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Dos Pré-Socráticos aos Sofistas

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A Escola Jônica ou Milésia
Teve início com Tales que viveu, provavelmente, entre anos de 624 e 548-5 a.C. 
Segundo Tales, o arché seria a água. À Tales são atribuídos alguns feitos curiosos: o cálculo de um eclipse, em 586 a.C; a previsão de uma super colheita de azeitonas... Afirmava que todas as coisas estão cheias de deuses.
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Anaximandro
 Teria nascido em 612 a.C – e vivido, portanto, entre os séculos VII a.C e VI a.C. 
Para Anaximandro o Arché era o Apeiron, definido por ele como “o Ilimitado”. Foi cartógrafo e chefiou uma das colônias milésias durante sua invasão pelos persas. Criou um sistema de explicação cosmológica complexo, segundo o qual, a Terra teria um formato cilíndrico. Os astros seriam provenientes de “furos” localizados em círculos incandescentes que girariam em torno da Terra. 
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Anaxímenes
Viveu no século VI a.C. Segundo ele, o Arché seria o ar. Acreditava que a alma era feita de ar e que o ar, mais rarefeito ou mais condensado, era a substância básica da qual tinham se originado todas as coisas.
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Heráclito de Éfeso
Sua teoria floresceu por volta de 500 a.C. Vários fragmentos de seus textos sobreviveram e são citados por Aristóteles e Platão. 
Mileto foi destruída pelos persas em 492 a.C, mais as idéias dos discípulos de Tales sobreviveram e provavelmente influenciaram Heráclito na vizinha Éfeso. 
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Segundo Heráclito, o Arché seria o Fogo, pela idéia de movimento que representa. 
Acreditava no fluxo da eterna mudança e no equilíbrio da oposição entre os contrários como a força motriz do dinamismo do universo. Exemplos: arco e flecha, para que a flecha seja arremessada para a frente o arco tem que ser envergado para trás.
“Entramos e não entramos no mesmo rio, somos e não somos”.
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Os Eleáticos
Parmênides – 515 – 450 a.C. Auge: 480 a.C. Foi discípulo de Pitágoras. Acreditava que toda mudança é ilusória, pois mudança implica transformação e algo que é não pode mudar. A realidade era tida pois como imutável, estática, cuja essência era a individualidade divina do Eon (ou Ser), uma Plenitude Estática.
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Eon não foi criado nem veio do nada. Pensavam ser os movimentos e transformações incompatíveis com a perfeição do ser (esférico, homogêneo, finito) acreditando que as mesmas não passassem de ilusões dos sentidos. Exemplos: paradoxos de Zenão (discípulo de Parmênides, n. 490 a.C, f. 460 a.C) a flecha e a corrida entre Aquiles e a tartaruga.
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Os Pitagóricos
Pitágoras nasceu entre 585 e 565 a.C na ilha de Samos. Filho de joalheiros – percepção da associação entre a proporção das formas geométricas na composição da beleza. Estudou com Anaximandro. Viajou por toda a Grécia, Ásia Egito. Acredita-se que assimilou a matemática babilônica e o misticismo das religiões orientais. Foi fortemente influenciado pelo orfismo.
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Fundou uma seita em Crotona (530 a.C), mas teve seus membros expulsos ou mortos e por volta de 492 a.C muda-se para Metaponto. Mulheres e homens participavam em pé de igualdade e eram exortados a não comerem carne e nem se aproximarem de açougueiros. Acreditavam na metempsicose.
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Idéia central – a partir da verificação da relação entre intervalos musicais e proporções numéricas simples percebeu que a noção de beleza, harmonia e perfeição estava associada à matemática e desenvolveu uma relação entre o misticismo e a matemática. 
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Acreditava que tudo é número, que há relações numéricas entre todos os aspectos da vida e da natureza. Se as coisas possuem formas que podem ser apreendidas matematicamente logo os números revelam a essência das coisas, há um código numérico através do qual foi criado o universo. 
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Os números aproximam a razão humana da mente divina, daí o objetivo: atingir um estado catártico de purificação da alma, uma intoxicação do expírito pela beleza dos números. Ex. 10 – tetraktys (numero sacro).
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Escola da Pluralidade- Atomistas
Leucipo (não se sabe ao certo sua naturalidade – Eléia, Mileto ou Trácia) atingiu o ápice entre 450 e 420 a.C. Foi pupilo de Zenão e precursor da teoria atomística aperfeiçoada por seu discípulo Demócrito (Trácia – 460/370a.C).
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Idéia central do atomismo grego: a mutação não é incompatível com a noção de essência imutável do Ser. O mundo é composto por Átomos (o que não pode ser dividido) – que são infinitos e de infinitas formas, inertes e densos – sempre existiram. Movem-se no vazio e às vezes sofrem coalisões entre si o que faz com que átomos de formas aproximadas se unam formando estruturas mais complexas (os elementos à nossa volta). Todo o universo e até a alma seriam feitos de átomos.
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Empédocles – natural de Agrigento – floresceu por volta de 444/441 a.C.
 Fixou os quatro elementos materiais a partir dos quais se originou o Universo: água, terra, fogo e ar; e o amor e a discórdia como causas eficientes.
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Os Sofistas
À época de Demócrito (século V a.C) florescia em Atenas uma espécie de sábio cujo interesse, diferentemente dos cosmologistas das colônias gregas, centrava-se no nomos, na vida em comunidade, no bom desempenho político do ciadão da pólis. A esse grupo deu-se o nome de sofistas, palavra oriunda de sophós (sábio).
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Assim como sobre os filósofos da natureza, o que chegou até nós do pensamento e prática sofística foram fragmentos presentes, sobretudo, nos textos de Platão.
Como este não era muito simpático aos sofistas não se pode deixar de considerar um certo tom de preconceito quando se percebe a caracterização deles feita pelo filósofo.
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Em Platão, os sofistas aparecem como interesseiros, utilizando o dom da retórica e a oratória para convencer os cidadãos de qualquer coisa e ensinando essa prática com o intuito de apregoar um “se dar bem” no meio político; cobrando por isso, enriquecendo, sem maiores preocupações com o Ser , a Verdade e o Conhecimento.
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Apesar de todo o preconceito, é importante destacar: o que os jovens aristocráticos de Atenas procuram nos ensinamentos sofísticos era a ereté, elemento fundamental para se tornar um cidadão de sucesso, fosse nos negócios ou na vida pública. 
Daí a sua fama de conseguirem, através da oratória, convencer qualquer pessoa de qualquer coisa, utilizando-se, para isso, de bons argumentos e de persuasão, nem sempre se importando se o resultado do debate fosse a verdade e o esclarecimento.
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Talvez isso se devesse a um certo pessimismo que os sofistas alimentavam quanto ao conhecimento. Um dos mais famosos – Protágoras – teria dito: “O Homem é a medida de todas as coisas” afirmando a subjetividade do conhecimento que varia de acordo com os interesses e a percepções de cada um. Negava que existisse a verdade, somente opiniões – melhores ou piores – jamais falsas ou verdadeiras.
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Os sofistas mais importantes foram:Protágoras de Abdera (c. 480-410 a.C) – conhecido por seu relativismo em matéria de conhecimento; Górgias de Leôncio (483-375 a.C) – mestre em retórica e Hípias de Elis, (séc. V-IV a.C) famoso por sua polimatia.

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