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171108 Civil IV Material AV2

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1. Perda da posse: 
 
(p.41) Para a aquisição da posse, a legislação brasileira não exige o exercício efetivo dos poderes por parte 
do titular, mas a mera possibilidade de tal exercício (art. 1.204). O Código Civil não consigna um rol, nem ao 
menos exemplificativo, de formas de aquisição da posse porque o modo de aquisição não influencia a 
caracterização da posse nem a proteção possessória, razão pela qual a legislação preocupou-se em 
estabelecer apenas o momento em que tal direito surge. 
 
Pode adquirir a posse o próprio possuidor ou o seu representante, bem como o terceiro sem mandato, 
dependendo de ratificação (art. 1.205, do CC). 
A posse poderá ser adquirida por transmissão, tanto por transmissão causa mortis como por ato inter vivos. 
 
Finalmente, perde-se a posse quando se torna impossível a continuação do exercício do poder 
correspondente (art. 1.223 do CC). Pode haver a perda da posse direta ou indireta, de forma voluntária ou 
involuntária. Perdida a posse em razão de esbulho, nada impede que a vítima requeira a proteção 
possessória. O art. 1.224 do CC consigna uma proteção em relação à posse do ausente, só sendo 
considerada perdida quando o ausente, ao receber notícia do esbulho, se abstém de retomar a coisa, ou, 
tentando recuperá-la, é violentamente repelido. 
 
 
 
2. Consequências da posse de boa-fé e de má-fé: 
 
(p.32) Classificação quanto aos vícios subjetivos da posse (art. 1.201 do Código Civil) 
Em conformidade com o art. 1.201, Caput, do CC, “É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o 
obstáculo que impede a aquisição da coisa”. Consequentemente, em relação aos vícios subjetivos da 
posse, a posse pode ser classificada em: 
 
Posse de boa-fé – é aquela que não contém vício objetivo ou obstáculo na aquisição ou, ainda, caso exista 
um vício ou obstáculo que impeça a aquisição, o possuidor não tem ciência destes. 
 
Posse de má-fé – para a caracterização da posse de má-fé, exige-se a reunião de dois elementos: o 
elemento objetivo – a existência de vício ou obstáculo na aquisição – e o elemento subjetivo – o 
conhecimento a respeito da existência dos mesmos. 
 
A posse só será considerada de boa-fé na hipótese do desconhecimento a respeito da existência dos 
elementos objetivos ser desculpável. O fato de a posse ser classificada como de boa-fé não implica que 
seja necessariamente justa, assim como a posse de má-fé não será sempre injusta. 
 
Sendo assim, há posse de boa-fé e injusta, por exemplo, daquele que adquire um determinado bem sem 
saber que o alienante o adquiriu em razão da prática do vício da precariedade. E existe posse de má-fé e 
justa, podendo ser citado o caso do tutor que, mesmo diante do impedimento legal previsto no art. 1.749 do 
CC, adquire bens do menor tutelado. 
 
Nos termos do art. 1.201, parágrafo único, “O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, 
salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção”. No entendimento do 
enunciado 303 das jornadas de direito deve-se considerar como justo título para presunção relativa da boa-
fé do possuidor o justo motivo que lhe autoriza a aquisição derivada da posse, esteja ou não materializado 
em instrumento público ou particular. 
 
Isso posto, deve o juiz fazer uma análise do caso concreto, a fim de investigar se para aquele possuidor o 
documento apresentado, ainda que sem obedecer a requisitos formais, seria suficiente para gerar a 
convicção de que a coisa possuída de direito lhe pertence. 
 
 
 
3. Condomínio: 
 
(p.106) O condomínio é uma espécie do gênero comunhão, consistindo em uma comunhão de propriedade, 
não se tratando de uma nova espécie de direito real. Assim, para se falar em condomínio, faz-se necessária 
a presença de dois ou mais titulares do direito de propriedade sobre o mesmo bem. 
 
Apesar do exercício do direito de propriedade se dar de forma compartilhada, o condomínio não representa 
uma exceção ao princípio da exclusividade, característico dos direitos reais. Segundo o princípio da 
exclusividade, sobre o mesmo bem ao mesmo tempo não pode haver a incidência de dois direitos reais de 
igual conteúdo. Logo, sobre o mesmo bem ao mesmo tempo só poderá incidir um único direito de 
propriedade. 
 
No condomínio, há uma pluralidade de sujeitos – dois ou mais proprietários – compartilhando o exercício de 
um único direito de propriedade. Cada condômino possui cotas abstratas da coisa, exercendo poderes 
sobre todo o bem, tornando-se donos de cada parte e do todo simultaneamente. Portanto, há apenas um 
direito de propriedade com vários titulares, o que não afasta a incidência do princípio da exclusividade. 
 
Para justificar a natureza jurídica do condomínio, aplica-se a teoria da propriedade integral. De acordo com 
essa teoria, cada condômino tem propriedade sobre a coisa toda, exercendo perante terceiros o domínio na 
integralidade. Contudo, entre os próprios condôminos, cada um é limitado pelo outro, delimitados pelos 
direitos dos demais consortes, na medida de suas partes ideais, no caso do condomínio pro indiviso. 
 
O condomínio pode ser classificado segundo a sua forma como condomínio pro diviso e condomínio pro 
indiviso. O condomínio pro diviso só existe de direito, havendo mera aparência de condomínio, haja vista 
que cada consorte localiza-se fisicamente na coisa, exercendo sobre sua fração poderes como dono 
exclusivo da porção ocupada. 
 
No condomínio pro indiviso a indivisão é de fato e de direito, estando a coisa indivisa e não estando os 
condôminos localizados em partes certas e determinadas da coisa. O direito brasileiro contempla duas 
espécies de condomínio: o condomínio geral e o condomínio edilício. A seguir, estudaremos os tipos e 
características do condomínio geral. 
 
3.1 Direitos do condômino 
 
(p.108) Acerca dos direitos dos condôminos, o art. 1.314 do CC dispõe que “Cada condômino pode usar da 
coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-
la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la”. 
 
Esse artigo consagra a teoria da propriedade integral, já mencionada anteriormente, garantindo aos 
condôminos o direito de usar a coisa, desde que não exclua a mesma possibilidade dos demais consortes, 
surgindo em decorrência de tal uso, o ônus de conservar o bem. Ressalte-se que, por força do parágrafo 
único do art. 1.314, por mais que o condômino tenha o direito de usar a coisa, ele não poderá alterar a 
destinação da coisa comum nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos sem o consentimento dos demais 
consortes. 
 
Terá direito, ainda, de proteger a coisa comum contra terceiros, podendo reivindicá-la ou defender a sua 
posse em face de terceiros, haja vista que perante estes o condômino exerce o domínio em sua 
integralidade. 
 
Além disso, é direito do condômino alhear a sua parte ideal, sem a necessária anuência dos demais, 
apenas garantindo, nos termos do art. 504 do CC, a possibilidade de exercício do direito de preferência ou 
de prelação. Tem também o condômino o direito de gravar a sua parte indivisa com ônus reais; assim, ele 
poderá dar como garantia de uma dívida, em penhor ou hipoteca, a sua fração ideal sobre a coisa. Quando 
não há disposição expressa estabelecendo a fração ideal de cada condômino, o parágrafo único do art. 
1.315 prevê que serão presumidas iguais. 
 
O condômino não tem apenas direitos em relação à coisa, mas de sua propriedade também decorrem 
obrigações, conforme disciplina o art. 1.315 do CC: “O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a 
concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita”. 
Só se eximindo o condômino de tal obrigação na hipótese disciplina no art. 1.316, caso renuncie à sua parte 
ideal. 
 
O condôminotem ainda a obrigação de responder pelas dívidas contraídas. Em conformidade com o art. 
1.317, quando a dívida tiver sido contraída por todos os condôminos, sem se discriminar a parte de cada um 
na obrigação, nem se estipular solidariedade, cada qual responderá proporcionalmente segundo o seu 
quinhão na coisa comum. 
 
 
3.2 Condomínio não edilício, mas de forma geral 
 
???? 
 
 
 
3.3 O que pode fazer com sua fração ideal 
 
(p.108) Acerca dos direitos dos condôminos, o art. 1.314 do CC dispõe que “Cada condômino pode usar da 
coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-
la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la”. 
 
Esse artigo consagra a teoria da propriedade integral, já mencionada anteriormente, garantindo aos 
condôminos o direito de usar a coisa, desde que não exclua a mesma possibilidade dos demais consortes, 
surgindo em decorrência de tal uso, o ônus de conservar o bem. Ressalte-se que, por força do parágrafo 
único do art. 1.314, por mais que o condômino tenha o direito de usar a coisa, ele não poderá alterar a 
destinação da coisa comum nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos sem o consentimento dos demais 
consortes. 
 
Terá direito, ainda, de proteger a coisa comum contra terceiros, podendo reivindicá-la ou defender a sua 
posse em face de terceiros, haja vista que perante estes o condômino exerce o domínio em sua 
integralidade. 
 
Além disso, é direito do condômino alhear a sua parte ideal, sem a necessária anuência dos demais, 
apenas garantindo, nos termos do art. 504 do CC, a possibilidade de exercício do direito de preferência ou 
de prelação. Tem também o condômino o direito de gravar a sua parte indivisa com ônus reais; assim, ele 
poderá dar como garantia de uma dívida, em penhor ou hipoteca, a sua fração ideal sobre a coisa. 
 
Quando não há disposição expressa estabelecendo a fração ideal de cada condômino, o parágrafo único do 
art. 1.315 prevê que serão presumidas iguais. O condômino não tem apenas direitos em relação à coisa, 
mas de sua propriedade também decorrem obrigações, conforme disciplina o art. 1.315 do CC: “O 
condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de conservação ou divisão 
da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita”. Só se eximindo o condômino de tal obrigação na 
hipótese disciplina no art. 1.316, caso renuncie à sua parte ideal. 
 
 
4. Usucapião: 
 
(p.66) Usucapião é uma palavra formada por dois termos em latim, usus, que quer dizer uso, e capionem, 
que significa aquisição. O usucapião é forma originária de aquisição de direito reais que decorre do uso 
contínuo da coisa. Assim, não só a propriedade poderá ser adquirida por usucapião, mas também outros 
direitos reais (por exemplo, o direito real de servidão). O objetivo de se requerer o reconhecimento do direito 
de usucapião pelo possuidor é transformar o seu estado de fato (posse) em um estado de direito 
(propriedade ou outros direitos reais). 
 
No que tange à aquisição de propriedade, por ser o usucapião forma de aquisição originária, não haverá a 
cobrança de ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis) ou ITCD (Imposto sobre Transmissão Causa 
Mortis ou Doação), tendo em vista que não haverá a incidência do fato gerador de tais tributos, qual seja, a 
transmissão de propriedade. Ademais, pelo mesmo motivo, o usucapiente receberá a coisa livre de vícios e 
de ônus (não subsistindo, portanto, gravames como a hipoteca, a servidão, perante o adquirente), haja vista 
que a aquisição originária inaugura uma nova posse, isenta de vícios e de ônus. 
 
Em relação à aquisição da propriedade imóvel, a legislação brasileira contempla seis espécies de 
usucapião: usucapião extraordinário; usucapião ordinário; usucapião rural; usucapião urbano; usucapião 
urbano coletivo; usucapião urbano familiar ou matrimonial. 
 
(p.67) Os requisitos essenciais para se usucapir a propriedade de um bem imóvel são os seguintes: 
idoneidade do bem a ser usucapido, tempo, posse mansa, pacífica e contínua, e o animus domini. A 
idoneidade do bem para fins de usucapião não se trata de requisito expresso nos artigos que versam sobre 
o tema, mas é um requisito implícito, haja vista que só será admitida a aquisição de propriedade por 
usucapião daqueles bens em relação aos quais não haja nenhuma vedação legal quanto a este tipo de 
aquisição. 
 
Portanto, é mais fácil citar os bens que não gozam dessa idoneidade, tais como: bens públicos, conforme 
previsto no art. 102 do CC e nos arts. 183, §3º, e 191, parágrafo único, da Constituição Federal; e bens 
achados fora do comércio, tendo em vista que a sua alienação é vedada e, consequentemente, também 
não poderão ser adquiridos por usucapião. 
 
4.1 Sucessão da posse, posse herdada pode ser usucapida? 
 
(p.73) A accessio possessionis – possibilidade de aproveitamento da posse do antecessor – de que trata o 
art. 1.243, primeira parte, do Código Civil, não encontra aplicabilidade relativamente aos arts. 1.239 e 1.240 
do mesmo diploma legal, em face da normatividade do usucapião constitucional urbano e rural, arts. 183 e 
191, respectivamente, em conformidade com o constante no Enunciado nº 317 das Jornadas de Direito 
Civil. 
 
Aplica-se, no entanto, tal possibilidade no que concerne às hipóteses de usucapião extraordinário e 
ordinário. Além disso, ressalte-se que, estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das 
causas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, as quais também se aplicam à usucapião 
(art. 1.244 do CC). 
 
4.2 É possível somar tempo de posse? 
 
(p.68) O requisito do tempo varia de acordo com a forma de usucapião, tendo como prazo mínimo previsto 
quinze anos (usucapião extraordinário) e prazo mínimo de dois anos (usucapião familiar ou matrimonial). O 
lapso temporal exigido é o prazo mínimo de posse mansa, pacífica e contínua que o possuidor deverá 
comprovar e aguardar para poder requerer a aquisição de propriedade por usucapião. 
 
4.3 Transição da posse 
 
 ???? 
 
 
 
5. Acessões naturais (TODAS): 
 
(p.55) A acessão é classificada, de acordo com a sua causa, como: 
Acessão artificial: quando a acessão é provocada pela ação humana, apenas nas hipóteses de construção 
ou plantação. 
Acessão natural: quando o evento causador não teve a participação humana, mas foi ocasionado por forças 
da própria natureza; 
 
A acessão natural ocorre a partir da junção de imóvel com imóvel e pode ocorrer nas seguintes hipóteses: 
formação de ilhas, aluvião, avulsão e abandono de álveo. Os fenômenos da natureza que dão ensejo à 
acessão natural ocorrem em benefício dos proprietários de terrenos ribeirinhos 
 
5.1 Quem adquire a propriedade? 
 
(p.56) Na hipótese de águas públicas – previstas no art. 2º do Decreto nº 24.643/34 –, deve ser observado o 
disposto no art. 14 do Decreto nº 24.643/34: “Os terrenos reservados são os que, banhados pelas correntes 
navegáveis, fora do alcance das marés, vão até a distância de 15 metros para a parte de terra, contados 
desde o ponto médio das enchentes ordinárias”. 
Por força do dispositivo transcrito, em relação aos imóveis às margens de correntes de águas pública – 
navegáveis –, a propriedade do ente público sobre tais águas estende-se também até suas margens. 
Assim, a acessão ocorrerá em proveito da pessoa de direito público, por tratar-se de águas públicas. 
Logo, para a aquisição de propriedade particular em decorrência de uma acessão natural esta deverá 
ocorrer em rios não navegáveis, naqueles de águas comuns ou particulares. 
Antes de analisarmos cada uma das hipóteses de acessão natural é importante esclarecer que o termo 
“álveo” faz referência ao leito do rio e o termo “testada” refere-se à extensão da margem dos imóveis. 
 
5.2 Abandonode álveo 
 
(p.60) O termo “álveo”, como já exposto, significa leito do rio. Assim, o álveo abandonado é na verdade o 
leito do rio que secou. Importante lembrar que a acessão deve ser caracterizada por uma situação em que a 
seca não é meramente momentânea. O Código Civil faz referência à situação do álveo abandonado como 
decorrente de uma mudança do curso do rio, o que faria com que o antigo leito secasse. 
 
Neste caso, o terreno correspondente ao álveo seco pertencerá aos proprietários ribeirinhos das duas 
margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, 
entendendo-se que os imóveis marginais se estendem até o meio do álveo. 
 
A solução acima apresentada só deve ser aplicada na hipótese da mudança do curso do rio ter ocorrido por 
forças naturais. É muito comum, no entanto, a alteração do curso do rio decorrer de obras de utilidade 
pública. Nessa situação, o Código Civil não deverá ser aplicado, mas sim o Decreto nº 24.643/34 que, em 
seu art. 27, determina: “Se a mudança da corrente se fez por utilidade pública, o prédio ocupado pelo novo 
álveo deve ser indenizado, e o álveo abandonado passa a pertencer ao expropriante para que se compense 
da despesa feita”. 
 
Assim, os proprietários de imóveis às margens do terreno correspondente ao álveo abandonado não 
poderão acrescer a área às suas propriedades, passando a pertencer ao ente público responsável pela obra 
que terá de indenizar o proprietário do imóvel cujas terras foram inundadas em razão da mudança do curso 
do rio. 
 
5.3 Aluvião 
 
(p.58) Aluvião é um fenômeno natural por meio do qual depósitos de areia, cascalho, argila ou aterros 
naturais ocorrem nas margens das correntes ou pelo desvio das águas, gerando um acréscimo de terra nas 
margens. Em relação aos depósitos e aterros, trata-se de um processo lento e sucessivo, que não ocorre do 
“dia para a noite” e que não é possível precisar de onde saíram os grãos que ali se depositaram. 
 
O Código Civil, em seu art. 1.250, prevê que tais acréscimos pertencerão aos donos dos terrenos marginais, 
sem indenização, haja vista que não se consegue saber de onde se desprenderam os grãos e o cascalho 
responsáveis pelo aterro. O acréscimo que surgir diante de imóveis de proprietários diferentes dividir-se-á 
entre eles na proporção da extensão da propriedade de cada um sobre a antiga margem. 
 
 
 
 
6. Ver artigos: 
 
Dos Efeitos da Posse: 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e 
segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 
§ 1° O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto 
que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou 
restituição da posse. 
§ 2° Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito 
sobre a coisa. 
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a 
coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso. 
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que 
recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era. 
Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes não se aplica às servidões não aparentes, salvo quando os 
respectivos títulos provierem do possuidor do prédio serviente, ou daqueles de quem este o houve. 
 
 
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. 
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de 
deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com 
antecipação. 
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os 
civis reputam-se percebidos dia por dia. 
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, 
por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às 
despesas da produção e custeio. 
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. 
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, 
salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. 
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, 
quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e 
poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. 
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o 
direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. 
Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da 
evicção ainda existirem. 
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de 
optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual. 
 
 
Da Perda da Posse: 
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, 
ao qual se refere o art. 1.196. 
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia 
dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido. 
 
 
Dos Direitos Reais: 
Art. 1.225. São direitos reais: 
I - a propriedade; 
II - a superfície; 
III - as servidões; 
IV - o usufruto; 
V - o uso; 
VI - a habitação; 
VII - o direito do promitente comprador do imóvel; 
VIII - o penhor; 
IX - a hipoteca; 
X - a anticrese. 
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; 
XII - a concessão de direito real de uso; e 
XIII - a laje. 
Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, 
só se adquirem com a tradição. 
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem 
com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos, salvo os casos expressos neste 
Código. 
 
 
Das Águas (comparar com servidões): 
Art. 1.293. É permitido a quem quer que seja, mediante prévia indenização aos proprietários prejudicados, 
construir canais, através de prédios alheios, para receber as águas a que tenha direito, indispensáveis às 
primeiras necessidades da vida, e, desde que não cause prejuízo considerável à agricultura e à indústria, 
bem como para o escoamento de águas supérfluas ou acumuladas, ou a drenagem de terrenos. 
§ 1° Ao proprietário prejudicado, em tal caso, também assiste direito a ressarcimento pelos danos que de 
futuro lhe advenham da infiltração ou irrupção das águas, bem como da deterioração das obras destinadas 
a canalizá-las. 
§ 2° O proprietário prejudicado poderá exigir que seja subterrânea a canalização que atravessa áreas 
edificadas, pátios, hortas, jardins ou quintais. 
§ 3° O aqueduto será construído de maneira que cause o menor prejuízo aos proprietários dos imóveis 
vizinhos, e a expensas do seu dono, a quem incumbem também as despesas de conservação. 
 
 
Dos Direitos e Deveres dos Condôminos: 
Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os 
direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva 
parte ideal, ou gravá-la. 
Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum, nem dar posse, uso 
ou gozodela a estranhos, sem o consenso dos outros. 
Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de 
conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita. 
Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos. 
Art. 1.316. Pode o condômino eximir-se do pagamento das despesas e dívidas, renunciando à parte ideal. 
§ 1° Se os demais condôminos assumem as despesas e as dívidas, a renúncia lhes aproveita, adquirindo a 
parte ideal de quem renunciou, na proporção dos pagamentos que fizerem. 
§ 2° Se não há condômino que faça os pagamentos, a coisa comum será dividida. 
Art. 1.317. Quando a dívida houver sido contraída por todos os condôminos, sem se discriminar a parte de 
cada um na obrigação, nem se estipular solidariedade, entende-se que cada qual se obrigou 
proporcionalmente ao seu quinhão na coisa comum. 
Art. 1.318. As dívidas contraídas por um dos condôminos em proveito da comunhão, e durante ela, obrigam 
o contratante; mas terá este ação regressiva contra os demais. 
Art. 1.319. Cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu da coisa e pelo dano que lhe 
causou. 
Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum, respondendo o quinhão 
de cada um pela sua parte nas despesas da divisão. 
§ 1° Podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa comum por prazo não maior de cinco anos, 
suscetível de prorrogação ulterior. 
§ 2° Não poderá exceder de cinco anos a indivisão estabelecida pelo doador ou pelo testador. 
§ 3° A requerimento de qualquer interessado e se graves razões o aconselharem, pode o juiz determinar a 
divisão da coisa comum antes do prazo. 
Art. 1.321. Aplicam-se à divisão do condomínio, no que couber, as regras de partilha de herança. 
Art. 1.322. Quando a coisa for indivisível, e os consortes não quiserem adjudicá-la a um só, indenizando os 
outros, será vendida e repartido o apurado, preferindo-se, na venda, em condições iguais de oferta, o 
condômino ao estranho, e entre os condôminos aquele que tiver na coisa benfeitorias mais valiosas, e, não 
as havendo, o de quinhão maior. 
 
 
Do Condomínio Edilício: 
Art. 1.338. Resolvendo o condômino alugar área no abrigo para veículos, preferir-se-á, em condições 
iguais, qualquer dos condôminos a estranhos, e, entre todos, os possuidores. 
Art. 1.339. Os direitos de cada condômino às partes comuns são inseparáveis de sua propriedade 
exclusiva; são também inseparáveis das frações ideais correspondentes as unidades imobiliárias, com as 
suas partes acessórias. 
§ 1° Nos casos deste artigo é proibido alienar ou gravar os bens em separado. 
§ 2° É permitido ao condômino alienar parte acessória de sua unidade imobiliária a outro condômino, só 
podendo fazê-lo a terceiro se essa faculdade constar do ato constitutivo do condomínio, e se a ela não se 
opuser a respectiva assembléia geral. 
Art. 1.340. As despesas relativas a partes comuns de uso exclusivo de um condômino, ou de alguns deles, 
incumbem a quem delas se serve. 
Art. 1.341. A realização de obras no condomínio depende: 
I - se voluptuárias, de voto de dois terços dos condôminos; 
II - se úteis, de voto da maioria dos condôminos. 
7. Discursivas: (duas valendo 1,5 e duas valendo 2,0) 
 
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é 
facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. 
 
 
 
Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem 
que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que 
os prédios marginais se estendem até o meio do álveo. 
 
 
 
Da Confusão, da Comissão e da Adjunção: 
Art. 1.272. As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, misturadas ou adjuntadas sem o 
consentimento deles, continuam a pertencer-lhes, sendo possível separá-las sem deterioração. 
§ 1° Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo dispêndio excessivo, subsiste indiviso o todo, 
cabendo a cada um dos donos quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou para a mistura ou 
agregado. 
§ 2° Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do todo, indenizando os outros. 
Art. 1.273. Se a confusão, comissão ou adjunção se operou de má-fé, à outra parte caberá escolher entre 
adquirir a propriedade do todo, pagando o que não for seu, abatida a indenização que lhe for devida, ou 
renunciar ao que lhe pertencer, caso em que será indenizado. 
Art. 1.274. Se da união de matérias de natureza diversa se formar espécie nova, à confusão, comissão ou 
adjunção aplicam-se as normas dos arts. 1.272 e 1.273. 
 
 
(p.88) A confusão, a comissão e a adjunção são formas de aquisição da propriedade móvel, tratadas por 
alguns autores como formas de acessão de móvel para móvel. Apesar de cada uma das espécies designar 
uma forma distinta de mistura entre bens móveis, elas recebem o mesmo tratamento pelo Código Civil, em 
seus artigos 1.272 a 1.274. 
(p.89) A comissão é a mistura de coisas secas ou sólidas de diferentes donos, sem que possam ser 
separadas e sem que se produzam coisas novas, mantendo-se a natureza originária das mesmas. Ex.: café 
de duas qualidades. 
A confusão, por sua vez, é a mistura de coisas líquidas de diferentes pessoas, nas mesmas condições. Ex.: 
vinho de duas espécies. 
Já a adjunção é a justaposição de uma coisa sólida à outra, não podendo mais ser separadas sem 
deterioração do bem formado. 
 
 
 
Dos Direitos e deveres do Condômino: 
Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de 
conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita. 
Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos. 
 
 
 
 
Do Condomínio Edilício: 
Art. 1.336. São deveres do condômino: 
I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em 
contrário na convenção; 
II - não realizar obras que comprometam a segurança da edificação; 
III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas; 
IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao 
sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes. 
§ 1° O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, 
não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito. 
§ 2° O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pagará a multa 
prevista no ato constitutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas 
contribuições mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não havendo disposição 
expressa, caberá à assembléia geral, por dois terços no mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre 
a cobrança da multa.

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