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� �PAGE \* MERGEFORMAT�20� APOSTILA PROCESSOS DE TRABALHO I Prof.: Enf.: Anna Beatriz Santana de Araújo 1. História do Controle das Infecções Hospitalares Há tempos o homem se depara com problemas de infecção Hospitalar. James Simpson em 1830 sem saber a real origem das enfermidades que acometiam seus pacientes ao resolver realizar as cirurgias no domicílio reduziu a mortalidade por amputação de 41% para 11%. Em 1844 Ignas Philipp Semmelweis médico húngaro iniciou seu trabalho nas enfermarias destinadas à assistência de parturientes. O setor de maternidade possuía duas Divisões, na primeira, a assistência era prestada por médicos e estudantes de medicina, na segunda por parteiras. Semmelweis observou que a mortalidade era cinco vezes maior na enfermaria da primeira divisão. Por acreditar que o parto deveria ser uma decorrência natural e fisiológica ele não admitia índices de mortalidade tão altos e passou a observar e comparar as duas divisões. Considerado hoje o patrono da ginecoobstetrícia e o pai do controle das infecções hospitalares Semmelweis, foi um homem à frente de seu tempo, após seus estudos constatou que havia algo na mão dos estudantes de medicina, o qual sem possuir o conhecimento de microbiologia atual chamou de “vírus cadavérico”, que era transmitido as pacientes na hora do parto. Estes estudantes participavam de aulas práticas de anatomia antes da realização dos partos. Neste contexto Semmelweis obrigou todos os estudantes a lavarem as mãos antes da realização do procedimento e com esta simples medida reduziu a mortalidade puerperal de 18,27% para 1,2%. Em 1820 Florence Nightengale, uma jovem dama Inglesa, selecionou um grupo de 38 voluntárias (enfermeiras) para ir à Guerra da Criméia. Seu trabalho baseou-se na humanização e organização do atendimento aos enfermos (providenciou: limpeza do ambiente cozinha, lavanderia, adequação do sistema de esgoto), e com isso obteve uma redução da mortalidade dos soldados de 42% para 2,2%. Em 1876 Joseph Lister, médico, instituiu medidas de anti-sepsia e assepsia em procedimentos cirúrgicos e reduziu a mortalidade de 35% para 15% no pós-operatório. No Brasil, a preocupação com o tema só começou no governo de Juscelino Kubischek com a ocorrência de surtos por estafilococos resistentes à penicilina. A partir de 1970 com um modelo altamente tecnológico de assistência à saúde surge as primeiras Comissões de Controle de Infecção Hospitalar – CCIHs. O Decreto do Ministério da Saúde N° 77.052 de 19 de janeiro de 1976, em seu Artigo 2°, Item IV, determinou que nenhuma instituição hospitalar pode funcionar no plano administrativo se não dispuser de meios de proteção capazes de evitar efeitos nocivos à saúde dos agentes, pacientes e circunstantes. Em 24 de junho de 1983, o Ministério da Saúde instituiu a Portaria 196, que determina que "todos os hospitais do país deverão manter Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) independente da entidade mantenedora”. A Lei Federal 9431 de 1997 instituiu a obrigatoriedade da existência da CCIH e de um Programa de Controle de infecções Hospitalares – PCIH, definido por um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, tendo como objetivo a redução máxima possível da incidência e gravidade das infecções nosocomiais. E finalmente, em 1998 o Ministério da Saúde editou a portaria n° 2616 com diretrizes e normas para estas ações (Portaria esta que já se encontra em processo de atualização pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA). 2. Legislação Vigente A Portaria n° 2616 de 12 de maio de 1998 (encontra-se disponível no site www.anvisa.gov.br) através dos anexos I, II,III,IV e V define diretrizes e normas para prevenção e o controle das infecções hospitalares e dispõe em seus anexos: Anexo I – Diz respeito a Organização da CCIH Anexo II - Conceitos e Critérios Diagnósticos das Infecções Hospitalares, onde: Infecção Comunitária – É a infecção constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não seja relacionada com internação anterior no mesmo hospital. São também comunitárias: As associadas a complicações ou extensão da infecção já presente na admissão do paciente, a menos que haja troca de microorganismos ou sinais e sintomas fortemente sugestivos de aquisição de nova infecção. Infecção de Recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi comprovada e que se tornou evidente logo após o nascimento (Ex: Herpes simples, Toxoplasmose, Rubéola...). Adicionalmente também são consideradas comunitárias as infecções de recémnascidos relacionadas à bolsa rota superior a 24 h. Infecção Hospitalar – é qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. Anexo III – Vigilância Epidemiológica e Indicadores das Infecções Hospitalares Anexo IV – Lavagem das Mãos Anexo V – Recomendações Gerais Quanto à composição a CCIH é formada por membros consultores (representantes dos seguintes serviços: médico, de enfermagem, de farmácia, de laboratório, de nutrição, da administração e outros) e por membros executores os quais preferencialmente deve ser um profissional enfermeiro, estes serão responsáveis pela execução do PCIH estabelecido pelos membros consultores. Compete a CCIH: Elaborar o Regimento Interno da CCIH. Manter e avaliar o PCIH. Estabelecer o Sistema de Vigilância Epidemiológica. Adequação, implementação e supervisão de normas e rotinas. Educação em serviço / capacitação. Uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médicos hospitalares. Cooperação com a ação do órgão de gestão do SUS. Realizar a notificação compulsória / Serviço Saúde Coletiva. Aplicar medidas que visem controlar as IHs Cabe a autoridade máxima da instituição: Constituir e nomear formalmente a CCIH. Propiciar infra-estrutura necessária para seu funcionamento. Aprovar e fazer respeitar o seu Regimento Interno. Garantir a participação do Presidente da CCIH nos órgãos colegiados deliberativos e formuladores de política da instituição. Garantir o cumprimento das recomendações formuladas pela Coordenação Municipal, Estadual / Distrital de Controle de Infecção. Apoiar as ações da CCIH e do Serviço de Controle de Infecção – SCIH (membros executores) 3. Programa de Controle de Infecção Hospitalar O PCIH é definido como um conjunto de ações desenvolvidas, deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares. Cabe a CCIH elaborar o PCIH e este deve contemplar no mínimo as seguintes atividades: Vigilância Epidemiológica da IHs Normas para uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico hospitalares. Processo para prevenção e transmissão de microorganismos Normas e rotinas técnico-operacionais Padronização de medidas de controle de infecção hospitalar Treinamento dos profissionais 4. Principais agentes das infecções hospitalares Os microorganismos comumente encontrados nas infecções hospitalares são microorganismos da microbiota normal dos indivíduos, que por estarem com a imunidade deprimida são mais susceptíveis a infecção. Cerca de 75 % das infecções hospitalares são de origem autóloga. Os principais agentes responsáveis pelas infecções hospitalares são as bactérias, alguns vírus e pelo uso indiscriminado de antibióticos observa-se um aumento de infecções por fungos. É importante ressaltar que o homem só está livre de microorganismos no útero em condições normais de gestação. As bactérias são classificadas em: Bactérias gram positivas (Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase negativa e Enterococcus ssp...). Obs: Estas são agentes colonizantes de trato respiratório superior, pele e trato gastro-intestinal. Bactériasgram negativas: Fermentadoras de glicose – (Enterobacter spp, E. coli, Serratia spp, Kleibsiela spp, proteus spp e Citrobacter spp...) Não fermentadoras de glicose – (pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter Baumanni...). E sobre os Fungos temos a Candida responsável pela maioria das infecções fúngicas nosocomiais (Candida albicans, Candida glabrata e Candida krusei). Vamos definir alguns conceitos: Contaminação – Presença transitória de microorganismos em superfície sem invasão tecidual ou relação de parasitismo. Ex: Microbiota transitória da mão. Colonização – presença de qualquer microorganismo dissociado de manifestações clínicas da doença. Ex: Microbiota humana normal. Patogenicidade – capacidade de o microorganismo produzir doenças. Virulência – capacidade de o microorganismo invadir tecidos e produzir doenças. 5. Cadeia Epidemiológica de transmissão das Infecções hospitalares Para que ocorra a transmissão dos agentes infecciosos é necessário à presença de três elementos: Fonte Hospedeiro ↑ � Fonte – é o local onde o agente infeccioso está presente ao ser transferido para o hospedeiro. Hospedeiro susceptível – é o indivíduo com potencial de ser colonizado e infectado ao entrar em contato com o agente infeccioso. Vias de transmissão – é o modo como o agente infeccioso é transferido da fonte para o hospedeiro susceptível. As vias de transmissão são divididas em: Por contato – é a via de transmissão mais implicada nas infecciosas nasocomiais. Contato direto – contato físico entre a fonte e hospedeiro Contato indireto – contato com objeto contaminado Por gotículas – tosse, espirro, fala... Por via aérea – disseminação de núcleos de gotículas, esses núcleos de gotículas ficam suspensos no ar. Por veículo comum – alimentos, água, medicamentos... Por vetor – insetos, ratos e outros animais. 6. Tipos de Isolamentos/Precauções As Precauções ou isolamentos estão baseados na forma de transmissão do agente infeccioso a fim de interromper a cadeia epidemiológica das infecções. � Precauções Básicas São um conjunto de medidas antiinfecciosas de isolamento que devem ser observadas por todos os profissionais de saúde durante realização de procedimento ou no atendimento de qualquer paciente ou usuário do serviço de saúde. Fundamenta-se em: Lavar as mãos Usar EPIs Evitar acidentes com pérfuro-cortantes Higienização das mãos É a medida mais importante para reduzir o risco de infecção. Principais Indicações: Antes e depois de cuidados com pacientes Entre os diversos procedimentos Antes e depois de retirada de luvas Equipamentos de proteção individual São barreiras físicas que quando utilizadas adequadamente podem também proteger o paciente. Os EPIs devem ser selecionados de acordo com o procedimento a ser realizado e os seus potenciais riscos de provocar exposição à sangue e outras substâncias corporais. 1.1 Luvas Indicação: Luvas de procedimentos não estéreis – protegem as mãos de profissional Luvas estéreis – protegem as mãos do profissional e fazem parte da técnica asséptica Luvas de borracha ou material resistente à perfuração – protegem as mãos do profissional durante o processamento de artigos e superfícies. 1.2 Máscara, óculos, protetor facial e bocais para reanimação. Indicação: Proteger as mucosas (nasal, oral e ocular). 1.3 Avental, propés e acessórios de proteção. Finalidade: Protegem a pele e o uniforme / roupa do profissional durante procedimentos. Utilização de materiais pérfuro-cortantes Recomendações: Realizar procedimentos que envolvam a manipulação de materiais pérfuro-cortantes com a máxima atenção. Não utilizar os dedos como anteparo. Agulhas não devem ser reencapadas, desentortadas, removidas... As agulhas, tesouras, vidros...Devem ser acondicionadas e transportadas para a Central de Esterilização com segurança. Os artigos e instrumentos pérfuro-cortantes devem ser desprezados em coletores especiais de paredes rígidas e impermeáveis. Os coletores para descarte de pérfuro-cortante devem ser preenchidos até 2/3 de sua capacidade total, devendo estar instalados em altura adequada próximo ao local do procedimento. NUNCA DESPREZAR MATERIAIS PÉRFURO-CORTANTES EM LIXEIRAS COMUNS, POIS OUTRAS PESSOAS PODEM FERIR-SE. Precauções adicionais As precauções adicionais, ou isolamento são orientados de acordo com a via de transmissão do agente infeccioso específico. Fundamentos para precauções adicionais Sempre manter as precauções básicas Usar quartos individuais ou coletivos para pacientes acometidos pelo mesmo microorganismo Aplicar precauções adicionais baseadas na via de transmissão do agente Usar EPIs Manter precauções antiinfecciosas durante o transporte do paciente a outros setores Visitas e acompanhantes somente com orientação Suspender as precauções adicionais assim que terminar o período de transmissão do agente infeccioso Tipos de precauções adicionais: Precauções com gotículas São indicadas na assistência de pacientes com infecção, suspeita ou confirmada, causadas por microorganismos transmitidos por via inalatória através de gotículas que se disseminam a curta distância. Exemplo de doenças: Doenças meningocócicas, Caxumba e Rubéola... Quarto individual, ou comum a pacientes acometidos pelo mesmo agente. Lavar as mãos antes e após entrar no quarto Uso de máscara A máscara deve ser retirada pelas alças Limitar o transporte do paciente a outros setores A limpeza dos mobiliários do paciente deve ser realizada diariamente Manter aviso na porta do quarto Precauções aéreas São indicadas na assistência de pacientes com infecção, suspeita ou confirmada, causadas por microorganismos transmitidos por via aérea através de partículas que se disseminam a longa distância. Exemplo de doenças: Tuberculose Pulmonar, Sarampo, Varicela. Quarto privativo de preferência com antecâmara, manter o quarto com pressão negativa. Lavar as mãos antes e após entrar no quarto Uso de máscara com filtro especial N 95 A máscara deve ser retirada pelas alças Limitar o transporte do paciente a outros setores A limpeza dos mobiliários do paciente deve ser realizada diariamente Manter aviso na porta do quarto Precauções de contato São indicadas na assistência de paciente com infecção, suspeita ou confirmada, ou colonização causadas por microorganismos transmitido por contato direto e indireto. Exemplo de doenças: Infecção ou colonização por bactérias multiresistente, Hepatite A, Conjuntivite... Quarto individual, ou comum os pacientes acometidos pelo mesmo agente. Lavar as mãos antes e após entrar no quarto, realizar limpeza com solução anti-séptica. Calçar luvas Usar avental e retirar após sais do quarto Limitar o transporte do paciente a outros setores A limpeza dos mobiliários do paciente deve ser realizada diariamente Manter aviso na porta do quarto Usar artigos exclusivos para este paciente Atenção: CUIDADO COM O ASPECTO PSICOLÓGICO DO PACIENTE. Segue abaixo uma tabela com o período de incubação das principais doenças transmissíveis. Microorganismo Principais doenças Período de incubação Acanthanoeba spp Encefalite, ceratite. Desconhecido Adenovírus Infecção das Vias aéreas superiores 2 a 18 dias. Média 8 dias. Ancilostoma Duodenale Necator americanus Ancilostomose 4 a 6 semanas. Ovos nas fezes. Ascaris lumbricóides Ascaridíase 4 a 8 semanas. Ovos nas fezes. Babesia microti Babesiose 1 semana a 12 meses Bacillus anthracis Carbúnculo Até 7 dias. Média 48 hs. Bacillus cereus Intoxicação alimentar 1 a 16 hs Bartonella baciliformes Doença de Carrion Até 4 meses. Média 16 a 22 dias. Microorganismo Principais doenças Período de incubação Bartonella henselae B. quintana Doença da arranhadura do gato 3 a 50 dias. Média 2 semanas.B.quintana Febre das trincheiras 7 a 30 dias Bordetella pertussis Coqueluche 5 a 20 dias. Média 7 a 10 dias. Borrelia burgdorferi Doença de Lyme 3 a 32 dias B. recurrentis B. duttonni Febre recorrente 2 a 15 dias Brucella spp Brucelose Até 10 meses. Média 1 a 3 semanas. Bunyavírus Febre hemorrágica 3 a 15 dias Campylobacter spp Enterite bacteriana 1 a 10 dias. Média 5 dias Chlamydia pneumoniae Pneumonia 10 dias C. psittaci Psitacose 1 a 4 semanas C. trachomatis Linfogranuloma venéreo 3 a 30 dias. Média 5 a 12 dias. Citomegalovírus Citomegalovirose 3 a 12 semanas Coronavírus Infecção das vias aéreas superiores 2 a 5 dias Cornynebacterium diphtheriae Difteria 2 a 6 dias Coxiella burnetti Febre Q 9 a 28 dias Coxsakievírus Infecção das vias aéreas superiores 2 a 10 dias. Média 3 a 5 dias. Criptosporidium spp Criptosporidiose 1 a 12 dias. Média 7 dias Diphylobotrium latum Difilobotriose 3 a 6 semanas Echinococcus granulosos Equinococose 12 meses a vários anos Ehrlichia sennetsu Erlichiose 7 a 21 dias Entamoeba histolytica Amebíase 2 a 4 semanas Microorganismo Principais doenças Período de incubação Enterobius vermicularis Enterobíase 1 a 2 meses E. coli Diarréia por cepas hemorrágicas 3 a 8 dias Diarréia por cepas êntero-toxigênicas 24 a 72 hs. Até 10 hs em casos de surtos. Diarréia por cepas êntero-invasivas 10 hs Diarréia por cepas êntero-patogênicas 9 a 12 hs Francisella tularensis Tularemia 1 a 14 dias Giárdia lamblia Giardíase 3 a 25 dias Haemophilus influenzae Meningite 2 a 4 dias H. influenzae biogrupo aegyptus Febre púrpura brasileira 24 a 72 hs Hantavirus Febre hemorrágica 2 meses Helicobacter pylori Gastrite, úlcera duodenal. 5 a 10 dias Influenzavírus Gripe 1 a 3 dias Isospora belli Isosporíase 1 semana Legionella pneumophila Doença dos legionários 2 a 10 dias Leishmania brasiliensis Leishmaniose cutânea 2 semanas a 3 anos L. donovani Calasar 10 dias a 6 meses Leptospira spp Leptospirose 2 a 20 dias Listeria monocytogenes Listeriose 3 a 70 dias. Média 3 semanas Mycobacterium leprae Hanseníase 9 meses a 40 anos M. tuberculosis Tuberculose 4 a 12 semanas Mycoplasma pneumoniae Pneumonia 6 a 36 dias Naegleria fowleri Meningoencefalite amebiana primária 3 a 7 dias Microorganismo Principais doenças Período de incubação Nairovírus Febre hemorrágica 1 a 2 semanas Neisseria gonorrhoeae Gonorréia Oftalmia neonatal 1 a 10 dias N. meningitidis Meningite 2 a 10 dias Outras salmonelas gastroenterocolite 6 a 12 horas Papilomavírus verruga 1 a 20 meses Parvovirus B19 Eritema infeccioso 4 a 21 dias Phlebovirus Febre hemorrágica 1 a 2 semanas Plasmodium falciparum Malária 7 a 14 dias P. malarie Malária 7 a 30 dias P. vivax Malária 8 a 14 dias Poliovírus Poliomielite 3 a 35 dias Rhinovírus Infecção das VAS 12 hs a 5 dias Rickettisia akari Ricketiose vesicular 7 a 21 dias R. australis Tifo do carrapato 7 a 10 dias R. conorii Febre Botonosa 5 a 7 dias R. prowazekii Febre maculosa das montanhas rochosas 3 a 14 dias R. sibirica Febre do carrapato do norte da Ásia 2 a 7 dias R. tsutsugamushi Tifo tropical 6 a 21 dias R. typhi Tifo murino 6 a 18 dias Roseolovirus Exantema súbito 1 a 2 semanas rotavírus gastroenterocolite 24 a 72 hs Rubivírus Rubéola 14 a 23 dias Salmonela vars typhi Paratyphi Febre tifóide 3 dias a 3 meses Schistosoma mansoni Esquistossomose Aguda 15 a 45 dias Ovos nas fezes 2 meses Microorganismo Principais doenças Período de incubação Shigella Desinteria bacilar 12 a 96 horas Simplexvírus Herpes 2 a 12 dias S. aureus Infecção hospitalar 3 a 10 dias Toxi-infecção alimentar 30 min a 8 horas Streptobacillus moniliformis Febre da mordedura do rato Até 10 dias Streptococcus agalactiae Sepse neonatal 7 dias (precoce) 1 ano (tardia) S. pneumoniae Pneumonia, otite. meningite 1 a 3 dias S. pyogenes Erisipela, escarlatina. Febre puerperal 1 a 3 dias Strongyloides stercoralis Estrongiloidíase 2 a 4 semanas Taenia saginata Teníase 10 a 14 semanas T. solium Teníase e cisticercose 8 a 12 semanas Toxocara canis Toxocaríase Desconhecido Toxoplasma gondii Toxoplasmose 5 a 23 dias em surtos Treponema carateum Pinta 1 a 3 semanas T. pallidum subesp endemicum Bejel Desconhecido T. pallidum subesp pertenue Framboesia 2 a 4 semanas T. pallidum subesp pallidum Sifílis 10 a 90 dias Trichinella spiralis Triquinelose 5 a 45 dias Trichomonas vaginalis Tricomoníase 4 a 20 dias Trichuris trichiura Tricuríase 4 a 5 semanas ovos nas fezes Trypanossoma cruzii Doença de chagas Inseto: 5 a 14 dias Transfusão: 30 a 40 dias Microorganismo Principais doenças Período de incubação Varicellovírus Varicela, Herpes zoster. 2 a 3 semanas Vibrio cholerae Cólera Até 5 dias Vírus da caxumba Caxumba 12 a 25 dias Vírus da coriomeningite linfocitária Coriomeningite linfocitária 1 a 3 semanas Vírus da dengue Dengue 2 a 14 dias Vírus da febre amarela Febre amarela 3 a 6 dias Vírus da hepatite A Hepatite A 15 a 50 dias Vírus da hepatite B Hepatite B 45 a 180 dias Vírus da hepatite C Hepatite C 2 semanas a 6 meses Vírus da hepatite delta Hepatite delta 2 a 8 semanas Vírus da hepatite E Hepatite E 15 a 64 dias Vírus da imunodeficiência humana SIDA Menos de 1 ano até superior a 10 anos Vírus da parainfuenza Infecção das VAS 2 a 6 dias Vírus da raiva Raiva 9 dias até 7 anos Vírus do sarampo Sarampo 7 a 18 dias Vírus ebola Febre hemorrágica 2 a 21 dias Vírus Epstein-Barr Mononucleose infecciosa 4 a 6 semanas Vírus Lasso Febre hemorrágica 6 a 21 dias Vírus Malburg Febre hemorrágica 3 a 9 dias Vírus norwalk Gastroenterocolite 10 a 52 hs Vírus Sabiá Febre hemorrágica brasileira 3 a 9 dias Vírus sincicial respiratório Infecção das VAS 2 a 8 dias Wuchereria bancrofti Filariose 3 a 12 meses Yersinia enterocolica Enterocolite hemorrágica 6 a 14 dias Y. pestis Peste 1 a 8 dias 1 e 2. Principais Infecções Hospitalares e Medidas de Prevenção Como já foi descrito anteriormente, os microorganismos responsáveis pela maioria das infecções hospitalares - IH são encontrados na microbiota normal dos pacientes. Sendo assim, temos que quanto maior o número de procedimentos invasivos (como acessos vasculares, sonda vesical de demora, cânulas de intubação, cirurgias...) maior o risco para adquirir uma infecção hospitalar, pois favorecemos a migração destes microorganismos para um local que naturalmente não teríamos microorganismos. Considerando a premissa descrita acima a Unidade de Terapia Intensiva – UTI é o local onde temos o maior número de infecções hospitalares. Esta unidade caracteriza-se por possuir pacientes que necessitam de cuidados intensivos e freqüentes, agudamente enfermos, pós-operatório de cirurgias de grande porte entre outros, os que os torna mais susceptíveisas infecções hospitalares, além disso, temos nesta área a utilização intensa de antimicrobianos o que naturalmente seleciona cepas resistentes modificando a colonização do ambiente e dos pacientes. Neste módulo vamos estudar os quatro principais sítios de infecção hospitalar. São eles: Infecção de trato urinário, infecção de trato respiratório inferior, infecção primária de corrente sanguínea e infecção de sítio cirúrgico. Infecção do trato urinário As infecções de trato urinário – ITU representam a causa mais comum de infecção hospitalar, 35 – 40% das IH (Saudi Med, 2004) e 80% estão geralmente associadas ao uso de cateter urinário ou realização de procedimentos para diagnóstico ou terapêutica de patologias urinárias (Lai KK & Fontecchio AS, 2002). Segundo Haley 15 – 25% dos pacientes internados são cateterizados. Dados americanos mostram que as ITU hospitalares prolongam a estadia dos pacientes de 1 a 4 dias, acarretando um custo adicional de US$ 558.00 a US$ 863.77. Alguns fatores de risco estão associados a sua ocorrência são eles: Sexo feminino Idade avançada Duração da cateterização Qualidade do cuidado com o cateter Doença subjacente severa (Ex: diabetes Mellitus) Antibióticoterapia Abertura do sistema A ocorrência de bacteriúria é freqüentemente 50% após 15 dias de utilização de Sonda vesical de demora – SVD sistema fechado, em caso de utilização de sistema aberto a bacteriúria ocorre em 100% dos casos em apenas quatro dias de uso do dispositivo. É importante salientar que bacteriúria é a presença de bactérias na urina não necessariamente elas estão invadindo os tecidos e provocando infecção. Os microorganismos mais freqüentes na ocorrência das ITU são do trato gastrointestinal. Segue abaixo um quadro comparando dois estudos realizados: CDC-NNISS 1990-1992 SENTRY - 1997/1999 E. coli → 25% Enterococcus spp → 16% P. aeruginosa → 11% C. albicans → 8% K. pneumoniae → 7% Enterobacter spp → 5% P. mirabilis → 5% SCN → 4% Outros fungos → 3% E. coli → 48% P. aeruginosa → 13% Klebsiella spp → 10% Enterobacter spp → 6% Acinetobacter spp → 3% Enterococcus spp → 5% Serratia → 3% Burkholderia → 1% Uma vez instalado o cateter urinário temos as seguintes vias possíveis dos microorganismos alcançarem o trato genito-urinário. São elas: Via intraluminal Quando da desconexão da junção do cateter com tubo coletor Quando do manuseio do tubo de drenagem do saco coletor Via extraluminal Neste caso os microorganismos ascendem no espaço que existe entre a superfície externa do cateter e a mucosa uretral. Abaixo abordaremos as medidas de prevenção recomendadas segundo CDCNNISS. Altamente recomendadas: Usar cateterização apenas quando indispensável Utilizar apenas sistema de drenagem fechado e evitar desconectar a sonda e o coletor de urina Capacitar profissionais sobre técnicas corretas de inserção e manutenção do cateter Higienização das mãos antes do procedimento Técnica estéril para instalação do cateter Minimizar risco de trauma da uretra realizando adequada fixação do cateter Usar técnica asséptica para coleta de espécimes para análise Esvaziar periodicamente a bolsa sem contaminar o tubo de drenagem Manter a bolsa coletora no nível abaixo da bexiga Manter fluxo urinário livre de obstrução (não se recomenda fechar rotineiramente a sonda “educação da bexiga”) Moderadamente recomendadas: Não trocar rotineiramente a sonda vesical Realizar educação periódica com os profissionais Usar diâmetro adequado da sonda Não usar rotineiramente técnicas de irrigação contínua ou intermitente Evitar manipulação diária do cateter ou anti-sepsia do meato com soluções anti-sépticas ou cremes bactericidas Quando da necessidade de disjunção cateter / coletor o local da junção deve ser desinfetado Baixo grau de recomendação: Usar alternativas como cateterização intermitente ou uso de condons Troca do sistema coletor inteiro quando este for violado Evitar vigilância microbiológica rotineiramente Pneumonia hospitalar A Pneumonia hospitalar é a segunda principal causa de IH, corresponde a 15% das taxas de IH global e 27% das taxas de IH em UTIS clínicas (NNISS, 1998). Alguns estudos demonstram que a pneumonia hospitalar aumenta o tempo de internação de 4 a 9 dias acarretando um custo adicional de US$ 4,947.00 a 40.000 por paciente (Chest, 2002). As vias aéreas inferiores - VAI são isentas de microorganismos, a colonização destes locais se dá por aspiração de microorganismos orofaríngeos, por inalação de aerossóis ou menos freqüente por disseminação de um foco distante pela via hematogênica. Esta invasão provoca uma resposta do organismo que pode interromper ou não o processo infeccioso, isso varia segundo imunocompetência do hospedeiro, fonte de inoculo suficiente e presença de um ambiente propício. Algumas características dos pacientes podem aumentar o risco para pneumonia; Uso de antimicrobianos – favorece a colonização das vias aéreas superiores por bacilos gram-negativos, ou outros microorganismos de maior virulência ou resistência. Uso de imunossupressores e quimioterápicos – reduzem a resposta do organismo aos agentes infecciosos. Uso de dispositivos invasivos favorece a adesão, a proliferação e a migração de microorganismos para as VAI. Ex: sondas nasogástricas aumentam o refluxo, presença de tubo endotraqueal, elimina o sistema de filtração do nariz e vias aéreas de condução, assim como diminui a remoção de patógenos pelo sistema muco ciliar e provocam lesões pela irritação do tubo, a presença do cuff do tubo endotraqueal permite a proliferação bacteriana, o uso de equipamentos de ventilação mecânica favorecem a formação de condensados auxiliando na proliferação de patógenos, além de utilização de materiais com inadequado processo de desinfecção / esterilização. Uso de sedativos ou narcóticos – pois alteram a capacidade respiratória, aumentando a possibilidade de aspiração. Cirurgias de grande porte – pois os pacientes não possuem uma boa expansão pulmonar pela dor. Presença de doença neuro-muscular Presença de doença pulmonar crônica de base Uso de antiácidos – alteração do ph gástrico favorece a multiplicação de microorganismos. Extremos de idade. O diagnóstico da Pneumonia hospitalar é difícil, pois febre, tosse, produção de escarro purulento, alteração dos parâmetros ventilatórios e infiltrado pulmonar são achados pouco sensíveis e pouco específicos. Os métodos de diagnóstico microbiológico podem ser divididos em invasivos e não-invasivos. Entre os não-invasivos destacamos o aspirado endotraqueal com cultura quantitativa com boa sensibilidade e especificidade, e entre os invasivos destacamos o lavado broncoalveolar, o escovado protegido broncoalveolar e a biópsia, destes temos maior custo, necessidade de profissionais especializados como broncoscopistas e risco maior de efeitos adversos como pneumotórax e hemorragias. Os agentes etiológicos responsáveis pela pneumonia hospitalar são variáveis, nos primeiros quatro dias de internação a pneumonia é causada por microorganismos da própria comunidade (E. coli, Klebsiella, Proteus, S. pneumoniae, H. influenzae, S. aureus oxa sensível) e após este período os agentes mais comuns são os gram negativos (P. aeruginosa, Acinetobacter,), e o gram positivo S. aureus – MARSA, encontrados na microbiota hospitalar, vide tabela abaixo: Estudo Sentry 1997 - 1 999 microorganismo % P. aeruginosa 29% S. aureus 21% Acinetobacter 11% Kleibsiella 9% Enterobacter 7% E. coli 4% Enterococcus 4% S. marcescens 3% As medidas de prevenção são segundo CDC-NNISS classificadas em: Altamente recomendadas: Capacitação de profissionais no controle de infecção. Realizar vigilânciaepidemiológica das infecções respiratórias em pacientes de alto risco Ex: pacientes em ventilação mecânica. Estimular higienização das mãos. Quando necessária a entubação der preferência à via orotraqueal ao invés da nasotraqueal. Verificar rotineiramente posição de sondas enterais. Estimular pacientes em pós-operatório a deambulação precoce. Usar espirometria em pacientes em pós-operatório. Não utilizar antimicrobiano com o objetivo de prevenir a pneumonia. Não trocar rotineiramente os circuitos dos respiradores (somente se funcionando mal ou estiverem visivelmente sujos). Desprezar condensados líquidos acumulados ao longo da extensão do respirador. Em relação aos nebulizadores acoplados nos circuitos deve-se proceder com limpeza, desinfecção e secagem entre o uso em um mesmo paciente. Usar fluido estéril para nebulizadores de pequeno volume. Equipamentos semi-critícos (os quais entram em contato com membranas e mucosas íntegras) devem ser submetidos a esterilização ou a desinfecção de alto nível). Não esterilizar ou desinfetar o maquinário interno de equipamentos de anestesia. Trocar cânulas de traqueotomia quando necessário com técnica asséptica. Moderadamente recomendadas: Ao realizar a desentubação aspirar secreção acumulada no cuff da cânula. Exceto em caso de contra-indicação médica manter decúbito elevado a 30° e 45° em pacientes com risco de aspiração. Se necessário realizar traqueostomia utilizar técnica asséptica. Preferir uso de ventilação não-invasiva a invasiva e reduzir o tempo de ventilação mecânica se possível. Não recomendado ou assunto não resolvido: Utilização de sistemas de aspiração fechados (multiuso) X sistemas descartáveis de único uso. Utilização de luva estéril ou descartável para aspiração. Tempo ideal para troca do sistema fechado de aspiração endotraqueal. Método de umidificação de vias aéreas em pacientes sob ventilação mecânica (água aquecida X filtro higroscópico). Descontaminação da orofaringe com clorexidina (0,12%) Infecção primária de corrente sanguínea Primeiramente é preciso esclarecer a definição de infecção primária de corrente sanguínea - ICS esta ocorre, quando o paciente apresenta resposta inflamatória à presença ou à invasão por microrganismos na corrente sanguínea sem outro foco de infecção conhecido. Por exemplo, caso o paciente tenha um diagnóstico de pneumonia e posteriormente venha a apresentar uma infecção da corrente sanguínea esta será classificada como infecção secundária da corrente sanguínea. Segundo dados americanos as ICSs associadas ao uso de cateteres são responsáveis por 19% das infecções em UTIs. Segundo Pittet de cada 2,5 milhões de IHs diagnosticadas, 250.000 são da corrente sangüínea. Estas infecções aumentam cerca de 14 dias o tempo de hospitalização isso corresponde a um custo adicional de 3,5 bilhões de dólares ao ano. Cerca de 90% destas ICS estão associados a cateteres venosos. No Brasil ainda não possuimos referências sobre a taxa de utilização de dispositivos vasculares sabe-se que na Europa está em torno de 63% e nos EUA aproximadamente 50% dos pacientes internados possuem dispositivo vascular (Nystrm et al, 1983). Alguns fatores estão associados a um maior risco para ocorrência da ICS: Falha na técnica de inserção Cuidados inadequados na manutenção do cateter Cateterização prolongada Manipulação freqüente do sistema Função do cateter (Ex; hemodiálise maior risco) Presença de múltiplos lumens Gravidade da doença de base Tipos de curativos oclusivos no local de inserção do cateter (Ex filmes transparentes não porosos são pouco permeáveis a umidade oferecendo maior risco) Local de inserção do cateter (membros inferiores maior risco que membros superiores, para cateter central dar preferência a inserção a região subclavicular ao sítio femoral ou jugular) Materiais do cateter (EX: PVC favorece a adesão de estafilococos coagulase negativo que o teflon) Infusão de nutrição parenteral Os agentes infecciosos mais comuns são: NNISS 1992 - 1999 SCN 37% S aureus 13% Enterococcus spp 13% Gram-negativos 14% Cândida spp 8% Os microorganismos invadem a corrente sanguínea através de três mecanismos: Colonização inicial do orifício de inserção do cateter e migração pela superfície externa do cateter. Colonização da superfície interna (lúmen) do cateter e migração direta para a corrente sanguínea. Infusão de líquido contaminado As medidas de prevenção de ICS estão divididas em: Altamente recomendadas: Promover treinamento de profissionais de saúde relacionado à inserção, manutenção e medidas gerais de prevenção de infecções associadas a cateter. Verificar adesão dos profissionais as práticas recomendadas. Realizar anti-sepsia adequada das mãos na manipulação e processo de passagem do cateter. O uso de luvas não dispensa a anti-sepsia das mãos. Definir equipe treinada específica para inserção e manutenção dos cateteres. Realizar Vigilância epidemiológica das ICS. Remover o cateter que não for essencial ao tratamento. Não usar rotineiramente antimicrobianos sistêmicos ou intranasais para prevenção de colonização de cateter ou ICS. Para cateter periférico optar por membros superiores aos inferiores. Para inserção de cateter central, inclusive o de inserção periférica utilizar técnica asséptica. Não há recomendação de inserção no centro cirúrgico, pois o meio ambiente não traz implicações. Para inserção de cateteres periféricos utilizar luvas estéreis, caso contrário não tocar no local de punção após a anti-sepsia de pele. Desestimular a inserção de cateteres por dessecação. Realizar a anti-sepsia da pele dando preferência a soluções degermantes a base de clorexidina (2%), embora álcool e soluções iodadas também possam, ser utilizadas. Utilizar cateteres impregnados com anti-sépticos ou antimicrobianos se a expectativa de uso for superior a 5 dias e somente em casos em que as taxas de ICS associadas a cateter forem superiores a esperada mesmo com adesão as medidas comumente recomendadas. Trocar cateteres periféricos de adultos a cada 72-96hs. Não trocar rotineiramente cateteres centrais. Trocar cateter central com pus ou outros sinais flogísticos no local da inserção. Não trocar cateteres centrais com fio guia na suspeita de ICS associada a cateter. Trocar o curativo sempre que o mesmo apresentar-se sujo. Para cateteres centrais trocar gaze pelo menos a cada dois dias e curativos transparentes no máximo em 7 dias. Realizar anti-sepsia da pele limpa durante as trocas de curativos. Não utilizar cremes ou pomadas com antimicrobianos / anti-sépticos no local de inserção. Não trocar equipos ou outros sistemas para infusão num período inferior a 72hs, exceto em caso de suspeita de infecção. Equipos utilizados para infusão de hemoderivados ou soluções de lípides devem ser trocados no máximo em 24hs. Realizar infusões contendo lípides num período inferior a 24 horas. Realizar infusão de hemoderivados num período inferior a 4 horas. Para composição de fluídos que requerem adição de componentes, esta deve ser realizada numa capela de fluxo laminar. Para soluções de múltiplo uso desinfetar o diafragma com álcool a 70% e usar dispositivo estéril para sucção. Não utilizar solução glicosada para monitorar a pressão. Moderadamente recomendadas: Trocar cateteres inseridos em condições não ideais (quebra de técnica em situações de emergência) em 48hs. Trocar o cateter central caso o paciente apresentar-se hemodinamicamente instável e suspeitar-se de ICS associada a cateter. Infecção de sítio cirúrgico As infecções de sítio cirúrgico - ISC são aquelas relacionadas a procedimentos cirúrgicos. Para padronizarmos o vocabulário o Centers for DiseaseControl – CDC define como procedimento cirúrgico: Aqueles que ocorrem em pacientes internados ou admitidos somente para realização do procedimento. São realizados dentro do centro cirúrgico. Pelo menos uma incisão é feita, incluem-se laparotomias e amputações. O tempo para observação e diagnóstico das infecções cirúrgicas deve ser de 30 dias pós-procedimento, no caso de colocação de próteses ou implantes o período de observação estende-se para 1 ano. Quando ocorre uma ISC um paciente aumenta em média 7 dias seu tempo de internação resultando num acréscimo de US$ 3,152 por custo/paciente (CDC, 1999). Os microorganismos causadores da infecção normalmente atingem a ferida operatória durante o ato cirúrgico e são oriundos de duas floras: Flora endógena - Disseminação de microorganismos da pele, mucosas, vísceras ocas e disseminação de um foco à distância; Flora exógena - Equipe cirúrgica – mãos, instrumentos – equipamentos / insumos e ambiente: (incluindo o ar, no entanto raramente implicado). O risco de infecção aumenta segundo a classificação de potencial de contaminação proposta por Mayhall, neste caso cirurgias classificadas como limpas têm um risco menor de infecção. Segue abaixo a classificação citada: Potencial de contaminação característica Limpa Tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação; Eletiva, não traumática, não infectada; Nenhuma falha na técnica asséptica; Sem invasão do trato digestivo, respiratório superior ou geniturinário. Ex: mamoplastias, herniorrafias. Potencialmente contaminada Tecidos colonizados por flora bacteriana pouco numerosa (até 100.000 col/ml); Tecidos de difícil descontaminação; Ausência de processo infeccioso local; Cirurgias com pequena quebra de técnica Ex: cirurgia eletiva de intestino delgado; cirurgias esofágicas, gástricas. Contaminada Tecidos colonizados por flora bacteriana abundante (acima de 100.000 col/ml); Tecidos de difíceis ou impossíveis descontaminação; Extravasamento grosseiro de material do trato gastrointestinal; Falhas técnicas grosseiras em ausência de supuração local. Ex: apendicectomia sem supuração, cirurgia oral e dental, vias biliares em presença de bile contaminada, fratura exposta (menos de 6 horas). Infectada Intervenções cirúrgicas em tecidos com presença de processo infeccioso local já estabelecido ou ferida traumática aberta abordada tardiamente (+ 6 h) Ex: cirurgia de reto e ânus com pus, cirurgia abdominal em presença de conteúdo de cólon e pus, feridas traumáticas abertas tardias (+ 6 h). A ISC também pode ser classificada quanto a sua topografia; ISC incisional superficial – quando envolver apenas pele e tecido subcutâneo do local. ISC incisional profunda – podendo envolver ou não pele e subcut6aneo, mas obrigatoriamente envolve tecidos moles profundos como fáscia e músculos. ISC órgão e cavidade – envolvem órgãos ou espaços profundos manipulados durante a cirurgia. Além do potencial de contaminação existem outros fatores de risco para ISC. São eles: Idade avançada Doenças metabólicas Más condições do estado clínico Obesidade / desnutrição Neoplasias Internação pré-operatória prolongada Uso de drogas imunossupressoras Tempo prolongado de cirurgia Realização de tricotomia Presença de drenos Os agentes mais comuns nas ISC são: Dados do SENTRY, 1997-1999. 430 bactérias coletadas nos Hospitais Brasileiros S. aureus 46% P. aeruginosa 11% Enterococcus spp 8% E. coli 7% Enterobacter spp 7% Kleibsiella 4% SCN 3% Acinetobacter/Serratia 3% As principais medidas de prevenção das ISC são: Pacientes com doenças agudas ou crônicas descompensadas devem ter suas cirurgias postergadas (se possível). Reduzir ao máximo o tempo de internação pré-operatório. Postergar cirurgia se presença de infecção em outro sítio. Higienização e degermação adequada das mãos dos profissionais. Remover pêlos na menor área possível e preferir utilização de tricotomizador elétrico a lâmina de barbear. Realizar anti-sepsia da pele do paciente com técnica adequada. Reduzir ao máximo possível o tempo de cirurgia E finalmente o CDC cita que num hospital geral as taxas de ISC em operações classificadas como limpas seja inferior a 5%, nas potencialmente contaminadas não superiores a 11%, nas contaminadas no máximo 17% e nas infectadas o desejável é que seja inferior a 27%. 3. Emergência de microorganismos resistentes a antimicrobianos comumente utilizados O ambiente UTI é um dos mais propícios da área hospitalar para o desenvolvimento de germes multi-resistentes, pois: Possui pacientes mais susceptíveis tanto por estado clínico como por procedimentos invasivos. Risco aumentado de transmissão de microorganismos (muitos procedimentos a serem realizados e menores taxas de adesão a higienização das mãos por profissionais). Uso excessivo de antimicrobianos. Sendo assim vamos abordar os principais microorganismos resistentes e seus mecanismos de resistência. O S. aureus é um agente muito comum em pneumonias associadas à ventilação mecânica e em infecções de corrente sanguínea. Com a descoberta da penicilina nos anos 40 logo houve a produção de penicilases pelo S. Aureus, esta enzima inativa o antibiótico. Nos anos 60 com a introdução das penicilinas semi-sintéticas (meticilinas, oxacilinas e etc) permitiram que o problema fosse contornado. Após uma década as opções terapêuticas ficaram ainda mais restritas com o aparecimento de S aureus meticilino resistentes os ditos MRSA, isto obrigou a utilização de antibióticos glicopeptídeos (vancomicina e teicoplamina), o mecanismo de resistência se deu pela presença do gene mec A que altera o alvo de ligação da parede bacteriana conferindo baixa afinidade a todos os antibióticos beta-lactâmicos. Atualmente com a aquisição de um novo gene denominado van A o S aureus já está apresentando uma resistência intermediária ou total aos glicopeptídeos. O SCN apresenta os mesmos mecanismos de resistência do S aureus, no entanto sua taxa de resistência a oxacilina chega 80 a 90%. Os Enterococcus spp já são naturalmente resistentes a inúmeros antibióticos (aminoglicosídeos, beta-lactâmicos e recentemente a glicopeptídeos), geralmente requerem tipos de antimicrobianos um que age na parede – penicilina, ampicilina e glicopeptídeos e um que altera a síntese de proteínas – aminoglicosídeos. O marcador de resistência é a vancomicina, droga comumente utilizada, essa resistência se deu pela aquisição do gene van A, van B e van C. Como mecanismo de prevenção orientamos a identificação de pacientes portadores de ERV nas fezes e intituição de precaução de contato. Estudos Brasileiros demonstram uma taxa de 14 a 25% de colonização retal de ERV (em pacientes com uso prévio de vancomicina e internação prolongada). Enquanto as bactérias gram positivas possuem um mecanismo de resistência os microorganismos gram negativos (Pseudomonas e Acinetobacter - comuns em infecções de trato urinário e pneumonias associadas a ventilação mecânica) apresentam cerca de quatro a cinco mecanismos de resistência. O principal mecanismo de resistência é a produção de beta-lactamases que conferem resistência a cefalosporinas e penicilinas de amplo espectro, um subgrupo as metalo-beta-lactamases conferem resistência aos carbapenens os quais constituem as principais armas no tratamento de gram-negativos multiresistentes. Ainda podemos citar alguns outros mecanismos de resistência adquiridos por estes microorganismos como perda de porinas, mecanismo de efluxo (criam bombas que retiram o antibiótico de dentro da célula fazendo com que retorne ao meio extracelular) e modificação do sítio de ligação dos ATM. Já os bacilos Gram negativos fermentadores de glicose tornam-seresistentes através da produção de Beta lactamase de espectro ampliado - ESBL (Klebsiella spp e E coli) conferindo resistência a carbapenens, e produção de enzima tipo amp C (Citrobacter spp, Enterobacter spp, Serratia spp e Proteus Spp) conferindo resistência a cefalosporinas de 3° e 4° geração. E finalmente, com o uso indiscriminado de antimicrobianos observamos um aumento freqüente das infecções fúngicas, o gênero mais comum é a Cândida que já se apresenta resistente a antifúngicos menos tóxicos (Fluconazol e itraconazol). 4. Programa de uso racional de antimicrobianos Os antimicrobianos são umas das classes de medicamentos mais utilizadas, corresponde a cerca de 50% das prescrições médicas, a principal diferença em relação a outras classes de medicamentos é que estes além do efeito ao paciente possuem um impacto ambiental. A Organização Mundial de Saúde – OMS define como uso racional de medicamentos a situação na qual os pacientes recebem os medicamentos apropriados a suas necessidades clínicas na dose correta, por um período de tempo adequado a um custo acessível. Diferentes causas provocam o uso inadequado de antibióticos, as principais são: Insuficiência de formação técnico – científica nas academias e ausência de atualizações sobre o tema. Ausência de Programas efetivos de racionalização em todos os níveis do sistema (federal, estadual e municipal). Insuficiência de recursos laboratoriais. Pouca participação de farmacêuticos no controle dos antimicrobianos de amplo espectro. Propaganda inadequada e opressiva da industria farmacêutica. O principal objetivo de um Programa de racionalização de antimicrobianos é assistir adequadamente o paciente, minimizar o aparecimento da resistência microbiana e como conseqüência teremos uma redução dos custos. Para iniciarmos será necessário a estruturação de um Comitê de uso de antimicrobianos, este deverá ser composto por: Infectologista (Coordenador) Chefia do laboratório Chefia da Farmácia Profissionais da CCIH Representante dos cirurgiões Representante dos clínicos (não esquecer da pediatria) Médico intensivista Médico do Pronto Socorro Chefia de Enfermagem Representante da Administração Representante da Comissão de Qualidade do Atendimento As principais funções deste Comitê seriam: Elaborar diagnóstico situacional Elaborar um Programa de trabalho, incluindo as principais ações a serem desenvolvidas. Estabelecer metas Promover uso racional de antimicrobianos Definir formulário de antimicrobianos Realizar atividades de ensino Realizar auditorias do uso de antimicrobianos. Incisional Superficial(1) (SSI – SKIN) Critério Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia e envolve apenas pele e tecido subcutâneo à incisão Mais pelo menos um dos seguintes: Drenagem purulenta da incisão superficial Cultura positiva de fluído ou tecido da incisão superficial obtido assepticamente Pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas de infecção: dor ou aumento da sensibilidade, edema local, hiperemia ou calor e a incisão superficial é deliberadamente aberta pelo cirurgião, exceto se a cultura for negativa. Diagnóstico de infecção superficial pelo cirurgião ou médico assistente. Incisional Profunda(2) (SSI – ST) Critério Todos os seguintes: Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia se não houver colocação de prótese. Caso haja colocação de prótese, pode ocorrer em até um ano se a infecção parecer ter. Relação com o procedimento cirúrgico. Envolve tecidos moles profundos à incisão (ex: fáscia e músculos) Mais pelo menos um dos seguintes: Drenagem purulenta da incisão profunda, mas não de órgão/cavidade. A incisão profunda sofre deiscência espontânea ou é deliberadamente aberta pelo cirurgião quando o paciente tem pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: febre (> 38ºC), dor ou aumento da sensibilidade local, exceto se a cultura for negativa. Abscesso ou outra evidência da infecção envolvendo a incisão profunda é visualizado durante exame direto, reoperação ou exame histopatológico ou radiológico. Diagnóstico de infecção incisional profunda pelo cirurgião ou médico assistente. Órgão / Cavidade(3,4) (SSI – código específico do órgão/cavidade) Critério Todos os seguintes: Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia se não houver colocação de prótese. Caso haja colocação de prótese, pode ocorrer em até um ano se a infecção parecer ter. Relação com o procedimento cirúrgico. Envolve qualquer parte do corpo, exceto pele no local da incisão, fáscia e camadas Musculares, que tenha sido aberta ou manipulada durante a cirurgia. Mais pelo menos um dos seguintes: Drenagem purulenta pelo dreno colocado dentro do órgão/cavidade através da ferida. Cultura positiva de fluído ou tecido do órgão/cavidade obtido assepticamente Abscesso ou outra evidência de infecção envolvendo o órgão/cavidade visualizado durante exame direto, reoperação, exame histopatológico ou radiológico. Diagnóstico de infecção de órgão/cavidade pelo cirurgião ou médico assistente. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS - Infecção do Sítio Cirúrgico (SSI) (1) INSTRUÇÕES DE NOTIFICAÇÃO Não notifique SSI-SKIN para a cirurgia NNIS de transplante de bypass arterial coronário (TBAC). Para TBAC, se a infecção é no tórax, use SSI-STC (soft tissue-chest) ou se é na perna do doador, use SSI-STL (soft tissue -leg). Não notifique um abscesso dos pontos (mínima inflamação e drenagem de secreção limitada aos pontos de sutura) como infecção. Não notifique uma infecção localizada de ferimento cortante como SSI, e sim, como infecção de pele e partes moles, conforme a profundidade. Notifique uma infecção do local da circuncisão em recém-nascido como SST-CIRC. Circuncisão não é procedimento NNIS. Notifique infecção de episiotomia como REPR-EPIS. Episiotomia não é um procedimento NNIS. Notifique queimadura infectada como SST-BURN. Se a infecção incisional envolve ou se estende para fáscia ou camadas musculares, notifique como SSI incisional profunda. Classifique a infecção que envolve tecido superficial e profundo como SSI incisional profunda. Notifique o espécime de cultura de incisões superficiais como ID (drenagem incisional). (2) INSTRUÇÕES DE NOTIFICAÇÃO Não notifique SSI-SKIN para a cirurgia NNIS de transplante de bypass arterial coronário (TBAC). Para TBAC, se a infecção é no tórax, use SSI-SKNC (skin-chest) ou se é na perna do doador, use SSI-SKNL (skin-leg). Classifique infecções que envolvem o tecido incisional superficial e profundo como SSI incisional profunda. Notifique o espécime de cultura de incisões profundas como ID (drenagem incisional). Considera-se como prótese um corpo estranho implantável não derivado de humano (ex: válvula cardíaca protética, transplante vascular não-humano, coração mecânico ou prótese de quadril) que é implantado permanentemente em um paciente durante uma cirurgia. (3) DEFINIÇÕES Considera-se como prótese um corpo estranho implantável não derivado de humano (ex: válvula cardíaca protética, transplante vascular não-humano, coração mecânico ou prótese de quadril) que é implantado permanentemente em um paciente durante uma cirurgia. Uma SSI órgão/cavidade envolve qualquer parte do corpo, exceto a pele no local da incisão, fáscia ou camadas musculares, que tenha sido aberta ou manipulada durante a cirurgia. Sítios específicos são definidos para as SSI órgão/cavidade para melhor identificação da localização da infecção. Estão listados a seguir os sítios específicos que devem ser usados para diferenciar as SSI órgão/cavidade. Um exemplo é apendicectomia seguida de abscesso subdiafragmático, que seria notificado como uma SSI órgão/cavidade de localização intra-abdominal (SSI-IAB).SÍTIOS ESPECÍFICOS DE SSI - órgão/cavidade Outras infecções do trato BONE Osteomielite LUNG respiratório inferior BRST Mastite ou abscesso da mama MED Medisatinite CARD Miocardite ou pericardite MEN Meningite ou ventriculite DISC Espaço do disco Cavidade oral (boca, língua ou ORAL gengivas) EAR Ouvido, mastóide OREP Outro masculino ou feminino EMET Endometrite OUTI Outras infecções do trato urinário ENDO Endocardite SA Abscesso medular sem meningite EYE Olhos (exceto conjuntivite) SINU Sinusite GIT Trato gastrointestinal UR Trato respiratório superior Intra-abdominal, não especificada em IAB outro local VASC Infecção arterial ou venosa Intracraniana, abscesso cerebral ou IC duramáter VCUF Cuff vaginal JNT Articulação ou bolsa 1. Limpeza, desinfecção e esterilização de artigos Nos Serviços de Saúde segundo recomendação do Manual de Processamento de artigos e superfícies do Ministério da Saúde de 1994 o processamento de artigos deve ser centralizado, por motivos de custo, eficiência de operacionalização, facilidade de manutenção do padrão de qualidade e aumento de vida útil dos mesmos. O setor destinado à limpeza, acondicionamento, esterilização, guarda e distribuição de materiais esterilizados é denominada Central de Material Esterilizado – CME. (BRASIL, 1999). A CME têm basicamente dois ambientes distintos, uma área denominada de área suja / contaminada (neste local são realizados os procedimentos de limpeza e desinfecção), e uma área limpa (onde os artigos são embalados para realização do processo de esterilização). Na CME os artigos são processados segundo uma seqüência. Segue abaixo de forma resumida o fluxograma de artigos na CME: Recepção de artigos contaminados ↓ Limpeza e secagem de artigos ↓ Barreira física ↓ Inspeção, preparo, lubrificação e embalagem. ↓ Desinfecção / Esterilização ↓ Armazenamento ↓ Distribuição Os artigos a serem processados devem ser classificados de acordo com o risco potencial de transmissão de infecção. A escolha do melhor método para o processamento dos artigos vai depender do tipo de material e sua finalidade. Segue abaixo a classificação de Spaulding baseado no risco de infecção: Artigos Críticos Materiais com elevado potencial de risco de provocar infecção porque são introduzidos diretamente em tecidos. Instrumental cirúrgico, agulhas, cateteres intravasculares e dispositivos a eles conectados, como equipo de solução e torneirinha normalmente estéreis. Artigos Semi-Críticos Aqueles que entram em contato com mucosa íntegra e pele não intacta; pode-se tornar artigo crítico se ocorrer lesão acidental durante a realização do procedimento. Equipamentos de anestesia e endoscopia. Artigos Não-Críticos Materiais que entram em contato somente com a pele íntegra e geralmente oferecem baixo risco de infecção. Artigos com comadre, papagaio, termômetros. A limpeza é o primeiro passos para o processamento de artigos, com esta removem a matéria orgânica e conseqüentemente diminuímos o número de microorganismos a fim de uma melhor ação dos produtos desinfetantes / esterilizantes. Portanto, Limpeza – É a remoção mecânica de sujidade, realizada pela fricção mecânica e utilização de detergentes ou desincrostantes. Tem o objetivo de reduzir a carga microbiana e remover contaminantes (PADOVEZE e DELMONTE, 1999). Os principais tipos de limpeza são; Manual - É realizada manualmente por meio de ação física, sendo utilizado água, detergente, escovas de cerdas macias. Automática - É realizada por máquinas automatizadas, que removem a sujidade por meio de ação física e química. Lavadora-ultra-sônica - ação combinada da energia mecânica (vibração sonora), térmica (temperatura entre 50º e 55ºC) e química (detergentes). Lavadora descontaminadora - jatos de água associada a detergentes, com ação de braços rotativos e bicos direcionados sob pressão. Lavador termo – desinfectadora - jatos de água e turbilhonamento, associados à ação de detergentes. A desinfecção se dá por meio de ação térmica ou termoquímica. Lavadora esterilizadora - realiza ciclos de pré-limpeza, limpeza com detergente, enxágüe e esterilização. Os principais produtos utilizados na limpeza são: Limpadores Enzimáticos - São compostos basicamente por enzimas que removem a matéria orgânica do material em curto período de tempo Desincrostantes - São produtos que contém tensoativos que reduzem a tensão superficial da água. Desinfecção – É o processo de destruição dos microorganismos vegetativos (com exceção das formas esporuladas), utilizando agentes físicos e químicos. Classifica-se em: Alto nível – destrói todos os microorganismos na forma vegetativa e alguns esporulados, bacilo da tuberculose, fungos e vírus. Requer enxágüe do material com água estéril e manipulação com técnica asséptica. Médio nível ou nível intermediário – destrói todos os microorganismos na forma vegetativa, exceto os esporulados, inativa o bacilo da tuberculose, a maioria dos vírus e fungos; Baixo nível – destrói todos os microorganismos na forma vegetativa, alguns vírus e fungos, não elimina o bacilo da tuberculose, nem os esporulados. Principais características de um desinfetante ideal: ação rápida amplo espectro ativo em presença de matéria orgânica atóxico compatível com diversos tipos de materiais efeito residual na superfície fácil manuseio inodoro ou de odor agradável ecônomico solúvel em água não poluente estável em concentração original ou diluído ser compatível com sabões, detergentes e outros produtos químicos. A seguir apresenta-se a ordem de resistência decrescente dos agentes aos desinfetantes: Esporos bacterianos (Bacillus subtilis, Clostridium sporogenes) ↓ Microbactérias (micobacterium tuberculosis) ↓ Vírus pequenos ou não lipídicos (poliovírus, coxsackie vírus) ↓ Fungos (cândida spp, cryptococcus spp) ↓ Bactérias vegetativas (pseudomonas aeruginosa, staphylococcus áureos, salmonela). Vírus médios ou lipídicos (herpes, CMV, VSR, Hep B, HIV). Principais Desinfetantes Químicos Utilizados em artigos Hospitalares PRODUTO NÍVEL DE DESINFECÇÃO TEMPO DE EXPOSIÇÃO RESTRIÇÕES DE USO Glutaraldeído a 2% ALTO 30 minutos Materiais porosos pois retém o produto Ácido peracético a 0,2% ALTO 10 minutos Danifica metais Hipoclorito de sódio a 1% MÉDIO 30 minutos Danifica metais e mármore Álcool a 70% MÉDIO 30 segundos Danifica acrílico e borracha Quaternário de Amônia BAIXO 30 minutos Não há PRODUTO EPI TOXICIDADE Álcool 70% Luva de borracha de cano longo NÃO APRESENTA Quaternário de Amônia Luva de borracha de cano longo NÃO APRESENTA ambiente) (polui o Hipoclorito Avental impermeável, luva de borracha cano longo, botas, óculos. Misturado a substância ácida, libera gás de cloro. Em contato com formaldeído, produz cancerígena. substância Glutaraldeído Máscara de filtro químico, avental impermeável, óculos, luva de borracha cano longo, botas. Irritante para mucosa (olhos, nariz, garganta), podendo causar asma, dermatites, epistaxe e rinite. Os níveis no ambiente, não deve ultrapassar 0,2 ppm. Ácido Peracético Máscara de filtro químico, avental impermeável, óculos, luva de borracha cano longo, botas. Pode ocasionar queimaduras em contato direto com a pele, cegueira se entrar em contato com olhos, irritante para mucosa do nariz, garganta e pulmão. Esterilização – “...considera-se esterilização o processo pelo qual os microorganismos são destruídos a tal ponto que a sua probabilidadede sobrevivência é menor que 1 para 1.000.000” (BRUNCH CW, BRUNCH MK, 2000). Os tipos são: Esterilização por calor a seco – utilizada para esterilização de óleos, pós e pequenas caixas de instrumentais. Esterilização por óxido de etileno – indicado para artigos termosensíveis, fundamental respeitar o tempo de aeração do produto final. Esterilização por vapor de baixa temperatura e formoldeído gasoso – indicado para artigos termosensíveis. Esterilização por plasma de peróxido de hidrogênio Esterilização por glutaraldeído – Sua apresentação é líquida, utilizado na esterilização de artigos termosensíveis, no entanto é tóxico. Esterilização por ácido peracético associado ao peróxido de hidrogênio – utilizado em capilares de diálise. Esterilização por pastilhas de formoldeído – utilizadas na esterilização que não tolera o vapor, seu uso é limitado, pois seus vapores são irritantes e apresenta potencial carcinogênico. Esterilização por vapor saturado sob pressão – vapor na temperatura de ebulição da água sob pressão é o meio mais econômico para esterilização de artigos termossensíveis. MÉTODO EQUIPAMENTO / SOLUÇÃO TEMPERATURA TEMPO FÍSICO Vapor sob pressão Autoclave Gravitacional 121ºC 30 minutos Pré-vácuo 134ºC 4 minutos Calor seco Estufa 170ºC 1 hora 160ºC 2 horas QUÍMICO Líquido Glutaraldeído (imersão) ambiente 10 horas Ácido peracético (imersão) ambiente 1 hora Gasoso Óxido de etileno Plasma de peróxido de hidrogênio _ _ Não podemos deixar de citar que para todos os processos de esterilização será necessário estabelecer sistemas de monitoração do processo (físico, químico e biológico). A escolha do invólucro apropriado para cada tipo de esterilização tem como objetivo: Permitir a esterilização do artigo. Garantir esterilidade do artigo até o momento do uso. Facilitar a transferência do conteúdo com técnica asséptica. Características de um invólucro ideal: Ser compatível com o método e resistir às condições físicas do método. Permitir a penetração do agente. Proteger o conteúdo do pacote. Ser isenta de furos Ser livre de resíduos tóxicos (corante, alvejante e amido) Ser barreira microbiana Ser compatível com as dimensões do artigo TIPO DE INVÓLUCRO INDICAÇÃO OBSERVAÇÃO TECIDO DE ALGODÃO CRU CALOR ÚMIDO Há dificuldade de monitorização do desgaste do tecido. NBR 13456/96 PAPEL GRAU CIRÚRGICO CALOR ÚMIDO ÓXIDO DE ETILENO Especificação técnica por meio da NBR 12946/93 PAPEL CREPADO CALOR ÚMIDO ÓXIDO DE ETILENO Menor resistência à tração (projeto 23.001.04-008 / 98). PAPEL KRAFT EM DESUSO Irregularidade e inconstância na gramatura. Pode apresentar alquiltiofeno, causa náuseas e cefaléia nos indivíduos expostos. FILME TRANSPARENTE CALOR ÚMIDO ÓXIDO DE ETILENO Especificação técnica por meio da NBR 13386/95 TYVEC CALOR ÚMIDO ÓXIDO DE ETILENO PLASMA DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO E RADIAÇÃO GAMA Alto custo NÃO TECIDO CALOR ÚMIDO ÓXIDO DE ETILENO PLASMA DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO _ No caso de reprocessamento de artigos de uso único o serviço deverá possuir um protocolo de processamento de artigos de uso único, validado, e será o responsável por intercorrências advindas deste. 2. Limpeza, desinfecção de ambientes e superfícies. ► ARTIGOS A variedade de materiais utilizados nos estabelecimentos de saúde pode ser classificada segundo riscos potenciais de transmissão de infecções para os pacientes, em três categorias: críticos, semi-críticos e não críticos. ● ARTIGOS CRÍTICOS Os artigos destinados aos procedimentos invasivos em pele e mucosas adjacentes, nos tecidos subepiteliais e no sistema vascular, bem como todos os que estejam diretamente conectados com este sistema, são classificados em artigos críticos. Estes requerem esterilização. Ex. agulhas, cateteres intravenosos, materiais de implante, etc. ● ARTIGOS SEMI-CRÍTICOS Os artigos que entram em contato com a pele não íntegra, porém, restrito às camadas da pele ou com mucosas íntegras são chamados de artigos semi-críticos e requerem desinfecção de médio ou de alto nível ou esterilização. Ex. cânula endotraqueal, equipamento respiratório, espéculo vaginal, todos os tipos de sondas: sonda naso e orogástrica, vesicais, nasoenterica etc. ● ARTIGOS NÃO CRÍTICOS Os artigos destinados ao contato com a pele íntegra e também os que não entram em contato direto com o paciente são chamados artigos não-críticos e requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível, dependendo do uso a que se destinam ou do último uso realizado. Ex. termômetro, materiais usados em banho de leito como bacias, cuba rim, estetoscópio, roupas de cama do paciente,etc. ► LIMPEZA É o procedimento de remoção de sujidade e detritos para manter em estado de asseio os artigos, reduzindo a população microbiana. Constitui o núcleo de todas as ações referentes aos cuidados de higiene com os artigos hospitalares. PROCESSAMENTO DE ARTIGOS HOSPITALARES A limpeza deve preceder os procedimentos de desinfecção ou de esterilização, pois reduz a carga microbiana através remoção da sujidade e da matéria orgânica presentes nos materiais. O excesso de matéria orgânica aumenta não só a duração do processo de esterilização, como altera os parâmetros para este processo. Assim, é correto afirmar que a limpeza rigorosa é condição básica para qualquer processo de desinfecção ou esterilização. “É possível limpar sem esterilizar, mas não é possível garantir a esterilização sem limpar” A ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAIS é a total eliminação da vida microbiana destes materiais. Caracteriza-se por um processo de destruição por meio de agentes físicos ou químicos de todas as formas de vidas microscópica. Um objeto esterilizado, no sentido microbiológico, está, completamente livre de microrganismos viáveis. 1. A FLAMBAGEM: É a colocação de material sobre o fogo até que o metal fique vermelho * VANTAGEM: fácil execução * DESVANTAGEM: Não é seguro, pode não esterilizar alguns tipos de bactérias pelo baixo tempo de exposição. Estraga o material. 2. CALOR SECO Penetra nas substancias de uma forma mais lenta que o calor úmido e por isso exige temperaturas mais elevadas e tempos mais longos, para que haja uma eficaz esterilização. São utilizadas as estufas. Conforme o calor gerado recomenda-se um certo tempo: a 170 graus Celsius, são necessários 60 minutos. A 120 Graus são necessários 12 horas. * VANTAGENS: Não forma ferrugem , não danifica materiais . * DESVANTAGENS: O material deve ser resistente a variação da temperatura. Na esteriliza líquidos. 3. CALOR ÚMIDO ● AUTOCLAVE: É a exposição do material a vapor de água sob pressão, a 121ºC durante 15 min. É o processo mais usado e os materiais devem ser embalados de forma a permitirem o contato total do material com o vapor para permitir que a temperatura não seja inferior à desejada, permitir a penetração do vapor nos poros dos corpos porosos e impedir a formação de uma camada inferior mais fria. Podem ser usados autoclaves de parede simples ou de parede dupla, que permitem melhor extraçãodo ar e melhor secagem. É muito usado para o vidro seco e materiais que não oxidem com a água (os materiais termolábeis não podem ser esterilizado por esta técnica). É utilizada ainda para esterilizar tecidos. ESTERILIZAÇÃO ♦ INDICADORES QUÍMICOS: Mudam de cor consoante a temperatura. ♦ INDICADORES BIOLÓGICOS: Tubo com suspensão de esporos de bactérias resistentes que morrem quando exposto por 12 min. Ou mais a uma temperatura de 121ºC. Após um repouso de 14h, faz-se uma sementeira dos esporos , que deve dar negativa. * VANTAGENS: Fáciluso, custo acessível para grandes hospitais * DESVANTAGENS: Não serve para esterilizar pós e líquidos. 4. QUIMICO: ● GAS OXIDO DE ETILENO: O gás óxido de etileno é um produto altamente tóxico usado para esterilizar materiais. * VANTAGENS : Não danifica o material * DESVANTAGENS: Danos ao meio ambiente quando manipulado erroneamente, alto custo , tóxico para o manipulador,requer aeração de 48 horas. Demorado. ● GLUTARALDEIDO: Fornecido na forma de líquido a 25 ou 50%, são pouco voláteis a frio e utilizados para a desinfecção de instrumentos médicos. Irritante das mucosas e tóxico, necessita de cuidados especiais. * VANTAGENS: Facilidade de uso * DESVANTAGENS: Esterilização é tempo dependente. Alérgeno , tóxico e irritante, Mycobactérias podem ser resistentes 5. ESTERILIZACAO POR PLASMA DE PEROXIDO DE HIDROGENIO O plasma é o quarto estado da matéria.É definido como uma nuvem de elétrons, partículas neutras, produzidas a partir da interação do peróxido de hidrogênio e um campo magnético.A esterilização com gás plasma combina peróxido de hidrogênio p/ gerar uma onda eletromagnética. O plasma de peróxido não oxida o material, não degrada o corte, pontas,sulcos de instrumentais cirúrgicos. Seu produto final não é tóxico, não polui o meio ambiente e nem apresenta toxicidade para o profissional e nem para o paciente. ♦ AGENTE ESTERILIZANTE: Ampolas contendo: 1,8ml de H2O2 (água oxigenada) na forma líquida numa concentração de 58%. Que durante a fase da injeção passará da forma líquida para gasosa. ● STERRAD Esterilização a baixa temperatura 45ºC, é uma alternativa de esterilização para materias termosensíveis. * VANTAGENS: rapidez, ciclo de 50’, ausência de resíduos tóxicos,fácil instalação, segurança. * DESVANTAGENS: alto custo dos insumos, câmara pequena, 100 litros. ♦ FASES DO PROCESSO 1. VÁCUO: Nesta fase através da bomba de vácuo, é removido o ar de dentro da câmara de esterilização. 2. INJEÇÃO: Neste momento as agulhas perfuram as ampolas, fazendo com que passem de liquido p/ gás. 3. DIFUSÃO: O peróxido na forma gasosa se espalha por todo o material, é importante que todos os materiais estejam totalmente expostos para que o peróxido entre em contato com toda a superfície. 4. PLASMA: esterilização propriamente dita. 5. VENTILAÇÃO: Dura 1 minuto, o ar é filtrado p/ dentro da câmara do equipamento, igualando a pressão interna com a externa, possibilitando a abertura da porta. E os materiais estão prontos! ♦ CONTROLE DE QUALIDADE ■ INDICADOR PARAMÉTRICO: Relatório emitido ao término de cada ciclo onde são apresentados parâmetros de controle de esterilização. ■ INDICADOR BIOLÓGICO: - BACILLUS STEAROTHERMOPHILUS (forma esporuladas mais resistente aos esterilizantes físicos químicos.) ■ INDICADOR QUÍMICO: Marcador de concentração ótima do peróxido no interior da câmara. ■ FITA INDICADORA: Utilizada no interior das embalagens com manta de polipropileno. ■ FITA TESTE: Utilizada no fechamento das embalagens. ► DESINFECCAO: Processo que consiste na destruição, remoção ou redução dos microrganismos presentes num material inanimado através do uso de agentes químicos. A desinfecção não implica na eliminação de todos os microrganismos viáveis, porém elimina a potencialidade infecciosa do objeto, superfície ou local tratado. O agente empregado na desinfecção é denominado de DESINFETANTE. ► ANTI-SEPSIA: Consiste no mesmo termo usado à desinfecção, só que está relacionada com substancias aplicadas ao organismo humano, é a redução do número de microrganismos viáveis na pele pelo uso de uma substancia denominada de antiséptico . ► ASSEPSIA: Conjunto de meios usados para impedir a penetração de microrganismo, em local que não os tenha. Freqüência da Limpeza por Área Área Limpeza Concorrente Limpeza Terminal Observações Críticas Unidades de internação. Limpeza e desinfecção duas vezes ao dia e quando necessário. Após alta, óbito, transferência do paciente ou a cada 7 dias em casos de permanência prolongada, no mesmo ambiente. Na limpeza terminal, devem-se limpar grelhas do sistema de ar condicionado, janelas, peitoris, teto, luminária e realizar troca de cortinas, se houver. Bloco Cirúrgico. A cada cirurgia. Ao término da A limpeza do programação cirúrgica do dia. mobiliário e dos equipamentos é de responsabilidade do Corpo de enfermagem. Tanto na limpeza concorrente quanto na terminal, nas demais unidades críticas, a limpeza do mobiliário e dos equipamentos poderá ser feita pelo profissional de limpeza, desde que treinado para função específica. Demais Unidades Críticas. Limpeza e desinfecção uma vez ao dia e quando necessário. Semanal. Semicrítica Unidades de Internação. Limpeza uma vez ao dia e quando necessário. Após alta, óbito, transferência do paciente ou a cada 15 dias em casos de permanência prolongada, no mesmo ambiente. Equipamentos e artigos são de responsabilidade do corpo de enfermagem, o mobiliário é de responsabilidade do profissional de limpeza. Não Crítica. Limpeza uma vez ao dia e quando necessário. Mensal. Fonte: FERREIRA, T. M. e cols. Limpeza e desinfecção de Áreas Hospitalares. In: APECIH Limpeza, Desinfecção de Artigos a Áreas Hospitalares e Anti-sepsia. São Paulo, 1999. Principais Desinfetantes Hospitalares para Superfícies Desinfetante Indicações Contra Indicações Uso Álcool (etílico ou isopropílico). Mobiliário em geral. Opacificação de acrílicos e ressecamento de plásticos e borrachas. Concentração a 70% fricção por 30 segundos. Compostos Fenólicos. Desinfecção superfícies áreas críticas. de de Em berçários e áreas de contato com alimentos, evitar contato com a pele ou mucosas, pode sofrer inativação na presença de matérias orgânicas, são tóxicos poluentes ambientais. Concentração de uso de acordo com o fabricante. Cloro Inorgânico (nome comercial: Hipoclorito). Desinfecção ou descontaminação de superfícies. Ação corrosiva sobre metais e tecidos é incompatível com detergentes e pode ser inativado na presença de matéria orgânica. Concentração de 1% com tempo de exposição de 10 minutos. Quaternário de Amônio Superfícies fixas e mobiliárias, áreas de alimentação e Pode sofrer inativação junto à matéria orgânica. Concentração entre 2 % e 3 % com tempo de berçário. exposição de 10 minutos. Algumas recomendações devem ser seguidas durante o processo de limpeza / desinfecção de áreas e superfícies: Lavar as mãos antes e após cada atividade Evitar utilização de anéis, pulseiras Usar EPI Fazer descontaminação prévia da matéria orgânica Não varrer a seco Utilizar produtos com registro no MS Utilizar panos diferentes para diferentes áreas Não deixar panos de molho Iniciar limpeza nas áreas menos contaminada para mais contaminada Limpar no sentido unidirecional Paredes cima – baixo Tetos – unidirecional Corredores/saguão – dentro – fora Quartos/salas – fundo - porta Realizar desinsetização periódica Não impermeabilizar pisos de salas cirúrgicas A freqüência de limpeza deve ser estabelecida por cada serviço Algumas áreas requerem procedimentos especiais de limpeza ou profissionais especializados: Caixa d’água Ductos de ar condicionado Desinsetização/desratização/descupinização PRECAUÇÕES PADRÃO A partir da epidemia de HIV/AIDS, do aparecimento de cepas de bactérias multirresistentes (como o Staphylococcus aureus resistente à meticilina, bacilos Gram negativos não fermentadores, Enterococcus sp. resistente à vancomicina), do ressurgimento da tuberculose na população mundial e do risco aumentado para a aquisição de microrganismos de transmissão sangüínea (hepatite viral B e C, por exemplo) entre