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APOSTILA INFECÇÃO HOSPITALAR

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APOSTILA PROCESSOS DE TRABALHO I
Prof.: Enf.: Anna Beatriz Santana de Araújo
1. História do Controle das Infecções Hospitalares 
 
Há tempos o homem se depara com problemas de infecção Hospitalar. James Simpson em 1830 sem saber a real origem das enfermidades que acometiam seus pacientes ao resolver realizar as cirurgias no domicílio reduziu a mortalidade por amputação de 41% para 11%. 
Em 1844 Ignas Philipp Semmelweis médico húngaro iniciou seu trabalho nas enfermarias destinadas à assistência de parturientes. O setor de maternidade possuía duas Divisões, na primeira, a assistência era prestada por médicos e estudantes de medicina, na segunda por parteiras. Semmelweis observou que a mortalidade era cinco vezes maior na enfermaria da primeira divisão. Por acreditar que o parto deveria ser uma decorrência natural e fisiológica ele não admitia índices de mortalidade tão altos e passou a observar e comparar as duas divisões. Considerado hoje o patrono da ginecoobstetrícia e o pai do controle das infecções hospitalares Semmelweis, foi um homem à frente de seu tempo, após seus estudos constatou que havia algo na mão dos estudantes de medicina, o qual sem possuir o conhecimento de microbiologia atual chamou de “vírus cadavérico”, que era transmitido as pacientes na hora do parto. Estes estudantes participavam de aulas práticas de anatomia antes da realização dos partos. Neste contexto Semmelweis obrigou todos os estudantes a lavarem as mãos antes da realização do procedimento e com esta simples medida reduziu a mortalidade puerperal de 18,27% para 1,2%. 
Em 1820 Florence Nightengale, uma jovem dama Inglesa, selecionou um grupo de 38 voluntárias (enfermeiras) para ir à Guerra da Criméia. Seu trabalho baseou-se na humanização e organização do atendimento aos enfermos (providenciou: limpeza do ambiente cozinha, lavanderia, adequação do sistema de esgoto), e com isso obteve uma redução da mortalidade dos soldados de 42% para 2,2%. 
Em 1876 Joseph Lister, médico, instituiu medidas de anti-sepsia e assepsia em procedimentos cirúrgicos e reduziu a mortalidade de 35% para 15% no pós-operatório. 
No Brasil, a preocupação com o tema só começou no governo de Juscelino Kubischek com a ocorrência de surtos por estafilococos resistentes à penicilina. A partir de 1970 com um modelo altamente tecnológico de assistência à saúde surge as primeiras Comissões de Controle de Infecção Hospitalar – CCIHs. 
 O Decreto do Ministério da Saúde N° 77.052 de 19 de janeiro de 1976, em seu Artigo 2°, Item IV, determinou que nenhuma instituição hospitalar pode funcionar no plano administrativo se não dispuser de meios de proteção capazes de evitar efeitos nocivos à saúde dos agentes, pacientes e circunstantes. 
Em 24 de junho de 1983, o Ministério da Saúde instituiu a Portaria 196, que determina que "todos os hospitais do país deverão manter Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) independente da entidade mantenedora”. 
A Lei Federal 9431 de 1997 instituiu a obrigatoriedade da existência da CCIH e de um Programa de Controle de infecções Hospitalares – PCIH, definido por um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, tendo como objetivo a redução máxima possível da incidência e gravidade das infecções nosocomiais. 
E finalmente, em 1998 o Ministério da Saúde editou a portaria n° 2616 com diretrizes e normas para estas ações (Portaria esta que já se encontra em processo de atualização pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA). 
 
2. Legislação Vigente 
 
A Portaria n° 2616 de 12 de maio de 1998 (encontra-se disponível no site www.anvisa.gov.br) através dos anexos I, II,III,IV e V define diretrizes e normas para prevenção e o controle das infecções hospitalares e dispõe em seus anexos: 
Anexo I – Diz respeito a Organização da CCIH 
Anexo II - Conceitos e Critérios Diagnósticos das Infecções 
Hospitalares, onde: 
Infecção Comunitária – É a infecção constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não seja relacionada com internação anterior no mesmo hospital. 
São também comunitárias: 
As associadas a complicações ou extensão da infecção já presente na admissão do paciente, a menos que haja troca de microorganismos ou sinais e sintomas fortemente sugestivos de aquisição de nova infecção. 
Infecção de Recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi comprovada e que se tornou evidente logo após o nascimento (Ex: Herpes simples, Toxoplasmose, Rubéola...). 
 Adicionalmente também são consideradas comunitárias as infecções de recémnascidos relacionadas à bolsa rota superior a 24 h. 
Infecção Hospitalar – é qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. 
Anexo III – Vigilância Epidemiológica e Indicadores das Infecções Hospitalares 
Anexo IV – Lavagem das Mãos 
Anexo V – Recomendações Gerais 
Quanto à composição a CCIH é formada por membros consultores (representantes dos seguintes serviços: médico, de enfermagem, de farmácia, de laboratório, de nutrição, da administração e outros) e por membros executores os quais preferencialmente deve ser um profissional enfermeiro, estes serão responsáveis pela execução do PCIH estabelecido pelos membros consultores. 
Compete a CCIH: 
Elaborar o Regimento Interno da CCIH. 
Manter e avaliar o PCIH. 
Estabelecer o Sistema de Vigilância Epidemiológica. 
Adequação, implementação e supervisão de normas e rotinas. 
Educação em serviço / capacitação. 
Uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médicos hospitalares. 
Cooperação com a ação do órgão de gestão do SUS. 
Realizar a notificação compulsória / Serviço Saúde Coletiva. 
Aplicar medidas que visem controlar as IHs Cabe a autoridade máxima da instituição: 
Constituir e nomear formalmente a CCIH. 
Propiciar infra-estrutura necessária para seu funcionamento. 
Aprovar e fazer respeitar o seu Regimento Interno. 
Garantir a participação do Presidente da CCIH nos órgãos colegiados deliberativos e formuladores de política da instituição. 
Garantir o cumprimento das recomendações formuladas pela Coordenação Municipal, Estadual / Distrital de Controle de Infecção. 
Apoiar as ações da CCIH e do Serviço de Controle de Infecção – SCIH (membros executores) 
 
3. Programa de Controle de Infecção Hospitalar 
 
O PCIH é definido como um conjunto de ações desenvolvidas, deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares. Cabe a CCIH elaborar o PCIH e este deve contemplar no mínimo as seguintes atividades: 
Vigilância Epidemiológica da IHs 
Normas para uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico hospitalares. 
Processo para prevenção e transmissão de microorganismos 
Normas e rotinas técnico-operacionais 
Padronização de medidas de controle de infecção hospitalar 
Treinamento dos profissionais 
 
4. Principais agentes das infecções hospitalares 
 
Os microorganismos comumente encontrados nas infecções hospitalares são microorganismos da microbiota normal dos indivíduos, que por estarem com a imunidade deprimida são mais susceptíveis a infecção. Cerca de 75 % das infecções hospitalares são de origem autóloga. 
Os principais agentes responsáveis pelas infecções hospitalares são as bactérias, alguns vírus e pelo uso indiscriminado de antibióticos observa-se um aumento de infecções por fungos. 
É importante ressaltar que o homem só está livre de microorganismos no útero em condições normais de gestação. 
As bactérias são classificadas em: 
Bactérias gram positivas (Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase negativa e Enterococcus ssp...). 
Obs: Estas são agentes colonizantes de trato respiratório superior, pele e trato gastro-intestinal. 
Bactériasgram negativas: 
Fermentadoras de glicose – (Enterobacter spp, E. coli, Serratia spp, Kleibsiela spp, proteus spp e Citrobacter spp...) 
Não fermentadoras de glicose – (pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter Baumanni...). 
E sobre os Fungos temos a Candida responsável pela maioria das infecções fúngicas nosocomiais (Candida albicans, Candida glabrata e Candida krusei). 
Vamos definir alguns conceitos: 
Contaminação – Presença transitória de microorganismos em superfície sem invasão tecidual ou relação de parasitismo. 
Ex: Microbiota transitória da mão. 
Colonização – presença de qualquer microorganismo dissociado de manifestações clínicas da doença. 
Ex: Microbiota humana normal. 
Patogenicidade – capacidade de o microorganismo produzir doenças. 
Virulência – capacidade de o microorganismo invadir tecidos e produzir doenças. 
 
5. Cadeia Epidemiológica de transmissão das Infecções hospitalares 
 
Para que ocorra a transmissão dos agentes infecciosos é necessário à presença de três elementos: 
 
	Fonte 
	 
	Hospedeiro 
	
	 
	
 ↑ 
�
 
Fonte – é o local onde o agente infeccioso está presente ao ser transferido para o hospedeiro. 
Hospedeiro susceptível – é o indivíduo com potencial de ser colonizado e infectado ao entrar em contato com o agente infeccioso. 
Vias de transmissão – é o modo como o agente infeccioso é transferido da fonte para o hospedeiro susceptível. 
As vias de transmissão são divididas em: 
Por contato – é a via de transmissão mais implicada nas infecciosas nasocomiais. 
Contato direto – contato físico entre a fonte e hospedeiro 
Contato indireto – contato com objeto contaminado Por gotículas – tosse, espirro, fala... 
Por via aérea – disseminação de núcleos de gotículas, esses núcleos de gotículas ficam suspensos no ar. 
Por veículo comum – alimentos, água, medicamentos... 
Por vetor – insetos, ratos e outros animais. 
 
6. Tipos de Isolamentos/Precauções 
As Precauções ou isolamentos estão baseados na forma de transmissão do agente infeccioso a fim de interromper a cadeia epidemiológica das infecções. 
� 
Precauções Básicas 
 
São um conjunto de medidas antiinfecciosas de isolamento que devem ser observadas por todos os profissionais de saúde durante realização de procedimento ou no atendimento de qualquer paciente ou usuário do serviço de saúde. 
Fundamenta-se em: 
Lavar as mãos 
Usar EPIs 
Evitar acidentes com pérfuro-cortantes 
Higienização das mãos 
É a medida mais importante para reduzir o risco de infecção. 
Principais Indicações: 
Antes e depois de cuidados com pacientes 
Entre os diversos procedimentos 
Antes e depois de retirada de luvas 
Equipamentos de proteção individual 
São barreiras físicas que quando utilizadas adequadamente podem também proteger o paciente. 
Os EPIs devem ser selecionados de acordo com o procedimento a ser realizado e os seus potenciais riscos de provocar exposição à sangue e outras substâncias corporais. 1.1 Luvas 
Indicação: 
Luvas de procedimentos não estéreis – protegem as mãos de profissional 
Luvas estéreis – protegem as mãos do profissional e fazem parte da técnica asséptica 
Luvas de borracha ou material resistente à perfuração – protegem as mãos do profissional durante o processamento de artigos e superfícies. 
1.2 Máscara, óculos, protetor facial e bocais para reanimação. 
Indicação: 
Proteger as mucosas (nasal, oral e ocular). 
 
 
1.3 Avental, propés e acessórios de proteção. 
Finalidade: 
Protegem a pele e o uniforme / roupa do profissional durante procedimentos. 
Utilização de materiais pérfuro-cortantes Recomendações: 
Realizar procedimentos que envolvam a manipulação de materiais pérfuro-cortantes com a máxima atenção. 
Não utilizar os dedos como anteparo. 
Agulhas não devem ser reencapadas, desentortadas, removidas... 
As agulhas, tesouras, vidros...Devem ser acondicionadas e transportadas para a Central de Esterilização com segurança. 
Os artigos e instrumentos pérfuro-cortantes devem ser desprezados em coletores especiais de paredes rígidas e impermeáveis. 
Os coletores para descarte de pérfuro-cortante devem ser preenchidos até 2/3 de sua capacidade total, devendo estar instalados em altura adequada próximo ao local do procedimento. 
 
NUNCA 	DESPREZAR 	MATERIAIS 	PÉRFURO-CORTANTES 	EM 	LIXEIRAS COMUNS, POIS OUTRAS PESSOAS PODEM FERIR-SE. 
 
Precauções adicionais 
 
As precauções adicionais, ou isolamento são orientados de acordo com a via de transmissão do agente infeccioso específico. 
Fundamentos para precauções adicionais 
Sempre manter as precauções básicas 
Usar quartos individuais ou coletivos para pacientes acometidos pelo mesmo microorganismo 
Aplicar precauções adicionais baseadas na via de transmissão do agente 
Usar EPIs 
Manter precauções antiinfecciosas durante o transporte do paciente a outros setores 
Visitas e acompanhantes somente com orientação 
Suspender as precauções adicionais assim que terminar o período de transmissão do agente infeccioso Tipos de precauções adicionais: 
Precauções com gotículas 
São indicadas na assistência de pacientes com infecção, suspeita ou confirmada, causadas por microorganismos transmitidos por via inalatória através de gotículas que se disseminam a curta distância. 
Exemplo de doenças: Doenças meningocócicas, Caxumba e Rubéola... 
Quarto individual, ou comum a pacientes acometidos pelo mesmo agente. 
Lavar as mãos antes e após entrar no quarto 
Uso de máscara 
A máscara deve ser retirada pelas alças 
Limitar o transporte do paciente a outros setores 
A limpeza dos mobiliários do paciente deve ser realizada diariamente  Manter aviso na porta do quarto 
Precauções aéreas 
São indicadas na assistência de pacientes com infecção, suspeita ou confirmada, causadas por microorganismos transmitidos por via aérea através de partículas que se disseminam a longa distância. 
Exemplo de doenças: Tuberculose Pulmonar, Sarampo, Varicela. 
Quarto privativo de preferência com antecâmara, manter o quarto com pressão negativa. 
Lavar as mãos antes e após entrar no quarto 
Uso de máscara com filtro especial N 95 
A máscara deve ser retirada pelas alças 
Limitar o transporte do paciente a outros setores 
A limpeza dos mobiliários do paciente deve ser realizada diariamente 
Manter aviso na porta do quarto 
Precauções de contato 
São indicadas na assistência de paciente com infecção, suspeita ou confirmada, ou colonização causadas por microorganismos transmitido por contato direto e indireto. 
Exemplo de doenças: Infecção ou colonização por bactérias multiresistente, Hepatite A, Conjuntivite... 
Quarto individual, ou comum os pacientes acometidos pelo mesmo agente. 
Lavar as mãos antes e após entrar no quarto, realizar limpeza com solução anti-séptica. 
Calçar luvas 
Usar avental e retirar após sais do quarto 
Limitar o transporte do paciente a outros setores 
A limpeza dos mobiliários do paciente deve ser realizada diariamente 
Manter aviso na porta do quarto 
Usar artigos exclusivos para este paciente 
Atenção: CUIDADO COM O ASPECTO PSICOLÓGICO DO PACIENTE. 
 
Segue abaixo uma tabela com o período de incubação das principais doenças transmissíveis. 
	Microorganismo 
	Principais doenças 
	Período de incubação 
	Acanthanoeba spp 
	Encefalite, ceratite. 
	Desconhecido 
	Adenovírus 
	Infecção das Vias aéreas superiores 
	2 a 18 dias. Média 8 dias. 
	Ancilostoma Duodenale 
Necator americanus 
	Ancilostomose 
	4 a 6 semanas. Ovos nas fezes. 
	Ascaris lumbricóides 
	Ascaridíase 
	4 a 8 semanas. Ovos nas fezes. 
	Babesia microti 
	Babesiose 
	1 semana a 12 meses 
	Bacillus anthracis 
	Carbúnculo 
	Até 7 dias. Média 48 hs. 
	Bacillus cereus 
	Intoxicação alimentar 
	1 a 16 hs 
	Bartonella baciliformes 
	Doença de Carrion 
	Até 4 meses. Média 16 a 22 dias. 
	Microorganismo 
	Principais doenças 
	Período de incubação 
	Bartonella henselae 
B. quintana 
	Doença da arranhadura do gato 
	3 a 50 dias. Média 2 semanas.B.quintana 
	Febre das trincheiras 
	7 a 30 dias 
	Bordetella pertussis 
	Coqueluche 
	5 a 20 dias. Média 7 a 10 dias. 
	Borrelia burgdorferi 
	Doença de Lyme 
	3 a 32 dias 
	B. recurrentis 
B. duttonni 
	Febre recorrente 
	2 a 15 dias 
	Brucella spp 
	Brucelose 
	Até 10 meses. Média 1 a 3 semanas. 
	Bunyavírus 
	Febre hemorrágica 
	3 a 15 dias 
	Campylobacter spp 
	Enterite bacteriana 
	1 a 10 dias. Média 5 dias 
	Chlamydia pneumoniae 
	Pneumonia 
	10 dias 
	C. psittaci 
	Psitacose 
	1 a 4 semanas 
	C. trachomatis 
	Linfogranuloma venéreo 
	3 a 30 dias. Média 5 a 12 dias. 
	Citomegalovírus 
	Citomegalovirose 
	3 a 12 semanas 
	Coronavírus 
	Infecção das vias aéreas superiores 
	2 a 5 dias 
	Cornynebacterium diphtheriae 
	Difteria 
	2 a 6 dias 
	Coxiella burnetti 
	Febre Q 
	9 a 28 dias 
	Coxsakievírus 
	Infecção das vias aéreas superiores 
	2 a 10 dias. Média 3 a 5 dias. 
	Criptosporidium spp 
	Criptosporidiose 
	1 a 12 dias. Média 7 dias 
	Diphylobotrium latum 
	Difilobotriose 
	3 a 6 semanas 
	Echinococcus granulosos 
	Equinococose 
	12 meses a vários anos 
	Ehrlichia sennetsu 
	Erlichiose 
	7 a 21 dias 
	Entamoeba histolytica 
	Amebíase 
	2 a 4 semanas 
	Microorganismo 
	Principais doenças 
	Período de incubação 
	Enterobius vermicularis 
	Enterobíase 
	1 a 2 meses 
	E. coli 
		Diarréia 	por 	cepas 
hemorrágicas 
	3 a 8 dias 
	
		Diarréia 	por 	cepas 
êntero-toxigênicas 
	24 a 72 hs. Até 10 hs em casos de surtos. 
	
		Diarréia 	por 	cepas 
êntero-invasivas 
	10 hs 
	
		Diarréia 	por 	cepas 
êntero-patogênicas 
	9 a 12 hs 
	Francisella tularensis 
	Tularemia 
	1 a 14 dias 
	Giárdia lamblia 
	Giardíase 
	3 a 25 dias 
	Haemophilus influenzae 
	Meningite 
	2 a 4 dias 
	H. influenzae biogrupo aegyptus 
	Febre púrpura brasileira 
	24 a 72 hs 
	Hantavirus 
	Febre hemorrágica 
	2 meses 
	Helicobacter pylori 
	Gastrite, úlcera duodenal. 
	5 a 10 dias 
	Influenzavírus 
	Gripe 
	1 a 3 dias 
	Isospora belli 
	Isosporíase 
	1 semana 
	Legionella pneumophila 
	Doença dos legionários 
	2 a 10 dias 
	Leishmania brasiliensis 
	Leishmaniose cutânea 
	2 semanas a 3 anos 
	L. donovani 
	Calasar 
	10 dias a 6 meses 
	Leptospira spp 
	Leptospirose 
	2 a 20 dias 
	Listeria monocytogenes 
	Listeriose 
	3 a 70 dias. Média 3 semanas 
	Mycobacterium leprae 
	Hanseníase 
	9 meses a 40 anos 
	M. tuberculosis 
	Tuberculose 
	4 a 12 semanas 
	Mycoplasma pneumoniae 
	Pneumonia 
	6 a 36 dias 
	Naegleria fowleri 
	Meningoencefalite amebiana primária 
	3 a 7 dias 
	Microorganismo 
	Principais doenças 
	Período de incubação 
	Nairovírus 
	Febre hemorrágica 
	
	1 a 2 semanas 
	Neisseria gonorrhoeae 
	Gonorréia 
Oftalmia neonatal 
	
	1 a 10 dias 
	N. meningitidis 
	Meningite 
	
	2 a 10 dias 
	Outras salmonelas 
	gastroenterocolite 
	
	6 a 12 horas 
	Papilomavírus 
	verruga 
	
	1 a 20 meses 
	Parvovirus B19 
	Eritema infeccioso 
	
	4 a 21 dias 
	Phlebovirus 
	Febre hemorrágica 
	
	1 a 2 semanas 
	Plasmodium falciparum 
	Malária 
	
	7 a 14 dias 
	P. malarie 
	Malária 
	
	7 a 30 dias 
	P. vivax 
	Malária 
	
	8 a 14 dias 
	Poliovírus 
	Poliomielite 
	
	3 a 35 dias 
	Rhinovírus 
	Infecção das VAS 
	
	12 hs a 5 dias 
	Rickettisia akari 
	Ricketiose vesicular 
	
	7 a 21 dias 
	R. australis 
	Tifo do carrapato 
	
	7 a 10 dias 
	R. conorii 
	Febre Botonosa 
	
	5 a 7 dias 
	R. prowazekii 
	Febre maculosa das montanhas rochosas 
	3 a 14 dias 
	R. sibirica 
	Febre do carrapato do norte da Ásia 
	2 a 7 dias 
	R. tsutsugamushi 
	Tifo tropical 
	6 a 21 dias 
	R. typhi 
	Tifo murino 
	6 a 18 dias 
	Roseolovirus 
	Exantema súbito 
	1 a 2 semanas 
	rotavírus 
	gastroenterocolite 
	24 a 72 hs 
	Rubivírus 
	Rubéola 
	14 a 23 dias 
	Salmonela vars typhi 
Paratyphi 
	Febre tifóide 
	3 dias a 3 meses 
	Schistosoma mansoni 
	Esquistossomose 
	Aguda 15 a 45 dias Ovos nas fezes 2 meses 
	Microorganismo 
	Principais doenças 
	Período de incubação 
	Shigella 
	Desinteria bacilar 
	12 a 96 horas 
	Simplexvírus 
	Herpes 
	2 a 12 dias 
	S. aureus 
	Infecção hospitalar 
	3 a 10 dias 
	
	Toxi-infecção alimentar 
	30 min a 8 horas 
	Streptobacillus moniliformis 
	Febre da mordedura do 
rato 
	Até 10 dias 
	Streptococcus agalactiae 
	Sepse neonatal 
	7 dias (precoce) 1 ano 
(tardia) 
	S. pneumoniae 
	Pneumonia, otite. 
meningite 
	1 a 3 dias 
	S. pyogenes 
	Erisipela, escarlatina. 
Febre puerperal 
	1 a 3 dias 
	Strongyloides stercoralis 
	Estrongiloidíase 
	2 a 4 semanas 
	Taenia saginata 
	Teníase 
	10 a 14 semanas 
	T. solium 
	Teníase e cisticercose 
	8 a 12 semanas 
	Toxocara canis 
	Toxocaríase 
	Desconhecido 
	Toxoplasma gondii 
	Toxoplasmose 
	5 a 23 dias em surtos 
	Treponema carateum 
	Pinta 
	1 a 3 semanas 
	T. 	pallidum 	subesp endemicum 
	Bejel 
	Desconhecido 
		T. 	pallidum 	subesp 
pertenue 
	Framboesia 
	2 a 4 semanas 
		T. 	pallidum 	subesp 
pallidum 
	Sifílis 
	10 a 90 dias 
	Trichinella spiralis 
	Triquinelose 
	5 a 45 dias 
	Trichomonas vaginalis 
	Tricomoníase 
	4 a 20 dias 
	Trichuris trichiura 
	Tricuríase 
	4 a 5 semanas ovos nas fezes 
	Trypanossoma cruzii 
	Doença de chagas 
	Inseto: 5 a 14 dias 
	
	
	Transfusão: 30 a 40 dias 
	Microorganismo 
	Principais doenças 
	Período de incubação 
	Varicellovírus 
	Varicela, Herpes zoster. 
	2 a 3 semanas 
	Vibrio cholerae 
	Cólera 
	Até 5 dias 
	Vírus da caxumba 
	Caxumba 
	12 a 25 dias 
	Vírus da coriomeningite 
linfocitária 
	Coriomeningite linfocitária
	1 a 3 semanas 
	Vírus da dengue 
	Dengue 
	2 a 14 dias 
	Vírus da febre amarela 
	Febre amarela 
	3 a 6 dias 
	Vírus da hepatite A 
	Hepatite A 
	15 a 50 dias 
	Vírus da hepatite B 
	Hepatite B 
	45 a 180 dias 
	Vírus da hepatite C 
	Hepatite C 
	2 semanas a 6 meses 
	Vírus da hepatite delta 
	Hepatite delta 
	2 a 8 semanas 
	Vírus da hepatite E 
	Hepatite E 
	15 a 64 dias 
	Vírus da imunodeficiência humana 
	SIDA 
	Menos de 1 ano até 
superior a 10 anos 
	Vírus da parainfuenza 
	Infecção das VAS 
	2 a 6 dias 
	Vírus da raiva 
	Raiva 
	9 dias até 7 anos 
	Vírus do sarampo 
	Sarampo 
	7 a 18 dias 
	Vírus ebola 
	Febre hemorrágica 
	2 a 21 dias 
	Vírus Epstein-Barr 
	Mononucleose infecciosa 
	4 a 6 semanas 
	Vírus Lasso 
	Febre hemorrágica 
	6 a 21 dias 
	Vírus Malburg 
	Febre hemorrágica 
	3 a 9 dias 
	Vírus norwalk 
	Gastroenterocolite 
	10 a 52 hs 
	Vírus Sabiá 
	Febre 	hemorrágica brasileira 
	3 a 9 dias 
	Vírus sincicial respiratório 
	Infecção das VAS 
	2 a 8 dias 
	Wuchereria bancrofti 
	Filariose 
	3 a 12 meses 
	Yersinia enterocolica 
	Enterocolite hemorrágica 
	6 a 14 dias 
	Y. pestis 
	Peste 
	1 a 8 dias 
 	
 
 
1 e 2. Principais Infecções Hospitalares e Medidas de Prevenção 
 
Como já foi descrito anteriormente, os microorganismos responsáveis pela maioria das infecções hospitalares - IH são encontrados na microbiota normal dos pacientes. Sendo assim, temos que quanto maior o número de procedimentos invasivos (como acessos vasculares, sonda vesical de demora, cânulas de intubação, cirurgias...) maior o risco para adquirir uma infecção hospitalar, pois favorecemos a migração destes microorganismos para um local que naturalmente não teríamos microorganismos. 
Considerando a premissa descrita acima a Unidade de Terapia Intensiva – UTI é o local onde temos o maior número de infecções hospitalares. Esta unidade caracteriza-se por possuir pacientes que necessitam de cuidados intensivos e freqüentes, agudamente enfermos, pós-operatório de cirurgias de grande porte entre outros, os que os torna mais susceptíveisas infecções hospitalares, além disso, temos nesta área a utilização intensa de antimicrobianos o que naturalmente seleciona cepas resistentes modificando a colonização do ambiente e dos pacientes. 
Neste módulo vamos estudar os quatro principais sítios de infecção hospitalar. São eles: Infecção de trato urinário, infecção de trato respiratório inferior, infecção primária de corrente sanguínea e infecção de sítio cirúrgico. 
 
Infecção do trato urinário 
 
As infecções de trato urinário – ITU representam a causa mais comum de infecção hospitalar, 35 – 40% das IH (Saudi Med, 2004) e 80% estão geralmente associadas ao uso de cateter urinário ou realização de procedimentos para diagnóstico ou terapêutica de patologias urinárias (Lai KK & Fontecchio AS, 2002). 
Segundo Haley 15 – 25% dos pacientes internados são cateterizados. Dados americanos mostram que as ITU hospitalares prolongam a estadia dos pacientes de 1 a 4 dias, acarretando um custo adicional de US$ 558.00 a US$ 863.77. 
Alguns fatores de risco estão associados a sua ocorrência são eles: 
Sexo feminino 
Idade avançada 
Duração da cateterização 
Qualidade do cuidado com o cateter 
Doença subjacente severa (Ex: diabetes Mellitus) 
Antibióticoterapia 
Abertura do sistema 
A ocorrência de bacteriúria é freqüentemente 50% após 15 dias de utilização de Sonda vesical de demora – SVD sistema fechado, em caso de utilização de sistema aberto a bacteriúria ocorre em 100% dos casos em apenas quatro dias de uso do dispositivo. É importante salientar que bacteriúria é a presença de bactérias na urina não necessariamente elas estão invadindo os tecidos e provocando infecção. 
 Os microorganismos mais freqüentes na ocorrência das ITU são do trato gastrointestinal. Segue abaixo um quadro comparando dois estudos realizados: 
	CDC-NNISS 1990-1992 
	SENTRY - 1997/1999 
	E. coli → 25% 
Enterococcus spp → 16% 
P. aeruginosa → 11% 
C. albicans → 8% 
K. pneumoniae → 7% 
Enterobacter spp → 5% 
P. mirabilis → 5% 
SCN → 4% 
Outros fungos → 3% 
	E. coli → 48% 
P. aeruginosa → 13% 
Klebsiella spp → 10% 
Enterobacter spp → 6% 
Acinetobacter spp → 3% 
Enterococcus spp → 5% 
Serratia → 3% 
Burkholderia → 1% 
 
 
Uma vez instalado o cateter urinário temos as seguintes vias possíveis dos microorganismos alcançarem o trato genito-urinário. São elas: 
Via intraluminal 
Quando da desconexão da junção do cateter com tubo coletor 
Quando do manuseio do tubo de drenagem do saco coletor 
Via extraluminal 
Neste caso os microorganismos ascendem no espaço que existe entre a superfície externa do cateter e a mucosa uretral. 
Abaixo abordaremos as medidas de prevenção recomendadas segundo CDCNNISS. 
Altamente recomendadas: 
Usar cateterização apenas quando indispensável 
Utilizar apenas sistema de drenagem fechado e evitar desconectar a sonda e o coletor de urina 
Capacitar profissionais sobre técnicas corretas de inserção e manutenção do cateter 
Higienização das mãos antes do procedimento 
Técnica estéril para instalação do cateter 
Minimizar risco de trauma da uretra realizando adequada fixação do cateter 
Usar técnica asséptica para coleta de espécimes para análise 
Esvaziar periodicamente a bolsa sem contaminar o tubo de drenagem 
Manter a bolsa coletora no nível abaixo da bexiga 
Manter fluxo urinário livre de obstrução (não se recomenda fechar rotineiramente a sonda “educação da bexiga”) Moderadamente recomendadas: 
Não trocar rotineiramente a sonda vesical 
Realizar educação periódica com os profissionais 
Usar diâmetro adequado da sonda 
Não usar rotineiramente técnicas de irrigação contínua ou intermitente 
Evitar manipulação diária do cateter ou anti-sepsia do meato com soluções anti-sépticas ou cremes bactericidas 
Quando da necessidade de disjunção cateter / coletor o local da junção deve ser desinfetado 
 Baixo grau de recomendação: 
Usar alternativas como cateterização intermitente ou uso de condons 
Troca do sistema coletor inteiro quando este for violado  	Evitar vigilância microbiológica rotineiramente 
 
Pneumonia hospitalar 
 
A Pneumonia hospitalar é a segunda principal causa de IH, corresponde a 15% das taxas de IH global e 27% das taxas de IH em UTIS clínicas (NNISS, 1998). 
Alguns estudos demonstram que a pneumonia hospitalar aumenta o tempo de internação de 4 a 9 dias acarretando um custo adicional de US$ 4,947.00 a 40.000 por paciente (Chest, 2002). 
As vias aéreas inferiores - VAI são isentas de microorganismos, a colonização destes locais se dá por aspiração de microorganismos orofaríngeos, por inalação de aerossóis ou menos freqüente por disseminação de um foco distante pela via hematogênica. Esta invasão provoca uma resposta do organismo que pode interromper ou não o processo infeccioso, isso varia segundo imunocompetência do hospedeiro, fonte de inoculo suficiente e presença de um ambiente propício. 
 
Algumas características dos pacientes podem aumentar o risco para pneumonia; 
Uso de antimicrobianos – favorece a colonização das vias aéreas superiores por bacilos gram-negativos, ou outros microorganismos de maior virulência ou resistência. 
Uso de imunossupressores e quimioterápicos – reduzem a resposta do organismo aos agentes infecciosos. 
Uso de dispositivos invasivos favorece a adesão, a proliferação e a migração de microorganismos para as VAI. Ex: sondas nasogástricas aumentam o refluxo, presença de tubo endotraqueal, elimina o sistema de filtração do nariz e vias aéreas de condução, assim como diminui a remoção de patógenos pelo sistema muco ciliar e provocam lesões pela irritação do tubo, a presença do cuff do tubo endotraqueal permite a proliferação bacteriana, o uso de equipamentos de ventilação mecânica favorecem a formação de condensados auxiliando na proliferação de patógenos, além de utilização de materiais com inadequado processo de desinfecção / esterilização. 
Uso de sedativos ou narcóticos – pois alteram a capacidade respiratória, aumentando a possibilidade de aspiração. 
Cirurgias de grande porte – pois os pacientes não possuem uma boa expansão pulmonar pela dor. 
Presença de doença neuro-muscular 
Presença de doença pulmonar crônica de base 
Uso de antiácidos – alteração do ph gástrico favorece a multiplicação de microorganismos. 
Extremos de idade. 
O diagnóstico da Pneumonia hospitalar é difícil, pois febre, tosse, produção de escarro purulento, alteração dos parâmetros ventilatórios e infiltrado pulmonar são achados pouco sensíveis e pouco específicos. Os métodos de diagnóstico microbiológico podem ser divididos em invasivos e não-invasivos. Entre os não-invasivos destacamos o aspirado endotraqueal com cultura quantitativa com boa sensibilidade e especificidade, e entre os invasivos destacamos o lavado broncoalveolar, o escovado protegido broncoalveolar e a biópsia, destes temos maior custo, necessidade de profissionais especializados como broncoscopistas e risco maior de efeitos adversos como pneumotórax e hemorragias. 
Os agentes etiológicos responsáveis pela pneumonia hospitalar são variáveis, nos primeiros quatro dias de internação a pneumonia é causada por microorganismos da própria comunidade (E. coli, Klebsiella, Proteus, S. pneumoniae, H. influenzae, S. aureus oxa sensível) e após este período os agentes mais comuns são os gram negativos (P. aeruginosa, Acinetobacter,), e o gram positivo S. aureus – MARSA, encontrados na microbiota hospitalar, vide tabela abaixo: 
 
	Estudo Sentry 1997 - 1
	999 
	microorganismo 
	% 
	P. aeruginosa 
	29% 
	S. aureus 
	21% 
	Acinetobacter 
	11% 
	Kleibsiella 
	9% 
	Enterobacter 
	7% 
	E. coli 
	4% 
	Enterococcus 
	4% 
	S. marcescens 
	3% 
 
As medidas de prevenção são segundo CDC-NNISS classificadas em: 
Altamente recomendadas: 
Capacitação de profissionais no controle de infecção. 
Realizar vigilânciaepidemiológica das infecções respiratórias em pacientes de alto risco Ex: pacientes em ventilação mecânica. 
Estimular higienização das mãos. 
Quando necessária a entubação der preferência à via orotraqueal ao invés da nasotraqueal. 
Verificar rotineiramente posição de sondas enterais. 
Estimular pacientes em pós-operatório a deambulação precoce. 
 Usar espirometria em pacientes em pós-operatório. 
Não utilizar antimicrobiano com o objetivo de prevenir a pneumonia. 
Não trocar rotineiramente os circuitos dos respiradores (somente se funcionando mal ou estiverem visivelmente sujos). 
Desprezar condensados líquidos acumulados ao longo da extensão do respirador. 
Em relação aos nebulizadores acoplados nos circuitos deve-se proceder com limpeza, desinfecção e secagem entre o uso em um mesmo paciente. 
Usar fluido estéril para nebulizadores de pequeno volume. 
Equipamentos semi-critícos (os quais entram em contato com membranas e mucosas íntegras) devem ser submetidos a esterilização ou a desinfecção de alto nível). 
Não esterilizar ou desinfetar o maquinário interno de equipamentos de anestesia. 
Trocar cânulas de traqueotomia quando necessário com técnica asséptica. 
Moderadamente recomendadas: 
Ao realizar a desentubação aspirar secreção acumulada no cuff da cânula. 
Exceto em caso de contra-indicação médica manter decúbito elevado a 30° e 45° em pacientes com risco de aspiração. 
Se necessário realizar traqueostomia utilizar técnica asséptica. 
Preferir uso de ventilação não-invasiva a invasiva e reduzir o tempo de ventilação mecânica se possível. 
Não recomendado ou assunto não resolvido: 
Utilização de sistemas de aspiração fechados (multiuso) X sistemas descartáveis de único uso. 
Utilização de luva estéril ou descartável para aspiração. 
Tempo ideal para troca do sistema fechado de aspiração endotraqueal. 
Método de umidificação de vias aéreas em pacientes sob ventilação mecânica (água aquecida X filtro higroscópico). 
Descontaminação da orofaringe com clorexidina (0,12%) 
 
 
 
Infecção primária de corrente sanguínea 
 
Primeiramente é preciso esclarecer a definição de infecção primária de corrente sanguínea - ICS esta ocorre, quando o paciente apresenta resposta inflamatória à presença ou à invasão por microrganismos na corrente sanguínea sem outro foco de infecção conhecido. Por exemplo, caso o paciente tenha um diagnóstico de pneumonia e posteriormente venha a apresentar uma infecção da corrente sanguínea esta será classificada como infecção secundária da corrente sanguínea. 
Segundo dados americanos as ICSs associadas ao uso de cateteres são responsáveis por 19% das infecções em UTIs. Segundo Pittet de cada 2,5 milhões de IHs diagnosticadas, 250.000 são da corrente sangüínea. 
Estas infecções aumentam cerca de 14 dias o tempo de hospitalização isso corresponde a um custo adicional de 3,5 bilhões de dólares ao ano. 
Cerca de 90% destas ICS estão associados a cateteres venosos. No Brasil ainda não possuimos referências sobre a taxa de utilização de dispositivos vasculares sabe-se que na Europa está em torno de 63% e nos EUA aproximadamente 50% dos pacientes internados possuem dispositivo vascular (Nystrm et al, 1983). 
 
Alguns fatores estão associados a um maior risco para ocorrência da ICS: 
Falha na técnica de inserção 
Cuidados inadequados na manutenção do cateter 
Cateterização prolongada 
Manipulação freqüente do sistema 
Função do cateter (Ex; hemodiálise maior risco) 
Presença de múltiplos lumens 
Gravidade da doença de base 
Tipos de curativos oclusivos no local de inserção do cateter (Ex filmes transparentes não porosos são pouco permeáveis a umidade oferecendo maior risco) 
 Local de inserção do cateter (membros inferiores maior risco que membros superiores, para cateter central dar preferência a inserção a região subclavicular ao sítio femoral ou jugular) 
Materiais do cateter (EX: PVC favorece a adesão de estafilococos coagulase negativo que o teflon) 
Infusão de nutrição parenteral 
 
Os agentes infecciosos mais comuns são: 
	NNISS 1992 - 1999 
	
	SCN 
	37% 
	S aureus 
	13% 
	Enterococcus spp 
	13% 
	Gram-negativos 
	14% 
	Cândida spp 
	8% 
 
Os microorganismos invadem a corrente sanguínea através de três mecanismos: 
Colonização inicial do orifício de inserção do cateter e migração pela superfície externa do cateter. 
Colonização da superfície interna (lúmen) do cateter e migração direta para a corrente sanguínea. 
Infusão de líquido contaminado 
As medidas de prevenção de ICS estão divididas em: 
Altamente recomendadas: 
Promover treinamento de profissionais de saúde relacionado à inserção, manutenção e medidas gerais de prevenção de infecções associadas a cateter. 
Verificar adesão dos profissionais as práticas recomendadas. 
Realizar anti-sepsia adequada das mãos na manipulação e processo de passagem do cateter. 
O uso de luvas não dispensa a anti-sepsia das mãos. 
Definir equipe treinada específica para inserção e manutenção dos cateteres. 
Realizar Vigilância epidemiológica das ICS. 
Remover o cateter que não for essencial ao tratamento. 
Não usar rotineiramente antimicrobianos sistêmicos ou intranasais para prevenção de colonização de cateter ou ICS. 
Para cateter periférico optar por membros superiores aos inferiores. 
Para inserção de cateter central, inclusive o de inserção periférica utilizar técnica asséptica. 
 Não há recomendação de inserção no centro cirúrgico, pois o meio ambiente não traz implicações. 
Para inserção de cateteres periféricos utilizar luvas estéreis, caso contrário não tocar no local de punção após a anti-sepsia de pele. 
Desestimular a inserção de cateteres por dessecação. 
Realizar a anti-sepsia da pele dando preferência a soluções degermantes a base de clorexidina (2%), embora álcool e soluções iodadas também possam, ser utilizadas. 
Utilizar cateteres impregnados com anti-sépticos ou antimicrobianos se a expectativa de uso for superior a 5 dias e somente em casos em que as taxas de ICS associadas a cateter forem superiores a esperada mesmo com adesão as medidas comumente recomendadas. 
Trocar cateteres periféricos de adultos a cada 72-96hs. 
Não trocar rotineiramente cateteres centrais. 
Trocar cateter central com pus ou outros sinais flogísticos no local da inserção. 
Não trocar cateteres centrais com fio guia na suspeita de ICS associada a cateter. 
Trocar o curativo sempre que o mesmo apresentar-se sujo. 
Para cateteres centrais trocar gaze pelo menos a cada dois dias e curativos transparentes no máximo em 7 dias. 
Realizar anti-sepsia da pele limpa durante as trocas de curativos. 
Não utilizar cremes ou pomadas com antimicrobianos / anti-sépticos no local de inserção. 
Não trocar equipos ou outros sistemas para infusão num período inferior a 72hs, exceto em caso de suspeita de infecção. 
Equipos utilizados para infusão de hemoderivados ou soluções de lípides devem ser trocados no máximo em 24hs. 
Realizar infusões contendo lípides num período inferior a 24 horas. 
Realizar infusão de hemoderivados num período inferior a 4 horas. 
Para composição de fluídos que requerem adição de componentes, esta deve ser realizada numa capela de fluxo laminar. 
Para soluções de múltiplo uso desinfetar o diafragma com álcool a 70% e usar dispositivo estéril para sucção. 
Não utilizar solução glicosada para monitorar a pressão. 
Moderadamente recomendadas: 
Trocar cateteres inseridos em condições não ideais (quebra de técnica em situações de emergência) em 48hs. 
Trocar o cateter central caso o paciente apresentar-se hemodinamicamente instável e suspeitar-se de ICS associada a cateter. 
 
Infecção de sítio cirúrgico 
 
As infecções de sítio cirúrgico - ISC são aquelas relacionadas a procedimentos cirúrgicos. Para padronizarmos o vocabulário o Centers for DiseaseControl – CDC define como procedimento cirúrgico: 
Aqueles que ocorrem em pacientes internados ou admitidos somente para realização do procedimento. 
São realizados dentro do centro cirúrgico. 
Pelo menos uma incisão é feita, incluem-se laparotomias e amputações. 
O tempo para observação e diagnóstico das infecções cirúrgicas deve ser de 30 dias pós-procedimento, no caso de colocação de próteses ou implantes o período de observação estende-se para 1 ano. 
Quando ocorre uma ISC um paciente aumenta em média 7 dias seu tempo de internação resultando num acréscimo de US$ 3,152 por custo/paciente (CDC, 1999). 
Os microorganismos causadores da infecção normalmente atingem a ferida operatória durante o ato cirúrgico e são oriundos de duas floras: 
Flora endógena - Disseminação de microorganismos da pele, mucosas, vísceras ocas e disseminação de um foco à distância; 
Flora exógena - Equipe cirúrgica – mãos, instrumentos – equipamentos / insumos e ambiente: (incluindo o ar, no entanto raramente implicado). 
O risco de infecção aumenta segundo a classificação de potencial de contaminação proposta por Mayhall, neste caso cirurgias classificadas como limpas têm um risco menor de infecção. Segue abaixo a classificação citada: 
 
 
	Potencial de contaminação 
	característica 
	Limpa 
	Tecidos 	estéreis 	ou 	passíveis 	de descontaminação; 
Eletiva, não traumática, não infectada; 
Nenhuma falha na técnica asséptica; 
Sem invasão do trato digestivo, respiratório superior ou geniturinário. 
Ex: mamoplastias, herniorrafias. 
	Potencialmente contaminada 
	Tecidos colonizados por flora bacteriana pouco numerosa (até 100.000 col/ml); 
Tecidos de difícil descontaminação; 
Ausência de processo infeccioso local; 
Cirurgias com pequena quebra de técnica 
Ex: cirurgia eletiva de intestino delgado; cirurgias esofágicas, gástricas. 
	Contaminada 
	Tecidos 	colonizados 	por 	flora 	bacteriana abundante (acima de 100.000 col/ml); 
Tecidos 	de 	difíceis 	ou 	impossíveis descontaminação; 
Extravasamento grosseiro de material do trato gastrointestinal; 
Falhas técnicas grosseiras em ausência de supuração local. 
Ex: apendicectomia sem supuração, cirurgia oral e dental, vias biliares em presença de bile contaminada, fratura exposta (menos de 6 horas). 
	Infectada 
	 Intervenções cirúrgicas em tecidos com presença de processo infeccioso local já estabelecido ou ferida traumática aberta abordada tardiamente (+ 6 h) 
Ex: cirurgia de reto e ânus com pus, cirurgia abdominal em presença de conteúdo de cólon e pus, feridas traumáticas abertas tardias (+ 6 h). 
 
A ISC também pode ser classificada quanto a sua topografia; 
 
 
ISC incisional superficial – quando envolver apenas pele e tecido subcutâneo do local. 
ISC incisional profunda – podendo envolver ou não pele e subcut6aneo, mas obrigatoriamente envolve tecidos moles profundos como fáscia e músculos. 
ISC órgão e cavidade – envolvem órgãos ou espaços profundos manipulados durante a cirurgia. 
Além do potencial de contaminação existem outros fatores de risco para ISC. São eles: 
Idade avançada 
Doenças metabólicas 
Más condições do estado clínico 
Obesidade / desnutrição 
Neoplasias 
Internação pré-operatória prolongada 
Uso de drogas imunossupressoras 
Tempo prolongado de cirurgia 
Realização de tricotomia 
Presença de drenos 
 
Os agentes mais comuns nas ISC são: 
	Dados do SENTRY, 1997-1999. 
430 bactérias coletadas nos Hospitais Brasileiros 
	S. aureus 
	46% 
	P. aeruginosa 
	11% 
	Enterococcus spp 
	8% 
	E. coli 
	7% 
	Enterobacter spp 
	7% 
	Kleibsiella 
	4% 
	SCN 
	3% 
	Acinetobacter/Serratia 
	3% 
 
As principais medidas de prevenção das ISC são: 
Pacientes com doenças agudas ou crônicas descompensadas devem ter suas cirurgias postergadas (se possível). 
Reduzir ao máximo o tempo de internação pré-operatório. 
Postergar cirurgia se presença de infecção em outro sítio. 
Higienização e degermação adequada das mãos dos profissionais. 
Remover pêlos na menor área possível e preferir utilização de tricotomizador elétrico a lâmina de barbear. 
Realizar anti-sepsia da pele do paciente com técnica adequada. 
Reduzir ao máximo possível o tempo de cirurgia 
E finalmente o CDC cita que num hospital geral as taxas de ISC em operações classificadas como limpas seja inferior a 5%, nas potencialmente contaminadas não superiores a 11%, nas contaminadas no máximo 17% e nas infectadas o desejável é que seja inferior a 27%. 
 
3. Emergência de microorganismos resistentes a antimicrobianos comumente utilizados 
 
O ambiente UTI é um dos mais propícios da área hospitalar para o desenvolvimento de germes multi-resistentes, pois: 
Possui pacientes mais susceptíveis tanto por estado clínico como por procedimentos invasivos. 
Risco aumentado de transmissão de microorganismos (muitos procedimentos a serem realizados e menores taxas de adesão a higienização das mãos por profissionais). 
Uso excessivo de antimicrobianos. 
Sendo assim vamos abordar os principais microorganismos resistentes e seus mecanismos de resistência. 
O S. aureus é um agente muito comum em pneumonias associadas à ventilação mecânica e em infecções de corrente sanguínea. 
Com a descoberta da penicilina nos anos 40 logo houve a produção de penicilases pelo S. Aureus, esta enzima inativa o antibiótico. Nos anos 60 com a introdução das penicilinas semi-sintéticas (meticilinas, oxacilinas e etc) permitiram que o problema fosse contornado. Após uma década as opções terapêuticas ficaram ainda mais restritas com o aparecimento de S aureus meticilino resistentes os ditos MRSA, isto obrigou a utilização de antibióticos glicopeptídeos (vancomicina e teicoplamina), o mecanismo de resistência se deu pela presença do gene mec A que altera o alvo de ligação da parede bacteriana conferindo baixa afinidade a todos os antibióticos beta-lactâmicos. 
Atualmente com a aquisição de um novo gene denominado van A o S aureus já está apresentando uma resistência intermediária ou total aos glicopeptídeos. 
O SCN apresenta os mesmos mecanismos de resistência do S aureus, no entanto sua taxa de resistência a oxacilina chega 80 a 90%. 
Os Enterococcus spp já são naturalmente resistentes a inúmeros antibióticos (aminoglicosídeos, beta-lactâmicos e recentemente a glicopeptídeos), geralmente requerem tipos de antimicrobianos um que age na parede – penicilina, ampicilina e glicopeptídeos e um que altera a síntese de proteínas – aminoglicosídeos. O marcador de resistência é a vancomicina, droga comumente utilizada, essa resistência se deu pela aquisição do gene van A, van B e van C. 
Como mecanismo de prevenção orientamos a identificação de pacientes portadores de ERV nas fezes e intituição de precaução de contato. 
Estudos Brasileiros demonstram uma taxa de 14 a 25% de colonização retal de ERV (em pacientes com uso prévio de vancomicina e internação prolongada). 
Enquanto as bactérias gram positivas possuem um mecanismo de resistência os microorganismos gram negativos (Pseudomonas e Acinetobacter - comuns em infecções de trato urinário e pneumonias associadas a ventilação mecânica) apresentam cerca de quatro a cinco mecanismos de resistência. 
O principal mecanismo de resistência é a produção de beta-lactamases que conferem resistência a cefalosporinas e penicilinas de amplo espectro, um subgrupo as metalo-beta-lactamases conferem resistência aos carbapenens os quais constituem as principais armas no tratamento de gram-negativos multiresistentes. Ainda podemos citar alguns outros mecanismos de resistência adquiridos por estes microorganismos como perda de porinas, mecanismo de efluxo (criam bombas que retiram o antibiótico de dentro da célula fazendo com que retorne ao meio extracelular) e modificação do sítio de ligação dos ATM. 
Já os bacilos Gram negativos fermentadores de glicose tornam-seresistentes através da produção de Beta lactamase de espectro ampliado - ESBL (Klebsiella spp e E coli) conferindo resistência a carbapenens, e produção de enzima tipo amp C (Citrobacter spp, Enterobacter spp, Serratia spp e Proteus Spp) conferindo resistência a cefalosporinas de 3° e 4° geração. 
E finalmente, com o uso indiscriminado de antimicrobianos observamos um aumento freqüente das infecções fúngicas, o gênero mais comum é a Cândida que já se apresenta resistente a antifúngicos menos tóxicos (Fluconazol e itraconazol). 
 
4. Programa de uso racional de antimicrobianos 
 	 
Os antimicrobianos são umas das classes de medicamentos mais utilizadas, corresponde a cerca de 50% das prescrições médicas, a principal diferença em relação a outras classes de medicamentos é que estes além do efeito ao paciente possuem um impacto ambiental. 
A Organização Mundial de Saúde – OMS define como uso racional de medicamentos a situação na qual os pacientes recebem os medicamentos apropriados a suas necessidades clínicas na dose correta, por um período de tempo adequado a um custo acessível. 
Diferentes causas provocam o uso inadequado de antibióticos, as principais são: 
Insuficiência de formação técnico – científica nas academias e ausência de atualizações sobre o tema. 
Ausência de Programas efetivos de racionalização em todos os níveis do sistema (federal, estadual e municipal). 
Insuficiência de recursos laboratoriais. 
Pouca participação de farmacêuticos no controle dos antimicrobianos de amplo espectro. 
Propaganda inadequada e opressiva da industria farmacêutica. 
O principal objetivo de um Programa de racionalização de antimicrobianos é assistir adequadamente o paciente, minimizar o aparecimento da resistência microbiana e como conseqüência teremos uma redução dos custos. 
Para iniciarmos será necessário a estruturação de um Comitê de uso de antimicrobianos, este deverá ser composto por: 
Infectologista (Coordenador) 
Chefia do laboratório 
Chefia da Farmácia 
Profissionais da CCIH 
Representante dos cirurgiões 
Representante dos clínicos (não esquecer da pediatria) 
Médico intensivista 
Médico do Pronto Socorro 
Chefia de Enfermagem 
Representante da Administração 
Representante da Comissão de Qualidade do Atendimento As principais funções deste Comitê seriam: 
Elaborar diagnóstico situacional 
Elaborar um Programa de trabalho, incluindo as principais ações a serem desenvolvidas. 
Estabelecer metas 
Promover uso racional de antimicrobianos 
Definir formulário de antimicrobianos 
Realizar atividades de ensino 
Realizar auditorias do uso de antimicrobianos. 
	 	
	Incisional 
Superficial(1)
 
(SSI – SKIN) 
 
	Critério 
Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia e envolve apenas pele e tecido subcutâneo à incisão 
Mais pelo menos um dos seguintes: 
Drenagem purulenta da incisão superficial 
Cultura positiva de fluído ou tecido da incisão superficial obtido assepticamente 
Pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas de infecção: dor ou aumento da sensibilidade, edema local, hiperemia ou calor e a incisão superficial é deliberadamente aberta pelo cirurgião, exceto se a cultura for negativa. 
Diagnóstico de infecção superficial pelo cirurgião ou médico assistente. 
	Incisional 
Profunda(2)
 
(SSI – ST) 
 
	Critério 
Todos os seguintes: 
Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia se não houver colocação de prótese. 
Caso haja colocação de prótese, pode ocorrer em até um ano se a infecção parecer ter. 
Relação com o procedimento cirúrgico. 
Envolve tecidos moles profundos à incisão (ex: fáscia e músculos) Mais pelo menos um dos seguintes: 
	
	Drenagem purulenta da incisão profunda, mas não de órgão/cavidade. 
A incisão profunda sofre deiscência espontânea ou é deliberadamente aberta pelo cirurgião quando o paciente tem pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: febre (> 38ºC), dor ou aumento da sensibilidade local, exceto se a cultura for negativa. 
Abscesso ou outra evidência da infecção envolvendo a incisão profunda é visualizado durante exame direto, reoperação ou exame histopatológico ou radiológico. 
Diagnóstico de infecção incisional profunda pelo cirurgião ou médico assistente. 
	Órgão / 
Cavidade(3,4)
 
(SSI – código específico do órgão/cavidade) 
 
	Critério 
Todos os seguintes: 
Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia se não houver colocação de prótese. 
 Caso haja colocação de prótese, pode ocorrer em até um ano se a infecção parecer ter. 
 Relação com o procedimento cirúrgico. 
Envolve qualquer parte do corpo, exceto pele no local da incisão, fáscia e 
camadas 
 Musculares, que tenha sido aberta ou manipulada durante a cirurgia. 
Mais pelo menos um dos seguintes: 
Drenagem purulenta pelo dreno colocado dentro do órgão/cavidade através da ferida. 
Cultura positiva de fluído ou tecido do órgão/cavidade obtido assepticamente 
Abscesso ou outra evidência de infecção envolvendo o órgão/cavidade visualizado durante exame direto, reoperação, exame histopatológico ou radiológico. 
Diagnóstico de infecção de órgão/cavidade pelo cirurgião ou médico assistente. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
 
 - Infecção do Sítio Cirúrgico (SSI) 
 
(1) INSTRUÇÕES DE NOTIFICAÇÃO
Não notifique SSI-SKIN para a cirurgia NNIS de transplante de bypass arterial coronário (TBAC). Para TBAC, se a infecção é no tórax, use SSI-STC (soft tissue-chest) ou se é na perna do doador, use SSI-STL (soft tissue -leg). 
Não notifique um abscesso dos pontos (mínima inflamação e drenagem de secreção limitada aos pontos de sutura) como infecção. 
Não notifique uma infecção localizada de ferimento cortante como SSI, e sim, como infecção de pele e partes moles, conforme a profundidade. 
Notifique uma infecção do local da circuncisão em recém-nascido como SST-CIRC. Circuncisão não é procedimento NNIS. 
Notifique infecção de episiotomia como REPR-EPIS. Episiotomia não é um procedimento NNIS. 
Notifique queimadura infectada como SST-BURN. 
Se a infecção incisional envolve ou se estende para fáscia ou camadas musculares, notifique como SSI incisional profunda. 
Classifique a infecção que envolve tecido superficial e profundo como SSI incisional profunda. 
Notifique o espécime de cultura de incisões superficiais como ID (drenagem incisional). 
 (2) INSTRUÇÕES DE NOTIFICAÇÃO
Não notifique SSI-SKIN para a cirurgia NNIS de transplante de bypass arterial coronário (TBAC). Para TBAC, se a infecção é no tórax, use SSI-SKNC (skin-chest) ou se é na perna do doador, use SSI-SKNL (skin-leg). 
Classifique infecções que envolvem o tecido incisional superficial e profundo como SSI incisional profunda. 
Notifique o espécime de cultura de incisões profundas como ID (drenagem incisional). 
Considera-se como prótese um corpo estranho implantável não derivado de humano (ex: válvula cardíaca protética, transplante vascular não-humano, coração mecânico ou prótese de quadril) que é implantado permanentemente em um paciente durante uma cirurgia. 
(3) DEFINIÇÕES
Considera-se como prótese um corpo estranho implantável não derivado de humano (ex: válvula cardíaca protética, transplante vascular não-humano, coração mecânico ou prótese de quadril) que é implantado permanentemente em um paciente durante uma cirurgia. 
Uma SSI órgão/cavidade envolve qualquer parte do corpo, exceto a pele no local da incisão, fáscia ou camadas musculares, que tenha sido aberta ou manipulada durante a cirurgia. Sítios específicos são definidos para as SSI órgão/cavidade para melhor identificação da localização da infecção. Estão listados a seguir os sítios específicos que devem ser usados para diferenciar as SSI órgão/cavidade. Um exemplo é apendicectomia seguida de abscesso subdiafragmático, que seria notificado como uma SSI órgão/cavidade de localização intra-abdominal (SSI-IAB).SÍTIOS ESPECÍFICOS DE SSI - órgão/cavidade 
 Outras infecções do trato 
	BONE Osteomielite 
	LUNG respiratório inferior 
	BRST Mastite ou abscesso da mama 
	MED 	Medisatinite 
	CARD Miocardite ou pericardite 
	MEN 	Meningite ou ventriculite 
	DISC Espaço do disco 
	Cavidade oral (boca, língua ou 
ORAL gengivas) 
	EAR 	Ouvido, mastóide 
	OREP Outro masculino ou feminino 
	EMET Endometrite 
	OUTI 	Outras infecções do trato urinário 
	ENDO Endocardite 
	SA 	Abscesso medular sem meningite
	EYE 	Olhos (exceto conjuntivite) 
	SINU 	Sinusite 
	GIT 	Trato gastrointestinal 
	UR 	Trato respiratório superior 
	Intra-abdominal, não especificada em 
IAB 	outro local 
	VASC Infecção arterial ou venosa 
	Intracraniana, abscesso cerebral ou 
IC 	duramáter 
	VCUF Cuff vaginal 
	JNT 	Articulação ou bolsa 
	 	 
1. Limpeza, desinfecção e esterilização de artigos 
 
Nos Serviços de Saúde segundo recomendação do Manual de Processamento de artigos e superfícies do Ministério da Saúde de 1994 o processamento de artigos deve ser centralizado, por motivos de custo, eficiência de operacionalização, facilidade de manutenção do padrão de qualidade e aumento de vida útil dos mesmos. 
O setor destinado à limpeza, acondicionamento, esterilização, guarda e distribuição de materiais esterilizados é denominada Central de Material Esterilizado – CME. (BRASIL, 1999). 
A CME têm basicamente dois ambientes distintos, uma área denominada de área suja / contaminada (neste local são realizados os procedimentos de limpeza e desinfecção), e uma área limpa (onde os artigos são embalados para realização do processo de esterilização). 
Na CME os artigos são processados segundo uma seqüência. Segue abaixo de forma resumida o fluxograma de artigos na CME: 
 
Recepção de artigos contaminados 
↓ 
 Limpeza e secagem de artigos 
↓ 
Barreira física 
↓ 
Inspeção, preparo, lubrificação e embalagem. 
↓ 
Desinfecção / Esterilização 
↓ 
Armazenamento 
↓ 
Distribuição 
 
 
 Os artigos a serem processados devem ser classificados de acordo com o risco potencial de transmissão de infecção. A escolha do melhor método para o processamento dos artigos vai depender do tipo de material e sua finalidade. Segue abaixo a classificação de Spaulding baseado no risco de infecção: 
 
	Artigos Críticos 
	Materiais com elevado potencial de risco de provocar infecção porque são introduzidos diretamente em tecidos. 
	Instrumental cirúrgico, agulhas, cateteres intravasculares e dispositivos a eles conectados, como equipo de solução e torneirinha normalmente estéreis. 
	Artigos Semi-Críticos 
	Aqueles que entram em contato com mucosa íntegra e pele não intacta; pode-se tornar artigo crítico se ocorrer lesão acidental durante a realização do procedimento. 
	Equipamentos de anestesia e endoscopia. 
	Artigos Não-Críticos 
	Materiais que entram em contato somente com a pele íntegra e geralmente oferecem baixo risco de infecção. 
	Artigos com comadre, papagaio, termômetros. 
 
A limpeza é o primeiro passos para o processamento de artigos, com esta removem a matéria orgânica e conseqüentemente diminuímos o número de microorganismos a fim de uma melhor ação dos produtos desinfetantes / esterilizantes. Portanto, Limpeza – É a remoção mecânica de sujidade, realizada pela fricção mecânica e utilização de detergentes ou desincrostantes. Tem o objetivo de reduzir a carga microbiana e remover contaminantes (PADOVEZE e DELMONTE, 1999). Os principais tipos de limpeza são; 
Manual - É realizada manualmente por meio de ação física, sendo utilizado água, detergente, escovas de cerdas macias. 
Automática - É realizada por máquinas automatizadas, que removem a sujidade por meio de ação física e química. 
Lavadora-ultra-sônica - ação combinada da energia mecânica (vibração sonora), térmica (temperatura entre 50º e 55ºC) e química (detergentes). 
Lavadora descontaminadora - jatos de água associada a detergentes, com ação de braços rotativos e bicos direcionados sob pressão. 
Lavador termo – desinfectadora - jatos de água e turbilhonamento, associados à ação de detergentes. A desinfecção se dá por meio de ação térmica ou termoquímica. 
Lavadora esterilizadora - realiza ciclos de pré-limpeza, limpeza com detergente, enxágüe e esterilização. 
Os principais produtos utilizados na limpeza são: 
Limpadores Enzimáticos - São compostos basicamente por enzimas que removem a matéria orgânica do material em curto período de tempo 
Desincrostantes - São produtos que contém tensoativos que reduzem a tensão superficial da água. 
 
Desinfecção – É o processo de destruição dos microorganismos vegetativos (com exceção das formas esporuladas), utilizando agentes físicos e químicos. Classifica-se em: 
Alto nível – destrói todos os microorganismos na forma vegetativa e alguns esporulados, bacilo da tuberculose, fungos e vírus. Requer enxágüe do material com água estéril e manipulação com técnica asséptica. 
Médio nível ou nível intermediário – destrói todos os microorganismos na forma vegetativa, exceto os esporulados, inativa o bacilo da tuberculose, a maioria dos vírus e fungos; 
Baixo nível – destrói todos os microorganismos na forma vegetativa, alguns vírus e fungos, não elimina o bacilo da tuberculose, nem os esporulados. 
 
Principais características de um desinfetante ideal: 
 
ação rápida 
amplo espectro 
ativo em presença de matéria orgânica 
atóxico 
compatível com diversos tipos de materiais 
efeito residual na superfície 
fácil manuseio 
inodoro ou de odor agradável 
ecônomico 
solúvel em água 
não poluente 
estável em concentração original ou diluído 
ser compatível com sabões, detergentes e outros produtos químicos. 
A seguir apresenta-se a ordem de resistência decrescente dos agentes aos desinfetantes: Esporos bacterianos 
(Bacillus subtilis, Clostridium sporogenes) 
↓ 
Microbactérias 
(micobacterium tuberculosis) 
↓ 
Vírus pequenos ou não lipídicos (poliovírus, coxsackie vírus) 
↓ 
Fungos 
(cândida spp, cryptococcus spp) 
↓ 
Bactérias vegetativas 
(pseudomonas aeruginosa, staphylococcus áureos, salmonela). Vírus médios ou lipídicos 
(herpes, CMV, VSR, Hep B, HIV). 
 
 Principais Desinfetantes Químicos Utilizados em artigos Hospitalares 
	PRODUTO 
	NÍVEL DE 
DESINFECÇÃO
	TEMPO DE EXPOSIÇÃO
	RESTRIÇÕES DE 
USO 
	Glutaraldeído a 
2% 
	ALTO 
	30 minutos 
	Materiais porosos pois retém o produto 
	Ácido peracético a 0,2% 
	 	ALTO 
	10 minutos 
	Danifica metais 
	Hipoclorito de sódio a 1% 
	MÉDIO 
	30 minutos 
	Danifica metais e mármore 
	Álcool a 70% 
	MÉDIO 
	30 segundos 
	Danifica acrílico e borracha 
	Quaternário de 
Amônia 
	BAIXO 
	30 minutos 
	Não há 
 
	PRODUTO 
	EPI 
	TOXICIDADE 
	Álcool 70% 
	Luva de borracha de cano longo 
	 NÃO APRESENTA 
	
	Quaternário de Amônia 
	Luva de borracha de cano longo 
	 NÃO APRESENTA ambiente) 
	(polui o 
	Hipoclorito 
	Avental impermeável, 	luva de borracha cano longo, 	botas, óculos. 
	Misturado a substância ácida, libera gás de cloro. 
 Em contato com formaldeído, produz cancerígena. 
	substância 
	Glutaraldeído
	 Máscara de filtro químico, avental impermeável, óculos, luva de borracha cano longo, botas. 
	 Irritante para mucosa (olhos, nariz, garganta), podendo causar asma, dermatites, epistaxe e rinite. Os níveis no ambiente, não deve ultrapassar 0,2 ppm. 
	Ácido 
Peracético 
	Máscara de filtro químico, avental impermeável, óculos, luva de borracha cano longo, botas. 
	Pode ocasionar queimaduras em contato direto com a pele, cegueira se entrar em contato com olhos, irritante para mucosa do nariz, garganta e pulmão. 
 
Esterilização – “...considera-se esterilização o processo pelo qual os microorganismos são destruídos a tal ponto que a sua probabilidadede sobrevivência é menor que 1 para 1.000.000” (BRUNCH CW, BRUNCH MK, 2000). Os tipos são: 
 
Esterilização por calor a seco – utilizada para esterilização de óleos, pós e pequenas caixas de instrumentais. 
Esterilização por óxido de etileno – indicado para artigos termosensíveis, fundamental respeitar o tempo de aeração do produto final. 
Esterilização por vapor de baixa temperatura e formoldeído gasoso – indicado para artigos termosensíveis. 
Esterilização por plasma de peróxido de hidrogênio 
Esterilização por glutaraldeído – Sua apresentação é líquida, utilizado na esterilização de artigos termosensíveis, no entanto é tóxico. 
Esterilização por ácido peracético associado ao peróxido de hidrogênio – utilizado em capilares de diálise. 
Esterilização por pastilhas de formoldeído – utilizadas na esterilização que não tolera o vapor, seu uso é limitado, pois seus vapores são irritantes e apresenta potencial carcinogênico. 
Esterilização por vapor saturado sob pressão – vapor na temperatura de ebulição da água sob pressão é o meio mais econômico para esterilização de artigos termossensíveis. 
	MÉTODO 
	EQUIPAMENTO / SOLUÇÃO 
	TEMPERATURA 
	TEMPO 
	FÍSICO 
	Vapor sob pressão 
	Autoclave
	Gravitacional
	121ºC 
	30 minutos 
	
	
	
	Pré-vácuo 
	134ºC 
	4 minutos 
	
	Calor seco 
	Estufa 
	170ºC 
	1 hora 
	
	
	
	160ºC 
	2 horas 
	QUÍMICO 
	Líquido 
	Glutaraldeído (imersão) 
	ambiente 
	10 horas 
	
	
	Ácido peracético (imersão) 
	ambiente 
	1 hora 
	
	Gasoso 
	Óxido de etileno 
Plasma de peróxido de hidrogênio 
	_ 
	_ 
	
	 
	
	
 
 
Não podemos deixar de citar que para todos os processos de esterilização será necessário estabelecer sistemas de monitoração do processo (físico, químico e biológico). 
A escolha do invólucro apropriado para cada tipo de esterilização tem como objetivo: 
Permitir a esterilização do artigo. 
Garantir esterilidade do artigo até o momento do uso. 
Facilitar a transferência do conteúdo com técnica asséptica. 
Características de um invólucro ideal: 
Ser compatível com o método e resistir às condições físicas do método. 
Permitir a penetração do agente. 
Proteger o conteúdo do pacote. 
Ser isenta de furos 
Ser livre de resíduos tóxicos (corante, alvejante e amido) 
Ser barreira microbiana 
Ser compatível com as dimensões do artigo 
 
	TIPO DE INVÓLUCRO 
	INDICAÇÃO 
	OBSERVAÇÃO 
	TECIDO 	DE
ALGODÃO CRU 
	 CALOR ÚMIDO 
	Há dificuldade de monitorização do desgaste do tecido. 
NBR 13456/96 
	PAPEL 	GRAU
CIRÚRGICO 
	 CALOR ÚMIDO ÓXIDO DE ETILENO
	Especificação técnica por meio da NBR 
12946/93 
	PAPEL CREPADO 
	CALOR ÚMIDO ÓXIDO DE ETILENO
	Menor resistência à tração (projeto 
23.001.04-008 / 98). 
	PAPEL KRAFT 
	EM DESUSO 
	Irregularidade e inconstância na gramatura. Pode 
apresentar alquiltiofeno, causa náuseas e cefaléia nos indivíduos expostos. 
	FILME 
TRANSPARENTE 
	CALOR ÚMIDO 
ÓXIDO DE ETILENO
	Especificação técnica por meio da NBR 
13386/95 
	TYVEC 
	CALOR ÚMIDO 
ÓXIDO DE ETILENO
PLASMA DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO E
RADIAÇÃO GAMA 
	 
 	Alto custo 
 
 
	NÃO TECIDO 
	CALOR ÚMIDO 
ÓXIDO DE ETILENO
PLASMA DE PERÓXIDO DE
HIDROGÊNIO 
	 
_ 
 
 
No caso de reprocessamento de artigos de uso único o serviço deverá possuir um protocolo de processamento de artigos de uso único, validado, e será o responsável por intercorrências advindas deste. 
 
2. Limpeza, desinfecção de ambientes e superfícies. 
 
► ARTIGOS
A variedade de materiais utilizados nos estabelecimentos de saúde pode ser classificada segundo riscos potenciais de transmissão de infecções para os pacientes, em três categorias: críticos, semi-críticos e não críticos.
● ARTIGOS CRÍTICOS
Os artigos destinados aos procedimentos invasivos em pele e mucosas adjacentes, nos tecidos subepiteliais e no sistema vascular, bem como todos os que estejam diretamente conectados com este sistema, são classificados em artigos críticos. Estes requerem esterilização. Ex. agulhas, cateteres intravenosos, materiais de implante, etc.
● ARTIGOS SEMI-CRÍTICOS
Os artigos que entram em contato com a pele não íntegra, porém, restrito às camadas da pele ou com mucosas íntegras são chamados de artigos semi-críticos e requerem desinfecção de médio ou de alto nível ou esterilização. Ex. cânula endotraqueal, equipamento respiratório, espéculo vaginal, todos os tipos de sondas: sonda naso e orogástrica, vesicais, nasoenterica etc.
● ARTIGOS NÃO CRÍTICOS
Os artigos destinados ao contato com a pele íntegra e também os que não entram em contato direto com o paciente são chamados artigos não-críticos e requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível, dependendo do uso a que se destinam ou do último uso realizado. Ex. termômetro, materiais usados em banho de leito como bacias, cuba rim, estetoscópio, roupas de cama do paciente,etc.
► LIMPEZA
É o procedimento de remoção de sujidade e detritos para manter em estado de asseio os artigos, reduzindo a população microbiana. Constitui o núcleo de todas as ações referentes aos cuidados de higiene com os artigos hospitalares.
PROCESSAMENTO DE ARTIGOS HOSPITALARES
A limpeza deve preceder os procedimentos de desinfecção ou de esterilização, pois reduz a carga microbiana através remoção da sujidade e da matéria orgânica presentes nos materiais.
O excesso de matéria orgânica aumenta não só a duração do processo de esterilização, como altera os parâmetros para este processo.
Assim, é correto afirmar que a limpeza rigorosa é condição básica para qualquer processo de desinfecção ou esterilização.
“É possível limpar sem esterilizar, mas não é possível garantir a esterilização sem limpar”
A ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAIS é a total eliminação da vida microbiana destes materiais. Caracteriza-se por um processo de destruição por meio de agentes físicos ou químicos de todas as formas de vidas microscópica. Um objeto esterilizado, no sentido microbiológico, está, completamente livre de microrganismos viáveis.
1. A FLAMBAGEM:
É a colocação de material sobre o fogo até que o metal fique vermelho
* VANTAGEM: fácil execução
* DESVANTAGEM: Não é seguro, pode não esterilizar alguns tipos de bactérias pelo baixo tempo de exposição. Estraga o material.
2. CALOR SECO
Penetra nas substancias de uma forma mais lenta que o calor úmido e por isso exige temperaturas mais elevadas e tempos mais longos, para que haja uma eficaz esterilização.
São utilizadas as estufas. Conforme o calor gerado recomenda-se um certo tempo: a 170 graus Celsius, são necessários 60 minutos. A 120 Graus são necessários
12 horas.
* VANTAGENS: Não forma ferrugem , não danifica materiais .
* DESVANTAGENS: O material deve ser resistente a variação da temperatura. Na esteriliza líquidos.
3. CALOR ÚMIDO
● AUTOCLAVE:
É a exposição do material a vapor de água sob pressão, a 121ºC durante 15 min. É o processo mais usado e os materiais devem ser embalados de forma a permitirem o contato total do material com o vapor para permitir que a temperatura não seja inferior à desejada, permitir a penetração do vapor nos poros dos corpos porosos e impedir a formação de uma camada inferior mais fria. Podem ser usados autoclaves de parede simples ou de parede dupla, que permitem melhor extraçãodo ar e melhor secagem.
É muito usado para o vidro seco e materiais que não oxidem com a água (os materiais termolábeis não podem ser esterilizado por esta técnica). É utilizada ainda para esterilizar tecidos.
ESTERILIZAÇÃO
♦ INDICADORES QUÍMICOS: Mudam de cor consoante a temperatura.
♦ INDICADORES BIOLÓGICOS: Tubo com suspensão de esporos de bactérias resistentes que morrem quando exposto por 12 min. Ou mais a uma temperatura de
121ºC. Após um repouso de 14h, faz-se uma sementeira dos esporos , que deve dar negativa.
* VANTAGENS: Fáciluso, custo acessível para grandes hospitais
* DESVANTAGENS: Não serve para esterilizar pós e líquidos.
4. QUIMICO:
● GAS OXIDO DE ETILENO:
O gás óxido de etileno é um produto altamente tóxico usado para esterilizar materiais.
* VANTAGENS : Não danifica o material
* DESVANTAGENS: Danos ao meio ambiente quando manipulado erroneamente, alto custo , tóxico para o manipulador,requer aeração de 48 horas. Demorado.
● GLUTARALDEIDO:
Fornecido na forma de líquido a 25 ou 50%, são pouco voláteis a frio e utilizados para a desinfecção de instrumentos médicos. Irritante das mucosas e tóxico, necessita de cuidados especiais.
* VANTAGENS: Facilidade de uso
* DESVANTAGENS: Esterilização é tempo dependente. Alérgeno , tóxico e irritante,
Mycobactérias podem ser resistentes
5. ESTERILIZACAO POR PLASMA DE PEROXIDO DE HIDROGENIO
O plasma é o quarto estado da matéria.É definido como uma nuvem de elétrons, partículas neutras, produzidas a partir da interação do peróxido de hidrogênio e um campo magnético.A esterilização com gás plasma combina peróxido de hidrogênio p/ gerar uma onda eletromagnética.
O plasma de peróxido não oxida o material, não degrada o corte, pontas,sulcos de instrumentais cirúrgicos. Seu produto final não é tóxico, não polui o meio ambiente e nem apresenta toxicidade para o profissional e nem para o paciente.
♦ AGENTE ESTERILIZANTE: Ampolas contendo: 1,8ml de H2O2 (água oxigenada) na forma líquida numa concentração de 58%. Que durante a fase da injeção passará da forma líquida para gasosa.
● STERRAD
Esterilização a baixa temperatura 45ºC, é uma alternativa de esterilização para materias termosensíveis.
* VANTAGENS: rapidez, ciclo de 50’, ausência de resíduos
tóxicos,fácil instalação, segurança.
* DESVANTAGENS: alto custo dos insumos, câmara pequena, 100 litros.
♦ FASES DO PROCESSO
1. VÁCUO: Nesta fase através da bomba de vácuo, é removido o ar de dentro da câmara de esterilização.
2. INJEÇÃO: Neste momento as agulhas perfuram as ampolas, fazendo com que passem de liquido p/ gás.
3. DIFUSÃO: O peróxido na forma gasosa se espalha por todo o material, é importante que todos os materiais estejam totalmente expostos para que o peróxido entre em contato com toda a superfície.
4. PLASMA: esterilização propriamente dita.
5. VENTILAÇÃO: Dura 1 minuto, o ar é filtrado p/ dentro da câmara do equipamento, igualando a pressão interna com a externa, possibilitando a abertura da porta. E os materiais estão prontos!
♦ CONTROLE DE QUALIDADE
■ INDICADOR PARAMÉTRICO: Relatório emitido ao término de cada ciclo onde são apresentados parâmetros de controle de esterilização.
■ INDICADOR BIOLÓGICO:
- BACILLUS STEAROTHERMOPHILUS (forma esporuladas mais resistente aos esterilizantes físicos químicos.)
■ INDICADOR QUÍMICO:
Marcador de concentração ótima do peróxido no interior da câmara.
■ FITA INDICADORA:
Utilizada no interior das embalagens com manta de polipropileno.
■ FITA TESTE:
Utilizada no fechamento das embalagens.
► DESINFECCAO:
Processo que consiste na destruição, remoção ou redução dos microrganismos presentes num material inanimado através do uso de agentes químicos.
A desinfecção não implica na eliminação de todos os microrganismos viáveis, porém elimina a potencialidade infecciosa do objeto, superfície ou local tratado.
O agente empregado na desinfecção é denominado de DESINFETANTE.
► ANTI-SEPSIA:
Consiste no mesmo termo usado à desinfecção, só que está relacionada com substancias aplicadas ao organismo humano, é a redução do número de microrganismos viáveis na pele pelo uso de uma substancia denominada de antiséptico
.
► ASSEPSIA:
Conjunto de meios usados para impedir a penetração de microrganismo, em local que não os tenha.
Freqüência da Limpeza por Área 
	Área 
	Limpeza Concorrente 
	Limpeza Terminal
	Observações 
	Críticas 
	
	Unidades de internação. 
	Limpeza e desinfecção duas vezes ao dia e quando necessário.
	Após alta, óbito, transferência do paciente ou a cada 7 dias em casos de permanência prolongada, no mesmo ambiente. 
	Na 	limpeza 
terminal, devem-se limpar grelhas do sistema de ar 
condicionado, janelas, peitoris, teto, luminária e realizar troca de cortinas, se houver.
	Bloco Cirúrgico. 
	A cada cirurgia. 
	Ao término da 
	A 	limpeza 	do 
	
	
	programação cirúrgica do dia. 
	mobiliário e dos equipamentos é de responsabilidade 
do 	Corpo 	de enfermagem. 
Tanto na limpeza concorrente quanto na terminal, nas demais unidades críticas, a limpeza do mobiliário e dos equipamentos poderá ser feita pelo profissional de limpeza, desde que treinado para função específica. 
	Demais Unidades 
Críticas. 
	Limpeza e desinfecção uma vez ao dia e quando necessário.
	Semanal. 
	
	Semicrítica 
	Unidades de Internação. 
	Limpeza uma vez ao dia e quando necessário. 
	Após alta, óbito, transferência do paciente ou a cada 15 dias em casos de permanência prolongada, no mesmo ambiente. 
	Equipamentos e artigos são de 
responsabilidade 
do corpo de enfermagem, o mobiliário é de responsabilidade do profissional de limpeza. 
	Não Crítica. 
	Limpeza uma vez ao dia e quando necessário. 
	Mensal. 
	 
Fonte: FERREIRA, T. M. e cols. Limpeza e desinfecção de Áreas Hospitalares. In: APECIH Limpeza, Desinfecção de Artigos a Áreas Hospitalares e Anti-sepsia. São Paulo, 1999. 
 
Principais Desinfetantes Hospitalares para Superfícies 
	Desinfetante 
	Indicações 
	Contra Indicações
	Uso 
	Álcool (etílico ou isopropílico). 
	Mobiliário em geral.
	Opacificação de acrílicos e ressecamento de plásticos e borrachas. 
	Concentração 	a 
70% fricção por 30 segundos. 
	Compostos Fenólicos. 
	Desinfecção superfícies áreas críticas. 
	de de 
	Em berçários e áreas de contato com alimentos, evitar contato com a pele ou mucosas, pode sofrer inativação na presença de matérias orgânicas, são tóxicos 
poluentes ambientais. 
	Concentração 	de uso de acordo com o fabricante. 
	Cloro Inorgânico (nome comercial: 
Hipoclorito). 
	Desinfecção 	ou descontaminação de superfícies. 
	Ação corrosiva sobre metais e tecidos 	é incompatível com detergentes e pode ser inativado na presença de matéria orgânica. 
	Concentração de 1% com tempo de exposição de 10 minutos. 
	Quaternário 	de 
Amônio 
	Superfícies fixas e mobiliárias, áreas de alimentação e 
	Pode sofrer inativação junto à matéria orgânica. 
	Concentração entre
2 % e 3 % com tempo 	de 
	
	berçário. 
	
	exposição de 10 minutos. 
 
Algumas recomendações devem ser seguidas durante o processo de limpeza / desinfecção de áreas e superfícies: 
Lavar as mãos antes e após cada atividade 
Evitar utilização de anéis, pulseiras 
Usar EPI 
Fazer descontaminação prévia da matéria orgânica 
Não varrer a seco 
Utilizar produtos com registro no MS 
Utilizar panos diferentes para diferentes áreas 
Não deixar panos de molho 
Iniciar limpeza nas áreas menos contaminada para mais contaminada 
Limpar no sentido unidirecional 
Paredes cima – baixo 
Tetos – unidirecional 
Corredores/saguão – dentro – fora 
Quartos/salas – fundo - porta 
Realizar desinsetização periódica 
Não impermeabilizar pisos de salas cirúrgicas 
A freqüência de limpeza deve ser estabelecida por cada serviço 
Algumas áreas requerem procedimentos especiais de limpeza ou profissionais especializados: 
Caixa d’água 
Ductos de ar condicionado 
Desinsetização/desratização/descupinização 
 
PRECAUÇÕES PADRÃO
A partir da epidemia de HIV/AIDS, do aparecimento de cepas de bactérias multirresistentes (como o Staphylococcus aureus resistente à meticilina, bacilos Gram negativos não fermentadores, Enterococcus sp. resistente à vancomicina), do ressurgimento da tuberculose na população mundial e do risco aumentado para a aquisição de microrganismos de transmissão sangüínea (hepatite viral B e C, por exemplo) entre