convencimento.
As pessoas possuem diferentes graus de sabedoria com o poder, uns tem mais e outros menos, saber usar. Isso depende do biológico (força, rapidez...) e psicológicos (persuasão, conhecimento...).
A norma não tem poder, pois é apenas uma norma, ela possui poder no momento que o homem interpreta ela.
O Direito não é material, o Direito não faz nada, quem faz é o homem !
Temos poder sobre o outro quando nos apropriamos de um espaço da sua liberdade.
A limitação e a liberdade são “casadas”.
O direito é a técnica que promove segurança à ordem social, e não podemos colocar o direito como “deus”, ele irá cumprir apenas com a sua função.
O direito é um modelo de assegurar determinado modelo de conivência. 
Não existe um direito ideal, existe um sistema jurídico dentro do qual nós atuamos estando em sintonia com este.
“Todo direito é socialmente construído, historicamente formulado”