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Religiões Afro-brasileiras: Umbanda e Candomblé

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INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR SANT'ANA
ALINE OBEREK
EVELLYN BARBOSA 
RODRIGO V. GARDINAL
	RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS: CANDOMBLÉ E UMBANDA
PONTA GROSSA
2017
ALINE OBEREK
EVELLYN BARBOSA 
RODRIGO V. GARDINAL
	
RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS: CANDOMBLÉ E UMBANDA
	Trabalho apresentado à disciplina de Religião aplicada a Psicologia no Curso de Bacharelado em Psicologia da Instituição de Ensino Superior Sant'Ana, sob orientação do profº Donizetti. 
	
PONTA GROSSA
2017
COMO SE CONSTITUIU
De acordo com os dados apresentados no trabalho África e Educação, confeccionado pela Universidade Federal de Goiás, as religiões afro-brasileiras se constituíram ao longo da história no país, tendo em comum o culto a divindades africanas em território brasileiro pelos escravos. Inicialmente, esses cultos eram realizados escondidos, pois eram práticas muito hostilizadas. 
Para compreender melhor as religiões afro-brasileiras é preciso entender que elas se formaram a partir das influências de dois grandes grupos culturais africanos: aquele pertencente às regiões de influência do Congo, florescida em parte dos atuais territórios do Congo, do Gabão e de Angola (chamados de bantos); e aquele pertencente às regiões de influência dos iorubás, principalmente nos atuais territórios da Nigéria, do Togo e do Benin (chamados de sudaneses e divididos em duas vertentes: jeje-nagô e mina-jeje). Foi a partir destes dois pilares que se constituíram as diferentes religiões afro-brasileiras existentes no país, além de terem também fundamentado outros tipos de expressões da cultura afro-brasileira, tais como danças, músicas, festas, etc. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, ROTA III, 2015)
As religiões afro-brasileiras são oriundas da cultura e crenças dos africanos trazidos para serem escravizados aqui no Brasil. O Candomblé foi a primeira religião consolidada, e estava em pleno funcionamento na Bahia no século XIX. (PRANDI, 2004)
Além do Candomblé, existiam outras religiões denominadas de 
[...] xangô, em Pernambuco, tambor-de-mina, no Maranhão, e batuque, no Rio Grande do Sul, formavam, até meados do século XX, uma espécie de instituição de resistência cultural, primeiramente dos africanos, e depois dos afro-descendentes, resistência à escravidão e aos mecanismos de dominação da sociedade branca e cristã que marginalizou os negros e os mestiços mesmo após a abolição da escravatura. Eram religiões de preservação do patrimônio étnico dos descendentes dos antigos escravos. (PRANDI, 2004)
Essas religiões se constituíram em um cenário de represaria, sofrimento e escravidão. 
De acordo com o autor PRANDI (2004), no início do século XX se formava uma nova religião no Rio de Janeiro, denominada umbanda, que podemos considerar uma releitura do já conhecido Candomblé, sendo rapidamente disseminada pelo país. A umbanda uniu as três vertentes religiosas do Brasil: o catolicismo branco, os orixás da vertente negra e os espíritos e rituais dos indígenas.
Segundo PRANDIS (2004), penas 0,3% da população brasileira adulta declaram-se pertencentes a uma das religiões afro-brasileiras, o que corresponde a pouco mais de 470 mil seguidores. 
SÍMBOLOS
As religiões africanas como o Candomblé e a Umbanda, possuem diversas divindades, entre elas os chamados orixás, que são ancestrais divinizados, cada uma dessas divindades possui sua personalidade e traços próprios, bem como são representadas por diferentes símbolos. Algumas delas:
Exu
Orixá mensageiro entre os homens e os deuses
Personalidade: atrevido e agressivo
Símbolo: ogó.
Ogum
Deus guerreiro
Personalidade: impaciente e obstinado
Símbolo: espada.
Oxóssi
Deus da caça
Símbolo: rabo de cavalo e chifre de boi.
Obaluaiê
Deus das doenças
Personalidade: tímido e vingativo
Símbolo: xaxará.
Oxum
Deusa das águas doces
Personalidade: maternal e tranquila
Símbolo: abebê.
Iansã
Deusa dos ventos e tempestades
Personalidade: impulsiva e imprevisível
Símbolo: espada e rabo de cavalo.
Ossaim
Deus das folhas e ervas
Personalidade: instável e emotivo
Símbolo: lança com pássaros na forma de leque e feixe de folhas.
Nanã
Deusa da lama e do fundo dos rios
Personalidade: vingativa e mascarada
Símbolo: ibiri.
Oxumaré
Deus da chuva e do arco-íris
Personalidade: sensível e tranquilo
Símbolo: cobra de metal.
Iemanja
Deusa dos mares e oceanos
Personalidade: maternal e tranquila
Símbolo: leque e espada.
Xangô
Deus do fogo e do trovão
Personalidade: atrevido e prepotente
Símbolo: oxé.
Oxalá
Deus da criação
Personalidade: equilibrado e tolerante
Símbolo: oparoxó.
Além disso, há símbolos lineares, chamados símbolos-riscados que indicam cada divindade, são utilizados para evocar as entidades que vão ser trabalhadas.
MITOS
As religiões afro-brasileiras tem conexão com elementos da natureza, dão importância á família e á ancestralidade. Tanto a Umbanda quanto o Candomblé cultuam os orixás, porém no Candomblé eles são considerados deuses, na Umbanda são considerados espíritos. As cerimônias são realizadas em locais denominados normalmente como Terreiros e são presididas pelo pai de santo ou mãe de santo, ambas apresentam dança e música. 
No Candomblé creem-se nos deuses de origem africana como orixás, vodus, inquices, erês e caboclos, se comunicam com esses através do jogo de búzios. São realizados cultos, oferendas e sacrifícios. Na celebração o pai de santo ou a mãe de santo invocam seus orixás para que os incorporem.
Os orixás são reverenciados através de danças, cantos e oferendas. Acredita-se que todos são filhos de orixás, são vistos como deuses supremos com habilidades e personalidades diferentes, representam a energia e a força da natureza.
Na Umbanda as crenças são uma mistura de elementos do candomblé, do catolicismo e do espiritismo, existe um Deus supremo chamado de Olorum ou Oxalá, acreditam na imortalidade da alma, na reencarnação e nas leis kármicas. Além de acreditarem nos orixás, também acreditam em guias denominados de entidade. As celebrações são feitas através de médiuns que se incorporam e assim conversam com as pessoas, oferecendo conselhos. Os cultos tem como finalidade o desenvolvimento espiritual dos médiuns e das divindades.
Nas cerimônias da Umbanda são realizadas sessões de “passe”. Também são celebrados batizados, consagração e casamento. O passe é de grande valor para Umbanda, é uma troca de energia de quem está dando o passe com quem está recebendo, com o objetivo do reequilíbrio do corpo físico e espiritual.
CANDOMBLÉ X UMBANDA
Apesar de serem oriundas da cultura trazida pelos escravos Africanos, essas duas religiões foram consolidadas em regiões brasileiras diferentes, não sendo iguais apenas parecidas. Segue o quadro comparativo disponibilizado pela Universidade Federal de Goiás em seu trabalho África em Arte-Educação, realizado em 2015:
	Candomblé
	Umbanda
	Panteão
	Predomínio de um número menor de categorias de entidades circunscritas aos deuses de origem africana (orixás, voduns, inquices), erês (espírito infantil) e eventualmente caboclos (espírito ameríndios)
	Predomínio de um número maior de categorias de entidades agrupadas por linhas ou falanges (orixás, caboclos, pretos velhos, erês, exus, pombagiras, ciganos, marinheiros, zé pilantra, baianos etc.).
	Modos de comunicação com os deuses
	Predomínio do jogo de búzios realizado somente pelo pai-de-santo (sem necessidade do transe), que recomenda os ebós ou despachos para a resolução dos problemas do consulente.
	Predomínio do diálogo direto entre os consulentes e as divindades que dão "passes" ou receitam trabalhos.
	Finalidades do culto às divindades
	Serem louvados através dos rituais privados e festas públicas nos quais os deuses incorporam nos adaptos, fortalecendo os vínculos que os unem e potencializando o axé (energia mística) que protege e beneficia os membros do terreiro.
	Desenvolvimento espiritual dosmédiuns e das divindades (da escala mais baixa, representada pelos exus, à mais alta representada pelos orixás) que, quando incorporam nos adeptos, geralmente o fazem para trabalharem receitando passes e atendendo ao público.
	Hierarquia religiosas
	Estabelecida a partir do tempo de iniciação e da indicação dos adeptos para ocuparem cargos religiosos. Fundamental na organização sócio-religiosa dos grupo.
	Estabelecida a partir da capacidade de liderança religosa dos médiuns e de seus guias. Importância da ordem burocrática.
	Concepção e finalide do transe
	Declarado inconsciente e legitimamente aceito somente após a iniciação do fiel para um número reduzido de entidades.
	Declarado semiinconsciente e permitido para um número maior de entidades, na medida do desenvolvimento mediúnico do fiel.
	Música ritual
	Predomínio de cantigas contendo expressões de origem africana. Acompanhamento executado por três atabaques percutidos somente pelos alabês (iniciados do sexo masculino que não entram em transe).
	Predomínio de pontos cantados em português, acompanhados por palmas curimbas (atabaques), sem número fixo, que podem ser percutidos por adeptos (curimbeiros) de ambos os sexos.
	Iniciação
	Condição básica para o ingresso legítimo no culto. Segregação do fiel por um longo período, raspagem total da cabeçam sacrifcício animal e oferendas rituais. Grande número de preceitos.
	Existe mas não como condição básica para o pertencimento aos culto; camarinha, segregação do fiel por um período curto, raspagem parcial (não obrigatória), sacríficio animal (não obrigatório) e oferendas rituais. Predomínio do batismo, realizada na cachoeira, no mar ou através de entregas de oferendas na mata.
	Dança ritual
	Formação obrigatória da "roda-de-santo" (disposição dos adeptos na forma circular, dançando em sentido anti-horário). Predomínio de expressões coreográficas preestabelecidas, que identificam cada divindade ou momento ritual.
	Não-obrigatoriedade da formação da "roda-de-santo". Disposição dos adeptos em fileiras paralelas. Predomínio de uma maior liberdade de expressão de linguagem gestual nas danças que identificam as divindades.
FONTE: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, 2015. 
A VISÃO DA PSICOLOGIA: RELIGÕES AFRO-BRASILEIRAS
Segundo dados levantados e citados no artigo da autora LAGES (2012), muitas pesquisas quantitativas mostram que a população negra brasileira sofre um acúmulo de desigualdades que foram adquiridos no processo histórico do país e se permeiam atualmente. Essas desigualdades foram reconhecidas pelo Ministério da Saúde na realização do II Seminário Nacional de Saúde da População Negra, em 2007. “A história da saúde e das doenças da população negra mostram que essa configuração é decorrente do processo histórico de escravidão que ocorreu no Brasil.” (LAGES, p. 403, 2012)
Naquele momento, as práticas cotidianas para tratamento da saúde e que portavam uma determinada concepção de doença e de corpo se confrontavam com o descaso e a ineficiência dos tratamentos da medicina da época, tendo destaque a dimensão religiosa, o apelo aos santos, às orações, às simpatias e o conhecimento a respeito do uso medicinal das plantas. Isto levava a população a procurar outros meios de tratamento de saúde permeados pelas crenças nos orixás africanos, nos espíritos de antepassados, nos rituais de possessão, no uso das plantas e amuletos. Tais crenças e práticas estão ainda hoje presentes no campo das religiões afrodescendentes, que recebe diferentes denominações conforme sua localização geográfica: Candomblé e Umbanda. (LAGES, p. 403, 2012)
As regiões africanas visam a doença/ saúde como algo holístico, relacionada com seu misticismo e a natureza. Nos terreiros, os fiéis buscam cura física, psicológica e espiritual através do saberes ancestrais da religião. Nesse contexto ocorre atualmente, assim como na época da escravidão. Estes mesmo cultos e crenças acabam gerando preconceito com os fiéis, que são muito perseguidos e sofrem violência tanto física quanto psicológica.
Podemos elencar dois possíveis problemas: o fato de que sérios problemas de saúde que deveriam ser tratados via Medicina e Psicologia são levados até os terreiros para possível cura através dos cultos; e o segundo está no preconceito religioso e racismo. 
Neste cenário, podemos incluir a Psicologia Social, esta que possui como objeto de estudo o comportamento do indivíduo em sociedade. A Psicologia Social pode contribuir para a explicação deste preconceito relacionada à identidade social, visando à análise das relações intergrupais com a pertença grupal. 
De acordo com SANTOS (2010), o pesquisador da Psicologia Social que irá abordar o racismo e a intolerância religiosa deve deter muita atenção, pois são temas bem complexos na sociedade brasileira, pois não são problemas atuais, estando enraizados em um contexto histórico bem profundo e antigo. Para entendê-los, devem-se levar em consideração as implicações históricas, políticas, econômicas e sociais. 
	A intolerância religiosa iniciou na escravidão em XVI, quando a Igreja Católica condenava as práticas religiosas dos africanos escravizados, que recebiam adjetivos como demoníacas, ilegais e criminosos, sendo assim oprimidas. De acordo com RAMOS (1937) apud SANTOS (2010), os negros escravizados eram considerados um problema na formação da cultura brasileira por formações culturais. 
	Conclui-se que todo o preconceito religioso e o racismo oriundem de um contexto histórico e estão presentes até hoje em nossa sociedade brasileira. Cabe a nós pesquisadores de Psicologia e psicólogos, seja da área Social ou não, compreender todo esse processo e sabe identificar o preconceito religioso e o racismo que estão tão camuflados em nossa sociedade para que possamos manusear o produto de tudo isso e as consequências psicológicas em nossos possíveis pacientes descendentes de escravos e/ou fiéis do Candomblé, Umbanda, entre outros. 
	
REFERÊNCIAS
PRANDI, Reginaldo. O Brasil com axé: candomblé e umbanda no mercado religioso. Estud. av.,  São Paulo ,  v. 18, n. 52, p. 223-238,  Dec.  2004 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142004000300015&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 07  Nov.  2017.  
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS. África em Arte-Educação [e-book] / Org. Eliesse Scaramal; Universidade Federal de Goiás. Centro Integrado de Aprendizagem em Rede (CIAR). – Goiânia : Gráfica da UFG, 2015. 20 p.Disponível em https://africaarteeducacao.ciar.ufg.br/modulo4/cntnt/parte3.html Acesso em 07 Nov. 2017.
LAGES, S. R. C. Saúde da população negra: A religiosidade afro-brasileira e a saúde pública. Psicologia Argumento, v.30, n.69, 2012.
SANTOS, M. L. O. Raça e religião: uma análise piscossocial dos discursos acerca das religiões afro-brasileiras. 2010. 134 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2010.
AUTOR DESCONHECIDO. Mitologia Afro-Brasileira- deuses e deusas. O Peregrino Cristão. Disponível em <https://peregrinodecristo.blogspot.com.br/p/mitologia-afro-brasileira-deuses-e.html> 
BEZERRA, J. Candomblé. Toda Matéria. Disponível em <https://www.todamateria.com.br/candomble/>
CABRAL, G. Religião. Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/religiao/candomble.htm>

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