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Relatório de Estágio

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
 INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO – ICSC 
 CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 IRRF – IMPOSTO DE RENDA SOBRE PESSOA FÍSICA 
 BENEFÍCIOS DE FAZER A DECLARAÇÃO ANUAL DO TRIBU TO, 
 INCIDÊNCIA, BASE DE CÁLCULO E ALÍQU OTAS 
 
 
 
 
Jaqueline Leite Sanchez 
D11HEG-1 
 
 
 
 
 
 São Paulo 
 2020 
 
 
 
 
 JAQUELINE LEITE SANCHEZ - D11HEG-1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 IRRF – IMPOSTO DE RENDA SOBRE PESSOA FÍSICA 
 BENEFÍCIOS DE FAZER A DECLARAÇÃO ANUAL DO TRIBU TO, 
 INCIDÊNCIA, BASE DE CÁLCULO E ALÍQU OTAS 
 
 
EC - Estágio Curricular – Trabalho apresentado 
como exigência para a conclusão do curso de 
Ciências Contábeis da Universidade Paulista, 
sob orientação do Coordenador e Mestre 
Maurício Narciso. 
 
 
 
 
 
 São Paulo 
 2020 
 
 
 
 
 LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 – Logo da Empresa 05 
Figura 2 – Marcos Gaiperín - Empreendedor 05 
Figura 3 – Organograma Geral do Departamento de Comprador 09 
Figura 4 – Organograma da Área Perfil Comprador 10 
Figura 5 – Critérios de Obrigatoriedade de Declaração 22 
Figura 6 – Tabelas de Alíquotas de Incidência IRPF 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO 04 
I. RAZÃO SOCIAL 05 
1.1. Origem 05 
1.2. Evolução 06 
1.3. Endereço 06 
1.4. Ramo de Atividade 06 
1.5. Filiais 07 
1.6. Missão e Objetivos da Empresa 07 
1.7. Principais Concorrentes 08 
1.8. Principais Produtos e Serviços 08 
1.9. Organograma Geral da Organização 09 
II. APRESENTAÇÃO DA ÁREA DE ESTÁGIO 10 
2.1. Organograma do Departamento de Estágio 10 
2.2. Descrição das funções do Departamento 10 
III. DESCRIÇÃO DAS FUNÇÕES DA ÁREA ESTAGIADA 11 
IV. CONTEXTUALIZAÇÃO PRÁTICA E TEÓRICA 12 
4.1. Problema da Pesquisa – IRPF 12 
4.2. Solução para o Problema Identificado 13 
4.3. Objetivos 14 
4.3.1. Objetivo Geral 14 
4.3.2. Objetivos Específicos 14 
4.4. Fundamentação Teórica 14 
4.4.1. Tributos: Impostos 14 
4.4.2. História do Imposto de Renda Pessoa Física 15 
4.4.3. IRPF – Imposto de Renda Pessoa Física 15 
4.4.4. Obrigatoriedade 22 
4.4.5. Fato Gerador e Rendimentos Tributáveis 23 
4.4.6. Deduções e Alíquotas 25 
4.4.7. Restituição do Imposto de Renda Pessoa Física 27 
4.4.8. Malha Fina 27 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 30 
REFERÊNCIAS 31 
4 
INTRODUÇÃO 
O estágio curricular é um instrumento fundamental aos formandos de cursos superiores 
para fazer com que o aluno aplique na prática os conhecimentos adquiridos na universidade. 
Ele tem como objetivo agregar experiência ao conhecimento repassado pelos professores em 
sala de aula e de compreender os processos do mercado de trabalho e as funções que serão 
exercidas na profissão. O objetivo é desenvolver o estagiário para a vida social e profissional. 
O presente trabalho tem como objetivo explorar melhor, porém de maneira superficial, 
o tema da declaração do Imposto de Renda Pessoa Física e a importância de os contribuintes 
fazerem a declaração conforme sua capacidade contributiva. 
Os impostos são importantes para a gestão da economia e também para a coletividade, 
uma vez que tem a incumbência de custear gastos públicos como saúde, educação e segurança. 
A cobrança de impostos objetiva não só atender às necessidades básicas da população, mas 
também proporcionar bem-estar e melhorias para a sociedade. É importante que haja um 
equilíbrio entre o valor arrecadado e o retorno dos bens públicos. A partir desta base, Fonseca 
(2018) afirma que se o rendimento da tributação não for suficiente para subsidiar os serviços 
públicos, a sociedade estará sujeita a utilizar mecanismos alternativos e arriscados. Por outro 
lado, se a carga tributária for alta, torna-se onerosa tanto para os trabalhadores, que serão 
obrigados a trabalhar mais horas para pagarem seus impostos, quanto para os empresários, que 
não terão alternativa senão restringir os seus investimentos. 
O Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) é um tributo direto e progressivo, que se bem 
aplicado tem a capacidade de tornar a arrecadação mais justa e efetiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
1. RAZÃO SOCIAL 
Ebazar.com.br Ltda, mais conhecida pelo seu nome fantasia: Mercado Livre. 
 
 Figura 1 – Logo da empresa. Fonte: www.mercadolivre.com.br. 
1.1. ORIGEM 
Uma empresa de e-commerce, o Mercado Livre foi fundado em 1999, pelo empresário 
argentino Marcos Galperín. O plano de negócios da empresa foi escrito ainda quando Galperín 
trabalhava para obter o diploma MBA na escola de negócios da Universidade de Stanford. 
Nessa época, começou a montar uma equipe de profissionais para colocar o site em prática. No 
mesmo ano, a plataforma passou a funcionar também em outros três países além da Argentina: 
Uruguai, México e Brasil. Em 2000, mais quatro países foram incorporados à extensão do 
Mercado Livre na América Latina: Equador, Chile, Venezuela e Colômbia. Ainda nesse ano, o 
Mercado Livre recebeu mais de US$ 46 milhões de dólares de investimento de diversos grupos 
financeiros, que se somaram aos quase US$ 8 milhões alcançados em 1999, em duas rodadas 
de financiamento. O ano de 2000 também foi marcado pelo estouro da bolha da Internet (leia 
mais sobre isso abaixo), mas o Mercado Livre conseguiu sobreviver ao período complicado 
para a Internet. Em 2001, o eBay, empresa americana de comércio eletrônico, comprou parte 
do Mercado Livre e, por cinco anos, as empresas foram parceiras na América Latina. No ano 
de 2007, a empresa abriu capital na Nasdaq, o mercado de ações dos Estados Unidos, voltado 
principalmente a empresas de tecnologia. Isso permitiu o investimento de interessados em obter 
ações do Mercado Livre. 
 
 Figura 2 – Marcos Galperín – Empreendedor -Fonte: www.mercadolivre.com.br. 
6 
1.2. EVOLUÇÃO 
Com os avanços tecnológicos, o Ebazar criou o mercado Pago, serviço responsável pela 
parte de pagamentos do Mercado Livre. Além de permitir que outros sites e serviços o utilizem 
como gateway de pagamentos. O serviço permite ao usuário fazer recargas de celular, enviar 
dinheiro para a plataforma através de pagamento de boletos, fazer retirada do saldo para conta 
bancária, atuando como banco digital a partir do ano de 2019. Operações, como o rendimento 
do saldo acima do rendimento da poupança, já estão em funcionamento e outras, como o envio 
de TED e DOC, abertura de conta salário e a oferta de cartão de crédito. 
1.3. ENDEREÇO 
No Brasil, a matriz do Mercado Livre está situada na Avenida Das Nações Unidas 3000 
– 3003, Parte A - Osasco - SP, CEP: 06233-903. 
1.4. RAMO DE ATIVIDADE 
S.A. - Sociedade Anônima, companhia de Capital Aberto conforme Art. 4º da Lei 
6404/76das Sociedades Anônimas de 1976. Segundo critérios do BNDES (Banco Nacional do 
Desenvolvimento) o Mercado Livre se enquadra na classificação S/A, optante pelo Lucro Real 
– Arrecadando uma receita bruta operacional superior a R$ 3,6 milhões anuais. 
→ Atividade Principal: 
74.90-1-04 - Atividades de intermediação e agenciamento de serviços e negócios em geral, 
exceto imobiliários. 
→ Atividades Secundárias: 
64.62-0-00 - Holdings de instituições não-financeiras; 
62.01-5-01 - Desenvolvimentode programas de computador sob encomenda; 
62.09-1-00 -Suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação; 
63.11-9-00 - Tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de 
hospedagem na internet; 
62.04-0-00 - Consultoria em tecnologia da informação; 
62.03-1-00 - Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador não-
customizáveis; 
7 
62.02-3-00 - Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis; 
82.30-0-01 - Serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas; 
85.99-6-99 - Outras atividades de ensino não especificadas anteriormente; 
47.89-0-99 - Comércio varejista de outros produtos não especificados anteriormente; 
46.49-4-99 - Comércio atacadista de outros equipamentos e artigos de uso pessoal e doméstico 
não especificados anteriormente; 
 46.65-6-00 - Comércio atacadista de máquinas e equipamentos para uso comercial; partes e 
peças; 
46.52-4-00 - Comércio atacadista de componentes eletrônicos e equipamentos de telefonia e 
comunicação; 
49.30-2-02 - Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, 
intermunicipal, interestadual e internacional; 
49.30-2-01 - Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, municipal; 
52.50-8-05 - Operador de transporte multimodal – OTM; 
52.50-8-03 - Agenciamento de cargas, exceto para o transporte marítimo; 
52.11-7-99 - Depósitos de mercadorias para terceiros, exceto armazéns gerais e guarda-móveis; 
52.50-8-04 - Organização logística do transporte de carga; 
1.5. FILIAIS 
Presente em 18 países da América Latina e em Portugal, o Mercado Livre é a empresa 
de tecnologia líder em e-commerce no continente. De acordo com estimativas da empresa, mais 
de 120 milhões de usuários estão cadastrados na América Latina e mais de 2,2 mil funcionários 
trabalham para o 10º site de comércio eletrônico mais acessado no mundo (dados da com Score 
Networks). O site comercializa mais de duas mil categorias de produtos novos, seminovos e 
usados, entre as quais se destacam os segmentos de eletrônicos, vestuário, entretenimento e 
produtos colecionáveis. Outros números ajudam a ilustrar a importância do Mercado Livre para 
o e-commerce na América Latina: são mais de duas mil buscas por segundo no site, enquanto 
2,5 vendas são concretizadas no mesmo período. 
1.6. MISSÃO E OBJETIVOS DA EMPRESA 
Missão: Somos uma empresa de tecnologia com a missão de oferecer a melhor plataforma de 
comércio eletrônico e os serviços necessários para que pessoas e empresas possam comprar, 
pagar, vender, enviar e anunciar na internet. 
8 
O Mercado Livre busca democratizar o comércio eletrônico na América Latina, 
permitindo que milhões de pessoas, de qualquer lugar em seus países, possam adquirir produtos 
a preços justos e que todos os vendedores, especialmente as PMEs, contem com uma plataforma 
de comercialização digital efetiva para realizar negócios. Ao longo desse processo contínuo, a 
empresa foi entendendo que o sistema de pagamento e o acesso ao crédito são vitais para o 
desenvolvimento de todo o empreendedor. 
Atualmente, o Mercado Livre conta com 2.150 mil colaboradores no Brasil, e mais de 
7 mil em toda a América Latina. Um dos principais propósitos da companhia é criar valor 
econômico e social, e gerar empregos para promover o desenvolvimento dos países onde atua. 
1.7. PRINCIPAIS CONCORRENTES 
Os concorrentes do mercado livre são: 
→ OLX; 
→ Amazon; 
→ Submarino; 
→ Americanas; 
→ Ebay; 
→ Skina; 
→ Instagram; 
1.8. PRINCIPAIS PRODUTOS E SERVIÇOS 
Com mais de 150 milhões de usuários cadastrados na América Latina e 5,5 vendas por 
segundo (2ºQ 16), a organização é o e-commerce mais acessado do Brasil e está entre os 10 
mais acessados do mundo. Além do marketplace, atuamos com unidades de negócio em 
diversas frentes: 
→ Mercado Pago; 
→ Mercado Envios e Axado; 
→ Mercado Shops; 
→ Mercado Livre Publicidade; 
→ Mercado Livre Classificados; 
→ KPL; 
9 
1.9. ORGANOGRAMA GERAL DA ORGANIZAÇÃO 
Grande área da empresa, o Departamento de Atendimento ao cliente conta com mais de 
1.400 colaboradores, sendo dividido em Atendimentos Online e Offline, com 7 áreas: Perfil 
Comprador, Vendedor, Meditações, PNR, PDD, Mercado de Envios e Prustumer. 
 
 Figura 3 – Organograma Geral do Departamento de Comprador Offline e Online. – Fonte: www.mercadolivre.com.br. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
2. APRESENTAÇÃO DA ÁREA DE ESTÁGIO 
O Estágio Curricular acontece no Departamento de Comprador Offline, na área de Perfil 
Comprador, onde é feito o atendimento do cliente, tirando suas dúvidas e solucionando seus 
problemas via e-mail. 
2.1. ORGANOGRAMA DO DEPARTAMENTO DO ESTÁGIO 
 
 Figura 4 – Organograma da área de Perfil Comprador. – Fonte: www.mercadolivre.com.br. 
2.2. DESCRIÇÃO DAS FUNÇÕES NO DEPARTAMENTO 
O Departamento de Perfil Comprador lida diretamente com o cliente. Para andamento 
do setor, existe um Gerente geral que faz o acompanhamento macro do atendimento, lidando 
direto com o Conselho e Diretoria e todos os problemas que envolvem tomada de decisões de 
maior impacto do departamento. O Supervisor responde para o Gerente. Ele é quem lida 
diretamente com os coordenadores da área que são divididos em turnos, sendo 1 coordenador 
para o período noturno, 2 para o período da tarde e 1 para o período diurno. A equipe que pratica 
o atendimento ao cliente conta com 38 colaboradores que se dividem em turnos, sendo 15 
colaboradores no período da tarde, 13 no período noturno e 10 no período diurno. O período do 
estágio é o Diurno, onde existem 2 Menor Aprendiz, 5 Analistas Pleno, 1 Analistas Junior e 2 
Analistas Sênior, executando as atividades de atendimento por e-mail já que a área cuida do 
atendimento Off-line. Os e-mails dos clientes chegam aos atendentes através da plataforma CX 
One, eles são divididos através do nível da solicitação, sendo que as solicitações que requerem 
tratativas com maior tato e tomadas de decisões são tratadas pelos Analistas Sênior e Pleno e 
as demais pelos Analistas Junior e Menor Aprendiz. Neles há solicitações sobre mercado de 
crédito, cancelamento de pagamento, identificação de pagamento, restrições, informações sobre 
a conta, alteração de titularidade, dados fiscais, pagamento online, segurança da conta e 
qualquer outra ferramenta disponível. 
11 
3. DESCRIÇÃO DAS FUNÇÕES DA ÁREA ESTÁGIADA 
Na Área de Perfil Comprador a função é atender o cliente externo, esclarecendo duvidas, 
melhorando ferramentas, corrigindo erros e repassando informações. A atendente tem sua estão 
de trabalho, onde possui um computador com acesso a plataforma CX One, que contém os itens 
para recebimento das solicitações dos clientes e por onde as solicitações podem ser atendidas. 
Cada funcionário possui um login e senha, ao Logar e tornar seu perfil online, os e-mails 
começam a chegar para a colaboradora. Cada processo possui uma Instrução de trabalho, então 
eles são divididos por assunto, sendo eles: Mercado de Crédito, Cancelamento de pagamento, 
identificação de pagamento, restrições, contas suspensas, alteração de titularidade, dados fiscais 
e etc. Ao ler o e-mail, a atendente seleciona a I.T. que lhe dará informações de como solucionar 
o problema, para realizar o passo a passo. 
Após fazer a realização dos procedimentos, solucionando o problema do cliente, a 
colaboradora envia ao mesmo um retorno por e-mail informando os procedimentos adotado, 
esclarecendo duvidas e se colocando à disposição para um contato por telefone se o cliente 
julgar necessário. Caso tudo esteja certo, ela preenche o Check list do atendimento, informando 
o que fez para solucioná-lo e encerra o atendimento, indo para o próximo a ser atendido.12 
4. CONTEXTUALIZAÇÃO PRÁTICA E TEÓRICA 
4.1. PROBLEMA DA PESQUISA - IRPF 
Segundo Sabbag (2016), o Imposto de Renda sobre a Pessoa Física (IRPF), é um tributo de 
competência federal, utilizado como um instrumento de redistribuição de renda. O autor informa que 
ele é considerado a principal fonte de receita tributária da União, quantos aos impostos, sendo sua função 
puramente fiscal. 
Fonseca (2018) informa que o Imposto de Renda é o tributo mais famoso do país e, como o 
próprio nome diz, é cobrado sobre o total de rendimentos da população. O autor destaca que para muitos, 
fazer a declaração anual significa verificar o valor da restituição a receber. Já para outros a tarefa resulta 
em descobrir o imposto devido ou um valor adicional a ser pago ao governo. 
De acordo com Martins (2018) Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), pois ele incide 
diretamente na renda de todos os contribuintes, com ou sem vínculo empregatício, não 
importando a origem dos rendimentos, porém, é mais evidente na massa assalariada, 
principalmente aqueles trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), 
que têm a sua renda mensal superior ao limite de isenção estabelecido pelas normas editadas 
pelo Governo, cujo tributo é recolhido ao erário público mensalmente, de forma antecipada, já 
que o resultado do cálculo do imposto devido, é retido na fonte. 
Segundo Sabbag (2016), as alíquotas variam conforme a renda, de forma que são isentos 
de cobrança os contribuintes que ganham abaixo do limite estabelecido para a apresentação 
obrigatória da declaração anual. 
Martins (2018) elucida que os profissionais autônomos ou os que possuem quaisquer outros 
rendimentos considerados tributáveis (aluguel de imóveis, ganhos de capital, comissões, etc.), também 
estão obrigados ao recolhimento desse imposto, cujas alíquotas são fixadas com base nos valores dos 
rendimentos individuais. 
Fonseca (2018) destaca que a arrecadação de impostos pelos governos, em tese, é revertida para 
o bem da coletividade, voltados principalmente para investimentos e custeio de bens e serviços públicos 
que nós, contribuintes, gostaríamos de ver todos os recursos arrecadados, aplicados na segurança, na 
saúde e na educação. 
Sabendo que muitas vezes o contribuinte que fizer a declaração pode vir a ter que pagar mais 
tributos do que já paga habitualmente aos entes federativos, porque é importante para os 
contribuintes fazer a declaração de imposto de renda? 
 
13 
4.2. SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA IDENTIFICADO 
De acordo com Sabbag (2016), os impostos são importantes para a gestão da economia e 
também para a coletividade, uma vez que tem a incumbência de custear gastos públicos como saúde, 
educação e segurança. A cobrança de impostos objetiva não só atender às necessidades básicas da 
população, mas também proporcionar bem-estar e melhorias para a sociedade. É importante que haja 
um equilíbrio entre o valor arrecadado e o retorno dos bens públicos. O autor informa que a tributação 
pode e deve ser utilizada como ferramenta para a redução das desigualdades econômicas e sociais, 
sobretudo em se tratando de um Estado Democrático de Direito como o Brasil, que traz em sua carta 
constitucional os objetivos fundamentais de construção de uma sociedade livre, justa e solidária, 
comprometida com a erradicação da pobreza e da marginalização e com o desenvolvimento nacional. 
Nesse panorama, o autor concluí que o imposto de renda pessoa física pode ser um importante aliado 
na tarefa de redistribuição de riquezas no País, incidindo mais fortemente sobre aqueles que detêm maior 
capacidade econômica e deixando de onerar aquela parcela da população que não dispõe de acréscimos 
patrimoniais efetivamente tributáveis. 
Segundo Martins (2018) existem requisitos que tornam obrigatória a declaração do Imposto de 
Renda para a pessoa física, como ter recebido rendimentos tributáveis acima de um valor estipulado 
pela legislação ou possuir bens acima de determinado valor, por exemplo. O autor esclarece que se o 
contribuinte que se enquadra na obrigatoriedade não entregar a declaração anual no prazo, estará sujeito 
a multas que variam até 20% do imposto devido, somando taxa de juros diária, além de ter o CPF 
bloqueado por irregularidades com o fisco. Em contrapartida, o autor explica que quem não se enquadra 
nos itens que tornam a declaração obrigatória, podem enviar suas informações à Receita se assim 
desejar. Para esses contribuintes, há vantagens, pois caso houve durante o exercício pagamento a maior 
de impostos, eles podem se restituir do valor pagos. 
Sabbag (2016) destaca que as principais áreas que recebem os investimentos vindos do Imposto 
de Renda são a saúde, a educação e o desenvolvimento social – através de programas como o Bolsa 
Família, que dá uma vida mais digna a milhares de pessoas de todo o país. 
É então evidente a importância de fazer a Declaração anual do imposto de renda, pois, se todos 
os cidadãos que se enquadram na obrigatoriedade fizerem a declaração, principalmente aqueles com 
altos rendimentos, maior será os recursos que os entes federativos terão para destinar a própria 
população por meio de saúde, educação, proporcionando qualidade nos serviços oferecidos e bem-estar 
a todos que dependem dos serviços públicos. Se declararem no prazo, os contribuintes terão a vantagem 
de ressarcimentos de valor, recebendo de volta o excesso de impostos pagos, o que é vantajoso, devido 
à alta carga tributária no Brasil, além de manter o CPF regularizado. 
14 
4.3. OBJETIVOS 
4.3.1. OBJETIVO GERAL 
O Objetivo Geral do trabalho é: 
→ Compreender a importância da declaração anual do Imposto de Renda Pessoa Física; 
4.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
Os Objetivos específicos do trabalho são: 
→ Aprender mais sobre o tributo que incide sobre a renda das pessoas físicas; 
→ Compreender os benefícios da declaração anual do IRPF e Detalhar o cálculo do Imposto de 
Renda Pessoa Física, seu fato gerador, incidências, base de cálculo, alíquotas; 
→ Responder a hipótese sobre os benefícios da declaração do IR anual; 
4.4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
4.4.1. TRIBUTOS: IMPOSTOS 
De acordo com Sabbag (2016), Tributos são todas as obrigatoriedades dos contribuintes 
em relação ao fisco. É a prestação pecuniária não sancionatória de ato ilícito, instituída em lei 
e devida ao Estado ou a entidades não estatais de fins de interesse público. 
Segundo Crepaldi (2011), com base no art. 16º do CTN) os impostos são de competência 
da União e são tributos não vinculados, ou seja, o fato gerador não está ligado a nenhuma 
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. O autor informa que os impostos não têm 
destinação específica, sendo utilizados conforme a necessidade do Estado. A respeito da não 
vinculação, Martins (2018) diz que o imposto costuma-se rotular a exação de tributo sem causa 
ou gravame não contraprestacional, uma vez desvinculado de qualquer atividade estatal 
correspectiva. 
Crepaldi (2011) explica que inicialmente o imposto era pago voluntariamente e mesmo 
após incorporar a função de prestação compulsória, era pago apenas por um certo grupo de 
pessoas. O autor enfatiza que atualmente paga o imposto quem estiver sujeito, por sua pessoa 
ou seus bens, à ação da Pessoa de Direito Público, de sorte que ela possa tornar efetiva a 
arrecadação, quer dizer que a condição do pagador de impostos é indiferente, pouco importa a 
idade, incapacidade civil, país de origem (se é estrangeiro, residente ou cidadão), pois se o 
indivíduo usufrui da política ou economia do grupo, o imposto é devido, sendo o seu pagamento 
15 
obrigatório. O autor complementa a informação dizendo que os impostos apresentam diversas 
classificações, conforme suas especificidades que discriminam a sua exigibilidade. 
Quanto à incidência econômica, Cassone (2018) informa que os impostos se dividem 
em comércio exterior, patrimônio e renda e produção ecirculação. O objeto de incidência dos 
impostos define se são reais ou pessoais. Enquanto o imposto real incide sobre os bens do 
contribuinte, sem levar em consideração a sua capacidade econômica, o imposto pessoal é 
inerente às características próprias do contribuinte, como por exemplo, o IRPF que analisa a 
capacidade financeira do indivíduo ao estabelecer deduções pessoais para aliviar o peso do 
imposto. 
De acordo com Crepaldi (2011) as alíquotas dos impostos podem ser fixas ou 
proporcionais. O autor explica que as alíquotas fixas são estabelecidas por lei e o valor do 
imposto permanece o mesmo independentemente do valor do bem, mercadoria ou serviço, 
enquanto as alíquotas proporcionais variam conforme a base de cálculo. Os impostos 
proporcionais podem ser progressivos, quando aumentam em proporção à base de cálculo, ou 
regressivos quando os encargos diminuem à medida que a base de cálculo aumenta. 
Existem diversos impostos, porém, para fundamentação do trabalho, será destacado 
apenas o Imposto sobre proventos e renda de qualquer natureza de pessoas físicas - IRPF, 
classificado como direto, pessoal e progressivo. 
4.4.2. HISTÓRIA DO IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA 
De acordo com Nogueira (2014) com a criação da moeda, houve uma unidade para 
determinar o acréscimo do patrimônio das pessoas, possibilitando determinar a renda e tributá-
la. Em vez de a riqueza ser avaliada apenas pelos bens que o indivíduo possuía, pôde ser medida 
pelo produto desses bens, isto é, pela renda. 
Segundo Martins (2018), o imposto de renda teve papel insignificante na Idade Média. 
Os impostos desse período tinham como fato gerador a produção e não a renda. No século XV, 
surgiram, em Florença, os primeiros movimentos para uma efetiva tributação sobre a renda. A 
riqueza não mais decorria só da terra, mas também do comércio e da indústria. Foi criado o 
tributo conhecido como catasto, que transferiu a tributação direta da propriedade para a renda. 
Nogueira (2014) informa que inicialmente o imposto não tinha caráter de 
progressividade, pois, havia apenas uma alíquota. Não demorou muito para que o catasto se 
tornasse progressivo e se denominasse Scala. Instituía-se o que ficou conhecido como Decima 
Scalata, decima um nome genérico que se dava aos impostos e Scalata, gradual, progressivo. A 
Decima Scalata não teve longa duração, porque atingia os mais abastados, que não aceitavam 
16 
arcar com maior carga tributária. Com a reintrodução do regime aristocrático, não só a Decima 
Scalata, mas também outros tributos diretos sobre a riqueza desapareceram. O autor informa 
que a Decima Scalata foi um marco na história do imposto de renda e a primeira demonstração 
de uma tributação sobre a renda. 
Ainda segundo Nogueira (2014), no final do século XVIII, a Inglaterra estava ameaçada 
por Napoleão Bonaparte e necessitava angariar recursos para o financiamento da guerra. Em 30 
de novembro de 1796, o primeiro-ministro britânico William Pitt apresentou aos diretores do 
Banco da Inglaterra o seu plano para um chamado “empréstimo de lealdade”. Cogitava-se 
propor ao Parlamento que todos os detentores de uma certa renda fossem obrigados a emprestar 
uma parte dela. A ideia não foi adiante. 
O autor informa que o quadro tributário da época não exigia dos mais abastados a 
contribuição proporcionalmente maior, quando, em 1797, William Pitt solicitou alteração e 
aumento do assessed taxes, uma forma rudimentar de taxação baseada nos gastos como indícios 
de riqueza. Os contribuintes foram divididos em três classes: 
1. Na primeira, estavam os que possuíam criadagem, carros e cavalos, ou seja, os 
supostamente mais ricos. 
2. Na segunda, a base de cálculo era medida em relógios, cães e janelas. Eram os 
contribuintes com razoável patrimônio. 
3. A terceira se baseava na habitação. Atingia os contribuintes provavelmente mais 
pobres que os das duas classes anteriores. 
De acordo com Nogueira (2014), estavam isentas as rendas anuais inferiores a sessenta 
libras anuais. As alíquotas variavam de 1/120, para renda anual de sessenta a sessenta e cinco 
libras, a 1/10, para renda anual superior a duzentas libras. Os contribuintes com renda anual 
superior a duzentas libras eram convidados a fazer contribuições voluntárias, sem prejuízo ao 
valor do imposto devido. 
Nogueira (2014) discorre que os contribuintes reclamaram de que havia sido criado um 
imposto sobre a renda e o capital, mas Pitt discordou, afirmando que o imposto era sobre a 
despesa. A receita desse tributo foi diminuta e poucas as expectativas de aumento. Entretanto 
foi um importante passo para a criação de um real imposto sobre a renda. 
Preparavam-se novas alianças entre a Grã-Bretanha, a Áustria, a Rússia e a Turquia. A 
Inglaterra conseguia sucesso diplomático, mas necessitava de recursos financeiros para 
subsidiar o ataque contra a França. Em 1798, com a pouca arrecadação do assessed taxes, 
William Pitt solicitou ao Parlamento transformá-lo num imposto efetivamente sobre a renda, 
em suma, um imposto geral provisório sobre todas as fontes de rendas mais importantes. Vem 
daí o nome Income Tax. 
17 
Em 3 de dezembro de 1798, na Câmara dos Comuns, Pitt foi defender a instituição do 
imposto de renda. A tenacidade e a dedicação de Pitt, aliadas ao iminente perigo da guerra, 
possibilitaram a transformação do projeto em lei. O imposto sobre a renda passou a ser cobrado 
em 1799, apesar da crença reinante de que era contrário aos hábitos e costumes do país. Gerou 
descontentamentos e impopularidade a Pitt. Nascia um imposto que considerava a renda como 
a própria matéria tributável. 
Segundo Nogueira (2014), a lei que instituiu o imposto foi de 9 de janeiro de 1799. A 
lei continha 124 seções (artigos) e 152 páginas. Para facilitar o entendimento de um novo e 
complexo tributo, o governo preparou um manual de orientação, o primeiro da história do 
imposto de renda. A taxa era de 10% para renda total acima de 60 libras, no ano. O imposto 
podia ser pago em até seis quotas. 
O autor informa que instituição de um imposto sobre a renda gerou controvérsias. A 
reação foi veemente e, em alguns casos, agressiva. Alguns temiam que, houvesse guerra, se o 
imposto continuasse a ser cobrado. Havia os que acreditavam que, com o tempo e a necessidade 
de mais recursos, a base de cálculo fosse aumentada. Outros achavam que interferiria na vida 
particular do contribuinte. 
Nogueira (2014) relata que os primeiros resultados da arrecadação não corresponderam 
à expectativa. Alcançaram, mesmo assim, mais do que o dobro do assessed taxes. Em 1802, o 
imposto sobre a renda foi suprimido, não por causa da demissão de Pitt, que ocorrera pouco 
antes, mas como consequência da paz transitória entre Inglaterra e França, um ano após, as 
hostilidades recomeçaram. Em 1803, novamente, o imposto sobre a renda foi lembrado como 
fonte de recursos. Addington, que foi o sucessor de Pitt, restabeleceu o imposto, com uma série 
de aperfeiçoamentos: 
1. Rendimentos classificados e tributados por categoria, de acordo com sua origem. 
Essa classificação por categoria (cédula) vigorou no Brasil até o exercício de 1989. 
2. Implantação da cobrança na fonte. 
3. Isenção para pequenos rendimentos. 
4. Dedução para encargos de família. 
Nogueira (2014) discorre que as alterações tributárias afetaram positivamente a 
arrecadação, tanto que quando Pitt retornou ao governo, em 1804, manteve o sistema de 
Addington. Em junho de 1815, Napoleão Bonaparte foi derrotado em Waterloo, Bélgica. 
Terminava a guerra. Apesar do bom resultado, o imposto sobre a renda havia sido instituído 
como forma de angariar receita para financiar a guerra. Não havia clima político para mantê-lo 
e foi novamente suprimido em 1816. O governo inglês foi obrigado a buscar outras fontes de 
renda. 
18 
Segundo Nogueira (2014) a Inglaterra passou por um período de crises e déficits 
orçamentários. Em 1842, RobertPeel, que chefiava o governo nos primeiros anos da era 
vitoriana, restabeleceu o imposto sobre a renda, apesar de, em outras épocas, ter sido feroz 
crítico e adversário intransigente desse tributo. Foi aumentado o limite de isenção e a tributação 
recaiu para renda anual superior a 150 libras. O Parlamento inglês concordou com o retorno do 
imposto, acreditando que seria suprimido, quando o caixa do tesouro permitisse. Em 1852, o 
imposto foi suspenso. Retornou no ano seguinte. Mais uma vez um conflito internacional 
motivou a cobrança do imposto de renda e o aumento das alíquotas. Dessa vez, foi a Guerra da 
Crimeia. Instituído como um simples imposto de guerra e para cobrir dificuldades financeiras, 
o imposto de renda passou a ser permanente e se transformou em principal fonte de recursos 
em muitos países. 
Segundo Nogueira (2014) a primeira sinalização de um real e definitivo imposto sobre 
a renda no Brasil remonta a 1867, quando o Visconde de Jequitinhonha expôs e defendeu sua 
implementação, sem, no entanto, lograr êxito. Afonso Celso, o Visconde de Ouro Preto, quando 
Ministro da Fazenda, preocupado em reorganizar o sistema tributário, consultou, em 1879, os 
maiores financistas da época sobre a conveniência de instituir o imposto sobre a renda. As 
opiniões ficaram divididas, porém, a maioria consultada, no entanto, se manifestou 
favoravelmente. A posição de conceituados financistas chamou a atenção dos parlamentares. 
Ainda em 1879, uma comissão presidida pelo Visconde de Ouro Preto apresentou à Câmara de 
Deputados proposta de instituição do imposto sobre a renda. A ideia foi rejeitada e o projeto 
não se converteu em lei. Outras tentativas ao longo dos anos aconteceram, mas nenhuma foi 
posta em prática, com aprovação majoritária. 
O autor informa que a lei orçamentária para o exercício de 1911 (Lei nº 2.321 de 30 de 
dezembro de 1910), dedicou um capítulo para o Imposto sobre a Renda, bastante diferente de 
como o imposto de renda foi concebido. Esse capítulo englobava impostos sem vínculo com a 
renda como imposto sobre o consumo de água e imposto sobre casas de sports de qualquer 
espécie, na Capital Federal. Tributava à razão de 2% todos os subsídios e sobre todos os 
vencimentos maiores que 3:000$ anuais ou 250$ mensais. Eram isentos os vencimentos até 
3:000$ anuais, cobrando-se apenas os que fossem superiores a essa importância. Tributava 
também 2 ½ % dos dividendos dos títulos de companhias ou sociedades anônimas. A partir da 
Lei nº 2.321/1910 e até a oficial instituição do imposto de renda no Brasil, a lei orçamentária 
era a base legal para a cobrança do imposto. O imposto sobre vencimentos foi cobrado, com 
alíquotas variadas, até o exercício de 1918. A Lei nº 3.644, de 31 de dezembro de 1918, que 
orçou a receita para o exercício de 1919, não incluiu o imposto sobre vencimentos. 
19 
O autor informa que o imposto sobre a renda participava cada vez mais da receita 
tributária dos países em que foi instituído. O Brasil conscientizava-se de que seria um 
importante meio de angariar recursos e de possuir um sistema tributário mais justo. Pouco a 
pouco, as resistências históricas no Congresso e na sociedade eram quebradas. 
Em dezembro de 1922, o deputado Antônio Carlos propôs a substituição de alguns dos 
impostos que constavam na lei orçamentária sob o título de imposto de renda por um imposto 
que recaísse sobre a renda global. Antônio Carlos teve importância na instituição do imposto 
de renda, sobretudo pela função que desempenhava no Congresso (Presidente da Comissão de 
Finanças e relator do orçamento), ainda que tivesse afirmado em 1919 que o imposto de renda 
marcaria a última etapa na evolução tributária dos países. Aproximava-se o momento de adoção 
do imposto sobre a renda no Brasil. 
De acordo com Nogueira (2014), o imposto de renda foi instituído no Brasil por força 
do art. 31 da Lei nº 4.625, de 31 de dezembro de 1922, que orçou a Receita Geral da República 
dos Estados Unidos do Brasil para o exercício de 1923. Curiosamente, a lei foi publicada num 
Diário Oficial da União (DOU) de domingo. Na época, o DOU circulava também nos sábados 
e domingos. O autor informa que com apenas um artigo e oito incisos da lei orçamentária para 
o exercício de 1923, estava instituído o imposto geral sobre a renda no país, embora, 
anteriormente, tenha havido tributação pontual sobre a renda, mas sem repartição própria nem 
funcionários com dedicação exclusiva ao imposto de renda. 
Nogueira (2014) relata que em se tratando de um tributo novo, muito criticado por ser 
complexo e exigir uma afinada máquina administrativa, tomou-se a cautela de não o 
implementar de imediato, conforme determinava o inciso VII da Lei nº 4.625 de 31 de dezembro 
de 1922. O governo iniciou o estudo para elaborar o regulamento e organizar o sistema 
arrecadador, sob o comando do engenheiro e estudioso de questões tributárias, Francisco Tito 
de Souza Reis. De acordo com proposta de Souza Reis, os rendimentos deviam ser agrupados 
em categorias e o rendimento líquido (rendimento bruto menos dedução) de cada uma ficaria 
sujeito à tabela progressiva. Essa forma de tributação foi aplicada nos exercícios de 1924 e 
1925. A partir do exercício de 1926, foi adotado um sistema misto, inspirado no modelo francês: 
taxas proporcionais sobre o rendimento líquido cedular (categoria) e taxas progressivas sobre a 
renda global. Houve um período de adaptação, antes de o imposto sobre a renda global ser 
adotado no Brasil, sem imitar a legislação estrangeira. Foram estudadas as formas de 
administrar, tributar, arrecadar e fiscalizar de outros países, para implantar no Brasil um modelo 
mais adequado à realidade do país. 
20 
De acordo com Nogueira (2014), o Decreto nº 16.580, de 4 de setembro de 1924, 
aprovou o regulamento do Serviço de Arrecadação do Imposto de Renda. O órgão máximo da 
administração era a Delegacia-Geral do Imposto de Renda, com sede no Distrito Federal, Rio 
de Janeiro. Tinha uma seção em Niterói e delegacias fiscais e repartições arrecadadoras situadas 
nos Estados e Distrito Federal. A Delegacia-Geral funcionou até 1934, quando foi substituída 
pela Diretoria do Imposto de Renda. O Decreto nº 16.581, de 4 de setembro de 1924, aprovou 
o regulamento do imposto sobre a renda, seu pioneirismo permanece, pois foi o mais 
abrangente, completo e o primeiro regulamento após a efetiva instituição do imposto de renda. 
Nogueira (2014) relata que após o início da cobrança do imposto de renda, avaliou-se o 
modelo adotado e verificou-se a necessidade de ajustes na legislação. A implantação de um 
imposto complexo e abrangente exigia adaptações para que fosse mais justo e amplo. O Decreto 
nº 16.838, de 24 de março de 1925, promoveu algumas alterações no regulamento vigente. O 
prazo para o contribuinte apresentar a declaração de rendimentos foi estendido de 1º de abril 
para 1º de junho. O primeiro regulamento previa para junho a publicação de listas nominais do 
lançamento. Nos termos do Decreto nº 16.838/1925, no Distrito Federal o lançamento devia ser 
realizado em listas nominais até 120 dias depois de terminado o prazo de recebimento das 
declarações. O início do pagamento do imposto foi adiado para 1º de setembro. Se o total a 
pagar fosse superior a 2:000$, podia ser recolhido em três quotas. A primeira vencia dentro de 
trinta dias contados da notificação de cobrança e as demais com intervalos de trinta dias. O 
Decreto também promoveu modificações na estrutura do lançamento e da revisão das 
declarações. 
As reformas no imposto de renda tornaram o regulamento desatualizado. Em 26 de 
junho de 1926, por meio do Decreto nº 17.390, foi aprovado um novo Regulamento do Imposto 
de Renda, que seguiu a sistemática do anteprojeto de Souza Reis. Dos regulamentos aprovados 
até 2013, foi o que mais tempo ficou em vigor e foi um dos mais importantes na trajetória do 
imposto de renda no Brasil. 
4.4.3.IRPF – IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA 
Segundo Sabbag (2016), o Imposto de Renda sobre a Pessoa Física, é um tributo de 
competência federal, utilizado como um instrumento de redistribuição de renda. Ele é 
considerado a principal fonte de receita tributária da União, quantos aos impostos, sendo sua 
função puramente fiscal. 
De acordo com Cassone (2018), o Imposto de Renda Pessoa Física está previsto pela 
Constituição Federal no art. 153, inciso III e regulamentado pelo Código Tributário Nacional, 
21 
artigos 43 a 45. É de competência da União e tem como fato gerador a disponibilidade 
econômica ou jurídica: incide sobre a renda do contribuinte (produto do capital e do trabalho) 
ou proventos de qualquer natureza. 
Segundo Martins (2018), é um imposto direto, progressivo, pessoal e intransferível. Os 
critérios que o regem são: a universalidade, onde o imposto deve alcançar todos os rendimentos 
e proventos; generalidade, rege que o imposto deve abranger todos os contribuintes e 
progressividade, onde o imposto deve aumentar em conformidade com a base de cálculo, em 
respeito à capacidade contributiva. O autor esclarece que contribuintes são todas as pessoas 
físicas, residentes ou domiciliadas no Brasil, que tenham rendimentos ou proventos maiores 
que a faixa de isenção, independente da condição jurídica, estado civil, área profissional, faixa 
etária ou gênero. 
Pêgas (2017) informa que os contribuintes devem declarar anualmente os seus 
rendimentos à Receita Federal do Brasil através da “Declaração do Imposto de Renda da Pessoa 
Física” (DIRPF). A entrega da declaração deve ocorrer no ano de exercício que se sucede ao 
ano em que ocorreram os rendimentos, denominado “ano base” ou “ano calendário”, até o dia 
30 de abril. O autor comenta que o fato gerador do IRPF é complexivo, ou seja, ocorre no dia 
31 de dezembro, embora o contribuinte fique sujeito a adiantamentos mensais, retidos pela 
fonte, que depois serão compensados com o imposto devido anualmente. 
De acordo com Crepaldi (2011) com o Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99), os 
contribuintes podem optar por fazer a declaração simplificada ou completa. A declaração 
simplificada tem um desconto padrão de 20% na renda tributável. A declaração completa 
permite deduções específicas para descontar os rendimentos tributáveis. 
Martins (2018), informa que para fazer a declaração de imposto de renda, o contribuinte 
deverá se atentar a documentação necessária para se iniciar o processo. Os documentos que 
serão declarados devem ser organizados já no ano-calendário, para quando chegar o ano 
exercício, tudo esteja certo para somente lançar em sua declaração. O contribuinte deverá ter 
todos os seus comprovantes de rendimentos, comprovantes de despesas médicas, planos de 
saúde, despesas com instrução, pois poderão ser deduzidas do seu imposto a pagar. O autor 
destaca que muitos se complicam na hora de declarar porque deixam para reunir esses 
documentos básicos em cima da hora quase perto do prazo final da entrega da declaração. 
De acordo com Martins (2018), o atraso na entrega da declaração ocasiona multa e os 
valores variam conforme o tempo de atraso e o valor devido do imposto. A Multa por Atraso 
na Entrega da Declaração (MAED) tem o valor mínimo de R$ 165,74 e valor máximo de 20% 
do Imposto de Renda devido. A omissão de dados ou prestação de informações falsas 
22 
caracteriza evasão fiscal, no primeiro caso sonegação, que se caracteriza por qualquer 
comportamento doloso, comissivo ou omissivo, praticado com o objetivo de suprimir em todo 
ou em parte o tributo devido e no segundo caso fraude, que significa alterar propositalmente a 
verdade; é apresentar algo que não existe concreta e juridicamente. 
4.4.4. OBRIGATORIEDADE 
De acordo com o Site da Receita federal (2020), a Instrução Normativa RFB nº 1.924, 
de 19 de fevereiro de 2020, informa que está obrigada a apresentar a Declaração de Ajuste 
Anual do Imposto de Renda Pessoa Física referente ao exercício de 2020, a pessoa física 
residente no Brasil que, no ano-calendário de 2019: 
Critérios Condições 
Renda 
• Recebeu rendimentos tributáveis, sujeitos ao ajuste na declaração, cuja soma anual foi 
superior a R$ 28.559,70; 
• Recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja 
soma foi superior a R$ 40.000,00. 
Ganho de capital 
e operações em 
bolsa de valores 
• Obteve, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à 
incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de 
futuros e assemelhadas; 
• Optou pela isenção do imposto sobre a renda incidente sobre o ganho de capital auferido 
na venda de imóveis residenciais, cujo produto da venda seja destinado à aplicação na 
aquisição de imóveis residenciais localizados no País, no prazo de 180 (cento e oitenta) 
dias, contados da celebração do contrato de venda, nos termos do art. 39 da Lei nº 11.196, 
de 21 de novembro de 2005. 
Atividade rural 
Relativamente à atividade rural: 
• Obteve receita bruta anual em valor superior a R$ 142.798,50; 
• Pretenda compensar, no ano-calendário de 2019 ou posteriores, prejuízos de anos-
calendário anteriores ou do próprio ano-calendário de 2019. 
Bens e direitos 
• Teve a posse ou a propriedade, em 31 de dezembro de 2019, de bens ou direitos, inclusive 
terra nua, de valor total superior a R$ 300.000,00. 
Condição de 
residente no 
Brasil 
• Passou à condição de residente no Brasil em qualquer mês e nessa condição se encontrava 
em 31 de dezembro de 2019. 
 Figura 5 – Critérios de obrigatoriedade da Declaração do IRPF. – Fonte: Adaptação da Autora, conforme Site da Receita Federal. 
23 
A Receita Federal (2020) destaca que o contribuinte que, no ano-calendário de 2019, 
recebeu rendimentos tributáveis sujeitos ao ajuste na declaração, cuja soma anual foi superior 
a R$ 5 milhões, rendimentos isentos e não tributáveis, cuja soma foi superior a R$ 5 milhões, 
rendimentos sujeitos à tributação exclusiva ou definitiva, cuja soma foi superior a R$ 5 milhões, 
realizou pagamentos de rendimentos a pessoas jurídicas ou a pessoas físicas cuja soma foi 
superior a R$ 5 milhões, em cada caso ou no total, deve transmitir a Declaração de Ajuste Anual 
com a utilização de certificado digital (Brasil, 2020). 
 Ainda de acordo com o site da Receita Federal (2020) ficam dispensadas da 
apresentação da Declaração de Ajuste Anual do IRPF 2020, a pessoa física que: 
→ Não se enquadre em nenhuma das hipóteses de obrigatoriedade da tabela anterior; 
→ Conste como dependente em declaração apresentada por outra pessoa física, na 
qual tenham sido informados seus rendimentos, bens e direitos, caso os possua; 
→ Teve a posse ou a propriedade de bens e direitos, inclusive terra nua, quando os 
bens comuns forem declarados pelo cônjuge ou companheiro, desde que o valor 
total dos seus bens privativos não exceda R$ 300.000,00, em 31 de dezembro de 
2019. 
A Receita Federal (2020) destaca que mesmo que não esteja obrigada, qualquer pessoa 
física pode apresentar a declaração, desde que não tenha constado em outra declaração como 
dependente. Exemplo: uma pessoa que não é obrigada, mas teve imposto sobre a renda retido 
em 2019 e tem direito à restituição, precisa apresentar a declaração para recebê-la (Brasil, 
2020). 
Há três formas de elaboração da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física: 
1- Por meio de computador, mediante a utilização do Programa Gerador da 
Declaração (PGD), relativo ao exercício de 2019, disponível no sítio da Secretaria 
Especial da Receita Federal do Brasil (RFB) 
2- Por meio de computador, mediante acesso ao serviço "Meu Imposto de Renda", 
disponível no Portal e-CAC 
3- Por meio de dispositivos móveis, tablets e smartphones, mediante a utilização do 
serviço "Meu Imposto de Renda", no APP "Meu Imposto de Renda". 
Por fim, a declaração de contribuinte residente no Brasilque esteja no exterior pode ser 
transmitida pela internet até as 23h59min59s (horário de Brasília) do dia 30 de junho de 2020. 
4.4.5. FATO GERADOR E RENDIMENTOS TRIBURÁVEIS 
De acordo com Martins (2018), trata-se de verbas remuneratórias. Renda é tudo aquilo 
que acresce efetivamente o patrimônio, portanto tudo aquilo que o contribuinte recebe nos doze 
meses anteriores a sua declaração do Imposto de Renda, estes valores que são renda devem ser 
declarados como rendimentos tributáveis. 
24 
Crepaldi (2011) afirma que o fato gerador do IRPF são todas as receitas advindas do 
aumento do patrimônio da pessoa física, deduzindo-se as despesas autorizadas. O autor cita os 
principais rendimentos que são tributáveis a nível de IRPF: 
→ Renda de Capital – aluguel, royalties, recebimentos advindos de aplicações 
financeiras, lucros etc.; 
→ Renda do Trabalho – salário, honorários, pró-labore, comissões etc.; 
→ Renda da combinação de capital e trabalho – pró-labore, lucro, dividendos etc.; 
→ Proventos de qualquer natureza – aposentadorias, pensões, ganho em loterias, 
doações, acréscimos patrimoniais não justificáveis etc. 
Pêgas (2017) é mais abrangente ao informar outros rendimentos e proventos sujeitos à 
tributação exclusiva, ou seja, quando o valor do imposto já é retido diretamente na fonte, onde 
enquadram-se: 
→ Prêmios recebidos por competições esportivas; 
→ Valores recebidos em bens decorrentes de produtividade, como promoção de 
vendas, concursos e competições; 
→ Notas promissórias: Títulos de crédito são tributáveis, pois caracterizam 
disponibilidade jurídica; 
→ Benefícios indiretos a dirigentes, como pagamento de despesas como 
supermercado, cartão de crédito, anuidades escolares ou tudo o que caracterizar 
pagamento de salário indireto pela pessoa jurídica; 
→ Prêmios em dinheiro de loterias, concursos e sorteios; 
→ Décimo terceiro salário; 
→ Participação nos lucros ou resultados das empresas; 
→ Rendimentos de aplicações financeiras. 
→ Juros sobre capital próprio; 
→ Resgate da previdência privada 
Pêgas (2017) informa também que nem todos os rendimentos são tributáveis, ficando, 
portanto isentos de incidência deste imposto os casos de: 
→ Benefícios como transporte, vestimentas especiais para a condição de trabalho, 
vale-alimentação (mesmo que não tenha desconto para o funcionário) são 
declarados isentos. 
→ Diárias de viagens com o intuito de custear despesas como alimentação e 
hospedagem inerentes ao exercício da profissão fora da sede de trabalho. 
→ Ajuda de custo como moradia, transporte, frete e locomoção de familiares 
(considerados isentos por ter finalidade de indenização). O auxílio moradia é 
25 
isento somente se fornecido pela pessoa jurídica de direito público, do contrário 
não se caracteriza como ajuda de custo e, portanto, é tributável. 
→ Bolsas de estudo em caráter de doação são isentas. Se tiver finalidade de obter 
vantagem, como bolsas de estágio, são tributáveis. 
→ Previdência privada e serviços médicos onde o ônus tenha sido do empregador 
em benefício do empregado. 
→ Pessoas não residentes no Brasil que tenha rendimentos referentes a serviços 
prestados a órgãos do governo brasileiro, cujas autarquias ou repartições estão 
situadas fora do território nacional são isentas. Em casos específicos, podem ter 
isenção parcial. 
→ Rendimentos pagos por previdências; 
→ Aposentadoria paga a maiores de 65 anos: tem o dobro da faixa de isenção dos 
demais contribuintes. 
→ Aposentadoria por doença grave, independentemente da idade. A doença deve ser 
comprovada mediante laudo pericial. 
→ Indenizações - Rescisões de contrato de trabalho - Rendimentos de participações 
societárias (valores a título de distribuição de lucros devem ser isentos). 
 Crepaldi (2011) complementa com outros casos de não incidência do IRPF, conforme 
alguns julgamentos da 1º seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), como os valores 
referentes a indenização por danos morais (utilizado para restaurar o patrimônio intangível da 
vítima), valores recebidos a título de férias proporcionais, férias não gozadas por necessidade 
do serviço ou ainda abono pecuniário de férias. 
4.4.6. DEDUÇÕES E ALÍQUOTAS 
Pêgas (2017) informa que do rendimento bruto dos contribuintes, são autorizadas 
algumas deduções referentes a despesas como saúde e educação, visto que tais gastos são 
considerados fundamentais para a própria aquisição de renda e, portanto, sua tributação não é 
inerente o acréscimo patrimonial. O autor complementa que tais deduções tem a finalidade de 
garantir o cumprimento da capacidade contributiva, uma vez que são involuntárias e inerentes 
à vida do contribuinte. 
Crepaldi (2011) relata que a Receita Federal considera como deduções legais os valores 
referentes a: 
→ Dependentes: São considerados dependentes filhos ou enteados de até 21 anos de 
idade ou em qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o 
trabalho; cônjuges com quem tenha filhos ou que tenha convivência de mais de 5 
anos; filho ou enteado que esteja estudando até 24 anos; irmão, neto ou bisneto 
26 
que o contribuinte tenha a guarda até 21 anos ou se estiver estudando, 24 anos; 
pais, avós ou bisavós cujos rendimentos estejam dentro da faixa de isenção. O 
limite anual por dependente é R$ 2.275,08. 
→ Despesas com educação: Referem-se ao pagamento à estabelecimentos de ensino, 
como educação infantil, ensino fundamental e médio, educação superior, cursos 
técnicos e de especialização do contribuinte e dependentes. O limite anual por 
pessoa é R$ 3.561,50. 
→ Despesas médicas: Referem-se a todos os pagamentos realizados a médicos de 
qualquer especialidade, desde que tenha documentos originais que indiquem o 
pagamento com nome, endereço e CPF ou CNPJ de quem recebeu. 
→ Pensão alimentícia: Pode ser deduzida desde que acordada judicialmente. Neste 
caso elimina a possibilidade de inclusão do dependente beneficiado pela pensão. 
→ Contribuição previdenciária (oficial e privada): Ao deduzir este valor, o 
contribuinte deve lembrar que quando precisar sacar os recursos a previdência 
será tributada. 
Pêgas (2017) destaca que a arrecadação do Imposto de Renda da Pessoa Física é feita 
por meio de uma tabela progressiva das alíquotas que serão incididas sobre a população de 
acordo com a renda do contribuinte. Para cálculo do IRPF, o método utilizado é de forma 
cumulativa, ou seja, as alíquotas irão incidir sobre a respectiva parcela da remuneração, e não 
em relação à renda tributável. 
A Receita Federal (2020) disponibiliza as tabelas de incidência do IRPF, a Tabelas 1 e 
2 demonstram as escalas aplicáveis no Brasil: 
→ Alíquotas de Incidência Mensal do IRPF: 
 
→ Alíquotas de Incidência Anual do IRPF: 
 
 Figura 6 – Tabelas de Incidência do IRPF Anual e mensal. – Fonte: Adaptação da Autora, conforme Site da Receita Federal. 
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4.4.7. RESTITUIÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA 
Segundo Nogueira (2014) depois que se encerra o prazo para declarar o Imposto de 
Renda Pessoa Física, a Receita Federal começa a liberar em forma de lotes as restituições para 
o contribuinte poder receber o valor que ele pagou a mais, de acordo com a sua declaração. 
O pagamento da restituição do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) é 
efetuado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) exclusivamente mediante crédito 
em conta corrente bancária ou poupança de titularidade do beneficiário, informada 
na Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF), admitida 
as exceções no caso de contribuinte falecido, menor de idade, incapaz ou com saída definitiva 
do país. 
Nogueira (2014) esclarece que o contribuinte deve consultar pelo site da Receita Federal 
se ele está no lote que é liberado uma vez por mês. Caso não venha receber sua restituição em 
nenhum lote, significa que a declaração foi retida pela Receita Federal,para verificação de 
possíveis pendências ou omissões. 
O valor da restituição do IRPF é atualizado pela taxa Selic, acumulada a partir do mês 
de maio do ano de exercício da declaração até o mês anterior ao pagamento, mais 1% no mês 
do depósito. Uma vez encaminhado ao banco, o valor da restituição não sofrerá atualizações, 
independentemente da data em que o contribuinte receba a restituição. 
4.4.8. MALHA FINA 
De acordo Nogueira (2014), Malha Fiscal mais conhecida pelos contribuintes como 
“Malha Fina”, é uma verificação de pendências da Declaração do Imposto de Renda. As 
Declarações são analisadas e sendo selecionadas aquelas que possuem alguma irregularidade, 
erro de preenchimento e alguma omissão. 
Corroborando, Bentemuller (2010) informa que o termo malha fina é uma abstração ao 
processo de verificação de inconsistências da declaração do imposto IRPF e IRPJ, agindo como 
uma espécie de "peneira" para os processos de declarações que estão com alguma pendência, 
impossibilitando a sua restituição, e em alguns casos resultando investigação mais aprofundada 
sobre o contribuinte declarador por parte da Receita Federal. 
Nogueira (2014), informa que esse processo de verificação é feito através de cruzamento 
das informações declaradas pelo próprio contribuinte, instituições bancarias e até mesmo os 
estabelecimentos comerciais. Ao encontrar um problema, o sistema analisa a declaração 
profundamente, a fim de chamar o contribuinte para correções ou abrir uma investigação. Os 
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contribuintes que forem identificados com algum tipo de pendência em sua declaração, serão 
intimados ou notificados pela Receita e terão que prestar alguns esclarecimentos e apresentar 
alguns documentos. 
Segundo Martins (2018), o primeiro passo para verificação é o contribuinte criar um 
código de acesso do E-CAC, ou acessar por meio de certificado digital o extrato de sua 
declaração para saber se a declaração foi retida. No extrato ele consegue saber quais são as 
pendências ou inconsistências foram encontradas pelo Fisco em sua declaração. O autor ressalta 
que caso o contribuinte não possua certificado digital para poder gerar o código de acesso ele 
precisará dos números de recibos de entregas das duas últimas declarações. 
Bentemuller (2010) explica que ao contrário do que muitos pensam, cair na Malha Fiscal 
da Declaração de Ajuste Anual da Pessoa Física, comumente conhecida como “Malha Fina”, 
não significa que o contribuinte cometeu um crime. Muitas vezes apenas a apresentação de 
documentos e esclarecimentos são suficientes para fazer a retificação da declaração e resolver 
as pendências, porém, casos mais graves podem ocasionar em multas ao declarante. 
Martins (2018) ressalta que o contribuinte poderá retificar somente os lançamentos, não 
poderá alterar o modelo de sua declaração, simplificado permanecerá simplificado o mesmo 
serve para o modelo completo. 
De acordo com a Receita Federal (2020), ao receber a intimação o contribuinte deverá 
ler atentamente as instruções do Termo de Intimação Fiscal, observando os documentos do qual 
ele deverá apresentar e principalmente o prazo estipulado para apresentação. Depois de ler 
atentamente a Intimação, o contribuinte deverá pegar toda a documentação exigida tirar cópia 
para levar no dia que for apresentar os documentos junto com os originais. Para apresentar a 
documentação o contribuinte deverá preencher o termo de atendimento disponibilizado no 
sistema e-defesa no site da Receita Federal, sendo assinado pelo próprio contribuinte ou pelo 
procurador (Brasil, 2020). 
A Receita Federal (2020) informa que o contribuinte que receber uma Notificação de 
Lançamento deve ler atentamente a mesma atentando-se as infrações, objeto do lançamento e 
principalmente ao prazo. Existem 3 possibilidades que o contribuinte deve ficar ciente ao 
receber a notificação: 
→ Realizando o pagamento a vista dentro do prazo de 30 dias, o contribuinte receberá 
um desconto de 50% no valor da multa de oficio; 
→ Em caso de parcelamento, a redução da multa de oficio cairá em 40%. 
→ O contribuinte poderá apresentar a SRL (solicitação de retificação de 
lançamento/impugnação, caso ele não concorde com a notificação. Vale lembrar que 
a SRL/Impugnação caso ela seja feita dentro do prazo de 30 dias a contar do 
recebimento da notificação o recurso se torna tempestivo, ou seja, a cobrança da 
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notificação se congela até que seja analisado o recurso. Caso o recurso seja 
intempestivo, a cobrança continua normal podendo o contribuinte ir para a dívida ativa 
e tudo mais, porém se ao final da análise for aceito o recurso, a pendência é retirada 
(Brasil, 2020). 
A Receita Federal (2020) informa que caso o contribuinte perceba que sua declaração 
foi enviada com algum erro ou incompleta, a correção poderá feita pelo mesmo sistema. Caso 
já tenha passado do prazo de entrega da declaração, a retificação poderá ser feita no prazo de 
até 5 anos depois, desde que não esteja em procedimento de fiscalização. 
Para poder mudar a forma de tributação da declaração somente poderá ser feito esse 
processo caso ainda esteja no prazo de entrega, ou seja, passado o prazo se o contribuinte 
declarou no modelo completo o mesmo deverá ser mantido e vice e versa para o modelo 
simplificado. 
Nogueira (2014) informa que a retificação on-line será disponibilizada somente pelo 
atendimento virtual E-CAC, depois que o prazo de entrega da declaração se esgotar. 
Finalizando, o autor esclarece que a Receita Federal tem um prazo fixado na legislação 
de até 5 anos para poder intimar o contribuinte de alguma forma, se em 5 anos não ocorrer a 
intimação o processo da declaração deve seguir o fluxo para finalizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O presente trabalho teve como objetivo apresentar a organização Mercado Livre, onde 
o Estágio Curricular foi executado, descrevendo informações que pudessem dar luz as diretrizes 
organizacionais da mesma e sua estrutura no mercado brasileiro. 
O tema de Imposto de Renda Pessoa Física foi escolhido pela aluna, através da ideia de 
que a emissão de NFs e documentos de serviços é um ciclo. Os terceiros compram dos parceiros 
do mercado Livre e recebem nota fiscal do produto, em contrapartida o Mercado livre emite 
NFs contra esses parceiros e no momento de executar a Declaração Anual do imposto de renda 
de pessoas físicas e jurídicas todas essas NFs transformam-se em documentos comprobatórios 
para a Declaração, criando um elo. Se por ventura, alguém dessa cadeia deixar de mensurar em 
sua declaração esse ciclo, pode haver divergências nas informações levadas ao fisco para um 
desses contribuintes, o que acaba por gerar a pendência na Malha Fiscal, que foi mencionada 
na fundamentação teórica apresentada, logo, saber a importância de fazer a declaração tornou-
se um tema relevante a ser esclarecido por meio desse relatório de Estágio. 
Para a pesquisa foram utilizados elementos bibliográficos, que deram embasamento as 
informações e levantamento das hipóteses para solução do problema. 
No presente trabalho, foi possível compreender não só a importância de declarar o 
imposto de renda pessoa física para o contribuinte, que recebe as vantagens de restituição de 
pagamento excessivos de impostos em conta e até mesmo mantém a regularidade do CPF, o 
que deixa o contribuinte com pontos positivos perante ao Governo para participar de programas 
e demais eventos que esse venha a oferecer, como é o caso que estamos presenciando das 
pessoas que necessitam receber o auxílio emergencial por conta da COVID-19, mas também 
que os recursos angariados desse imposto são destinados a melhorias que vão beneficiar a 
sociedade como um todo e até mesmo os mais necessitados que dependem do Governo para 
sobreviver, logo, quanto maior for a quantidade de contribuintes fazendo as declarações no 
prazo, maior será os recursos a serem destinadospara serviços públicos de qualidade para os 
cidadãos. 
Apesar de focar na Pessoa Física, fica evidente que a mesma depende da pessoa jurídica 
para disponibilizar os documentos que comprovam que o contribuinte fez transações legais e 
pagou os devidos impostos por produtos e serviços e nesse aspecto, é possível afirmar que a 
organização onde o estágio foi realizado emite e entrega todos esses documentos aos parceiros, 
deixando as informações todas em dia para que no momento em que o contribuinte for fazer 
sua declaração, possa incluir as transações com facilidade, evitando problemas com pendências. 
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REFERÊNCIAS 
BENTEMULLER, William. Imposto de Renda, Não Caia na Malha Fina. 1ª ed. São Paulo: Livre 
Expressão. 2010. 
BRASIL. Site da Receita Federal. IRPF Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas. Disponível 
em: <http://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/tributos/irpf-imposto-de-renda-pessoa-fisica>. 
Acesso em: 02/04/2020. 
CASSONE, Vittorio. Direito tributário . 28ª ed. São Paulo: Atlas. 2018. 
CREPALDI, Silvio Aparecido e CREPALDI, Guilherme Simões. Direito tributário: teoria e 
prática. 3ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011. 
FONSECA, Fernando Daniel de Moura. Imposto sobre a renda - uma proposta de diálogo com a 
contabilidade. 1ª ed. Minas Gerais: Fórum, 2018. 
MARTINS, Alexandre. Aprenda a Declarar Seu Imposto de Renda. 1ª ed. São Paulo: Clube dos 
Autores. 2018. 
NÓBREGA, Cristóvão Barcelos – Auditor Fiscal da Receita Federal. História do Imposto de Renda 
no Brasil – Enfoque da Pessoa Física 1922 a 2013. Edição de 2014. Disponível em: https://www. 
ibet.com.br/wp-content/uploads/2016/05/Imp.-Renda.pdf. Acesso em: 03/04/2020. 
PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de contabilidade tributária. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2017. 
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

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