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AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO TOMBO CLAUDINE 3712 (3)

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 NIES – Núcleo das Instituições de Ensino Superior 
 	
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA _____ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE FORTALEZA – CEARÁ.
AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO 
Constituição Federal de 1988, art. 98: O número de defensores públicos na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda pelo serviço da Defensoria Pública e à respectiva população.
§ 1º No prazo de 8 (oito) anos, a União, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com defensores públicos em todas as unidades jurisdicionais, observado o disposto no caput deste artigo.
§ 2º Durante o decurso do prazo previsto no § 1º deste artigo, a lotação dos defensores públicos ocorrerá, prioritariamente, atendendo as regiões com maiores índices de exclusão social e adensamento populacional."
ANA PAULA BRITO DE CASTRO, brasileira, casada, VENDEDORA, portadora do RG nº 200.000.24338-950 SSP/CE, CPF nº 068. 515.073-06, filiação: , residente na Rua 06 casa N 1550 , bairro: mondubim CEP: 60.752.360, Fortaleza, Ceará, tel. sem endereço eletrônico, vem por intermédio da Defensoria Pública do Estado do Ceará, representado(a) pelo Defensor Público que ao final subscreve, perante Vossa Excelência, propor AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO em face de RAIMUNDO BARBOSA DE CASTRO, brasileiro, casado, portador do RG nº 93002248565, residente e domiciliado à rua Acapulco, n 162 A , Cep: 60742.000 BAIRRO: Itapery, filiação: pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Inicialmente, requer os benefícios da gratuidade da justiça na sua integralidade, com esteio nos incisos I a IX, do §1º do art. 98, face sua insuficiência de recursos, consoante termo de declaração de responsabilidade e de hipossuficiência acostado, não tendo a mínima condição de arcar com o pagamento das custas, despesas processuais e os honorários advocatícios, conforme reza o art. 98 e 99, do Código de Processo Civil, indicando a Defensoria Pública do Estado do Ceará – DPGE/CE para o patrocínio da causa.
DA INEXISTÊNCIA DE E-MAIL
A parte Autora informou não possuir endereço eletrônico, destarte, não há infringência ao inciso II, na forma do § 3º do art. 319 do Código de Processo Civil.
No que tange ao e-mail do Defensor Signatário, requer que as intimações pessoais aos defensores com atuação na unidade judiciária premaneçam sendo encaminhadas ao Portal E-SAJ. Desta forma, deixa de informar na iniciak o e-mail da Peticionária.
DA QUALIFICAÇÃO DA PARTE CONTRÁRIA
Considerando que a Parte Autora não dispõe de todas as informações acerca da parte Ex-Adversa, requer, com fundamento no art. 319, §1º do Codex, seja oficiado ao INSS para informar o Cadastro Nacional de Informações Sociais, Receita Federal, INFOSEG, INFOJUD, SIEL.
DA AUSÊNCIA DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS
À luz do que dispõe o art. 976 do Código de Processo Civil, vale afirmar ao Douto Julgador que o caso em tela não se trata de uma demanda repetitiva, nem configura um risco de ofensa à isonomia e nem à segurança jurídica. 
DA COMPETÊNCIA
Informa que a ação está se processando perante o juízo competente por força do artigo 53, I, b, do CPC, posto que o último domicílio do casal fora nesta capital.
DAS RAZÕES DE FATO
A Autora se casou com o réu em 13/09/2003, sob o regime da comunhão parcial de bens, conforme comprova certidão de casamento anexa.
Durante o casamento, os cônjuges não adquiriram bens a serem partilhados, bem como não tiveram filhos em comum.
Ocorre que, tendo se tornado impossível a vida conjugal, as partes estão separadas de fato há mais de dois anos, não havendo possibilidade de reconciliação, razão pela qual, amparada pelo artigo 226, parágrafo 6º da Constituição Federal, Lei 6.515/77, e demais dispositivos legais pertinentes, manifesta a requerente, perante Vossa Excelência, a intenção de se divorciar do requerido.
DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DOS PEDIDOS
O casamento é um ato jurídico solene, estabelecido entre duas pessoas, capazes e habilitadas, conforme à lei, pela união de vontades, com finalidade de estabelecer comunhão plena de vida e instituindo a ele um regime de bens.
	No entanto, quando os laços entre o casal são extintos e a convivência torna-se inviável, a Constituição Federal de 1988 e o Código Civil de 2002 asseguram a proteção à família através da dissolução da sociedade conjugal pelo divórcio, conforme art. 226, §6º modificado pela EC 66/10 e art. 1.571, IV respectivamente:
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (grifo nosso)
Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:
IV - pelo divórcio.
 		O divorcio é um instituto do direito de família que dissolve o vinculo conjugal por manifestação de vontade de um ou de ambos os cônjuges, extinguindo assim, qualquer obrigação entre os mesmo e habilitando-os a contrair novas núpcias. Conforme define GAGLIANO & PAMPLONA FILHO:
“O divórcio é a medida dissolutória do vínculo matrimonial válido, importando, por consequência, a extinção de deveres conjugais. Trata-se, no vigente ordenamento jurídico brasileiro, de uma forma voluntária de extinção da relação conjugal, sem causa específica, decorrente de simples manifestação de vontade de um ou ambos os cônjuges, apta a permitir, por consequência, a constituição de novos vínculos matrimoniais.”[�]
 		O casal já esta separado de fato há mais de dois anos, não havendo interesse de ambas as partes na reconciliação. Por este motivo, a requerente deseja por fim à sociedade conjugal, conforme preconiza o art. Art. 1.582 do Código Civil de 2002 e art. 24 da Lei 6.515 [�]:
Art. 1.582. O pedido de divórcio somente competirá aos cônjuges.
Art. 24 - O divórcio põe termo ao casamento e aos efeitos civis do matrimônio religioso.
Parágrafo único - O pedido somente competirá aos cônjuges, podendo, contudo, ser exercido, em caso de incapacidade, por curador, ascendente ou irmão.
 		Neste sentido Paulo Lôbo preleciona:
“O divorcio judicial litigioso se caracteriza pela ausência de acordo dos cônjuges sobre a própria separação (um quer, outro não) ou sobre alguma ou todas as questões essenciais, que são potencialmente conflituosas.”[�]
 		Com a Emenda Constitucional nº 66 de 2010, não é mais necessário que o casal esteja previamente separado de fato por mais de 2 (dois) anos para que se possa pleitear uma ação de divorcio. Neste sentido, Maria Berenice Dias preleciona: 
“Com a aprovação da EC 66/2010, a separação desapareceu do sistema jurídico. Ainda que permaneçam no Código Civil os dispositivos que regiam o instituto (art. 1.571 a 1.578), tal não significa que persista a possibilidade de alguém buscar somente o “termino” do casamento, quer judicial quer extrajudicialmente. Agora só é possível pleitear a dissolução do casamento via divórcio.”[�]
 		Dispõe assim a EC nº 66/2010:
Dá nova redação ao §6º do art. 226 da Constituição Federal, que dispõe sobre a dissolubilidade do casamento civil pelo divórcio, suprimindo o requisito de prévia separação judicial por mais de 1 (um) ano ou de comprovada separação de fato por mais de 2 (dois) anos.
Art. 1º O § 6º do art. 226 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 226. [...]
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio."(NR) (grifo nosso)
 		A respeito do assunto, os Tribunais de Justiça do Rio Grande do Sul e Minas Gerais julgaram:
APELAÇÃO CIVEL. AÇÃO DE DIVORCIO LITIGIOSO. APLICAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 66/2010. A Emenda Constitucional n. 66/2010 deu nova redação ao § 6º do art. 226 da Constituição Federal estabelecendo que "O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio", suprimindo os requisitos de prévia separação judicial por mais de um ano ou de separação de fato por mais de dois anos. Possibilidade de dissolução do casamento pelo divórcio independente de prazode separação prévia do casal. PARTILHA DE BENS. Devem ser partilhados em 50% para cada um dos divorciandos os bens móveis e os direitos e ações porventura existentes sobre o imóvel. ALIMENTOS. Tratando-se de alimentos, deve-se observar o binômio alimentar de forma que atenda as necessidades dos alimentandos sem onerar em demasia o alimentante, consoante art. 1.694, § 1º, CC. Manutenção da sentença que determinou a obrigação em 20% dos rendimentos do apelante. Apelação parcialmente provida. (Apelação Cível Nº 70045169091, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís Dall\'Agnol, Julgado em 11/04/2012)
 		Diante o exposto, é notório que o pedido formulado é juridicamente possível.
REQUERIMENTOS
	Face ao exposto, requer a Vossa Excelência:
O deferimento do pedido de gratuidade da justiça, nos termos da declaração em anexo;
Citação do requerido para comparecer à audiência de mediação, sob pena de responder pela multa prevista no § 8º do artigo 334 do CPC;
A retificação do nome da autora, retornando ao nome de solteira, qual seja: Maria do Socorro Ferreira Jorge.
Expedir, após o trânsito em julgado, os competentes mandados de averbação e de inscrição da sentença ao Cartório Alencar Araripe localizado na Avenida Mister Hull, 4965, bairro Antônio Bezerra, Fortaleza-Ce, para que proceda às alterações necessárias junto ao assento do casamento das partes, com isenção de custas; 
A produção de todos os meios de prova admitidos em direito, depoimento pessoal do Réu, sob pena de confesso, ouvida de testemunhas, cujo rol segue anexo, juntada de documentos em prova e contraprova;
A intimação pessoal da autora para comparecer às audiências designadas pelo Juízo, nos termos do artigo 186, § 2º do CPC, sob pena de nulidade do ato;
A condenação do Requerido nas custas processuais e nos honorários advocatícios de sucumbência, artigo 85, parágrafo 2o, do CPC, sendo que estes deverão ser depositados no Fundo de Apoio e Aparelhamento da Defensoria Pública do Estado do Ceará – FAADEP (Caixa – Agência 0919 - Conta Corrente nº 702.833-0).
Se porventura houver reconhecimento jurídico do pedido ou mediação exitosa, requer a fixação dos honorários de sucumbência nos termos do § 4 do artigo 90 do CPC.
Dá-se à causa o valor de R$ 100,00 (cem reais), para fins fiscais.
	
Nestes termos, pede deferimento.
Fortaleza, 24 de janeiro de 2017. 
....................................................
Defensor Público Estadual
Matrícula DPGE/CE n. 
	
�	 GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo, Novo curso de direito civil: direito de família. v. 6, São Paulo: Saraiva, 2013, p. 522
�	 Lei do Divórcio
�	 LÔBO, Paulo. Direito Civil: Família. 4. ed. São Paulo. Saraiva, 2011, p. 155.
�	 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9 ed. São Paulo. Revista dos Tribunais, 2013, p. 672.
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