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DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO

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DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
	Constitui uma das três grandes dicotomias do direito. Dicotomia vem a ser a divisão do direito em dois ramos. Existe a dicotomia que divide o direito em natural e positivo, a dicotomia que divide o direito em público e privado, e, para a o encerramento do estudo das dicotomias dentro no nosso conteúdo programático, a que divide o direito em objetivo e subjetivo.
CONCEITO DE DIREITO OBJETIVO (norma agendi):
 Conjunto de normas jurídicas obrigatórias, garantidas pelos aparelhos policiais e judiciais do Estado. (Paulo Gusmão)
 Conjunto de normas impositivas ao comportamento humano, autorizando o indivíduo a ter ou não ter, a fazer ou não fazer algo.
 Conjunto de todas as normas jurídicas do Estado
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DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
CONCEITO DE DIREITO SUBJETIVO (facultas agendi):
Consiste na possibilidade de exigir aquilo que as normas de direito atribuem a alguém como próprio. 
 É uma prerrogativa que a norma concede a um sujeito, para que este defenda determinado direito reconhecido pelo ordenamento jurídico.
 É a faculdade que tem o ser humano de agir conforme o direito objetivo.
CONCLUSÃO: Só haverá direito subjetivo para a tutela de uma pretensão se houver o direito objetivo para lhe dar guarida.
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DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
ESPÉCIES DE DIREITO SUBJETIVO (segundo Maria Helena Diniz):
A) O COMUM DA EXISTÊNCIA: Consiste na permissão de fazer ou não fazer, de ter ou não ter algo, sem que necessariamente haja a violação de preceito normativo para se exigira efetivação do direito subjetivo. Ex.: direito ao nome, ao domicílio, de ir e vir, de casar, de trabalhar, de alienar bens etc.
B) O DE DEFENDER DIREITOS OU DE PROTEGER O DIREITO COMUM DA EXISTÊNCIA: Consiste na faculdade que tem o indivíduo de invocar a tutela jurisdicional para fazer para o ato de ilegalidade, para reclamar a reparação pelo dano, para processar criminosos e para fazer cessar ato ilícito. Ex.: mover ação de alimentos, de despejo, de reparação de danos etc.
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DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
TEORIAS SOBRE O DIREITO SUBJETIVO
Teoria da Vontade (Bernhard Windscheid – Jurisconsulto alemão – 1817/1892): É o poder da vontade reconhecido pela ordem jurídica. 
Hans Kelsen criticou fortemente essa teoria, defendendo que nem sempre o exercício do direito subjetivo depende da vontade do seu titular. 
Ps.: Incapazes, nascituros, pessoas jurídicas etc.
2) Teoria do Interesse (Rudolf Von Ihering – Jurisconsulto alemão – 1818/1892): É o interesse juridicamente protegido por meio de ação judicial.
Neste mister, são feitas as mesmas críticas anteriores, tendo em vista que, do ponto de vista psicológico, vontade e interesse se traduzem num mesmo significado, dentro de uma acepção jurídica, pois, se há vontade, há interesse.
Ex.: O rico que empresta ínfima quantia ao pobre parece não ter interesse em reaver o valor mutuado, porém, seu desinteresse não faz desaparecer o direito subjetivo.
Ex.: O direito de cobrar um débito pode ser desprezado pelo credor por falta de interesse.
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DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
TEORIAS SOBRE O DIREITO SUBJETIVO
3) Teoria Kelseniana (Hans Kelsen – Jurista austríaco): Afirma que o direito subjetivo não é algo distinto do direito objetivo, é o próprio direito objetivo.
4) Teoria Mista (George Jellinek – Jurisconsulto alemão – 1851/1911): Afirma que o direito subjetivo é o poder da vontade reconhecido e protegido pela ordem jurídica, tendo por objeto um bem ou interesse.
Aqui, faz-se as mesmas críticas atribuídas às teorias da vontade e do interesse, visto que essa, na verdade, reúne as duas teorias inicialmente apontadas.
5) Teoria de Léon Duguit (jurista francês – 1859/1928): Este afirmou numa posição bem radical, que não há direitos subjetivos, pela impossibilidade de se demonstrar a vontade, poder ou liberdade.
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DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS SUBJETIVOS
Direitos Subjetivos Públicos:	Dividem-se em 1.1) direito de liberdade (ninguém será obrigado a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei); 1.2) direito de ação (invocar a tutela jurisdicional do Estado); 1.3) direito de petição (obtenção de informação administrativa sobre assunto de interesse do requerente – Art. 5º, XXXIV, a da CF/88); 1.4) direitos políticos (assegura a participação dos cidadãos no poder, através do exercício de função pública, seja no legislativo, executivo ou judiciário).
2) Direitos Subjetivos Privados: Dividem-se em 2.1) patrimoniais (possuem valor de ordem material, logo, podem ser apreciados pecuniariamente – Ex. direitos reais, obrigacionais, direito sucessório etc.); 2.2) não patrimoniais (possuem valor sobre os quais não se pode precificar – Ex. direito de família e direitos personalíssimos)
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DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS SUBJETIVOS
3) Direitos Absolutos: Podem ser exigidos contra todos. A coletividade figura como sujeito passivo da relação, por isso, são chamados de erga omnes (contra todos). Ex. direito de propriedade.
4) Direitos Relativos: Só podem ser opostos em relação a determinada pessoa ou pessoas, que participam da relação jurídica. Ex. direitos decorrentes de contrato, ato ilícito, casamento etc.
5) Direitos Transmissíveis: São que podem ser transferidos de um titular para outro. Ex. direitos reais
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DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS SUBJETIVOS
6) Direitos Intransmissíveis: São os direitos que não se transmitem por impossibilidade de fato ou impossibilidade legal. Ex. direito a alimentos, à honra, à imagem, à intimidade, à fidelidade do cônjuge etc.
7) Direitos Renunciáveis: São aqueles em que o titular do direito pode, por ato de vontade, abrir mão de exercê-lo. Ex. cobrar dívida oriunda de nota promissória, exigir a devida reparação por dano moral etc.
8) Direitos Irrenunciáveis: Não comportam renúncia. Ex. direitos personalíssimos, direito ao 13º salário, às férias etc.
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RELAÇÕES JURÍDICAS
NOÇÕES: Ao longo da sua vida, o homem se envolve em relações de natureza pessoal, familiar, patrimonial, econômica etc., que o fazem ingressar plenamente na ordem jurídica. Em sendo a sociedade um complexo de relações dos mais variados tipos, o homem se acha envolvido numa teia imensa de relações, desde o seu nascimento até a sua morte. Dentre essas relações, há aquelas que impõem direitos e deveres tutelados e sancionados pela lei, que são as chamadas relações jurídicas.
CONCEITO: São aquelas relações sociais disciplinadas pelo direito, vinculando dois ou mais indivíduos de forma obrigatória, estabelecendo direitos e deveres.
EXEMPLOS: a relação existente entre o taxista e o passageiro; a relação matrimonial; a compra à vista etc.
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RELAÇÕES JURÍDICAS
ELEMENTOS DA RELAÇÃO JURÍDICA: 
A) Sujeitos: São pessoas (físicas ou jurídicas) entre as quais a relação se estabelece, podendo haver mais de um em cada polo. Pode ser: A.1) Sujeito Ativo: O titular do direito. Trata-se daquele que pode exercer o direito subjetivo; A.2) Sujeito Passivo: Titular do dever jurídico. Sujeito responsável pelo cumprimento da obrigação.
B) Objeto: Trata-se do elemento sobre o qual recai o poder do sujeito ativo. Pode ser uma coisa (imóvel, carro etc.), uma pessoa (filho), bem imaterial (liberdade, honra, integridade moral etc.), uma prestação (fazer algo). Ex. no contrato de compra e venda será a coisa compra/vendida; no contrato de trabalho será a prestação do serviço; no contrato de publicidade, a divulgação do produto e/ou serviço.
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RELAÇÕES JURÍDICAS
ELEMENTOS DA RELAÇÃO JURÍDICA: 
C) Fato Jurígeno: É o fato que dá origem ao estabelecimento de uma relação jurídica. Ex. Danos morais por inclusão indevida de nome de consumidor no cadastro de inadimplentes; retenção de documento de aluno em razão de sua inadimplência; falta de pagamento
de aluguéis por parte do inquilino etc.
D) Garantia: Trata-se da garantia dada ao titular do direito subjetivo que, no caso do não cumprimento voluntário da obrigação que cabe ao sujeito passivo, o Estado praticará os atos coercitivos necessários para assegurar o direito do sujeito ativo.
E) Vínculo: Surge com a ocorrência do fato gerador, que funciona como o iniciador da relação jurídica. Origina-se da lei ou do contrato.
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RELAÇÕES JURÍDICAS
ESPÉCIES DE RELAÇÃO JURÍDICA
A) Abstratas: São as relações jurídicas tais como previstas na norma. Ainda não há a ocorrência do caso concreto.
B) Concretas: Nelas, os sujeitos são individualizados. Significa a aplicação da lei ao caso concreto.Ex. “A” bateu no carro de “B”: incidência do artigo 186 do Código Civil, o qual determina que quem causa prejuízo a outrem está obrigado a reparar o dano.
C) Simples: Quando se atribuem direitos a uma das partes e obrigações à outra. Têm-se os sujeitos ativos e passivos devidamente individualizados. Ex. ação de despejo.
D) Complexas: São aquelas em que direitos e deveres recaem sobre todos os sujeitos ocupantes da relação jurídica, ou seja, direitos e obrigações são recíprocos entre os participantes da relação jurídica. Ex. casamento.
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RELAÇÕES JURÍDICAS
ESPÉCIES DE RELAÇÃO JURÍDICA
E) Principais: São relações que têm existência autônoma. Independem de outra para se estabelecer. Ex. contrato de locação.
F) Acessórias: Sua existência está condicionada ao estabelecimento de uma relação jurídica anterior. Ex. contrato de sublocação, contrato de fiança.
G) Públicas: São as relações em que o estado participa com seu poder de império, em condição de superioridade. Ex. ação de desapropriação, cobrança de tributo.
H) Privadas: Nestas relações, os sujeitos participantes ocupam posições equivalentes. Ex. cotrato de compra e venda.
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RELAÇÕES JURÍDICAS
POSIÇÕES JURÍDICAS
Trata-se da situação jurídica do sujeito, por força da qual um é chamado a agir na esfera jurídica do outro.
1. Posições Jurídicas Ativas
1.1 Direito Subjetivo: consiste na faculdade que tem o sujeito de exigir do titular do dever jurídico uma conduta ou uma prestação criada por lei ou derivada de negócio jurídico. Ex. direito a alimentos.
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RELAÇÕES JURÍDICAS
POSIÇÕES JURÍDICAS
1.2 Direito Potestativo: É o poder de praticar certos atos de acordo com o direito que vai resultar certos efeitos na esfera jurídica de outras pessoas, cabendo a ela somente a possibilidade de se sujeitar ao interesse do titular. Ex. revogação de mandato, aceitação de herança, demissão (exceto os casos em que a lei proíbe), divórcio etc.
1.3 Poder Jurídico: É a situação em que se atribui a uma pessoa poderes relativos a outra, exercíveis em favor e no interesse desta. Ex. poder familiar, tutela, curatela.
1.4 Faculdade jurídica: É o poder de agir, permitido ou não proibido pelo direito, para a satisfação de interesse ilegítimo. Ex. indenização por abandono afetivo, perda de tempo útil etc.
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RELAÇÕES JURÍDICAS
POSIÇÕES JURÍDICAS
2. Posições Jurídicas Passivas
2.1 Dever Jurídico: Corresponde a um comportamento do sujeito passivo necessário à satisfação do interesse do titular do direito subjetivo. 
2.2 Ônus: É a necessidade que o agente tem de se comportar de certo modo para realizar interesse próprio. Ex. cumprimento de encargo, pagamento de caução.
2.3 Sujeição: É a consequência do direito potestativo. Ex. Se alguém tem direito a receber valores decorrentes de dívida contraída por título extrajudicial, outrem tem obrigação de pagar.
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RELAÇÕES JURÍDICAS
ABUSO DE DIREITO
Noções
O Código Civil de 1916 não contemplou esse instituto, vindo o mesmo a ser disciplinado na atual Carta Civil, precisamente no artigo 187, o qual trouxe limites éticos ao exercício dos direitos subjetivos e de outras prerrogativas individuais, impondo ao titular do direito a observância dos princípios da boa-fé e a finalidade social e econômica do direito.
A teoria do abuso do direito está inserida no capítulo dos atos ilícitos. Baseia-se na responsabilidade subjetiva, fundada na culpa.
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RELAÇÕES JURÍDICAS
ABUSO DE DIREITO
Conceito
Trata-se da conduta voluntária, comissiva ou omissiva, negligente ou imprudente, que viola direitos e causa prejuízo a terceiros.
Art. 187 do CC: Também comete o ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

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