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TRIBUTÁRIO - Imposto de Renda Pessoa Física

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1 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES 
CENTRO DE CIÊNCAIS SOCIAIS APLICADAS – CCSA 
CURSO DE DIREITO 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
QUINTO PERÍODO MATUTINO 
PROFª.MS. FERNANDA FAGUNDES VELOSO LANA 
 
ACADÊMICOS: 
AGATHE POMPERMAYER VOUMARD 
CLEVISON ROCHA SANTOS 
FERNANDO URSINE BRAGA SILVA 
JOÃO ÂNGELO LEAL 
MÉLIDA MAYARA DE SOUZA CARVALHO 
RENNAN SANTANA MOTTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA FÍSICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MONTES CLAROS (MG) 
ABRIL/2014 
2 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES 
CENTRO DE CIÊNCAIS SOCIAIS APLICADAS – CCSA 
CURSO DE DIREITO 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
QUINTO PERÍODO MATUTINO 
PROFª. MS. FERNANDA FAGUNDES VELOSO LANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA FÍSICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à Universidade 
Estadual de Montes Claros – UNIMONTES 
como requisito parcial de avaliação sob a 
orientação da Profª. Ms. Fernanda 
Fagundes Veloso Lana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MONTES CLAROS (MG) 
ABRIL/2014 
3 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA FÍSICA...................................................................4 
1.1 Disciplina Normativa ...........................................................................................................4 
1.2 Competência e Sujeitos da Relação Tributária ................................................................4 
1.3 Fato Gerador.........................................................................................................................4 
1.4 Alíquota.................................................................................................................................5 
1.5 Base de Cálculo..................................................................................................................6 
1.6 Lançamento...........................................................................................................................6 
1.7 Principais Características......................................................................................................6 
1.8 Princípios Inerentes...............................................................................................................8 
1.9 Imunidades Genéricas...........................................................................................................8 
1.10 Obrigatoriedade da Entrega da Declaração de Ajuste Anual..............................................9 
1.11 Desconto Simplificado .....................................................................................................10 
1.12 Multa por Atraso na Entrega da Declaração de Ajuste Anual ou Não Apresentação.......11 
1.13 Retificação da Declaração de Ajuste Anual......................................................................11 
1.14 Restituição.........................................................................................................................11 
1.15 Pagamento.........................................................................................................................12 
1.16 Rendimentos......................................................................................................................16 
1.17 Deduções...........................................................................................................................23 
1.18 Declaração de Bens e Direitos..........................................................................................25 
1.19 Acréscimo Patrimonial......................................................................................................26 
1.20 Aplicações Financeiras.....................................................................................................26 
2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA FÍSICA 
1.1 Disciplina Normativa 
O Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza encontra-se previsto 
na Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988 (CRFB/88) especificamente em 
seu art. 153, III e nos arts. 43 e seguintes do Código Tributário Nacional (CTN). Ademais o 
imposto em tela está regulado pelo Decreto nº 3.000/99, denominado Regulamento do 
Imposto de Renda (RIR), que traz normas atinentes à tributação de pessoas físicas (além das 
Leis nº 7.713/88 e nº 9.250/95) e jurídicas (Leis nº 8.981/95 e nº 9.430/96). 
A repartição da receita tributária proveniente da arrecadação do Imposto de Renda 
está disposta nos arts. 157 a 159 da CRFB/88. 
 
1.2 Competência e Sujeitos da Relação Tributária 
O referido imposto em estudo encontra-se na esfera de competência da União, por 
conseguinte, classifica-se como um imposto federal cujo sujeito ativo é a União. 
No que concerne ao sujeito passivo da obrigação tributária, é todo aquele titular 
de renda ou provento de qualquer natureza. Não obstante este seja o conceito de contribuinte, 
aquele que não auferiu a renda pode ser o responsável pela retenção e recolhimento do tributo. 
Em regra, o empregado figura como contribuinte, e a fonte pagadora, o empregador, figura 
como responsável tributário. Tal situação só ocorre por meio de lei e visa tornar mais prática a 
arrecadação. Dessa forma, a fonte pagadora pode estar no polo passivo da relação tributária na 
situação de responsável. Na hipótese de omissão da retenção do Imposto de Renda, a fonte 
pagadora irá arcar com multa pelo não cumprimento da obrigação, enquanto o imposto em si 
deve ser cobrado do contribuinte. 
1.3 Fato Gerador 
A situação que dá origem à obrigação tributária, no que toca ao Imposto de 
Renda, é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda e de proventos de 
qualquer natureza. 
 
1.3.1 Definição de Renda e Provento 
A princípio, a renda é o recurso econômico decorrente do capital, do trabalho ou 
da conjugação de ambos, enquanto os proventos de qualquer natureza podem ser 
compreendidos como todo acréscimo patrimonial que não é englobado pelo conceito de renda. 
A renda de capital é aquela constituída por aluguel, royalties, recebimentos 
provenientes de aplicações financeiras, lucros, participação nos lucros, assim como 
5 
 
bonificações. Já a renda do trabalho são os salários, honorários, comissões, e outros recursos 
advindos da remuneração do dispêndio da força laboral. Por outro lado a renda decorrente da 
combinação de capital e trabalho incrusta-se no conceito de pró-labore. 
Os proventos de qualquer natureza são tudo aquilo que é acréscimo patrimonial, 
mas que não é renda, tais como aposentadorias, pensões, ganhos em loterias, doações e 
acréscimos patrimoniais não justificáveis. 
Hugo de Brito Machado preleciona que 
 
Não há renda, nem provento, sem que haja acréscimo patrimonial, pois o CTN 
adotou expressamente o conceito de renda como acréscimo. [...]Quando afirmamos 
que o conceito de renda envolve acréscimo patrimonial, como o conceito de 
proventos também envolve acréscimo patrimonial, não queremos dizer que escape à 
tributação a renda consumida. O que não se admite é a tributação de algo que na 
verdade em momento algum ingressou no patrimônio. [...] Pode haver renda, mas 
esta não ser disponível para seu titular. O fato gerador do imposto de que se cuida 
não é a renda mas a aquisição da disponibilidade da renda ou dos proventos de 
qualquer natureza. [...] Não basta ser credor da renda se esta não está disponível, e adisponibilidade pressupõe ausência de obstáculos jurídicos a serem removidos
1
. 
 
 
1.3.2 Disponibilidade Econômica e Disponibilidade Jurídica 
A disponibilidade econômica refere-se à faculdade de usar, gozar e dispor da 
renda ou provento. Enquanto a disponibilidade jurídica diz respeito à obtenção de direitos de 
crédito não sujeitos a condições suspensivas, representados por títulos ou documentos dotados 
de certeza e liquidez. Portanto não há uma necessidade de o rendimento ser efetivamente 
recebido pelo sujeito passivo, sendo suficiente que este tenha adquirido a disponibilidade 
jurídica sobre o rendimento. 
 
1.4 Alíquota 
A alíquota do Imposto de Renda é progressiva, haja vista que a lei institui uma 
variação positiva da alíquota à medida que há aumento da base de cálculo. Ver tabela do 
item 1.15.1. 
 O que a Constituição Federal almeja, através da progressividade tributária, é 
alcançar um grau cada vez mais elevado de pessoalidade para o imposto em tela, visto que a 
alíquota varia de acordo com as peculiaridades do contribuinte, tal como sua renda; e a base 
de cálculo oscila de acordo com a disponibilidade jurídica e econômica que o contribuinte 
 
1
 MACHADO apud SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário. 5 ed. São Paulo (SP): Saraiva. 2013. 
 
6 
 
detém sobre os rendimentos e proventos, assim como em razão do número de deduções nas 
quais ele se insere. 
A CRFB/88, ao prever alíquotas progressivas para o Imposto de Renda, visa 
adequar a tributação à realidade e ao perfil do contribuinte, com o intuito de não tornar a 
carga tributária um confisco, distribuir renda e conferir dignidade ao sujeito passivo. 
 
1.5 Base de Cálculo 
A base de cálculo do Imposto de Renda é o montante real da renda e do provento 
de qualquer natureza. As alíquotas incidem sobre o total dos rendimentos, independente de 
sua origem ou razão. Isto posto, percebe-se que a base de cálculo do imposto em estudo não 
faz distinção no que concerne à fonte da renda. 
Entretanto, a alíquota não ira incidir sobre a renda ou provento bruto, mas sim 
sobre a diferença entre a renda ou provento auferido e os encargos admitidos em lei, tais como 
gastos com dependentes, planos de saúde, e outros posteriormente melhore explanados no 
item 1.17. Deve-se somar todos os rendimentos e lucros da pessoa física e seus dependentes 
(rendimento bruto) e subtrair os encargos autorizados pela legislação (rendimento líquido). 
 
1.6 Lançamento 
Na forma do art. 150 do CTN, o Imposto de Renda está sujeito ao lançamento por 
homologação, ou autolançamento. A entrega da Declaração de Ajuste Anual (DAA) não 
descaracteriza tal modalidade de lançamento, pois a entrega configura-se como obrigação 
acessória. O entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça (STJ) preleciona que “A 
entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito 
tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco
2”, que não a homologação 
do lançamento, ou proceder a lançamento de ofício no caso de incompatibilidade do valor 
declarado com o valor real, ou havendo indícios materiais de fraude ao fisco. É necessário 
ressaltar que no que toca ao Imposto de Renda, o lançamento de ofício é exceção, utilizado 
nos casos em que o fisco discorda do valor declarado. 
 
1.7 Principais Características 
É notável a Natureza Fiscal do Imposto de Renda, haja vista que sua finalidade 
principal é a arrecadação de recursos para a União. É válido expor que, em consonância com 
 
2
 Súmula 436 do Superior Tribunal de Justiça. 
7 
 
o disposto no art. 157, I, da CRFB/88, o produto da arrecadação do Imposto de Renda 
pertencerá aos Estados e ao Distrito Federal quando incidir na fonte sobre rendimentos pagos 
a qualquer título aos servidores estaduais e distritais, suas autarquias ou pelas fundações que 
instituírem ou mantiverem. Isso também se aplica aos Municípios, nos termos do art. 158, I, 
do referido dispositivo Constitucional. 
Não obstante seja utilizado como meio hábil para promover a adequada 
redistribuição de renda através de suas alíquotas progressivas, o Imposto de Renda ainda é 
predominantemente fiscal, visto que á a maior fonte da receita tributária da União. 
O imposto em estudo é também Direto, pois o ônus econômico recai diretamente 
e de forma definitiva sobre o contribuinte, não comportando a repercussão tributária. Pessoal, 
tendo em vista que no imposto em questão, são levadas em consideração as características 
pessoais de seu titular e não a coisa objeto da tributação, como ocorre nos impostos reais. 
Outrossim, como qualquer outro imposto, é Não Vinculado, já que sua obrigação tem por fato 
gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao 
contribuinte, conforme o art. 16 do CTN. 
Quanto ao seu fato gerador, o Imposto de Renda é Complexivo. Diz-se 
complexivo o fato gerador que se protrai no tempo, ou seja, no caso do Imposto de Renda 
refere-se a todo exercício financeiro de 1º de janeiro a 31 de dezembro. Desta forma, a lei 
determina como elemento temporal do fato gerador uma data ficta. 
Veda-se ao IRPF feições confiscatórias. Segundo o Supremo Tribunal Federal 
(STF), “A vedação constitucional de tributo confiscatório e a necessidade de se observar o 
princípio da capacidade contributiva são questões cuja análise dependem da situação 
individual do contribuinte, principalmente em razão da possibilidade de se proceder a 
deduções fiscais, como se dá no imposto de renda” 3. Em razão desta natureza Não 
Confiscatória do Imposto de Renda é que emerge o Mínimo Vital, atendo-se à perspectiva de 
que é inconstitucional e injusto privar o homem do mínimo necessário para que não só o 
cidadão isoladamente considerado, como também sua família tenham uma vida digna. 
Por fim, no que concerne as suas características, o Imposto e Renda é uma 
exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal. Mesmo com o advento da Emenda 
Constitucional nº42/2003, não ficou inserido na regra da anterioridade máxima, ou seja, ficará 
adstrito apenas à anterioridade anual contida no art. 150, III, b da CRFB/88. Dessa forma, a 
lei que porventura ensejar aumento do Imposto de Renda terá sua exigibilidade possível a 
 
3
 RE 388.312/MG, rel. Min. Marco Aurélio, em 1º de agosto de 2011. 
8 
 
partir do dia 1º de janeiro do ano seguinte a publicação, não havendo, no caso, pra a eficácia 
normativa, uma vacatio mínima de 90 dias. 
 
1.8 Princípios Inerentes 
A CRFB/88 preceitua em seu art. 153, §2º que o Imposto de Renda é pautado 
sobre três pilares básicos derivados da Capacidade Contributiva, a saber: Progressividade, 
Generalidade e Universalidade. 
A Progressividade leva em consideração a relação existente entre os elementos 
quantitativos do fato gerador integral. Nesse sentido, serão progressivos os impostos que se 
caracterizam pelo aumento da alíquota numa proporção direta ao aumento da base de cálculo. 
Todos devem pagar o imposto sobre a renda, sem haver desigualdades sob o ponto 
de vista tributário. Deverá o Imposto de Renda incidir sobre todos os cidadãos que ostentem 
capacidade contributiva. Deste modo, o critério da Generalidade evita a discriminação entre 
os contribuintes que estejam na mesma situação jurídica, nos termos do art. 150, II, da 
CRFB/88. 
No tocante à Universalidade, com base neste princípio, a Constituição Federal 
prestigia também a igualdade, pois todas as pessoas que estejam subordinadas às leis 
brasileiras serão tributadas de forma idêntica. O Imposto deRenda não poderá ser seletivo em 
função da natureza do rendimento, tem que alcançar toda e qualquer renda ou provento. 
 
1.9 Imunidades Genéricas 
Não obstante o presente estudo tenha enfoque no Imposto de Renda de Pessoa 
Física, para fins acadêmicos é imprescindível tratar das imunidades genéricas que, via de 
regra, abrangem as pessoas jurídicas. 
A Constituição Federal prevê uma série de imunidades contidas nas alíneas do 
inciso VI do art. 150, em especial a imunidade recíproca das esferas públicas. Considerando 
que Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) e o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica 
(IRPJ) são tributos classificados pelo CTN quanto à base econômica renda em sentido lato, 
estão alcançados pelas imunidades contidas nas alíneas citadas, com exceção da alínea d que 
traz a imunidades dos livros, jornais periódicos e o papel destinado a impressão desse material 
por se tratar de uma imunidade objetiva, ou seja, que protege a coisa e não o titular da coisa. 
Assim, a renda obtida com venda de livros pela editora será tributada em imposto de renda. 
Desta forma, são imunes: os templos de qualquer culto, os partidos políticos e 
suas fundações, as entidades sindicais e as instituições de educação e assistência social sem 
9 
 
fins lucrativos. Entretanto, somente são imunes os rendimentos e ganhos provenientes das 
atividades consideradas essências a essas instituições. 
 
1.10 Obrigatoriedade da Entrega da Declaração de Ajuste Anual 
 No que concerne à entrega de declaração de ajuste anual relativa ao exercício de 
2014, estão obrigados a sua entrega os contribuintes que executaram certos fatos geradores no 
ano-calendário de 2013. Fatos geradores estes tais quais: 
 Receber rendimentos tributáveis cuja soma fora maior que R$25.661,70; 
 Receber rendimentos isentos, não tributáveis ou tributáveis na fonte, cuja soma fora 
superior a R$40.000,00; 
 Obter, em qualquer mês do referido ano-calendário base, ganho de capital na alienação 
de bens e direitos, ou realizar operações em bolsas de valores e semelhantes; 
 Exercer atividade rural e obteve receita bruta superior a R$128.308,50; 
 Ter em 31 de dezembro de 2013 (elemento temporal ficto do fato gerador), a posse ou 
propriedade de bens ou direitos de valor superior a R$300,00; 
 Estar na condição de residente no Brasil em 31 de dezembro de 2013 (elemento 
temporal ficto do fato gerador); 
 Optar pela isenção de renda obtida através da alienação de imóveis residenciais, cujo 
lucro seja utilizado para aquisição de novos imóveis no território nacional; 
 Ser titular de caderneta de poupança com saldo superior a R$300.000,00. 
Via de regra, ganhos de capital em geral, como aqueles obtidos na alienação de 
bens, direitos, moeda estrangeira ou aplicações financeiras, são tributáveis, como melhor 
explicado em tópico posterior. 
Ainda que se enquadre nas situações elencadas, aquele contribuinte que for listado 
como dependente na declaração de ajuste anual de outrem pessoa física está desobrigado a 
apresentá-la, caso naquela sejam informados seus bens, rendimentos e demais entradas 
tributáveis. Igualmente, o contribuinte na constância das sociedade conjugal ou união estável, 
em que os bens em comum tenham sido listados pelo cônjuge ou companheiro, 
respectivamente, está desobrigado a apresentação da referida declaração, desde que seus bens 
privativos não ultrapassem o valor de R$300.000,00. 
É válido destacar que mesmo aqueles que auferiram rendimentos no exterior ou 
não tributáveis são obrigados a apresentar declaração. Ainda aquele que é sócio ou titular de 
empresa está sujeito à obrigatoriedade da entrega, visto que IRPF e IRPJ são subespécies 
10 
 
distintas, pertencentes à espécie Imposto de Renda, pois, em regra, referem-se a situações, 
ganhos, patrimônios e regimes jurídicos diferentes. 
Outro aspecto relevante a respeito da DAA é que a isenção do pagamento do 
tributo não dispensa o contribuinte das obrigações acessórias, tal qual a entrega da declaração, 
o que ocorre no caso de isenção do Imposto de Renda por doença grave especificada em lei. 
 
1.10.1 Locais e Prazos de Entrega 
A Declaração de Ajuste Anual deve ser apresentada no período de 6 de março a 
30 de abril de 2014. A pessoa física que se encontra no exterior também deve apresentar sua 
declaração até o dia 30 de abril. O contribuinte que na data final da apresentação da 
declaração se encontra em viagem, fora de seu domicílio fiscal, não tem direito à prorrogação 
desse prazo. 
 Quanto ao local de apresentação, a DAA do exercício de 2014 deve ser 
apresentada pela Internet, mediante a utilização do programa de transmissão Receitanet, 
disponível no sítio da RFB na Internet. As declarações de Ajuste Anual, mesmo que no prazo, 
não poderão ser apresentadas em instituições financeiras. 
A declaração de contribuinte residente no Brasil que esteja no exterior deve ser 
enviada pela Internet. 
A DAA relativa a espólio, independentemente de ser inicial, intermediária, ou 
final deve ser apresentada, em mídia removível, em uma unidade da RFB, durante o seu 
horário de expediente, sem a necessidade de utilização de certificado digital. 
A declaração apresentada após o prazo deve ser feita: a) pela Internet, mediante 
utilização do programa de transmissão Receitanet; b) utilizando o m-IRPF, na hipótese de 
apresentação de declaração original; ou c) em mídia removível, nas unidades da RFB, durante 
o seu horário de expediente. 
 
1.11 Desconto Simplificado 
A opção pelo desconto simplificado consiste em renunciar às deduções previstas 
no ordenamento jurídico, como dedução por despesas médicas ou com instrução, em favor de 
uma dedução fixa de 20% sobre o valor dos rendimentos tributáveis declarados na DAA, no 
limite de R$15.197,02. Neste caso não há necessidade de comprovação e pode ser utilizada 
independente do montante dos rendimentos recebidos. Entretanto, aquele contribuinte que 
pagou o imposto no exterior não pode gozar de tal opção, assim como o sujeito passivo 
11 
 
exercente de atividade rural que pretende compensar no exercício fiscal de 2013, o prejuízo 
dos anos calendários anteriores ou do próprio ano-calendário de 2013. 
Uma vez feita a opção pelo desconto simplificado, após a entrega da declaração, 
não é mais possível alterar a forma de tributação. 
 
1.12 Multa por Atraso na Entrega da Declaração de Ajuste Anual ou Não Apresentação 
Aquele contribuinte que entregar a DAA após o prazo estipulado ou não fizer a 
entrega está sujeito à multa de 1% ao mês (ou fração de mês) de atraso incidente sobre o valor 
do imposto devido, observado o máximo de 20% do valor do imposto em débito e o valor 
mínimo de R$165,74. O termo inicial será o primeiro dia subsequente ao do fim do prazo de 
entrega, e o termo final, o mês da entrega ou o do lançamento de ofício, caso não haja entrega. 
Na hipótese de a multa não seja paga, o valor da mesma será deduzido da 
restituição. É importante acrescentar que a DAA retificadora não está sujeita a tal multa. 
 
1.13 Retificação da Declaração de Ajuste Anual 
O contribuinte que não estiver submetido a procedimento administrativo fiscal, 
qual seja o já encaminhado lançamento de ofício, pode retificar sua DAA. Para isto o sujeito 
passivo da obrigação tributária deve apresentar o número do recibo de entrega da última 
declaração. A DAA retificadora deve conter os mesmos elementos da primeira em sua 
integralidade adicionada das alterações, exclusões e/ou informações adicionais. A mesma 
pode ser apresentada pela internet ou nas secretarias da Receita Federal, o que não interrompe 
o pagamento do tributo. 
Caso a retificação seja apresentada posteriormente ao prazo final deentrega da 
declaração, não haverá como modificar a forma de tributação, como já foi exposto 
anteriormente. Consta um prazo máximo de cinco anos para a apresentação da retificação 
Nas hipóteses em que a retificação majora o valor a ser pago, serão feitos 
acréscimos nas parcelas vincendas, mantendo o número de parcelas. Já nos casos em que há a 
diminuição do débito, haverá descontos nas parcelas vincendas ou será objeto de pedido de 
restituição, no caso de pagamento à vista já realizado. Nota-se que também é possível ao 
contribuinte alterar a opção de pagamento à vista pelo parcelamento. 
 
1.14 Restituição 
O instituto da restituição, também conhecido como compensação, cabe quando o 
contribuinte pagou tributo indevidamente ou em valor maior do que o devido, ou ainda se a lei 
12 
 
que instituía o pagamento foi declarada inconstitucional pelo STF. A compensação só pode 
ser efetuada em conta corrente ou conta poupança de titularidade do contribuinte credor. No 
que diz respeito ao prazo para pleitear a restituição, este finda com o decorrer de cinco anos 
contados da data da extinção do crédito tributário. 
Aquele sujeito credor de restituição que mora no exterior deve indicar conta em 
banco no Brasil autorizado pela Receita Federal para receber a compensação. Caso não o faça, 
deve nomear procurador, munido de procuração pública, para que compareça a uma agência 
do Banco do Brasil e indique uma conta de sua titularidade para que seja depositado o 
referido crédito. 
 
1.15 Pagamento 
1.15.1 Cálculo e Pagamento 
As alíquotas aplicáveis no cálculo do Imposto de Renda são progressivas, como 
exposto no item 1.8, por conseguinte, são diretamente proporcionais ao aumento da base de 
cálculo: 
4
BASE DE CÁLCULO (em reais por ano) ALÍQUOTA (em porcentagem) 
Até 20.529,36 - 
De 20.529,37 até 30.766,92 7,5% 
De 30.766,93 até 41.023,08 
 
 15% 
De 41.023,09 até 51.259,08 22,5% 
 Acima de 51.259,08 
 
 27,5% 
 
 É notável que quanto maior o montante anual dos rendimentos tributáveis, maior 
será o percentual incidente a título de Imposto de Renda de Pessoa Física, isto é, quanto maior 
a base de cálculo, maior será a alíquota. No tocante ao montante dos rendimentos, considera-
se para fins de cálculo o valor dos rendimentos recebidos durante o ano-calendário base; a 
exceção dos rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte; 
excluídas as deduções permitidas pela legislação. 
 
4
 Lei nº 11.482 de 31 de maio de 2007, alterada pela Lei nº 12.469 de 26 de agosto de 2011. Disponível em: < 
www.receita.fazenda.gov.br>. Acesso em: 14. abr.2014. Às 22h38min. 
13 
 
 O pagamento do IRPF pode ser parcelado em até oito quotas. Contudo, nenhuma 
quota pode ter valor inferior a R$50,00 e o imposto de valor inferior a R$100,00 deve ser 
pago em quota única. A primeira parcela ou a parcela única vence dia 30 de abril de 2014, as 
demais, no primeiro dia útil do mês subsequente à entrega da DAA, sofrendo acréscimo de 
juros de 1% ao mês ainda que o pagamento seja efetuado antes da data do respectivo 
vencimento. Em caso de atraso haverá multa moratória de 0,33% ao dia, limitado a 20% do 
valor total do montante a ser arrecadado. 
 A despeito de domicílio tributário diverso, o contribuinte pode realizar o 
pagamento em qualquer instituição financeira autorizada pela Secretaria da Receita Federal do 
Brasil, através de transferência bancária, débito automático ou Documento de Arrecadação de 
Receitas Federais (DARF). 
 
1.15.2 Contribuintes Casados, Viúvos, Divorciados ou na Constância de União Estável 
 O contribuinte casado pode apresentar declaração em separado ou em conjunto 
com seu cônjuge. No caso de declarações em separado, cada cônjuge deve incluir na sua 
declaração os rendimentos totais próprios e 50% dos rendimentos produzidos pelos bens 
comuns, compensando 50% dos valores pagos ou retidos na fonte, independente de qual 
cônjuge tenha sofrido a retenção ou efetuado o recolhimento. Há também a opção de um dos 
cônjuges declara seus rendimentos próprios e os rendimentos produzidos por bens comuns em 
sua totalidade, compensando todos os valores pagos ou retidos na fonte, independente de qual 
cônjuge tenha sofrido a retenção ou feito o recolhimento. 
 Na hipótese de declaração conjunta, está será apresentada por um dos cônjuges 
abrangendo todos os rendimentos de ambos, o que dispensa o cônjuge não declarante de 
entregar DAA. 
 É importante mencionar que o mesmo dependente não pode constar nas 
declarações dos dois cônjuges simultaneamente. 
 Os companheiros decorrentes de união estável, assim como os cônjuges separados 
apenas de fato, gozam da mesma prerrogativa que os cônjuges no que se refere à apresentação 
de declaração de ajuste anual. Na mesma linha de raciocínio, conclui-se que o divorciado e o 
viúvo declaram para fins de IRPF como se solteiros fossem. 
 
1.15.3 Bens em Condomínio 
 No concernente a declaração dos condôminos, cada um deverá apresentar DAA 
em separado e declarar a renda correspondente a sua quota parte no bem. 
14 
 
 
1.15.4 Contribuinte Menor de Dezoito Anos 
 A capacidade civil não coincide com a capacidade tributária. Não obstante 
incapacidade civil, o menor de idade é sujeito passivo da obrigação tributária. Pode apresentar 
DAA separada, quando os seus rendimentos serão tributados em seu nome e com o seu 
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF); ou pode apresentar declaração 
conjunta com um dos pais, suprindo a obrigatoriedade de apresentação da DAA. O mesmo 
não ocorre com o menor emancipado, exceto se ele ainda preencher os requisitos para ser 
classificado como dependente. 
 O contribuinte dotado de incapacidade civil que não a decorrente de menoridade, 
terá sua declaração feita pelo tutor, curador ou responsável por sua guarda judicial, desde que 
estes incluam os rendimentos do incapaz em suas declarações. 
 
1.15.5 Espólio. Contribuinte Falecido 
 O espólio é o conjunto de bens, direitos e obrigações do de cujus, configura-se 
como contribuinte distinto dos herdeiros e legatários. Havendo crédito tributário em desfavor 
do contribuinte falecido, o seu espólio responderá pela dívida. Na ausência de bens, os 
herdeiros e legatários não respondem pela dívida. Entretanto se, ao contrário, houver crédito 
em favor do falecido, o cônjuge sobrevivente e os herdeiros terão direito a receber a 
restituição mediante requerimento dirigido a delegado da Receita Federal. 
 Para o Direito Tributário a pessoa física do contribuinte não se extingue com sua 
morte, prolonga-se através do espólio, só exaurida através de decisão judicial ou escritura 
pública de inventário ou partilha. Assim o espólio é responsável pelo pagamento do IRPF 
devido do início do ano-calendário base até a decisão judicial da partilha, estando sujeito a 
todas as peculiaridades do regime, inclusive as deduções, excetuando somente o desconto 
simplificado. 
 É necessário constatar que, no que diz respeito às deduções, despesas com funeral, 
taxas, emolumentos e honorários do advogado responsável pelo inventário, não são 
considerados deduções para efeitos de cálculo do imposto em estudo. 
 Havendo bens a inventariar a apresentação de DAA em nome do espólio é 
obrigatória. Encerrado a partilha, a responsabilidade do cônjuge meeiro, herdeiros e 
legatários, limita-se aos bens e direitos recebidos. 
 Por fim, nota-se que o espólio está sujeito a três declarações referentes a três fases 
distintas de apuração. A declaração inicial é acorrespondente ao ano-calendário do 
15 
 
falecimento. A declaração intermediária refere-se aos anos-calendários seguintes ao óbito até 
o ano-calendário anterior à decisão judicial da partilha. Já a declaração final é aquela 
correspondente ao ano-calendário da decisão judicial da partilha, período correspondente a 1º 
de janeiro à data da decisão judicial ou lavratura da escritura pública de inventário e partilha. 
 
1.15.6 Exterior 
 Considera-se residente no Brasil aquele indivíduo que: 
 Reside em caráter permanente no território nacional; 
 Esteja prestando serviço assalariado a autarquias ou repartições do governo brasileiro 
no exterior; 
 Ingresse no Brasil com visto permanente; 
 Ingresse no Brasil com visto temporário como médico-bolsista do Programa “Mais 
Médicos”; 
 Ingresse com visto temporário, mas que está a mais de 184 dias no Brasil por um 
período de 12 meses; 
 Se ausentar temporariamente do Brasil; 
 Nos primeiros 12 meses de ausência, se ausente definitivamente do Brasil, mas que 
não tenha entregado Comunicação de Saída Definitiva do País. A partir do 13º mês é 
considerado não residente no Brasil. 
 Todo aquele que não se encaixa nos critérios em tela é considerado não residente 
no Brasil para fins tributários. 
 A Declaração de Saída, de obrigatoriedade daqueles não residentes no Brasil, é 
muito semelhante à DAA. Ambas devem ser entregues do primeiro dia útil do mês de março 
até o último dia útil do mês de abril, possuem as mesmas penalizações em caso de atraso. A 
diferença reside no fato de que na Declaração de Ajuste Anual o contribuinte declara todos os 
rendimentos de 1º de janeiro a 1º de dezembro do ano-calendário de referência, enquanto na 
Declaração de Saída, ele declara apenas os rendimentos entre 1º de janeiro e o dia da saída do 
país. Ademais, na Declaração de Saída é necessário informar quem será o procurador 
responsável pelas remessas de valores no Brasil ao brasileiro no exterior. A referida 
declaração exonera o contribuinte de entregar DAA. 
 Além da Comunicação de Saída e da Declaração de Saída, o não residente deve 
comunicar a todas as suas fontes pagadoras sua nova condição, para que qualquer rendimento 
que a pessoa tenha no Brasil seja tributado na fonte de alíquotas que variam de 15% a 25%%, 
16 
 
a exemplo das alíquotas incidentes sobre a venda de bens imóveis e sobre rendimentos 
provenientes do vínculo empregatício, respectivamente. 
 No tocante aos rendimentos recebidos no exterior por residente no Brasil, estes 
serão regulados por acordos internacionais de reciprocidade, havendo possibilidade de 
compensação de acordo com o caso concreto. Na falta destes acordos, considerar-se-á a 
legislação vigente no Brasil, tornado imprescindível a apresentação de DAA e não podendo 
ser compensado o valor do imposto porventura pago no país de origem. Hodiernamente, o 
Brasil possui acordos de reciprocidade de tratamento com os Estados Unidos da América, 
Alemanha e Reino Unido. 
 É interessante frisar que os montantes em moeda estrangeira devem ser 
convertidos para o dólar americano, com base na cotação do país de origem do rendimento no 
dia do pagamento e, posteriormente para o real, com base no valor fixado pelo Banco Central 
do Brasil. 
 
1.16 Rendimentos 
1.16.1 Comprovantes de Rendimentos 
É obrigação da fonte pagadora fornecer até o último dia útil do mês de fevereiro 
do ano subsequente àquele da percepção dos rendimentos, documentos comprobatórios 
indicando a natureza e o montante do pagamento, além das deduções e os impostos retidos no 
ano anterior. Caso a fonte de pagamento retenha essas informações ou não as forneça, o 
contribuinte deve comunicar o fato à secretaria da receita federal para que esta exerça as 
medidas necessárias. 
Se o contribuinte tiver auferido rendimento de várias fontes, restando perda de 
comprovantes ou falta deles, ainda sim terá que apresentar à receita todos os rendimentos 
tributáveis, mesmo faltando comprovantes. 
Na hipótese de a fonte pagadora fornecer fora do prazo ou com inexatidão o 
comprovante de rendimento, fica sujeita a uma multa de R$41,43 por cada documento. Caso 
forneça informações falsas sobre rendimentos pagos, deduções ou impostos retidos na fonte, a 
mesma fica sujeita a multa de 300% sobre o referido valor, sem prejuízo de sanções penais e 
administrativas. 
 
1.16.2 Rendimentos Tributáveis - Trabalho 
17 
 
Os rendimentos relacionados às férias são tratados de forma separada dos outros 
rendimentos, já com acréscimo constitucional inserido. Já as deduções referentes à pensão 
alimentícia são permitidas. 
No tocante aos rendimentos provenientes de participação nos lucros e rendimentos 
da empresa, o empregado tem seu rendimento tributado na fonte. Neste caso, delegando a 
responsabilidade do recolhimento à pessoa jurídica pagadora. Neste caso ocorre tributação na 
fonte. 
As importâncias recebidas pelos parlamentares a título de remuneração, inclusive 
por motivo de convocação extraordinária da casa legislativa, o JETOM, só não serão 
tributadas quando tiverem um caráter de parcela indenizatória. 
No que concerne aos valores de bolsas acadêmicas, são tributáveis os rendimentos 
auferidos por meio de bolsas voltadas para a pesquisa e estudo, e são sujeitas a retenção na 
fonte e ajuste anual. O tratamento tributário ao valor recebido em razão estágios e residência 
médica e demais serviços acadêmicos é o mesmo aplicado ao trabalho, muito embora tais 
atividades sejam classificadas como atividades em sentido estrito e não trabalho. Mesmo 
assim, compõe base de cálculo para apuração da renda mensal, sujeita à retenção na fonte e ao 
ajuste anual. 
Uma peculiaridade do regime jurídico em estudo diz resito aos sócios ou titulares 
das empresas participantes do SIMPLES Nacional. Ocorre nesse caso a isenção dos valores 
incidentes de imposto sobre a renda, na fonte e na declaração de ajuste dos beneficiários, 
assim como os valores distribuídos entre os sócios, salvo os valores do pró-labore, aluguéis ou 
serviços prestados. 
Os benefícios percebidos por administradores, diretores, gerentes e assessores, 
serão tributados para fins de apuração de imposto de renda sobre a fonte. 
Os complementos salariais resultantes do adicional recebido pela prestação de 
horas extraordinárias são entendidos como rendimentos do trabalho, tributando-se da mesma 
forma, através de retenção na fonte e tributação na DAA. 
Os valores pagos por entidades de previdência privada aos seus beneficiários são 
tributáveis pela incidência de imposto de renda sobre a fonte. Por outro lado, o valor do 
seguro é isento de Imposto de Renda quando decorrente de previdência privada, pago por 
morte ou invalidez permanente do participante. O seguro é uma parcela única paga pela 
concretização do risco. Ressalva lógica para os casos em que somente ocorre devolução de 
todos os valores pagos, o que não caracteriza seguro, e, portanto, é tributável. 
18 
 
Nesta mesma linha de raciocínio, percebe-se que as pensões de ex-combatentes 
são tributáveis, assim como a pensão especial de viúva ou dependente de funcionário civil ou 
militar falecido por motivo de doença grave, excetuando-se apenas as pensões dos ex-
combatentes da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que não são tributáveis. 
O Rendimento auferido por pessoa física na criação de obras de arte será tributado 
como rendimento do trabalho. Da mesma forma, serão tributados prêmios decorrentes de 
concursos e competições, inclusive esportivas. 
São tributáveis por Imposto de Renda também as quitações de honorários e as 
dívidas perdoadas em troca de serviços prestados. 
O pagamento efetuado em bens, sejameles móveis ou imóveis, será tributado à 
razão do valor do bem e estará sujeito ao recolhimento mensal por meio de carnê-leão, no que 
diz respeito às pessoas físicas. Na oportunidade, nota-se que nos casos em que o rendimento é 
tributado no mês em que é recebido, se houver um conjunto de comissões, serão tributadas 
após se juntarem ao salário. 
Por fim, as indenizações, tais como férias não gozadas indenizadas ou aviso 
prévio indenizado, e proventos de aposentadorias por acidente de trabalho não são tributáveis, 
não obstante a pensão decorrente de falecimento do acidentado ser tributável. Ainda assim, o 
STJ, através de sua Súmula nº 463, decidiu que “Incide imposto de renda sobre os valores 
percebíveis a título de indenização por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que 
decorrentes de acordo coletivo”. O mesmo foi decidido no que concerne à indenização 
recebida por adesão ao programa de incentivo à demissão voluntária através da Súmula 215 
do STJ. 
 
1.16.3 Rendimentos Tributáveis – Alugueis 
O fato gerador ocorre quando o locatário paga a quantia devida correspondente ao 
aluguel para a imobiliária, independente de recebimento por parte do locatário. 
Na hipótese de o pai transferir usufrutos de rendimentos de aluguéis para o filho a 
tributação far-se-á em nome do filho, desde que conste o usufruto averbado na inscrição do 
imóvel. Caso não conste na escritura, será feita em nome do pai, e fica sendo considerada 
doação a operação. Os rendimentos de aluguel estarão sujeitos a recolhimento mensal através 
de carnê-leão. Situação semelhante ocorre com os rendimentos de imóveis com direito de 
exploração cedido a terceiros: serão tributados em nome daquele que explora o imóvel 
(cessionário ou arrendatário). 
19 
 
Havendo sublocação, seus rendimentos são tributáveis e o sublocador deve 
recolher a quantia mensalmente mediante carnê-leão. 
Nos casos em que benfeitorias são realizadas no imóvel, somente será tributável a 
diferença entre o valor do aluguel do imóvel e as benfeitorias realizadas, quando houver 
encargo apenas para o locador nas seguintes situações: 
 Impostos, taxas e emolumentos incidentes sobre o bem que produzir o rendimento; 
 Aluguel de imóvel sublocado; 
 Despesas pagas para cobrança ou recebimento de rendimento; 
 Despesas de condomínio. 
No que diz respeito aos rendimentos decorrentes de arrendamento de imóvel rural, 
estes serão tributáveis e serão equiparados a aluguéis, não partilhando o cedente dos riscos do 
negócio. 
Em regra, o valor tributado em casos de cessão de imóvel alcança até 10% do 
valor venal do imóvel. No entanto não haverá incidência nos casos em que o imóvel for 
ocupado por seu proprietário ou cedido gratuitamente para uso de cônjuge ou de parentes de 
1º grau. 
Em casos de condomínio entre locadores haverá necessidade de o contrato dispor 
diferentemente a porcentagem de aluguel para cada um dos titulares do imóvel. 
 
1.16.4 Rendimentos Tributáveis – Pensões 
Pensão alimentícia: 
Está sujeita à tributação por recolhimento mensal através de carnê-leaõ. 
Pensão alimentícia cumulada recebida judicialmente: 
Tal quantia é tributada quando se torna disponível para o beneficiário, na forma de 
carnê-leão ou posteriormente, na declaração de ajuste anual. 
Pensão alimentícia paga em forma de bens e direitos: 
Por não representar pagamento em dinheiro, a pensão nesse caso não será 
tributável. O alimentando deve incluir o valor de aquisição na declaração anual de ajuste 
anual. 
 
1.16.5 Rendimentos Tributáveis – Outros 
Laudêmio recebido por pessoa física: 
20 
 
Laudêmio é taxa a ser paga para a União quando houver alguma transferência 
onerosa de imóveis em terrenos da marinha. Trata-se de quantia tributável. 
Indenização por dano moral: 
É tributável, seja quando paga por pessoa física ou por pessoa jurídica, sujeitos a 
retenção na fonte e na DAA. 
Valor recebido por doação modal (onerosa) de bens ou direitos: 
A doação modal, que é onerada pelo encargo, de bens ou direitos é tributável e 
está sujeita a recolhimento mensal ou retenção na fonte. 
Valor recebido por empréstimo: 
Se o empréstimo for realizado por pessoa jurídica, haverá incidência de imposto 
de renda, com alíquotas variáveis. Contudo, se o empréstimo for realizado por pessoa física, 
haverá recolhimento mensal mediante carnê-leão. 
Rendimentos pagos por decisão judicial: 
Tais quantias são sujeitas à tributação de acordo com a tabela progressiva mensal. 
Precatório recebido por pessoa física: 
Os precatórios recebidos por pessoas físicas serão retidos na fonte pela instituição 
financeira, incidindo a uma alíquota de 3% sobre o montante pago. 
Valor pago por seguradora para cobrir inatividade temporária em razão de acidente pessoal: 
Haverá tributação, pois não se encontra isento em parte alguma da legislação 
aquele que recebe determinado valor estando temporariamente inativo. 
1.16.6 Rendimentos Recebidos Acumuladamente 
Tributação de rendimentos recebidos judicialmente quando da propositura de ação 
rescisória: 
A ação rescisória não é recurso e, portanto, não obsta a tributação do rendimento, 
e seu recebimento na declaração de ajuste anual. 
Rendimento de salários cumulados quando beneficiário for falecido: 
Haverá uma diferença com relação ao momento em que o rendimento é recebido, 
se durante ou após o inventário. Caso seja no curso do inventário, a tributação ocorrerá na 
declaração do espólio, caso ocorra depois, será tributado na declaração dos herdeiros ou 
legatários. 
 
1.16.7 Carnê-leão 
21 
 
Diz respeito ao recolhimento mensal obrigatório a toda pessoa física residente no 
País que realizar alguma das seguintes ações, recebendo: 
 Rendimentos de outra pessoa física não tributados na fonte (arrendamentos, 
subarrendamentos, locação e sublocação de móveis ou imóveis) decorrente de trabalho 
não assalariado, ou seja, remunerado, mas sem vínculo empregatício; 
 Rendimentos ou valores recebidos no exterior; 
 Emolumentos e custas provenientes de serviços judiciais; 
 Pensão alimentícia, por decisão judicial ou acordo; 
 Rendimentos provenientes dos serviços diplomáticos em geral (serviços de 
embaixadas, repartições consulares, missões diplomáticas e outras atuações 
internacionais o Brasil); 
 Rendimentos do transporte de carga e de serviços com trator, máquina de 
terraplanagem, colheitadeira e assemelhados, considerando-se tributável 40 % no 
mínimo; 
 Rendimentos provenientes de transporte de passageiros, considerando-se tributável 
60%, no mínimo, do rendimento bruto. 
O recolhimento complementar trata de recolhimento facultativo por meio do qual 
o contribuinte pode antecipar o pagamento do imposto. Difere do recolhimento mediante 
carnê-leão, haja vista que este trata de recolhimento obrigatório. 
A quantia paga indevidamente ou paga em valor maior que devido através de 
carnê-leão faz jus a restituição de indébito. Nesses casos far-se-á mediante pedido de pessoa 
física à secretaria da Receita Federal, por intermédio de apresentação da DAA. 
 
1.16.8 Rendimentos Isentos e Não Tributáveis 
A Lei nº 7.713/1988 em seu art.6º dispõe sobre as diversas situações em que é 
concedida isenção para determinados rendimentos percebidos por pessoa física. A título de 
exemplo: 
 A alimentação, o transporte e os uniformes ou vestimentas especiais de trabalho, 
fornecidos gratuitamente pelo empregador a seus empregados, ou a diferença entre o 
preço cobrado e o valor de mercado; 
22 
 
 As diárias destinadas, exclusivamente, ao pagamento de despesas de alimentação e 
pousada, por serviço eventual realizado em município diferente do da sede de 
trabalho; 
 O valorlocativo do prédio construído, quando ocupado por seu proprietário ou cedido 
gratuitamente para uso do cônjuge ou de parentes de primeiro grau; 
 As verbas de caráter indenizatório, em regra; 
 Os seguros recebidos de entidades de previdência privada decorrentes de morte ou 
invalidez permanente do participante; 
 Os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os 
percebidos pelos portadores de moléstia grave; 
 O valor dos bens adquiridos por doação ou herança; 
 Ajuda de custo destinada a atender às despesas com transporte, frete e locomoção do 
beneficiado e seus familiares, em caso de remoção de um município para outro, sujeita 
à comprovação posterior pelo contribuinte; 
 O valor recebido a título de vale-cultura. 
No que diz respeito aos portadores de moléstia grave, apenas são isentos de 
tributação pessoas físicas residentes no País e rendimentos relativos a proventos de 
aposentadoria, reforma ou pensão, e suas respectivas complementações, ainda que pagas por 
fonte situada no exterior. Os demais casos, como os rendimentos decorrentes de atividade 
empregatícia ou autônoma, mesmo que auferido por portador de doença grave, serão 
tributáveis. 
Observa-se que não há limites pecuniários para tal isenção. Para ter o direito à 
isenção o contribuinte deve ser portador de uma das seguintes doenças: 
 AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida); 
 Alienação mental; 
 Cardiopatia grave; 
 Cegueira; 
 Contaminação por radiação; 
 Doença de Paget em estados avançados (Osteíte deformante); 
 Doença de Parkinson; 
 Esclerose múltipla; 
 Espondiloartrose anquilosante; 
23 
 
 Fibrose cística (Mucoviscidose); 
 Hanseníase; 
 Nefropatia grave; 
 Hepatopatia grave (observação: nos casos de hepatopatia grave somente serão isentos 
os rendimentos auferidos a partir de 01/01/2005); 
 Neoplasia maligna; 
 Paralisia irreversível e incapacitante 
 Síndrome de Talidomida; 
 Tuberculose ativa. 
1.16.9 Imposto de Renda Incidente na Fonte 
Estão sujeitos à incidência do IRPF na fonte principalmente os rendimentos do 
trabalho assalariado pagos por pessoas físicas ou jurídicas, os rendimentos do trabalho não 
assalariado pagos por pessoa jurídicas, os rendimentos de aluguéis e royalties pagos por 
pessoa jurídica e os rendimentos pagos por serviços entre pessoas jurídicas, tais como os de 
natureza profissional, serviços de corretagem, propaganda e publicidade. Tem como 
característica principal o fato de que a própria fonte pagadora tem o encargo de apurar a 
incidência, calcular e recolher o imposto em vez do beneficiário. 
Incide também sobre rendimentos pagos, creditados, empregados, entregues ou 
remetidos a pessoas jurídicas domiciliadas no exterior por fontes situadas no Brasil. 
Apresenta alíquotas variáveis conforme a natureza jurídica dos rendimentos. 
 
1.17 Deduções 
Sendo o Direito Tributário um ramo do Direito Público, e este possuindo normas 
de aplicação obrigatória, quaisquer possibilidades de dedução do Imposto de Renda devem 
necessariamente ter previsão legal. Deste modo, Lei de Alteração do Imposto de Renda (Lei 
nº 9.250/1995) em seu artigo 8º, inciso II, elenca o rol de deduções possíveis e seus limites 
legais para cada ano-calendário. 
A lei autoriza deduções da base de cálculo como as relativas a despesas com 
educação, observado o limite individual por dependente, e a despesas médicas, estas sem 
limite de valor. 
24 
 
Segundo Melo e Paulsen
5
, a lei também estabelece o montante a ser deduzido do 
próprio imposto devido, conforme o patamar dos rendimentos auferidos, de modo que a faixa 
isenta assim o seja para todos os contribuintes, e que a faixa sujeita à alíquota de 7,5% 
também assim o seja para todos os contribuintes. Dessa forma, o contribuinte com 
rendimentos que alcançam a faixa dos 7,5% não paga essa alíquota sobre todos os seus 
rendimentos, mas apenas sobre o que ultrapassa a faixa de isenção, nada pagando no limite 
dos rendimentos isentos, enquanto o contribuinte com rendimentos na faixa dos 15% não paga 
essa porcentagem sobre todos os seus rendimentos, mas apenas sobre o que ultrapassa a faixa 
dos 7,5%, e assim por diante. 
Os casos e valores-limite, quando aplicáveis estes, para as deduções feitas na base 
de cálculo do IRPF relativo ao ano-calendário 2013, a ser pago em 2014 são os seguintes: 
 Despesas médicas: sem limite de valor, mediante apresentação de nota fiscal, restrito 
aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de 
dependentes, além de outros requisitos estabelecidos no art. 8º, §2º da Lei 9.250/95; 
 Despesas relativas à instrução do contribuinte e seus dependentes: limitado a R$ 
3.230,46; 
 Despesas por dependente: limitadas ao valor de R$ 2.063,64 por pessoa; 
 Contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios; 
 Contribuições para entidades de previdência privada domiciliadas no País, cujo ônus 
tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares 
assemelhados aos da Previdência Social; 
 Importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de 
Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a prestação de 
alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública a 
que se refere o art. 1124-A do Código de Processo Civil; 
 Despesas escrituradas no Livro Caixa, no caso de trabalho não assalariado, inclusive 
dos leiloeiros e dos titulares de serviços notariais e de registro; 
 Contribuições para entidades de previdência complementar de que trata a Lei nº 
12.618/2012. 
 
5
 MELO, José Eduardo Soares de; PAULSEN, Leandro. Impostos Federais, Estaduais e Municipais. Porto 
Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2012. 
 
25 
 
Além disso, deve-se ressaltar que há uma isenção adicional para as 
aposentadorias, pensões, reserva, ou reforma a partir do mês em que o contribuinte completar 
65 anos de idade, no valor de R$ 1.710,78 para o ano-calendário 2013, de acordo com o 
dispositivo do art. 6º, XV da Lei nº 7.713/88, com a redação da Lei nº12.469/11. 
Ainda, o legislador ordinário estabeleceu a possibilidade de dedução da base de 
cálculo do imposto já apurado nos casos do artigo 12 da Lei nº 9.250/1995, cujos casos são 
elencados a seguir: 
 Contribuições feitas aos Fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e 
Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e pelos Conselhos Municipais, 
Estaduais e Nacionais do Idoso; 
 Contribuições efetivamente realizadas em favor de projetos culturais, aprovados na 
forma do PRONAC, instituído pelo artigo 1º da Lei 8.313/1991 (Lei Rouanet); 
 Investimentos feitos a título de incentivo às atividades audiovisuais, na forma e nas 
condições previstas nos arts. 1º e 4º da Lei 8.685/1993; 
 Impostos retidos na fonte ou os pagos, inclusive a título de recolhimento 
complementar, correspondente aos rendimentos incluídos na base de cálculo; 
 Impostos pagos no exterior de acordo com o previsto no art. 5º da Lei 4.862/1965; 
 Contribuição patronal paga à Previdência Social pelo empregador doméstico incidente 
sobre a remuneração do empregado (válida até o exercício de 2015, ano-calendário 
2014); 
 Doações e patrocínios diretamente efetuados por pessoas físicas no âmbito do 
Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica - PRONON e do Programa 
Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência – PRONAS-PCD, 
previamente aprovados pelo Ministério da Saúde. 
Ressalte-se que o §1º do art.12 da lei supra dispõe claramente que “asoma das 
deduções a que se referem os incisos I a IV não poderá reduzir o imposto devido em mais de 
doze por cento”. 
1.18 Declaração de Bens e Direitos 
Independente do modelo escolhido (simplificado ou completo) é necessário 
preencher a ficha com a relação de bens e direitos. A Receita Federal no intuito de auxiliar os 
contribuintes determina em uma tabela os bens e direitos que devem ser declarados. Nessa 
tabela encontram-se o código do bem e sua descrição, o critério utilizado pela RFB segundo o 
26 
 
qual tal bem deve ou não ser declarado, bem como o que deve ser descriminado. Quaisquer 
bens imóveis e alguns bens móveis, como veículos automotores terrestres, aeronaves e 
embarcações devem, obrigatoriamente, ser declarados. Outros bens móveis, participações 
societárias, aplicações, investimentos, créditos e poupança vinculados, depósitos à vista e 
numerário, fundos e alguns outros bens e direitos devem ser declarados a depender de seus 
valores. 
Quando os cônjuges ou conviventes em união estável optarem por apresentar a 
declaração de ajuste anual em separado, todos os bens ou direitos comuns podem ser 
relacionados em apenas uma das declarações, independente do nome de qual convivente 
consta na documentação dos referidos bens ou direitos, tais como: imóveis, conta-corrente, 
veículos, ações, entre outros. Na declaração do contribuinte em que não constar os bens e 
direitos, por constarem na declaração do cônjuge, deve ser incluída informação no campo 
“Discriminação”, utilizando-se o código 99, relatando que os bens e direitos comuns estão 
apostos na declaração do cônjuge, informado também o nome e CPF do cônjuge. 
 
1.19 Acréscimo Patrimonial 
Os rendimentos derivados de atividades ou transações ilícitas ou percebidos com 
infração à lei são tributáveis por força do art. 26 da Lei nº 4.506, de 30 de novembro de 1964, 
sem prejuízo das demais sanções legais que couberem em cada caso. 
Para declarar a quantia recebida como pagamento de empréstimo concedido, 
deve-se informar, no campo “Discriminação” da Declaração de Bens e Direitos, o valor do 
empréstimo, o nome e o número de inscrição no CPF do mutuário e as datas e os valores 
recebidos para quitação do mesmo, ainda que o empréstimo tenha sido concedido e 
integralmente recebido no ano de 2013. O valor recebido deve ser não só comprovado por 
meio de documentação hábil e idônea e pelo devido lançamento do mútuo nas respectivas 
declarações, como também ser compatível com os rendimentos e disponibilidades financeiras 
declaradas pelos mutuantes, nas respectivas datas de entrega e recebimento dos valores. A 
simples alegação de que parte ou todo o acréscimo patrimonial é proveniente do recebimento 
de quantias anteriormente emprestadas a terceiros não justifica o aumento patrimonial. 
As rendas consideradas consumidas e as deduções permitidas em lei, sem 
comprovação, por presunção legal não podem justificar acréscimo patrimonial. 
 
1.20 Aplicações Financeiras 
27 
 
Nos mercados financeiros e de capital são negociados títulos, valores mobiliários 
e ativos financeiros que, de acordo com as características do ativo ou contrato objeto da 
operação, podem ser classificados em dois grandes segmentos: Mercado de Renda Fixa e 
Mercado de Renda Variável. 
O tratamento tributário conferido a operações de renda variável depende das 
modalidades em que são negociados os ativos ou contratos, modalidades essas denominadas 
mercados à vista, de opções, futuro e a termo. 
No mercado de renda variável, ganho líquido é o resultado positivo auferido em 
um conjunto de operações realizadas em cada mês, em um ou mais mercados de bolsa e em 
operações com ouro, ativo financeiro, realizadas fora de bolsa. Os ganhos líquidos auferidos 
em operações realizadas em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros, e assemelhadas, 
inclusive day trade, serão tributados às seguintes alíquotas: 
 20%, no caso de operação day trade; 
 15%, nas operações realizadas nos mercados à vista, a termo, de opções e de futuros. 
As operações realizadas em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros, e 
assemelhadas estão sujeitas à retenção do imposto sobre a renda incidente na fonte à alíquota 
de 0,005% , salvo se o valor da retenção do imposto seja igual ou inferior a R$ 1,00, como 
antecipação, podendo ser compensado com o imposto sobre a renda mensal na apuração do 
ganho líquido. 
Day Trade caracteriza-se como a operação ou a conjugação de operações iniciadas 
e encerradas em um mesmo dia, com o mesmo ativo, em uma mesma instituição 
intermediadora, em que a quantidade negociada tenha sido liquidada, total ou parcialmente. 
Nem todas as operações em bolsas estão sujeitas ao Imposto de Renda. Estão 
isentos do imposto sobre a renda os ganhos líquidos auferidos por pessoa física em operações 
no mercado à vista de ações negociadas em bolsas de valores e em operações com ouro, ativo 
financeiro, cujo valor das alienações realizadas em cada mês seja igual ou inferior a R$ 
20.000,00, para o conjunto de ações e para o ouro, ativo financeiro. 
Para fins de apuração e pagamento do imposto mensal sobre os ganhos líquidos, 
as perdas incorridas nas operações de renda variável nos mercados à vista, de opções, futuros, 
a termos e assemelhados, poderão ser compensadas com os ganhos líquidos auferidos, no 
próprio mês ou nos meses subsequentes, em outras operações realizadas em qualquer das 
modalidades operacionais previstas naqueles mercados, operações comuns. 
Os rendimentos auferidos em operações day trade realizadas em bolsas de 
valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas, por qualquer beneficiário, sujeitam-se à 
28 
 
incidência do imposto sobre a renda incidente na fonte à alíquota de 1%. O responsável pela 
retenção e recolhimento do imposto sobre a renda na fonte é a instituição intermediadora da 
operação de day trade que receber, diretamente, a ordem do cliente. 
Os ganhos auferidos por pessoas físicas nas alienações de ações fora de bolsa são 
tributados como ganho de capital. Os resultados negativos apurados nas alienações fora de 
bolsa não são compensáveis, pois estão sujeitos à apuração de ganho de capital. 
Para efeitos fiscais, o lucro obtido na alienação de ações realizadas em pregões de 
bolsa de valores é conceituado como ganho líquido, enquanto o lucro apurado na alienação de 
ações realizada no mercado de balcão é considerado como ganho de capital. 
O Demonstrativo de apuração de ganhos deve ser preenchido, com a utilização do 
programa IRPF 2014, pelo contribuinte pessoa física, residente no Brasil, que durante o ano-
calendário de 2013 efetuou: 
 Alienação de ações no mercado à vista em bolsa de valores; 
 Alienação de ouro, ativo financeiro, no mercado disponível ou à vista em bolsa de 
mercadorias e de futuros ou diretamente junto a instituições financeiras; 
 Operações nos mercados a termo, de opções e futuro, realizadas em bolsa de valores, 
de mercadorias e de futuros, com qualquer ativo; 
 Operações realizadas em mercados de liquidação futura, fora de bolsa, inclusive com 
opções flexíveis. 
Está dispensado do preenchimento deste Demonstrativo o contribuinte que tenha 
operações isentas. Caso contrário, o imposto sobre a renda deve ser pago até o último dia útil 
do mês subsequente àquele em que ganhos líquidos auferidos no mercado de renda variável 
houverem sido apurados. 
Os ganhos obtidos pelos quotistas de fundos de ações são tributados no resgate de 
quotas à alíquota de 15%. Esse imposto será retido pelo administrador do fundo na data do 
resgate das quotas, sendo considerado exclusivo de fonte. 
Os rendimentos produzidos por aplicação financeira de renda fixa são tributados 
na fonte,com alíquotas variáveis. O imposto retido é considerado como devido 
exclusivamente na fonte e os rendimentos dessas aplicações não integram a base de cálculo do 
imposto sobre a renda na DAA. Pelo contrário, os rendimentos obtidos em caderneta de 
poupança pela pessoa física estão isentos do Imposto e Renda. 
 
 
29 
 
2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
CARNEIRO, Cláudio. Impostos federais, estaduais e municipais. 4. ed. São Paulo (SP): 
Saraiva. 2013. 
 
 
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. São Paulo: Editora Atlas, 2012. 
 
MELO, José Eduardo Soares de, PAULSEN, Leandro. Impostos Federais, Estaduais e 
Municipais. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2012. 
 
 
SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário. 5 ed. São Paulo (SP): Saraiva. 2013. 
 
 
Sítios Eletrônicos: 
Receita Federal. Disponível em: <www.receita.gov.br/PessoaFisica/IRPF/perguntao>. 
Acesso em: 15.abr.2014. Às 00h54min.

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